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1.

VÍCIO DO PRODUTO

EMENTA
APELAÇÃO CÍVEL – CONSUMIDOR E PROCESSO CIVIL – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO
POR DANOS MORAIS E MATERIAIS – DEMANDA JULGADA IMPROCEDENTE NA
ORIGEM – INSURGÊNCIA DA AUTORA – VÍCIOS APRESENTADOS E NÃO SANADOS
EM PRODUTO ELETRODOMÉSTICO (LIQUIDIFICADOR) – INSUFICIÊNCIA DO LASTRO
PROBATÓRIO ACOSTADO AOS AUTOS - AUSÊNCIA DE PERÍCIA JUDICIAL - FALHA
NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO NÃO EVIDENCIADA - AUSÊNCIA DE PROVAS CAPAZES
DE ELIDIR A CONCLUSÃO FIRMADA – SENTENÇA MANTIDA - RECURSO CONHECIDO
E IMPROVIDO - À UNANIMIDADE. (Apelação Cível Nº 202300813124 Nº único: 0001866-
81.2022.8.25.0040 - 2ª CÂMARA CÍVEL, Tribunal de Justiça de Sergipe - Relator(a): Edson
Ulisses de Melo - Julgado em 03/06/2023)

RELATÓRIO
Fazendo um breve resumo, trata-se de uma causa indenizatória em face da lojas
Americanas, em razão de ter adquirido um liquidificador no valor de R$ 119,99 que chegou
a sua residência no dia 04/12/2021 e dois dias após no dia 06/12/2021 quando no primeiro
uso, ocorreu um estouro que danificou o motor do produto.
Aduziu que se deslocou até loja física da demandada e informou que o produto deveria ser
reenviado pelos correios para que fosse enviado um novo produto, o que não foi feito.
Após o Magistrado de 1º grau analisar as provas dos autos, decidiu pela improcedência da
demanda.
Tendo visto que a autora, não produziu prova suficiente e nem sequer requereu a produção
de perícia técnica, para reparo do objeto adquirido. Por ausência de provas capazes de
atestar se de fato o vício do produto ocorreu, e se houve falha na prestação de serviço por
parte das Americanas, já que consta apenas o pedido de troca, não havendo comprovação
de que este fato ocorreu pelo vício no produto. Sendo negado o provimento.

2. VÍCIO DO SERVIÇO
EMENTA
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E
MATERIAL – ALEGAÇÃO DE DESCONTOS INDEVIDOS EM CONTA POUPANÇA –
MOVIMENTAÇÕES EM OUTRO ESTADO (Olhos d’Água das Flores /AL) –
ALEGAÇÃO DO BANCO DE QUE OS SAQUES FORAM FEITOS COM SENHA
PESSOAL – FUNDAMENTO REFUTADO PELA AUTORA QUE DIZ NUNCA TER SAÍDO
DO MUNICÍPIO DE GLORIA/SE E DE INEXISTÊNCIA DE MOVIMENTAÇÕES VIA
INTERNET – PEDIDO DE CÓPIA DAS IMAGENS DAS CÂMARAS DE SEGURANÇA
NEGADO À AUTORA, MESMO TENDO SIDO AFIRMADO EM CONTESTAÇÃO A SUA
EXISTÊNCIA – NÍTIDA FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO – VÍCIO NÃO
VERIFICADO – NÍTIDA INSATISFAÇÃO DO JULGADO - RECURSO CONHECIDO E
IMPROVIDO. DECISÃO UNÂNIME. (Embargos de Declaração Nº 202200746379
Nº único: 0000151-14.2021.8.25.0048 - 1ª CÂMARA CÍVEL, Tribunal de Justiça
de Sergipe - Relator(a): Roberto Eugenio da Fonseca Porto - Julgado em
16/02/2023)

RELATÓRIO
Trata-se de uma ação onde a autora faz alegações de descontos indevidos em
sua conta poupança, sendo feita a movimentação (saque) em outro estado.
Onde o banco por sua vez alega que os saques foram feitos com senha pessoal,
fundamento esse refutado pela autora, que diz nunca ter saído do município
onde reside, sendo negado o pedido de cópia das imagens das câmeras de
segurança pela parte da autora.
A instituição por sua vez, afirma que duas mulheres, na cidade de Olhos d’Água das Flores
/AL, foi quem realizou os saques, não havendo falha porque pressupõe que a senha foi
concedida.
A magistrada a qual julgou procedente o pleito autoral. Decisão mantida em sede de
apelação cível, sob o fundamento de que, em face da alegação da autora de ser lavradora,
nunca ter saído do Município e que nunca deu a senha a qualquer pessoa, é que se fazia
necessário a juntada das imagens pontuadas pelo Banco, ou de quaisquer outros
documentos que demonstrassem que foi a autora quem fez as transações.Acrescentou-se
que nenhum procedimento administrativo foi iniciado pelo Banco para averiguar o ocorrido.
Inclusive a autora diz ter solicitado as imagens, sem êxito. Assim, considerando que cabe
ao banco o ônus de provar a autenticidade das operações, cabe ao mesmo arcar com o
ônus da sua inércia.Desta feita, cai por terra a alegada omissão de inexistência de culpa da
instituição bancária. Assim, não há vício a ser sanado. O vício apontado nada mais é do que
mera insatisfação do julgado.

3.DEFEITO DO PRODUTO
EMENTA
APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – PRODUTO QUE
APRESENTOU DEFEITO – DECISÃO DE 1º GRAU QUE DETERMINOU A
SUBSTITUIÇÃO DO PRODUTO POR OUTRO DA MESMA ESPÉCIE E EM PERFEITAS
CONDIÇÕES DE USO OU A RESTITUIÇÃO DOS VALORES PAGOS, EM CASO DE
IMPOSSIBILIDADE DE CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO – MERO ABORRECIMENTO -
DANO MORAL NÃO CARACTERIZADO – SENTENÇA MANTIDA - RECURSO
CONHECIDO E IMPROVIDO - UNANIMIDADE. (Apelação Cível Nº 202300802679 Nº
único: 0016451-61.2022.8.25.0001 - 2ª CÂMARA CÍVEL, Tribunal de Justiça de Sergipe -
Relator(a): Edson Ulisses de Melo - Julgado em 10/04/2023)

RELATÓRIO
Trata-se de um recurso de apelação contra a sentença de procedência parcial em face da
Magazine Luiza. A autora autora que em 05/06/2021 adquiriu um notebook
SMARTPHONE SAMSUNG GALAXY A-12. Aduziu que, após algum tempo de uso, o
produto começou a apresentar defeitos. Afirmou que encaminhou o produto à
assistência técnica via Correios, na caixa original, em perfeito estado. Narrou
que o aparelho retornou sem conserto, em caixa diversa da original e dentro de
uma sacola plástica. Informou que o item veio acompanhado de relatório técnico
que acusava o mau uso, especialmente por contato com líquido e/ou umidade,
razão pela qual o conserto demandaria pagamento por parte da acionante.
Sendo proferida uma sentença em 08/11/2022 a qual o juiz julgou procedentes
em parte os pedidos autorais. Inconformado, apela o autor pleiteando a reforma
da sentença, para que a requerida seja condenada ao pagamento da indenização
por danos morais no valor de R$ 10.00,00. A juíza reconheceu que o recurso
preenche os requisitos de admissibilidade, devendo portanto ser conhecido. Compulsando
os presentes autos, após detida análise do feito, percebe-se que não assiste razão ao
apelante, posto que não houve o atendimento aos pressupostos acima destacados,
sobretudo porque não restou comprovado o ato ilícito e a existência do dano. Nesse
cenário, restou incontroverso o defeito no computador da autora. Diante disso, o
Magistrado de 1º grau determinou a substituição do produto objeto da lide por outro da
mesma espécie e em perfeitas condições de uso, ficando determinada a restituição dos
valores pagos, em caso de impossibilidade de cumprimento da obrigação de substituição
por outro da mesma espécie. Sendo negado o provimento em face do recurso

4.DEFEITO DO SERVIÇO
EMENTA
APELAÇÃO CÍVEL. Ação Indenizatória. Serviço Bancário. Demora na entrega de cartão
magnético vinculado ao BANESE e BANESE CARD. Falha na prestação de serviços. Dano
moral configurado. Valor fixado em R$ 2.000,00 (dois mil reais). Manutenção. Honorários
majorados de 10% para 15% a título de recursais. RECURSO CONHECIDO E
DESPROVIDO. 1. A responsabilidade do prestador de serviço bancário é objetiva (art. 14,
caput, do CDC), somente podendo ser afastada quando provar: a) que, tendo prestado o
serviço, o defeito inexiste; b) culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. 2. A obrigação
de indenizar exige, portanto, apenas a aferição de ato ilícito praticado pelo fornecedor de
serviços, do dano causado ao consumidor e do nexo causal entre eles. 3. Em análise das
provas coligidas ao feito, nota-se que o recorrido solicitou o cartão magnético ao banco
Recorrente, em dezembro/2020 (situação não contestada pelos requeridos), entretanto, por
falha não identificada no serviço, o consumidor não recebeu o plástico pelos Correios, nem
o encontrou disponível em sua agência de relacionamento no Bairro Atalaia – Aracaju/SE.
Conforme consignado no caderno processual, o referido cartão foi entregue ao autor
somente em 27/07/2021, após ajuizamento da lide. 4. O Recorrente não logrou êxito em
comprovar a inexistência de falhas na prestação de serviços, ônus que lhe incumbia,
conforme art. 373, inc. II do CPC. 5. A situação vivenciada pelo recorrido não consiste em
mero aborrecimento, vez que em decorrência da omissão da empresa, o apelado teve sua
vida financeira completamente alterada, precisando efetuar saques diretamente na agência
para recebimento do seu salário, isso durante meses (fls. 33/35); e sem poder usar o
plástico para compras parceladas (fls. 36/41). 6. Por fim, compreende-se que o dano restou
configurado e o valor reparatório arbitrado é razoável. 7. Recurso conhecido e desprovido.
(Apelação Cível Nº 202200711680 Nº único: 0000674-43.2021.8.25.0010 - 1ª CÂMARA
CÍVEL, Tribunal de Justiça de Sergipe - Relator(a): Ruy Pinheiro da Silva - Julgado em
08/08/2022)

RELATÓRIO
Trata-se de uma apelação cível interposta pelo Seac contra a sentença que julgou
parcialmente procedente a ação cominatória contra si ajuizada por Marcos Vinicius Vieira
Almeida, na qual o autor buscava reparação por espera excessiva para recebimento do
cartão de crédito BANESE CARD, com qual efetua compras e movimenta sua conta. Em
suas razões, o recorrente assevera que o magistrado de planície não considerou totalmente
os fatos narrados nos autos. O sentenciante ponderou que houve falha na prestação do
serviço, dada a espera de mais de quatro meses para recebimento do plástico, julgando
parcialmente procedente a pretensão autoral, condenando os requeridos ao pagamento de
R$ 2.000,00 (dois mil reais) a título de danos morais. Em análise das provas coligidas ao
feito, nota-se que o Recorrido solicitou o cartão magnético ao banco Recorrente, em
dezembro/2020 (situação não contestada pelos requeridos), entretanto, por falha não
identificada no serviço, o consumidor não recebeu o plástico pelos Correios, nem o
encontrou disponível em sua agência de relacionamento no Bairro Atalaia – Aracaju/SE.
A situação vivenciada pelo recorrido caracteriza-se como falha na prestação de serviços,
vez que em decorrência da omissão da empresa, o apelado teve sua vida financeira
completamente alterada, precisando efetuar saques diretamente na agência para
recebimento do seu salário, isso durante meses. Considerando a situação vivenciada,
entende-se que o valor arbitrado em R$ 2.000,00 (dois mil reais) é razoável e proporcional.
Ante o exposto, foi negado o provimento do recurso, mantendo a sentença fustigada em
todos os seus termos.

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