Você está na página 1de 8

UM RETRATO DO BATALHÃO DE APOIO

ÀS OPERAÇÕES ESPECIAIS
Tenente-Coronel Anderson Corrêa dos Santos
Major João Carlos Cammarata Nisinaga
Capitão Elder Damasceno de Souza

O Tenente-Coronel de Infantaria Corrêa é o Comandante forças armadas decide empregar nossas


do Btl Ap Op Esp. Cursou a Escola de Aperfeiçoamento de forças militares para compor essa F Cbn. Em
Oficiais (EsAO), em 2004, e a de Comando e Estado-Maior, no
biênio 2013/2014. Possui os seguintes cursos e estágios: Ações
um primeiro momento, serão enviadas forças
de Comandos, Forças Especiais, Básico Paraquedista, Mestre de visando auxiliar na logística e no treinamento
Salto Livre, Mergulho a Ar e Mergulhador de Combate. Participou dos grupos de resistência ao regime ditatorial.
da Segurança da Embaixada na Costa do Marfim. Foi instrutor
da Escola de Comando e Estado-Maior da Força Armada de El
Imediatamente, o Ministério da Defesa
Salvador e Oficial de Operações do Centro de Coordenação Tático determina que uma força-tarefa conjunta
Integrado do Gabinete de Intervenção de operações especiais (Op Esp) seja ativada,
Federal (a.correa23@hotmail.com). para integrar a F Cbn, desdobrando seus
O Major de Infantaria Cammarata
é o Oficial de Operações do Btl Ap Op meios em um país amigo, adjacente à área
Esp. Cursou a EsAO em 2015. Possui negada, com objetivo de realizar atividades
os seguintes cursos e estágios: Ações em parceria com a resistência. As primeiras
de Comandos, Forças Especiais, Básico
Paraquedista, Mestre de Salto Livre, equipes que se deslocarão para o país amigo
Mergulho a Ar. Participou da Segurança terão como objetivo realizar reconhecimentos
da Embaixada na República Democrática necessários para o desdobramento das tropas
do Congo (jnisinaga@gmail.com).
O Capitão de Material Bélico Elder é o de Op Esp. Dentre essas equipes, encontram-
Comandante da Companhia Logística do Btl Ap Op Esp. Cursou se os elementos de apoio às Op Esp, com a
a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais em 2017. Possui os finalidade de prover o apoio logístico e o
seguintes cursos e estágios: Básico de Montanhismo, Avançado
de Montanhismo, Básico Paraquedista e Operações na Caatinga. apoio de comando e controle às forças de
Participou da Operação de Paz no Haiti integrando o BRABATT operações especiais (F Op Esp), estabelecendo
13/1 (elderds@yahoo.com.br). as ligações necessárias para o cumprimento
Os autores foram declarados aspirantes a oficial pela
Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), respectivamente, de sua missão, bem como preparar-se para
em 1996, 2002 e 2007. o desenvolvimento das operações em uma
possível segunda fase, quando da infiltração
dos forças especiais e comandos no país hostil.
Imagine uma situação hipotética, Considerando todos os aspectos de suporte
às Op Esp, essa situação hipotética apresentada
na qual um grupo minoritário de um
pouco difere das encontradas durante as
pequeno país esteja sendo dizimado por
operações de garantia da lei e da ordem (GLO) ou
um regime ditatorial. Esse grupo solicita,
na faixa de fronteira, que foram rotineiramente
desesperadamente, ajuda à comunidade
executadas pelas F Op Esp do Exército Brasileiro
internacional que, após alguns meses de (EB) ao longo dos anos.
estudo, sugere, em caráter emergencial,
a criação de uma força combinada (F Cbn) HISTÓRICO
para interceder ante os crimes em vigor. Em Até 2003, as F Op Esp do EB eram
atendimento a essa solicitação internacional, constituídas apenas pelo 1o Batalhão de
o nosso país, que possui aspectos Forças Especiais (1º B F Esp), que possuía a
geopolíticos favoráveis à defesa dos direitos 1a Companhia de Forças Especiais (1ª Cia F
humanos, é convidado para participar dessa Esp ou Força 1), a 2ª Cia F Esp (ou Força 2),
força internacional. Com a aprovação do a Companhia de Ações de Comandos (Cia Aç
parlamento, o comandante supremo das Cmdos) e a Companhia de Comando e Serviços

70 DOUTRINA militar TERRESTRE em revista Abril a Junho/2020


(CCSv) que prestava o apoio ao combate e o dos meios necessários às Op Esp, acrescido
apoio logístico para o 1º B F Esp. do devido controle daqueles em uso pelas
A CCSv era constituída pela Seção Leve F Op Esp. Uma das mudanças que permitiu
de Manutenção (Seç L Mnt), pelos pelotões adquirir essa capacidade foi a criação de
de comunicações, de saúde, de segurança e, cargos especializados no apoio às Op Esp, que
ainda, por reforços externos. Essa reduzida estão distribuídos no Btl Ap Op Esp e na Base
estrutura de apoio fazia com que grande Administrativa do COpEsp.
parte do esforço logístico às operações do Essa estrutura visa reduzir os encargos
1º B F Esp fosse despendida na adaptação do logísticos e administrativos das OM
apoio externo às peculiaridades das Op Esp. operacionais. No entanto, ela necessita
Essa subunidade se constituiu no embrião de aperfeiçoamento com vistas à melhor
do Destacamento de Apoio às Operações utilização dos recursos que já se encontram
Especiais (Dst Ap Op Esp), criado em Goiânia- disponíveis na cadeia logística, objetivando
GO em 2003. maior economia de meios.
Todavia, logo após a implantação da
Brigada de Operações Especiais (Bda Op Esp), CAPACIDADES X ORGANIZAÇÃO
em 2004, constatou-se que esse destacamento O Btl Ap Op Esp tem como missão prover
de apoio, cujo efetivo era de 125 militares, o rápido desdobramento dos meios de apoio
estava subdimensionado para atender a logístico e de apoio ao combate para o COpEsp
demanda existente, sendo transformado em todas as fases das operações. Nesse
no atual Batalhão de Apoio às Operações contexto, o apoio às Op Esp deve diminuir a
Especiais (Btl Ap Op Esp). dependência das F Op Esp de meios locais, nas
O Btl Ap Op Esp é a organização militar (OM) primeiras fases das operações, empregando
do Comando de Operações Especiais (COpEsp) os processos logísticos tradicionais e os não
responsável por realizar o apoio ao combate convencionais de suprimento, na busca de
e o apoio logístico dessa grande unidade às novas soluções para as demandas das Op Esp.
suas OM subordinadas, particularmente, em Para isso, o Btl Ap Op Esp tem uma estrutura
pessoal e material, além de desdobrar a base organizacional composta pelo Comando e
de operações especiais (BOE). Nesse sentido, Estado-Maior (EM), uma Companhia de
realiza o apoio à infiltração e à exfiltração Comando e Apoio (Cia C Ap), uma Companhia
dos elementos operativos. de Suprimento (Cia Sup), uma Companhia de
A estrutura do COpEsp é dimensionada Transporte (Cia Trnp), uma Companhia de
para otimizar o ciclo logístico Manutenção (Cia Mnt) e uma Companhia de
(determinação, obtenção e distribuição) Comando e Controle (Cia C²).

Estrutura organizacional do Btl Ap Op Esp.

DOUTRINA militar TERRESTRE em revista Abril a Junho/2020 71


Em que pese essa estrutura ser com- COMPANHIA LOGÍSTICA
posta por cinco subunidades, a escas- A Cia Log tem a missão de realizar a
sez de efetivo impede, atualmente, que manutenção de 1º e 2º escalões do material
o Batalhão seja organizado dessa forma. classe II (intendência), classe V (armamento,
Assim, as funções logísticas suprimento, optrônicos e DQBRN), classe VI (engenharia)
manutenção e transporte foram reunidas e classe IX (motomecanização), além de
em uma mesma subunidade, denomina- prover os meios de transporte, nos modais
da Companhia Logística (Cia Log). Para rodoviário e aquaviário, para as missões
otimizar o emprego, na prática, os meios do COpEsp.
de apoio à infiltração foram reunidos, Essa subunidade foi criada a partir
constituindo uma Companhia de Apoio da Seç L Mnt do Camboatá (antiga sede
à Infiltração (Cia Ap Infl). A OM dispõe, do 1º B F Esp), que evoluiu, buscando sua
ainda, de uma Seção de Simulação de autossuficiência, devido à inexistência
Tiro (SST), uma Seção de Cães de Guerra de estruturas logísticas ativadas nas
(SCG) e uma Seção de OM do COpEsp.
Para o cumpri-
Simulação de Queda O apoio às Op Esp mento de suas tare-
Livre (SSQL). O bata-
lhão está organizado
deve diminuir a fas, a Cia Log organi-
como descrito nos pa- dependência das za-se em um Grupo
rágrafos seguintes. F Op Esp de meios de Suprimento, um
locais, nas primeiras Pelotão de Transpor-
te e um Pelotão de
COMPANHIA DE CO- fases das operações, Manutenção.
MANDO E APOIO empregando os
A Cia C Ap tem a
missão de prover os
processos logísticos COMPANHIA DE
meios em pessoal para tradicionais e os não COMANDO E CON-
TROLE
a composição das se- convencionais de A Cia C2 tem a
ções do Estado-Maior suprimento, na busca missão de instalar,
do COpEsp. Esse mes- de novas soluções para explorar e manter
mo efetivo é emprega-
do na BOE, quando há
as demandas das Op Esp. o sistema de C² do
COpEsp nas opera-
o seu desdobramento, ções, incluindo as comunicações internas
integrando o centro de operações. Essa das bases operacionais estabelecidas, bem
subunidade também mobilia as seções do como fornecer o apoio complementar às
estado-maior do batalhão e tem a respon- OM subordinadas ao COpEsp.
sabilidade de gerenciar e prestar o apoio A Cia C² possui o domínio de equipa-
de saúde operacional nas atividades do mentos de comunicações de alta tecnolo-
COpEsp. Além disso, ela provê a seguran- gia e sistemas C² para o apoio à decisão,
ça dos comboios nos deslocamentos ope- assessorando, técnica e operacionalmente,
racionais e, da BOE, quando necessário. o Comandante de Operações Especiais nos
Para o cumprimento de suas tarefas, assuntos relacionados ao levantamento de
a Cia C Ap organiza-se em um Pelotão pré-requisitos, testes, montagem e distri-
de Comando do COpEsp, um Pelotão de buição de equipamentos militares de co-
Comando do Btl Ap Op Esp, uma Seção municações adequados ao COpEsp.
de Saúde e um Pelotão de Segurança Para o cumprimento de suas tarefas, a
(em implantação). Cia C² conta com três pelotões C².

72 DOUTRINA militar TERRESTRE em revista Abril a Junho/2020


Desdobramento da cabine C² em apoio às Op Esp.

COMPANHIA DE APOIO À INFILTRAÇÃO e procedimentos (TTP) de tiro, com as armas


A Cia Ap Infl tem a missão de apoiar as individuais e coletivas, por meio de simulação
infiltrações e os adestramentos aeroterrestres virtual. Entrou em pleno funcionamento
das F Op Esp, com material e pessoal em 2018, ano em que realizou mais de 350
especialista em dobragem, manutenção de mil disparos simulados de armamentos
paraquedas e suprimento pelo ar (DOMPSA) como pistolas, fuzis, metralhadoras, lança-
e com precursores paraquedistas (Prec Pqdt). granadas e morteiros. Dessa maneira, vem
Além disso, fornece o suporte às infiltrações contribuindo, significativamente, com o
e aos adestramentos das F Op Esp por meio aprendizado e com a segurança do tiro.
aquático, com especialistas em mergulho a ar
e resgate (MAR). SEÇÃO DE CÃES DE GUERRA
Para o cumprimento de suas tarefas, a A SCG tem a missão de manter os
Cia Ap Infl organiza-se em um Pelotão de cães de guerra em prontidão permanente
Apoio à Infiltração Aeroterrestre, um Pelotão para o apoio direto às OM operacionais do
de Apoio à Infiltração Aquática e um Pelotão COpEsp, quando e onde for necessário.
DOMPSA. Possui cães das raças pastor alemão, pastor
belga malinois, pastor holandês e cão lobo
SEÇÃO DO SIMULADOR DE TIRO tchecoslovaco. Pela adoção de técnicas e
A SST tem a missão de apoiar os métodos inovadores, os cães são preparados
adestramentos e aprimorar as táticas, técnicas para o duplo emprego, sendo especializados

DOUTRINA militar TERRESTRE em revista Abril a Junho/2020 73


na detecção de explosivos, armamentos, De acordo com a doutrina militar
munições e narcóticos, bem como no ataque. terrestre (DMT) relativa às Op Esp, a
Podem ser empregados como esclarecedores e BOE é a principal estrutura logística a
realizar buscas e capturas de pessoal, estando ser instalada e operada pelo Btl Ap Op
aptos para a infiltração aeromóvel e para a Esp. Essa base possui:
aeroterrestre, por meio de salto tandem e  um centro de operações;
semiautomático.
 um centro de logística; e
 um centro de C².
A SEÇÃO DO SIMULADOR DE QUEDA
Na BOE, o Cmdo do COpEsp
LIVRE
supervisiona, comanda, controla e
A SSQL tem a missão de apoiar os
adestramentos e o aprimoramento das TTP coordena seus elementos subordinados
das F Op Esp nas infiltrações por salto livre infiltrados em um teatro de operações
operacional (SLOp), com as simulações de (TO) ou em uma área de operações (A
queda livre e de navegação com o velame Op). Normalmente, ela é instalada junto
aberto. ao posto de comando (PC) do grande
Desde sua entrada em operação, em comando operacional em proveito do qual
2008, a seção tem apoiado os elementos as F Op Esp estão operando, otimizando
operacionais, contabilizando mais de 22 mil a cadeia de comando.
horas de voo, que subsidiaram a melhoria da Apesar de a doutrina de Op Esp
performance em voo e a redução significativa em vigor não denominar a estrutura
da quantidade de acidentes em salto livre.
desdobrada durante a Operação Furacão,
como BOE, devido à inexistência de um
TO/A Op e de elementos infiltrados, os
estudos iniciais indicam que a grande
semelhança entre elas permitirá unificar
essa denominação.
Para atenuar a limitada capacidade
logística do COpEsp, a estrutura da BOE
deve ser flexível e a sua localização
deve permitir que ela se apoie nos
meios logísticos existentes no TO/A Op.
O estudo de situação e o planejamento
indicarão o local mais adequado
Operador de forças especiais realizando adestramento
de queda livre. para o seu desdobramento, a fim de
melhor atender nos níveis estratégico,
DESDOBRAMENTO DA BASE DE OPE- operacional ou tático de execução e de
RAÇÕES ESPECIAIS articulação logística.
O Btl Ap Op Esp executa o desdobramento Dessa forma, a BOE, na maioria
de seus meios nos exercícios e nas operações, das vezes, apoiar-se-á na base de apoio
como ocorreu durante a Operação Furacão, logístico do Exército, bases logísticas
por ocasião da intervenção federal na
conjuntas, bases logísticas terrestres ou
segurança pública do estado do Rio de
Janeiro. Naquela oportunidade, a BOE bases logísticas de brigadas.
prestou o apoio logístico e de C² à Para o pleno êxito das Op Esp, é con-
força-tarefa do 1º B F Esp e ao Centro veniente que o seu apoio esteja baseado
de Coordenação Tático Integrado (CCTI) nas estruturas logísticas existentes des-
durante um ano. de os tempos de paz.

74 DOUTRINA militar TERRESTRE em revista Abril a Junho/2020


Em um TO/A Op, no qual seja cons-  os grupamentos logísticos;
tituída uma força conjunta de operações  o Batalhão DOMPSA;
especiais, no mesmo nível das forças  os batalhões logísticos;
componentes, é bem provável que seja  os parques regionais de
montada uma BOE conjunta, congregan- manutenção;
do os meios logísticos e de C² das F Op  os batalhões de manutenção;
Esp das forças sin-  os batalhões de
gulares envolvidas. comunicações; e
Todavia, isso não De acordo com a  o Centro de Co-
vem ocorrendo nas d o u t r i n a m i l i t a r municações e Guerra
operações conjuntas,
mesmo quando há a
terrestre (DMT) Eletrônica do Exército.
Acompanhando o
constituição da men- r e l a t i v a à s O p E s p , desenvolvimento das
cionada força con- a B O E é a p r i n c i p a l Op Esp, o Btl Ap Op Esp
junta de operações e s t r u t u r a l o g í s t i c a adquiriu, recentemen-
especiais, dificultan-
do o desenvolvimen-
a ser instalada te, novas capacidades
essenciais ao apoio
to da doutrina de e operada pelo que são desenvolvidas,
apoio às Op Esp con- Btl Ap Op Esp. concomitantemente,
juntas. A velocidade
de evolução do apoio
E s s a b a s e p o s s u i com os adestramentos
está acompanhando a um centro de e operações, tais como:
 a manutenção
das operações na for- operações, um de armamento não
ça terrestre. É neces- c e n t r o d e l o g í s t i c a
convencional;
sário que isso ocorra
também no que diz e u m c e n t r o d e C ² .
 a manutenção
do Fuzil IMBEL A2
respeito às ativida-
(Fz IA2);
des conjuntas de Op Esp, visando a uma
 a manutenção de meios optrôni-
maior interoperabilidade entre as F Op
cos;
Esp das forças singulares.
 o emprego de cães de guerra para
NOVAS CAPACIDADES E VISÃO DE faro e ataque;
FUTURO  o lançamento livre de
O Btl Ap Op Esp busca, continuamente, ressuprimento aéreo;
adquirir e manter novas capacidades para  o lançamento aeroterrestre de
apoiar a evolução das Op Esp, valendo- cargas médias; e
se das inúmeras oportunidades para  a formação de motoristas.
desdobrar a BOE nas situações em que os Para cumprir as missões previstas
diversos aspectos doutrinários da guerra na base doutrinária do Btl Ap Op Esp,
irregular são experimentados e testados. estão sendo implantadas e aprimoradas,
O batalhão desenvolve a integração entre dentre outras, as seguintes capacidades
as F Op Esp e as forças convencionais, complementares:
promovendo o estreitamento dos laços  manutenção de material DQBRN;
logísticos e de C² com outras OM, as quais  lançamento aeroterrestre de
são fundamentais na suplementação material pesado; e
das suas capacidades. Nesse contexto,  mergulho a ar e resgate de
destacam-se as ligações com: material.

DOUTRINA militar TERRESTRE em revista Abril a Junho/2020 75


Lançamento livre de ressuprimento em apoio às F Op Esp.

Antecipando-se às novas demandas, de apoio às Op Esp, cooperando no


o Btl Ap Op Esp realizou recentemente desenvolvimento da DMT brasileira.
estudos para aquisição de: Cabe, ainda, destacar que o Btl Ap Op Esp
 proteção cibernética em caráter é a única OM valor unidade de apoio às
limitado; e Op Esp nas Forças Armadas.
 sistema de aeronave remotamente
pilotada (SARP) categoria 2 para CONSIDERAÇÕES FINAIS
identificar, localizar e designar alvos, Desde o surgimento das Op Esp do EB, nos
bem como auxiliar na detecção de agentes idos de 1957, essa tropa de elite desenvolve
QBRN. novas capacidades, estando em condições
No entanto, o aumento dos efetivos do de fazer frente às possíveis ameaças,
Btl Ap Op Esp vem acompanhando, com mantendo seus operadores adestrados e
certa defasagem, o desenvolvimento das seus equipamentos atualizados.
Op Esp, pois os 389 integrantes da OM A partir de sua criação há 16
atuam no limite da capacidade de apoio anos, o Btl Ap Op Esp vem evoluindo,
operacional e administrativo. significativamente, a sua forma de
Uma solução para essa escassez de emprego, valendo-se do legado da antiga
recursos humanos tem sido a polivalência CCSv/1º B F Esp, então sediada na estrada
dos militares que ora integram a do Camboatá, Rio de Janeiro, para usar
unidade, uma vez que a maioria deles como base de desenvolvimento da sua
executa, simultaneamente, múltiplas organização e doutrina, contribuindo,
atividades. Portanto, é dada prioridade dessa forma, com o fortalecimento das Op
para a especialização dos seus quadros Esp, visando ao pleno êxito das atividades
em diversas áreas operacionais e do EB.
administrativas, como paraquedismo Graças ao significativo aumento da
semiautomático e livre, DOMPSA, sua capacidade de apoio logístico e de
Prec Pqdt, mergulho, especialistas em apoio ao combate, o batalhão reúne plenas
comunicações, mecânicos de diversas condições de solucionar os mais diversos
classes de material e dentre outras. problemas militares de apoio às Op Esp que
Do exposto, podemos observar que se apresentem.
a criação Btl Ap Op Esp possibilitou um Assim, os integrantes do Btl Ap Op
crescimento exponencial das atividades Esp devem continuar zelando por sua

76 DOUTRINA militar TERRESTRE em revista Abril a Junho/2020


importância, equivalente a dos operadores rotina de adestramento e nas operações,
especiais, pois não há uma atividade de pela provisão dos meios necessários ao
Op Esp em que não haja o envolvimento, cumprimento das atividades e missões das
direto ou indireto, dos elementos de apoio. OM do COpEsp em todo território nacional
Isso é comprovado, diuturnamente, na e, se necessário, no exterior.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Defesa. MD33-M-02 - Manual de abreviaturas, siglas, símbolos e convenções
cartográficas das Forças Armadas. Brasília, DF, 2008.
______. EB70-MC-10.212: Operações Especiais. 3. ed. Brasília, DF, 2017.
______. EB70-MC-10.305: O Comando de Operações Especiais. 1. ed. Brasília, DF, 2019.
______. Portaria nº 065 - EME / Res, de 9 de junho de 2016. Aprova o Quadro de Organização (QO) do
Batalhão de Apoio às Operações Especiais. Brasília, DF, 2016. Boletim do Exército de Acesso restrito nº
06, de 30 de junho de 2016.
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA. Joints Chief of Staff. JP 3-05: Special Operations. Washington, DC, 2014.
______. U. S. Army. Headquarters, Department of the Army. ATP 3-05.40: Special Operations
Sustainment. Washington, DC, 2013.
DURÃO, René Pierre Caputo. O Apoio Logístico para a Brigada de Operações Especiais: O Batalhão
de Apoio às Operações Especiais (uma proposta). 2005. 169 f. Dissertação (Mestrado em Ciências
Militares). Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. Rio de Janeiro, 2005.
FERNANDES, Mario. Comando de Operações de Unidades Especiais (COpUEsp): análise crítica.
2002b. 178 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Militares). Escola de Comando e Estado-Maior do
Exército. Rio de Janeiro, 2002.

Você também pode gostar