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ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS NEGRA S

ACADEMIA RE AL MILITAR (1811)

FELIPE D' Á VILA DO NASCIMENTO

EMPREGO DE VEÍCULOS AÉREOS NÃO TRIPULADOS PELO PELOTÃO DE


ENGENHARI A DE COMBATE NO RE CONHECIMENTO DE ENGENHARIA EM
APOIO À OPERA ÇÕES DE TRAN SPOSIÇÃO DE CURSO D' ÁGUA

Resende
2012
FELIPE D' Á VILA DO NASCIMENTO

EMPREGO DE VEÍCULOS AÉREOS NÃO TRI PULADOS PELO PELOTÃO DE


ENGENHARI A DE COMBATE NO RE CONHECIMENTO DE ENGENHARIA EM
APOIO À OPERAÇÕES DE TRANSPOSIÇÃO DE CURSO D' ÁGUA

Maj Eng Marin

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Academia Militar das Agulhas Negras como
parte dos requisitos para a Conclusão do
Curso de Bacharel em Ciências Militares, sob
a orientação do Maj Eng Marin.

Resende
2012
FELIPE D' ÁVILA DO NASCIMENTO

EMPREGO DE VEÍCULOS AÉRE OS NÃO TRIPULADOS PELO PELOTÃO DE


ENGENHARIA DE COMBATE NO RECONHECIMENTO DE ENGENHARIA EM
APOIO À OPERAÇÕES DE TRANSPOSIÇÃO DE CURSO D'ÁGUA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Academia Militar das Agulhas Negras como parte
dos requisitos para a Conclusão do Curso de
Bacharel em Ciências Militares, sob a orientação do
Maj Eng Marín.

COMISSÃO AVALIADORA

(Maj Eng Orlando de Oliveira Marin) - Orientador

Ír<c!-> J!;;_,,, . _«Jf

-Avaliador

Resende
2012
A AMAN, pois ela deve ser o berço de novas doutrinas do Exercito Brasileiro, logo ela
deve valorizar todas as pesquisas realizadas por seus oficiais, cadetes e praças, pois só assim a
Força será moderna e capaz de enfrentar os desafios do século XXI. 40 Dias fora.
AGRA DECIMENTOS

Aos meus pais que sempre me apoiaram na luta diária da Academia mesmo estando distante e
ao Major Marin que me apoiou na execução deste trabalho com dicas e matérias referente ao
trabalho.
RESUMO

D' ÁVILA, Felipe do Nascimento. Emprego de veículos aéreos não tripulados por tropas
de engenharia. Resende: AMAN, 2012. Monografia.

No cenário mundial é percebido um significativo aumento da utilização de Veículos Aéreos


não Tripulados (V ANT). Tanto em guerras convencionais, como em guerras não
convencionais, como é o caso da Guerra do Golfo, já foram empregados V ANT com o
objetivo de retirar os aviadores dos Teatros de Operações (TO) a fim de evitar baixas em
missões cada vez mais ameaçadoras. As nações mais respeitadas militarmente como Israel
têm investido pesadamente nessas tecnologias. Com o Brasil galgando novos patamares no
contexto global, é de extrema importância que suas Forças Armadas não fiquem
desatualizadas. Este trabalho tem a finalidade de expor mais uma possibilidade de emprego
dos V ANT dentro do Exército Brasileiro (EB) que é no reconhecimento especializado de
engenharia.

Palavras-chave: VANT. Emprego. Reconhecimento. Engenharia.


ABSTRA CT

D'Ávila, Felipe do Nascimento. Use of unmanned aerial vehicles by engineering troops,


Resende: AMAN, 2012. Monograph.

ln the global scenario is realized a significant mcrease m the use of Unmanned Aerial
Vehicles. Both in conventional wars, such as unconventional warfare have
been employed UA Vs in arder to remove the Air Force from the Theaters of Operations in
arder to avoid kills missions evew more threatening. The nations most respected military have
invested heavily in these technologies, with Brazil climbing new heights in the global
context, is of high importance that its armed forces are not outdated. This work aims
to ex pose one more of a possibility employment of UA Vs in the Brazilian Army which
is specialized in the recognition of engineering.

Key words: UA Vs. Employment. Recognition. Engineering.


SUMÁRI O

1 INTRODUÇÃO . 9

2 REFERENCIAL TEÓRI CO-METODOLÓGICO . 12


2.1 Revisão da literatura e antecedentes do problema . 12
2.2 Referencial metodológico e procedimentos . 18

3 RESULTADOS E ANÁLISE DOS DADOS . 19


3.1 Resultados . 19
3.2 Análise dos dados . 26

4 CONCLUSÃO r . 29

REFERÊNCIAS . 31
9

1 INTRODUÇÃO

Atualmente, o terna veículos aéreos não tripulados (VANT), tem adquirido


importância, pois, a rápida e crescente transferência de tecnologia para o campo de batalha
tem atingido o ramo da automação.
Seu estudo é relevante para o meio militar, urna vez que o V ANT é umas das
tecnologias que mais tem recebido investimento tanto de empresas privadas como por parte
das Forças Armadas de vários países.

O desenvolvimento de V ANT é uma prioridade clara da Estratégia Nacional de


Defesa e as três Forças Armadas participam com seus institutos de pesquisa, pois
precisam de um V ANT de reconhecimento e alvo aéreo. Entretanto, a ênfase do
projeto também está centrada em aplicações civis, o que é bastante saudável
( DEFESANET .BR,05/04/2012)

A presente pesquisa busca tratar do tema sob a perspectiva do possível emprego


desses equipamentos por tropas de engenharia. Levando em consideração sua disponibilidade
no mercado, materiais empregados pelos V ANT e seu enquadramento na Arma de
Engenharia.
Delimitamos o nosso foco de pesquisa na utilização de V ANT pelo pelotão de
engenharia em reconhecimento especializado.
No manual de Reconhecimento de Engenharia C 5-36, são apresentadas
necessidades presentes aos reconhecimentos especializados nas operações de transposição de
curso de água. E há dois tipos de reconhecimento: técnico e tático.Notamos na citação
seguinte.
Técnico - realizado pela engenharia de apoio à operação: (2) Cada subtrecho será
reconhecido por uma fração de engenharia onde serão levantados: (a) Rede de
estradas na 1 º e 2° margens; (b) Acesso da rede de estradas à 1 º margem; ( c)
Existência de locais cobertos em ambas as margens; (d)Altura das margens; (e)
Profundidade junto às margens; (f) Natureza do leito; (g)Existência de obstáculos no
curso de água. (Brasil, C 5-36)

Está presente no manual C 5-36 o reconhecimento nas operações em selva,


condição essa que pode exigir a presença de outros meios, como é o caso do VANT.

(2) Os reconhecimentos terrestres devem, ainda, assinalar: (a) Características dos


cursos de água, em particular os níveis máximos e as condições das margens nos
locais favoráveis à transposição; (b) Tempo necessário aos deslocamentos; (c)
Exatidão das cartas. (Brasil, C 5-36)
10

Quanto aos meios disponíveis à fração responsável pelo reconhecimento, não há


nada confirmado no manual C 5-36, ele apenas cita que o material, equipamento e armamento
serão definidos de acordo com os fatores: missão, inimigo, terreno, condições meteorológicas,
tropas disponíveis e tempo disponível. Além dessa observação, pode haver também a
presença de pessoal especializado em emitir parecer técnico de acordo com o informe
buscado, ou seja, o VANT e seu pessoal podem ser empregados nesse meio.
Faz-se necessário definirmos alguns conceitos que entendemos como
fundamentais para o desenvolvimento do assunto. Veículos aéreos não tripulados (VANT)
entende-se por aeronaves capazes de executar tarefas de apoio aéreo sem colocar vidas
humanas em risco. Cresce de importância essa tecnologia, em cenários de conflitos, que as
tropas amigas não possuem superioridade aérea. A seguir, o extrato da Revista Força Aérea
elucida sucintamente como é o emprego de V ANT pelas Forças Armadas de Israel.

As ações aéreas sobre os territórios ocupados geralmente começam com o


esclarecimento do teatro de operações por parte das unidades de inteligência são elas
que preparam a área operacional, ditando para as forças envolvidas as regras de
engajamento, a disposição exata de todas as tropas amigas no terreno e as limitações
do ataque. Os VANT são os primeiros a chegar no campo de batalha. (REVISTA
FORÇA AÉREA, 2003, p. 95). -
O uso de Veículos Aéreos Não Tripulados (V ANT) vem crescendo, tanto em
operações militares quanto civis. Conhecido em todo o mundo como UA V (sigla
para o nome em inglês Unmanned Aerial Vehicle, o V ANT é um tipo de aeronave
sem piloto que pode voar autonomamente ou ser remotamente controlada, em ações
de monitoramento, reconhecimento e vigilância. Sua principal vantagem é realizar
ações táticas de inteligência sem colocar vidas humanas em risco. Atualmente voam
pelo mundo milhares de veículos não tripulados de diferentes dimensões; do
tamanho de um inseto até o porte de um Boeing. ( defesanet.com.br 16/08/2011)

É importante também ser sumeriamente explicado alguns conceitos sobre as


tecnologias que serão apresentadas posteriormente.
Os sensores são tidos como os equipamentos empregados para fazer a analise do
terreno. Eles podem ser de diferentes tipos, os mais empregados hoje em dia é o sistema
óptico, esse sistema é capaz de transmitir em tempo real a situação no campo de batalha, as
posições das tropas tanto amigas quanto inimigas. Temos também os sensores que são
radares, eles trabalham com ondas eletromagnéticas as mesmas emitidas pelos rádios. Logo,
os sensores são equipamentos capazes de captar imagens de diferentes modos e "traduzi-
las" para que possamos obter uma conclusão do objeto a ser analisado.
11

Fig 1 - Veículo Aéreo não Tripulado de fabricação israelense:


Fonte: ( defesanet.com.br 16/08/11)
Entende-se por bandas, as faixas de frequência em que os aparelhos que utilizam
ondas eletromagnéticas trabalham.
Nossos objetivos foram: determinar se o V ANT é capaz de melhorar o
reconhecimento especializado de engenharia, apresentar a possibilidades e limitações dos
aparelhos existentes no mercado nacional e apresentar, de forma sucinta, as necessidades de
um reconhecimento de engenharia na fase de transposição de curso dágua.
Esses objetivos foram orientados para o reconhecimento de engenharia, mais
precisamente, no levantamento topográfico.
Nossas principais fontes foram revistas e sites especializados.
A presente monografia está assim estruturada:
No primeiro capítulo, procuramos expor a historia dos aparelhos não tripulados,
desde o próprio inicio da aviação, passando pela sua evolução com alguns exemplos de
empregos em conflitos anteriores até os dias atuais, buscando assim ambientar o leitor com
essa tecnologia ainda escassa nas doutrinas do Exército Brasileiro.
Expus a necessidade das tropas de engenharia, no que tange ao reconhecimento
especializado, direcionando essa pesquisa para o levantamento topográfico e suas
dificuldades.
As principais fontes utilizadas foram revistas do gênero, sites especializados e
livros.
12

Abordei também o problema que fez nascer essa busca pela automação na zona de
combate, que direciona boa parte dos gastos militares de nações como EUA, Israel, Inglaterra

etc.
O segundo capítulo traz as possíveis soluções a essas necessidades atuais dos
conflitos. Nele apresentei aeronaves não tripuladas existentes no mercado mundial, dentre
eles, israelense, norte-americano, europeu e brasileiro.
Alem de apresentar os VANT, fiz uma pequena análise de suas cargas uteis,
empregadas para o fornecimento de dados que tanto são importantes para o reconhecimento
de engenharia. Assim, foram colocadas em contraposição duas tecnologias presentes em

diversos tipos de VANT.


As principais fontes utilizadas foram sites de empresas privadas nacionais, sites
especializados em equipamentos de defesa e artigos publicados em revistas ligadas ao assunto

e livros.

2 REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO

Esta pesquisa irá tratar do assunto Emprego de Veículo Aéreo Não Tripulado, e
quanto ao campo de pesquisa, está inserido na área de Operações Militares, conforme inserido
na Portaria Nº 517 de 26 de setembro de 2000, do Comandante do Exército Brasileiro.
(BRASIL, 2000).

2.1 Revisão da literatura e antecedentes do problema

Buscando identificar o que de mais relevante e atualizado tem sido produzido


sobre o tema Veículos Aéreos não Tripulados (VANT), pesquisamos alguns materiais
especializados; dentre eles, "Military Review "(1989), que aborda o tema de uma perspectiva
mundial e traz aspectos de conflitos norte-americanos e de outros países envolvidos em
conflitos atuais, chegando à conclusão de que a parcela de informações coletadas pelos
V ANT, embora pequenas, tendem a aumentar ao longo dos anos devido a evolução dos
sensores, sem por em perigo as vidas dos soldados.
Para a Revista Força Aérea, (2002), o assunto Veículos Aéreos não tripulados,
resume-se em poupar vidas humanas no campo de batalha, mais precisamente dos pilotos de
aeronaves de reconhecimento tripuladas da Força Aérea Israelense. Afirmando que na Guerra
contra o Líbano de 1982 houve um princípio de utilização de aeronaves pilotadas
13

remotamente, visando ao reconhecimento de alvos em territórios muito hostis aos jatos de


reconhecimento pilotados, teremos como resultado os RPV (Remotely Piloted Vehicles -
Veículos Pilotados à Distância), que são assim demonstrados:

O novo grupo de inteligência imediatamente iniciou um refinamento dos vetores


coletores de informes, criando um complexo coordenado que passou a incluir
aeronaves de reconhecimento, sistemas de observação de longa distância baseados
no ar e em terra, e os revolucionários aparelhos então conhecidos como Mini-RPV
(Remotely Piloted Vehicles - Veículos Pilotados à Distância), hoje chamados de
V ANT ou UA V (Veículos Aéreos não Tripulados ou Unmanned Aerial Vehicles ).
Com assinatura visual, radar, e auditiva muito baixas, os mini-RPV podiam orbitar
sobre as baterias de mísseis terra-ar para indicar sua exata localização e o seu nível
de prontidão. Essas informações eram transmitidas em tempo real através de
aparelhos de televisão para estações especiais no solo. O mini-RPV também era
capaz de monitorar as ações de supressão de defesas, enviando imagens em tempo
real dos danos, o que modificou totalmente seu processo de avaliação (BDA-Bomb
Damage Assessment; em português , "avaliação de danos provocados por
bombardeios")(Revista Força Aérea, 2003, p. 95).

A figura seguinte mostra como eram utilizadas essas aeronaves no Yale do Bekaa
na guerra contra o Líbano.

Fig 2 - Operação de destruição de baterias de mísseis sírias com o uso de V ANT:


Fonte: (NETO, Armando Alves. GERAÇÃO DE TRAJETÓRIAS PARA VEÍCULOS AÉREOS
AUTÔNOMOS NÃO-TRIPULADOS. 2008. 6 p)
14

Esses extratos de revistas e livros são documentos históricos mais recentes de


emprego de V ANT mas seus antecedentes são tão antigos como a própria história da aviação.
Um dos primeiros registros sobre a existência de veículos aéreos não tripulados
data do século XVIII. O padre brasileiro Bartolomeu Lourenço de Gusmão foi o responsável
pelo projeto e construção de um pequeno balão de ar quente não tripulado sem qualquer tipo
de controle. O voo demonstrativo foi realizado em 1709 em Lisboa, Portugal, na presença do
Rei João V e de toda corte portuguesa (NETO, 2008).
Acredita-se que a primeira utilização de V ANT no mundo tenha sido o
Sperry's Aerial Torpedo construído em 1916 por Lawrence e Elmer Sperry, é considerado o
precursor dos mísseis-guiados atuais. (NETO, 2008).

Fig 3 - Sperry's Aerial Torpedo:


Fonte: (NETO, Armando Alves. GERAÇÃO DE TRAJETÓRIAS PARA VEÍCULOS AÉREOS
AUTÔNOMOS NÃO-TRIPULADOS. 2008. 6 p)

No auge da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha dedicou-se a produzir


aeronaves não tripuladas. Esses estudos levaram à criação e produção da bomba voadora V-1.
Tal aeronave era capaz de decolar de rampas de lançamentos situadas na França ocupada e
15

terminar sua trajetória atingindo o território inglês. O pnmeiro voo do aparelho atingiu
240km, matando 900 pessoas e ferindo outras 35000 em cidades inglesas no ano de 1944.
(NETO, 2008).

Contemporary Cross Section


of the V-1

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Fig 4 - Figura em corte da V· 1:


Fonte: (NETO, Armando Alves. GERAÇÃO DE TRAJETÓRIAS PARA VEÍCULOS AÉREOS
AUTÔNOMOS NÃO-TRIPULADOS. 2008. 6 p)

Os anos se passaram e foram surgindo outras utilidades para os veículos não


tripulados. As medidas de coordenação e controle tão importantes no campo de batalha
acabaram sendo apoiadas pelos V ANT, esses aparelhos são capazes de decolar de zonas bem
protegidas pelas tropas amigas, voam até o teatro de operações, realizam seu trabalho e por
fim, voltam para suas bases. Todas as atividades desempenhadas pelos VANT são executadas
de forma autônoma pelo aparelho, pré-determinada por computadores ou comandadas por
pilotos protegidos em terra dentro de instalações especialmente fabricadas para tal atividade.
Atualmente, os veículos tomaram-se até menores que os de antigamente, emitem
menos ruídos, voam a grandes altitudes, assim tornando-os praticamente invisíveis aos olhos
do inimigo. Além de serem dificilmente visíveis a olho nu quando voam alto, são
praticamente imperceptíveis nos radares devido a sua estrutura, na maioria das vezes, ser feita
de materiais compostos e dimensões muito reduzidas.
Foi na década de 70 que iniciaram os estudos na área da automação aeronáutica.
Uma parceria foi criada para dar início aos estudos, essa parceria era entre CT A (Comando-
16

Geral de Tecnologia Aeroespacial localizado em São José dos Campos-SP), IPqM (Instituto
de Pesquisa da Marinha) e o CTEx (Centro Tecnológico de Pesquisa do Exercito). Essa
parceria resultou no projeto e posterior protótipo Acauã (Fig 5 ).
O projeto Acauã foi criado em 1984 e seu protótipo voou em 1985, tornando-se o
pnrnerro V ANT brasileiro. A aeronave foi criada para auxiliar nos estudos climáticos,
ambientais, e ecológicos além de outras atividades civis, como inspeção de dutos de gás e
óleo. O veículo tinha a capacidade de alcançar uma velocidade de cruzeiro de 100 km/h
transportando urna carga de 14 kg e tinha urna autonomia de 150 km (PEREIRA, 2001 ).

Fig 5 - O protótipo Acauã:


Fonte: (PEREIRA,Adernir
Rodrigues. CONTROLADORES ROBUSTOS COM
INTERPOLAÇÃO DE GANHOS VIA LÓGICA DIFUSA - APLICAÇÃO EM VEÍCULOS
AUTÔNOMOS NÃO TRIPULADOS.2001. 30p
Com o breve histórico apresentado anteriormente, notamos a perenidade do
assunto, aeronaves não tripuladas, essa constante pesquisa por parte dos institutos e de
diversos países, desde o inicio da própria aviação. Todos esses estudos e capitais empregados
no desenvolvimento dessa tecnologia, já antiga, são justificados pelas diversas situações
encontradas nos campos de batalha.
Atualmente os pelotões de engenharia utilizam para curnpnr urna missão de
reconhecimento especializado materiais de fácil aquisição. Trenas, cartas topográficas, fotos
aéreas, binóculos, óculos de visão noturna entre outros meios para facilitar o reconhecimento.
17

Mas todos esses meios exigem a presença de tropas no local, e são capazes de realizar, por
vezes, um reconhecimento incompleto e ineficiente.
A transposição de curso d'água é uma atividade de grande importância no teatro
de operações. A própria travessia preparada deve ser muito bem planejada, e todos os meios
disponíveis devem ser empregados na fase do reconhecimento para melhor formular um
relatório e proteger a tropa envolvida no levantamento de dados devido a presença do inimigo
na margem oposta.

Transposição preparada - É uma operação de transposição de um curso de água


obstáculo, executada após meticuloso planejamento e amplos preparativos, visando a
concentrar a força e os meios necessários para desencadear, inicialmente, um ataque
na margem oposta. Vale-se, com ênfase, dos princípios de guerra: da massa e da
unidade de comando (BRASIL, MINISTÉRIO DA DEFESA C 31-60)

Notamos que a execução de um minucioso relatório de reconhecimento da área de


travessia deve ser o mais completo possível. Este relatório constará de um croqui da região
além de cartas. Logo, a presença de dados coletados e levantamento topográfico mais preciso
seria de extrema importância ao planejamento da transposição.

Um relatório especial para transposição de um curso de água inclui todos os dados


relacionados com o plano final para a operação. Este relatório pode ser escrito e,
como tal, constitui normalmente um anexo aos documentos de inteligência. O
relatório pode ser apresentado sob a forma de uma carta topográfica especial que
mostre os dados essenciais, tais como: os locais de pontes existentes, valor da
corrente, o dispositivo e as instalações inimigas, os obstáculos, a rede de estradas e
outros dados de interesse. Tais esboços podem ser o resultado de atualizações com
imagens de satélite ou o uso da própria carta militar (BRASIL, MINISTÉRIO DA
DEFESA C 31-60).

Além dessas necessidades técnicas para confecção de relatórios, está presente


nesse reconhecimento e na própria travessia um possível nível de perigo no local da travessia
devido a presença do inimigo.
Deve-se avaliar cuidadosamente o risco da força executante ser batida por partes,
mormente se for levantada a possibilidade de o inimigo conduzir umadefesa móvel.
Manter este risco dentro de limites aceitáveis, a fim de não se perder tempo e
impulsão, é uma das grandes dificuldades para o planejamento e para a execução
desse tipo de operação (BRASIL, MINISTÉRIO DA DEFESA C 31-60).

Diante do que encontramos na literatura acerca do tema, podemos identificar


algumas questões que nos parecem problemáticas - como realizar o reconhecimento em um
local, às vistas do inimigo, utilizando os métodos e meios atuais de levantamento topográfico
existentes na relação carga da engenharia, que necessitam da presença de tropas no local, para
que seja feito um relatório completo, sendo _que as tropas inimigas, possivelmente, estarão
18

munidas de equipamentos de visão noturna? Ou, colocado de outra forma, que tecnologia
existente hoje, podemos utilizar para fazer o levantamento topográfico da área em questão?
Dados preliminares apontaram-nos para a possibilidade de utilização de V ANT,
criados atualmente para o levantamento topográfico em regiões agrícolas e regiões inóspitas
em que inexistem cartas com curvas de nível.

2.2 Referencial metodológico e procedimentos

Visando analisar as tecnologias existentes e suas possibilidades, formulamos o


seguinte problema de pesquisa: o uso de VANT pelo Pel E Cmb reduzirá perdas em combate
e será capaz de melhorar o levantamento topográfico de forma eficaz?
Partimos da hipótese de que o V ANT é capaz de melhorar o reconhecimento
especializado de engenharia, reduzindo perdas em combate, realizando o mapeamento da área
com as curvas de nível e de forma mais precisa e rápida ao que vinha sendo feito. A aeronave
é capaz de voar sem denunciar sua posição e não expor vidas ao risco de serem abatidas,
_ também é capaz de realizar o mapeamento das áreas devido aos seus sensores modernos,
câmeras de alta resolução, sistemas de posicionamento global (GPS) com trajetórias pré-
definidas e alguns aparelhos mais modernos são munidos de radares de abertura sintética,
assunto que será abordado mais a frente.
Logo, trabalhamos com as variáveis que seriam os diversos produtos existentes no
mercado de defesa. Graças a crescente divulgação dessa tecnologia e das suas utilidades tanto
no meio militar como no meio civil, vemos o surgimento de algumas aeronaves produzidas no
território nacional. Os aparelhos são equipados com maquinas fotográficas de alta resolução
ou equipadas com radares de abertura sintética que operam na banda P. Nas condições em que
enquadramos os requisitos dos VANT são encontrados limitantes orçamentários, dados
coletados, e, até mesmo, a própria praticidade que deve estar presente nos equipamentos
utilizados pelo Exército Brasileiro.
Nossos objetivos foram: determinar se o V ANT é capaz de melhorar o
reconhecimento especializado de engenharia, apresentar a possibilidades e limitações dos
aparelhos existentes no mercado nacional e apresentar, de forma sucinta, as necessidades de
um reconhecimento de engenharia na fase de transposição de curso d'água.
Visamos especificamente à tecnologia empregada para o levantamento
topográfico existente tanto com maquinas óticas quanto com os, já citados, radares. Esses
19

equipamentos presentes em diversas formas de aeronaves são o mais importante ali presente.
Basta o responsável por sua utilização, saber escolher a melhor alternativa e emprega-la da
maneira correta, esse trabalho veio com o objetivo de expor esses equipamento e analisá-los
conforme as necessidades do reconhecimento especializado de engenharia.
Com o propósito de operacionalizarmos a pesquisa, adotamos os procedimentos
metodológicos descritos abaixo.
Primeiramente, realizamos uma pesquisa bibliográfica visando a rever a literatura
que nos fornecesse base teórica para prosseguirmos na pesquisa. Desse levantamento,
destacam-se sites especializados e sites das empresas fabricantes de VANT.
Nossa primeira constatação é que foram editados até o momento muitos títulos
sobre o assunto. Quanto à qualidade das fontes encontradas, podemos dizer que elas são atuais
e respeitadas no âmbito em que se enquadram: ciência e tecnologia. Destacam-se, pela
qualidade, pertinência e atualidade, o relatório Nr 004 do Departamento de Educação e
Cultura do Exercito, Revista força Aérea, monografias e os próprios sites das empresas
produtoras dos VANT.
Adotamos como instrumento de coleta de dados o fichamento de resumos,
citações das bibliografias e meus próprios comentários. Nossos objetivos foram expor as
conclusões que chegaram os especialistas na área e enquadra-las as necessidades da tropa de
engenharia. As obras, em sua maioria, foram obtidas em sites eletrônicos, livros e revistas do
gênero. O critério de seleção foi o resultado de leitura de manuais e analisar as necessidades
da tropa de engenharia no atual contexto de utilização das tecnologias mais modernas
existentes no Brasil e no mundo.

3 RESULTADOS E ANÁLISE DOS DADOS

Na busca por uma resposta ao problema que norteou a pesquisa, chegamos aos
resultados que se seguem.

3.1 Resultados

O primeiro resultado importante que pudemos encontrar foi que aeronaves já


existem para reconhecimento de itinerários, alvos para artilharia e para o sistema comando e
controle (C2), mas será que esses aparelhos são capazes de realizar um reconhecimento
20

especializado de engenharia? São aeronaves (V ANT) que utilizam aparelhos óticos e

transmitem as imagens em tempo real.


A aeronave é capaz de voar sem denunciar sua posição e não expor vidas ao risco
de serem abatidas, também é capaz de realizar o mapeamento das áreas devido aos seus
sensores modernos, câmeras de alta resolução, sistemas de posicionamento global (GPS) com
trajetórias pré-definidas e alguns aparelhos mais modernos são munidos de radares de
abertura sintética, assunto que será abordado mais a frente.

O site apresenta o aparelho Arara MI da empresa capaz de fazer imageamento com


aparelho ótico, coletas de dados georeferenciados, criação de mosaicos e
processamento digital de imagens.Também são apresentadas imagens de aéreas
realizadas pelos VANT.
( http://www.agx.com.br/new/pages/index.php?opt=airplane_ history 28/04/2012)

É importante destacar que esse sistema é capaz de fazer o imageamento, coletar

dados, e processa-los a fim de analisar de forma eficaz o que se encontra no terreno. Visto o
que foi encontrado, notamos que o reconhecimento utiliza equipamento ótico apresenta
imagens detalhadas de boa resolução, mas não é capaz de delinear as curvas de nível
presentes no terreno. As curvas de nível são fatiamentos imaginários no terreno no plano
horizontal distantes umas das outras por distancias determinadas, elas mostram o formato do
terreno no que tange a altimetria. Podemos ver como é a imagem coletada pelo V ANT na
figura a seguir.
21

Fig 6 - Mosaico montado a partir de fotos tiradas pelo V ANT Arara M 1:


Fonte: ( http:/ /www.agx.com. br/new/pages/index.php?opt=airplane_ history)

Tais características se repetem no V ANT Horus 100 da Flight Thechnologies


brasileira sediada em São José dos Campos estado de São Paulo.

O Horus 100 é um produto projetado para ser utilizado em aplicações típicas de


Inteligência, Comando e Controle (IC2) de curto alcance realizadas por pelotões,
companhias ou até batalhões.
O sistema Horus-100 é baseado no FS-02 AvantVision. Urna aeronave de
lançamento da mão e recolhimento vertical totalmente autônoma. O sistema é
carregado nas costas e operado por duas pessoas.
Tem a capacidade de disseminar informação de áudio, vídeo e posicionamento, em
tempo real, através de suas unidades de recepção individual. Aplicações típicas
envolvem desde busca de alvos de Artilharia e auxílio ao deslocamento de Infantaria
e Cavalaria, passando por Operações Especiais e Contra-terrorismo,
Reconhecimento Policial Urbano, até a Vigilância Perimetral.
( flightsolutions.com.br 05/04/12)
22

Fig 7 - Militar realizando o lançamento do Horus 100:


Fonte: (http://www.agx.com.br/new/pages/index.php?opt=airplane_ history2012)

Quanto ao foco do nosso problema de pesquisa, notamos que na imagem somos capazes
de ver a vegetação, massas liquidas, e algum relevo. Mas não podemos ver com precisão o relevo, suas
dimensões e aqueles relevos ocultos pela vegetação. Com relação ao sensoriamento remoto podemos
notar como satisfatório, a aeronave é capaz de ser pilotada remotamente e realizar o mapeamento de
forma estabilizada e realizar a montagem das imagens de mosaicos.
Outra aeronave produzida pela Flight Technologies é o Horus 200. Ele parte do mesmo
principio de realizar o imageamento com a utilização de equipamento ótico. Sua capacidade de
transportar carga é maior e sua autonomia também é superior ao Horus 100. Isso resulta em um
lançamento mais preparado devido suas proporções.

O Horus 200 é um produto projetado para ser utilizado em aplicações típicas de


Inteligência, Comando e Controle (IC2), de médio alcance, realizadas por
regimentos, brigadas ou divisões. O sistema Horus-200 é baseado no FS-01
Watchdog. O FS-01 Watchdog representa uma família de aeronaves entre 70 e 250
kg, com capacidade de 20 a 70 kg de carga útil. Normalmente operado através do
shelter de comando e controle, possibilita a disseminação de informações em tempo
real. É operado em pistas, com opção para lançamento catapultado e recolhimento
vertical. Aplicações típicas incluem a busca, identificação e determinação de posição
23

de alvos de Artilharia, além da avaliação de danos, bem como a Vigilância e o


Monitoramento de grandes áreas. (flightsolutions.com.br 05/04/12)

Fig 8 - V ANT Horus 200 decolando a partir de pista:


Fonte: (http://www.agx.com.br/new/pages/index.php?opt=airplane~history 2012)

Vale resaltar que o V ANT Horus 200 foi o aparelho testado pelo Exército com a
nova designação de VT-15. O ensaio foi realizado pelo CTEx (Centro Tecnologico do
Exército) em 27 de maio de 201 O em Taubaté/SP e teve o objetivo de apresentar a aeronave
aos convidados o estagio de desenvolvimento do V ANT VT-15 desenvolvido e produzido
pela empresa anteriormente apresentada.(Relatório NR 004)
24

Fig 9- Arara M-1 ou VT-15:


Fonte: (http://www.agx.eom.br/new/pages/index.php?opt=airplane_ history 2012)

O último V ANT pesquisado é o proximo produto da Orbisat, outra empresa


sediada no Vale do Paraíba, em São José dos Campos-SP. Esse aparelho chama-se
SARVANT e é dotado do, anteriormente citado, radar de abertura sintetica. A empresa Obisat
conta com o apoio da AGX que desenvolve o sistema de voo autônomo, essa empresa cuja
produção foi o Arara M 1. O SARV ANT será o primeiro V ANT, do mercado mundial, contar
com o radar de sensoriamento remoto ou Radar de Abertura Sintetica (SAR), que já vem
sendo utilizado pela Orbisat no sensoriamento topográfico da Amazônia. O site do Horus
apresenta a tecnologia do radar de abertura sintética e as possíveis utilizações dessa tecnologia
tanto por civis e militares. Nessas possíveis utilizações estão presentes características
importantes ao que estamos procurando. O futuro SARVANT será capaz de voar
remotamente controlado sem expor tropas ao perigo, com economia de meios e realizar o
imageamento do solo com grande precisão realizando o levantamento topográfico com as já
citadas curvas de nível.
Das informações tiradas do site da empresa Orbisat, podemos notar a maior
capacidade do SARVANT perante os VANT que utilizam equipamentos óticos para realizar
as observações do terreno.
25

Fig 10 - Foto do radar de abertura sintética (SAR):


Fonte: (http://www.orbisat.com.br/novo/pages/sensoriamento_tecnologia.php 2012)

Podemos notar a capacidade dessa tecnologia na figura I I extraída do site da


Orbit. As diversas linhas representam as curvas de nível.
A seguir podemos verificar sucintamente como é o funcionamento do radar de
abertura sintética.

Esse tipo de sensor tem uma forma de obtenção de dados bastante característica, que
é através de pulsos eletromagnéticos enviados à superfície na velocidade da luz,
tendo como retomo ecos na mesma velocidade. Geralmente a antena é posicionada
com seu eixo longitudinal na parte inferior da aeronave que transporta o sensor,
emitindo pulsos em forma de leque proporcionando a criação da imagem. Dentre os
parâmetros para geração da imagem, os mais importantes são a distância em relação
à antena e a intensidade do eco (energia refletida), pois é a partir desses que será

produzida a imagem. ( geotecnologias.wordpress.com 18/06/2012)


26

--=-....
-
,._...._.,

Fig 11 - Imagem feita a partir do sensoriamento com o radar SAR:


Fonte: (http://www.orbisat.com .br/novo/pages/sensoriamento _tecnologia.php 2012)

No site da empresa Orbisat encontramos a descrição de algumas capacidades do


radar SAR.
"A banda X fornece dados para os Modelos Digitais de Superficies (MDS) com alta
exatidão e precisão, alcançando até 25 cm em altura e 50 cm em resolução espacial.
A Banda P permite gerar os Modelos Digitais de Terreno (MDT) possibilitando o
mapeamento de terrenos cobertos por densa vegetação, como os das florestas
tropicais. Essas características contribuem para a redução da margem de erros na
execução de projetos onde a topografia é um fator de extrema importância. Além
disso, o radar OrbiSAR RFP permite coletar dados mais rapidamente, pois pode ser
usado de dia ou de noite e mesmo na presença de cobertura densa de nuvens."
Os dados obtidos pelo sistema OrbiSAR RFP permitem a geração de produtos
cartograficos e topográficos nas escalas de 1:50.000, 1:25.000, 1:10.000 e 1:5.000
para várias aplicações. ( orbisat.com.br 05/04/12)

O radar SAR é capaz de operar sem visibilidade a "olho nu" e em tempo de


chuva. Graças a essas características, ele já esta sendo empregado no levantamento
topográfico da Amazônia, como vemos na citação seguinte.

Por causa de suas propriedades esse tipo de sensor esta sendo bastante cogitado para
fazer levantamentos de dados na Amazônia, uma vez que, dependendo da banda
(Faixa espectral) usada, ele não apresenta dificuldades quanto a nuvens, chuvas e
outros tipos de implicações. ( geotecnologias. wordpress.com 18/06/2012 )
27

Fig 12 - O protótipo do V ANT proposto para utilizar o radar SAR:


Fonte: (http://www.orbisat.com .br/novo/pages/sensoriamento_tecnologia.php2012)

3.2 Análise dos dados

Diante dos resultados encontrados, podemos fazer algumas inferências. A resposta


ao problema formulado parece ser a utilização do SARVANT. No entanto, faz-se necessário
demonstrar essa resposta, sem desconsiderar o que foi encontrado em contrário, ou seja, as
aeronaves anteriormente citadas que utilizam os equipamentos óticos para observação, elas
são de um custo de aquisição menor, mas destinam-se a outros fins. Esses VANT são muito
utilizados pela Artilharia para designação de alvos e por tropas de Infantaria e Cavalaria, visto
que podem acompanhar, em tempo real, a tropa amiga. Os aparelhos utilizados pelas Armas
base e Artilharia não realizam levantamento topográfico, pois os equipamentos óticos fazem o
imageamento em 2 dimensões. Como podemos observar na imagem seguinte, onde vemos um
comboio em deslocamento pela estrada.
28

Fig 13 - Imagem extraída do site da empresa AGX:


Fonte: (http://www.flightsolutions.eom.br/template.php?pagina=horus 100.php 2008)

Encontramos que o produto que será produzido pela Orbit, o SARVANT, terá a
capacidade de voar autonomamente essa capacidade será fornecida pela empresa AGX, esse
aparelho será capaz de operar diuturnamente e em condições climáticas que dificultem a
visualização do solo e alem dessas capacidades, a aeronave munida do radar, produzira
imagens fieis ao contorno do relevo, operando na banda "P" ou incluindo a vegetação quando
for operar o_radar na banda "X". Podemos fazer algumas análises explicativas sobre o que foi
encontrado. Dentre elas, destacamos a já existente tecnologia que opera com e9uipamentos
óticos que é o caso da Flight Technologies e AGX e sua grande operacionalidade para as
Armas base e Artilharia. Outra possibilidade é o SARVANT que visto seu maior
detalhamento do terreno observado, é capaz de fazer um levantamento topográfico preciso
inclusive com curvas de nível, tão importante para a Arma de Engenharia.
A hipótese de pesquisa pode ser considerada confirmada, pois a utilização do
V ANT equipado com radar SAR é capaz de levantar em imagens digitalizadas as curvas do
terreno com suas curvas de nível e suas dimensões altimétricas. Os aparelhos não tripulados
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apresentados são capazes de voar autonomamente e sem expor as tropas ao perigo, pois seus
operadores situam-se afastados da área de atuação em Shelters (abrigos), alem de serem
pilotados remotamente, suas- rotas também podem ser pré-estabelecidas por computador,
exigindo que o piloto apenas conduza a aeronave durante pousos e decolagens. Confirmado
pelo site da empresa Flight Technologies.

Os Sistemas Horus são baseados nos veículos aéreos da Flight Solutions, os sistemas
são totalmente automatizados. {FLIGHT TECHNOLOGIES, 05/04/12).

E também vimos no site da AGX que o Arara MI é capaz de voar


autonomamente.

O ARARA MI é uma aeronave leve destinada a aplicação de monitoramento,


reconhecimento e vigilância para operações militares onde a versatilidade e
facilidade de operação e transporte representam um fator decisivo ao sucesso,
controlada por rádio ou totalmente autônoma. (AGX, 05/04/12).

É forçoso considerar ainda as limitações que necessariamente devem ser impostas


aos resultados decorrentes de a não existência ainda do produto SARVANT pois está em fase
de pesquisa pela Flight Technologies e AGX e o seu possível alto custo de aquisição e
operação pois é uma tecnologia inovadora.Como podemos ler na citação seguinte.

Segundo o presidente da OrbiSat, Maurício Aveiro, o novo equipamento deverá


abrir um mercado para a empresa na ordem de R$ 25 milhões em serviços .
(DEFESANET.COM.BR, 05/04/12).

Pode-se concluir, assim, que existem dois tipos de V ANT capazes de realizar
reconhecimento. Deve-se então separa-los e examinar suas peculiaridades e concluir se eles
são satisfatórios às necessidades do pelotão de engenharia nos reconhecimentos
especializados.
Primeiro, analisamos as aeronaves que utilizam sistemas óticos, esses aparelhos
não são capazes de realizar o levantamento topográfico importante para a engenharia.
Segundo, encontramos o V ANT que emprega o radar SAR para produzir as imagens do
terreno. Esse aparelho ainda encontra-se na fase de pesquisa com a produção de seu protótipo.
Podemos concluir, então, que a tecnologia capaz de realizar o reconhecimento
especializado de engenharia já existe. E o produto mais capaz de apoiar o pelotão de
engenharia é o SARVANT.
30

4CONCLUSÃO

Nossa pesquisa teve como objetivos determinar se o VANT é capaz de melhorar o


reconhecimento especializado de engenharia, analisar as possibilidades e limitações dos
aparelhos encontrados no mercado nacional e apresentar de forma sucinta as necessidades de
um reconhecimento de engenharia, na fase de transposição de curso d'água.
Os resultados encontrados foram os seguintes. As necessidades do
reconhecimento de engenharia na fase da transposição foram encontradas no manual C 31-60,
nele podemos perceber a necessidade da superioridade aérea por parte da tropa amiga,
detalhamento do terreno a ser utilizado por meio de cartas, croquis e fotos aéreas. No manual
nota-se também a preocupação por apresentar o levantamento topográfico da região, logo esse
dado foi tido como um objetivo importante do trabalho.
O levantamento topográfico da região tornou-se um objetivo importante do
trabalho, pois a presença dele é de vital importância aos trabalhos de engenharia e, muitas
vezes, fica impossível possuir material topográfico de regiões dominadas por tropas inimigas.
Logo, foi necessário que o VANT pudesse empregar equipamentos capazes de realizar o
levantamento topográfico.
Destacam-se os seguintes aparelhos construídos no Brasil: Arara M-1, Horus 100,
Horus 200 que utilizam equipamentos óticos para fazer o foto reconhecimento da região e
também o SARVANT, esse utilizando um tipo de radar portátil.
Diante destes resultados podemos afirmar que os VANT utilizados simplismente
para vigilância e designação de alvos para artilharia não satisfazem por completo as
necessidades do pelotão de engenharia, durante o reconhecimento especializado. Esses V ANT
utilizam equipamentos óticos, voam autonomamente produzem mosaicos com as fotos após as
missões e até em tempo real, mas não são capazes de realizar o levantamento topográfico
minucioso das áreas cobertas nem das descobertas pela vegetação.
Dentro dessa perspectiva, podemos destacar que os veículos aéreos não tripulados
empregados pelo Exercito até então, não são capazes de apoiar com eficácia o
reconhecimento de engenharia. Os aparelhos até hoje utilizados apresentam imagens em duas
dimensões, apenas sendo necessários para designação de alvos para artilharia e
acompanhamento, em tempo real, de tropas amigas e inimigas.
Mas já existe uma tecnologia em fase de testes capaz de realizar o levantamento
topográfico de forma eficiente e eficaz. Esse equipamento, que é o radar de abertura sintética,
já foi empregado em regiões do Brasil, porém sendo transportado por aeronaves tripuladas. A
31

Orbisat, empresa fabricante desse radar, entrou em parceria com a Flight Technologies,
fabricante de veículos aéreos não tripulados, com o objetivo de produzir um V ANT capaz de
transportar o pequeno radar, logo denominado de SARVANT. -
Portanto, a nossa hipótese de pesquisa foi de que o VANT é capaz de melhorar o
reconhecimento de engenharia, além de proteger a tropa dos fogos do inimigo.
Os resultados alcançados nesta pesquisa apontam para a afirmação da hipótese,
visto que foi apresentado um produto nacional em fase de testes, capaz de executar tal
demanda de um pelotão de engenharia no reconhecimento especializado.
Concluímos então que a necessidade do pelotão de engenharia quando deparado
com a missão de reconhecimento para a transposição de curso d'água de realizar um
levantamento. topográfico é suprida com a utilização do SARVANT. O pelotão poderia
apresentar em seu relatório além de croquis da região, o levantamento topográfico digitalizado
com as curvas de nível tão importantes para os comandantes em seus planejamentos. Apesar
de já existir a tecnologia, ela ainda não esta totalmente em uso no que tange ao seu emprego
remoto pelas tropas. Ainda encontra-se em estudo e produção do protótipo do V ANT que irá
transportá-la.
Vale lembrar que as empresas envolvidas no projeto são nacionais e já possuem
ligação com o Exército através do CTEx que é o caso da Flight Technologies de São José dos
Campos- SP.
32

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e


documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002.

BRASIL. Ministério da Defesa. C 31-60 : operações de transposição de curso de água. 2. ed.


Brasília: EGGCF, 1996.

BRASIL. Ministério da Defesa. C ~-36 : o reconhecimento de engenharia. 2. ed. Brasília:


EGGCF, 1997.

BRASIL. Ministério da Defesa. RELATÓRIO Nr 004: Demonstração do veículo aéreo não


tripulado (VANT) VT- 15. Brasília: DECEx, 2010.

BRASIL TERÁ SEU PRIMEIRO V ANT COM RADAR SAR AEROEMBARCADO.


DefesaNet, 16 ago. 2011 Disponível em:
<http://www.defesanet.eom.br/tecnologia/noticia/2388/Brasil-tera-seu-primeiro-vant-com-
radar-SAR-aeroembarcado>. Acesso em: 05 abr. 2012.

HORUS 100. AGX TECNOLOGIA, 27 out. 2009. Disponível em:


<http://www.tlightsolutions.eom.br/template.php?pagina=horusl 00.php> Acesso em: 05 abr.
2012.

HORUS 200. AGX TECNOLOGIA, 27 out. 2010. Disponível em:


<http://www.tlightsolutions.com.br/template.php?pagina=horus200.php>. Acesso em: 05 abr.
2012.

IMAGEAMENTO AÉREO. AGX TECNOLOGIA, 2 mar. 2011. Disponível em


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33

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<http://www.orbisat.com.br/novo/pages/sensoriamento_tecnologia.php>. Acesso em: 02 abr
2011.

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