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Processo nº 0000213-25.2020.8.17.2760
RÉPLICA
BREVE SÍNTESE DA DEMANDA
Ocorre que, em breve análise do processo administrativo que gerou o TOI, verifica-se
que o mesmo teve sua origem em processo administrativo que correu sem o contraditório e
ampla defesa, devendo ser declarado nulo.
II. DO DIREITO
Mas ao contrário do que deveria acontecer, a empresa Ré no mesmo ato que lavrou o
TOI, gerou a aplicação de multa automaticamente, sem apurar devidamente se realmente havia
o desvio de energia elétrica, não dando margem ao que seria correto a se fazer, proporcionar a
ampla defesa do consumidor.
Também devemos levar em conta que o imóvel inspecionado é uma casa que não tinha
uma frequentação de pessoas de forma continua e que haviam períodos em que a mesma
permanecia trancada por vários meses, de forma que não deveria ser visto com estranheza o
período em que os kWh foram computados no mínimo da fase (06/2018 – 12/2018),
posteriormente a esse período podemos notar um retorno aos padrões de kWh, justamente
quando a casa volta a ser frequentada, como podemos notar no “Memorial de Cálculo” acostado
ao processo digital em questão pela própria parte Ré em sua contestação.
Temos como clara a unilateralidade do débito arbitrado pela CELPE no caso em tela, tal
unilateralidade foi por nós abortada no item “DA IRREGUARIGADE DA COBRANÇA E
ILEGALIDADE DA INSPEÇÃO”, onde mostramos que a penalidade foi imposta de maneira
indevida, por não ter sido proporcionado o contraditório e a ampla defesa. Portanto, temos como
certo que não se deve prosperar o argumento proposto na contestação de que a Súmula 13 do C.
TJPE não é devida ao caso em tela.
Vale destacar, que o Egrégio Superior Tribunal de Justiça em seu Tema 699, decidiu
que a energia poderia ser cortada apenas se fossem observados o contraditório e ampla defesa, o
que não aconteceu. Vejamos:
(grifos nossos)
Dessa forma, podemos perceber a gravidade do erro cometido pela CELPE ao promover
o corte da energia da parte autora sem o prévio oferecimento da ampla defesa e do contraditório.
Neste mesmo sentido, o Código de Defesa do Consumidor, Lei n.º 8.078/90, assegura
ao consumidor de serviços a efetiva prevenção e reparação de danos morais – conforme
disposto no art. 22, parágrafo único, entre outros tantos direitos considerados básicos pelo
Diploma Legal em foco, transcrito acima.
Ademais, resta claro que a Ré ABUSOU DO SEU DIREITO de parte mais forte na
relação contratual para querer fazer valer a multa aplicada a parte Autora do presente contrato
objeto da lide.
“Art. 927 - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
- DO VALOR DA CONDENAÇÃO
Impende destacar que de acordo com o Novo Código de Processo Civil, em seu
artigo 292, inciso V, ficou determinado que o pleito de indenização por danos morais deve
trazer o seu valor pretendido.
Desta sorte, o ofensor tem que efetivamente sentir o constrangimento legal que lhe é
imposto via condenação indenizatória por perdas e danos morais causado ao ofendido. O
ofensor tem que perceber, via indenização, o caráter punitivo da mesma, sem o que estará
pronto a agredir, a desrespeitar a esfera moral de tantos quanto acredite que deva.
Por outro lado, a quantia a ser estipulada para fins de indenização tem que ser de tal
monta que cause no ofendido o prazer interior supostamente equivalente ao constrangimento
que tenha lhe causado o ato ilícito praticado pelo ofensor. Só assim, estará se dando pela via
judicial a reparação perseguida a título de dano moral.
A estipulação de um valor que não revele em si efetiva punição ao ofensor, ainda que
seja a sentença para considerar procedente a Ação proposta, mais agravará os danos morais do
que os reparará, pois que estará a mostrar à sociedade, ao ofendido e principalmente ao próprio
ofensor, o desleixo e o pouco valor que foi dado aos direitos de personalidade do ofendido,
direito à honra e a moral, nas palavras de JOSÉ AFONSO DA SILVA, "direitos fundamentais
do homem", quando se sabe serem estes os direitos mais caros a qualquer indivíduo.
- DO PEDIDO
a) Que seja realizada prova pericial com o fim de demonstrar a regularidade das
instalações elétricas do local inspecionado;
Nestes termos,
Pede deferimento.
OAB/PE 43.547
ESTAGIÁRIO