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I – DA SÍNTESE PROCESSUAL
Pretende o autor a declaração de inexistência do débito da quantia de R$..., representado pela
duplicata mercantil..., vencida em..., protestada por indicação pelo...º Tabelionato de Protesto de
Títulos de... Em seu Livro..., fl...
Ademais, também pretende o autor o recebimento de indenização por danos morais em valor
superior a 20 salários mínimos, em vista do protesto do título, por alegar a inexistência do
débito.
Por ter prestado caução, o autor obteve a concessão, inaldita altera pars, da antecipação parcial
dos efeitos da tutela para o cancelamento provisório do protesto realizado em seu nome.
Citado o réu, agora contesta de modo a demonstrar que nunca causou qualquer dos danos
alegados pelo autor.
III – DO MÉRITO
1) DO TOTAL DESCABIMENTO DOS PEDIDOS FACE A EXISTÊNCIA DE NEGÓCIO
JURÍDICO ENTRE AS PARTES
Como já disse a Lei, o protesto é prova que basta à comprovação da inadimplência de um título.
É ato que prova publicamente a mora do devedor e resguarda o direito de crédito. O Tabelião,
fazendo as vezes do Estado, antes de realizar o protesto do título, examina seus caracteres
formais e se não apresentam algum vício, conforme dita o art. 9º da Lei de Protestos. Assim, o
protesto se reveste de veracidade e fé pública de que há débito e de que o devedor está
inadimplente.
Deste modo, não há como afirmar o autor que o débito é inexigível, tanto diante da existência de
protesto, quanto diante da comprovação da existência de relação jurídica entre as partes que
originou a dívida.
Considerando que sem fatos não há direito, como demonstrada a inverdade das alegações de
fato criadas pelo autor, seu suposto direito material fica sem o seu essencial substrato fático,
devendo o pedido ser rejeitado.
Assim sendo, em razão de realmente ter havido um negócio jurídico entre as partes, pela
prestação de serviços do réu ao autor, cuja contraprestação devida era o pagamento de R$...,
impõe-se a improcedência in totum dos pedidos do autor.
IV – DA LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ
O autor falta com a verdade na medida em que afirma a inocorrência de relação jurídica entre as
partes que tenha originado o débito constante do título protestado, conforme comprovam os
documentos em anexo.
Neste sentido, o autor agiu com má-fé ao, intencionalmente, expor fatos em juízo em
contrariedade com a verdade, formulando pretensão ciente de sua falta de fundamento, não
procedendo com a esperada lealdade e boa-fé, porquanto é pessoa totalmente consciente de que
recebeu do réu a prestação de serviços que contratou, mas não pagou por ela.
Assim, utiliza-se o autor do processo judicial para conseguir objeto ilegal, pois viola a lei (bem
como a moral) negar-se a adimplir dívida alegando sua não existência, ainda por cima, valendo-
se do Poder Judiciário para tanto.
Diante de todas as inverdades lançadas na petição inicial e de todas as insolências praticadas
pelo autor, não pode o réu furtar-se de argüir o aspecto da litigância de má-fé.
Nos termos do artigo 77 do Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015), é dever das partes
“expor os fatos em juízo conforme a verdade”, “proceder com lealdade e boa-fé”, assim como
“não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes de que são destituídas de fundamento” etc.
Pelo ora exposto, requer o réu a aplicação dos artigos 77, 79, 80 e 81 do Código de Processo
Civil (Lei 13.105/2015), eis que, clara e nitidamente pretende o autor locupletar-se ilicitamente
às expensas do réu.
V - DOS REQUERIMENTOS
b) indenize o réu pelos prejuízos que este sofreu, notadamente os gastos com a produção de
defesa, acrescidos de honorários advocatícios;
c) bem como responda por perdas e danos, nos termos dos artigos 77, 79, 80 e 81, todos do
Código de Processo Civil (Lei 13.105/2015);
Informa que provará o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente
por seu depoimento pessoal, por meio de oitiva de testemunhas, juntada ulterior de documentos,
perícias, vistorias e demais que se façam necessárias.
Nestes termos,
pede deferimento.
(nome do advogado)
(número da OAB)