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Introdução

O presente trabalho trata da vida e obra de um grande filósofo patrono dos políticos e
Santo da Igreja. Trataremos dos seus feitos estraordinários e da sua grande
espiritualidade. este é um trabalho para a preparação da Tese,
São Sir Thomas More, por vezes latinizado em Thomas Morus ou aportuguesado
em Tomás Moro, nasceu em Londres em 7 de fevereiro de 1478. Filho de juiz, More
acabou seguindo os passos de seu pai. Desde cedo teve uma boa educação, estudando
línguas, matemática, astronomia e teologia.

Tornou-se advogado em Oxford exercendo a profissão por algum tempo. Em 1505,


casou-se com Jane Colt e com ela teve quatro filhos.

No entanto, essa relação durou pouco tempo. Ficou viúvo e casou-se novamente
com Alice Middleton, com quem teve mais um filho. Deu aos filhos uma educação
excepcional e avançada para a época, não discriminando a educação dos filhos e das
filhas. A todos indistintamente fez estudar latim, grego, lógica, astronomia, medicina,
matemática e teologia. Sobre esta família escreveu Erasmo: "Verdadeiramente, é uma
felicidade conviver com eles".

Fez carreira como advogado respeitado, honrado e competente e exerceu por algum
tempo a cátedra universitária. Em 1504, fazia parte da Câmara dos Comuns da qual foi
eleito Speaker (ou presidente), tendo ganho fama de parlamentar combativo. Em 1510,
foi nomeado Under-Sheriff de Londres, no ano seguinte juiz membro da Commission of
Peace.

More era amigo íntimo de Erasmo de Roterdã, escritor, filósofo e teólogo


humanista neerlandês. Erasmo dedicou sua obra mais emblemática, Elogio da Loucura,
ao seu amigo e mentor Thomas More.

Por conta de seu reconhecimento na posição de homem das leis, fez parte da Corte
inglesa a partir de 1520. Ao lado da família real, tornou-se embaixador, cavaleiro e
chanceler da Inglaterra, no reinado de Henrique VIII. É geralmente considerado como
um dos grandes humanistas do Renascimento. Foi canonizado comosanto da Igreja
Católica em 9 de Maio de 1935 e sua festa litúrgica se dá em 22 de Junho.

A sua chancelaria (1529-32) distinguiu-se pela sua exemplaridade, tratando


pessoalmente, de todos os litígios existentes, até mesmo os herdados, sendo
extremamente eficiente, imparcial e justo em suas decisões.

Todavia, Henrique VIII com o intuito de se casar novamente funda


o Anglicanismo em 1534 rompendo laços com a Igreja Católica de Roma. A intenção
do Rei era se divorciar de Catarina de Aragão e casar-se com a dama de companhia da
rainha, Ana Bolena.

Sendo profundo conhecedor de teologia e do direito canónico e homem religioso, ao


ponto de se mortificar por Deus - usava por baixo das roupas uma camisa cilício, More
via no anulamento do sacramento do casamento uma matéria da jurisdição do papado, e
a posição do Papa Clemente VII era claramente contra o divórcio em razão da doutrina
sobre a indissolubilidade do matrimônio. Contrário às Reformas Protestantes então já
efetuadas e percebendo que na Inglaterra poderia acontecer o mesmo (devido às
questões pessoais do soberano que conduziram à crise político-diplomática com Roma),
More - apoiador das decisões da Santa Sé e arraigadamente católico - deixa seu cargo de
Lord Chancellor do rei em 16 de maio de 1532, provocando desconfiança na Corte e em
Henrique VIII particularmente.

Além disso, se posicionou contra a Reforma Protestante defendendo os dogmas da


Igreja.

More escapara, entretanto, a uma tentativa de o implicar numa conspiração. Em


1534, o Parlamento promulgou o "Decreto da Sucessão" (Succession Act), que incluía
um juramento reconhecendo a legitimidade de qualquer criança nascida do casamento
de Henrique VIII com Ana Bolena, e repudiando "qualquer autoridade estrangeira,
príncipe ou potentado". Tal como no juramento de supremacia, este apenas foi exigido
àqueles especificamente chamados a fazê-lo, por outras palavras, a todos os
funcionários públicos e àqueles suspeitos de não apoiarem Henrique.

More foi convocado, excepcionalmente, para fazer o juramento em 17 de abril de


1534, e, perante sua recusa, foi preso na Torre de Londres, juntamente com o Cardeal e
Bispo de Rochester John Fisher, tendo ali escrito o "Dialogue of Comfort against
Tribulation". A sua decisão foi manter o silêncio sobre o assunto. Pressionado pelo rei e
por amigos da corte, More decidiu não enumerar as razões pelas quais não prestaria o
juramento.

Inconformado com o silêncio de More, Esse fato o levou a ser considerado um


traidor, o rei determinou o seu julgamento, sendo condenado à morte, e posteriormente
executado em Tower Hill a 6 de Julho. Nem no cárcere nem na hora da execução perdeu
a serenidade e o bom humor e, diante das próprias dificuldades reagia com ironia.

Pela sentença o réu era condenado "a ser suspenso pelo pescoço" e cair em terra
ainda vivo. Depois seria esquartejado e decapitado. Em atenção à importância do
condenado o rei, "por clemência", reduziu a pena a "simples decapitação". Ao tomar
conhecimento disto, Tomás comentou: "Não permita Deus que o rei tenha semelhantes
clemências com os meus amigos." No momento da execução suplicou aos presentes que
orassem pelo monarca e disse que "morria como bom servidor do rei, mas de Deus
primeiro."

A sua cabeça foi exposta na ponte de Londres durante um mês, foi posteriormente
recolhida por sua filha, Margaret Roper. A execução de Thomas More na Torre de
Londres, no dia 6 de julho de 1535 "antes das nove horas", ordenada por Henrique VIII,
foi considerada uma das mais graves e injustas sentenças aplicadas pelo Estado contra
um homem de honra, consequência de uma atitude despótica e de vingança pessoal do
rei. Ele está sepultando na Capela Real de São Pedro ad Vincula.

Sua trágica morte - condenado a pena capital por se negar a reconhecer Henrique
VIII como cabeça da Igreja da Inglaterra, é considerada pela Igreja Católica como
modelo de fidelidade à Igreja é à própria consciência, e representa a luta da liberdade
individual contra o poder arbitrário. Devido à sua retidão e exemplo de vida cristã, foi
reconhecido como mártir, declarado beato em 29 de dezembro de 1886 por decreto do
Papa Leão XIII e, à instância do Cardeal Bourne, dos arcebispos e bispos da Inglaterra,
Escócia e Irlanda e de diversas universidades, canonizado como santoda Igreja Católica
em 9 de maio de 1935 pelo Papa Pio XI. O seu dia festivo é 22 de Junho.

Deixou vários escritos de profunda espiritualidade e de defesa do magistério da


Igreja. Em 1557, seu genro, William Roper, escreveu sua primeira biografia. Desde a
sua beatificação e posterior canonização publicaram-se muitas outras.

Patrono dos políticos e dos governantes

Em 2000, São Thomas More foi declarado "Patrono dos Estadistas e Políticos" pelo
Papa João Paulo II:

"Esta harmonia do natural com o sobrenatural é talvez o elemento que melhor define
a personalidade do grande estadista inglês: viveu a sua intensa vida pública com
humildade simples, caracterizada pelo proverbial «bom humor» que sempre manteve,
mesmo na iminência da morte.

Esta foi a meta a que o levou a sua paixão pela verdade. O homem não pode separar-
se de Deus, nem a política da moral: eis a luz que iluminou a sua consciência. Como
disse uma vez, "o homem é criatura de Deus, e por isso os direitos humanos têm a sua
origem n'Ele, baseiam-se no desígnio da criação e entram no plano da Redenção. Poder-
se-ia dizer, com uma expressão audaz, que os direitos do homem são também direitos de
Deus" (Discurso, 7 de abril de 1998).

É precisamente na defesa dos direitos da consciência que brilha com luz mais
intensa o exemplo de Tomás Moro. Pode-se dizer que viveu de modo singular o valor
de uma consciência moral que é "testemunho do próprio Deus, cuja voz e juízo
penetram no íntimo do homem até às raízes da sua alma" (Carta enc. Veritatis splendor,
58), embora, no âmbito da acção contra os hereges, tenha sofrido dos limites da cultura
de então."

Pensamento: Filosofia

Seu pensamento esteve intimamente relacionado com o movimento humanista que


começou no século XV na Europa.

Essa postura foi importante para romper com a filosofia medieval, colocando assim,
o ser humano como prioridade.

Vale lembrar que More foi um grande admirador do filósofo grego Platão levando
em conta suas ideias sobre a verdade, a sabedoria bem como a dialética.

Ademais, ele se inspirou na República de Platão para escrever sobre a sociedade


ideal em sua obra A Utopia.
Sua filosofia está ligada com a teologia, visto que More foi um indivíduo
influenciado pela religião católica. Além disso, suas ideias contribuíram para a área da
filosofia do direito e filosofia política.

Como exemplo, temos sua obra mais emblemática A Utopia, onde ele analisa a
estrutura social, política, jurídica e religiosa de uma sociedade ideal.

Principais Obras

Thomas More estudou as línguas clássicas (grego, latim) sendo um grande erudito e
exímio escritor. Escreveu obras filosóficas e literárias, das quais se destacam:

 A Utopia;
 A Agonia de Cristo;
 A Apologia;
 Diálogo da fortaleza contra a tribulação;
 Tratado sobre a Paixão de Cristo;
 Os Novíssimos;
 Réplica a Martinho Lutero;
 Diálogo contra as heresias;
 Súplica das Almas;
 Epitáfio.

A Utopia

é uma palavra frequentemente usada em português e em outras línguas para designar


uma sociedade ideal, embora de existência impossível, ou uma ideia generosa, porém,
impraticável. Enfim, uma quimera ou fantasia. Muita gente sabe que esse termo designa
também a obra escrita por Thomas More ou Tomas Morus (1478-1535), onde o
pensador e estadista inglês imagina uma sociedade perfeita.

Tradição platônica

A ideia de Morus de criar uma sociedade imaginária vem de uma tradição que
remonta a Platão (427-347 a.C) na obra "A República". Outras obras se filiam a essa
mesma tradição, como é o caso de "A Cidade do Sol", escrita em 1602 pelo italiano
Tommaso Canpanella (1568-1639), ou ainda "Walden 2", publicada em 1948, pelo
psicólogo B. F. Skinner (1904-1990), o fundador do behaviorismo.

A "Utopia", de More, divide-se em dois livros: o primeiro, de caráter negativo faz a


crítica à Inglaterra da época em que o autor vivia; o segundo, em contraponto, apresenta
uma sociedade que lhe é alternativa. Em ambos os livros, Rafael Hitlodeu - personagem
que é o "alter-ego" de Mor, narra sua viagem a Utopia e descreve a sociedade que viu.
Como se disse, a primeira parte é de crítica a uma Inglaterra em que os camponeses
estão sendo expulsos do campo para as cidades, onde há bandos de ladrões e uma justiça
cega, porém cruel, a realeza ávida de riquezas e sempre pronta para a guerra, sem falar
nas perseguições religiosas. Essas regras são invertidas na República de Utopia.

Frases da Obra Utopia

“Deus retirou ao homem o direito sobre a vida dos outros, e mesmo sobre a sua, e
os homens poderiam acordar entre si, circunstâncias autorizando que se matassem
reciprocamente? Isentos de lei divina, quando deus não lhe previu nenhuma excepção,
os contratantes enviariam para a morte aqueles que a ela tivessem sido condenados por
um julgamento humano?”

“São muito numerosos os nobres que vivem ociosamente como verdadeiros zangões;
eles vivem do suor dos outros e esfolam e sugam o sangue dos vassalos que vivem em
suas terras.”

“Falando de falsos prazeres, o que dizer daqueles que se dedicam a acumular


dinheiro, não por que tenham em mente fazer algo com ele, mas apenas para contemplá-
lo? Estarão eles experimentando um prazer verdadeiro, ou estarão apenas sendo
enganados por uma demonstração de prazer?

O que dizer também daqueles que, ao contrário, escondem o dinheiro que jamais
usarão e que talvez jamais venham sequer a ver de novo?”

“Entre todos os diferentes tipos de prazer, os utopienses buscam os do espírito, que


consideram como os mais importantes porque a maioria deles provém da prática das
virtudes e da consciência de uma vida bem vivida.”

“Os utopienses vão à guerra somente por boas razões. Entre essas razões estão a
proteção de seu próprio país, a proteção de países amigos contra um exército invasor e a
libertação de um povo oprimido pela tirania e pela servidão.”

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