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Processo nº 0000228-03.2023.8.16.0113
3. Conforme trazido à exaustão, à Requerida não mediu esforços para esclarecer todos os
questionamentos feitos pela Autora.
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5. E veja que uma das tentativas ocorreu logo após o prazo estabelecido (07/12), sendo
razoável presumir que, conquanto estivesse fora do prazo, a tentativa de entrega não acarretaria
prejuízo à Autora, vez que não trouxe qualquer circunstância desabonada em razão do atraso.
6. No mais, são inverdades as alegações autorais, posto que, no dia 12/12/2022, uma
nova tentativa de entrega acabou sendo frustrada, de modo que o SAC (Serviço de Atendimento
ao Consumidor) da Requerida contatou à Autora para questionar o porquê daquela recusa, mas
não obteve qualquer retorno:
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7. A Autora sempre esteve ciente todos os procedimentos de entrega. Porém, nada fez
para solucionar o impasse, preferindo tumultuar o processo de entrega, sempre recusando as
mercadorias.
8. Não bastassem as recusas injustificadas e numa atitude que beira as raias da má-fé,
realizou diversas “ameaças” contra a Ré a respeito do atraso das entregas, embora ocorresse
justamente o contrário:
9. Após nova tentativa de entrega frustrada, a Requerida, então, solicitou que a Autora
pudesse retirar dos produtos no CO (Centro Operacional) mais próximo de sua residência. No
entanto, não obteve qualquer retorno. Dessa forma Excelência, consigne-se que a Requerida
procurou todos meios possíveis de cumprir com sua obrigação, trazendo elementos convincentes
que apenas não conseguiu entregas os produtos, por culpa exclusiva da Autora. Veja que foram
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07 (sete) tentativas de entregar os produtos, além da troca de e-mails com a consumidora com o
escopo resolver a questão. Impossível aqui, fala-se em desídia.
10. A situação em comento revela uma verdadeira inversão de obrigações, posto que foi à
Autora quem recusou o cumprimento da obrigação, não aceitando os produtos pela
transportadora. Muito embora seja assente o protecionismo que permeie as relações de consumo,
ele não é absoluto, devendo Vossa Excelência verificar as circunstâncias de cada caso antes de
aplicar à norma.
11. E o caso em tela traz exceção à regra, onde tem-se que a culpa pela não entrega é do
consumidor. Assim, deve ser aplicado comando inserto no art. 14, §3º, II da Lei 8.078/90 que
dispõe:
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Dano moral que não restou provado em audiência
13. No que pertine aos danos morais, este juízo chegou a oportunizar a demandante para
que esclarecesse os motivos que a levaram a postular a rubrica indenizatória através de audiência
para tal desiderato. No entanto, a própria Autora emergiu enorme dificuldade de esclarecer de que
forma sofreu algum abalo psicológico ou mesmo alguma conduta que ultrapasse mero
aborrecimento.
14. Questionada sobre a existência de algum prejuízo de ordem moral, a Autora não
especificou ou mesmo exemplificou uma situação desabonadora causada em sua vida, limitando-
se a informar apenas que comprou outros produtos em razão do suposto atraso. (vide áudio a
partir do 8:30min), mostrando o caráter temerário da medida.
16. Nunca houve qualquer alegação de tratamento abusivo ou vexatório, pois não é o
caso, ressalta-se. Não há nenhuma outra alegação que pudesse justificar o pedido de danos
morais.
DA CONCLUSÃO
17. Diante da narrativa, em vista que a Requerida enveredou esforços para realizar a
entrega dos produtos, promovendo diversas tentativas de entrega, porém, todas recusadas de
forma injustificada pela Autora, conforme documentos que ora instruem esta defesa, somado ao
fato que à Autora não trouxe qualquer evidência de situação vexatória ou humilhante pelo atraso
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das mercadoras, conforme afirmou em audiência, roga-se aos sábios conhecimento de Vossa
Excelência, que a presente ação seja julgada TOTALMENTE IMPROCEDENTE. É o que se
espera.
18. Por fim, requer-se desde já que as futuras intimações e publicações sejam realizadas
em nome do advogado SIDNEI AMENDOEIRA JÚNIOR, inscrito na OAB/SP n° 146.240 e
FRANCISCO MARCHINI FORJAZ, inscrito na OAB/SP nº 248.495, sob pena nulidade.
Termos em que,
Pede deferimento.