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AO JUÍZO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAMPINAS – SP.

Processo nº 1234

JULIANA FLORES, Brasileira, solteira, empresária, inscrita sob o CPF nº...,


documento de identidade de nº..., residente e domiciliada na rua Tulipa, 333, no
município de Campinas/SP, endereço eletrônico..., vem, à presença de Vossa
Excelência, por seu advogado que esta subscreve (documento em anexo), com
escritório na (endereço completo), local onde receberá todas as intimações, com
fulcro no artigo 335 e seguintes do Código de Processo Civil, apresentar
CONTESTAÇÃO à presente Ação de Anulação de Negócio Jurídico, pelo
procedimento comum, que ele move SUZANA, já qualificado nos autos, expor e
ao final requer:

I – PRELIMINARMENTE

INCOMPETÊNCIA RELATIVA

Ver-se no caso relatado, que é relativamente incompetente o foro


ao qual tramita essa lide, tendo em vista que, tratando-se de bens imóveis, a
regra é que a ação seja proposta no foro onde ela se situa a coisa imóvel, com
isso temos o foro de Ribeirão Preto como competente para apreciar tal lide, de
acordo com o artigo 47 do CPC.

Com isso, requer seja reconhecida a preliminar de incompetência


relativa e, como consequência, a remessa dos autos ao juízo competente.

COISA JULGADA

A lide ora apresentada, trata-se de uma tentativa de anulação de


negócio jurídico, entretanto, não é a primeira vez que a demandante apela para
medidas judiciais para este caso, tendo em vista que o mesmo tema desta lide
haverá sido apreciado em Juízo na 2ª Vara Cível da Comarca de Campinas,
sendo julgado improcedente e do pedido não se é cabível qualquer recurso, tenta
então a demandante pleitear referente à coisa que outrora já houvera sido
julgada, nos remetendo ao artigo 502 do CPC.

Não obstante, requer-se, o reconhecimento da extinção da presente


ação sem apreciação do mérito, pelo fato de existência de coisa julgada, com o
reconhecimento e condenação da demandante ao pagamento das custas e dos
honorários advocatícios pertinentes, ao advogado da demandada, de acordo
com os artigos 337, VII e 485, V, ambos do Código de Processo Civil.

LEGITIMIDADE PASSIVA

E tratando-se da legitimidade das partes, mais precisamente na


legitimidade passiva, vemos que existe um equívoco da demanda quanto a esse
aspecto, consiste na “relação de sujeição diante da pretensão do autor”.
Destarte, se não há nexo de causalidade entre o direito invocado pelo autor e a
conduta do réu, verifica se a ocorrência de ilegitimidade passiva.

A doação, objeto da presente demanda, foi realizada pela autora ao


Orfanato Semente do Amanhã, sendo a requerida parte ilegítima para a referida
ação, mesmo Juliana sendo diretora do Orfanato, visto que não há nexo de
causalidade entre a ação da requerida e o livre consentimento de Susana. É
importante salientar que não houve negócio jurídico com a senhora Juliana e sim
com a pessoa jurídica Orfanato.

Assim, é que a exclusão da requerida do polo passivo da demanda,


julgando se extinto o processo sem resolução do mérito, na forma do artigo 485,
VI, do CPC.

II – PREJUDICIAL DE MÉRITO

DECADÊNCIA

A ora demandante, pleiteou a presente ação no ano de 2017, o ato


jurídico da doação ocorrerá no ano de 2012, não nos resta dúvida, que recai o
instituto da decadência sobre direita demandante, visto que se passaram um
período de 5 anos, o que nos mostra o artigo 178, I, do Código Civil.

Não há que se falar e propositura de ação, visto que já decorreram


o prazo decadencial para propositura, portanto resta se descaído o pedido da
demandante, pois, não há como anular o negócio jurídico que já for atingido pelo
prazo decadencial.

Ante o exposto, constando a impossibilidade da acolhimento do


pedido inicial, requer O Juramento com resolução de mérito, de acordo com o
artigo 487, inciso II, do CPC.

Não obstante, requer a consequente condenação da demandante


ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios da
demandada.
III – MÉRITO

A demandante alega que sofreram coação para que tal negócio


jurídico disposto nesta lide fora concretizado, entretanto Vossa Excelência, ver-
se total inverdade essa afirmação, pois tratava-se de um simples conselho no
qual a demanda relatava a todos os seus ora funcionários. Não obstante, a
demandante traz apenas alegações, não gosta de nenhum meio de prova para
alegar tal acontecimento. Ocorre, que a demanda da professava da mesma
religião da demandante, e sempre trazia consigo os mandamentos desta, que
um deles trata do aspecto caridoso para com os outros, ensinamentos estes que
não eram repassados de forma a coagir a demandante, tendo em vista que esse
conselho era dado a todos os funcionários da demandada, tendo assim várias
testemunhas de que não houvera qual a ação para que fosse realizado o negócio
jurídico.

Traz a demandante, o assunto é de coação para tornar o negócio


jurídico anulável por meio do vício, entretanto, devemos apreciar o que de fato é
uma coação, o que nos esclarece o artigo 151 do Código Civil.

Na mesma seção deste artigo, vemos o que não se trata de coação,


precisamente no artigo 153.

Portanto, Vossa Excelência, não há de se falar que no caso em


questão, existir a figura de coação, uma vez que a demandada não utilizava-se
de comportamento que se configure como tal, não obstante, vemos que alega a
demandante que ameaçava-lhe de demissão a demanda, Trata-se de uma
atitude que pode ser tomada Por Ela, tendo em vista que a hora demandada era
diretora do orfanato, ocupando assim uma posição de chefia podendo executar
tais atos pertinentes à função ocupada. Trata se também, de uma reverência por
parte da demandante, a sua religião, não podendo atribuir a demandada tal
comportamento.
IV – PEDIDOS

Ante o exposto, requer-se:

a) seja acolhida a primeira preliminar arguida, reconhecendo-se a


incompetência relativa do juízo e remetendo-se os autos ao juízo
competente;
b) Seja acolhida a segunda preliminar de coisa julgada, determinando a
extinção do processo sem a resolução do mérito;
c) seja acolhida preliminar de ilegitimidade passiva, intimando o autor para se
manifestar em 15 (quinze) dias, sobre a alteração da petição inicial para
substituição do réu, caso contrário seja extinto o processo sem a resolução
do mérito;
d) ultrapassada prejudicial de mérito, seja julgada improcedente o pedido;
e) condenação do autor ao pagamento das custas judiciais e honorários
advocatícios, estes fixados em 20% sobre o valor da causa.

V- DAS PROVAS

Requer a produção de todos os meios de provas em direito admitidos,


notadamente, documental e testemunhal, bem como o depoimento pessoal do
autor, na amplitude do artigo 369 do Código de Processo Civil.

Nestes termos

Pede deferimento

Local e data

Advogado

OAB nº...

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