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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA...

VARA CÍVEL DO FORO


(XXXX) DA COMARCA DE (XXXXXX) – (XX)

Autos nº (número do processo)

(NOME DO RÉU), já qualificado nos autos da ação de número em epígrafe, vem,


respeitosamente, à Vossa Excelência, por meio de seu advogado que esta subscreve, com
fundamento no art. 335 do CPC (Lei 13.105/2015), apresentar CONTESTAÇÃO em face de
(NOME DO AUTOR), pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas.

I – DA SÍNTESE PROCESSUAL
Pretende o autor a declaração de inexistência do débito da quantia de R$..., representado pela
duplicata mercantil..., vencida em..., protestada por indicação pelo...º Tabelionato de Protesto de
Títulos de... Em seu Livro..., fl...
Ademais, também pretende o autor o recebimento de indenização por danos morais em valor
superior a 20 salários mínimos, em vista do protesto do título, por alegar a inexistência do
débito.
Por ter prestado caução, o autor obteve a concessão, inaldita altera pars, da antecipação parcial
dos efeitos da tutela para o cancelamento provisório do protesto realizado em seu nome.
Citado o réu, agora contesta de modo a demonstrar que nunca causou qualquer dos danos
alegados pelo autor.

III – DO MÉRITO
1) DO TOTAL DESCABIMENTO DOS PEDIDOS FACE A EXISTÊNCIA DE NEGÓCIO
JURÍDICO ENTRE AS PARTES

Em defesa direta de mérito, enfrenta o réu frontalmente os fatos e fundamentos jurídicos


narrados pelo autor em sua petição inicial, demonstrando que os fatos não ocorreram conforme
o narrado, não acarretando as consequências jurídicas por ele pretendidas.
Pelos documentos carreados aos autos fica comprovado que houve relação negocial entre as
partes.
Ademais, até mesmo pelo próprio instrumento de protesto juntado pelo autor se comprova o
negócio jurídico, bem como a sua inadimplência, haja vista que conforme aduz o art. 1º da Lei
de Protestos (Lei nº 9.492/97), o “protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a
inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos de
dívida”.

Como já disse a Lei, o protesto é prova que basta à comprovação da inadimplência de um título.
É ato que prova publicamente a mora do devedor e resguarda o direito de crédito. O Tabelião,
fazendo as vezes do Estado, antes de realizar o protesto do título, examina seus caracteres
formais e se não apresentam algum vício, conforme dita o art. 9º da Lei de Protestos. Assim, o
protesto se reveste de veracidade e fé pública de que há débito e de que o devedor está
inadimplente.
Deste modo, não há como afirmar o autor que o débito é inexigível, tanto diante da existência de
protesto, quanto diante da comprovação da existência de relação jurídica entre as partes que
originou a dívida.
Considerando que sem fatos não há direito, como demonstrada a inverdade das alegações de
fato criadas pelo autor, seu suposto direito material fica sem o seu essencial substrato fático,
devendo o pedido ser rejeitado.
Assim sendo, em razão de realmente ter havido um negócio jurídico entre as partes, pela
prestação de serviços do réu ao autor, cuja contraprestação devida era o pagamento de R$...,
impõe-se a improcedência in totum dos pedidos do autor.

IV – DA LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
O autor falta com a verdade na medida em que afirma a inocorrência de relação jurídica entre as
partes que tenha originado o débito constante do título protestado, conforme comprovam os
documentos em anexo.
Neste sentido, o autor agiu com má-fé ao, intencionalmente, expor fatos em juízo em
contrariedade com a verdade, formulando pretensão ciente de sua falta de fundamento, não
procedendo com a esperada lealdade e boa-fé, porquanto é pessoa totalmente consciente de que
recebeu do réu a prestação de serviços que contratou, mas não pagou por ela.
Assim, utiliza-se o autor do processo judicial para conseguir objeto ilegal, pois viola a lei (bem
como a moral) negar-se a adimplir dívida alegando sua não existência, ainda por cima, valendo-
se do Poder Judiciário para tanto.
Diante de todas as inverdades lançadas na petição inicial e de todas as insolências praticadas
pelo autor, não pode o réu furtar-se de argüir o aspecto da litigância de má-fé.
Nos termos do artigo 77 do Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015), é dever das partes
“expor os fatos em juízo conforme a verdade”, “proceder com lealdade e boa-fé”, assim como
“não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes de que são destituídas de fundamento” etc.
Pelo ora exposto, requer o réu a aplicação dos artigos 77, 79, 80 e 81 do Código de Processo
Civil (Lei 13.105/2015), eis que, clara e nitidamente pretende o autor locupletar-se ilicitamente
às expensas do réu.

V - DOS REQUERIMENTOS

Igualmente, requer a condenação do autor como litigante de má-fé, para que:


a) pague multa não excedente a 1% (um por cento) sobre o valor da causa;

b) indenize o réu pelos prejuízos que este sofreu, notadamente os gastos com a produção de
defesa, acrescidos de honorários advocatícios;

c) bem como responda por perdas e danos, nos termos dos artigos 77, 79, 80 e 81, todos do
Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015);

Requer também a condenação do autor ao pagamento de custas, despesas processuais e


honorários advocatícios a serem arbitrados por Vossa Excelência;

Informa que provará o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente
por seu depoimento pessoal, por meio de oitiva de testemunhas, juntada ulterior de documentos,
perícias, vistorias e demais que se façam necessárias.

Nestes termos,

pede deferimento.

Santo André, (data).

(nome do advogado)

(número da OAB)

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