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PROCESSO: 0805349-37.2023.8.19.

0002

AUTOR: FABIANO SANTOS OLIVEIRA

RÉ: BANCO BMG S/A -

Dispensado o relatório na forma do artigo 38 da lei 9.099/95.

Trata-se de Ação de Procedimento Especial, prevista na Lei no 9.099/95,


por meio da qual narra o autor que é cliente da ré através de titularidade de conta
bancária e que em 20.01.2023 teve o seu cartão bloqueado pela ré. Relata ainda
que teve problemas com acesso ao aplicativo do banco, sendo impedido de
realizar transferências bancárias que perduraram até 29.01.2023. Narra que
somente ocorreu o desbloqueio de seu cartão no dia 30.01.2023. Por essas razões
requer compensação por danos morais no valor de R$ 10.000,00.

Regularmente citada, a ré apresentou defesa não arguindo preliminares, e,


no mérito, sustenta ausência de falha na prestação do serviço e inocorrência de
danos morais.

Em sede de Audiência de Instrução e Julgamento, compareceram ambas as


partes, não sendo possível ter obtido acordo, tendo as partes se manifestado pela
ausência de provas a produzir e, por fim, se reportaram as suas respectivas peças.

Passo a decidir.

Presentes os pressupostos processuais de constituição e validade do


processo, não havendo quaisquer nulidades ou irregularidades que devam ser
declaradas ou sanadas, bem como outras preliminares que pendam de apreciação,
passo ao exame do mérito.
A relação jurídica entre as partes é de consumo, já que estão presentes os
requisitos subjetivos (consumidor e fornecedor - artigos 2o e 3o da Lei 8078/90) e
objetivos (produto e serviço - §§ 1o e 2o do artigo 3º da mesma lei) dispostos no
CDC.

Em análise à petição inicial, verifico que a autora não realizou a juntada de


conteúdo probatório suficiente à comprovação dos fatos ocorridos, ônus este que
lhe competia, eis que deveria constituir provas constitutivas de seu direito, por
força do disposto no art. 373, I do CPC e à Súmula 330 do TJRJ.

Verifico que o autor narra que permaneceu sem acesso ao aplicativo de sua
conta bancária junto à ré no período de 20 a 30 de janeiro/2023, estando impedido
de realizar transações bancárias.

Contudo, em análise ao extrato acostado em ID 47116898, precisamente


em suas fls. 7/9, é possível verificar que o autor efetuou diversas transações
bancárias, incluindo envios e recebimentos de PIX’s e pagamentos de contas.

Quanto ao argumento do autor que teve seu cartão bloqueado e que


somente após o dia 30.01.2023 ocorreu o desbloqueio para uso, constato no
mesmo extrato de ID 47116898 que no período anterior ao suposto bloqueio já não
era costumeiro que o autor utilizasse da modalidade de pagamento via cartão.

Quanto ao e-mail colacionado em ID 47116899, em nada acrescenta como


conteúdo probatório, visto que desprovido de conteúdo e sequer contém data.

Em exame à contestação apresentada, em que pese a ausência de


documentação probatório, a ré afirma acerca da inexistência de falha na prestação
de serviço.

Portanto, ponderando os fatos e provas trazidos aos autos, entendo que


ausente o mínimo de provas fundamentadoras do direito autoral, não
vislumbrando existência na falha da prestação de serviço, na forma descrita na
petição inicial. Assim sendo, entendo que os pedidos autorais deverão ser julgados
improcedentes.

Ante o acima exposto, JULGO IMPROCEDENTES, na forma do art. 487, I,


os pedidos elencados à exordial. Sem custas e honorários de sucumbência, nos
termos do art. 55 da Lei 9.099/95.

Em seguida, preclusas as vias impugnativas e observadas as


formalidades legais, dê-se baixa e arquivem-se.

P.R. I

Submeto o projeto de sentença à homologação pelo MM. Juiz de Direito,


nos termos do art. 40 da Lei nº 9.099/95.

Ricardo Gadelha dos Santos


Juiz Leigo

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