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Rio de Janeiro
2021
Ten Cel Cav ALEXANDRE MARTINS BORGES CAMPOS
Rio de Janeiro
2021
C198e Campos, Alexandre Martins Borges
CDD 355.4
Ten Cel Cav ALEXANDRE MARTINS BORGES CAMPOS
COMISSÃO AVALIADORA
____________________________________
Allan Cardoso – Ten Cel Cav - Presidente
Escola de Comando e Estado-Maior do Exército
________________________________________________
Luís Fernando Tavares Ferreira – Ten Cel Inf – 1º Membro
Escola de Comando e Estado-Maior do Exército
_______________________________________________
Alan Sander de Oliveira Jones – Ten Cel Art – 2º Membro
Escola de Comando e Estado-Maior do Exército
À minha esposa Deniandra pelo apoio
incondicional e presença durante a execução
deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador e amigo, Ten Cel Cav Allan Cardoso, meus sinceros
agradecimentos pelas orientações sempre objetivas, pertinentes e oportunas com
a finalidade de melhorar esta pesquisa e, principalmente, pela amizade dispensada
a este Oficial.
Aos meus pais que, mesmo de forma simples, não mediram esforços para a minha
educação e me ensinaram valores preciosos para a formação do meu caráter como
homem de bem.
1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 12
1.1 Problema.................................................................................................... 14
1.2 Objetivos..................................................................................................... 14
1.2.1 Objetivo geral............................................................................................. 14
1.2.2 Objetivos específicos.................................................................................. 15
1.3 Delimitação do estudo................................................................................. 15
1.4 Relevância do estudo.................................................................................. 16
2 METODOLOGIA......................................................................................... 17
3 AS ORIGENS DAS ATIVIDADES AÉREAS NO EXÉRCITO
BRASILEIRO.............................................................................................. 19
3.1 A recriação da Aviação do Exército............................................................. 20
3.2 A Aviação do Exército na atualidade........................................................... 22
4 HISTÓRICO DA EVACUAÇÃO AEROMÉDICA........................................ 24
4.1 A inserção do helicóptero na evacuação aeromédica................................. 27
4.2 Normatização técnica-operacional para a realização de evacuação
aeromédica ................................................................................................ 30
4.2.1 Requisitos técnico-operacionais para profissionais de
saúde.......................................................................................................... 32
4.2.2 Requisitos técnico-operacionais para profissionais não oriundos de
saúde.......................................................................................................... 33
4.2.3 Conclusão parcial sobre as normas para a execução de evacuação
aeromédica e a situação atual da Aviação do
Exército....................................................................................................... 33
4.3 Doutrina de evacuação de doentes e feridos no Exército
Brasileiro..................................................................................................... 34
4.3.1 O Batalhão de Saúde na evacuação de doentes e
feridos......................................................................................................... 35
4.3.2 A evacuação aeromédica no Exército
Brasileiro..................................................................................................... 39
4.4 A evacuação aeromédica no Exército Francês........................................... 41
4.5 A evacuação aeromédica na Polícia Militar do Estado de São Paulo.......... 45
4.5.1 Execução do resgate aeromédico............................................................... 48
5 AERONAVE MAIS ADEQUADA PARA RECEBER O KIT
AEROMÉDICO......................................................................................... 52
5.1 Análise da aeronave quanto a articulação da frota da Aviação do Exército 53
5.2 Análise quanto as características técnicas das aeronaves da Aviação do
Exército....................................................................................................... 55
5.2.1 Análise da aeronave quanto ao peso máximo de decolagem...................... 55
5.2.2 Análise da aeronave quanto ao tipo de voo homologado............................ 57
5.2.3 Análise da aeronave quanto a autonomia................................................... 58
5.2.4 Análise da aeronave quanto ao volume de carga interna............................ 61
5.3 Análise da aeronave quanto a hora de voo.................................................. 62
5.4 Conclusão parcial sobre a aeronave mais adequada para receber o kit
aeromédico ................................................................................................ 64
6 RELAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE SUPORTE À VIDA A BORDO
NA AERONAVE......................................................................................... 66
7 CUSTOS DOS EQUIPAMENTOS DE SUPORTE À VIDA.......................... 69
7.1 Proposta comercial da empresa austríaca.................................................. 69
7.2 Proposta comercial da empresa franco-alemã............................................ 76
8 CONCLUSÃO............................................................................................. 78
12
1 INTRODUÇÃO
1.1 PROBLEMA
1.2 OBJETIVOS
2 METODOLOGIA
da Força estava a criação de uma aviação leve capaz de apoiar a F Ter, no caso, a
recriação da Aviação do Exército. (CAvEx, 2018)
Dessa forma, após estudos conduzidos pelo Estado-Maior do Exército (EME),
em 3 de setembro de 1986, o Decreto Presidencial nº 93.206 determinou a criação
da Aviação do Exército e, na mesma data, os Decretos nº 93.207 e nº 93.208
determinaram a criação, respectivamente, da Diretoria de Material de Aviação do
Exército (DMAvEx) e do 1º Batalhão de Aviação do Exército (1º BAvEx), tornando
novamente possível, pela F Ter, a conquista da 3ª dimensão do campo de batalha.
(CAvEx, 2018)
O local escolhido para abrigar a Av Ex foi a cidade de Taubaté-SP, no vale do
Paraíba paulista. O motivo da escolha foi pela proximidade de importantes polos
industriais e tecnológicos, como São José dos Campos-SP e Itajubá-MG, sendo esta
última sede da Helibras, subsidiaria do grupo Airbus Helicopters e, ainda, por estar
no eixo Rio-São Paulo, facilitando as ligações necessárias a estes importantes
centros urbanos. (CAvEx, 2018)
Nos anos seguintes, a Av Ex passou a receber suas aeronaves de asa rotativa
e a capacitar pilotos, tripulantes e mecânicos em unidades da FAB e da Marinha do
Brasil (MB). Em 21 de abril de 1989, a Av Ex recebeu sua primeira aeronave Esquilo
que foi entregue ao 1º BAvEx. (CAvEx, 2018)
Figura 1 – Recebimento do primeiro HA-1 Esquilo em 1989
Fonte: <http://www.cavex.eb.mil.br/index.php/historico>
Acesso em: 30 de mar.de 2021.
22
Fonte: <http://www.medicinaintensiva.com.br/transporteaeromedico.htm>
Acesso em: 21 de abr.de 2021.
motor capaz de atingir uma velocidade média de cerca de 150 km/hora, sendo os
feridos transportados, sem qualquer assistência, em compartimentos à frente do
piloto, tudo com o objetivo de realizar uma remoção rápida para um lugar seguro onde
pudessem receber os cuidados médicos. (FERRARI, 2005)
Dessa forma, com o fim da I Guerra Mundial (I GM), verificou-se a importância
do avião para a evacuação de feridos do campo de batalha. Com isso, começaram a
surgir aeronaves mais adaptadas com o suporte em material e pessoal habilitado,
aumentando em importância a concepção de um sistema eficaz de evacuação aérea.
Figura 3 – Transporte na 1ª Guerra Mundial (1914-1918)
Fonte: <http://www.medicinaintensiva.com.br/transporteaeromedico.htm>
Acesso em: 21 de abr.de 2021.
Fonte: <http://www.medicinaintensiva.com.br/transporteaeromedico.htm>
Acesso em: 21 de abr.de 2021.
Fonte: <http://www.medicinaintensiva.com.br/transporteaeromedico.htm>
Acesso em: 21 de abr.de 2021.
27
A primeira ideia de helicóptero surgiu com Leonardo da Vinci no século XV. Por
volta do ano de 1493, Leonardo da Vinci projetou o parafuso helicoidal aéreo, o qual
consistia em uma máquina que poderia voar por meio de uma hélice em formato de
espiral que giraria em torno de um eixo impulsionada por quatro homens, tornando-
se, dessa forma, o precursor do helicóptero.
Figura 6 – O parafuso helicoidal aéreo de Da Vinci
Fonte: o autor
Fonte: <http://www.medicinaintensiva.com.br/transporteaeromedico.htm>
Acesso em: 21 de abr.de 2021.
Fonte: <http://www.medicinaintensiva.com.br/transporteaeromedico.htm>
Acesso em: 21 de abr.de 2021.
29
Fonte: <http://www.medicinaintensiva.com.br/transporteaeromedico.htm>
Acesso em: 21 de abr.de 2021.
Por sua vez, o enfermeiro deverá ter os seguintes requisitos técnicos básicos
para compor a tripulação em uma EVAM, conforme com a Portaria nº 2.048, de 5 de
novembro de 2002, do Ministério da Saúde:
1.1.1.2 – Enfermeiro: Profissional de nível superior titular do diploma de
Enfermeiro, devidamente registrado no Conselho Regional de Enfermagem
de sua jurisdição, habilitado para ações de enfermagem no Atendimento Pré-
Hospitalar Móvel, conforme os termos deste Regulamento, devendo além
das ações assistenciais, prestar serviços administrativos e operacionais em
sistemas de atendimento pré-hospitalar. (BRASIL, 2002, p.15)
com a gravidade dos ferimentos, sendo, portanto, “período de ouro” o termo mais
apropriado.
Nesse sentido, a evacuação aeromédica e, em particular, o uso do helicóptero,
devido a sua grande versatilidade para decolar e pousar sem a necessidade de pista
de pouso e em espaços reduzidos, torna-se essencial para reduzir a mortalidade nos
campos de batalha. O Manual Logística Militar Terrestre apresenta a seguinte
consideração:
A efetividade do apoio de saúde baseia-se na correta triagem das baixas, no
tratamento precoce e na rapidez da evacuação médica. Esta última é obtida
mais pelo emprego adequado dos recursos de evacuação do que pela
proximidade das instalações de saúde avançadas desdobradas. Desta
forma, a cadeia de evacuação médica inclui transporte veicular terrestre
(ambulâncias, veículos blindados, entre outros), transporte fluvial e
transporte aéreo (asa fixa e asa rotativa), que possuam capacidade para a
pronta remoção das baixas. (BRASIL, 2018, p.3-35)
pode ser realizada pelas aeronaves HA-1 Fennec, HM-1 Pantera, HM-2 Black Hawk,
HM-3 Cougar e HM-4 Jaguar.
Cada aeronave da Aviação do Exército possui características técnicas e
operacionais que vão condicionar o seu emprego em uma evacuação aeromédica,
porém todas têm a possibilidade de receber os equipamentos de suporte à vida que
são necessários para a execução de tal tarefa.
A EVAM pode ser dividida em inter-hospitalar ou sob prontidão. No primeiro
caso, as aeronaves da Av Ex podem ser empregadas para realizar a remoção de um
doente de uma instalação de saúde na qual o paciente recebeu o primeiro
atendimento necessário à estabilização, a fim de ser conduzido para outra de maior
complexidade para a continuidade do tratamento.
Já no caso da EVAM sob prontidão ou emergência, as aeronaves da Av Ex
podem ser empregadas para realizar a remoção de um ferido a partir do ambiente em
que houve o acidente ou ferimento até o atendimento de saúde mais próximo. Esse
tipo de remoção caracteriza-se pela necessidade da rápida evacuação do paciente
com a finalidade de se evitar a morte ou sequelas definitivas com o provimento do
suporte avançado de vida para a estabilização do mesmo durante todo o trajeto.
Dessa forma, uma vez embarcado na aeronave da Av Ex, a integridade física
do ferido, ou seja, a sua vida passa a ser responsabilidade da tripulação e da equipe
médica a bordo até o momento em que o mesmo será passado sob os cuidados dos
profissionais de saúde do escalão superior. Assim, fica evidente que a tripulação e
equipe médica devem estar devidamente habilitadas, qualificadas e a aeronave
aparelhada com equipamentos de suporte à vida adequados a fim de cumprir a tarefa
de forma exitosa e garantir a sobrevivência do ferido.
o médico não está a bordo da aeronave para prestar qualquer apoio de saúde ao
paciente.
O GRPAe João Negrão opera com médicos militares e civis. Os médicos civis
são contratados pelo Grupo de Resgate e Atenção às Urgências e Emergências
(GRAU) do Estado de São Paulo, sendo que todos possuem treinamento para
operação de resgate aeromédico e pouso em área restrita.
É importante destacar que em missões de resgate aeromédico, o mecânico de
voo não está a bordo da aeronave. Essa situação ocorre devido a limitação de espaço
e peso máximo de decolagem da aeronave AS 350B/BA Esquilo, todavia, a tripulação
aeromédica, composta pelo médico e enfermeiro, está habilitada a conduzir e orientar
os pilotos quanto aos procedimentos de voo em situações específicas, como o pouso
em área restrita, desempenhando o papel do mecânico de voo.
A aeronave utilizada é o AS 350B/BA Esquilo. Essa aeronave pode ser
configurada com os equipamentos de suporte à vida para a realização de resgate
aeromédico ou, ainda, em apoio policial de forma conjunta, sendo que esse caso
ocorre nas bases que operam com a aeronave híbrida, a qual é possível essas duas
configurações.
Os equipamentos e materiais empregados no resgate aeromédico são
acondicionados na cabine e nos bagageiros lateral esquerdo e traseiro da aeronave.
Esses materiais são distribuídos da seguinte forma:
a. cabine da aeronave, conforme figura abaixo:
1. bolsa azul com medicações psicotrópicas sob responsabilidade do médico;
2. bolsa vermelha com acesso venoso e medicações junto ao enfermeiro;
3. bolsa de rádio com guia de ruas e equipamento rádio HT; e
4. monitor multiparâmetro e ventilador.
47
Fonte: <http://www.cavex.eb.mil.br/imagens>
Acesso em: 28 de jun.de 2021.
Nesse sentido, este capítulo será dedicado a realizar uma análise sobre qual
aeronave, da atual frota da Av Ex, está mais apta a receber os equipamentos de
suporte à vida e, consequentemente, mais adequada para realizar uma tarefa de
EVAM. Nessa análise, será considerado os fatores de distribuição das aeronaves nas
três sedes, as características técnicas de peso máximo de decolagem da aeronave,
53
Fonte: o autor
Fonte: o autor
em relação a esse fator de análise, prejudica a escolha do HA-1 Fennec para receber
o kit aeromédico.
As figuras seguintes representam a distância máxima atingida por cada modelo
existente nas três sedes, Taubaté-SP, Campo Grande-MS e Manaus-AM,
considerando a autonomia sob as regras de voo VFR e IFR, constantes na Tabela 5
acima.
Figura 25 – Distância máxima a partir da sede Taubaté-SP
Fonte: o autor
Fonte: o autor
61
Fonte: o autor
O fator hora de voo será o último a ser analisado com relação a escolha da
aeronave para receber o kit aeromédico. Esse fator é tão importante quanto os
analisados anteriormente, pois condiciona o emprego das aeronaves da Aviação do
Exército no cumprimento das tarefas em prol do Exército Brasileiro, particularmente
na tarefa de EVAM.
Em relação à hora de voo, será realizada uma análise referente à distribuição
total anual, feita pela Diretoria de Material de Aviação do Exército (DMAvEx), para a
Aviação do Exército, bem como o seu valor.
Anualmente, a DMAvEx realiza a distribuição das HV, por modelo de aeronave,
para a Aviação do Exército. Essa distribuição ocorre em função do orçamento
disponível para o custeio da hora de voo e da diagonal de manutenção, a qual estima
a quantidade de HV que cada aeronave pode voar durante o período de um ano,
variando para cada modelo da frota da Av Ex, nos últimos quatro anos, conforme
tabela abaixo:
Tabela 7 – Distribuição das horas de voo para a Aviação do Exército
Por fim, destaca-se que os custos acima servem como referência para uma
possível aquisição do kit aeromédico e, de acordo com a empresa da referida
proposta comercial, o prazo para entrega do kit, após a assinatura do contrato, é de
cerca de 8,5 (oito e meio) meses.
78
8 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
MAIA, Paulo Sérgio da Silva. Aviação no Exército uma visão histórica. 1. ed. Rio
de Janeiro: BIBLIEX, 2014.