Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Caála
Caála,2023
I.S.P.Caála
CAÁLA,2023
RESUMO
O presente trabalho visa encontrar possibilidades de aclarar questões e noções
que ainda parecem circundar os profissionais e estudantes do ensino superior
no que tange ao estudo do Direito Internacional Público. Outrossim, com foco
igualmente no papel do docente, cuida de pontos positivos e negativos
encontrados no ensino do Direito Internacional Público. A hipótese inicial é a de
que a metodologia ativa é uma opção viável e com êxito na formação de
futuros profissionais, aptos a atuar em um mundo cada vez mais globalizado e
com maiores exigências. Mais especificamente, o trabalho encontra foco no
estuda o uso do litígio estratégico nesse processo de ensino, esclarecendo o
que é e como ele pode ser aplicado em sala de aula, a exemplo maior do uso
de estudos de caso. O trabalho valeu-se da revisão bibliográfica sobre o ensino
do Direito Internacional Público e sobre a metodologia ativa, bem como faz
menção à prática cotidiana vivida pelos pesquisadores docentes.
Process.
Introdução
O que é afinal de contas Metodologias Ativas de Ensino? Um tema bastante
pertinente que leva em nossas mentes uma conformidade, metodologias ativas
não é nada mais senão mesmo deixando para trás as práticas passivas e com
pouca interação empregadas em sala de aula durante muito tempo, as
metodologias ativas estimulam a autonomia e a independência dos estudantes.
1
Cfr. Tch. M. Estratégias de Ensino-Aprendizagem,1°ed. Ed.ECO7,Luanda 2021,p.66 ss.
Um guia passo a passo para você fazer um ensino mais participativo e mais
significativo. Cada seção foi pensada levando em consideração uma pessoa
que está no início do período letivo diante da tarefa de planejar e executar um
curso.
As metodologias ativas de aprendizagem chegaram para ficar no Direito. Elas
foram incorporadas nas diretrizes curriculares dos cursos jurídicos e estão
sendo adotadas por instituições de ensino de todo o Brasil. Cada vez mais
docentes procuram maneiras de ensinar que sejam mais engajadoras,
interessantes para os estudantes e efetivas para a aprendizagem. No entanto,
não basta conhecer um cardápio de métodos para praticar um ensino
participativo. Na hora de entrar em sala de aula, conhecer os conceitos não
será suficiente para lidar com desafios e promover atividades eficazes.
2
Até aqui, você pôde conferir o que são as metodologias ativas de
aprendizagem. Agora, quais são as vantagens trazidas por essas novas formas
de ensino?
Em Direito que é aquí o nosso caso usa-se sempre o estudo desta via
que é sem sombra de dúvidas o:
Estudo de casos
Com estudos de casos, os estudantes são expostos a problemas reais, de
modo que possam analisá-los por inteiro (como uma situação real) e, entre si,
discutir as possibilidades de solucioná-los. Esses casos são relatos construídos
de tal modo a estimular o pensamento analítico e sistêmico. São como
exercícios em uma prova, mas mais contextualizados e abrangentes. Para
tanto, o uso da metodologia ativa passa a ser uma proposta possível de
concretização e de demonstração e vivência do Direito Internacional Público,
capaz de desmistificar sensos-comuns que rodeiam a disciplina. Dessa forma,
a hipótese inicial do presente trabalho é a de que a metodologia ativa é uma
opção viável e com êxito na formação de futuros profissionais, aptos a atuar em
um mundo cada vez mais globalizado e com maiores exigências.
3
Antes de analisar a situação na atualidade do ensino do Direito Internacional
Público, cumpre notar, em uma análise macroscópica, que o ensino jurídico, de
modo geral, vem passando por alterações no Brasil. Tanto assim que,
formalmente, o curso de Direito deverá observar novas diretrizes do ensino
jurídico, com o objetivo maior de garantir um aprendizado capaz de enfrentar
os problemas e os desafios impostos pelo constante processo de inovação pelo
qual passa o mundo
6
Cfr. Miranda,Jorge. Ensino clássico do Direito Internacional Público,2006. P 188.
que o professor apresente o tema de estudo e traga à baila as suas noções
básicas, assim como necessita de um guia para melhor traçar sua trajetória.
Assim, compreenda-se aqui por metodologia ativa aquela capaz de fornecer
uma aprendizagem ativa ao estudante, ou seja, como algo apto a proporcionar
o desenvolvimento de competências necessárias ao longo de sua vida;
competências tais que vão muito além de escutar o professor, mas, ao mesmo
tempo, que não desprezam processos básicos como a memorização.
8
V. Rodrigues,Borges.,2016,p 1386.
Veja que a metodologia ativa permite identificar, de forma individual, o
desenvolvimento de cada estudante. Como era esperado, alguns avançaram
no tema proposto com maior facilidade, ao passo que outros possuíam
dificuldades maiores para compreensão do tema.
A teoria pura edifica o Direito sobre uma estrutura lógica, em que cada norma
encontra sua condição de validade sobre uma norma superior, até alcançar a
norma máxima, que é a hipotética norma fundamental (Grundnorm) e que se
erige como condição de possibilidade, como categoria intencionada a conferir
coesão e fechamento ao sistema. A repercussão de tal concepção lógica do
Direito vai resultar numa interpretação e aplicação que se plasmam numa
metodologia cuja base radica-se na consideração da interpretação não como
um ato de conhecimento, mas como um ato de vontade. Sustenta KELSEN a
visão de que cada norma encontra seu fundamento de validade numa norma
que lhe é superior, no que se denomina de escalonamento do ordenamento
jurídico. Da norma pressuposta pelo pensamento – a Grundnorm estruturar-se-
á uma escala de normas no sentido descendente (em forma piramidal), cada
qual ligada à anterior, até ir a ter na norma concreta ditada pelo juiz na
interpretação/aplicação do Direito (norma individual), daí exsurgindo a decisão
judicial como constitutiva – e não meramente declarativa – do Direito. É dizer: a
concretização da norma superior revela-se na dupla e concomitante perspetiva
da aplicação e constituição do Direito. Neste cenário, a diferença entre o juiz e
o legislador é que este último conta com maior margem de liberdade, enquanto
o poder discricionário do magistrado já se apresenta com reduzido espectro
deliberativo. Na concepção kelseniana, o texto legal dá margem a várias
interpretações, sendo impossível o achamento de uma única resposta correta,
dada a indefinição resultante das palavras, fluidas por natureza (a open texture
11
a que viria a se referir, também, Hart) – a que denomina de indeterminação
não-intencional-, ou à própria indeterminação intencional, como ocorre nos
casos de normas administrativas cuja concreção fenoménica imprescinde de
regulamento que lhe trace as diretrizes. Por conseguinte, dentro da moldura
delineada nos textos legais o juiz poderia, por um ato de vontade, agir dentro
de sua discricionariedade a fim de encontrar a resposta que melhor lhe
parecesse adequada ao caso, de forma que “a produção do ato jurídico dentro
da moldura da norma jurídica aplicanda é livre, isto é, realiza-se segundo a livre
11
Kelsen,Hans. Teoria Pura do Direito.tradução de Baptista Machado.são paulo.2011 p 263
apreciação do órgão chamado a produzir o ato”. O juiz, portanto, dentro do
espaço delimitado pela moldura da norma, exerce, na teoria pura, poder
discricionário para eleger a resposta que repute mais acertada, sem necessário
recurso a princípios de ordem moral ou metafísica objetivamente justificáveis. A
atividade do magistrado, pois, não é passível de sofrer controle outro que não
seja os limites desenhados no texto legal, ou seja, deve ater-se às
possibilidades de interpretação contidas nas fronteiras sintáticas demarcadas
pelo texto normativo. A interpretação propugnada por KELSEN decorre,
naturalmente, de sua concepção de Direito. Coincidindo o Direito com a norma
positiva, a vinculação de sua aplicação pelo juiz a critérios supranormativos
(como a ética, a justiça e outros fatores) importaria na concepção destes
critérios como constituintes do Direito, ou seja, como normas não positivas, o
que contrariaria todo o arcabouço teórico em que edificada a teoria pura: o
objeto da ciência jurídica é a norma e não fatores metafísicos que residam fora
do complexo normativo. Vê-se, desse modo, que, para a teoria pura, o
enfrentamento do Direito cinge-se às normas positivadas nos textos legais,
achando-se essas normas, por sua vez, estruturadas de modo a encontrarem
seus respetivos fundamentos de validade nas normas que lhes sejam
hierarquicamente superiores, todas produzidas de conformidade com o
processo legislativo igualmente disposto em textos positivos, cujo último
fundamento de validade vai coincidir com a norma pressuposta pelo
pensamento, fictícia, e que se erige à categoria apta a dar coesão e
sustentação lógica a todo o sistema, que é a norma fundamental. Interessante
notar que KELSEN, ao não conseguir escapar da norma fundamental – que é,
ao modo da teoria do conhecimento de KANT, uma condição lógico-
transcendental acaba por contradizer seu próprio sistema, ao denunciar, com o
lançar mão de uma categoria de pensamento meramente formal, a
impossibilidade de se alicerçar uma teoria do Direito que descarte a infrangível
realidade, que é a conexão do mundo jurídico normativo com os estratos do
real, sendo de todo impossível – a menos que se lance mão de subterfúgios
lógicos.
Conclusão