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AO JUÍZO DO XXXX JUIZADO ESPECIAL CÍVEL E DAS RELAÇÕES DE CONSUMO DA

COMARCA DE XXXXXXXX/XX

NOME COMPLETO, estado civil (solteiro, casado, viúvo, divorciado,


separado judicialmente, convivente), profissão, CPF/MF nº XXX.XXX.XXX.-XX,
RG nº XXXXX SSP/UF, com domicílio e residência na Rua XX, nº XXX, bairro
XXX, Cidade-UF, CEP: XX.XXX-XXX, xxx@gmail.com, por seu Advogado , que
receberá as intimações no seu escritório situado na Rua XX, nº XXX, bairro
XXX, Cidade-UF, CEP: XX.XXX-XXX, xxx@adv.com, vem respeitosamente a
presença de Vossa Excelência com fulcro nos arts. 186 e 927 do Código Civil,
bem como no art. 5°, V, CRFB/88 e demais dispositivos legais previstos no
Código de Defesa do Consumidor propor:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS POR COBRANÇA


INDEVIDA DE TITULO DE CAPITALIZAÇÃO

Contra o BANCO XXXXXX, CNPJ nº XXX.XXX.XXX/0001-XX, com endereço


à Rua XXXXXXX, nº XX, bairro XXXXXX/XX. CEP: XX.XXX-XXX pelos motivos de
fato e de direito a seguir expostos:

I – PRELIMINARES

I.I - DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

1. No que concerne ao pedido de gratuidade de justiça, a Lei 9.099/95, em


seu art. 541, garante que o acesso ao Juizado Especial independerá do
pagamento de custas, garantindo, portanto, a todos os jurisdicionados a isenção
de custas em primeiro grau, sendo pertinente a apreciação deste requerimento
em eventual sede de recurso.

I.II - DESINTERESSE NA DESIGNAÇÃO DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E


MEDIAÇÃO

1
Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em primeiro grau de jurisdição, do
pagamento de custas, taxas ou despesas.
2. A parte autora manifesta, expressamente, o seu desinteresse na
designação da audiência de conciliação e mediação, nos termos do art. 334, §5º
do CPC2. Assim, em homenagem aos Princípios da Razoável Duração do Processo,
Celeridade e Economia Processual, requer a imediata instrução e julgamento do
feito.

I.III - DO JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE

3. A presente demanda versa sobre matéria reproduzida exclusivamente


em documentos, razão pela qual é desnecessária a produção de qualquer outra
prova, conforme previsão contida no art. 355, I do NCPC.

4. Considerando que a apreciação da ação Sub Judice é suficiente a partir da


análise dos documentos acostados aos autos, requer que, caso Vossa Excelência
entenda por bem, conheça diretamente do pedido, antecipando o julgamento da
lide, conhecendo-o diretamente e proferindo a consequente sentença, sem a
necessidade de dilação probatória, ou mesmo em caso de Revelia da Parte
Demandada, tudo nos termos do art. 355, I e II do NCPC3.

I.IV - DAS INTIMAÇÕES, PUBLICAÇÕES E NOTIFICAÇÕES

5. Nos termos do art. 272, §§2º e 5º do Código de Processo Civil, requer que
todas as Intimações, Publicações e Notificações, dizendo respeito à presente
ação, tenham a devida publicação, com expressa indicação, que sejam
endereçadas, sempre, aos cuidados em nome da Dra. XXXXXXXXXXXXXXXXX,
XXX/XX XX.XXX (procuração nos autos) E-mail:
XXXXX@XXXXXXXXXXXXXXXXX.com.br, assim como, oportunidade, os dados de
contato da parte autora: e-mail XXXXX._ferreira@XXXXXXX.com / celular: XX
XXXXX-XXXX.

II - DOS FATOS

6. O autor é servidor/aposentado/trabalhador do setor privado, onde


possui sua conta bancária junto ao demandado (Ag. Nº XXXX / Conta XXXX-X),

2
§ 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu
deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da
audiência.
3
Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedido, proferindo sentença com resolução de
mérito, quando: I - não houver necessidade de produção de outras provas; II - o réu for revel,
ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do art. 349 .
Seção III Do Julgamento Antecipado Parcial do Mérito
para o recebimento de seu salário/proventos provenientes da empresa em que
trabalha XXXXXXXXXXXXX.

7. Ocorre que verificou descontos abusivos e ilegais por parte da


Instituição Financeira em sua conta bancária de [TÍTULO DE CAPITALIZAÇÃO],
por não terem sido autorizados ou contratados, ou pelo fato de alguns destes
descontos serem frutos de uma prática bastante conhecida em nosso mercado,
a Venda Casada, pois não consentiu e/ou sequer autorizou tal cobrança.

8. Após tal constatação, com seu patrimônio sendo subtraído, a parte


autora buscou junto à Instituição Financeira informações acerca desses
descontos ou um possível contrato/termo de adesão assinado por ela. No
entanto, não obteve êxito, porque sequer existia qualquer contrato assinado.

9. A parte autora sequer firmou qualquer contrato com a Instituição


Financeira para que esta fosse autorizada debitar valores de sua conta. Além
disso, não teve informações suficientes e adequadas4, claras e objetivas sobre os
serviços e produtos disponibilizados pelo réu e o que de fato estava
possivelmente sendo contratado devido a inexistência contratual e
consequentemente falta de transparência, sendo compelido a assinar inúmeras
laudas no ato de [abertura de sua conta/contratação de
empréstimo/financiamento] junto à Instituição Financeira.

10. Diante da falta de transparência e má-fé decorrentes da falha na


prestação de serviços praticada, e abusividade, haja vista o poder que detém por
parte da Instituição Financeira e não oportunizando nenhuma resolução, não
restou outra alternativa a parte autora senão a busca da tutela judicial.

11. No caso em tela, a parte autora sofreu diversos descontos por parte do
banco demandado, conforme extratos bancários em anexo e planilha resumida
abaixo: [NOME DO TITULO DE CAPITALIZAÇÃO]

PRINT DA PLANILHA COM OS DESCONTOS DO SEGURO PRESTAMISTA


PRINT DO EXTRATO ANALITICO COM OS DESCONTOS DO SEGURO
PRESTAMISTA

12. Referidos descontos dependem de prévio ajuste contratual, conforme


artigos 25 e 26 dispostos na SARB nº 001/2008 – DA FEDERAÇÃO BRASILEIRA

4
Código de Defesa do Consumidor, art. 6º, inciso III - São direitos básicos do consumidor: a
informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta
de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como
sobre os riscos que apresentem; (Redação dada pela Lei nº 12.741, de 2012) Vigência
DE BANCOS – sobre a contratação de produtos e serviços bancários 5. Assim,
qualquer produto ou serviço contratado, dependem, obrigatoriamente de um
contrato devidamente assinado pela parte autora, com autorização dos
descontos, onde deveria constar, minimamente cláusula de débito automático
em conta bancária, o que, claramente, não se verifica no presente caso.

13. Conforme foi excessivamente exarado nos autos, a parte autora


experimentou diversos descontos, relacionados a um serviço que nunca aderiu,
ou seja, a instituição financeira aproveitou-se do poder que detém sobre o seu
salário – pois é seu correntista e os créditos provenientes de seu trabalho são
depositados diretamente na sua conta. Sendo assim, surge, de fato, o dever de
restituir o montante descontado indevidamente.

III – DO DIREITO

III.I - DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

14. Conforme farta e sedimentada jurisprudência e de acordo com a Súmula


6
297 do Superior Tribunal de Justiça, o Código de Defesa do Consumidor é
aplicável às instituições financeiras. Vale salientar, ainda, que o Banco Central
do Brasil, através da resolução 3.694/09, também reconhece como relação
consumerista as transações bancárias.

III.II - DA VIOLAÇÃO À RESOLUÇÃO DO BANCO CENTRAL DO BRASIL - DA


INEXISTÊNCIA DO CONTRATO

15. Inicialmente, traz a Resolução 3.919/10 as condições previstas referentes a


contratação de pacotes de serviços e tarifas, onde é mencionado a
obrigatoriedade de contrato formalizado e específico para esse fim, observa-se:

5
SARB nº 001/2008 – FEBRABAN - Seção III – Da contratação
Art. 24. A Instituição Financeira Signatária poderá estabelecer condições ou recusar a
contratação de produtos e serviços por motivos de ordem gerencial ou comercial.
Art. 25. Quando o consumidor decidir contratar produtos ou serviços, a Instituição Financeira
Signatária explicará os seus direitos e responsabilidades, tais como definidos nos Termos e
Condições do contrato.
§1° Os Termos e Condições do contrato serão elaborados em linguagem simples que facilite o
entendimento do consumidor, com destaque para as cláusulas mais relevantes para a tomada de
decisão consciente.
§2° A linguagem técnica ou jurídica será utilizada apenas quando necessário, para dar a devida
exatidão e segurança ao teor do contrato.
Art. 26. A Instituição Financeira Signatária disponibilizará ao consumidor uma minuta de
contrato para conhecimento prévio e avaliação.
6
Súmula 297 STJ - O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras.
Acesso: https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/perguntasfrequentes-respostas/faq_tarifas

16. Ato contínuo, a mencionada resolução traz em seu art. 8º a disposição sobre
a contratação SOMENTE mediante contrato específico. O que é cristalino no
caso concreto, pelo fato de não haver NENHUMA CONTRATAÇÃO por parte do
autor da taxa/tarifa/seguro XXXXXXXXXXXXXX.

Resolução BACEN, 3.919/2010 - Art. 8º A contratação de


pacotes de serviços deve ser realizada mediante contrato
específico

17. É imperioso ressaltar, portanto, que o autor se enquadra no que dispõe a


Resolução 3.919/10 – Conselho Monetário Nacional, em seu Art. 8ª –
CONTRATAÇÃO ESPECÍFICA PARA PACOTE DE SERVIÇOS, e cabe a instituição
financeira comprovar que a existência contratual, posto que se trata de relação
consumerista.
Vejamos o entendimento do Tribunal de Justiça de (ESTADO DE ATUAÇÃO),
nesse sentido, em julgado recente:

JULGADOS DO TRIBUNAL DE ATUAÇÃO

18. Diante de todo o exposto, o autor se enquadra inequivocamente nas


condições previstas na Resolução 3.919/10 do Banco Central do Brasil. Posto
que não houve contratação do TITULO DE CAPITALIZAÇÃO, dentro do que
regulamenta a referida Resolução com um contrato apartado, de forma
específica.

19. A parte autora está sendo cobrada indevidamente, ou seja, em


desconformidade com a regulamentação do setor financeiro, sendo onerado
excessivamente há anos. Portanto, resta demonstrada a ilegalidade das
cobranças e o consequente dever da Instituição Financeira de indenizar a parte
autora.
III.III - DA VIOLAÇÃO À RESOLUÇÃO Nº 384 - CONSELHO NACIONAL DE SEGURO
PRIVADO – MINISTÉRIO DA FAZENDA

20. De início, a parte autora foi compelida a realizar a adesão do Título de


Capitalização, haja vista sua necessidade em adquirir um
[EMPRESTIMO/FINANCIAMENTO], junto com o banco réu.

21. Contudo, a parte autora não realizou nenhum contrato, ou assinou


qualquer termo ESPECÍFICO, e ainda não permitiu/autorizou os referidos
descontos do título de capitalização.

22. Tal prática é vedada aos fornecedores de Título de Capitalização, haja


vista, tornar a operação principal contratada, mais onerosa ao consumidor:

Circular da SUSEP, nº 656, Art. 88. É vedado ao


distribuidor: III - vincular qualquer de seus produtos à
contratação compulsória de títulos de capitalização;

23. Ainda, cumpre salientar, que os contratos/proposta de contratação


devem, obrigatoriamente, ser documentos próprios, distintos e apartados do
instrumento da contratação da obrigação a que o Título de Capitalização está
supostamente vinculado7.

24. Ora, ainda que haja a disposição no contrato [DE


EMPRÉSTIMO/FINANCIAMENTO/ABERTURA DE CONTA], deve, ou pelo menos
deveria a instituição financeira, para realizar a cobrança do Título de
Capitalização, formalizar um documento próprio, seja contrato ou termo,
específico para esse fim, onde constasse, informações mínimas, claras e
objetivas, devidamente assinado pelo autor, para que este consentisse com a
cobrança.

25. Isto posto, douto julgador, a parte autora NÃO FIRMOU QUALQUER
CONTRATO com a instituição financeira RÉ, para que esta justifique a cobrança
do Título de Capitalização, devendo, portanto, a parte autora ser restituída pelos
valores descontados indevidamente.

III.IV - DA FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS / RESPONSABILIDADE OBJETIVA

26. A responsabilidade da instituição financeira, por debitar valores sem


autorização expressa do correntista é objetiva. A instituição financeira deve, ou
pelo menos deveria se valer daquilo que dispõe a Auto Regulação Bancária, nº
001/2008 – FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos), disposto nos artigos 26,
27 e 28.
7
Resolução nº 365, CNS – Ministério da Fazenda, art. 7º As propostas de contratação e de adesão
e os bilhetes de seguro deverão ser documentos próprios, distintos e apartados do instrumento
de contratação da obrigação a que o seguro está vinculado.
Art. 26. A Instituição Financeira Signatária disponibilizará ao
consumidor uma minuta de contrato para conhecimento prévio e
avaliação.

Art. 27. No ato da contratação efetivada na agência, na internet ou


no terminal de autoatendimento, deverá ser assegurado ao
consumidor o acesso ao sumário da operação, contendo as
especificações do produto ou do serviço contratado.

Art. 28. Nos casos de contratação efetivada por atendimento


telefônico, a Instituição Financeira Signatária disponibilizará o
sumário da operação através do extrato bancário subsequente, ou
através de outro meio eventualmente escolhido pelo consumidor e
disponibilizado pela Instituição Financeira Signatária, em até 15
(quinze) dias corridos da contratação.

27. Nesse sentido, a ausência de contratual de qualquer que seja o produto


ou serviço ofertado por uma Instituição Financeira é caracterizada como falha na
prestação de serviços, posto que a inexistência de um contrato faz com que o
consumidor/cliente não tenha acesso a todas as informações necessárias para a
contratação de determinado serviço ou produto ofertado pela instituição
bancária. Ou seja, não foram repassadas a parte autora informações mínimas, de
forma clara e transparente.

28. Ainda, dispõe o art. 148 do Código de Defesa do Consumidor que há


responsabilidade, independentemente da existência de culpa, da instituição,
fornecedora de serviços, na reparação dos danos causados por defeitos relativos
à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes e
inadequadas.

III.V - DO DANO MATERIAL – REPETIÇÃO DO INDÉBITO

29. Em razão da nítida má-fé da Instituição Financeira, conforme amplamente


demonstrado no processo em epígrafe, a parte autora faz jus a receber a
devolução, em dobro, das quantias descontadas de sua conta bancária,
acrescida de juros e correção monetária.

30. Ora, os valores debitados de forma simples, somam um montante de R$


XXXXXXXXX (VALOR POR EXTENSO), conforme devidamente demonstrado nos
extratos bancários e planilha em anexo.

31. Resta evidente que o autor deve ser restituído pelos danos materiais
correspondente ao dobro dos valores indevidamente cobrados, acrescidos de

8
Art. 14 do Código de defesa do Consumidor: O fornecedor de serviços responde,
independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos."
atualização monetária e juros de mora conforme previsão no artigo 42, parágrafo
único do Código de Defesa do Consumidor.9

32. A má-fé, diante da falha na prestação de serviços da instituição


financeira é incontestável. Basta observar a falta do dever de cuidado ao
promover cobranças de taxas/tarifas sem qualquer lastro contratual com o
autor, acarretando um acréscimo patrimonial indevido que se situa na categoria
do enriquecimento sem causa, nos termos do Artigo 884 do Código Civil10.

33. A prática ilegal da instituição financeira é inegável, assim como o


enriquecimento ilícito auferido pela empresa em diversas situações idênticas e
repetitivas (cópias de acórdão e sentenças em anexo), que interferiu ilegalmente
no direito creditício da parte autora. Prova suficiente para caracterizar a má-fé
da instituição financeira e, por conseguinte, a condenação à devolução, em
dobro e com a devida correção monetária dos valores indevidamente
descontados.

34. A instituição financeira tinha ciência de suas ações, dos danos causados
ao autor, assim como o prejuízo erário causado. Mesmo assim, age de modo
inadequado, prejudicial e defeituoso quanto a prestação dos serviços, bem como
por informações insuficientes e inadequadas. Devendo, portanto, responder
objetivamente pela reparação dos danos causados.

35. Posto isso, em conformidade com os artigos 14 11 e Art. 42, § único do


Código de Defesa do Consumidor, desde logo, requer-se que este Douto Juízo
condene a Instituição Financeira Ré, e entenda por bem que a quantia cobrada
de forma indevida, qual seja um montante de R$ XXXXXX
(XXXXXXXXXXXXXXXXXXX), deve ser aplicada a repetição do indébito, por valor
igual ao dobro do que pagou, acrescido de correção monetária e juros legais.

III.VI - DO DANO MORAL

36. O dano moral é evidente. Verifica-se que a Instituição Financeira agiu


dolosamente contra o consumidor. O lançamento de débito em conta, sem
autorização expressa, relativo a serviço ou produto não contratado, configura

9
Código de Defesa do Consumidor, Art. 42. (...) Parágrafo único. O consumidor cobrado em
quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em
excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.
10
Código Civil, Art. 884 - Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será
obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários.
11
Código de Defesa do Consumidor, Art. 14. O fornecedor de serviços responde,
independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
falha na prestação do serviço e gera a obrigação de indenizar, pois onera
excessivamente o consumidor e compromete a sua verba alimentar.

37. A indenização por dano moral, deve atender a uma relação de


proporcionalidade, não podendo ser insignificante a nem ser excessiva a ponto
de desbordar da razão compensatória para a qual foi predisposta. ponto de não
cumprir com sua função penalizante. (Min. Nancy Andrighi STJ; REsp
318.379/MG).

38. Não pode ser a ‘’pecunia doloris12’’ uma satisfação simbólica, porque,
dessa forma, não repercutirá jamais na Instituição Financeira, que poderá repetir
a prática do mesmíssimo dano. A sua obrigação reparadora há de ser sentida,
financeiramente, pois é onde mais lhe pode pesar como admoestação. Estão
assim preconizados os arts. 18613 e 92714 do Código Civil Brasileiro.

39. Os descontos são indevidos, abusivos e ilegais, além de que configuram


conduta ilícita, apta a causar danos de ordem extrapatrimonial e da
personalidade, os quais merecem a devida compensação, conforme disposto no
Código de Defesa do Consumidor, em seu art. 6º, VI 15 que versa sobre os direitos
básicos do consumidor. Sendo assim o banco demandado deve ressarcir o
prejuízo moral experimentado pelo Consumidor, visto que no referido caso o
dano é presumido.

40. Trata-se de dano moral in re ipsa, que dispensa a comprovação da


extensão dos prejuízos, sendo estes evidenciados pelas circunstâncias do fato,
conforme entendimento firmado pelo STJ.

41. Isto posto, requer que a Instituição Financeira seja condenada a indenizar
a parte autora no valor de R$ XX.XXX (XXXXXXX), pelos danos morais advindos
da conduta ilícita praticada, e da falha na prestação de serviços bancários.

42. É incontroverso que o Banco deve responder objetivamente pelos danos


causados, em harmonia com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça:
Súmula 37, que estabelece que “são cumuláveis as indenizações por dano
material e moral oriundos do mesmo fato”16.

12
Pecunia Doloris: Preço da dor.
13
Código Civil Brasileiro, Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.
14
Código Civil Brasileiro Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade
normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos
de outrem.
15
Código de Defesa do Consumidor, Art. 6º São direitos básicos do consumidor: VI - a efetiva
prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos
43. Por fim, pleiteia-se a Vossa Excelência que seja dado total procedência à
ação de conhecimento, visto que o autor foi excessivamente lesado, ao sofrer
descontos de serviços e produtos não contratados. Tal fato lhe gerou
incontáveis prejuízos de ordem financeira, tendo em vista que a ausência de tais
valores fizeram bastante falta no orçamento e geraram seu superendividamento,
além dos danos extrapatrimoniais e o comprometimento do seu mínimo
existencial.

III.VII - DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

44. Faz-se necessária a inversão do ônus da prova, nos termos Art. 6º do


Código de Defesa do Consumidor, inciso VIII17, pois a relação jurídica entre as
partes está resguardada pelo CDC.

45. Inicialmente, a relação jurídica posta, mantém-se sob a égide do Código


de defesa do consumidor, na qual deve-se aplicar à circunstância dos autos a
responsabilidade objetiva e a inversão do ônus da prova trazidas na norma
consumerista.

46. Em razão da fragilidade do consumidor, que o coloca em posição desigual


ou desvantajosa em relação ao fornecedor, deve ser determinada a inversão do
ônus da prova, visto que é mais fácil ou menos difícil para a instituição Financeira
comprovar através de contratos devidamente assinados pela parte autora, com
autorização dos descontos, onde possa constar cláusula de débito automático
em conta bancária, já que é titular do monopólio de informações e
documentações da parte autora.

47. Acerca do tema, é o cediço entendimento do STJ: “É necessária a


expressa previsão contratual das tarifas e demais encargos bancários para que
possam ser cobrados pela instituição financeira. Não juntados aos autos os
contratos, deve a instituição financeira”.18

48. Assim sendo, impõe-se a inversão do ônus da prova, devendo a


instituição financeira apresentar em juízo toda a documentação referente ao
suposto contrato firmado entre as partes, especificando, de forma detalhada,

16
SÚMULA 37 - STJ - São cumulaveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do
mesmo fato.
17
Código de Defesa do Consumidor, Art. 6º São direitos básicos do consumidor: VIII - a
facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no
processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;

18
STJ, AgInt no REsp 1414764/PR, Rel.suportar o ônus da prova, afastando-se as respectivas
cobranças Ministro Raul Araújo, Quarta Turma, julgado em 21/02/2017, DJe 13/03/2017;
as cobranças efetivadas e todas as informações necessárias para comprovação
dessa contratação, com base no Art. 373, II, do Código de Processo Civil.19

IV - DOS PEDIDOS

Ante todo exposto, requer:

a) Concessão do benefício da justiça gratuita para as instâncias de 1° e 2°


grau, requerido no instrumento procuratório; nos termos dos arts. 98 e
99, caput e § 3°, CPC, e do art. 54 Lei 9.099/95;

b) Que não seja designada a audiência de mediação e conciliação, tendo


em vista a manifestação de desinteresse da parte autora, nos termos do
art. 334, §5º do CPC;

c) Requer que, caso Vossa Excelência entenda por bem, conheça


diretamente do pedido, antecipando o julgamento da lide, conhecendo-
os diretamente e proferindo a consequente sentença sem a necessidade
de dilação probatória, ou mesmo em caso de Revelia da Parte
Demandada, tudo nos termos do art. 355, I e II do NCPC;

d) Por oportuno, requer que todas as notificações e publicações referentes


ao processo em epigrafe sejam realizados em nome da Dra.
XXXXXXXXXXXX, OAB/XX XX.XXX (procuração nos autos). E-mail:
XXXXXXXXX@XXXXXXXXXXXX.com.br Na forma do art. 272 do
CPC/2015, sob pena de nulidade;

e) proceder com a citação do réu para, querendo, apresentar contestação,


sob pena de seu não oferecimento importar na incidência dos efeitos da
revelia e na aceitação das alegações de fato formuladas, nos moldes do
art. 344 do Código de Processo Civil de 2015;

f) Determinar a incidência das regras do código de Defesa do Consumidor


em razão da vulnerabilidade e da hipossuficiência do autor em face do
réu, sendo invertido o ônus da prova nos termos do art. 6, VIII do
diploma em comento, e apresente, minimamente:

1. Os contratos devidamente assinados pela parte autora, a que faz


referência através dos extratos, com autorização dos descontos, onde
deveria constar cláusula de débito automático em conta bancária
especificando o TITULO DE CAPITALIZAÇÃO debitado indevidamente.

g) Na finalidade de não restar dúvidas quanto às ilegalidades das cobranças


e valores ora pleiteados, passamos a detalhá-los a seguir:

Código de Processo Civil, Art. 373, [...] II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo,
19

modificativo ou extintivo do direito do autor;


a) Abreviatura: “TITULO DE CAPITALIZAÇÃO – Inexistência Contratual –
Cobrança Indevida”
• Soma dos valores saqueados da parte autora: R$ XX.XXX,XX
• Pedido da Repetição de Indébito – Art. 42 § único do CDC.

h) O reconhecimento da má-fé praticada pelo réu, e condenar a instituição


financeira ré à restituição nos moldes do Art. 42, § único do CDC, em
dobro, dos valores cobrados indevidamente a título de danos materiais,
no valor de R$ XX.XXX,XX (XXXXXXXXXXXXXXXXXX).

i) Que seja aplicado a repetição do indébito, por valor igual ao dobro do


que pagou, acrescido de correção monetária e juros legais, com base na
aplicação do Art. 42, § único do Código de Defesa do Consumidor.

j) Condenação do réu, ao pagamento de uma indenização por DANOS


MORAIS no valor de R$XX.XXX,XX (XXXXXXXXX), de cunho
compensatório e punitivo, conforme Súmula 326 do STJ, pelos danos
morais causados ao Requerente, tudo conforme fundamentado, em valor
pecuniário justo e condizente com o caso apresentado em tela arbitrado
por Vossa Excelência.

Protesta provar o alegado por todos os meios de Prova em direito


admissíveis, especialmente a documental inclusa e depoimento pessoal do
Representante da Demandada sob pena de Confissão, bem como a
apresentação de demais documentos que entender necessários e que forem
ordenados, tudo nos termos do artigo 369 do Novo Código de Processo Civil.

Portanto, dá à causa, o valor de R$ XX.XXX,XX (XXXXXXXXXXXXXXX).

Termos em que,
Pede deferimento.

XXXXX/XX, XX de XXXXXX de XXXX.

[ADVOGADO]
OAB/XX XX.XXX

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