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EDITOR-CHEFE
General de Brigada Haroldo Assad Carneiro UMA VISÃO DO FUTURO DA SIMULAÇÃO
SUPERVISOR DE PRODUÇÃO NO TREINAMENTO MILITAR BRASILEIRO:
Coronel Isaías de Oliveira Filho “SIMULAÇÃO COMO SERVIÇO”
REDAÇÃO E REVISÃO
Tenente-Coronel Regivaldo Batista Monteiro
Capitão Risalva Bernardino Neves
2º Tenente Alzira Sampaio Porto
Cel Sérgio Peres
14
1º Sargento Erisvaldo Gonçalves de Oliveira Rocha
20
1º Tenente Katucha Teixeira de Sousa
2º Sargento Luis Carlos dos Reis Gen Ex Castro
Soldado Douglas Henrique de Jesus Macedo
26
Setor Militar Urbano
CEP 70630-901
Gen Div Goulart
Brasília – DF
Fone: (61) 3415 4248/5815
RITEX: 860 4248/5815
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ARMAS DE ENERGIA DIRIGIDA (EAD):
TIRAGEM UMA QUEBRA DE PARADIGMAS
2.000 exemplares (circulação no país e no exterior)
NA DEFESA ANTIAÉREA DO FUTURO
36
DISTRIBUIÇÃO Maj Koppe
Centro de Comunicação Social do Exército (CCOMSEx)
VERSÃO ELETRÔNICA
Portal de Doutrina do Exército: www.cdoutex.eb.mil.br
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Biblioteca Digital do Exército: www.bdex.eb.mil.br
O General de Brigada Combatente Escoto, fundador e Chief rodas e lagartas, aviões militares, armas
Executive Officer (CEO) da Empresa Militar e de Segurança Privada
Aquila International, é operador de forças especiais e mestre em
leves, munições e sistemas de lançadores
relações internacionais. Foi comandante do múltiplos de foguetes de artilharia, dentre
6o Batalhão de Infantaria Leve (Aeromóvel) outros.
e da Brigada de Infantaria Paraquedista; Dados obtidos das empresas associadas
e Subchefe de Logística do Estado-Maior
do Exército. No exterior, foi assessor de
à ABIMDE, no ano de 2013, mostram que a
paraquedismo e de operações especiais Base Industrial de Defesa (BID) possuía 187
no Paraguai, observador militar no empresas do setor de serviços, 110 da indús-
Equador e no Peru, oficial de operações tria e 55 do comércio [2]. O setor de serviços
da Brigada de Força de Paz no Haiti, Chefe
da Comissão do Exército Brasileiro em
está constituído basicamente por empre-
Washington (CEBW) e oficial do Departamento sas de instalação, manutenção e reparação
de Operações de Paz das Nações Unidas em Nova Iorque. Foi de máquinas e equipamentos, de tecnolo-
transferido para a reserva remunerada em 12 de abril de 2016 gia da informação (TI) e de outros serviços
(escoto@uol.com.br e escoto@aquila01.com).
técnicos.
O Professor Ismael Hossein-zadeh, da
A indústria de defesa do Brasil está numa Drake University nos EUA, escreveu que “in
fase bastante promissora. Só em 2014, por 1984, almost two-thirds of the Pentagon’s
exemplo, o faturamento do setor foi de apro- contracting budget went for products rather
ximadamente R$ 200 bilhões, represen- than services…By fiscal year 2003, 56 per-
tando 3,7% do PIB. Segundo informações cent of Defense Department contracts paid
da Associação Brasileira da Indústria de for services rather than goods” [3]. Isto de-
Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE), monstra, claramente, que em duas décadas
o setor emprega 150 mil trabalhadores e, houve um crescimento significativo do setor
para cada R$ 1 investido no segmento, o go- de serviços de defesa naquele país, repre-
verno arrecada R$ 0,55 em impostos, índice sentado por inúmeras empresas militares e
acima da média nacional [1]. de segurança privada (EMSP) que prestam
O Instituto de Pesquisa sobre a Paz serviços dos mais variados tipos, desde o
Internacional de Estocolmo (SIPRI, em in- fornecimento de transporte, alimentação,
glês), na Suécia, aponta que o Brasil, entre água tratada, alojamentos, lavanderia etc.
2001 e 2015, colocou-se como o 25o maior até a manutenção e a operação propriamente
exportador de produtos de defesa. Mesmo dita de sistemas de C4ISR (comando, contro-
com esses bons resultados, a meta é, no en- le, comunicações, computação, inteligência,
tanto, tornar o país um dos cinco maiores vigilância e reconhecimento), que incluem
players de defesa do mundo. equipamentos sofisticados, tais como siste-
É importante lembrar que o Brasil já mas de aeronaves remotamente pilotadas
teve, na década de 80, uma importante in- (SARP), satélites, mísseis, radares etc.
dústria de defesa, cujos produtos, de elevada No Brasil, que na última década passou
capacidade tecnológica, eram reconhecidos a investir recursos vultosos em projetos es-
mundialmente, como carros blindados sobre tratégicos das forças armadas, o setor de
O Coronel de Cavalaria Sérgio Peres é fundador e Chief ao treinamento, o EB empenha recursos, para
Executive Officer (CEO) da SP Training and Simulation, empresa aumentar o uso de simuladores, o que pode
de consultoria em treinamento e simulação. Foi declarado
redundar em maior eficiência nesse aspecto.
aspirante-a-oficial pela Academia Militar das
Agulhas Negras em 1991. Possui o curso de Os simuladores são excelentes ferramentas
Comando e Estado-Maior do Exército e para a instrução individual, a capacitação de
o de Estado-Maior Conjunto da Escola equipes e de comandantes. Todavia, são poucas
Superior de Guerra. Serviu, durante as unidades que os possuem, utilizando-os com
seis anos, na Divisão de Simulação do grande eficiência. A aquisição de tais ferramentas
Comando de Operações Terrestres,
exige um investimento inicial, normalmente
tendo participado de diversos exercícios
no exterior, como a Operação VIKING
elevado, tendo em vista o custo de manutenção
2014 e a PANAMAX 2014. No Reino Unido e evolução tecnológica do equipamento. A
realizou o curso de Emprego de Simuladores extensão do nosso país é um fator que complica
na Universidade de Cranfield – Defense Academy. a instalação centralizada de simuladores, porém
Proferiu palestras sobre simulação e emprego de integração de a universalização do uso é uma necessidade para
simuladores na LAAD, I/ITSEC e ITEC. Foi transferido para a que as unidades possam empregar eficientemente
reserva remunerada em março de 2017 (capsp2005@hotmail.
com).
esses sistemas de apoio durante o preparo.
O EB anualmente incorpora os soldados no
serviço militar obrigatório e se dedica a formá-
A evolução tecnológica e as mudanças na los para serem excelentes reservistas. Algumas
doutrina são constantes. A cada ano surgem novos unidades de pronto-emprego, que são formadas
equipamentos que funcionam graças aos modernos em sua maioria por militares profissionais,
sistemas que os integram. A complexidade de uso empenham-se no adestramento durante o ano
desses equipamentos exige o uso de técnicas novas de instrução. Essa estrutura de instrução e de
para a resolução de eventuais problemas. Para pessoal, respectivamente, faz com que o EB
isso, torna-se imprescindível um treinamento conviva com a “síndrome do terço” - cada unidade
especializado. possui apenas um terço do efetivo pronto para o
A crise econômica, nos últimos anos, espalhou- emprego operativo durante o ano.
se pelo mundo e atingiu o Brasil. Isso obrigou a Com o objetivo de melhor preparar os recursos
um redirecionamento dos investimentos, o que humanos da Força, os simuladores podem ser
afetou a indústria de defesa. Entretanto, essa falta empregados no adestramento, atendendo a
de recursos não pode prejudicar o adestramento e todos os níveis de capacitação. Nesse conceito de
a capacidade de resposta de uma força armada, sistemas de capacitação existem várias formas
impedindo-a de cumprir suas missões. de classificar a simulação. De maneira simples,
Para economizar recursos, preservando podemos dividi-la em: simulação viva, simulação
a capacidade de resposta, as Forças Armadas virtual e simulação construtiva.
Brasileiras buscam caminhos: a Marinha Tal assunto está descrito em diversos
e a Aeronáutica iniciaram um processo de trabalhos acadêmicos, em livros e no caderno
reorganização, reduzindo efetivos e aumentando de instrução EB70-CI-11.410, do Comando
a letalidade de seus equipamentos; o Exército de Operações Terrestres (COTER). De forma
Brasileiro (EB) busca remodelar a administração simplificada, podemos visualizar o emprego da
e reduzir o efetivo profissional. Em relação simulação no quadro a seguir:
custeio para contratar os serviços dos simuladores em diversos países, a contratação de empresas
que demandariam alto investimento. para prestar serviços de treinamento para as forças
Para reduzir os custos de implantação, os armadas, seja operando centros de adestramento
simuladores devem ser instalados em guarnições seja prestando treinamento especial.
que reúnem mais unidades militares. Ao dotar Na Inglaterra, a empresa Babcook
as guarnições com mais de três unidades, International possui um contrato do tipo parce-
pode-se cobrir a maior parte das necessidades ria público-privada com o Ministério da Defesa,
de adestramento. Dessa forma, com pequeno o qual a incumbe de todo o treinamento para as
deslocamento, todas as unidades desses centros três Forças. Esse contrato já está em vigor há mais
seriam atendidas. de vinte anos e atende às demandas das Forças
Os sistemas de grande emprego, como Armadas Inglesas. A experiência britânica com
simuladores de tiro, simuladores de condução a terceirização é um assunto que merece maior
de viaturas, simuladores de treinamento de aprofundamento que pode resultar em mais um
saúde e sistemas de treinamento virtual para artigo. Entretanto, pode-se afirmar que funciona,
adestramento tático, formam o grupo de uma vez que as Forças Armadas Inglesas são uma
simuladores que poderiam compor esses locais de das mais adestradas do mundo.
adestramento distribuídos pelo país, de forma a Na Alemanha, os centros de simulação viva
atender a maior parte da demanda. possuem contrato com a empresa Rheinmetall
O investimento para construir ou adaptar para prestar os serviços de simulação, sendo o
instalações e adquirir os equipamentos é alto e adestramento coordenado por militares. Na Suíça,
atualmente inacessível para o EB. Dessa forma, o mesmo ocorre com a Rüstungs Unternehmen
a contratação da prestação dos serviços de Aktiengesellschaft (RUAG) e, na Suécia, com a
treinamento, a terceirização dos serviços que não Svenska Aeroplan Aktiebolag (SAAB). É válido
fazem parte do “core do negócio”, torna-se um ressaltar que todas essas empresas são oriundas
dos caminhos para a diminuição dos custos das de cada um desses países. Em relação ao Brasil,
empresas, o que pode também ser utilizado pelo julga-se que a contratação de uma empresa es-
EB. O cumprimento da legislação das licitações, e trangeira não seria o mais adequado para o EB.
realizando contratos de médio prazo (cinco anos Atualmente, a indústria brasileira de defesa e de
com prorrogação de mais cinco), permite que as simulação precisa ainda desenvolver a capacida-
empresas diluam o custo de investimento durante de de fornecer esse serviço de forma completa.
o período, tornando essa alternativa viável. O EB utiliza esse processo de aluguel de
É necessário, porém, indagar-se sobre a simuladores e de treinamento para os pilotos dos
necessidade de uma força armada terceirizar o helicópteros Black Hawk e Pantera. Enquanto
seu treinamento, se não corre o risco de perder a o Brasil não adquirir esses simuladores, torna-
autonomia nessa atividade e se a Força não ficará à se necessária a ida de pilotos para o exterior a
mercê das decisões de uma empresa. Tais questões fim de realizar seu adestramento. Nessa trilha,
emergem juntamente com a preocupação com a cabe a pergunta se é correto que os requisitos
segurança do país. Por outro lado, observando de adestramento da aviação sejam diferentes do
exemplos ao redor mundo, é possível identificar, restante da Força.
NOTA
O autor registra a importante colaboração do Sr. João Antonio Tronkos na elaboração deste artigo. O Sr. Tronkos
é formado e pós-graduado em Ciências da Computação pela UNICAMP. Atuou nos últimos cinco anos na área de
simulação para uso militar e policial pela RustCon, após mais de 30 anos de experiência em projetos de integração de
sistemas, trabalhando pela IBM Brasil, Bull Sistemas, Gartner Group e Digital Equipment. Coordenou recentemente
a adaptação e implantação do sistema Combater (simulador construtivo de combate) para o Exército Brasileiro.
O General de Exército Castro é graduado pela Academia ligeiras nuanças, fora parcialmente adotado e
Militar das Agulhas Negras, na arma de Artilharia. É pós-graduado
adaptado pela Marinha, pelo Exército e pela
pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército
(ECEME), pela Escola de Guerra Naval (EGN) e Aeronáutica.
pela Escola Superior de Guerra do Exército Restou patente que o pensamento era, pois,
Argentino. Comandou, como coronel, o constituído de ilhas de excelência estratégica,
21o Grupo de Artilharia de Campanha; isoladas, distantes, desconfiadas umas das
como Gen Bda, a ECEME; como Gen
Div, a 4a Região Militar e a 4a Divisão
outras e que temiam se identificar como um
de Exército. Como Gen Ex foi Chefe do arquipélago. Naquelas ilhas nascera, crescera
Departamento de Educação e Cultura do e sedimentava-se profícuo pensamento
Exército até 11 de maio de 2009, quando militar. Essas conclusões revigoraram-me
foi transferido para a reserva. O Gen Castro a alma de soldado e ratificaram-me plena
tem sido assíduo articulista deste periódico
doutrinário. É doutor em Ciências Militares pela ECEME e em
confiança nas instituições armadas.
Ciências Navais pela EGN (paulocesarcastro@terra.com.br). Desde então, tenho testemunhado a
expansão crescente e de tendência agregadora
“O pensamento militar brasileiro? das fronteiras do pensamento militar
Não existe!” brasileiro. As ilhas de excelência estão cada
vez mais próximas e seus habitantes têm
Estupefato, ouvi essa afirmativa de um aprendido a se comunicar no mesmo idioma,
colega de turma na Escola de Guerra Naval irmanados que são por ideais e valores
em 1993. Éramos alunos do Curso de Política comuns.
e Estratégia Marítima (C-PEM) e referia-se Assim, este artigo se propõe a identificar
ele ao tema de minha monografia. Ao saber de conquistas significativas do pensamento
sua opinião, fui tomado por dois sentimentos militar no período 1993-2017, notadamente
simultâneos: decepção e estímulo. Decepção, as que o tornam progressivamente conjunto.
pela crítica tão mordaz e desabonadora à
cultura militar. Estímulo, para pesquisar, O PENSAMENTO MILITAR E A
estudar, refletir, concluir e expressar o AMAZÔNIA
pensamento militar brasileiro e, além disso, Estudos político-estratégicos abriram os
demonstrar o erro grosseiro que aquele oficial olhos das Forças Armadas para um imenso
cometera. vazio demográfico, rico, cobiçado, invejado,
Pesquisas e estudos conduziram-me a inexplorado, abandonado pelo poder
abordar o tema segundo quatro vetores de público e pontilhado de organizações não
pensamento: o naval, o militar terrestre, governamentais estrangeiras e nacionais (sic),
o aeroespacial e o da Escola Superior de sob as vistas complacentes de autoridades
Guerra (ESG). Reflexões e conclusões civis, malgrado o persistente assessoramento
permitiram-me afirmar que, no Brasil, havia e os insistentes alertas que recebiam das três
consistente pensamento militar expresso nos Forças.
planejamentos estratégicos da cada Força e O General Beaufre [1], em “Disuasion y
em alentada produção intelectual de nossos Estrategia”, afirma que a estratégia total no
marinheiros, soldados e aviadores. modo indireto decorre de limitações como:
Entretanto, tornou-se evidente, também, liberdade de ação; nível de emprego da força;
que cada Força desenvolvera, ao longo da meios (em geral); e meios militares. Nessa
história, pensamento próprio e isolado obra, o autor estuda a manobra por lassidão
do das coirmãs. A ESG contribuíra com que, no campo militar não pretende ganhar,
sua doutrina básica, especialmente por mas durar sem perder. Consiste em prova
intermédio de consolidada proposta de de força desenvolvida por longo tempo, em
método de planejamento estratégico que, com um ponto fraco do inimigo, num teatro de
O General de Divisão Goulart é o Vice-Chefe de Assuntos preparada e iniciou-se dois dias depois. Uma
Estratégicos do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. Foi coalizão de forças majoritariamente norte-
declarado aspirante-a-oficial de Infantaria pela Academia Militar americanas, integrada por 45 mil militares
das Agulhas Negras em 1980. Doutor em
britânicos e efetivos menores de outros países
ciências militares pela Escola de Comando
e Estado-Maior do Exército, com invadiu o Iraque. Bagdá foi rapidamente
especialização na Academia de Comando alcançada e o regime de Saddam Hussein foi
das Forças Armadas da Alemanha, derrubado em apenas vinte dias. Entretanto,
comandou o 62º Batalhão de Infantaria a ocupação do país durou oito anos, tentando
(Joinville, SC). Esteve a serviço da ONU
lidar, sem sucesso, com uma séria crise de
em Moçambique, no Nepal e em Nova
Iorque. Como oficial general, comandou estabilidade e segurança que perdura até
a 8ª Brigada de Infantaria Motorizada, a os dias de hoje. As armas de destruição em
Força de Paz das Nações Unidas na MINUSTAH massa que haviam motivado a ação militar
(Haiti) e a 6ª Divisão de Exército. Foi Subchefe do COTER e Chefe jamais foram encontradas.
do Centro de Coordenação de Operações do CMS (frgoulart@
hotmail.com).
ANTECEDENTES E CONDICIONANTES
“O hábito de apostar, ao contrário dos DA DECISÃO BRITÂNICA
cálculos razoáveis, é um vício militar O Iraque vinha se recusando a uma ple-
que, como revelam as páginas da história, na colaboração com o programa de inspeções
arruinou mais exércitos do que qualquer da ONU desde 1999 e falhava seguidamente
outra causa.” (B. H. Liddel Hart). no cumprimento das resoluções do Conselho
de Segurança sobre transparência e desar-
No dia 18 de março de 2003, em discurso mamento. Por isso, pesava sobre o país sé-
ao Parlamento britânico, o Primeiro Ministro ria suspeita de possuir um plano secreto de
Tony Blair afirmou que a posse de armas de desenvolver armas de destruição em massa.
destruição em massa pelo Iraque e a contínua Entretanto, o Iraque não era o único regime
recusa de Saddam Hussein em observar as acusado de tentar produzir esse tipo de arma
resoluções do Conselho de Segurança da nem sequer era a ameaça mais premente, já
Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o que Coreia do Norte e Irã despertavam mais
assunto constituíam uma séria ameaça à paz preocupações.
e à segurança internacionais. Blair salientou, No início de 2002, depois da invasão do
também, o risco de que tais armas viessem Afeganistão, o Presidente dos Estados Unidos
a cair em mãos de terroristas e a ameaça da América (EUA) voltou sua atenção para o
que isso representava para a segurança do Iraque. Pretendendo continuar liderando em
Reino Unido e de seus cidadãos. Por fim, o sua proclamada “guerra ao terror”, George
Primeiro-Ministro exortou enfaticamente W. Bush transformou esse país árabe em
os parlamentares a apoiarem o uso da força um “caso urgente” a ser resolvido e passou
contra o Iraque. Ao cair da noite desse dia, a propugnar ações militares para desarmar
após uma acalorada sessão, o Parlamento Saddam Hussein. Como as gestões do governo
aprovou, por 412 votos a favor e 129 contra, norte-americano no Conselho de Segurança
uma moção de apoio ao governo autorizando da ONU fracassassem diante da oposição da
o uso de todos os meios necessários para Rússia e de outros membros do órgão, Bush
assegurar o desarmamento do Iraque. optou por invadir o país à revelia das Nações
A operação Iraq Freedom já estava Unidas, remover Saddam do poder e eliminar
REFERÊNCIAS
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WALZER, Michael. Guerras Justas e Injustas: uma argumentação moral com exemplos históricos. Trad.
Waldéa Barcellos. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
NOTAS
[1] De uma forma bastante interessante, Vertzberger (1998) utiliza o termo “liberdade de decisão”. Aqui preferi,
entretanto, manter o termo militar consagrado — liberdade de ação —, cuja avaliação antecipada, durante o pro-
cesso decisório, vai naturalmente condicionar a tomada da decisão respectiva.
[2] Segundo Allison e Zelikow (1999), Kennedy considerava que a explicação da instalação pelos soviéticos de
mísseis de alcance intermediário para defender o aliado cubano não se sustentava, pois isso poderia ser feito com
meios convencionais e não justificava o risco que a URSS assumia com a instalação de capacidades nucleares de
alcance intermediário em Cuba.
[3] O Parágrafo 13 da Resolução 1441/2002 afirma: “o Conselho avisou repetidamente ao Iraque que ele sofrerá
sérias consequências como resultado de sua continuada violação de suas obrigações” (de aceitar inspeções da ONU
e de se desarmar).
[4] Slovic (2000, p. xii) refere-se a risk-benefit trade-off.
[5] Pelos exemplos apresentados, verifica-se que não apenas ameaças trazem riscos para o decisor que se debruça
sobre problemas complexos.
[6] Algumas fontes de consulta referem-se a “estado-final desejado”. Prefiro, entretanto, denominá-lo “estado-final
a ser alcançado”, pois muitas vezes estará aquém do que é desejável, por limitações de recursos, meios ou tempo
para que se logre a situação ideal.
[7] A investigação foi aberta em 2009 pelo então primeiro-ministro Gordon Brown, destinada a levantar as falhas
ocorridas no processo decisório britânico. O Relatório do Iraq Inquiry, mais conhecido como Relatório Chilcot, em
alusão ao presidente da comissão de inquérito, foi publicado no dia 5 de julho de 2016.
REFERÊNCIAS
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Nicholle Murmel). 19 ago. 2014. Disponível em: <http:// http://www.defesanet.com.br/nuclear/noticia/16449/
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BROWN, N. Technology Report - Beam on: directed energy weapons get charged up for use on the battle-
field. Jane’s International Defence Review, Londres, set. 2008. p. 77-80.
BROWN, N.; JEAN, G. US reveals extent of directed energy focus. Jane’s International Defence Review,
Londres, maio 2013. p. 8.
O Tenente-Coronel de Intendência Betat serve na sua aplicação nos novos conflitos e cenários
Secretaria de Economia e Finanças do Comando do Exército. que o século XXI descortinou. Essa nova
Foi declarado aspirante-a-oficial em 1997 pela Academia era em contínua mudança revela e coaduna
Militar das Agulhas Negras (AMAN). Possui o a teoria proposta por Lellouche (1992), a
Curso de Operações Psicológicas e integrou o
Destacamento de Operações Psicológicas Teoria das Incertezas.
do BRABAT/18 – Haiti. É especiali- Sendo assim, o objetivo do presente artigo
zado em Dobragem, Manutenção de consiste em analisar as possíveis formas de
Paraquedas e Suprimento pelo Ar emprego do equipamento de lançamento
(DoMPSA). Desempenhou, sucessiva- inteligente de carga do tipo SHERPA Ranger
mente, os cargos de oficial de logísti-
ca e de subcomandante do Batalhão de adquirido pelo Exército Brasileiro (EB), bem
Apoio às Operações Especiais, e de ad- como suas possibilidades de atuação com
junto e oficial de logística de operações do os vetores da Força Aérea Brasileira (FAB).
Comando de Operações Especiais. Conta com Para isso, o estudo se desenvolveu por meio
mais de 5 anos de experiência em atividades paraquedistas, de uma pesquisa documental, que utilizou
dentre as quais se destacam as ligadas ao suprimento pelo ar
(erickbetat@hotmail.com). o método histórico descritivo após uma
análise de conteúdo, obtido de fontes abertas
disponíveis nas bases gratuitas Scielo, Google
A partir do final da Guerra Fria, segundo Acadêmico, da literatura disponível na
Buzan (1991), uma era de desmobilização de internet aberta, e da observação participante
efetivos e materiais militares, os conhecidos do autor durante a instrução, a preparação
produtos de defesa (PRODE) foram objeto e o briefing dos primeiros lançamentos do
de racionalização pelas potências mundiais, equipamento no Brasil (ALVES-MAZZOTTI;
pois já não se justificava a manutenção de GEWANDSZNAJDER, 2004; BIKLEN;
Forças Armadas (FFAA) que onerassem ou BODGAN, 1982; DENZIN; LINCOLN, 2005).
absorvessem boa parcela do orçamento dos Para atender o objeto, o problema
estados a fim de dissuadir o bloco oponente. abrangeu as possíveis contribuições de
Soluções inovadoras que permitissem emprego desse equipamento nas FFAA
poupar recursos e investimentos em brasileiras, com base na Doutrina Militar
fabricação de novos materiais em larga escala de Defesa (BRASIL, 2007) e na Doutrina de
e que economizassem recursos humanos Operações Conjuntas (BRASIL, 2011), bem
para atingirem os mesmos resultados, como analisou se sua inclusão como PRODE
emergiram de um novo perfil balizado pela pode aumentar a projeção do poder militar
era da informação. nacional.
Tudo isso acontecia ao mesmo tempo
em que outros mecanismos passaram a HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DOS JOINT
constituir a balança de poder no campo da PRECISION AIRDROP SYSTEM (JPADS)
geopolítica, alicerçada na Teoria dos Jogos − SISTEMAS DE LANÇAMENTO
e na atuação de diversos atores no tabuleiro INTELIGENTE DE CARGA
mundial (NYE, 2012). Os sistemas de lançamento inteligente de
É a partir desse contexto que o estudo carga surgiram inicialmente como consequ-
remonta à origem histórica da prospecção ência de demandas apresentadas pela Força
e ao desenvolvimento dos sistemas de Aérea e pelo Exército estadunidenses em re-
lançamento inteligente de cargas, elucidando lação a aspectos de segurança de pessoal e
Nota Explicativa:
O presente artigo foi publicado na 1a edição V.30, Jan/Jun, 2017 da Revista da Força Aérea
e está sendo reproduzido com as modificações introduzidas pelo autor, para atualizar o texto
e adaptá-lo aos interesses da Doutrina Militar Terrestre.
REFERÊNCIAS
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Brasil, Brasília, DF, n.
236, 09 dez. 2011.
______Ministério da Defesa. Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. Portaria nº 229/MD, de 28 de janeiro de
2013. Aprova Manual de Operações Interagências (MD33-M-12). Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil,
O Prof Biasoli pertence ao quadro docente da Faculdade de esses fatores relevantes, o paramédico não
Odontologia da Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita portava arma e sua formação e treinamento
Filho – UNESP / Campus de Araçatuba. Foi residente de cirurgia eram idealizados e realizados por médicos e
buco-maxilo-facial do Hospital do Câncer enfermeiros com experiência no atendimento
A.C.Camargo, em São Paulo. É mestre
e doutor em cirurgia e traumatologia
a ferido em área dominada.
buco-maxilo-facial, livre-docente em Esse modelo de formação do paramédi-
estomatologia, professor adjunto, co militar se manteve praticamente inalte-
Vice-Diretor da Faculdade de rado até a Guerra do Golfo, entre agosto de
Odontologia, Diretor de Fomento 1990 e fevereiro de 1991, e a missão Unified
à Pesquisa e Diretor Presidente da
Task Force (UNITAF), criada pelo Conselho de
Fundação para o Desenvolvimento,
tudo da UNESP. É Membro da Special Segurança da Organização das Nações Unidas
Operations Medical Association - SOMA e (ONU), em abril de 1992, como missão de paz
instrutor de Law Enforcement First Response e baseada em Mogadíscio, na Somália, denomi-
Tactical Combat Casualty Care. Prestou serviço militar obrigatório nada de Operação Serpente Gótica. Em 1996 é
em 1979 como soldado de infantaria, no então II Exército, em São publicado o projeto Tactical Combat Casualty
Paulo (biazolla@gmail.com).
Care (TCCC) pelo Comando Especial de Guerra
“Nós soldados do Corpo de Saúde, Naval (Naval Special Warfare Command) e o
sem temermos o rugido da metralha. Comando de Operações Especiais dos Estados
Aos heróis que tombam na vanguarda, Unidos (U.S. Special Operations Command)
lhes levamos o socorro na batalha.” [1] com diretrizes para conduta do trauma no
campo de batalha com adição de táticas de
A participação de paramédicos junto combate para o paramédico militar. Desde
a grupos de combate (GC) foi concretizada então, essas diretrizes foram absorvidas pelo
durante a Segunda Guerra Mundial, Departamento de Defesa Norte-Americano
notadamente pelo exército norte-americano e, atualmente, o comitê que propõe atuali-
com o objetivo de atuar dentro da chamada zação no protocolo de atendimento do TCCC
“golden hour”, “golden time” ou “hora de (CoTCCC) está subordinado ao Comando de
ouro”, termo criado por Adams Cowley Operações Especiais dos Estados Unidos (U.S.
(1917-1991). Para atender o mais rápido Special Operations Command - USSOCOM).
possível os feridos em combate, naquela Paralelamente a esse movimento oficial
época, os paramédicos acompanhavam os GC de mudança da doutrina militar norte-ame-
durante patrulhas ou tomadas de assalto a ricana na área médica, se destaca a Special
posições inimigas. Na ocorrência de feridos, Operations Medical Association (SOMA).
o paramédico se deslocava até a vítima para Fundada em 1987, é uma associação especia-
prestar os primeiros socorros e garantir uma lizada formada por militares médicos, dentis-
possibilidade de sobreviver. Comumente tas, veterinários e paramédicos norte-ameri-
nos confrontos ocorriam mais de um ferido, canos, diretamente voltada para a formação e
fazendo com que o paramédico se deslocasse treinamento de Forças Especiais e Operações
entre um e outro durante o confronto. Esses Especiais Médicas e do socorrista combaten-
deslocamentos contavam apenas com a sorte, te. Sua missão é contribuir para a arte e a ci-
não sendo raro também se tornar mais uma ência na área de operações especiais médicas
baixa. Os soldados do Corpo de Saúde tinham por meio do desenvolvimento profissional
identificações exageradas, cruz vermelha e educacional. Atualmente, congrega civis,
sobre fundo branco, estampadas tanto bombeiros e policiais fornecendo espaço para
no capacete quanto na manga da gandola discussão, evolução, proposição de novos mé-
tornando-os um alvo visível. Somado a todos e meios de pesquisa, visando à redução
complexo-do-alemao/baixa-em-combate-militar-atingido-durante-operacao-no-complexo-do-alemao/
Fonte:http://www.forte.jor.br/2010/11/26/baixa-em-combate-militar-atingido-durante-operacao-no-
O protocolo de TC3 também pode ser empregado em operações de cooperação e coordenação com agências.
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BUTLER JR, F.K. et al Tactical Combat Casualty Care, 2007: Evolving Concepts and Battlefield Experience,
NOTAS
[1] Trecho da Canção do Corpo de Saúde, letra e música de José dos Santos Rodrigues.
[2] Pararescueman: Paramédico pertencente a GC Paraquedista.
[3] Corpsman: Marinheiro ou fuzileiro naval americano com treinamento para fornecer os primeiros socorros e
tratamento médico básico em situações de combate. O Corpo de Fuzileiros Navais norte-americano é atendido
pelo serviço médico da Marinha dos EUA.
[4] Extricação é um termo muito utilizado em resgate, salvamento e medicina pré-hospitalar em geral. Extricar
significa: “retirar uma vítima de um local do qual ela não pode, ou não deve sair por seus próprios meios”. Rolar
uma vítima para a prancha longa, instalar um Kendrick Extrication Device (KED) ou um colar cervical são
manobras de extricação.
Soldado americana fazendo rapport [5] com mulher afegã, durante ACISO.
REFERÊNCIAS
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NUNES, José Ricardo Vendramini. Treinamento para o Batalhão Brasileiro Desdobrado na MINUSTAH: A
Consolidação de um Modelo. 2014.
Operação Militar é o conjunto de ações realizadas com forças e meios militares, coordenadas em tempo,
espaço e finalidade, de acordo com o estabelecido em uma diretriz, plano ou ordem para o cumprimento de
uma atividade, tarefa, missão ou atribuição. É realizada no amplo espectro dos conflitos, desde a paz até o
conflito armado/guerra, passando pelas situações de crise, sob a responsabilidade direta de autoridade militar
competente. Ambiente operacional é o conjunto de condições e circunstâncias que afetam o espaço onde
atuam as forças militares e que interferem na forma como são empregadas, sendo caracterizado pelas
dimensões física, humana e informacional.
Operações Operações
básicas complementares
- Aeromóvel
Operações Operações Cooperação e coorde-
ofensivas defensivas nação com agências - Aeroterrestre
- De segurança
- Contra forças irregulares
- Marcha para o combate - Defesa em posição - De dissimulação
- Reconhecimento em força - Defesa de área - De informação
- Ataque coordenado (frontal, - Defesa móvel - Especiais
penetração, envolvimento, -Movimentos retrógrados - De busca, combate e salvamento
desbordamento, infiltração). -Ação retardadora
- Aproveitamento do êxito -Retraimento - De evacuação de não combatentes
- Perseguição -Retirada - De junção
- De interdição
- De transposição de curso de água
- Garantia dos poderes constitucionais - Anfíbia
- Garantia da lei e da ordem - Ribeirinha
- Atribuições subsidiárias - Contra desembarque anfíbio
- Prevenção e combate ao terrorismo - De abertura de brecha
- Sob a égide de organismos internacionais - Em área edificada
- Em apoio à política externa em tempo de paz ou crise
- Outras operações em situação de não guerra
PLATAFORMAS DIGITAIS DO COTER