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Terrestre
em revista
Exército Brasileiro | Ano 008 | Edição 023 | Julho a Setembro de 2020
Brasília – DF
Exército Brasileiro | Ano 008 | Edição 023 | Julho a Setembro de 2020
Foto de Capa: arquivo
Fone: (61) 3415 5014/4849/6977 do CCOMSEx.
RITEX: 860 5014/4849/6977 Descrição: a Brigada de
www.cdoutex.eb.mil.br Infantaria Pará-quedista
em operação.
Envie a sua proposta de artigo para: Autor: Sd Douglas.
dmtrevista@coter.eb.mil.br
A SIMULAÇÃO CONSTRUTIVA NO EXÉRCITO BRASILEIRO
A PRODUÇÃO DOUTRINÁRIA NAS MÃOS DOS ESPECIALISTAS
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
A IMPORTÂNCIA DA RESILIÊNCIA E DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL PARA O MILITAR
“As ideias e conceitos contidos nos artigos publicados nesta revista refletem as opiniões de seus autores e não
a concordância ou a posição oficial do Exército Brasileiro. Essa liberdade concedida aos autores permite que sejam
apresentadas perspectivas novas e, por vezes, controversas, com o objetivo de estimular o debate de ideias.”
O EMPREGO DA BRIGADA DE INFANTARIA
PÁRA-QUEDISTA NA GUERRA DE 4ª
GERAÇÃO Major Guilherme Luchetti Cortinhas
XXXXXX
03
01 02
XXX
XXX
NOTA
[1] DOAMEPI é o acrônimo formado pelas iniciais de Doutrina, Organização (e/ou processos),
Adestramento, Material, Educação, Pessoal e Infraestrutura. Trata-se de um conjunto de sete fatores
determinantes, inter-relacionados e indissociáveis para a obtenção das capacidades operativas, que
são as aptidões requeridas por uma força, para que possa cumprir determinada missão ou tarefa.
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES
CORPO DE EXÉRCITO VETORES AÉREOS DA FORÇA BATALHÃO DE SAÚDE BATALHÃO DE DEFESA QUÍMICA,
de Ca TERRESTRE BIOLÓGICA, RADIOLÓGICA
Manual
E NUCLEAR
EB70-MC-10.251
Edição Experimetal
EB70-MC-10.247 EB70-MC-10.357 EB70-MC-10.356
2020
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES COMANDO DE aOPERAÇÕES TERRESTRES
a
2 Edição 1 Edição
2020 2020 2020
http://www.cdoutex.eb.mil.br/
A PRODUÇÃO DOUTRINÁRIA NAS MÃOS
DOS ESPECIALISTAS
DIFUSÃO FORMULAÇÃO
Projeto
Aprovado
Anteprojeto
Fig 1 - Fatores determinantes das capacidades. VALIDAÇÃO
A PRODUÇÃO DOUTRINÁRIA Quadro 1 - Ciclo de produção doutrinária.
Como conjunto de ideias, a doutrina A atividade de formulação normalmente
precisa ser escrita, organizada, difundida e é atribuída aos estabelecimentos de ensino
alcançar a todos, permitindo a orientação das
(Estb Ens) ou às organizações militares
ações dos indivíduos e das frações na Força,
(OM) consideradas mais aptas a cumprirem
de modo a salvaguardar o conhecimento
a missão, de acordo com o tema tratado.
institucional. Nesse sentido, o Exército
Esse encargo se torna mais adequado à
Brasileiro estruturou o Sistema de Doutrina
medida que o escalão do assunto tratado
Militar Terrestre (SIDOMT), normatizando
é mais baixo ou o tema mais específico, de
os responsáveis, as tarefas e os processos
acordo com a maior especialização natural
necessários à evolução da Doutrina Militar
dos quadros que integram as unidades
Terrestre (DMT).
militares.
O SIDOMT tem o Estado-Maior do Exército
(EME) como órgão indutor e o Comando de No entanto, quanto maior o escalão
Operações Terrestres (COTER), por intermédio e quanto mais geral o tema, mais difícil
do Centro de Doutrina do Exército (C Dout Ex), se torna encontrar, em um único local, os
como órgão central, responsável por elaborar estudiosos e os especialistas das partes
e manter atualizada a DMT no nível tático que compõem o produto a ser formulado.
(BRASIL, 2017a, p. 15). Essa tarefa engloba a E, mesmo no primeiro caso, por vezes, o
gestão da produção doutrinária, atividade que assunto é tão específico que seu domínio
considera todos os órgãos e entidades da Força somente é verificado em profissionais
NOTAS
[1] A doutrina militar compreende o conjunto harmônico de ideias e de entendimentos que define,
ordena, distingue e qualifica as atividades de organização, preparo e emprego das Forças Armadas (FA).
Engloba a administração, a organização e o funcionamento das instituições militares (como organizar,
como equipar, como combater) (BRASIL, 2019b, p. 1-2).
[2] Capacidade é a aptidão requerida a uma força ou Organização Militar para cumprir determinada
missão ou atividade. Essa aptidão é exercida sob condições e padrões determinados, pela combinação
de meios para desempenhar uma gama de tarefas (BRASIL, 2019b, p. 3-2).
[3] Produtos doutrinários são classificados quanto ao fim a que se destinam como manuais de campanha,
cadernos de instrução, vade-mécum, dentre outros (BRASIL, 2017, p. 10).
[4] A Gestão de Pessoas por Competências será entendida como um conjunto integrado de processos e de
atividades dos gestores da Área de Pessoal, que visa a aumentar a efetividade da organização por meio
do desenvolvimento de talentos e alinhamento das competências individuais e profissionais de seus
integrantes com as capacidades necessárias à organização (BRASIL, 2015b, p. 4).
[5] A Diretriz de Pessoal do EB prevê que a identificação de talentos ocorrerá de forma permanente, a
partir das Escolas de Formação, a fim de permitir que, desde os primeiros anos de sua vida profissional,
o militar seja incentivado e estimulado a desenvolver importantes competências que permitirão à Força
direcioná-lo para áreas funcionais de interesse do Exército e do próprio militar. Nesse contexto, torna-
se de fundamental importância a estruturação de um banco de talentos. Um eficaz Sistema de Gestão
de Talentos, gerido pelo Departamento-Geral do Pessoal (DGP) e com a participação de outros Órgãos de
Direção Setorial (ODS), permitirá o gerenciamento do cadastro de habilitações e de talentos do pessoal
militar da ativa e da reserva, visando à melhor alocação dos recursos humanos (BRASIL, 2015b, p. 4).
[6] As competências necessárias para que um militar desempenhe um cargo estão apoiadas na aquisição
de conhecimentos e habilidades; no desenvolvimento de atitudes e valores institucionais; e na
experiência (BRASIL, 2019b, p. 2-9).
[7] Os grupos de trabalho ad hoc têm como característica serem criados para cumprirem um propósito
específico por um tempo determinado.
Fig 1 - Habilidades desenvolvidas no curso de resiliência conduzido pelo Exército dos EUA.
o militar entender e influenciar em todos os intervir com prudência e precisão e ter sempre
níveis de uma organização, contribuindo para algo a oferecer. O líder tem que ser capaz de
a fortalecimento da instituição. navegar além dos limites físicos, de analisar
todas as variáveis das pessoas envolvidas e
A HABILIDADE SOCIAL de tirar proveito dos pontos fortes e fracos
Os relacionamentos interpessoais são dos relacionamentos. Tais capacidades são
a chave de qualquer equipe. Obviamente, a essenciais para o sucesso de qualquer líder.
habilidade social está interligada com outras O militar do EB que dominar essa habilidade
habilidades da inteligência emocional, pois é contribuirá, decisivamente, para o sucesso da
necessário ser empático, conhecer a si mesmo e organização e para o seu próprio crescimento.
controlar os próprios impulsos quando lidando
com relacionamentos. O militar deve ser um A AUTOMOTIVAÇÃO
líder habilidoso, possuir bons relacionamentos Quando a pessoa entende que as emoções
e ser capaz de influenciar, positivamente, o podem aumentar ou diminuir sua capacidade de
ambiente no qual está inserido. Deve, ainda, persistir, de solucionar problemas e de superar
saber lidar com as emoções dos subordinados, frustrações e outros fatores relacionados à
no intuito de ter como resultante a melhor habilidade mental de agir de acordo com o
performance de todos. O principal lema do enfrentamento, torna-se possível traçar uma
líder que possui essa habilidade é: “juntos rota ao encontro da motivação. É crucial que
somos mais fortes”. Não é ser “popular” nem o militar tenha domínio e pleno entendimento
ser visto como alguém simpático, mas é ganhar de suas emoções, a fim de automotivar-se em
a confiança das pessoas por saber ouvir, situações desafiadoras, mobilizando sensações
REFERÊNCIAS
AUTRY, J. A. O líder servidor. Campinas, SP: Ed. Verus, 2001.
BOLTON, R. People skills. New York, NY: Library of Congress, 1979.
BRASIL. Exército. Comando de Operações Terrestres. Processo de planejamento e condução das
operações terrestres (PPCOT). EB70-MC-10.211. 2. ed. Brasília, DF, 2020.
BRASIL. Exército. Estado-Maior do Exército. Liderança militar. C 20-10. 2. ed. Brasília, DF, 2011.
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com/2016/08/31/entendendo-a-guerra-hibrida-uma-analise-explicativa-traz-a-definicao-de-
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RJ: Ed. Objetiva, 2015.
GROTBERG, E. H. Resiliência: descobrindo as próprias fortalezas. Porto Alegre, RS: Artmed, 2005.
MUNROE, M. O poder do caráter na liderança. Rio de Janeiro, RJ: Central Gospel, 2015.
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PAUL, R; ELDER, L. Critical thinking: concepts and tools. Dillon Beach, CA: Foundation for
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SABBI, D. Sinto, logo existo. Porto Alegre, RS: Alcance, 1999.
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DC: U.S. Government Printing Office. 2019.
USA. Army Doctrine Reference Publication (ADRP) 6-22. Army Leadership. Washington, DC: U.S.
Government Printing Office, 2012.
O Major de Cavalaria Menegaz é instrutor do Simulador Com o passar dos tempos, as técnicas para
de Adestramento de Comando e Estado-Maior (SimACEM) do tal atividade foram evoluindo e passaram a
Centro de Adestramento - Sul (CA-Sul). Foi declarado aspirante ser chamadas de simulação. Na simulação, os
a oficial, em 2006, pela Academia Militar
das Agulhas Negras (AMAN). Possui o
comandantes de tropa e seus estados-maiores
curso de Observador Aéreo, da Escola levantam o máximo de possibilidades de
de Instrução Especializada (EsIE), e o resultados referentes a um planejamento e
curso de Aperfeiçoamento de Oficiais, tentam eliminar as variantes que levariam
da Escola de Aperfeiçoamento
de Oficiais (EsAO). Serviu no 8º ao fracasso da missão, originando-se, dessa
Regimento de Cavalaria Mecanizado, forma, os chamados jogos de guerra (JG).
sediado em Uruguaiana-RS, no O JG, como conhecido hoje e antes da
Esquadrão de Comando da 5ª Brigada de inserção de equipamentos computacionais,
Cavalaria Blindada, sediado em Ponta Grossa-
PR, e na Escola de Instrução Especializada, situada no Rio de foi criado por Von Reisswitz, um civil e
Janeiro-RJ, estabelecimento de ensino onde foi instrutor conselheiro militar da corte prussiana, em
no Curso de Observador Aéreo (guilhermenegaz@me.com). 1.811. A atividade consistia na elaboração de
um planejamento, o qual era posto à prova
por meio de um tabuleiro e tratava-se de:
O presente artigo é um trabalho de
pesquisa e revisão literária que relata o um tabuleiro de madeira quadrado com
histórico dos jogos de guerra no Brasil, cerca de 1,8 metros de lado, preenchido
descrevendo sua evolução, de forma a com peças quadradas menores de
abordar assuntos relativos aos softwares argamassa pintadas representando o
utilizados, às metodologias aplicadas e à terreno (estradas, rios, vilas). Havia
atual sistemática de rotação adotada, para a também peças retangulares de porcelana
representando as tropas e um conjunto de
certificação das tropas do Exército Brasileiro, acessórios (compassos, réguas, pequenas
bem como o novo Simulador de Adestramento caixas para a guarda de tropas ocultadas,
de Comando e Estado-Maior. e um conjunto de regras escritas). Um
aspecto interessante do jogo: todos os
HISTÓRICO DOS SISTEMAS DE SIMULAÇÃO componentes representados no tabuleiro
O anseio em prever o resultado de estavam em escala e tinham proporções
e características bastante semelhantes ao
guerras, mesmo antes delas iniciarem, é real. Essa foi uma das grandes inovações
algo que os diversos comandantes de tropas do sistema do Barão Reisswitz. As peças,
desejam desde o primeiro momento em que representando regimentos em coluna,
recebem a missão. Diante disso, os exércitos ajustavam-se à paisagem e ocupavam no
de diversas nações, tanto do passado como modelo somente a quantidade de espaço
do presente, vêm desenvolvendo maneiras que elas ocupariam no terreno real
(Reisswitz adotou a escala de 1:2373 para
de pôr à prova seus planejamentos sem a as tropas na primeira versão do jogo).
necessidade de entrar em combate real, na O tempo também era representado em
esperança de preverem todas as variáveis escala, baseada na observação da duração
de um campo de batalha. do deslocamento de tropas reais para
OS SOFTWARES UTILIZADOS NA
SIMULAÇÃO CONSTRUTIVA
A utilização de um software que simule
o combate e que retrate fidedignamente a
realidade, objetivando o adestramento de
comandantes e seus estados-maiores, é uma
ferramenta buscada por diversos exércitos Fig 2 - Interface gráfica do GUARINI.
NOTAS
[1] A operação Guarani é um exercício combinado que conta com a participação das tropas dos
Exércitos do Brasil e da Argentina. Trata-se de exercício de adestramento realizado dentro de um
cenário operacional simulado e já foi praticado em diversas regiões do território nacional.
[2] A operação Paraná é um exercício tático de defesa externa, com execução de operações ofensivas.
Nesse exercício são empregados dispositivos de simulação de engajamento tático (DSET) modernos e é
realizado apoio ao Centro de Adestramento Leste (CA-Leste).
[3] A operação ARANDU é uma operação combinada, realizada entre os Exércitos Brasileiro e Argentino.
Tal operação foi planejada e coordenada pelo Comando de Operações Terrestres (COTER) e realizada em
conjunto com o Centro de Adestramento-Sul (CA-Sul).
[4] A operação PANAMAX é um exercício multilateral, organizado pelo Departamento de Defesa dos
EUA, com a participação ativa de 18 países. Seu objetivo é treinar militares para uma atuação conjunta,
criando um espaço de cooperação e conhecimento mútuo.
[5] A operação VIKING é um exercício multinacional de defesa, realizado em parceria com diversos
países e organismos internacionais, no qual se utiliza ferramentas de comando e controle, amparados
por uma plataforma assistida por computadores. Esse exercício tem por finalidade realizar treinamentos
de militares, de policiais e de civis, por meio de simulação, em um contexto de missão de paz.
Fig 1 - Munição 7,62 X 51 M80 FMJ – efeitos em gelatina Impressiona o resultado do 5,56, apesar
balística, observáveis imediatamente após transfixação.
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=sGYF8DTLcj4. de seu pequeno projétil de 62 gr. Na verdade,
justamente pela menor massa, esse tem maior
tendência de tombar, aumentando a cavidade
permanente e, dessa forma, acentuando a
lesão. Todavia, não passa desapercebido que a
energia transmitida pelos 147 gr do projétil 7,62
termina por causar o rompimento do bloco, com
dispersão e perda de material gelatinoso.
Entretanto, as afirmativas acima
suprimem detalhes que não podem ser deixados
de lado. Um deles é que tais munições foram
concebidas para finalidades distintas. O 7,62
Fig 2 - Munição 5,56 X 45 mm SS109 - efeitos em gelatina
balística, observáveis imediatamente após transfixação.
M1 é eminentemente antipessoal, enquanto
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=HRbAfdoU9vY. o 5,56 SS109 foi voltado para a superação
Carabina
IMBEL 7,62 3,8 kg 80/55 cm 26,5 cm
IA2
Fz 7,62
M964 A1 4,3 kg 99/75 cm 44 cm
PARAFAL
Diferencial
entre Fuzis 0,58 kg 4,5/5 cm 2,5 cm
IA2
5,56 e 7,62
AS TECNOLOGIAS DE COMU-
NICAÇÕES E APOIO DE FOGO
Mesmo nos primórdios do
Fig 7 - Colete balístico tipo Dragon Skin, com diferentes níveis de prote- 5,56 X 45, no sudeste asiático, o
ção, poderá tornar obsoletas as munições mais utilizadas na atualidade. combatente equipado com um fuzil
Fonte: https://www.slideshare.net/DesiPink/dragon-skin-bullet-proof-clothing.
M16 podia contar com um sistema
OS APARELHOS DE PONTARIA de comunicações que assegurava à sua fração
Se, nos anos 1950 e 1960, o ápice consistente apoio aéreo e de artilharia. Dessa
de sofisticação eram as clássicas e caras forma, se a tropa vietnamita, equipada
lunetas, hoje encontramos uma variedade com AK-47, viesse a oferecer antagonismo
considerável, o radioperador podia passar
de itens avançados a custos cada vez mais
as coordenadas para baterias de obuseiros,
reduzidos. O sistema de mira aberta tem
caças-bombardeiros e, se próximo ao litoral,
sido complementado por optrônicos de
até mesmo uma belonave que por ali passasse.
operação simplificada, utilizáveis após E, assim, foi desenvolvida toda uma
período de treinamento relativamente curto. doutrina, baseada na liberdade de conduta,
Tais equipamentos elevam, sensivelmente, na coordenação interarmas, alicerçada na
a capacidade de detectar e de engajar, com certeza de não se estar isolado ou realmente
precisão, alvos a distâncias que vão até mesmo sozinho no campo de batalha. Sistemas
além do limite de alcance útil protocolar dos avançados de comunicações e de aquisição
armamentos. Citando um caso extremo de de alvos, integrados com sistemas de
aplicação de tecnologias para o aprimoramento aeronaves remotamente pilotadas (SARP)
Sensível
Inundação Catástrofe
GRANDES EVENTOS REU INTERNACIONAIS
(COP 21, EURO 2016) (G8, G20, OTAN) Tecnológica (AZF)
Legenda:
Apoio aos Serviços Públicos
Permanente
Alojamento (Plano Transporte Riscos Sanitários Recorrente
Recursos Nacionais
Grande Frio) (Hidrocarbonetos) (Alimento) (Gripe A, Ebola) Circunstancial
Defesa militar
NOTAS
[1] As Forças Armadas da Guiana Francesa (FAG) são a parcela das Forças Armadas da França que
atuam na Guiana de forma conjunta com a Gendarmerie. Sua atuação é análoga à da polícia militar no
Brasil, porém em nível nacional.
[2] O Estado de Sítio é uma medida excepcional, prevista na constituição francesa, em caso de grande
perigo iminente possível de causar uma insurreição armada ou uma guerra.
[3] A Gendarmerie é uma polícia militar francesa, de amplitude nacional, que integra funções de
segurança pública e de polícia judiciária.
… que a Escola de Paraquedistas, embrião da atual Brigada de Infantaria Paraquedista, foi criada após o então Capitão
Roberto de Pessôa concluir, em 1944, o Curso de Paraquedista do U.S. Army, conduzido pela Airborne School, sendo consi-
derado o primeiro paraquedista militar do Exército Brasileiro?
… que a Airborne School foi criada em 1941, ainda nos primeiros anos da 2ª Guerra Mundial, no Forte Benning, apenas
quatro anos antes da Escola de Paraquedistas brasileira e que, em 1948, o então Tenente do Exército Brasileiro Celso Nathan
Guaraná de Barros realizou o Curso de Pathfinder, que serviu de base para a criação do Curso de Precursor Paraquedista em
1951?
… que a Airborne School, nos dias atuais, faz parte da Airborne Ranger Training Brigade (ARTB), sendo responsável pela
formação e especialização de todos os paraquedistas militares do U.S. Army, bem como dos integrantes dos Regimentos
Ranger?
O RETORNO DO COMBATE DE ALTA
INTENSIDADE E A SUSTENTABILIDADE
LOGÍSTICA: OS DESAFIOS PARA OS
COMBATENTES LOGÍSTICOS
Coronel Francisco Wellington Franco de Souza
NOTAS
[1] Fulda Gap é uma região de baixa altitude, localizada na antiga fronteira entre a República
Democrática Alemã (Alemanha Oriental) e a República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental), que
teve importância estratégica durante a Guerra Fria, por ser considerada como uma região de passagem
vantajosa para condução de operações de forças blindadas de grande envergadura, no caso de uma
invasão do Pacto de Varsóvia contra a Alemanha Ocidental.
[2] Extraída da definição dada pelo Chefe do Estado-Maior do Exército Francês, constante da Lettre n°
502895/ARM/EMAT/OAT/BEMP/ACT/NP, de 18 março de 2020.
[3] A Operação Barkhane, iniciada em agosto de 2014 pela fusão das operações Serval e Epervier, é
uma operação interaliada liderada pela França contra grupos armados salafistas jihadistas na região
da Banda Sahel Saariana, na qual são empregados, atualmente, um efetivo de mais de 5 mil militares,
910 veículos militares (blindados e veículos logísticos), 10 aviões de transporte (tático e estratégico),
3 drones, 7 aviões de caça e 22 helicópteros. Disponível em: https://www.defense.gouv.fr/operations/
barkhane/dossier-de-reference/operation-barkhane.
[4] A Batalha de Mossul (2016-2017), foi uma ofensiva militar para reconquista da cidade de Mossul,
Iraque, que contrapôs, de um lado, as forças governamentais iraquianas, tropas curdas, milícias aliadas
e forças da coalizão e, de outro lado, os jihadistas do Estado Islâmico (EI).
[5] A hora de ouro (golden hour) refere-se à primeira hora após um ferimento traumático, quando é
mais provável que o tratamento de urgência seja bem sucedido.
REFERÊNCIAS
ALCANTARA, Adriano Almeida de. Possibilidades e limitações da atual Aviação do Exército
nas funções de combate Inteligência, Logística e Comando e Controle em apoio ao Batalhão
de Infantaria Mecanizado, no ataque à localidade, trabalho acadêmico apresentado à Escola de
Aperfeiçoamento de Oficiais, Rio de Janeiro, 2017.
BRASIL, Comando do Exército, Diretrizes do Comandante do Exército 2017-2018, Brasília-DF, 2017.
_______. Comando de Operações Terrestres. EB70-MC-10.204 – A Aviação do Exército nas Operações.
1 ed. Brasília, DF. 2019
_______. Estado-Maior do Exército. Processo de Transformação do Exército, 3ª Edição, Brasília-DF, 2010.
_______. Estado-Maior do Exército. Plano Estratégico do Exército 2020-2023, EB10-P-01.007,
Brasília-DF, 2020.
BAGANHA, Luiz Fernando Estorilho. A estrutura da Aviação do Exército Brasileiro: necessidade
de evolução e de criação do Esquadrão de Reconhecimento e Ataque, à luz da Doutrina Delta,
Dissertação apresentada à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Rio de Janeiro-RJ, 2003.