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EXMO SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DO 14º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL REGIONAL


DE JACAREPAGUA DA COMARCA DA CAPITAL - RJ

PROCESSO:
CARLA ADRIANY SANTOS DIAS , já devidamente qualificado nos autos do
processo em epígrafe, vem por sua advogada a V.Exa. tempestivamente, nos termos
do artigo 41 e seguintes da Lei 9099/95, interpor o presente
RECURSO INOMINADO
em face da r. sentença que julgou extinto o feito sem julgamento do mérito, com as
razõ es anexas, requerendo que as mesmas sejam remetidas à Colenda Turma
Recursal do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.
Requer ainda, o recebimento do presente recurso sob o pedido de gratuidade de
justiça, uma vez que o Autor nã o têm condiçõ es de arcar com as custas sem
prejuízo de seu sustento.
Nestes termos
Pede deferimento,
Rio de Janeiro 18 de junho de 2023.
Maristela Tavares
OAB/RJ 90381
EGRÉGIO TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS DO TRIBUNAL
DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

COLENDA TURMA

RAZÕES DO RECURSO
Recorrente: CARLA ADRIANY SANTOS DIAS
Recorrido: Ampla Energia E Serviços S.a., nome de fantasia Enel Distribuição
Rio

RESUMO DA SENTENÇA RECORRIDA

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte Recorrente ante a decisã o


que julgou extinto sem julgamento do mérito por entender que nã o é de
competência do Juizado Especial Cível o julgamento da demanda por concluir que o
aproveitamento econô mico da demanda ultrapassa o valor de alçada do Juizado
Especial Cível.
Sentença
“Relatório dispensado, na forma do artigo 38, da Lei 9.099/95. Passo a decidir.
 
 Trata-se de ação indenizatória na qual a parte autora afirma que a parte ré lhe
impôs um TOI e forma indevida após visita realizada em 16/05/22. Informa que não
reside no imóvel e que o relógio foi trocado pela parte ré. Aduz que em 2020 a ré já
havia aplicado um TOI. Narra que teve que parcelar o valor de R$ 941,44 para não ter
seu nome negativado.
 
A parte ré em sua defesa arguiu preliminarmente a incompetência do juízo diante da
necessidade de prova pericial. No mérito, alegou a regularidade da aplicação do TOI
objeto da lide. Sustenta o não cabimento da inversão do ônus da prova e a inexistência
de dano moral.
 
Inicialmente, acolho a preliminar de incompetência deste juízo em razão da
necessidade de produção de prova pericial que, por expressa vedação legal, não pode
ser produzida em sede de Juizado Especial Cível, para verificar o real consumo mensal
da parte autora e a existência ou não de irregularidade no seu medidor, como alegado
pela parte ré.
 
Ressalto que a realização de perícia é incompatível com o rito dos Juizados Especiais
Cíveis. Deste modo, merece o processo ser extinto sem resolução do mérito, na forma
do artigo 51, inciso II, da lei 9.099/95.
 
Registre-se que a sentença extintiva não impede a parte autora de ingressar com nova
demanda, desde que em juízo com competência para a realização das provas
necessárias para o deslinde da questão. 
 
Posto isso, EXTINGO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO a presente ação, com base no art.
51, II da Lei 9099/95.
 
Sem ônus sucumbenciais, face ao disposto no artigo 55, da Lei n.º 9.099/95.
 
Após o trânsito em julgado, dê-se baixa e arquivem-se.
 
Consoante o disposto no art. 40 da Lei 9.099/95 submeto a presente à apreciação do
MM. Juiz de Direito, para que se produzam os devidos efeitos legais.”
 
 

Todavia, em que pese o inquestioná vel saber do D. Magistrado, a decisã o ora


atacada nã o primou pela justa aplicaçã o da Lei, sendo sua reforma medida
imperativa de justiça, conforme será exposto.
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Requer a V.Exa., que lhe seja deferido o benefício da Gratuidade de Justiça, de
acordo com o disposto na Lei nº 1.060/50 c/c artigo 98 e seguintes do CPC/15,
haja vista a impossibilidade, conforme declarado, de arcar com o ô nus processual,
sem prejuízo de seu sustento e de sua família, conforme contracheque em anexo.
Em que pese o Recorrente buscar através do presente processo a compra de um
carro, o mesmo se dará através de recursos de venda de outro veículo que
pertence ao mesmo, além do parcelamento conforme almeja no processo.
Outrossim, conforme disposto no artigo 99 § 3º do CPC, "presume-se verdadeira a
alegaçã o de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural".
Nesse sentindo requer-se o benefício da gratuidade de justiça.
BREVE RESUMO DOS FATOS
Trata-se açã o de desconstituiçã o de indébido de fazer cumulado com indenizaçã o
por danos morais em face da recorrida, Ampla Energia E Serviços S.a., nome de
fantasia Enel Distribuição Rio , visando a condenaçã o do Recorrente osuspensã o
da cobrança do parcelamento ref ao TOI foi lavrado sem a observâ ncia da
Resoluçã o Normativa nº 414 de 09/09/10 - ANEEL, posto que no ato da lavratura
do Termo, o autor nã o TOI acompanhou a vistoria e instalaçã o do novo
equipamento. Com efeito, o § 5º, do art. 129 da Resoluçã o Normativa nº 414 de
09/09/10 – ANEEL realizado À REVELIA DA RECORRENTE E SEM A PRESENÇA DA
MESMA , devendo ainda a empresa indeniza-la pelo dano moral. Na ocasiã o a
recorrida RETIROU O MEDIDOR SEM O CONHECIMENTO DA RECORRENTE E
LEVOU para a sede da recorrida.
Todavia, na decisã o ora atacada, o D. Magistrado entendeu que que a realização
de perícia é incompatível com o rito dos Juizados Especiais Cíveis. Deste modo,
merece o processo ser extinto sem resolução do mérito, na forma do artigo 51,
inciso II, da lei 9.099/95.o aproveitamento econô mico do Autor ultrapassa o teto
do Juizado Especial Cível.
DAS RAZÕES PARA REFORMA DA DECISÃO

A sentença de primeiro grau merece ser reformada, para que se garanta efetiva
justiça no processo em aná lise.
Dos fatos narrados nos autos e das provas constantes, o Recorrente almeja uma
REPARAÇÃ O pelas arbitrariedades cometidas de forma reiterada de recorrida à
margem da legislaçã o
A dinâ mica dos fatos é a seguinte:
“No caso em tela, o medidor foi vistoriado de forma unilateral, em seguida retirado e
transportado, sem acompanhamento da autora, e não há como comprovar o seu
acondicionado em invólucro específico, sem ser lacrado, portanto, várias
irregularidades podem ser apontadas, com os respectivos questionamentos, veja-se:
1. A vistoria realizada no medidor, no ato da lavratura do Termo, ocorreu de forma
unilateral, sem o auxílio da autoridade policial competente para saber se houve ou
não o delito. Portanto, eventuais indícios de irregularidade não foram objeto de
perícia no momento da vistoria, sem que lhe fosse concedido o direito à ampla defesa;
2. Como comprovar que o medidor vistoriado na residência da autora apresentava
alguma irregularidade, se a vistoria foi realizada de forma unilateral?
3. Como saber se o medidor encaminhado à análise laboratorial encontrava-se nas
mesmas condições em que fora retirado, ou se fora considerando que não fora
acondicionado em invólucro específico, assim como se fora lacrado no ato da
retirada, sem ter ocorrido a entrega de comprovante do procedimento que de fato
não ocorreu. Não é possível a comprovação, pela parte autora, de um ato omissivo,
mas a ré pode apresentar o comprovante do procedimento devidamente assinado
pelo autor. Somente com a apresentação do comprovante do procedimento assinado
pelo autor, a ré irá comprovar a total observância da Resolução da ANEEL e,
portanto, a regularidade da lavratura do TOI e sua respectiva cobrança.”
Nã o há que se falar em perícia uma vez que medidor foi retirado e levado pela
recorrida, na ausência da recorrente.
O Recorrido alega em sua contestaçã o que realizou uma vistoria na unidade e
lavrou o TOI, pois constatou irregularidade e que a recorrente entrou com dois
recursos administrativos negados.
Ora, Exmo. é de causar assombro tal conduta. O consumidor é sentenciado já na
esfera administrativa?
O procedimento vou realizado à margem de qualquer regularidade, a prova
material o medidor foi retirado arbitrariamente trocado.
NÃ O HÁ O QUE PERICIAR!
Se o medidor existe e esta em poder a recorrida como se poderia garantir que o
mesmo nã o sofreu dano ou violaçã o.
A impossibilidade de periciar o medidor é suficiente para a reforma da decisã o
deste do juizado.
Conforme nos ensina Maria Helena Diniz: A responsabilidade objetiva funda-se
num princípio de equidade, existente desde o direito romano: aquele que lucra
com uma situaçã o deve responder pelo risco ou pelas desvantagens dela
resultantes (ubi emolumentum, ibi onus; ubi commoda, ibi incommoda) (2004, p.
48, grifo nosso).
Em consonâ ncia, Caio Má rio da Silva Pereira destaca que: A doutrina objetiva, ao
invés de exigir que a responsabilidade civil seja resultante dos elementos
tradicionais (culpa, dano, vínculo de causalidade entre uma e outro) assenta na
equaçã o biná ria cujos pó los sã o o dano e a autoria do evento danoso. Sem cogitar
da imputabilidade ou de investigar a antijuridicidade do fato danoso, o que
importa para assegurar o ressarcimento é a verificaçã o se ocorreu o evento e se
dele emanou prejuízo. Em tal ocorrendo, o autor do fato causador do dano é o
responsá vel (1990, p. 35).
Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo TJ-ES - Apelaçã o Cível: AC
0015389-66.2018.8.08.0011
ACÓ RDÃ O EMENTA: APELAÇÃ O CÍVEL. INSPEÇÃ O
DE MEDIDOR DE ENERGIA ELÉ TRICA. SUPOSTA IRREGULARIDADE. CONDUTA
UNILATERAL DA CONCESSIONÁ RIA. AUSÊ NCIA DE PERÍCIA. RECURSO
CONHECIDO E IMPROVIDO. I - Do Termo de Ocorrência e Inspeçã o TOI acostado,
bem como da Comunicaçã o de Substituiçã o de Medidor, verificou-se
que no momento da inspeçã o e retirada do reló gio de mediçã o nã o havia qualquer
pessoa no local, além dos prepostos da concessioná ria, vez que no campo
destinado à assinatura do usuá rio consta a informaçã o ausente. II - A Resoluçã o nº
414/2010 da ANEEL, no escopo de afastar a unilateralidade na apuraçã o de
irregularidades dos usuá rios de energia elétrica, estabelece como uma das etapas
do procedimento a solicitaçã o de perícia técnica. III - É assente que, em sendo
negada pelo usuá rio a violaçã o do medidor de energia elétrica, nos moldes como
se deu no presente caso, a realização de perícia técnica torna-se imprescindível
para comprovar eventual irregularidade por ele cometida, a fim de dar concretude
aos princípios do contraditó rio e ampla defesa. IV - Por ter sido produzido de
forma unilateral o laudo técnico que subsidia a cobrança retroativa de valores
devidos a título de refaturamento em desfavor da apelada, inclusive, sem
a realização de perícia técnica do ó rgã o competente, entendeu-se pela falta de
provas da concessioná ria da alegada fraude no medidor de energia elétrica, o que
tornou inexigível a cobrança dos valores inclusive já pagos pela usuá ria,
devidamente comprovados no feito. V Apelaçã o conhecida e improvida. Vistos,
relatados e discutidos os presentes autos, ACORDA o Egrégio Tribunal de Justiça
(TERCEIRA CÂ MARA CÍVEL) em, à unanimidade, conhecer e negar provimento à
apelaçã o, nos termos do voto do Relator. Vitó ria, 18 de agosto de 2021.
PRESIDENTE RELATOR (A)
 EMENTA: APELAÇÃ O CÍVEL AÇÃ O DECLARATÓ RIA DE INEXISTÊ NCIA DE
DÉ BITO C/C INDENIZAÇÃ O POR DANOS MORAIS CONSUMO IRREGULAR
DE ENERGIA ELÉ TRICA ALEGADA INTERFERÊ NCIA
HUMANA NO MEDIDOR REFATURAMENTO DE ENERGIA ELÉ TRICA
LAVRATURA DO TERMO DE OCORRÊ NCIA E INSPEÇÃ O (TOI)
INSUFICIÊ NCIA DA INSPEÇÃ O
UNILATERAL PERÍCIA TÉ CNICA REALIZAÇÃO NÃ O OPORTUNIZADA AO
CONSUMIDOR INEXIGIBILIDADE DOS VALORES COBRADOS RESTITUIÇÃ O
EM DOBRO APLICAÇÃ O DO ART. 42 , PARÁ GRAFO Ú NICO , DO CDC
CONDUTA CONTRÁ RIA À BOA-FÉ OBJETIVA PRECEDENTE VINCULANTE
DO STJ DANO MORAL CONFIGURADO INDENIZAÇÃ O FIXADA EM
MONTANTE PROPORCIONAL E ADEQUADO CRITÉ RIOS DE ATUALIZAÇÃ O
MONETÁ RIA E JUROS MORATÓ RIOS EQUIVOCADAMENTE FIXADOS
RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. SENTENÇA MODIFICADA DE
OFÍCIO. 1 ) Em sendo negada pelo responsá vel pela unidade consumidora a
violaçã o do medidor de energia elétrica, tal qual verificou-se no caso
vertente, a inspeçã o técnica realizada unilateralmente pela concessioná ria,
a partir da lavratura do Termo de Ocorrência e Inspeçã o, nã o é suficiente
para caracterizar a irregularidade na conduta do consumidor, tornando-se
necessá ria a realização de perícia técnica a fim de comprovar eventual
fraude. 2) A Resoluçã o ANEEL 414/2010, já em vigência à época dos
fatos, no escopo de afastar a unilateralidade por parte da concessioná ria na
apuraçã o de eventual irregularidade, estabelece como uma das etapas do
procedimento a solicitaçã o de perícia técnica, a seu critério ou quando
requerida pelo consumidor. Precedentes deste e. Sodalício. 3) Na hipó tese
em apreço, nã o há dú vida de que a suposta fraude veio a ser constatada
unilateralmente pela concessioná ria, sem conferir oportunidade para que o
responsá vel pela unidade consumidora pudesse contestar o resultado
mediante solicitaçã o de perícia técnica pelo Ó rgã o Metroló gico. 4) Por ter
sido unilateralmente elaborado o laudo técnico que confere respaldo à
cobrança retroativa de valores devidos a título de refaturamento, sem
a realização de perícia técnica do ó rgã o competente vinculado à segurança
pú blica e/ou do ó rgã o metroló gico oficial, nã o foi suficientemente
comprovada pela concessioná ria de serviço pú blico a alegada
fraude no medidor de energia elétrica, o que torna inexigíveis, via reflexa,
os valores por ela cobrados. 5) Partindo do pressuposto de que o débito
decorrente do Termo de Ocorrência e Inspeçã o em comento é inexigível,
nã o há como deixar de reconhecer que a cobrança foi indevida e, por
conseguinte, todo o valor pago indevidamente deve ser restituído em dobro,
na forma do art. 42 , pará grafo ú nico , do Có digo de Defesa do Consumidor .
6) A Corte Especial do c. STJ, no julgamento dos Embargos de Divergência
nº 1.413.542, uniformizou o entendimento do Tribunal sobre a questã o,
definindo que a devoluçã o em dobro é cabível quando a cobrança indevida
consubstanciar conduta contrá ria à boa-fé objetiva, de tal sorte que nã o há
mais necessidade de demonstraçã o de má -fé por parte do fornecedor. 7) A
extensã o do efeito devolutivo da apelaçã o cível impede que esta Instâ ncia
Revisora enfrente capítulos decisó rios da sentença que nã o foram
especificamente impugnados. Destarte, considerando que apenas a
requerida foi quem interpô s recurso de apelaçã o, nã o há como reconhecer,
em sede recursal, o dever da concessioná ria de restituir em dobro também
o montante que foi pago depois da prolaçã o da sentença, sob pena de
incorrer em reformatio in pejus. 8) A ameaça de corte de energia e a
angú stia em receber faturas com valores exorbitantes configura evidente
dano moral. E, levando-se em conta os critérios da razoabilidade,
proporcionalidade, grau de culpa, porte econô mico das partes e da pró pria
gravidade do fato, impõ e-se a manutençã o da quantia de R$ 3.000,00 (três
mil reais) arbitrada na sentença. 9) Conforme entendimento pacífico do c.
STJ, tratando-se de responsabilidade civil contratual, o termo inicial da
atualizaçã o monetá ria para os danos materiais é a data do efetivo prejuízo
(Sú mula nº 43 ) portanto, o momento do desembolso da quantia paga
indevidamente e, para os danos morais, é a data do arbitramento (Sú mula
nº 362 ). Já o dies a quo dos juros de mora, independentemente da natureza
do dano, é a data da citaçã o, por cuidar-se de obrigaçã o ilíquida (art. 405 ,
CC/2002 ). 10) Apelaçã o cível conhecida e desprovida. Sentença modificada
de ofício.
 TJ-MG - Agravo de Instrumento-Cv: AI 10000220456859001 MG
Jurisprudência•Data de publicaçã o: 25/08/2022
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃ O ANULATÓ RIA DE MULTA. CEMIG.
ADULTERAÇÃ O E IRREGULARIDADE DO MEDIDOR DE ENERGIA. COBRANÇA DE
MULTA E POSSIBILIDADE DE INSCRIÇÃ O DO NOME DO CONSUMIDOR NA DÍVIDA
ATIVA. REALIZAÇÃO DE PERÍCIA UNILATERAL. AUSÊ NCIA DE PARTICIPAÇÃ O DO
TITULAR DA UNIDADE CONSUMIDORA. INOBSERVÂ NCIA AOS PRINCÍPIOS
CONSTITUCIONAIS DA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓ RIO. PRESENÇA DOS
REQUISITOS NECESSÁ RIOS PARA A CONCESSÃ O DA MEDIDA. DECISÃ O
REFORMADA. RECURSO PROVIDO. O ato da CEMIG de cobrar pela energia elétrica
consumida é perfeitamente regular. Em regra, sendo verificada
anormalidades no aparelho medidor, é procedente a cobrança de créditos que
deixou de receber em virtude da irregularidade. A cobrança, contudo, deve estar
revestida de legalidade, tratando-se de exercício regular de um direito oponível
contra o responsá vel pela custó dia do equipamento instalado no interior da
unidade consumidora. A concessioná ria deve adotar todas as providências
necessá rias para que o consumidor acompanhe os procedimentos administrativos
de inspeçã o e de vistoria do aparelho medidor de energia. Deve ser considerada
nula a avaliaçã o/perícia realizada sem que tenha sido oportunizada a participaçã o
do usuá rio/titular da unidade consumidora. Recurso a que se dá provimento.

DOS PEDIDOS
Diante do exposto requer:
a) a concessã o da gratuidade de justiça ao Recorrente;
b) o recebimento, conhecimento e processamento do presente recurso, em razã o
de ser tempestivo e pró prio;
c) seja o presente recurso acolhido e provido para modificar in totum a sentença
de primeira instâ ncia, julgando competente o Juizado Especial Cível para julgar a
presente demanda uma vez que conforme restou comprovado valor atribuído nã o
ultrapassa a alçada;

Nestes termos,
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, 18 de junho de 2023

Maristela TavaresOAB/RJ 90381

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