Você está na página 1de 2

JULIANA FLORES, já qualificada na inicial, por intermédio de seu advogado subscrito,

com endereço profissional à rua..., localidade a qual deverá receber futuras intimações,
conforme dispõe artigo 77, inciso V, do código de processo civil, vem respeitosamente
perante Vossa Excelência, nos autos... da ACÃO DE ANULAÇÃO DE NOGOCIO
JURIDICO, pelo procedimento comum, movido por SUZANA MARQUES, já qualificada
nos autos, vem a este juízo oferecer CONTESTAÇÃO, para expor e requerer o que segue:
1. DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO
A requerida não tem a interesse de realizar audiência de conciliação e mediação, com base
no artigo 334 §5 do código de processo civil.
2. PRELIMINARMENTE
2.1 DA COISA JULGADA
De acordo com o art. 337, § 1º, do Código de Processo Civil: “Verifica-se litispendência ou
a coisa julgada quando se reproduz ação anteriormente ajuizada”.
Destaca-se que recai sobre a presente demanda o instituto da coisa julgada, visto que a
autora já propôs ação com os mesmos fatos e fundamentos, a qual tramitou na 2ª vara, tendo
sido julgado improcedente com o transito em julgado da decisão.
Ante o exposto requer a extinção do processo sem resolução do mérito, conforme dispõe o
art. 485, inciso V, do Código de Processo Civil.
2.2 DA ILEGITIMIDADE PASSIVA
Trata-se de relação jurídica que foi realizada entre a Autora e a pessoa jurídica Orfanato
Semente do Amanhã, ocorrendo, portanto, ilegitimidade passiva na ação, devendo o feito
ser extinto, sem resolução de mérito, por carência de ação, conforme elencam os Art. 337,
inciso XI, e 485, inciso VI, do código de processo civil
Art. 337.Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito,
alegar:
XI - ausência de legitimidade ou de interesse
processual;
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:
VI - verificar ausência de legitimidade ou de
interesse processual;
Requer que seja intimando o autor para se manifestar em 15 (quinze) dias, sobre a alteração
da petição inicial para substituição do réu, caso contrário seja extinto o processo sem
resolução do mérito.

3. DA PREJUDICIAL DO MÉRITO
De acordo com as alegações da autora a Ré teria a coagido, afim de que a mesma doasse o
referido imóvel para o orfanato Semente do amanhã, o qual fora doado no dia 18 de março
de 2012. Supondo que houvesse ocorrido, a coação cessaria no ato do desligamento da
Autora com empresa em que trabalhava, no caso no em abril de 2012, se não, o prazo
passaria a contar na data em se efetivou o negócio jurídico. Isto é em 18 de março de 2012,
ou seja, desde a doação até o presente momento em que a autora ingressou com o pedido já
se passaram mais de 4 anos.
Desse modo, houve a decadência do direito, tendo em vista que quando a pretensão é do
próprio contratante o prazo decadencial para anulação de negócio jurídico é de 4 anos.
Conforme artigo 178, inciso I do código civil.
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência
para pleitear-se a anulação do negócio jurídico,
contado:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;
Requer a extinção do processo com resolução do mérito, conforme dispõe o artigo 487.
Inciso II do Código de processo civil.
4. DO MÉRITO
A requerente alega que a ré, que é sócia majoritária na empresa em que a mesma trabalha,
teria a coagido, afim de que a ela doasse um imóvel para o orfanato Semente do amanhã, no
qual a ré é diretora, e que por receio de perder seu emprego teria realizado a doação.
Entretanto, verifica-se que tais alegações são superficiais e infundadas, por não haver
provas de tais fatos.
Destaca-se que a autora pouco depois de ter feito a doação pediu demissão, por razão de ter
aceitado proposta de emprego, feita por empresa concorrente que lhe oferecera melhor
salário. Sendo que tal proposta fora feita em fevereiro de 2012, antes da doação do imóvel.
Ora, excelência, se a autora já tinha uma melhor proposta de emprego, o que a levaria a
realizar a doação imóvel, por coação, sendo que a mesma não se encontrava em situação de
insegurança pelo risco de ficar desempregada. Tal fato, não condiz com as alegações feitas
pela requerente.
Ocorre que por parte da requerida não houve coação, ameaça, ou pedido para que fossem
realizadas doações em favor do orfanato, e sim incentivos a fazer caridade, os quais não
foram exclusivos a demandante, mas sim aos funcionários da empresa no geral. Sendo que
nem um dos demais empregados, sentiu-se coagido com tais sugestões, tanto que nenhum
jamais realizou doação ao orfanato.
Segundo Francisco Amaral a coação é: “a ameaça com que se constrange alguém à prática
de um ato jurídico”, em concordância com o código civil em seu artigo 151, no que diz:

Art. 151. A coação, para viciar a declaração da


vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado
temor de dano iminente e considerável à sua pessoa,
à sua família, ou aos seus bens.
Dessa forma, tendo em vista que não houve ameaça ou situação que incutasse a autora
grande temor de dano, não há o que se falar em coação. Devendo ser declarado
improcedente o pedido de anulação de negócio jurídico.

5.DOS PEDIDOS
Isto posto, requer a Vossa Excelência:
A. Seja acolhida a primeira preliminar de coisa julgada, determinando a extinção do
processo sem resolução do mérito;
B. seja acolhida a segunda preliminar ilegitimidade passiva, intimando o autor para se
manifestar em 15 (quinze) dias, sobre a alteração da petição inicial para substituição do réu,
caso contrário seja extinto o processo sem resolução do mérito
C. seja pronunciada a decadência extinguindo-se o processo com resolução do mérito;
D. Ultrapassada a prejudicial de mérito, seja julgado improcedente o pedido de anulação do
negocio jurídico.
E. A condenação da autora ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios.
6. DAS PROVAS
Requer a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, notadamente,
documental e testemunhal, bem como depoimento pessoal do autor, na amplitude do art.
369 CPC
Termos em que pede e
Espera deferimento.
Local, data
Advogado
OAB/UF

Você também pode gostar