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PROCESSO: 0805383-12.2023.8.19.

0002

AUTOR: NEIZE APARECIDA ZIED MONTEIRO

RÉ: VAREJO COMERCIAL DE MOVEIS EIRELI

Dispensado o relatório na forma do artigo 38 da lei 9.099/95.

Trata-se de Ação de Procedimento Especial, prevista na Lei no 9.099/95,


por meio da qual narra a autora que adquiriu junto à ré um sofá no valor de R$
2.979,79 no dia 26.11.2022 com previsão de entrega de no máximo 15 dias após a
data da compra. Relata que não chegou na data limite prevista, sendo entregue
somente no dia 11.01.2023. Disserta frustração pois havia expectativa de receber
o produto antes do natal. Por essas razões, requer compensação por danos morais
no valor R$ 6.500,00

Regularmente citada, a ré apresentou defesa não arguindo preliminares, e,


no mérito, sustenta ausência de falha na prestação do serviço e inocorrência de
danos morais.

Em sede de Audiência de Instrução e Julgamento, compareceram ambas as


partes, não sendo possível ter obtido acordo, tendo as partes se manifestado pela
ausência de provas a produzir e, por fim, se reportaram as suas respectivas peças.

Passo a decidir.

Presentes os pressupostos processuais de constituição e validade do


processo, não havendo quaisquer nulidades ou irregularidades que devam ser
declaradas ou sanadas, bem como outras preliminares que pendam de apreciação,
passo ao exame do mérito.
A relação jurídica entre as partes é de consumo, já que estão presentes os
requisitos subjetivos (consumidor e fornecedor - artigos 2o e 3o da Lei 8078/90) e
objetivos (produto e serviço - §§ 1o e 2o do artigo 3º da mesma lei) dispostos no
CDC.

Em análise à petição inicial, verifico que a autora não realizou a juntada de


conteúdo probatório suficiente à comprovação dos fatos ocorridos, ônus este que
lhe competia, eis que deveria constituir provas constitutivas de seu direito, por
força do disposto no art. 373, I do CPC e à Súmula 330 do TJRJ.

Verifico que a autora narra em sua petição inicial que o prazo concedido
para entrega do sofá seria de 15 dias após a data compra. Contudo, a autora não
realiza nenhum tipo de prova neste sentido a fim de corroborar com suas
alegações.

Em análise à nota fiscal acostada pela autora em ID 47177083 é possível


verificar que consta indicação de “EN” no produto, onde abaixo vem descrito que
“EN” significaria o prazo de entrega do produto, que consistiria entre 5 e 60 dias
úteis após a compra.

Em exame à contestação apresentada, a ré afirma acerca da inexistência


de falha na prestação de serviço tendo em vista que o produto foi entregue dentro
do prazo previsto, tendo sido o produto entregue em 10.01.2023.

Dessa maneira, resta claro que a parte autora não conseguiu trazer aos
autos elementos probatórios suficientes no sentido de que haveria uma oferta de
entrega do produto em 15 dias, tal qual a mesma disserta em sua petição inicial.
Em contrário, a própria nota fiscal acostada pela autora revela prazo diferente.

Por essas razões, resta evidente que não ocorreu a falha na prestação de
serviço descrita na petição inicial, uma vez que o produto foi entregue dentro do
prazo ofertado pela ré.
Portanto, ponderando os fatos e provas trazidos aos autos, entendo que
ausente o mínimo de provas fundamentadoras do direito autoral, não
vislumbrando existência na falha da prestação de serviço, na forma descrita na
petição inicial. Assim sendo, entendo que os pedidos autorais deverão ser julgados
improcedentes.

Ante o acima exposto, JULGO IMPROCEDENTES, na forma do art. 487, I,


os pedidos elencados à exordial. Sem custas e honorários de sucumbência, nos
termos do art. 55 da Lei 9.099/95.

Em seguida, preclusas as vias impugnativas e observadas as


formalidades legais, dê-se baixa e arquivem-se.

P.R. I

Submeto o projeto de sentença à homologação pelo MM. Juiz de Direito,


nos termos do art. 40 da Lei nº 9.099/95.

Ricardo Gadelha dos Santos


Juiz Leigo

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