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ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO

ESCOLA MARECHAL CASTELLO BRANCO

Maj Inf ROBERTO NUNES DA CUNHA NETO

A Brigada de Infantaria Aeromóvel como Força de


Prontidão do Exército Brasileiro e sua atual capacidade
frente às Operações no Amplo Espectro

Rio de Janeiro

2023
Maj Inf ROBERTO NUNES DA CUNHA NETO

A Brigada de Infantaria Aeromóvel como Força de


Prontidão do Exército Brasileiro e sua atual capacidade
frente às Operações no Amplo Espectro

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Escola de Comando e
Estado-Maior do Exército, como requisito
parcial para obtenção do título de
Especialista em Ciências Militares, com
ênfase em Defesa.

Orientador: Ten Cel Inf FERNANDO GRIEP DE SOUZA FRANCO

Rio de Janeiro
2023
N469b Cunha Neto, Roberto Nunes da

A Brigada de Infantaria Aeromóvel como Força de Prontidão do


Exército Brasileiro e sua atual capacidade frente às Operações no Amplo
Espectro. / Roberto Nunes da Cunha Neto. - 2023.
82 f. : il. ; 30 cm.

Orientação: Fernando Griep de Souza Franco


Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Ciências
Militares)一 Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Rio de
Janeiro, 2023.
Bibliografia: f. 70-73

1. Operações aeromóveis. 2. Assalto aeromóvel. 3. Força de


Prontidão.4. Planejamento baseado em capacidades. 5. Amplo
espectro dos conflitos. 6. Operações de cooperação e coordenação
entre agências. 7. Garantia da lei e da ordem. I Título.

CDD 355
Maj Inf ROBERTO NUNES DA CUNHA NETO

A Brigada de Infantaria Aeromóvel como Força de


Prontidão do Exército Brasileiro e sua atual capacidade
frente às Operações no Amplo Espectro

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado à Escola de Comando e
Estado-Maior do Exército, como requisito
parcial para obtenção do título de
Especialista em Ciências Militares, com
ênfase em Defesa.

Aprovado em: _____/_____/_______.

COMISSÃO DE AVALIAÇÃO

_________________________________________________________
FERNANDO GRIEP DE SOUZA FRANCO – Ten Cel Inf – Presidente
Escola de Comando e Estado-Maior do Exército

__________________________________________
LEONARDO KUWABARA – Ten Cel Inf – Membro
Escola de Comando e Estado-Maior do Exército

_______________________________________
EDÉSIO MENESES LEÃO – Maj Eng – Membro
Escola de Comando e Estado-Maior do Exército
À minha amada esposa, um justo
reconhecimento por todo amor, parceria,
dedicação e compreensão demonstrados
nos momentos árduos e mais incertos de
nossas vidas.
AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Senhor meu Deus pela oportunidade de existir e rogo para que a
cada dia que começa eu seja sustentado por Sua Fortaleza, cumprindo meu papel
vocacional de esposo, pai e militar.
À Vanessa, minha querida esposa, agradeço por toda dedicação e amor à
nossa família.
Ao meu pequeno João Rafael por continuar sendo esta criança inocente e
amável, cujo sorriso singelo tem a força de revigorar o meu dia. Filho, que assim
como o Cristo, você possa crescer cada vez mais em estatura, sabedoria e graça.
Aos meus pais, por terem proporcionado a oportunidade de uma boa
educação e a correta formação de meus valores morais.
Ao Tenente Coronel Souza Franco, um agradecimento sincero pelo suporte e
orientação dispensados a minha pessoa ao longo da escrituração deste trabalho.
Encerro, com uma enérgica continência a todos os companheiros da Brigada
Aeromóvel que contribuíram com a pesquisa.
“Ao comando da tropa situada na região de Fornovo
– Respíccio: para poupar sacrifícios inúteis de vidas,
intimo-vos a render-vos incondicionalmente ao
comando das tropas regulares do Exército Brasileiro,
que estão prontas para vos atacar. Estais
completamente cercado e impossibilitado de
qualquer retirada. Quem vos intima é o comando da
vanguarda da Divisão Brasileira, que vos cerca.
Aguardo dentro do prazo de duas horas a resposta
do presente ‘ultimatum’. (a) Nelson de Mello,
coronel”. (trecho do livro “A FEB pelo seu
Comandante”, do Marechal Mascarenhas de Moraes,
retratando a carta de rendição enviada ao General
Otto Fretter Pico, Comandante de 148ª Divisão
Alemã, que teve cerca de 4.500 oficiais e praças
capturados pela Força Expedicionária Brasileira na 2ª
Guerra Mundial, após o cerco à região de Fornovo di
Taro)
RESUMO

A presente pesquisa consiste em uma abordagem sobre a 12ª Brigada de Infantaria


Leve (Aeromóvel), no contexto do Sistema de Prontidão do Exército Brasileiro, o
qual exige de algumas Grandes Unidades a manutenção de uma tropa apta a atuar
em qualquer parte do território nacional, ou no exterior. Criada em 1995, a partir da
transformação da 12ª Brigada de Infantaria, sediada em Caçapava-SP. A Grande
Unidade integra as Forças de Emprego Estratégico do Exército, e é constituída por
Organizações Militares tradicionais de histórico expedicionário. Surgindo no contexto
de atualização da Doutrina Militar Terrestre que ao final do século XX, buscou
inserir-se na Era do Conhecimento, a Brigada Fornovo di Taro foi concebida
primordialmente para operações de assalto aeromóvel, tendo sido, ainda, marcada
pelo sucessivo emprego de suas frações em Operações de Não-Guerra,
particularmente em apoio à Organização das Nações Unidas, enviando
contingentes, no período de 2002 a 2016, para compor a Missão de Paz para
Estabilização do Haiti e em diversificadas Operações de Cooperação e
Coordenação entre Agências, como nos Grandes Eventos, nas Forças de
Pacificação e na Intervenção Federal na cidade do Rio de Janeiro em 2018 por meio
da Garantia da Lei e da Ordem. O estudo buscou constatar em que medida a
Brigada Aeromóvel, como Força de Prontidão, possui capacidades de resposta
adequada frente às adversidades modernas impostas pelas atuais operações no
amplo espectro dos conflitos. A pauta do trabalho se alicerça sobre o Plano
Estratégico do Exército 2020-2023, uma vez que abarca uma gama de Objetivos
Estratégicos como o nº 1: Contribuir com a Dissuasão Extrarregional, por meio da
Estratégia de Ampliação da Capacidade Operacional, reestruturando as Forças de
Emprego Estratégico, por meio da obtenção ou modernização de Sistemas e
Materiais de Emprego Militar. No intuito de verificar se as capacidades existentes
permitem responder satisfatoriamente às adversidades do combate moderno, o
trabalho buscou caracterizar as Operações no Amplo Espectro dos conflitos, definir
o conceito do Planejamento baseado em Capacidades, descrever o Sistema de
Prontidão do Exército Brasileiro e apresentar a Brigada Aeromóvel. Assim, utilizou-
se de uma pesquisa de cunho exploratório, analisando as fontes bibliográficas
disponíveis, bem como as documentais de teor ostensivo. De forma a se atingir a
meta estabelecida, a técnica de entrevistas com oficiais superiores e praças de
notória participação em operações como integrantes da Brigada Aeromóvel agregou
novos pontos de vista. Como resultado, encontroaram-se tanto aspectos positivos,
quanto deficiências em algumas capacidades. Dessa forma, é importante conhecer
que existem pontos a serem aprimorados dentro da Mobilidade Estratégica e na
Superioridade no Enfrentamento, como a deficiência de armas anticarro, a
necessidade de meios de Engenharia e a fragilidade logística. O trabalho de campo
foi, ainda, fundamental para entender que a defasagem de meios rádio e de
Tecnologia da Informação impacta sobre outras Capacidades Militares Terrestres,
como Comando e Controle, Proteção, Superioridade de Informações e Cibernética,
prejudicando a missão da 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel) e abrindo
caminhos para outros pesquisadores que vislumbrem propor formas de preencher
essas lacunas.

Palavras-chave: Operações Aeromóveis; Assalto aeromóvel; Força de Prontidão;


Planejamento Baseado em Capacidades; amplo espectro dos conflitos; Operações
de Cooperação e Coordenação entre Agências; Garantia da lei e da ordem
ABSTRACT

This research provides an overview of the 12 th Air Assault Light Infantry Brigade
within the context of the Brazilian Army's Readiness System, which requires certain
Major Units to maintain a troop capable of operating anywhere within the national
territory or abroad. Established in 1995, through the transformation of the 12 th Infantry
Brigade based in Caçapava-SP, this Major Unit integrates the Army's Strategic
Employment Forces and is composed of traditional Military Organizations with an
expeditionary history. Emerging in the context of the update of Land Military Doctrine
at the end of the 20th century, aiming to integrate into the Knowledge Era, the
Fornovo di Taro Brigade was primarily conceived for Air Assault operations.
Additionally, it was characterized by the successive deployment of its fractions in
Non-War Operations, particularly in support of the United Nations. From 2002 to
2016, it sent contingents to compose the MINUSTAH, a Peacekeeping Mission in
Haiti, and participated in various Cooperation and Coordination Operations among
Agencies, such as in Major Events, Pacification Forces, and the Federal Intervention
in Rio de Janeiro in 2018 through Law Enforcement and Order Maintenance. This
study sought to determine to what extent the Airborne Brigade, as a Ready Force,
possesses adequate response capabilities in the face of modern adversities imposed
by current operations in the wide spectrum of conflicts. The research is grounded in
the Army's Strategic Plan 2020-2023, as it encompasses a range of Strategic
Objectives, such as nº 1: Contribute to Extraregional Deterrence, through the
Operational Capacity Expansion Strategy, restructuring the Strategic Employment
Forces, by obtaining or modernizing Military Employment Systems and Materials. In
order to verify if the existing capabilities allow for a satisfactory response to the
adversities of modern combat, the research sought to characterize Operations in the
Wide Spectrum of conflicts, define the concept of Capability-based Planning,
describe the Brazilian Army's Readiness System, and present the Airborne Brigade.
Thus, an exploratory research approach was utilized, analyzing available
bibliographic sources, as well as ostensive documentary materials. To achieve the
established goal, the technique of interviews with senior officers and enlisted
personnel with notable participation in operations as members of the Airborne
Brigade provided new perspectives. As a result, both positive aspects and
deficiencies in certain capabilities were found. Therefore, it is important to
acknowledge that there are areas to be improved within Strategic Mobility and
Superiority in Engagement, such as the deficiency in anti-tank weapons, the need for
Engineering assets, and logistical fragility. The fieldwork was also crucial in
understanding that the shortage of radio and Information Technology means affects
other Land Military Capabilities, such as Command and Control, Protection,
Information Superiority, and Cybernetics, impairing the mission of the 12 th Air Assault
Light Infantry Brigade and paving the way for other researchers who aim to propose
ways to fill these gaps.

Keywords: Airborne Operations; Air Assault; Readiness Force; Capability-based


Planning; Wide Spectrum of Conflicts; Cooperation and Coordination Operations
among Agencies; Law Enforcement and Order Maintenance.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Tropa embarcada em Vtr da ONU realizando patrulhamento urbano......24

Figura 2 – Dimensões do ambiente operacional.......................................................26

Figura 3 – Campo de Batalha no Amplo Espectro dos Conflitos...............................27

Figura 4 – Exemplo de Operação Ofensiva...............................................................28

Figura 5 – Exemplo de Operação Defensiva.............................................................29

Figura 6 – Exemplos de Agências.............................................................................30

Figura 7 – Exemplo de Operação Aeromóvel............................................................33

Figura 8 – Espectro dos Conflitos..............................................................................34

Figura 9 – Exemplo de combinação de atitudes........................................................36

Figura 10 – Pirâmide das Capacidades Nacionais....................................................38

Figura 11 – Embarque de Vtr Blindadas em aeronaves de carga.............................40

Figura 12 – Tropa de Operações Especiais..............................................................41

Figura 13 – Soldado operando um Sistema de TI e Comunicações..........................42

Figura 14 – Hospital de Campanha desdobrado no terreno......................................43

Figura 15 – Adestramento de tropa do EB em conjunto com outras agências..........44

Figura 16 – Modelagem do SISOMT.........................................................................47

Figura 17 – Faseamento dos Ciclos de Prontidão.....................................................49

Figura 18 – Assalto Aeromóvel no Vietnã..................................................................51

Figura 19 – Distribuição das OM da 12ª Bda Inf L (Amv)..........................................52

Figura 20 – Tropa em adestramento para Operação de Controle de Distúrbios.......54


LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Caracterização da amostra quanto aos questionários respondidos........58

Gráfico 2 – Operações como integrante da 12ª Bda Inf L (Amv)...............................59

Gráfico 3– Número de missões realizadas no âmbito da 12ª Bda Inf L (Amv)..........59

Gráfico 4 – CO 3 Prontidão........................................................................................60

Gráfico 5 – CMT 02 Superioridade no Enfrentamento...............................................61

Gráfico 6 - CMT 03 Apoio a Órgãos Governamentais...............................................63

Gráfico 7 - CMT 04 Comando e Controle.................................................................64

Gráfico 8 - CMT 05 Sustentação Logística................................................................65

Gráfico 9 - CMT 06 Interoperabilidade.......................................................................66

Gráfico 10 - CMT 07 Proteção..................................................................................67

Gráfico 11 - CMT 08 Superioridade de Informações.................................................68

Gráfico 12 - CMT 09 Cibernética...............................................................................68

Gráfico 13 - Capacidade de resposta às adversidades das Op Amplo Espectro......69


LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Observações sobre a CO 3.....................................................................61

Quadro 2 - Observações sobre a CMT 02.................................................................62

Quadro 3 - Observações sobre a CMT 03.................................................................63

Quadro 4 - Observações sobre a CMT 04.................................................................64

Quadro 5 - Observações sobre a CMT 05.................................................................65

Quadro 6 - Observações sobre a CMT 06.................................................................66

Quadro 7- Observações sobre a CMT 07..................................................................67


LISTA DE ABREVIATURAS

12ª Bda Inf L (Amv) 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel)


1ª DE 1ª Divisão de Exército
AEC Amplo Espectro dos Conflitos
Amv Aeromóvel
Bda Inf Pqdt Brigada de Infantaria Paraquedista
C Mil A Comando Militar de Área
C2 Comando e Controle
CA Centro de Adestramento
CA-Leste Centro de Adestramento-Leste
CF/88 Constituição Federal de 1988
CML Comando Militar do Leste
CMT Capacidades Militares Terrestres
CO Capacidades Operativas
COpEsp Comando de Operações Especiais
COTER Comando de Operações Terrestres
EB Exército Brasileiro
EFD Estado Final Desejado
EM Estado Maior
EUA Estados Unidos da América
F Ter Força Terrestre
FA Forças Armadas
FEB Força Expedicionária Brasileira
FEE Forças de Emprego Estratégico
FORPRON Força de Prontidão
FT Amv Força-Tarefa Aeromóvel
FTC Força Terrestre Componente
GU Grande Unidade
HE Hipótese de Emprego
MEM Material de Emprego Militar
MINUSTAH Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti
OCA Observador, Condutor e Avaliador
OCCA Operações de Cooperação e Coordenação com Agências
OCD Operação de Controle de Distúrbios
ODOp Órgão de Direção Operacional do Exército Brasileiro
OEE Objetivo Estratégico do Exército
OM Organizações Militares
Op Cj Operações Conjuntas
Op GLO Operações de Garantia da Lei e da Ordem
Op Ofs Operações Ofensivas
PBC Planejamento Baseado em Capacidades
PPA Programas Padrão de Adestramento
SINFOTER Sistema de Informações Operacionais Terrestres
SIPLEx Plano Estratégico do Exército
SISEMP Sistema de Emprego da Força Terrestre
SISOMT Sistema Operacional Militar Terrestre
SISPREPARO Sistema de Preparo da Força Terrestre
SISPRON Sistema de Prontidão do Exército
SMEM Sistemas e Materiais de Emprego Militar
SSEB Sistema de Simulação do Exército Brasileiro
STIC3 Sistemas de Tecnologia da Informação e Comunicações e
Comando e Controle
TI Tecnologia da Informação
TIC Tecnologia da Informação e Comunicações
TTP Táticas, Técnicas e Procedimentos
UNPCRS Forças do Sistema de Prontidão de Capacidade de
Manutenção da Paz das Nações Unidas
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..............................................................................................16

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA.........................................................................17


1.2 OBJETIVO GERAL.......................................................................................19
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.........................................................................19
1.4 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA.....................................................................19
1.5 RELEVÂNCIA DO ESTUDO.........................................................................19

2 METODOLOGIA...........................................................................................21

3 O AMPLO ESPECTRO DOS CONFLITOS..................................................24

3.1 O EMPREGO DAS FORÇAS MILITARES....................................................26


3.2 CLASSIFICAÇÃO DAS OPERAÇÕES MILITARES.....................................26
3.2.1 Classificação das operações quanto às forças empregadas........................27
3.2.2 Classificação das operações quanto à finalidade.........................................28
3.3 AS OPERAÇÕES NO AMPLO ESPECTRO DOS CONFLITOS...................34

4 O PLANEJAMENTO BASEADO EM CAPACIDADES................................37

4.1 CMT 01. PRONTA RESPOSTA ESTRATÉGICA..........................................40


4.2 CMT 02. SUPERIORIDADE NO ENFRENTAMENTO..................................41
4.3 CMT 03. APOIO A ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS.....................................41
4.4 CMT 04. COMANDO E CONTROLE (C2).....................................................42
4.5 CMT 05. SUSTENTAÇÃO LOGÍSTICA........................................................42
4.6 CMT 06. INTEROPERABILIDADE................................................................43
4.7 CMT 07. PROTEÇÃO...................................................................................44
4.8 CMT 08. SUPERIORIDADE DE INFORMAÇÕES........................................44
4.9 CMT 09. CIBERNÉTICA...............................................................................45

5 O SISTEMA DE PRONTIDÃO DO EXÉRCITO BRASILEIRO (SISPRON)..46

5.1 O SISTEMA OPERACIONAL MILITAR TERRESTRE (SISOMT).................46


5.2 O CICLO DE PREPARAÇÃO COMPLETA...................................................47

6 A BRIGADA AEROMÓVEL..........................................................................51

7 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS..........................................58

7.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA............................................................58


7.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE AS CAPACIDADES DA BRIGADA
AEROMÓVEL............................................................................................................ 60

8 CONCLUSÃO...............................................................................................70

REFERÊNCIAS......................................................................................................... 74

APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA...........................................................80


1 INTRODUÇÃO

A presente pesquisa propõe-se a estudar a interação de uma das Grandes


Unidades (GU) da Força de Prontidão (FORPRON) do Exército Brasileiro (EB) com
as adversidades do combate moderno, seguindo a linha epistemológica construída
pela Teoria da Guerra, proposta por Clausewitz (1832), nos escritos de sua obra
mais conhecida, “On War”. O pensamento do general prussiano pautou as
discussões acadêmicas sobre as artes bélicas desde o início do século XIX, até o
final do século XX, desenvolvendo a ótica de observação para o emprego de forças
militares, seja em situações de conflito armado ou crise interna, levando sempre em
consideração a realidade de que a “guerra consiste na continuidade da política
através de outros meios” (CLAUSEWITZ, 1832).
A Constituição Federal de 1988 (CF/88) estabelece em seu Artigo 142 que as
Forças Armadas (FA) são Instituições Nacionais permanentes e regulares,
destinadas à defesa da Pátria, da garantia dos poderes constitucionais e da lei e da
ordem. Para tal, a Força Terrestre (F Ter) emprega tropas altamente preparadas, e
capazes de atuar estrategicamente (BRASIL, 2020), como a Brigada Aeromóvel.
A 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel) (12ª Bda Inf L (Amv)), localiza-
se majoritariamente na porção sudeste do Estado de São Paulo, tendo a sede de
seu Comando instalada na cidade de CAÇAPAVA-SP, desde 1919, como se
encontra divulgado em seu sítio da Internet. Suas tropas compõem, atualmente, as
Forças de Emprego Estratégico (FEE) do EB, ao lado da Brigada de Infantaria
Paraquedista (Bda Inf Pqdt) e do Comando de Operações Especiais (COpEsp)
(BRASIL, 2020).
Segundo o contido em sua página eletrônica, a Brigada Aeromóvel é
integrada por tropas tradicionais no âmbito da F Ter com Organizações Militares
(OM) renomadas que enviaram contingentes para integrar a Força Expedicionária
Brasileira (FEB), durante a 2ª Guerra Mundial. Sua transformação em Aeromóvel
(Amv) ocorreu em 1995, visando atender a novas demandas dos conflitos armados.
Nesse contexto, é relevante observar que no âmbito das ciências militares foi
introduzida a concepção de que os conflitos armados seriam atos violentos
destinados à submissão de um inimigo à vontade de seu opositor (MIGON, 2014).
A necessidade de controlar situações de crise em âmbito interno, levou ao
emprego contínuo da tropa dentro do território brasileiro, ao longo da década de
1990 e, principalmente, no início do século XXI. Nesse contexto, conforme o domínio
eletrônico do Ministério da Defesa, a 12ª Bda Inf L (Amv) foi enviada para operações
em estados como Pará, Bahia e Rio de Janeiro, atuando, principalmente, na
Garantia da Lei e da Ordem.
Segundo Cunha Neto (2015), dentre as missões realizadas, inseriram-se o
emprego nos Grandes Eventos no Brasil, que se estenderam de 2007 com os Jogos
Panamericanos, até 2016, com a realização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos
no Rio de Janeiro. Outras ações relevantes em apontar foram também a atuação da
Brigada Aeromóvel nas Forças de Pacificação e, posteriormente, na Intervenção
Federal de 2018, também em território carioca (BENITES, 2019).
No ambiente internacional, a Grande Unidade destacou-se por integrar
inúmeros contingentes enviados ao HAITI, compondo a Missão das Nações Unidas
para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH), desde seu acionamento em 2004, até a
desmobilização em meados de 2016 (BRASIL, acessado em 08/10/2022).
Atualmente, a 12ª Bda Inf L (Amv) participou de exercícios de certificação
junto ao Exército dos Estados Unidos da América (EUA), tanto em treinamentos
ocorridos no Brasil, como na Operação CORE, no território da nação amiga
(BRASIL, acessado em 08/10/2022).

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA


Conforme Cunha Neto (2015) e Benites (2019), as FEE do Exército Brasileiro
experimentaram ao longo do começo do século XXI uma crescente atualização de
material, em virtude das necessidades que se apresentaram desde o início da
MINUSTAH, passando pelos Grandes Eventos no Brasil, pela Intervenção Federal
até o presente ciclo de preparo junto ao Exército Norte-americano.
A doutrina aeromóvel no país sofreu algumas atualizações, tendo sido
aprovado o Manual de Campanha EB70-MC-10.218 – Operações Aeromóveis 1ª
Edição em 2017 e, recentemente, tendo a 2ª Edição aprovada pela Portaria nº 212
do Comando de Operações Terrestres (COTER) de 31 de agosto de 2022. (BRASIL,
2022, p. 5).
Os princípios das Relações Internacionais que regem a Política Externa
Brasileira, desde a atuação do Barão do Rio Branco até os dias atuais, colocou o
país no papel de articulador de um diálogo pacífico no ambiente geopolítico,
preservando a Segurança Nacional, comportamento que se materializa nos dias
atuais, através do Art 4º da CF/1988, que rege sobre os princípios das Relações
Internacionais para o Estado Brasileiro. Devido a tal capacidade, mesmo o Estado
mantendo-se distante de conflitos militares desde a última Grande Guerra, buscou
manter sua Doutrina Militar atualizada e em condições de ser empregada.
As missões desencadeadas pela 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel)
enquadram-se na concepção do combate moderno trazido por Migon (2014). A
designação de alvos compensadores na retaguarda do inimigo, visando negar-lhe o
interesse no combate, ou desestruturar seu apoio logístico, materializa a natureza
política dos objetivos traçados para as Forças de Superfície helitransportadas.
Nesse contexto, o conceito de combate moderno se aplica também quando
por ocasião do desenvolvimento de Operações de Cooperação e Coordenação com
Agências (OCCA), seja em virtude de crises estabelecidas pelas limitações dos
entes estatais, ou em Conjunto, nas ações na faixa de fronteira como a Operação
Ágata. A Força Terrestre em tais condições visa estabilizar ameaças, trazendo a
sensação de segurança de volta ao seio da sociedade brasileira (BRASIL, 2022).
Em seu trabalho, Silva e Dias (2021) apresentam uma dicotomia no âmbito
das Ciências Militares, apontando outra possível vertente para os estudos bélicos,
inserindo a Teoria da Complexidade como referencial substitutivo à Teoria da Guerra
de Clausewitz, endossando o pensamento trazido por Migon já em 2014, em
complemento na análise do fenômeno da guerra.
Atualmente, a Teoria da Complexidade surge como um paradigma
emergente no mundo científico, demonstrando amplas possibilidades de
aplicação no âmbito da Teoria da Guerra e, consequentemente, na área de
Ciências Militares. Para que isso ocorra, Migon (2014, 47) ressalta a
necessidade de estimar a inserção da Teoria da Complexidade como
referencial substitutivo, predominante ou complementar na análise do
fenômeno da guerra. "A guerra é pois, um ato de violência destinado a
forçar o adversário a submeter-se à nossa vontade"(SILVA e DIAS, 2021,
p.14)

A epistemologia da complexidade será aplicada no que se refere ao estudo


das Operações no Amplo Espectro dos Conflitos em virtude de sua vasta
possibilidade de abordagem, conforme sustentado por Gomes e Paiva: “a atuação
das FA e os trabalhos realizados em suas escolas e institutos demonstram a
influência dessa epistemologia, fruto da grande quantidade de pesquisadores que
utilizam essa lente para a realização de seus estudos” (GOMES e PAIVA, 2021, p.
16).
Assim, a criação da Brigada de Infantaria Leve Aeromóvel decorreu de
experiências colhidas no cenário internacional, trazendo aquilo que de mais
moderno fosse empregado em termos bélicos. Considerando que, até a presente
data, ainda não houve um batismo de fogo, percebe-se a seguinte situação
problema:
Em que medida a 12ª Brigada de Infantaria Leve Aeromóvel como
FORPRON do EB, possui capacidades de resposta adequada frente às
adversidades modernas impostas pelas atuais operações no amplo espectro?

1.2 OBJETIVO GERAL

Para identificar e detalhar as ações a serem realizadas, a fim de dar resposta


ao problema formulado, foram traçados o objetivo geral, que determina a finalidade
principal da investigação, e os objetivos específicos, que descrevem o caminho
lógico a ser percorrido para solucionar o problema.
O objetivo geral a ser alcançado por este trabalho é analisar se a 12ª Brigada
de Infantaria Leve (Aeromóvel) possui capacidade de resposta adequada às
adversidades impostas pelas atuais operações no amplo espectro.

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


Para alcançar o objetivo geral da pesquisa, foram formulados objetivos
específicos que deverão ser atingidos:
a. caracterizar as Operações no Amplo Espectro dos conflitos;
b. definir o conceito de planejamento baseado em capacidades;
c. descrever o Sistema de Prontidão do Exército Brasileiro; e
d. apresentar a Brigada Aeromóvel.

1.4 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA


A limitação temporal da pesquisa abrangerá o período compreendido desde a
transformação da 12ª Brigada de Infantaria Leve, no ano de 1995, até os dias atuais.
No tangente ao critério da população, o presente estudo englobará os
elementos da Brigada Aeromóvel e os meios orgânicos das Forças Armadas
Brasileiras necessárias a seu emprego eficaz no Amplo Espectro.

1.5 RELEVÂNCIA DO ESTUDO


O presente trabalho propõe-se a estudar as atuais capacidades de emprego
operacional e logístico da Brigada Aeromóvel como Força Componente do Sistema
de Prontidão do Exército Brasileiro (SISPRON), concluindo sobre possíveis
necessidades de adequação e oportunidades de melhoria a serem implementadas
diante dos desafios do combate de Amplo Espectro no século XXI.
O estudo encontra-se pautado sobre o Plano Estratégico do Exército (SIPLEx)
2020-2023, evidenciando sua inserção no Objetivo Estratégico do Exército (OEE) 1,
Contribuir com a Dissuasão Extrarregional, por meio da Estratégia de Ampliação da
Capacidade Operacional (Estratégia 1.1), reestruturando as Brigadas de FEE (Ação
Estratégica 1.1.1), através da atividade de obtenção ou modernização dos Sistemas
e Materiais de Emprego Militar (SMEM) para as tropas de emprego estratégico
(Brigadas).
A pesquisa fica também subsidiada nas atividades desenvolvidas pela
Brigada Aeromóvel em âmbito internacional, concretizando o Objetivo Estratégico do
Exército 2 – Ampliar a projeção do Exército no Cenário Internacional, participando de
exercícios e operações multinacionais que contribuam para a prontidão, a
interoperabilidade e o aperfeiçoamento da doutrina (2020-2023), dentro da
Estratégia 2.2 – Aumento da capacidade de projeção de poder.
O Objetivo Estratégico do Exército nº 5 - Modernizar o Sistema Operacional
Militar Terrestre (SISOMT) – Preparo e Emprego da Força Terrestre é alvo finalístico
da pesquisa, pois a atividade 5.1.3.1, cujo foco é a implantação do Sistema de
Prontidão Operacional (SISPRON) para as OM integrantes da FORPRON,
mantendo-as em condições de realizar Operações Básicas e Complementares e/ou
integrar uma Força Expedicionária, engloba todo o conjunto de atividades
desenvolvidas de 2018, com o emprego na Intervenção Federal até o adestramento
combinado realizado com o Exército dos Estados Unidos da América.
Por fim, o estudo atende, também ao Objetivo Estratégico do Exército nº 6, na
busca por fornecer subsídios que contribuam para manter atualizado o Sistema de
Doutrina Militar Terrestre.
2 METODOLOGIA

Esta seção tem por finalidade apresentar detalhadamente o caminho


percorrido para solucionar o problema levantado, através da perspectiva
epistemológica concebida, bem como a metodologia aplicada, a fim de obter-se as
informações de interesse e analisá-las.

O trabalho utilizou o cunho exploratório, com o intuito de aproximar-se de


forma eficiente do problema (GIL, 2017). Ainda segundo Gil, o propósito exploratório
traz a necessidade de um planejamento flexível, a fim de considerar os mais
diversificados aspectos estudados e aplica-se melhor em pesquisas de
levantamento bibliográfico, com utilização de entrevistas.

Seguindo tal direcionamento, o estudo consistiu em uma pesquisa


bibliográfica, baseada em material nacional e estrangeiro sobre a vertente
aeromóvel das operações militares, assim como conteúdos que abarcassem
assuntos atinentes à Garantia da Lei e da Ordem. Na pesquisa bibliográfica, para Gil
(2017), a revisão da bibliografia é fundamental em um trabalho acadêmico, pois
estabelece a sustentação teórica sobre o tema em pauta, bem como estabelece a
caracterização do estado atual do conhecimento existente sobre o assunto.

O delineamento de pesquisa consistiu no levantamento e seleção da


bibliografia, com uma leitura analítica e realizando o fichamento das fontes. Na
pesquisa bibliográfica foi utilizado material elaborado, primordialmente livros, artigos
científicos e monografias, estabelecendo uma divisão do estudo do problema por
partes, apresentando o Amplo Espectro dos Conflitos, o Planejamento Baseado em
Capacidades (PBC), as Forças de Prontidão e a 12ª Brigada de Infantaria Leve
(Aeromóvel).

A técnica de pesquisa documental foi também fundamental para a pesquisa.


O trabalho utilizou relatórios com conteúdo de teor ostensivo, possibilitando o caráter
aberto do estudo. Conforme Gil (2017), a principal característica das pesquisas
documentais consiste no fato de que se valem de toda a sorte de documentos
institucionais, produzidos com os mais variados fins.

Nesse contexto, a redação do referencial teórico e estruturação da forma de


análise que viabilizasse a solução do problema de pesquisa, as fontes bibliográficas
foram selecionadas entre publicações escritas, manuais nacionais e estrangeiros e
em bases de dados eletrônicos. Foram buscados artigos científicos, instruções
provisórias, manuais de campanha, portarias, bem como publicações doutrinárias e
científicas estrangeiras.

Outra especificidade do delineamento da pesquisa foi a utilização do Google


Acadêmico, através dos termos descritores “operações aeromóveis”, “planejamento
baseado em capacidades”, “Brigada Aeromóvel” e “Força de Prontidão”, para
estabelecer a base de busca de Artigos Científicos e Trabalhos de Conclusão de
Curso. No transcurso do trabalho foram utilizados livros acadêmicos de autores
renomados, a fim de subsidiar os apontamentos sobre a metodologia aplicada ao
atual estudo.

Durante as diversas etapas da pesquisa, realizaram-se entrevistas com


oficiais e praças servindo na 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel), ou que já
tivessem integrado seus quadros, possuindo notório saber nas atividades
aeromóveis, além de serem profissionais experimentados em operações conduzidas
pela Brigada Fornovo di Taro. O emprego da técnica da pesquisa de campo, que
segundo Rodrigues (2005), se caracteriza pela interrogação direta das pessoas
envolvidas com o objeto cujo comportamento se deseja conhecer, permitiu coletar
opiniões de militares com relação às capacidades da 12ª Bda Inf L (Amv) em
atividades recentemente conduzidas.

Nesse contexto, as perguntas constantes do Apêndice A foram concebidas


com o enfoque de compreender a percepção dos elementos integrantes da
FORPRON, sobre as capacidades militares terrestres da Brigada Aeromóvel nas
operações em que participaram. Assim, as respostas às perguntas da entrevista
caracterizaram-se como o fundamento do estudo, para solucionar o problema
proposto.

Elaboraram-se questões diretas, abordando os assuntos pertinentes ao


objetivo desse estudo, oferecendo a possibilidade de incluir a opinião do militar
entrevistado. Não houve distinção na formulação das perguntas com relação à
função exercida pelo militar, para que não ocorresse a tendência de visualização dos
diferentes pontos de vista e escalões de emprego.
As respostas das entrevistas foram organizadas por meio do emprego das
ferramentas disponíveis no programa Microsoft Office Excel, com o intuito de
demonstrar, de modo gráfico, as tendências centrais de opiniões dos militares
participantes do estudo.
O estudo consistiu em um período de cerca de nove meses, divididos nas
fases de levantamento de fontes bibliográficas, escrituração dos elementos textuais,
pré-textuais e pós-textuais. Durante os dois primeiros meses foi organizado o
referencial teórico e ao terceiro mês a literatura foi revisada. No quarto mês foi
iniciada a redação dos elementos pré-textuais e do referencial teórico da pesquisa,
sendo este último consolidado no sexto mês. A estruturação da pesquisa permitiu a
realização das entrevistas, de forma a dar maiores subsídios ao trabalho, a qual foi
desencadeada durante o sétimo mês. No oitavo mês os resultados foram discutidos,
bem como finalizados os elementos pré-textuais e pós-textuais que compõe este
trabalho.

A presente pesquisa utilizou uma abordagem qualitativa, seguindo


essencialmente as características, propostas por Bogdan e Biklen (1994) acerca do
conhecimento do investigador sobre os locais de estudo, na qual a essência
descritiva da investigação, é de fundamental importância para os dados colhidos;
onde a análise indutiva das variáveis estudadas; se faz muito relevante para que se
conheçam as percepções e como os participantes interpretam suas experiências.

Os resultados foram discutidos através do método indutivo, estabelecendo-se


uma relação com o estudo da adequação de pessoal e material às exigências
peculiares dos conflitos modernos. As respostas permitiram entender a opinião dos
especialistas sobre as exigências necessárias ao êxito da tropa aeromóvel nas
operações desenvolvidas no amplo espectro dos conflitos, em todas as suas
dimensões. Os dados obtidos foram categorizados e as respostas consolidadas
graficamente, dando ênfase às alternativas tidas como mais aceitas.

A seguir, será apresentado o caminho percorrido para a solução do problema


levantado, abordando os objetivos geral e específicos estabelecidos na Introdução
dessa pesquisa.
3 O AMPLO ESPECTRO DOS CONFLITOS
O Amplo Espectro dos Conflitos (AEC) representam um conceito estratégico e
operacional que abrange uma gama diversificada de atividades militares e não
militares, permitindo que as forças armadas respondam eficazmente a uma
variedade de cenários de conflito, desde situações de paz até conflitos de alta
intensidade. Essa abordagem é projetada para lidar com as complexidades do
ambiente de segurança moderno, onde os desafios muitas vezes não se encaixam
em categorias tradicionais de guerra e paz (BRASIL, 2019b).
Figura 1 – Tropa embarcada em Vtr da ONU realizando patrulhamento urbano

Fonte: Brasil, 2015a.


A figura 01 retrata, em uma avenida do Haiti, uma coluna de viaturas
mecanizadas na coloração branca com as letras “UN” estampadas na porta traseira.
Na escotilha dos veículos, observam-se militares brasileiros, trajados de camuflado e
com o característico capacete azul das tropas empregadas em Missões de Paz,
portanto fuzis. Exemplificando uma ação de patrulhamento urbano motorizado em
uma operação multinacional.
O espectro de conflitos, muitas vezes representado como uma escala
contínua, reflete diferentes níveis de hostilidade, desde a cooperação pacífica até a
guerra total. A abordagem das OAEC reconhece que, dentro desse espectro, as
forças armadas devem ser capazes de operar em uma variedade de contextos e
cenários, empregando uma gama diversificada de capacidades e táticas. Isso
envolve uma combinação de ações militares e não militares, com foco na obtenção
de objetivos estratégicos e na resolução de conflitos (BRASIL, 2019b).
Os conflitos armados inserem-se no contexto de um determinado ambiente
operacional, cuja compreensão é de vital importância para o transcurso das
operações. O ambiente operacional envolve todas as condicionantes capazes de
afetar o espaço no qual tropas militares estão sendo empregadas, interferindo
também no modo como tal emprego será realizado. Atualmente, a doutrina da F Ter
compreende que ele se caracteriza nas dimensões física, humana e informacional
(BRASIL, 2017).
É importante observar, que historicamente o ambiente operacional sempre
era analisado sob a ótica da dimensão física, na qual preponderavam fatores como o
terreno e as condições meteorológicas. As implicações do combate moderno,
exigem que, hoje, as três dimensões sejam igualmente consideradas (BRASIL,
2017).
A dimensão física do combate moderno continua a exigir fisicamente os
indivíduos, fazendo-se necessário elencar previamente as áreas estratégicas que
possuirão maior prioridade de emprego, tanto no interior do país, quanto fora dele. É
a partir do estabelecimento dos locais prioritários que as capacidades da F Ter serão
desenvolvidas, para proporcionar a certificação adequada ao emprego, devendo
ainda, ser considerados separadamente todos os ambientes com características
especiais (BRASIL, 2017).
A dimensão humana, conforme Brasil (2017), “abrange os fatores
psicossociais, políticos e econômicos da população local, assim como suas
estruturas, seus comportamentos e interesses”. Nela o foco volta-se ao ser humano
e a sociedade ao seu redor, com importante atenção devendo ser dada para evitar-
se a perda de vidas humanas e a provocação de danos colaterais.
A dimensão informacional tornou-se muito relevante, particularmente com a
Era do Conhecimento. Nos tempos atuais, as narrativas e a informação tornaram-se
extremamente voláteis e flexíveis e é nesse campo onde atuam os sistemas
utilizados na obtenção, produção e difusão da informação. Tornou-se imprescindível,
pois nele as mudanças sociais escoram-se na capacidade de transmissão, no
acesso e na informação compartilhada (BRASIL, 2017).
Figura 2 – Dimensões do ambiente operacional

Fonte: Brasil, 2017

3.1 O EMPREGO DAS FORÇAS MILITARES

As operações militares ocorrem em diversos espectros dos conflitos,


conforme o nível de engajamento, indo da prevenção de ameaças até a solução de
conflitos armados (BRASIL, 2017).
A situação de guerra pode ser definida pelo emprego do poder militar para a
defesa da pátria, missão primordial e mais tradicional das FA de um país, devendo
para isso, encontrarem-se constantemente preparadas e adestradas (BRASIL,
2017).
Os conflitos podem ocorrer ainda em uma situação de não guerra. Aqui, a
capacidade bélica é empregada de forma limitada, tanto dentro, quanto fora do país,
sem materializar combate propriamente dito. De uma forma geral, em tal
circunstância o poder militar será utilizado em um universo de interagências, no qual
as FA podem, ou não, exercer o papel principal (BRASIL, 2017).

3.2 CLASSIFICAÇÃO DAS OPERAÇÕES MILITARES

As operações são classificadas tanto pelas forças empregadas, quanto por


sua finalidade. Referente ao emprego, são denominadas singulares, conjuntas ou
combinadas (BRASIL, 2017). No contexto de designação por sua finalidade, as
ações militares classificam-se como básicas e complementares.
3.2.1 Classificação das operações quanto às forças empregadas
Uma operação militar denominar-se-á de singular, quando ela estiver sendo
desempenhada por uma única FA, mesmo que venha a contar com o apoio de
pequenas frações oriundas de outros meios, ou mesmo de outra força (BRASIL,
2017).
As operações conjuntas (Op Cj) referem-se a atividades militares com
emprego de meios consideráveis por mais de uma das FA, cujos propósitos sejam
considerados interdependentes ou que se completem. O comando único é
característico das Op Cj, contando com representantes das demais forças singulares
na composição do estado-maior. O sucesso dessa forma de emprego decorre da
habilidade de integrar as forças navais, terrestres e aéreas, por meio de uma relação
de comando eficiente e com o Comando e Controle (C2) adequados (BRASIL, 2017).
As operações combinadas são desencadeadas quando ocorre o envolvimento
de FA de mais de uma nação, submetidas ao comando único de apenas uma delas,
no âmbito de um sistema de aliança ou mesmo de coalizão. Caso mais de uma FA
dos diferentes países incluídos seja empregada, passa a ser qualificada como
conjunto-combinadas (BRASIL, 2017).
Figura 3 – Campo de Batalha no Amplo Espectro dos Conflitos

Fonte: Brasil, 2017.


3.2.2 Classificação das operações quanto à finalidade
As operações básicas são a forma de classificação elementar do combate e
ocorrem tanto em situação de guerra, quanto de não guerra, a fim de atingirem os
objetivos elencados pelas autoridades no nível político. Na situação de guerra as
operações básicas desencadeadas são a ofensiva e a defensiva, enquanto na
situação de não guerra, desenvolvem-se as operações de cooperação e
coordenação com agências (OCCA).
As operações ofensivas objetivam a conquista de terreno, a fim de impor sua
própria vontade sobre o inimigo, sendo essenciais para a obtenção de resultados
decisivos.
As operações ofensivas (Op Ofs) são operações terrestres agressivas nas
quais predominam o movimento, a manobra e a iniciativa, para cerrar sobre
o inimigo, concentrar poder de combate superior, no local e no momento
decisivo, e aplicá-lo para destruir ou neutralizar suas forças por meio do
fogo, do movimento e da ação de choque. Obtido sucesso, passa-se ao
aproveitamento do êxito ou à perseguição. (BRASIL, 2017, p. 3-1)

Figura 4 – Exemplo de Operação Ofensiva

Fonte: Brasil, 2017


As operações defensivas empregam todos os meios existentes, a fim de
buscar um ponto vulnerável do inimigo, mantendo flexibilidade de planejamento para
poder explorar o ponto fraco, com o intuito de passar para uma atitude ofensiva.
3.3.1 São operações realizadas para conservar a posse de uma área ou
território, ou negá-los ao inimigo, e, também, garantir a integridade de uma
unidade ou meio. Normalmente, neutraliza ou reduz a eficiência dos ataques
inimigos sobre meios ou territórios defendidos, infligindo-lhe o máximo de
desgaste e desorganização, buscando criar condições mais favoráveis para
a retomada da ofensiva.
3.3.2 Podem ser impostas momentaneamente pela impossibilidade de se
realizarem ações ofensivas contra um inimigo em presença. Entretanto, o
comandante pode deliberadamente empreender operações defensivas em
combinação com a dissimulação, por exemplo, para destruir o inimigo.
Ocorrem normalmente sob condições adversas, tais como inferioridade de
meios e/ou limitada liberdade de ação.
3.3.3 A mudança deliberada da defensiva para a ofensiva, ou vice-versa,
pode ocorrer rapidamente e com frequência considerável. Uma operação
defensiva é normalmente constituída por um conjunto de ações e
engajamentos de maior ou menor vulto. Os elementos de uma força podem
estar defendendo, retardando, atacando, realizando fintas ou executando
fogos como parte do esforço da defesa. (BRASIL, 2017, p. 3-7)

Figura 5 – Exemplo de Operação Defensiva

Fonte: Brasil, 2017.

As OCCA são essencialmente desencadeadas em uma situação de não


guerra, mas há a possibilidade de se as realizar, juntamente com operações
ofensivas e defensivas em uma situação de guerra.
3.4.1 São operações executadas por elementos do EB em apoio aos órgãos
ou instituições (governamentais ou não, militares ou civis, públicos ou
privados, nacionais ou internacionais), definidos genericamente como
agências. Destinam-se a conciliar interesses e coordenar esforços para a
consecução de objetivos ou propósitos convergentes que atendam ao bem
comum. Buscam evitar a duplicidade de ações, a dispersão de recursos e a
divergência de soluções, levando os envolvidos a atuarem com eficiência,
eficácia, efetividade e menores custos. (BRASIL, 2017, p. 3-14)

Figura 6 – Exemplos de Agências

Fonte: Brasil, 2017

As OCCA têm a particularidade de a liberdade de ação das tropas encontrar-


se limitada pelo instrumento legal a determinou e possuem a característica de serem
episódicas e limitadas, tanto no espaço, quanto no tempo (BRASIL,2017).
3.4.3 As operações de cooperação e coordenação com agências são
aquelas que normalmente ocorrem nas situações de não guerra, nas quais
o emprego do poder militar é usado no âmbito interno e externo, não
envolvendo o combate propriamente dito, exceto em circunstâncias
especiais. São elas:
a) garantia dos poderes constitucionais;
b) garantia da lei e da ordem;
c) atribuições subsidiárias;
d) prevenção e combate ao terrorismo;
e) sob a égide de organismos internacionais;
f) em apoio à política externa em tempo de paz ou crise; e
g) outras operações em situação de não guerra. (BRASIL, 2017, p. 3-15)

Para o delineamento do estudo, a presente pesquisa, estabelecerá como foco


as operações de GLO, atribuições subsidiárias e sob a égide de organismos
internacionais.
As Operações de GLO são desencadeadas em situações em que os
instrumentos do Art 144 da CF tiverem se exaurido, ou quando for possível presumir
a perturbação da ordem, com o intuito de preservar a ordem pública e a
incolumidade das pessoas e do patrimônio.
As atribuições subsidiárias das FA são reguladas por instrumentos legais
específicos.
2.6.3.2.1 São operações que se destinam a ampliar, aperfeiçoar e/ou
complementar as operações básicas, a fim de maximizar a aplicação dos
elementos do poder de combate terrestre. Abrangem, também, operações
que, por sua natureza, características e condições em que são conduzidas,
exigem especificidades quanto ao seu planejamento, preparação e
condução, particularmente, relacionadas às táticas, técnicas e
procedimentos (TTP) ou aos meios (pessoal e material) empregados.
3.4.7.2 As atribuições gerais são cooperações com o desenvolvimento
nacional e com a defesa civil, na forma determinada pelo Presidente da
República.
3.4.7.3 As atribuições subsidiárias particulares constituem a cooperação
com os órgãos públicos federais, estaduais e municipais e,
excepcionalmente, com empresas privadas, na execução de obras e
serviços de engenharia. Destinam-se, ainda, à cooperação com os órgãos
federais, quando se fizer necessário, na repressão aos delitos de
repercussão nacional e internacional, no território nacional, na forma de
apoio logístico, de inteligência, de comunicações e de instrução. (BRASIL,
2017, p. 3-16)

A atuação sob a égide de organismos internacionais compreende as


missões estabelecidas em tratados do Brasil com outros países e em compromissos
com organismos internacionais em que o país seja signatário. Suas atividades
abrangem arranjos internacionais de defesa coletiva, operações de paz, ações de
caráter humanitário e estabilização.
3.4.9.2.1 Os arranjos internacionais de defesa coletiva consistem na
formação de coalizões de forças multinacionais para o restabelecimento da
ordem jurídica internacional, por meio de operações militares. A participação
do EB em tais arranjos fica condicionada às alianças do Brasil com outros
países ou a compromissos com organismos internacionais dos quais o País
faça parte. (BRASIL, 2017, p. 3-16).
O Exército Brasileiro atua em operações de paz, segundo o que foi definido
pela Carta das Nações Unidas, sem deixar de lado o atendimento aos princípios da
não intervenção e da autodeterminação dos povos. As formas de emprego podem
ser de natureza militar, política ou social, prestando-se assistência humanitária
(BRASIL, 2017).
Encerrando as OCCA alvo da pesquisa, as tropas nacionais são aptas a
desencadear dois outros tipos de atuação sob a égide de organismos
internacionais:
3.4.9.2.3 O Exército Brasileiro pode participar de ações de caráter
humanitário, por determinação do Ministério da Defesa, decorrente de
decisão do governo brasileiro, em atendimento à solicitação dos estados-
membros da ONU ou de qualquer outro organismo internacional (regional ou
mundial) do qual o Brasil seja partícipe. Tais ações destinam-se a prestar
urgente socorro a nacionais de países atingidos por efeitos de catástrofes
naturais ou decorrentes de guerra.
3.4.9.2.4 A estabilização compreende o emprego do poder militar na defesa
dos interesses nacionais fora do país, ou no atendimento a compromissos
internacionais do Estado brasileiro, em locais restritos e determinados. Vale-
se de uma combinação de atitudes coercitivas limitadas para restaurar ou
manter a ordem pública ou a paz social, ameaçadas por grave e iminente
instabilidade institucional. Tem como principal objetivo apoiar esforços de
reconstrução da infraestrutura, de restauração da governança local e de
consolidação da paz. (BRASIL, 2017, p.3-18)

Prosseguindo a descrição das operações militares quanto a finalidade, as


operações complementares são normalmente executadas por elementos da F Ter
inseridas no contexto de operações básicas, uma vez que se destinam a ampliar,
aperfeiçoar ou complementá-las.
2.6.3.2.1 São operações que se destinam a ampliar, aperfeiçoar e/ou
complementar as operações básicas, a fim de maximizar a aplicação dos
elementos do poder de combate terrestre. Abrangem, também, operações
que, por sua natureza, características e condições em que são conduzidas,
exigem especificidades quanto ao seu planejamento, preparação e
condução, particularmente, relacionadas às táticas, técnicas e
procedimentos (TTP) ou aos meios (pessoal e material) empregados.
(BRASIL, 2017, p.2-10)
Segundo Brasil (2017), o Exército Brasileiro realiza as operações
complementares do tipo aeromóvel, aeroterrestre, de segurança, contra forças
irregulares, de dissimulação, de informação, especiais, de busca, combate e
salvamento, de evacuação de não combatentes, de junção, de interdição, de
transposição de curso de água, anfíbia, ribeirinha, contra desembarque anfíbio, de
abertura de brecha e em área edificada.
A fim de delimitar o estudo da presente pesquisa, será definida apenas a
operação complementar do tipo aeromóvel, em razão de ser a principal vocação da
12ª Brigada de Infantaria Leve.
Nesse contexto, as operações aeromóveis são desencadeadas por uma
Força Tarefa Aeromóvel, englobando uma força de helicópteros e uma Força de
Superfície, cumprindo tarefas de combate, apoio ao combate e de apoio logístico,
em benefício de algum elemento da Força Terrestre Componente (FTC).
4.2.2 Assegura vantagem tática para as forças terrestres. Contribui para a
conquista de objetivos profundos, para o flanqueamento ou para o
envolvimento de posições inimigas, apoia missões de reconhecimento,
vigilância e segurança, dentre outras.
4.2.3 Apresenta as seguintes características:
a) flexibilidade;
b) modularidade;
c) seletividade;
d) sustentabilidade;
e) complexidade das coordenações;
f) agressividade; e
g) velocidade para vencer rapidamente grandes distâncias e ultrapassar
obstáculos do terreno. (BRASIL, 2017, p. 4-2)

Figura 7 – Exemplo de Operação Aeromóvel

Fonte: Brasil, 2017


3.3 AS OPERAÇÕES NO AMPLO ESPECTRO DOS CONFLITOS

O conceito de Operações no Amplo Espectro dos Conflitos, trazido pelo


manual de campanha EB70-MC-10.223 OPERAÇÕES, é de vital importância para
entender-se a necessidade de que as tropas estratégicas estejam aptas a atuar nos
mais diversos ambientes difusos, trazidos a cabo, principalmente, pela Era do
Conhecimento.
O conceito operativo do Exército é definido pela forma de atuação da Força
Terrestre no amplo espectro dos conflitos, tendo como premissa maior a
combinação, simultânea ou sucessiva, de operações ofensivas, defensivas
e de cooperação e coordenação com agências, ocorrendo em situação de
guerra e de não guerra. A situação determinará a preponderância de uma
operação sobre outras. O conceito é abrangente e busca orientar as
operações terrestres de curto e médio prazo. Caracteriza-se ainda pela
flexibilidade, isto é, pode ser aplicado a qualquer situação no território
nacional e/ou no exterior (BRASIL, 2017, p. 2-16)

As Operações no Amplo Espectro dos Conflitos (OAEC) referem-se a um


conceito militar que abrange um espectro completo de atividades e operações que
as FA são capazes de realizar em diferentes contextos de conflito, desde a paz até a
guerra total. Essas operações são caracterizadas por sua natureza abrangente,
adaptabilidade e capacidade de abordar uma variedade de desafios de segurança,
abrangendo desde operações humanitárias e de estabilização até operações de
combate convencional. (BRASIL, 2017).
Figura 8 – Espectro dos Conflitos

Fonte: Brasil, 2017

Cabe salientar que as OAEC não se limitam apenas a ações militares


convencionais, mas também incorporam uma abordagem holística que engloba
aspectos políticos, econômicos, sociais e humanitários.
O estado da paz é marcado pela inexistência de lutas ou graves perturbações
ao Estado. Nessa fase, as operações podem envolver ações diplomáticas,
assistência humanitária, treinamento e capacitação de parceiros, ações de
dissuasão e outras atividades destinadas a prevenir conflitos ou manter a
estabilidade (BRASIL, 2017).
A crise consiste em um conflito iniciado ou intensificado imediatamente,
desequilibrando a relação harmônica das partes envolvidas no contencioso.
Enquanto as tensões são escalonadas, as operações podem incluir ações para
conter a escalada, fornecer assistência a civis afetados e preparar-se para um
possível aumento nas hostilidades (BRASIL, 2017).
A guerra consiste em um “conflito no seu grau máximo de violência” (BRASIL,
2017). Durante a fase de conflito ativo, as operações podem envolver combate
direto, manobras militares, operações de contra insurgência, ações de apoio aéreo,
operações especiais e outras atividades destinadas a alcançar objetivos militares
específicos. Em razão de sua magnitude, a mobilização total do poder nacional pode
fazer-se necessária, preponderando a expressão militar, a fim de impor a vontade de
um Estado sobre o outro.
As operações no amplo espectro dos conflitos podem conduzir os
elementos da F Ter a combinarem atitudes, de acordo com o requerimento
das missões e tarefas, que sofrem mudanças no curso das operações. O
menor escalão apto a combinar atitudes é a divisão de Exército. A
combinação de atitudes se dá pela execução de pelo menos duas
operações básicas, simultaneamente, por uma mesma força (BRASIL, 2017,
p. 2-18).

A modularidade de forças é fundamental no combate moderno, uma vez que


se concede flexibilidade por meio de estruturas ajustáveis à realidade das mudanças
de ambiente. Assim, a aplicação do poder militar torna-se parte de um planejamento
em nível político de modo unificado, devendo-se também realizar o envolvimento
das demais expressões do Poder Nacional. A derrota do inimigo deve ser buscada
de modo preponderante, a fim de se impor condições adequadas para a conquista
do estado final desejado (EFD) da campanha (BRASIL, 2017).
Cabe acrescentar que em um estado de conflito armado, os comandantes
devem conduzir operações de forma ampla, contemplando não somente os aspectos
estritamente militares. Devem para tanto, empregar forças interdependentes e com
capacidade de buscar e explorar a iniciativa, aceitar os riscos que sejam inerentes,
assim como criar oportunidades para conquistara resultados decisivos (BRASIL,
2017).
2.9.8 As operações no amplo espectro dos conflitos podem ser
desenvolvidas em áreas geográficas lineares ou não, de forma contígua ou
não, buscando contemplar as diversas missões e tarefas que envolvem o
emprego de meios terrestres.
2.9.9 O conceito operativo do Exército preconiza a máxima integração entre
vetores militares e civis, que buscam a unidade de esforços no ambiente
interagências, em uma escala variável de violência. (BRASIL, 2017, p. 2-19)

Figura 9 – Exemplo de combinação de atitudes

Fonte: Brasil, 2017

Nesse contexto, as operações no amplo espectro dos conflitos, buscam a


combinação das operações básicas – ofensiva, defensiva e OCCA – para sobrepujar
o inimigo e dominar o ambiente operacional, em suas três dimensões: física,
humana e informacional.
A seguir serão apresentados os conceitos sobre o planejamento baseado em
capacidades, o objetivo de estruturar a compreensão sobre a inserção da Brigada
Aeromóvel como Força de Prontidão do Exército Brasileiro.
4 O PLANEJAMENTO BASEADO EM CAPACIDADES

O conceito de Planejamento Baseado em Capacidades (PBC) é uma


abordagem que tem sido empregada por forças armadas de diversas nações ao
redor do mundo. A observação das experiências oriundas de outros países
possibilita que a Força Terrestre continue colhendo lições importantes, com o intuito
de fomentar o aprimoramento de suas capacidades (BRASIL, 2019b).
As FA dos EUA iniciaram a implementação do PBC no início do século XXI
(LEITE, 2011). A abordagem americana envolve uma avaliação regular das
ameaças globais e o ajuste de suas capacidades para contê-las de forma eficaz,
resultando em um processo contínuo de modernização e investimentos para a
concepção de inovações tecnológicas avançadas.
O Reino Unido adotou o PBC como parte permanente de sua estratégia de
defesa. Aquela nação aprendeu a lição da necessidade de uma coordenação eficaz,
nos diferentes ramos de suas Forças Armadas, para proporcionar
complementaridade e interoperabilidade entre suas capacidades (VON BUSCH,
2021).
O Exército Australiano implementou o PBC em sua abordagem estratégica,
modernizando, principalmente, as capacidades de comunicação, mobilidade e
segurança cibernética. A experiência da Austrália evidencia a importância do PBC
na Era do Conhecimento, em que as ameaças híbridas e não convencionais devem
ser consideradas desde o planejamento até a execução das missões impostas
(AUSTRALIA, 2016).
A Estratégia de Segurança Nacional de Israel (MERIDOR e ELDADI, 2019)
discute os desafios de segurança enfrentados no mundo contemporâneo e sua
abordagem estratégica para lidar com as ameaças que lhes têm sido impostas.
Fruto de sua realidade bélica quase permanente, as Forças de Defesa de Israel
adotaram um PBC voltado à inovação e ao desenvolvimento de tecnologias
avançadas. Ressaltando-se a importância de investir em pesquisa e
desenvolvimento para manter uma vantagem tecnológica constante no Teatro de
Operações.
O PBC tornou-se um conceito estratégico empregado pelo Ministério da
Defesa para direcionar a evolução da doutrina militar, no desenvolvimento e
modernização de suas forças armadas. O modelo de abordagem garante que as
capacidades militares se encontrem alinhadas aos interesses estratégicos do país,
possibilitando pronta resposta a diferentes desafios que podem se apresentar ante à
segurança nacional (BRASIL, 2015a).
O PBC constitui-se em um estudo detalhado das capacidades requeridas,
alocando-se recursos de forma adequada na persecução dos objetivos estratégicos,
estabelecendo alguns princípios fundamentais (BRASIL, 2019b).
A visão estratégica dentro do PBC, exige uma percepção adequada das
ameaças e desafios de segurança que o país enfrenta. Partindo de tal ponto de
vista, identificam-se as capacidades militares necessárias para proteger os
interesses nacionais e cumprir as missões atinentes à Força Terrestre (BRASIL,
2015a).
Figura 10 – Pirâmide das Capacidades Nacionais

Fonte: Brasil, 2015a.


A figura 10 apresenta a pirâmide das Capacidades Nacionais, no qual se
processam as necessidades, a partir do topo, no nível do Poder Político, após as
capacidades conjuntas e, abaixo desta, capacidades militares. A partir desta última,
são estabelecidas as Capacidades Operativas, as quais conduzem às atividades e
tarefas a serem desencadeadas pelas forças em emprego. A seguir, os conceitos
apresentados na figura cinco serão mais bem trabalhados.
Na fase de identificação de capacidades, o Exército Brasileiro elenca aquelas
que são essenciais ao cumprimento de suas missões, incluindo-se desde a
capacidade de mobilização rápida, passando pela interoperabilidade com forças
aliadas, até a pronta resposta em uma crise instaurada, sem excluir-se outras
levantadas como mais pertinentes (LEITE, 2011).
A alocação adequada de recursos é fundamental ao PBC. Partindo das
capacidades identificadas, distribui-se os recursos financeiros, tecnológicos e
humanos de maneira estratégica, priorizando-se os investimentos e a modernização
de equipamentos, além do treinamento e da infraestrutura adequada (BRASIL,
2015a).
Em seguida, é estabelecido o desenvolvimento da doutrina, a fim de alimentar
o PBC com procedimentos operacionais atualizados. A orientação quanto ao
emprego eficiente das capacidades disponíveis é fundamental ao processo e inclui
TTP necessários para o desdobramento das forças em diversos cenários.
A avaliação contínua, fornece subsídios para a evolução do pensamento
militar, uma vez que o PBC não foi concebido como um processo estático, exigindo
uma avaliação regular das capacidades, ameaças e cenários de segurança. O
dinamismo das guerras contemporâneas e as tendências dos conflitos do futuro,
exigem flexibilidade, levando o Exército a adaptar capacidades e atender as
necessidades da segurança nacional (BRASIL, 2015a).
O manual EB20-C-07.001 Catálogo de Capacidades do Exército (BRASIL,
2015a) expressa o pensamento da Força sobre as atuais capacidades militares em
vigor. O nível político determina aquelas que se fazem necessárias à F Ter,
constituindo-se as Capacidades Militares Terrestres (CMT).
Em consequência, das forças a serem empregadas, exige-se a definição das
Capacidades Operativas (CO), as quais permitirão que se cumpram atividades,
tarefas e missões que lhes sejam atribuídas. Segundo, Brasil (2015a, p. 7):
É a aptidão requerida a uma força ou organização militar, para que possam
obter um efeito estratégico, operacional ou tático. É obtida a partir de um
conjunto de sete fatores determinantes, inter-relacionados e indissociáveis:
Doutrina, Organização (e/ou processos), Adestramento, Material,
Educação, Pessoal e Infraestrutura - que formam o acrônimo DOAMEPI.
(grifo nosso)

As atividades representam o grupo de tarefas afetas, “agrupadas por critérios


de relacionamento, interdependência ou similaridade, cujos resultados concorrem
para o desenvolvimento de determinada função de combate” (BRASIL, 2015a). O
emprego do poder militar de modo eficiente, depende da habilidade dos
comandantes e de seus respectivos estados-maiores, em identificar corretamente as
CO de suas tropas, aplicando-as de modo adequado na solução de suas questões
militares.
Seguindo o mesmo raciocínio, as tarefas representam o “conjunto de ações
cujo propósito é contribuir para alcançar o objetivo geral da operação” (BRASIL,
2015a). São trabalhos singulares e com limitação temporal, agrupando passos, atos
ou movimentos integrados, conforme uma sequência lógica e tem por finalidade a
conquista de um resultado específico. Representam medidas que serão executadas
pelos mais variados sistemas e elementos operacionais, cabendo aos comandantes,
durante a fase de planejamento, identificar quais tarefas serão cumpridas, bem
como selecionar adequadamente as capacidades que produzirão melhores
resultados no espectro das operações.

4.1 CMT 01. PRONTA RESPOSTA ESTRATÉGICA

Projeção de força no amplo espectro dos conflitos, em qualquer parte do país,


de seu entorno estratégico ou locais de interesse. Devendo ser aplicada em tempo
oportuno, com as forças prontas para cumprir a missão designada. Foram
vinculadas à CMT 01, as Capacidades Operativas de Mobilidade Estratégica,
Suporte à Projeção de Força e Prontidão (BRASIL, 2015a).
Figura 11 – Embarque de Vtr Blindadas em aeronaves de carga

Fonte: Brasil, 2015a.


4.2 CMT 02. SUPERIORIDADE NO ENFRENTAMENTO

Representa a garantia de cumprir as missões impostas, empregando diversas


opções e dentro dos mais diversificados cenários, almejando vantagem decisiva face
às ameaças que o oponente representa, derrotando-o e impondo a vontade da força.
Dentro desse processo, encontram-se as CO de Combate Individual, Operações
Especiais, Ação Terrestre, Manobra Tática, Apoio de Fogo e a Mobilidade e
Contramobilidade (BRASIL, 2015a).
Figura 12 – Tropa de Operações Especiais

Fonte: Brasil, 2015a.

4.3 CMT 03. APOIO A ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS

Conforme Brasil (2015a), o Apoio a Órgãos Governamentais é a capacidade


de contribuir para manutenção da Soberania Nacional, dos poderes constitucionais,
da lei e da ordem, conforme estipula-se no Artigo 142 da CF e suas Leis
Complementares, protegendo estruturas estratégicas, apoiando a segurança da
sociedade, cooperando com o desenvolvimento nacional, com o bem-estar social e
apoiando o desenvolvimento da economia e das infraestruturas.
Nesse contexto, encontram-se as CO de Proteção Integrada, Atribuições
Subsidiárias, emprego em apoio à política externa em tempo de paz, bem como as
ações sob a égide de organismos internacionais.
4.4 CMT 04. COMANDO E CONTROLE (C2)

Constitui-se no poder de proporcionar a capacidade de decisão e o exercício


do Comando e Controle de toda a cadeia hierárquica, através da “avaliação da
situação e da tomada de decisões baseada em um processo eficaz de
planejamento, preparação, execução e avaliação das operações” (BRASIL, 2015a).
Entretanto a eficiência de tal Capacidade Militar Terrestre depende da existência e
manutenção de sistemas e materiais de Tecnologia da Informação (TI) modernos,
que se comuniquem entre si, possibilitando a conquista da superioridade
informacional nos diversos cenários possíveis.
Figura 13 – Soldado operando um Sistema de TI e Comunicações

Fonte: Brasil, 2015a


A F Ter designou como derivadas da CMT 04 (BRASIL, 2015), as
Capacidades Operativas de Planejamento e Condução (CO14), Sistemas de
Comunicações (CO15), Consciência Situacional (CO16), Gestão do Conhecimento e
das Informações (CO17), Digitalização do Espaço de Batalha (CO18) e a CO19,
Modelagem, Simulação e Prevenção.

4.5 CMT 05. SUSTENTAÇÃO LOGÍSTICA

A Sustentação Logística é capacidade que dita a permanência das tropas no


combate, concedendo suporte às operações, em tempo adequado e em todos os
ambientes operacionais. Cabe ressaltar, a necessidade de que as FA estabeleçam
um sistema de interoperabilidade entre si, bem como a complementaridade logística
entre as diversas Agências, perpetuando o apoio logístico, a organização e
execução do transporte estratégico (BRASIL, 2015a).
No âmbito da CMT 05, encontram-se as Capacidades Operativas de Apoio
Logístico para Forças Desdobradas (CO20), Infraestrutura da Área de Operações
(CO21), Gestão e Coordenação Logística (CO22), Saúde nas Operações (CO23) e a
Gestão de Recursos Financeiros (CO24).
Figura 14 – Hospital de Campanha desdobrado no terreno

Fonte: Brasil, 2015a

4.6 CMT 06. INTEROPERABILIDADE

A CMT 06 Interoperabilidade consiste na habilidade de desdobrar tropas que


operem de forma integrada e em harmonia com as demais Forças Armadas, em
ações Interagências, assim como nas operações conjuntas e até mesmo
multinacionais (BRASIL, 2015a).
Nesse contexto, passam a ser inerentes a CMT 06, as CO Interoperabilidade
conjunta (CO25), Interoperabilidade combinada (CO26) e a Interoperabilidade
interagência (CO27).
Figura 15 – Adestramento de tropa do EB em conjunto com outras agências

Fonte: Brasil, 2015a

4.7 CMT 07. PROTEÇÃO

São ações que buscam a preservação do poder de combate, protegendo


tanto os militares, quanto os não-combatentes, o Material de Emprego Militar (MEM),
as infraestruturas essenciais ao transcurso das operações e ainda os dados
informacionais (BRASIL, 2015a).
As CO que possibilitam realizar as atividades e tarefas inerentes a CMT 07
são Proteção ao Pessoal (CO28), Proteção Física (CO29), Segurança das
informações e Comunicações (CO30).

4.8 CMT 08. SUPERIORIDADE DE INFORMAÇÕES

A Capacidade Militar Terrestre de Superioridade de Informações pode ser


explicada como “vantagem operativa derivada da habilidade de coletar, processar,
disseminar, explorar e proteger um fluxo ininterrupto de informações aos
comandantes em todos os níveis” (BRASIL, 2015).
Integram a CMT 08, as CO de Guerra Eletrônica (CO31), Operações de Apoio
à Informação (CO32), Comunicação Social (CO33) e de Inteligência (CO34).
4.9 CMT 09. CIBERNÉTICA

A Cibernética agrega o conjunto de ações que empregam as ferramentas de


Tecnologia da Informação e Comunicações (TIC), englobando as ações de “ataque,
exploração e proteção cibernética” (BRASIL, 2015a). O principal foco dessa CMT é a
neutralização e a negação de uso ao oponente de seus Sistemas de Tecnologia da
Informação e Comunicações e Comando e Controle (STIC3). Cabe aqui salientar
que, em geral observa-se estreita ligação desta CMT com a CMT 08 Operações de
Informação.
Por fim, englobam as medidas de cibernética as CO de Exploração
Cibernética (CO35), Proteção Cibernética (CO36) e o Ataque Cibernético (CO37).
5 O SISTEMA DE PRONTIDÃO DO EXÉRCITO BRASILEIRO (SISPRON)

A prontidão operacional consiste em um dos pilares básicos do Exército


Brasileiro, desde sua origem. O preparo estratégico e a operacionalidade, a fim de
responder de forma adequada à uma ameaça sempre pautou a rotina castrense.
(DEFESANET, 2020).
O processo de evolução tecnológica trouxe novos desafios, levando o
Exército a implementar a simulação de combate, bem como programas
computacionais e dispositivos de realidade virtual. A sistematização de todo o
processo deu origem ao SISPRON, cuja finalidade é a implementação de uma
metodologia unificada, para comprovação do preparo de grandes contingentes
militares, de modo a garantir que as frações estejam aptas a cumprir suas missões
constitucionais, com foco na Defesa Externa e na salvaguarda dos interesses
nacionais no exterior, além das missões subsidiárias já existentes (DEFESANET,
2020).

5.1 O SISTEMA OPERACIONAL MILITAR TERRESTRE (SISOMT)

A partir do Projeto de Transformação da Força Terrestre, o COTER, Órgão de


Direção Operacional do Exército Brasileiro (ODOp), modernizou suas estruturas
para proporcionar capacidade de pronto emprego em todos os Comandos Militares
de Área (C Mil A). Assim, o COTER tornou-se o elemento gerenciador do SISOMT,
visando a ampliação das capacidades de comando e controle, informações
operacionais e preparo e emprego (SOARES, 2021).
Além do ODOp, integram este sistema o Departamento de Educação e
Cultura do Exército e os C Mil A. Adicionalmente, o SISOMT possui quatro
subsistemas: Sistema de Preparo da Força Terrestre (SISPREPARO),
SISEMP, Sistema de Informações Operacionais Terrestres (SINFOTER) e o
SISPRON (SOARES, 2021)

Conforme Brasil (2019), o SISPREPARO ficou encarregado das atividades de


preparo da Força Terrestre, estruturando-se com o Sistema de Instrução Militar do
Exército Brasileiro (SIMEB) e com o Sistema de Simulação do Exército Brasileiro
(SSEB).
O Sistema de Emprego da Força Terrestre (SISEMP) forma a consciência
situacional permanente, apoiado nas informações operacionais recebidas,
permitindo que a Força estabeleça o controle, coordenação e acompanhamento de
suas tropas empregadas no Brasil e no exterior (BRASIL, 2019).
O terceiro subsistema é o SINFOTER, responsável por gerenciar toda a
informação operacional, otimizando o processo de tomada de decisão. Para isso,
disponibiliza, integra e disponibiliza dados operacionais julgados essenciais ao
preparo e emprego da F Ter (BRASIL, 2019).
Por fim, ao SISPRON foi incumbida a responsabilidade pela manutenção do
adestramento da Força, estabelecendo-se um ciclo de preparação completa, a ser
executado por contingentes selecionados, as Forças de Prontidão (FORPRON). A
figura 04 ilustra a concepção do COTER sobre o ciclo do SIDOMT.
Figura 16 – Modelagem do SISOMT

Fonte: Brasil, 2019

5.2 O CICLO DE PREPARAÇÃO COMPLETA

A partir do que se encontra em Brasil (2022a), o SISPRON foi concebido para


atender o OEE-5, fazendo uso da estratégia 5.1 – Aumento da Capacidade de
Pronta Resposta da Força Terrestre. O programa possui Forças componentes,
divididas em Forças de Prontidão Operacional (FORPRON), Força Expedicionária (F
Expd) e Forças do Sistema de Prontidão de Capacidade de Manutenção da Paz das
Nações Unidas (UNPCRS, da sigla em língua inglesa).
Nesse contexto, segundo Levy (2021), o SISPRON é composto pelas Forças
de Prontidão (FORPRON), que são comandos de Divisão de Exército e Brigadas
selecionadas. Além disso, existem os Módulos Especializados, compostos por
tropas com habilidades específicas, como Operações Especiais, Guerra Eletrônica,
Defesa Cibernética, Operações Psicológicas, Lançadores Múltiplos de Foguetes,
dentre outros. Essas forças e módulos trabalham em conjunto para garantir a
prontidão e efetividade das operações.
Segundo Brasil (2022a), a dinâmica de adestramento foi implementada no
ano de 2020, de modo probatório nas seis GU integrantes das FEE, composta pela
Brigada de Infantaria Paraquedista, 23ª Brigada de Infantaria de Selva, 12ª Brigada
de Infantaria Leve (Aeromóvel), 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada, 5ª Brigada de
Cavalaria Blindada e a 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada.
O programa foi expandido no ano de 2021, com o acréscimo da 1ª Brigada de
Infantaria de Selva e da 10ª Brigada de Infantaria Motorizada (LEVY, 2021, p.14).
Uma nova ampliação ocorreu em 2022, quando mais duas brigadas foram
acrescidas ao processo de certificação – a 6ª Brigada de Infantaria Blindada e a 9ª
Brigada de Infantaria Motorizada (Escola) (BRASIL, 2022a).
A Diretriz do Comandante de Operações Terrestres para as FORPRON no
ano de 2022 (BRASIL, 2022a, p.3) estabeleceu que o adestramento consistiria em
preparo para Operações de Guerra, voltadas para a defesa da Pátria. Nesse
contexto, ficaria a cargo do COTER a designação de qual Hipótese de Emprego
(HE) seria executada por cada um dos C Mil A envolvidos.
A principal finalidade do programa é permitir que ao final do preparo e
adestramento as FORPRON possuam a capacidade de emprego em qualquer parte
do país ou mesmo no exterior, em consonância com as HE (SOARES, 2021). O ciclo
de prontidão vem sendo desenvolvido em três fases distintas: Preparação,
Certificação e Manutenção dos Padrões, e em 2022, foi estipulado uma duração de
até 12 meses para sua conclusão, devendo a tropa seguir um calendário estipulado
pelos Centros de Adestramento (CA), visando a aplicação adequada dos meios
disponíveis para o Sistema de Simulação do Exército Brasileiro (SSEB) (BRASIL,
2022a).
Dessa forma, a Fase 1 – Preparação, possui cerca de 3 meses e consiste
basicamente na seleção do pessoal, reunião de Materiais de Emprego Militar (MEM)
e instruções de nivelamento de conhecimento, seguidas de atividades de
adestramento das pequenas frações em nível SU e Pel. A 1ª fase encerra-se com
um exercício para verificação dos níveis atingidos, conforme definido para a GU
FORPRON (BRASIL, 2022a).
Figura 17 – Faseamento dos Ciclos de Prontidão

Fonte: Brasil, 2019

A figura 17, acima, ilustra a concepção do COTER para o projeto piloto de


implementação do SISPRON, evidenciando o faseamento e o planejamento das
FORPRON, em conformidade de esforços entre diferentes Brigadas a fim de impedir
a interrupção do ciclo, durante a substituição.
A Fase 2 – Certificação foi estabelecida com uma duração aproximada de 4
semanas, envolvendo todos os elementos integrantes da FORPRON, desde o
Estado Maior (EM) de Brigada até o nível pelotão, empregando simulações
construtivas e exercícios nos terreno, provendo-se tanto da simulação virtual, quanto
da simulação viva. Os exercícios militares foram a cargo dos C Mil A enquadrante,
seguindo-se a estrutura existente na GU. O emprego de Observadores, Condutores
e Avaliadores (OCA) é essencial nesta fase, otimizando o uso de dispositivos de
engajamento tático (BRASIL, 2022a).
O êxito da certificação é atestado ao final de um exercício no terreno, que se
inicia com o Apronto Operacional, quando a tropa deve apresentar-se com todo seu
material e equipamento prontos para cumprir qualquer missão a que estiver
vocacionada. Segue-se uma atividade com duração de pelo menos cinco jornadas
completas, coroando a fase de certificação (BRASIL, 2022a).
Cabe destacar, que para Brasil (2022a), a sistemática de adestramento das
FORPRON destina-se a garantir as condições adequadas de preparo operacional.
Assim, o processo de avaliação objetiva a evidenciar aos comandantes nos diversos
níveis a percepção precisa das condições de preparo que a tropa apresenta, para
que se atinja e amplie, o padrão mínimo imposto pelos Programas Padrão de
Adestramento (PPA).
Em continuidade ao ciclo desenvolvido, a Fase 3 – Prontidão, desenvolve-se
logo após à certificação da tropa avaliada. A prontidão operacional coloca as tropas
sob tutela do COTER, estabelecendo vínculo de emprego com o ODOp (LEVY,
2021).
Com o intuito de manter a operacionalidade durante a vigência do período, as
OM FORPRON podem prever normalmente o adestramento contínuo de suas
frações, devendo informar com antecedência, a fim de que o planejamento seja
inserido oportunamente na Prontidão. Formalizando a atividade, a Unidade deve
relatar de modo sumário o que será feito, em que local, por quanto tempo e qual a
tropa permanecerá envolvida (BRASIL, 2022a).
6 A BRIGADA AEROMÓVEL

As operações aeromóveis caracterizam-se pelo transporte de tropas em


aeronaves de asa rotativas e passaram a ser empregadas a partir da segunda
metade do século XX, particularmente pelo exército dos Estados Unidos da América,
ainda na Guerra do Vietnã (RAUB, 2016).
Figura 18 – Assalto Aeromóvel no Vietnã

Fonte: Combat Footage, (créditos Mike Guardia, disponível em: https://www.youtube.com/watch?


v=BEZ5uA8Uspg )

A fim de contextualizar, a imagem acima retrata uma fotografia referente a


uma operação aeromóvel durante a Guerra do Vietnã. Exibe-se a execução de um
assalto aeromóvel, onde um helicóptero paira sobre uma elevação, na fronteira entre
o Vietnã do Sul e o Camboja, permitindo o desembarque de cinco militares de uma
tropa do Exército dos Estados Unidos.
A criação da Força Aérea Brasileira em 1941 agrupou os meios existentes da
aviação naval e do exército, extinguindo os respectivos projetos em vigor no período
(BRASIL, 1941). Somente na década de 1980, o Exército Brasileiro foi autorizado a
retomar o emprego de seus meios aéreos, como forma de adequar-se ao que se
observou nos conflitos armados, na segunda metade do século XX (BRASIL, 2018).
O processo de implementação de uma nova doutrina militar, conduziu à
transformação da 12ª Brigada de Infantaria, sediada em CAÇAPAVA- SP, em 12ª
Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel), no ano de 1995, mantendo sua designação
histórica de Brigada Fornovo di Taro (BRASIL, 2018). A partir de então, os meios
orgânicos no novo comando passaram a ser helitransportados para cumprir missões
de combate.
A Brigada FORNOVO DI TARO é subordinada ao Comando Militar do
Sudeste e à 2ª Divisão de Exército, localizados na cidade de São Paulo, e
vinculada para fins de planejamento, preparo e emprego ao Comando de
Operações Terrestres (COTer), situado em Brasília. É uma das Forças de
Emprego Estratégico (FEE) do Exército Brasileiro, o que a torna apta a
atuar com rapidez em qualquer parte do território nacional, em cumprimento
às atribuições constitucionais previstas no Art. 142 da Constituição Federal
Brasileira. (BRASIL, 2018).

Atualmente, segundo Brasil (2018), a 12ª Brigada de Infantaria Leve


(Aeromóvel) é composta pelo Comando e Companhia Comando da Brigada,
Caçapava, São Paulo; 2° Batalhão de Infantaria Leve, "Batalhão Martim Afonso"
sediado em São Vicente, São Paulo; 5º Batalhão de Infantaria Leve, “Regimento
Itororó”, sediado em Lorena, São Paulo; 6º Batalhão de Infantaria Leve, “Regimento
Ipiranga”, sediado em Caçapava, São Paulo; o 20º Grupo de Artilharia de Campanha
Leve, “Grupo Bandeirante”, sediado em Barueri, São Paulo; 22º Batalhão Logístico
Leve, sediado em Barueri, São Paulo; o 1º Esquadrão de Cavalaria Leve,
“Esquadrão Tenente Amaro”, sediado em Valença, Rio de Janeiro; a 5ª Bateria de
Artilharia Anti-Aérea Leve, sediada em Osasco, São Paulo; a 12ª Companhia de
Engenharia de Combate Leve, sediada em Pindamonhangaba, São Paulo; a 12ª
Companhia de Comunicações Leve, sediada em Caçapava, São Paulo; e o 12ª
Pelotão de Polícia do Exército, sediado em Caçapava, São Paulo. A figura a seguir,
ilustra as informações:
Figura 19 – Distribuição das OM da 12ª Bda Inf L (Amv)

Fonte: https://bdaamv.eb.mil.br/index.php/organizacao-e-articulacao. Acesso em 30 de julho de 2023.


A figura número dezenove, exibe um recorte da região sudeste do Brasil,
contendo o estado de São Paulo e do Rio de Janeiro. O primeiro encontra-se
pintado na cor verde e o segundo em amarelo. Em SP, ressaltam-se as cidades de
Caçapava, Lorena, Pindamonhangaba, São Vicente e Barueri; e, no RJ, a cidade de
Valença. Abaixo do nome de cada uma delas é apresentado o distintivo das OM em
forma de escudo bélico com suas respectivas numerações e designações.
As aeronaves de asa rotativa ficariam organizadas no Comando de Aviação
do Exército, composto por três batalhões de aviação, e vocacionados para o apoio
direto aos elementos da Brigada Aeromóvel quando a situação exigir (BRASIL,
acessado em 08/10/2022) A viabilidade exige o estabelecimento de uma Força-
Tarefa Aeromóvel (FT Amv), a fim de cumprir missões essenciais.
As Op Amv são operações complementares, realizadas por forças de
aviação (F Av), isoladas ou em conjunto com forças de superfície (F Spf),
compondo uma força-tarefa aeromóvel (FT Amv). Assim, visam ao
cumprimento de tarefas aeromóveis (Tar Amv) em benefício de determinado
escalão (Esc) da Força Terrestre (F Ter) (BRASIL, 2022, p.1-1).

Os recursos da mais moderna tropa da Força Terrestre foram postos à prova


já no início do século XXI, quando foram designados para atuar na cidade de
Parauapebas, no estado do Pará e, posteriormente, em Salvador, em resposta à
greve da Polícia Militar local (BRASIL, 2019, p. 48).
O sucesso continuado nas missões desencadeadas na cidade de
Parauapebas – PA e em Salvador - BA, valeu para as tropas da 12ª Brigada de
Infantaria Leve (Aeromóvel) o reconhecimento do Comando do Exército, tendo sido
designada para atuar nos contingentes iniciais da MINUSTAH, particularmente, nos
2º e 4º Contingentes enviados àquele país, entre os anos de 2004 e 2006
(MINISTÉRIO DA DEFESA, 2022).
Mesmo diante do crescente aumento de Operações de Garantia da Lei e da
Ordem (Op GLO), a Brigada Fornovo di Taro não deixou de lado sua missão
constitucional de Defesa da Pátria, mantendo o adestramento de seus quadros em
Operações Aeromóveis, por meio de exercícios, que atendem um ciclo de
planejamento anual completo, diferentemente de outras tropas nacionais, onde o
processo ocorre a cada triênio (BRASIL, 2012, p. 5-8).
Em 2008, foi iniciado um novo processo de seleção de militares que viriam a
compor novo contingente a ser enviado para a MINUSTAH no segundo semestre de
2009, com término previsto para os primeiros meses do ano de 2010 (BRASIL,
acesso em 08/10/2022).
O início dos Grandes Eventos no Brasil foi um importante ponto de inflexão a
ser levado em consideração. Durante cerca de quase uma década, o esforço da
Força Terrestre foi direcionado para possibilitar o desenrolar das agendas
estabelecidas pelo Governo Federal, de modo que diversas tropas foram
contempladas com novos MEM (CUNHA NETO, 2015, p. 27).
Particularmente, o processo de adestramento para atuação na segurança de
eventos como a Copa do Mundo em 2014, foi muito positivo, pois colocou a tropa
em contato com armamentos modernos, principalmente os da classe menos letal.
Essa realidade elevou o moral da tropa e manteve recursos humanos, em
significativa operacionalidade (CUNHA NETO, 2015, p. 40).
Figura 20 – Tropa em adestramento para Operação de Controle de Distúrbios

Fonte: Brasil, 2015a.


A figura 20 ilustra a formação de um pelotão realizando adestramento para
uma Operação de Controle de Distúrbios (OCD). Em destaque na imagem, a frente
da figura, encontra-se uma linha de soldados portando escudos, que fazem a
proteção do restante da tropa, para realizar as ações atinentes à atividade.
A vocação principal do Exército Brasileiro, direcionada para operações de
guerra, segundo o Art 142 da CF/1988, é deixado de lado, quando o emprego em
operações de garantia da lei e dar ordem são desenvolvidas. Segundo Benites
(2019), isso decorre do fato de que as tropas se deparam principalmente com um
ambiente difuso, no qual os objetivos possuem alta complexidade de se atingir
devido à grande presença de público civil, além do fato de estarem operando para
neutralizar a ação criminosa de cidadãos brasileiros. Nessa monta, evidencia-se a
necessidade de buscar meios que possibilitem a redução dos efeitos colaterais
indesejados, particularmente, através de uma letalidade seletiva, como colocado no
Processo de Transformação do Exército:
As forças militares devem ser capazes de engajar alvos de natureza militar,
com uma resposta proporcional à ameaça, mitigando os efeitos colaterais.
Possuir letalidade seletiva implica possuir sistemas de armas precisos o
bastante para preservar a população e as estruturas civis, em perfeito
alinhamento com os princípios do Direito Internacional dos Conflitos
Armados (DICA) e outras legislações pertinentes. (BRASIL, 2013, p. 13).

Cabe ressaltar, a relevância da flexibilidade de atuação das tropas,


particularmente, em virtude das dificuldades trazidas pela Era do Conhecimento.
Uma das mais fortes características advém do fato de que, para Bottino (2013), os
confrontos tendem a ocorrer em meio à população, inclusive em locais de grande
aglomerado de civis.
Na “Guerra da Era do Conhecimento” o inimigo se mistura à população e
poderá aparecer dentro das escolas, hospitais, igrejas, estádios de futebol
ou em conglomerados de pessoas. Este poderá ser uma organização
terrorista, um grupo guerrilheiro ou facções criminosas, com ou sem apoio
de Estados, isolados ou em pequenos grupos (BOTTINO, 2013, p.8)

A intensidade dos novos campos de embate tornou-se evidente durante a


mobilização das Forças de Pacificação, momento em que a Brigada Aeromóvel
contribuiu sobremaneira, atuando em um ambiente Interagências na cidade do Rio
de Janeiro-RJ, nas Operações ARCANJO e MARÉ (BENITES, 2019). Foi no
contexto das ações de pacificação, medidas preparatórias adotadas para viabilizar a
realização dos Grandes Eventos, que a Força Terrestre experimentou perdas
humanas em combate contra elementos do crime organizado, reforçando a
necessidade de manutenção de pessoal adestrado (NAVROSKY, 2018).
A Intervenção Federal no Rio de Janeiro estabeleceu outro marco temporal
relevante a ser observado dentro do campo do Amplo Espectro dos Conflitos. A 12ª
Brigada Aeromóvel foi empregada em sistema de rodízio de suas tropas, agrupando
frações de natureza distinta, a fim de fortalecer a capacidade operacional de seus
Batalhões de Infantaria. (BENITES, 2019, p. 16).
Os pelotões passaram por um sistema de Certificação implementado pelo
Comando Militar do Leste (CML), exigindo que as frações operativas fossem
avaliadas pelo Centro de Adestramento-Leste (CA-Leste), antes do início de suas
atividades, conforme observou Benites (2019). Somente após a obtenção das
habilidades necessárias, a Organização Militar estaria apta a realizar missões
durante a Intervenção.
Neste exercício as tropas realizariam uma situação simulada, sofrendo um
ataque de uma Força Oponente em um patrulhamento motorizado, uma
progressão em ambiente urbano sofrendo e reagindo a ameaças armadas e
um tiro de fração dentro de seu grupo de combate. Somente após este
adestramento, as tropas externas ao Rio de Janeiro, poderiam ser
empregadas nas ações reais previstas pelo Comando Conjunto (BENITES,
2019, p. 45)

A importância das experiências colhidas no escopo das operações


desencadeadas pelo Exército Brasileiro no contexto dos Grandes Eventos no país
aponta para a necessidade de uma atualização doutrinária, referente a Garantia da
Lei e da Ordem, conforme descreve Negrão (2018), sustentando-se em depoimento
do General-de-Divisão Antônio Manoel de Barros, Comandante Conjunto das Forças
Armadas na Intervenção Federal e Comandante da 1ª Divisão de Exército (1ª DE).
Segundo o General Barros (2018), o que está escrito em termos de doutrina
de Op GLO não se aplica mais. Há necessidade de ser feita uma ampla
revisão doutrinária, para adequar a doutrina de Op GLO ao que está sendo
executado na prática. Segundo ele, há a necessidade de se aperfeiçoar a
doutrina e isso vem sendo feito (NEGRÃO, 2018, p.54).

No escopo da atualização doutrinária, insere-se a necessidade de se possuir


frações organizadas adequadamente, a fim de cumprirem de forma eficiente e eficaz
as missões para quais sejam designadas. Uma vez que as ações de Não-Guerra se
evidenciam como real possibilidade de emprego para a tropa aeromóvel, é essencial
que se leve em consideração tal fato, permitindo chegar-se a um Quadro de
Organização adequado para um Batalhão de Infantaria Aeromóvel, peça de
manobra fundamental da Brigada Fornovo di Taro, conforme interesse expressado
pelo Exército Brasileiro (BRASIL, 2020).
O desenvolvimento continuado de ações GLO desde o início do século XXI,
não impediu que a Brigada Aeromóvel mantivesse o ímpeto de seu adestramento
para as Operações de Guerra, atividade para a qual foi concebida, conforme Brasil
(2018). A GU executou seus ciclos de adestramento anual, buscando sua melhoria
doutrinária, o que atualmente se observa com a implantação do Núcleo do Centro de
Instrução de Operações Aeromóveis. Segundo Defesa em Foco (2022), ali se
realizam atividades como o Estágio de Motociclista Militar de Combate “as atividades
foram conduzidas pelo Núcleo do Centro de Instrução de Operações Aeromóveis,
com sede no 5º Batalhão de Infantaria Leve (5º BIL)”, bem como como o Estágios de
Adaptação às Operações Aeromóveis (DEFESANET, 2019).
A 12ª Brigada estuda a unificação de seus Pelotões de Reconhecimento,
frações atualmente vinculadas a cada um de seus respectivos Batalhões de
Infantaria, em uma única Companhia de Reconhecimento Aeromóvel, sendo uma
discussão entre oficiais que integraram as Organizações Militares, como abordado
por Castro (2021).
Com o fim da Intervenção Federal, foi dada ênfase às operações
helitransportadas, particularmente pela execução de um programa de cooperação,
assinado entre Brasil e Estados Unidos, que estipulou exercícios bilaterais anuais
até o ano de 2028, promovendo interoperabilidade entre os dois exércitos
(DEFESANET, 2022). A tropa brasileira colheu muitos ensinamentos, sendo possível
comparar a atual doutrina nacional em vigor, com aquela experimentada por uma
Força Armada que é referência, em virtude de sua vocação unicamente
expedicionária e que se fez presente nas principais campanhas militares do final do
século XX e início do século XXI.
7 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O presente capítulo se propõe a apresentar e analisar os resultados


observados na fase de coleta de dados, tanto por meio de fontes bibliográficas,
quanto nos levantamentos de campo aplicados a oficiais e praças experimentados
em diversas operações desencadeadas pela 12ª Bda Inf L (Amv).
As informações colhidas levaram à percepção de como as atuais capacidades
da Brigada Aeromóvel se apresentam frente às adversidades dos conflitos
modernos. Os resultados foram criticados, apresentados por meio de medidas
descritivas e encontram-se retratados por meio gráfico, com medidas de assimetria
para mensurar a solução do problema proposto, estabelecendo uma interpretação
dos dados sob o enfoque do referencial teórico.
No intuito de facilitar a compreensão, a seção seguinte caracteriza o universo
dos entrevistados e em sequência apresentam-se os resultados obtidos dentro das
dimensões propostas. Dessa forma, com a análise e discussão dos resultados,
foram inferidas conclusões parciais sobre as capacidades militares terrestres da
Brigada Aeromóvel frente às operações no amplo espectro dos conflitos.

7.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

A população do presente estudo foi definida através de uma pesquisa


aplicada de cunho quantitativo descritivo, na forma de entrevista realizada com
oficiais e praças com conhecimento e experimentação em operações militares
realizadas pela Brigada Fornovo di Taro, conforme o Gráfico 01.
Gráfico 1 - Caracterização da amostra quanto aos questionários respondidos

Posto ou Graduação

2
11%
Oficial Superior

16 Subtenente
89%

Fonte: Elaborado pelo autor (2023).


As perguntas iniciais da entrevista, buscaram caracterizar adequadamente os
participantes do estudo, buscando-se descobrir seu envolvimento em atividades
realizadas pela 12ª Bda Inf L (Amv), dentro ou fora do território nacional. Observem-
se os dados abaixo mensurados:
Gráfico 2 – Operações como integrante da 12ª Bda Inf L (Amv)

Operações como integrante Brigada Aeromóvel

Op Ap Órgãos Governamentais

Op Ajuda Humanitária

Operação CORE

Operação Culminating

Intervenção Federal

Greve dos Caminhoneiros

Operações de Pacificação

Contingente da Operação de Paz no Haiti

0 2 4 6 8 10 12

Fonte: Elaborado pelo autor (2023).

Através dessa primeira análise percebe-se que os entrevistados participaram


de forma significativa em operações como integrantes de tropa ou fração da Brigada
Aeromóvel. Conforme se observa:
Gráfico 3– Número de missões realizadas no âmbito da 12ª Bda Inf L (Amv)

Número de participação em missões da 12ª Bda Inf L (Amv)

1 vez
20%

2 vezes
20% 4 ou mais vezes 3 vezes
4 ou mais vezes
45%
2 vezes 1 vez

3 vezes
15%

Fonte: Elaborado pelo autor (2023).


Observando-se que o foco da pesquisa consiste em verificar as atuais
capacidades da 12ª Bda Inf L (Amv), como Força de Prontidão do Exército Brasileiro,
frente às Operações no Amplo Espectro dos Conflitos, julgam-se relevantes os
apontamentos colocados pela amostra, contribuindo com suas experiências
profissionais para solucionar o problema proposto.
Em suma, pode-se afirmar que há, pelos entrevistados, uma experiência
significativa em atividades de preparo e emprego para execução de variadas
operações como integrantes da Brigada Aeromóvel, tanto no Brasil, quanto no
exterior.

7.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE AS CAPACIDADES DA BRIGADA AEROMÓVEL

O Catálogo de Capacidades do EB, já abordado no referencial teórico da


pesquisa estabelece as nove Capacidades Militares Terrestre, bem como as
capacidades operativas a serem trabalhadas no âmbito da Força. Diante de tal
realidade, o trabalho buscou a compreensão acerca das CMT evidenciadas
explicitamente pela Brigada Aeromóvel, que atualmente integra o rodízio das Forças
de Prontidão.
Assim, a pergunta nº 4 da entrevista define a CO 3 Prontidão, pertencente à
CMT 01 Mobilidade Estratégica, indagando em seguida os entrevistados sobre sua
opinião quanto ao assunto. Optou-se por abordar somente a CO 3, em razão de que
a CO 1 Mobilidade Estratégica e a CO 2 Suporte à Projeção de Força, necessitam
de uma vinculação a meios aéreos ou navais que, conhecidamente, não fazem parte
das capacidades da Brigada Aeromóvel. Segue-se o levantamento encontrado:
Gráfico 4 – CO 3 Prontidão

CO 3 - Prontidão
Discordo par-
cialmente
5% Discordo totalmente Concordo totalmente
10%
Concordo parcialmente

Não concordo, nem discordo

Concordo to- Discordo parcialmente


talmente
50% Discordo totalmente

Concordo par-
cialmente
35%

Fonte: Elaborado pelo autor (2023)


Para fins de análise dos dados, as respostas foram consolidadas
graficamente, com opções variando dentro da escala de Likpert de “Discordo
totalmente” até “Concordo totalmente”. Os resultados obtidos constam Gráfico 04,
acima, e do Quadro 01, revelando equilíbrio na percepção da amostra sobre a
assertiva.
Quadro 1 - Observações sobre a CO 3
Posto/Grad Considerações

“A Log Amv ainda não está sendo adestrada como deveria”


A Brigada tem capacidade de pronta resposta, entretanto a sua capacidade
anticarro é limitada
Major
Como Of do COpEsp Rlz a Op Jornada Mundial da Juventude, a qual a nossa
FT Op Esp estava com Elm do 6° BIL e 5° BIL no valor SU Ref. Essa Op
ratificou o elevado grau doutrinário e de TTP em Amb urbano dessa tropa.
Fonte: Elaborado pelo autor (2023)
A pergunta nº 5 buscou o entendimento do grupo pesquisado sobre a CMT 02
Superioridade no Enfrentamento, afirmando que as tropas da 12ª Brigada de
Infantaria Leve (Aeromóvel) são plenamente capazes de garantir o cumprimento
bem-sucedido das missões atribuídas, empregando uma ampla gama de opções,
em função da diversidade de cenários possíveis, buscando uma posição vantajosa
em relação à ameaça que o oponente representa, para derrotá-lo e impor a vontade
da força. O resultado encontra-se no Gráfico 5, que se segue:

Gráfico 5 – CMT 02 Superioridade no Enfrentamento

CMT 02 Superioridade no Enfrentamento


Discordo
parcialmente
5% Discordo totalmente
10%

Concordo totalmente
Concordo to-
talmente Concordo parcialmente
35%
Não concordo, nem discordo

Discordo parcialmente

Discordo totalmente

Concordo
parcialmente
50%

Fonte: Elaborado pelo autor (2023)

Os apontamentos quanto às experiências pessoais dos entrevistados


abordaram pontos relevantes para a pesquisa, como a pressão sobre o crime
organizado, a fim de assegurar o resgate de um fuzil roubado em 2008 e a
habilidade de superar as limitações existentes, através do emprego eficaz dos meios
existentes. As considerações transcritas no Quadro 2 apontam aspectos positivos e
chama atenção para alguns pontos que a Brigada Aeromóvel não se apresenta com
capacidade plena de pronta resposta. As observações em vermelho representam os
pontos de vulnerabilidade e os trechos sublinhados referem-se a alguns aspectos
positivos elencados pela amostra:
Quadro 2 - Observações sobre a CMT 02
Posto/Grad Considerações

Participei como Cmt Pel E Cmb L (Amv) da Op de resgate dos Armt (fuzis)
roubados do 6° BIL em 2009, diante dessa ocasião com Of Subalterno
verifiquei o elevado grau de profissionalismo dessa tropa. Rlz 02 Mandados
Judiciais de busca e apreensão em domicílios, vasculhamentos de áreas e
check points no período de Op por 03 semanas.
A Brigada tem capacidade de pronta resposta, entretanto a sua capacidade
anticarro é limitada
No contexto de Defesa Externa um dos maiores óbices da Bda Amv é a
ausência de fração Anticarro orgânica da Grande Unidade, resultando na
avaliação "concordo parcialmente" no item 05 (plenamente capazes de
garantir o cumprimento bem-sucedido das missões atribuídas, empregando
uma ampla gama de opções), uma vez que o Ini de natureza Bld/Mec é uma
Psb na C Pnt Amv.
Major Necessita melhorar muito sua DAC (não existe Armt AC nível Pel AC dos BIL,
tampouco em prol da Bda)
A Bda Amv precisa melhorar sua disponibilidade e modularidade de seu
Armt L (Mtr L obsoletas, Mrt L obsoletos, falta Mrt L do GC, etc)
Necessita melhorar a disponibilidade de Armt Me (Mrt Me obsoletos)
As limitações da Brigada Aeromóvel residem na questão material, isto é,
alguns materiais orgânicos obsoletos e em quantidades suficientes, a
exemplo dos rádios, transmissores de localização, EVN e armamentos. Essa
limitação é superada pela capacidade operacional da brigada de cumprir a
missão recebida com os meios existentes.

Os meios de Eng para transposição de Obst são insuficientes (a Cia Eng não
tem Expl especifico para abertura de brecha).

Fonte: Elaborado pelo autor (2023)


Em síntese, a capacidade de Pronta Resposta da 12ª Bda Inf L (Amv)
demanda atenção da Força Terrestre, decorrente dos pontos abordados pela
amostra:

a) as entrevistas evidenciam uma insuficiência de meios anticarro nas


diversas frações, desde o nível Pelotão até o da Grande Unidade;

b) verificação do estado real dos armamentos leves empregados pela


referida tropa;

c) necessidade de aquisição ou reparo nos morteiros leve e médio dos


pelotões e subunidades; e
d) necessidade de sanar as deficiências relativas à inexistência de cargas
explosivas adequadas no âmbito da Companhia de Engenharia Aeromóvel.
Por meio da pergunta nº 6, realizou-se o estudo da CMT 03 Apoio a Órgãos
Governamentais, definida como “capazes de contribuir para a garantia da Soberania
Nacional, dos poderes constitucionais, da lei e da ordem, salvaguardando os
interesses nacionais e cooperando para o desenvolvimento nacional e o bem-estar
social, desempenhando ações de proteção integrada, atribuições subsidiárias, apoio
à política externa em tempo de paz e ações sob a égide de organismos
internacionais.”

Gráfico 6 - CMT 03 Apoio a Órgãos Governamentais

CMT 03 Apoio a Órgãos Governamentais

Discordo parcialmente
5%

Concordo totalmente
Concordo Concordo parcialmente
parcialmente
45%
Não concordo, nem discordo

Concordo to- Discordo parcialmente


talmente
50%
Discordo totalmente

Fonte: Elaborado pelo autor (2023)


Verifica-se que a 12ª Bda Inf L (Amv) possui poucos aspectos a atentar
referente a CMT 03. Faz-se necessária a adaptação dos armamentos da tropa
particularmente para o cumprimento de missões de GLO ou sob a Égide de OI, uma
vez que o Quadro de Dotação de Material não contempla a distribuição de
armamento não letal às frações.
Quadro 3 - Observações sobre a CMT 03
Posto/Grad Considerações

Participei como Cmt Pel E Cmb L (Amv) da Op de resgate dos Armt (fuzis)
roubados do 6° BIL em 2009, diante dessa ocasião com Of Subalterno
verifiquei o elevado grau de profissionalismo dessa tropa. Rlz 02 Mandados
Major
Judiciais de busca e apreensão em domicílios, vasculhamentos de áreas e
check points no período de Op por 03 semanas.
Fonte: Elaborado pelo autor (2023)
A Capacidade Militar Terrestre 04 Comando e Controle foi abordada na
pergunta nº 7, constatando-se uma grande discrepância de opiniões, uma vez que
aproximadamente 73% das entrevistas apontam para deficiências a serem
trabalhadas, conforme se demonstra graficamente:
Gráfico 7 - CMT 04 Comando e Controle

CMT 04 Comando e Controle

Discordo parcialmente
23%
Concordo to-
talmente Concordo totalmente
27%
Concordo parcialmente
Não concordo, nem discordo
Discordo parcialmente
Discordo totalmente

Concordo
parcialmente
50%

Fonte: Elaborado pelo autor (2023).

É possível relatar alguma das necessidades de melhorias apontadas durante


as entrevistas, conforme se vê no Quadro 4:
Quadro 4 - Observações sobre a CMT 04
Posto/Grad Considerações

Os meios Com nível GC, Pel e SU são insuficientes.


As limitações da Brigada Aeromóvel residem na questão material, isto é,
alguns materiais orgânicos obsoletos e em quantidades suficientes, a
Major
exemplo dos rádios, transmissores de localização, EVN e armamentos. Essa
limitação é superada pela capacidade operacional da brigada de cumprir a
missão recebida com os meios existentes.
Fonte: Elaborado pelo autor (2023)
Organizando as considerações da amostra, a capacidade de Comando e
Controle da 12ª Bda Inf L (Amv) demanda atenção da Força Terrestre, decorrente
dos pontos abordados:
a) atentar para uma possível insuficiência dos meios de comunicações
distribuídos à Brigada Aeromóvel, nos diversos níveis; e
b) necessidade de recebimento de meios de C2 modernos e que atendam
a necessidade do emprego militar.
O desdobramento logístico foi estudado na pergunta nº 8, que questionou se
as tropas da 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel) são plenamente capazes de
dar suporte adequado à força que venha a ser empregada, no tempo necessário e
em qualquer ambiente operacional, incluindo, ainda, a necessidade de
interoperabilidade no apoio logístico entre as Forças.
Gráfico 8 - CMT 05 Sustentação Logística

CMT 05 Sustentação Logística

Discordo parcialmente
20% Concordo to-
talmente
25% Concordo totalmente

Concordo parcialmente

Não concordo, nem discordo

Discordo parcialmente

Discordo totalmente
Não concordo,
nem discordo Concordo parcialmente
15% 40%

Fonte: Elaborado pelo autor (2023).

É possível perceber que cerca de 85% da amostra apontou para


necessidades de desenvolver melhor a CMT 05 no âmbito da 12ª Bda Inf L (Amv),
enquanto apenas 25% compreendem que não se faz preciso nenhuma melhoria
para essa capacidade.

Quadro 5 - Observações sobre a CMT 05


Posto/Grad Considerações

A Log Amv ainda não está sendo adestrada como deveria


Assim como em todo o EB, a falta de recurso limita o exercício das
Major
capacidades da 12ª Bda Inf L (Amv) em sua plenitude.
Brigada altamente demandada, difícil preparação plena.
Fonte: Elaborado pelo autor (2023)

As principais considerações referem-se a uma necessidade de


aprimoramento do adestramento logístico como um todo e trouxeram à tona também
a questão orçamentária que se apresenta como um fator limitante da preparação da
tropa analisada.
Por meio da pergunta nº 9, estudou-se a percepção da amostra quanto ao
desenvolvimento da CMT 06 Interoperabilidade, questionando acerca da plena
capacidade das tropas da 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel) operarem com
uma força constituída de maneira integrada, coordenada, harmônica e
complementar com as demais Forças Armadas envolvidas, em ambiente
interagências, em operações conjuntas ou em operações multinacionais, para o
cumprimento das missões estabelecidas.
Gráfico 9 - CMT 06 Interoperabilidade

CMT 06 Interoperabilidade

Discordo parcialmente
10%

Não con- Concordo totalmente


cordo, nem
discordo
10% Concordo parcialmente

Não concordo, nem discordo

Discordo parcialmente

Discordo totalmente

Concordo
parcialmente Concordo to-
30% talmente
50%
Fonte: Elaborado pelo autor (2023)

A amostra encontra-se evidentemente dividida sobre tal capacidade, uma vez


que 50% apontaram para a necessidade de aprimoramento da interoperabilidade e a
outra metade considera que as tropas estão plenamente aptas a realizarem esse
tipo de emprego. Uma das considerações trazidas na entrevista elucida a
capacidade da Brigada Aeromóvel operar em conjunto com outras agências.
Quadro 6 - Observações sobre a CMT 06
Posto/Grad Considerações

Participei como Cmt Pel E Cmb L (Amv) da Op de resgate dos Armt (fuzis)
roubados do 6° BIL em 2009, diante dessa ocasião com Of Subalterno
Major verifiquei o elevado grau de profissionalismo dessa tropa. Rlz 02 Mandados
Judiciais de busca e apreensão em domicílios, vasculhamentos de áreas e
check points no período de Op por 03 semanas.
Fonte: Elaborado pelo autor (2023)

O principal aspecto trabalhado por meio da pergunta nº 10 foi a percepção da


amostra quanto a CMT 07 Proteção, indagando se as tropas da 12ª Brigada de
Infantaria Leve (Aeromóvel) são plenamente capazes de fornecer proteção
adequada, mantendo a integridade e a disponibilidade dos sistemas e das
informações armazenadas, processadas ou transmitidas, por meio da
implementação de medidas adequadas para viabilizar e assegurar a disponibilidade,
a integridade, a confidencialidade e a autenticidade de dados e informações.

Gráfico 10 - CMT 07 Proteção

CMT 07 Proteção

Não con-
Discordo
cordo, nem parcialmente
discordo 15%
10%
Concordo to-
talmente
30%

Concordo totalmente

Concordo parcialmente

Não concordo, nem discordo

Concordo Discordo parcialmente


parcial-
mente
45% Discordo totalmente

Fonte: Elaborado pelo autor (2023).


Percebe-se uma certa vulnerabilidade no sistema de Proteção da 12ª Brigada
de Infantaria Leve (Aeromóvel), o qual necessita receber atenção, conforme
organizado graficamente, apresentando cerca de 70% dos entrevistados sinalizando
à oportunidades de melhoria na CMT 07.

Quadro 7- Observações sobre a CMT 07


Posto/Grad Considerações

Os meios Com nível GC, Pel e SU são insuficientes.


As limitações da Brigada Aeromóvel residem na questão material, isto é,
alguns materiais orgânicos obsoletos e em quantidades suficientes, a
Major
exemplo dos rádios, transmissores de localização, EVN e armamentos. Essa
limitação é superada pela capacidade operacional da brigada de cumprir a
missão recebida com os meios existentes.
Fonte: Elaborado pelo autor (2023)

O Quadro 7 agrupa em suas considerações a necessidade de aprimoramento


não só da CMT 07, como também conceitualmente a CMT 08 Superioridade de
Informações e a CMT 09 Cibernética, uma vez que esses três sistemas se
relacionam diretamente com os meios de Comunicações e de Tecnologia da
Informação.
A pergunta nº 11 trabalhou a percepção da amostra quanto a CMT 08.
Gráfico 11 - CMT 08 Superioridade de Informações

CMT 08 Superioridade de Informações


Discordo parcialmente
10%
Discordo totalmente
Não concordo, 5%
nem discordo
15% Concordo totalmente

Concordo to- Concordo parcialmente


talmente
30% Não concordo, nem discordo

Discordo parcialmente

Discordo totalmente
Concordo parcialmente
40%

Fonte: Elaborado pelo autor (2023)


A CMT 09 Cibernética foi, então, estudada por meio da pergunta nº 12,
questionando se as tropas da 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel) são
plenamente capazes de realizar ações que envolvem as ferramentas de Tecnologia
da Informação e Comunicações para superar os Sistemas de Tecnologia da
Informação e Comunicações e Comando e Controle do oponente e defender os seus
próprios, por meio de ações de ataque, exploração e proteção cibernética.

Gráfico 12 - CMT 09 Cibernética

CMT 09 Cibernética
Discordo
parcialmente
10% Discordo totalmente
15%

Concordo to-
talmente Concordo totalmente
20%
Concordo parcialmente

Não concordo, nem discordo

Discordo parcialmente

Concordo Discordo totalmente


parcialmente
Não concordo, 35%
nem discordo
20%

Fonte: Elaborado pelo autor (2023)

Por fim, a pergunta nº 13 foi concebida com o intuito de obter-se uma visão
geral da população amostral sobre a capacidade da 12ª Brigada de Infantaria Leve
(Aeromóvel) responder adequadamente a qualquer adversidade das operações no
amplo espectro. O Gráfico 13 organiza as respostas obtidas.

Gráfico 13 - Capacidade de resposta às adversidades das Op Amplo Espectro

Capacidade de resposta à adversidades das Op Amplo Espec-


tro
Discordo
parcialmente
15%
Discordo totalmente
10%
Concordo totalmente

Concordo to- Concordo parcialmente


talmente
25% Não concordo, nem discordo

Discordo parcialmente

Discordo totalmente

Concordo parcialmente
50%

Fonte: Elaborado pelo autor (2023)

A última análise evidencia que de um modo geral a Brigada Aeromóvel possui


muito boas condições de responder adequadamente a qualquer adversidade do
amplo espectro das operações.
8 CONCLUSÃO

A presente pesquisa consistiu em uma abordagem sobre a 12ª Brigada de


Infantaria Leve (Aeromóvel), no contexto do Sistema de Prontidão do Exército
Brasileiro, que exige de algumas Grandes Unidades a manutenção de uma tropa
apta a atuar em qualquer parte do território nacional, ou no exterior.
Criada em 1995, a partir da transformação da 12ª Brigada de Infantaria,
sediada na cidade de Caçapava-SP, a Grande Unidade integra as Forças de
Emprego Estratégico do Exército, e é constituída por Organizações Militares
tradicionais de histórico expedicionário. Surgindo no contexto de atualização da
Doutrina Militar Terrestre que ao final do século XX, buscou inserir-se na Era do
Conhecimento, a Brigada Fornovo di Taro foi concebida primordialmente para
operações de assalto aeromóvel.
A Brigada Aeromóvel foi marcada pelo sucessivo emprego de suas frações
em Operações de Não-Guerra, particularmente em apoio à Organização das Nações
Unidas, enviando contingentes, no período de 2002 a 2016, para compor a
MINUSTAH e em diversas OCCA, como nos Grandes Eventos, nas Forças de
Pacificação e na Intervenção Federal na cidade do Rio de Janeiro em 2018,
desencadeando Op GLO.
Nesse contexto, o estudo buscou a compreender em que medida a 12ª Bda
Inf L (Amv) como Força de Prontidão, possui capacidade de resposta adequada
frente às adversidades modernas impostas pelas atuais operações no amplo
espectro dos conflitos. No intuito encontrar a resposta ao problema proposto, foram
elaborados os seguintes objetivos específicos:
a. caracterizar as Operações no Amplo Espectro dos conflitos;
b. definir o conceito de planejamento baseado em capacidades;
c. descrever o Sistema de Prontidão do Exército Brasileiro; e
d. apresentar a Brigada Aeromóvel.
O objetivo geral traçado para atingir-foi analisar se a 12ª Brigada de Infantaria
Leve (Aeromóvel) possui capacidade de resposta adequada às adversidades
impostas pelas atuais operações no amplo espectro dos conflitos.
A pauta do trabalho se alicerça sobre o Plano Estratégico do Exército 2020-
2023, uma vez que abarca uma gama de Objetivos Estratégicos como o nº 1:
Contribuir com a Dissuasão Extrarregional, por meio da Estratégia de Ampliação da
Capacidade Operacional, reestruturando as Forças de Emprego Estratégico, por
meio da obtenção ou modernização de Sistemas e Materiais de Emprego Militar
para tropas de emprego estratégico.
O Objetivo Estratégico do Exército 2 – Ampliar a projeção do Exército no
Cenário Internacional, participando de exercícios e operações multinacionais que
contribuam para a prontidão, a interoperabilidade e o aperfeiçoamento da doutrina
(2020-2023), dentro da Estratégia 2.2 – Aumento da capacidade de projeção de
poder, também justifica a relevância do estudo. A assertiva decorre do fato que
desde sua criação a 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel), destaca-se entre as
demais GU da Força Terrestre, logrando êxito nas diversas vezes em que se fez
representar, tanto nos contingentes da MINUSTAH, como mais recentemente nos
exercícios combinados com o Exército dos Estados Unidos nas Operações
Culminating e CORE.
O intercâmbio de experiências também insere a Brigada Fornovo di Taro no
OEE nº 5, enfatizando a importância da pesquisa. A modernização do (SISOMT),
com o Preparo e Emprego da Força Terrestre é alvo finalístico da pesquisa, uma vez
que a implantação do SISPRON para as OM integrantes da FORPRON, mantém a
Brigada Aeromóvel em condições de realizar Operações Básicas e Complementares
e/ou integrar uma Força Expedicionária, englobando operações desenvolvidas
desde meados de 2018, nas OCCA até o adestramento combinado realizado com o
Exército norte-americano.
Assim, utilizou-se de uma pesquisa de cunho exploratório, com o intuito de
buscar as fontes bibliográficas mais relevantes disponíveis sobre o assunto, bem
como as documentais de teor ostensivo, permitindo manter-se o caráter aberto do
trabalho.

O delineamento de pesquisa caracterizou-se pelo levantamento e escolha da


bibliografia pertinente, empregando o fichamento adequado das fontes. Na redação
do referencial teórico e na estrutura da forma de análise para chegar à solução do
problema de pesquisa, foram utilizados material elaborado, como livros, artigos
científicos e monografias e dividindo o problema por partes, apresentando o Amplo
Espectro dos Conflitos, o Planejamento Baseado em Capacidades (PBC), as Forças
de Prontidão e a 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel).
Os termos descritores “operações aeromóveis”, “planejamento baseado em
capacidades”, “Brigada Aeromóvel” e “Força de Prontidão” foram amplamente usado
para estabelecer a base de busca de Artigos Científicos e Trabalhos de Conclusão
de Curso, mencionados nas Referências.
De forma a se atingir a meta estabelecida, a técnica de entrevistas com
oficiais superiores e praças com notório entendimento sobre as operações
aeromóveis agregou pontos de vista relevantes, subsidiando a etapa final da
pesquisa. Salienta-se que a contribuição dos participantes enriqueceu o compêndio
de dados coletados sobre o assunto, contribuindo com os objetivos propostos no
início do estudo.
Para alcançar seus objetivos a pesquisa utilizou uma abordagem qualitativa,
na qual os resultados foram discutidos através do método indutivo, estabelecendo-
se uma relação entre o estudo da adequação de pessoal e material à exigência
particular dos conflitos modernos.
O referencial teórico foi iniciado com a abordagem do conceito das operações
no amplo espectro dos conflitos. Um conceito estratégico abrangendo uma ampla
quantidade de atividades militares e não militares, desde as situações de paz, até os
conflitos de alta intensidade. Dessa forma, com o conteúdo das páginas 28 a 36
atingiu-se o objetivo específico de caracterizar as operações no AEC.
Em seguida apresentou-se o conceito do Planejamento Baseado em
Capacidades, definido pelo Catálogo de Capacidades do Exército, manual EB20-C-
07.001. O capítulo 4 trabalhou o conceito de Capacidades Militares Terrestres, com
suas respectivas Capacidades Operativas, obtidas pela interligação do DOAMEPI,
conforme se encontra nas seções 4.1 até a 4.9, onde se concluiu o objetivo
específico “b”.
O capítulo 5 organizou a literatura com a meta de descrever o Sistema de
Prontidão do Exército Brasileiro, como proposto pelo objetivo específico “c”,
particularmente entre as páginas 47 a 52, dentro da seção 5.2, o Ciclo de
Preparação Completa.
A 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel) foi apresentada ao longo de
todo o capítulo 6, da página 51 até 57, de modo a desenvolver o objetivo específico
“d.”.
O capítulo 7 desenvolveu a análise e discussão das entrevistas realizadas
com os profissionais de notória experiência sobre a Brigada Fornovo di Taro. As
respostas facilitaram o entendimento acerca das necessidades essenciais nas
operações desenvolvidas em todas as dimensões do amplo espectro dos conflitos.
Para melhor demonstração, os dados obtidos foram categorizados e organizados
por meio gráfico, enfatizando às alternativas tidas como mais aceitas pela população
da amostra.
A compilação das entrevistas facilitou a percepção do entendimento de cada
especialista a respeito das atuais capacidades de resposta da 12ª Bda Inf L (Amv)
frente às adversidades do amplo espectro dos conflitos. Foi possível, assim, notar
tanto aspectos positivos, quanto deficiências em algumas capacidades. Dessa
forma, é importante conhecer que existem pontos a serem aprimorados dentro de
algumas das Capacidades Militares Terrestres.
No tocante à Mobilidade Estratégica e Superioridade no Enfrentamento, nota-
se uma deficiência de armas anticarro, a necessidade de meios de Engenharia e a
fragilidade logística.
O trabalho de campo foi essencial na compreensão de que a defasagem de
meios rádio e de Tecnologia da Informação impacta sobre outras Capacidades
Militares Terrestres, como Comando e Controle, Proteção, Superioridade de
Informações e Cibernética, prejudicando a missão da 12ª Brigada de Infantaria Leve
(Aeromóvel).
Por fim, a pesquisa sobre o problema proposto aponta na direção de que
atualmente a 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel) cumpre muito bem a sua
missão, possuindo capacidade de responder adequadamente à muitas adversidades
impostas pelas atuais operações no amplo espectro dos conflitos. Existem lacunas
táticas a serem preenchidas, o que abre caminho para outros pesquisadores
vislumbrarem propostas inovadoras para outros problemas relacionados ao tema.
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APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA
A Brigada de Infantaria Aeromóvel como Força de Prontidão do Exército
Brasileiro e sua atual capacidade frente às Operações no Amplo Espectro
Conforme o Plano de Gestão da Brigada Fornovo di Taro, o enunciado de sua
missão vigora atualmente com o seguinte texto:
A 12ª Brigada de Infantaria Leve (Amv) deverá estar preparada e em
permanente estado de prontidão para ser empregada como Força de Emprego
Estratégico (FEE) em qualquer parte do território nacional, nas missões previstas
em lei, ampliando o poder de combate do Escalão Superior em operações
aeromóveis, no emprego na Defesa Externa e Territorial, nas Operações de
Garantia da Lei e da Ordem (GLO), nas Ações Subsidiárias e em Forças
Internacionais de Paz.
Em que medida a 12ª Brigada de Infantaria Leve Aeromóvel como
FORPRON do EB, possui capacidades de resposta adequada frente às
adversidades modernas impostas pelas atuais operações no amplo espectro?
1) Posto ou Graduação
2) Quantas vezes o senhor participou de missões como membro da 12ª
Brigada de Infantaria Aeromóvel
3) Em qual operação o senhor participou como integrante de alguma
tropa ou fração da Brigada Aeromóvel?
a) Contingente da Operação de Paz no Haiti
b) Operações de Pacificação
c) Greve dos Caminhoneiros
d) Intervenção Federal
e) Operação Culminating
f) Operação CORE
g) Operação de Ajuda Humanitária
h) Operação em Apoio a Órgãos Governamentais

4) As tropas da 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel) são plenamente


capazes de, no prazo adequado, estar em condições de empregar uma força no
cumprimento de missões, valendo-se de seus próprios recursos orgânicos e meios
adjudicados. (CMT 01: CO 3 Prontidão). Qual a sua percepção sobre a assertiva?
5) As tropas da 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel) são plenamente
capazes de garantir o cumprimento bem sucedido das missões atribuídas,
empregando uma ampla gama de opções, em função da diversidade de cenários
possíveis, buscando uma posição vantajosa em relação à ameaça que o oponente
representa, para derrotá-lo e impor a vontade da força. (CMT 02 Superioridade no
Enfrentamento). Qual a sua percepção sobre a assertiva?

6) As tropas da 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel) são plenamente


capazes de contribuir para a garantia da Soberania Nacional, dos poderes
constitucionais, da lei e da ordem, salvaguardando os interesses nacionais e
cooperando para o desenvolvimento nacional e o bem-estar social, desempenhando
ações de proteção integrada, atribuições subsidiárias, apoio à política externa em
tempo de paz e ações sob a égide de organismos internacionais. CMT 03 Apoio a
Órgãos Governamentais. Qual a sua percepção sobre a assertiva?

7) As tropas da 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel) são plenamente


capazes de proporcionar ao Comandante, em todos os níveis de decisão, o
exercício do Comando e do Controle por meio da avaliação da situação e da tomada
de decisões baseada em um processo eficaz de planejamento, de preparação, de
execução e de avaliação das operações. CMT 04 Comando e Controle. Qual a sua
percepção sobre a assertiva?

8) As tropas da 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel) são plenamente capazes


de dar suporte adequado à força que venha a ser empregada, no tempo necessário
e em qualquer ambiente operacional. Inclui a interoperabilidade no apoio logístico
entre as Forças. CMT 05 Sustentação Logística. Qual a sua percepção sobre a
assertiva?

9) As tropas da 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel) são plenamente capazes


de operar com uma força constituída de maneira integrada, coordenada, harmônica
e complementar com as demais Forças Armadas envolvidas, em ambiente
interagências, em operações conjuntas ou em operações multinacionais, para o
cumprimento das missões estabelecidas. CMT 06 Interoperabilidade. Qual a sua
percepção sobre a assertiva?
10) As tropas da 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel) são plenamente
capazes de de fornecer proteção adequada, mantendo a integridade e a
disponibilidade dos sistemas e das informações armazenadas, processadas ou
transmitidas, por meio da implementação de medidas adequadas para viabilizar e
assegurar a disponibilidade, a integridade, a confidencialidade e a autenticidade de
dados e informações. CMT 07 Proteção. Qual a sua percepção sobre a assertiva?

11) As tropas da 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel) são plenamente


capazes de proporcionar uma vantagem operativa derivada da habilidade de coletar,
processar, disseminar, explorar e proteger um fluxo ininterrupto de informações aos
comandantes em todos os níveis, ao mesmo em que se busca tirar proveito das
informações do oponente ou negar-lhe essas habilidades, possuindo mais e
melhores informações do que o adversário sobre o ambiente operacional e
controlando a dimensão informacional. CMT 08 Superioridade de Informações. Qual
a sua percepção sobre a assertiva?

12) As tropas da 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel) são plenamente


capazes de realizar ações que envolvem as ferramentas de Tecnologia da
Informação e Comunicações para superar os Sistemas de Tecnologia da Informação
e Comunicações e Comando e Controle do oponente e defender os próprios, por
meio de ações de ataque, exploração e proteção cibernética. CMT 09 Cibernética.
Qual a sua percepção sobre a assertiva?

13) Como o senhor avalia a seguinte afirmação: “a 12ª Brigada de Infantaria Leve
(Aeromóvel) é plenamente capaz de responder adequadamente a qualquer
adversidade das operações no amplo espectro.”
- Concordo totalmente
- Concordo em parte
- Não concordo, nem discordo
- Discordo em parte
- Discordo totalmente

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