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PROCESSO Nº 5001026-98.2022.8.21.0071
II – DA SINTESE PROCESSUAL
“Vistos etc.
Dispensado o relatório nos termos do art. 38 da Lei 9.099/95.
Trata-se de Indenizatória por danos Materiais e Morais.
Narra a autora que foi induzida a comprar e trocar o
lubrificante do motor do seu carro, quando abastecia no
posto réu. Alega que após informar que o carro havia
passado por revisão o funcionário do réu continuou insistindo
dizendo que o carro poderia estragar na estrada,
oportunidade em que deixou que ele trocasse, haja vista, o
receio de ficar empenhada. Após chegar na cidade soube
que essa prática do réu era conhecida como fraudulenta.
Diante do exposto, requer a procedência da ação para
condenar o réu a devolução do valor, em dobro,
correspondente a troca desnecessária de óleo, bem como
danos morais.
A ré contesta o feito alegando que a autora estava ciente e
que concordou com a
troca de óleo. Disse que a autora não comprovou suas
alegações, bem como a desnecessidade de troca de óleo e
que o carro havia passado por recente revisão. Por fim,
requer a improcedência da ação.
Passo a opinar.
A relação jurídica estabelecida entre as partes está jungida
ao Código de Defesa do Consumidor, o qual atribui
responsabilidade civil objetiva ao Posto de Gasolina por
defeito na prestação do serviço.
Muito embora a inversão do ônus da prova no Código de
Defesa do Consumidor ser da parte ré, à luz do art. 373, inciso
I, do Código de Processo Civil, incumbia à parte autora
comprovar o fato constitutivo de seu direito. De outra
banda, era ônus da parte ré demonstrar fato impeditivo,
modificativo e/ou extintivo do direito da autora, a teor do
art. 373, II, do CPC.
Da análise do conjunto probatório a autora alega a
desnecessidade da troca de óleo e por ser leiga no assunto
aduz que foi enganada. Ocorre que, tais alegações não
prosperam, uma vez que, não traz aos autos nenhuma
comprovação de realização de revisão no veículo anterior à
data dos fatos; ainda o fato de ser leiga no assunto não a
exime do fato de ter concordado em trocar o óleo, eis que
não há provas concretas que realmente foi induzida a erro.
O documento juntado na inicial informa que houve a troca
de óleo por produto não homologado pela montadora, mas
em nada demonstra que não havia necessidade da troca ou
que houve informações insuficiente ou inadequadas.
Logo, mostra-se descabido o pedido de devolução dos
valores pagos, quando o bem sequer apresentou defeito ou
houve comprovação de que as informações foram
insuficientes e inadequadas. Eventual devolução de valores
ensejaria o enriquecimento indevido da parte, o que se
mostra vedado por este ordenamento jurídico.
No tocante ao dano moral da pessoa física, não há no feito
qualquer adminículo de prova do abalo moral sofrido, o que
era imprescindível no caso dos autos, nos termos do art. 373, I,
do CPC, porquanto a questão versada não se trata de
hipótese de dano moral in re ipsa.
Diante do exposto, opino pela IMPROCEDENCIA da ação
postulada por JULIA PEREIRA DA SILVEIRA em face de
POSTO DE COMBUSTIVEIS COXILIA LTDA.
Dispensada as custas, ante art. 54 e 55 da lei 9.099/95.
Submeto o presente à apreciação do (a) Excelentíssimo (a)
Sr. (a) Dr. (a) Juiz (a) Presidente dos Juizados Especiais Cíveis
da Comarca de Taquari para homologação”
(...)
carros em dia.
Nestes termos,
pede deferimento.