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O TÍTULO, AUTOR E DATA

O livro é conhecido sob os nomes de eclesiástico,Bem Sirá, ou ainda Sirácida. o


nome eclesiástico, é oriundo da antiga versão latina que depois entrou na vulgata, o
nome (Eclesiástico) significa “livro da Igreja”1. O nome sirácida éretirado da conclusão
da obra, como indicado em (50,27), mas há alguma divergência entre a versão hebraica
e a versão grega, segundo a versão hebraica, tratar-se-ia de “Simão, filho de Jesus, filho
de Eleazar, filho de Sirac”, enquanto o grego fala de ``Jesus, filho de Sirac, Eleazar``,
assim chegamos a denominação: “Jesus, filho de Eleazar, filho de Sirac” de Sirac, nome
do avô do autor, formou-se o patronímico “Sirácida”ou BenSirac, “Filho de Sirac.”2

Quanto ao autor, vimos que diferente dos outros livros do antigo testamento,
neste o autor assina o seu nome no interior do livro (50,27), assim como (51,30), e
porque na versão grega, em (51,1) aparece o título Jesus filho de Sirá , o lógico é pensar
que Simão seja uma corrupção, e que o autor do livro chama-se Jesus bem Eleazar bem Sirá. 3

Quanto a data, pelo estilo do escrito e do pensamento nos leva a conclusão de


que foi escrito pouco antes da revolução macabea aproximadamente em 168 a.C, mas a
determinação precisa mais ou menos da data de composição pode apoiar-se na
informação que as passagens do livro nos proporciona.

Segundo Morla, o livro divide-se em

1- Primeira secção 1,1-23,7


A) Tópicos sapienciais

Nesta secção,a obra está integrada por uma série de tópicos já conhecidos na sua
maior parte por provérbios. Trata-se de uma ampla mostra de atitudes e caracterizações
de tipo individual e social, meramente humanas ou decididamente religiosas, se louvam
virtudes e se fustigam os vícios, se exorta ao cultivo do auto control, alguns podem
afirmar serem sentencias egípcias. Ele usa com frequência a imagem de um Deus
retribuidor. A idéia de que o temor do Senhor é o principio da sabedoria, aparecesse
também em Sirac, mas se estende até as suas ultimas consequências, dele é a fonte de
toda a longa vida.

B) Compaixão de Deus
Tornado um tema quase que obsessivo em BenSirac, aconselhando a não
pecar, pois Deus além de piedade tem também a ira, e impõe uma grande
diferença entre o estudo de Deus e a própria revelação em si, afirmando a
supremacia da revelação em relação a compreensão humana, uma clara
afronta ao pensar helénico que primava pela especulação cosmogónica.

C) Necessidades sociais
1
PEREIRA Ney, Sirácida ou eclesiastico, Rio de Janeiro:Editora Vozes, 1991, p 13
2
A. MINISSALE, Sirácida, as raízes na tradição, São Paulo:Paulinas,1993, pg 5
3
ASENSIO, Víctor Morla, Libros Sapienciales y otros escritos,Navarra:Verbo Divino, 1994, p. 221
Nestes textos Ben Sirac preocupa-se com as necessidades pessoais, por um
tratamento da pobreza a partir das exigências da justiça, pois quem busca o
temor do Senhor encontra nas relações com a justiça um lugar privilegiado. é
como que se a justiça social implicasse uma irresponsável alteração da
ordem estabelecida por Deus no acto criador

D) pragmatismo e humanismo
em algumas ocasiões Ben Sirac se deixa levar por um pragmatismo
escandaloso, a pesar do enfoque religioso dos seus conselhos, (dè ao homem
piedoso, mas não socorras o pecador). verifica-se também uma tensão
incompreensível entre uma ternura solicita e uma dureza intransigente.
sobre a morte diz que é natural, e mesmo que já circulassem idéias sobre a
imortalidade, ele mantém a tradição do sheol.

2- segunda secção 24, 1-42,14

a) temas antigos e novos

repete alguns temas da primeira secção, acrescentando-lhes algumas novidades,


como os temas da mulher, dos escravos, da saúde, etc. dos temas novos apresentados
figura-se os temas sobre a inutilidade da adivinhação, um poema sobre as filhas etc.

b) dimensão religiosa explicita

onde fala da importância decisiva do temor do Senhor e na confiança n´Ele, a


segurança dos que temem ao Senhor, e pede para que os profetas sejam verazes, e que
salve o seu povo eleito, e elimine os inimigos.

c) O ideal do sábio

a sabedoria do escriba requer tempo e dedicação, o que está livre de qualquer


tarefa chegará a ser sábio, trata-se do ideal grego e escolástico, Ben Sirac passa em
revista todas as profissões mais representativas da sua época (criadores de gado,
artesãos, ferreiros, etc) e chega a conclusão de que a pesar da sua maestria e utilidade
social, e sua função recriadora da realidade, a estes não se busca conselho para o povo,
nem se sobressaem na assembleia, nem se sentam em tribunal, nem entendem justiça e
direito, nem se destacam por sua cultura e discernimento, nem se figuram entre os
autores de provérbios, e por isso diz: é assim que se aplica por inteiro a meditar a lei do
Altíssimo, de resto tudo se iguala ao ideal hebraico, indagar a sabedoria dos antigos,
conservar relatos de homens famosos, etc.
3- terceira secção 42, 15-50,29

esta secção manifesta perfis mais líquido que os anteriores, recapitula idéias
básicas das outras, tenta apresentar a sabedoria na natureza e na historia, a sabedoria
vem do Senhor e está para sempre. na segunda subsecção desta terceira secção elogia os
antepassados de Israel, a sua vinculação com a terna criação é intrínseca

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