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ESCOLA PRÁTICA DE INFANTARIA

O BATALHÃO DE INFANTARIA
ÍNDICE

CAPÍTULO 1 – O EXÉRCITO E OS SEUS DESAFIOS

Secções:

I- Identificação dos desafios I-1


II - Vencer os desafios I-4
III - Conceitos operacionais I-4
IV - Regras básicas de combate I-7

CAPÍTULO 2 – ORGANIZAÇÃO DO BATALHÃO

Secções:

I - Generalidade II-1
II - Organização para o combate II-1

CAPÍTULO 3 – COMANDO E CONTROLO

Secções

I- O comando do batalhão III-1


II - O comando e as relações de Estado Maior III-3
III - O Comando e o Estado Maior do Batalhão III-4
IV - Processo de decisão no campo de batalha III-6
V- Planos e ordens III-9
VI - Posto de comando do Batalhão III-21

CAPÍTULO 4 – OFENSIVA

Secções;

I - Generalidades IV-1
II - Fundamentos da Ofensiva IV-2
III - Manobra IV-4
IV -Operações Ofensivas IV-13
V - Planeamento do Ataque IV-26
VI -Conduta do Ataque IV-39
VII - Operações Ofensivas especiais IV-43
VIII - Operações Ofensivas em condições Especiais IV-47
CAPITULO 5 – OPERAÇÕES DE DEFESA

Secções

I - Generalidades V-1
II - Técnicas de Defesa V-4
III - Estrutura de Defesa V-9
IV - Fundamentos da Defesa V-15
V - Planeamento da Defesa V-17
VI - Preparação da Defesa V-21
VII - Conduta da Defesa V-24
VIII - Condições específicas de Defesa V-26
IX - Outras missões defensivas V-43

CAPÍTULO 6 – OPERAÇÕES RETRÓGADAS

Secções

I- Generalidades VI-1
II - Rotura de Combate VI-1
III - Acção Retardadora VI-10
IV - Retirada VI-23

CAPÍTULO 7 – OPERAÇÕES QUE NECESSITAM DE CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS

Secções:

I- Generalidades VII-1
II - Rotura de um Cerco VII-2
III - Operações de Junção VII-8
IV - Passagem de Linha VII-11
V- Rendição na Posição VII-15

CAPÍTULO 8 – APOIO DE COMBATE

Secções:

I - Generalidades VIII-1
II - Apoio de Fogos VIII-1
III - Planeamento de Fogos VIII-4
IV -Outros apoios de Combate VIII-17

CAPÍTULO 9 – APOIO DE SERVIÇOS

Secções

I - Generalidades IX-1
II - Logística IX-4
III - Gestão do apoio Logístico IX-17
IV -Emprego do Apoio de Serviços IX-19
V - Apoio Administrativo IX-29

ANEXO A – ORDENS DE COMBATE

A01 – Generalidades A-1


A02 – Características das Ordens de Combate A-1
A03 – Ordens preparatórias A-2
A04 – Ordens de Operações A-3
A05 – Ordens Parcelares A-9

ANEXO B – OPERAÇÕES EM AMBIENTE NBQ

B01 – o Campo de Batalha Integrado B-1


B02 – Responsabilidade de Comando e Estado Maior B-1
B03 – Equipa de Defesa NBQ B-2
B04 – Responsabilidades específicas do EM do Batalhão em ambiente NBQ B-2
B05 – Medidas de protecção da unidade B-5
B06 – Reconhecimento e monitorização B-6
B07 – Guia de Exposição Operacional B-8
B08 – Mensagens de Aviso de Ataque Nuclear Amigo B-11
B09 – Defesa contra ataques biológicos B-12
B10 – Defesa contra ataques químicos B-13
B11 – Postura de protecção orientada para a missão B-15
B12 – Controlo de danos B-20
B13 – Descontaminação B-21
B14 – Sistema de informações e alerta NBQ B-22

ANEXO C – DESLOCAMENTOS E ZONAS DE REUNIÃO

Secções:

I- Deslocamentos tácticos C-1


II - Organização e preparação de deslocamentos tácticos C-2
III - Ocupação de uma Zona de Reunião C-19
IV - Formações e técnicas de progressão C-21

ANEXO D – OBSTÁCULOS

D01 – Generalidades D-1


D02 – Conceito de Emprego dos Obstáculos D-1
D03 – Tipos de Obstáculos D-2
D04 – Princípios de emprego dos obstáculos D-4
D05 – Sequência do planeamento de obstáculos D-5
D06- Obstáculos Reservados D-6
D07 – Identificação dos Obstáculos artificiais D-7
D08 – Integração dos obstáculos com a manobra e com os fogos D-8
D09 – Preparação de alguns obstáculos D-9
D10 – Minas D-11
D11 – Família de Minas Dispersáveis (FASCAM) D-15
D12 – Redução dos Obstáculos Inimigos D-18

ANEXO E – OPERAÇÕES COM VISIBILIDADE LIMITADA

E01 – Generalidades E-1


E02 – Equipamentos de Visão Nocturna E-1
E03 – Considerações de emprego para os equipamentos de visão nocturna E-4
E04 – Integração dos meios de visão nocturna E-5
E05 – Contra medidas face aos meios de visão nocturna do In E-6
E06 – Iluminação do campo de batalha E-6
E07 – Iluminação artificial E-6
E08 – Considerações para o emprego dos meios de iluminação artificiais E-7
E09 – Emprego de fumos E-9
E10 – Utilização de fumos E-11
E11 – Efeitos dos fumos E-12
E12 – Técnicas de emprego e de lançamento E-14
E13 – Controlo táctico E-16
E14 – Efeitos dos fumos sobre os sistemas electro-ópticos E-17

ANEXO F – DEVERES E FUNÇÕES DOS OFICIAIS DE ESTADO-MAIOR DE


BATALHÃO

F01 – Estado-Maior coordenador F-1


F02 – Estado-Maior Técnico ou Especial F-4

ANEXO G – SISTEMAS DE COMUNICAÇÕES DO BATALHÃO

G01 – Pelotão de Transmissões G-1


G02 – Redes de rádio e circuitos filares G-2
G03 – Operadores de Comunicações G-4
G04 – Segurança das Comunicações G-5

ANEXO H – DEFESA CONTRA ARMAS DE ENERGIA DIRIGIDA

H01 – Introdução H-1


H02 – Características H-1
H03 – Lasers H-1
H04 – Medidas defensivas e de protecção H-2
H05 – Impulso electromagnético dirigido H-4
H06 – Emissões de radiação de microondas H-4
H07 – Armas de raios de partículas H-5
H08 – Instrução H-5

ANEXO I – ABREVIATURAS
CAPÍTULO 1

O EXÉRCITO E SEUS DESAFIOS

Generalidades. Não há uma forma única para vencer as guerras. Nem sempre se assegura a vitória
derrotando o inimigo no campo de batalha. As Nações têm outros instrumentos de coacção que
influenciarão ou mesmo determinarão o resultado das guerras. Contudo, as guerras não se vencem
sem querer Nacional e forças militares capazes de o executar. Embora o sucesso das operações
militares não garanta a vitória, elas são uma parte indispensável para se vencer. Este manual tem
como finalidade de mostrar como se podem vencer campanhas e batalhas.

SECÇÃO I – IDENTIFICAÇÃO DOS DESAFIOS

Os Exércitos, nos anos vindouros, poderão ter de combater num sofisticado campo de batalha
apoiados em infraestruturas de comunicações, de defesa aérea, logística e portos. Ou, num campo de
batalha relativamente pouco sofisticado, onde ele terá que criar essas infraestruturas ou optar
combater sem elas. Os exércitos devem preparar-se para combater forças ligeiras bem equipadas. tais
como movimentos de insurreição apoiados pelo exterior, ou grupos terroristas sofisticados. Em áreas
de maior interesse estratégico, podem- se esperar combates de maior âmbito e intensidade do que
anteriormente verificadas, sendo de prever o uso de armas nucleares e químicas. Tais batalhas serão
provavelmente, intensas letais e onerosas. Para vencer, deverão ser coordenadas todas as forças
militares disponíveis, na prossecução de objectivos comuns. Deve-se manter a iniciativa e
desorganizar a capacidade de combate do nosso oponente, em profundidade, com ataques à sua área
da retaguarda, eficaz potencial de fogo, e manobras decisivas. O Soldado, as Unidades, devem
preparar-se para tais batalhas, e os conceitos operacionais do Exército deverão possibilitar vencê-las.

Os quatro desafios básicos para o Exército serão então: o Campo de Batalha, a Acção de
Comando, a Prontidão e a Instrução.

0101 . O MODERNO CAMPO DE BATALHA

a. Combates de Manobra não Linear.

No moderno campo de batalha, o Exército enfrentará um inimigo que espera garantir um rápido
movimento durante a ofensiva, e que provavelmente utilizará todo o tipo de armas de que dispõe.
As hostilidades não terminarão apenas porque se pára, ou restringe, o ataque terrestre inicial do
inimigo. Devemos estar preparados para combater em acções de considerável movimento,
completadas com imenso volume de fogos, e dificultadas pelo constante aumento de emprego de
armas sofisticadas e letais, utilizadas em áreas de grandes dimensões.
As forças oponentes raramente combaterão de forma ordenada, ao longo de linhas distintas. A
concentração maciça de tropas, ou de imensos fogos de destruição, provocarão penetrações
inevitáveis. Isto significa que a guerra linear será, na maior parte das vezes, uma situação
temporária, sendo na generalidade confundida a definição entre as áreas da retaguarda e as áreas
da frente. Por isso as forças de manobra, os fogos convencionais, nucleares e químicos, as acções
irregulares, os reconhecimentos agressivos, a vigilância, o esforço na aquisição de objectivos e a
guerra electrónica, deverão ser orientados, para as áreas avançadas e da retaguarda das forças
oponentes.

b. Sistemas Letais.

As potências inimigas deverão, provavelmente, empregar sistemas de armas altamente


sofisticadas, e em grandes quantidades, cujo alcance e letalidade, igualam ou excedem as das
nossas forças. Potentes sistemas aéreos e terrestres, complementados com uma estreita
coordenação, e a precisão de munições guiadas, concentrarão um enorme poder de combate,
especialmente nas áreas de decisão.

c. Sensores e Transmissões

Sensores de vigilância de longo alcance e de aquisição de objectivos a grandes distâncias, e


transmissões que forneçam informações imediatas, afectarão a extensão e amplitude da batalha.
Os sensores dão ao Comandante informações precisas, em profundidade, sobre as localizações e
actividades do inimigo. Essas informações fornecerão elementos que podem servir de base para
atacar as forças em 2º escalão de inimigo, com artilharia, Força Aérea Táctica, helicópteros de
ataque, forças irregulares e armas não letais, tais como decepção e empastelamento. Estes
ataques têm apenas a finalidade de apoiar o esquema geral do Comandante. Por conseguinte, os
sensores e as transmissões são particularmente valiosas porque tornam isto possível.

d. Guerra Química e Nuclear

Cada vez mais aumenta o número de países com capacidade para produzir e empregar armas
químicas e nucleares, e tudo parece que desejam empregá-las. Assim pode prever-se o combate
em tal ambiente, onde as armas químicas e nucleares representam um perigo real, havendo que
organizar, equipar e treinar forças, para enfrentar estes desafios específicos do campo de batalha
integrado. As armas nucleares tácticas, mudarão drasticamente a relação entre o fogo e a
manobra.
No moderno campo de batalha, os fogos nucleares podem tornar-se a expressão predominante do
potencial de combate, enquanto que pequenas forças tácticas poderão explorar os seus efeitos. Os
efeitos destruidores dessas armas, aumentam o ritmo do combate decisivo. Os combates serão
curtos e violentos e as Batalhas decisivas poderão demorar horas, em vez de dias ou
semanas.

e. Comando e controlo

Ao mesmo tempo que a batalha exige melhor e mais eficaz comando e controlo, as modernas
contramedidas electrónicas podem tornar esta tarefa mais difícil do que em batalhas anteriores.
Os Comandantes enfrentarão dificuldades em determinar o evoluir da situação. Pequenas
unidades terão muitas vezes de combater sem um conhecimento seguro acerca da situação da
unidade como um todo. A guerra electrónica, a vulnerabilidade dos meios de comando e controlo
e as acções de combate altamente móveis, exigirão uma elevada capacidade de iniciativa dos
Comandantes subordinados. O Comandante que for capaz de continuar a exercer um comando e
controlo eficaz no campo de batalha, possuirá uma vantagem decisiva sobre o seu oponente.
f. Sistemas Aéreos

A mobilidade e o potencial aéreo alongarão a batalha a novas profundidades, para todos os meios
de combate. Uma defesa aérea eficaz ou a superioridade aérea por parte de um dos oponentes,
poderá representar uma vantagem significativa na conduta das operações.

g. Apoio Austero

O Exército deve estar preparado para combater com longos e vulneráveis linhas de apoio
logístico. Poderá ter que combater sobrecarregado logisticamente, contra um inimigo com linhas
de reabastecimento significativamente mais curtas.

h. Combate na área da retaguarda

Os apoios planeados para a frente de combate, a partir das áreas da retaguarda, poderão estar
sujeitos a ataques de terrorismo, de subversão, de forças aerotransportadas, aeromóveis ou
anfíbias, ou ainda de fogo convencionalmente de longo alcance, químicos ou nucleares.

i. Combate Urbano

É inevitável o combate em zonas urbanizadas. O ataque e a defesa em áreas urbanizadas, e a fluidez


do combate que daí resulta, exigirá que ao nível Corpo e Divisão, se apliquem planos coerentes para
a guerra urbana.

0102 . ACÇÃO DE COMANDO

A natureza fluida da guerra moderna colocará a tónica de acção de comando, na coesão da unidade
na sua eficácia em operações independentes. As condições do combate, no próximo campo de
batalha, serão menos condescendentes em erros cometidos, e mais exigentes quanto à perícia de
comando, à imaginação e à flexibilidade, do em qualquer outro período da história. Todos os estudos
apontam no sentido de que os soldados combaterão decididamente, quando conhecem e respeitam os
seus chefes directos, e sentem que são parte de uma boa unidade.

0103 . GRAU DE PRONTIDÃO

As forças a deslocar para a frente de combate, poderão ter que combater e que se empenhar com
pouco de pré-aviso. Outros componentes da força, poderão ter apenas dias ou semanas para efectuar
os preparativos finais para a guerra. Os Comandantes devem ter planos eficazes para esses dias ou
semanas e devem treinar antecipadamente, para o cumprimento de missões específicas. Eles devem
assegurar que cada oficial, sargento e soldado, está individualmente preparado para combater e é
capaz de cumprir a sua função como parte da unidade.
A prontidão da unidade poderá nunca ser conseguida sem uma eficaz prontidão logística, a
disponibilidade e o adequado funcionamento do material, recursos, a disponibilidade de sistemas
para manter e apoiar continuamente as operações, num campo de batalha carente de meios, fluido e
destrutivo. A instrução para as unidades de apoio é tão importante como a instrução das unidades
combatentes, devendo elas ser intensa e eficientemente treinadas, em condições semelhantes às que
são previsíveis em combate.
0104 . INSTRUÇÃO

Os soldados devem estar preparados para combater, quer técnica, quer psicologicamente. A instrução
é a pedra angular do sucesso. A instrução é um trabalho a tempo inteiro para todos os comandantes
em tempo de paz, e continuado em tempo de guerra, nas zonas de combate, tendo em vista outras
missões e operações futuras. No dia da batalha, os soldados e as unidades combaterão melhor ou
pior, de acordo com a instrução recebida.
Os soldados recebem a maior parte da sua instrução nas próprias unidades, porque aí podem ser
melhor instruídos, quer individualmente, quer como elementos de equipas, sob condições que se
aproximem das de combate. A instrução da unidade apontará para o desenvolvimento da máxima
eficiência com armas combinadas e de apoio. Logo que a unidade tenha atingido níveis essenciais da
instrução, os comandantes deverão rever as mesmas tarefas sob condições mais difíceis, simulando,
tão próximo quanto possível, as condições e os aspectos fulcrais do moderno campo de batalha. A
instrução das unidades deverá incluir o trabalho de equipa para as armas combinadas e de apoio,
uma vez que é mais eficaz que a instrução em separado. A complexidade do combate moderno torna
cada vez mais relevante a instrução das unidades, sendo de particular importância a formação dos
Comandantes dos baixos escalões e das guarnições. Os que operam o sistema de armas têm de ser
tão competentes como os que comandam os baixos escalões. Os comandantes devem procurar o
equilíbrio entre a instrução dos soldados Os Comandantes devem procurar o equilíbrio entre a
instrução dos soldados e dos comandantes subordinados. Devem gastar tempo para instruir os
Comandantes subordinados, conquistando a sua confiança e ensinando-lhes a exercitar a iniciativa,
antes de tentarem cumprir tarefas colectivas complexas. Tal prática garantirá eficiência, quer ao
soldado, quer à unidade, bem como confiança e moral elevado.

SECÇÃO II – VENCER OS DESAFIOS

essencial de qualquer batalha em que o Exército tenha de combater. O Exército pode vencer estes
desafios. Os Exércitos vencem, gerando potencial de combate superior nas batalhas, ao longo das
campanhas. Este poder de combate superior, depende de três fundamentos. Primeiro e acima de tudo,
depende de bom pessoal, soldados com carácter e determinação de vencer; eles não aceitarão
facilmente a derrota. Em segundo lugar, depende dos meios julgados suficientes para o cumprimento
da missão atribuída. Em terceiro lugar, depende da coerência e compreensão dos conceitos práticos
para combater.
As características do moderno combate tornam imperativo que o Exército lute como parte
de uma equipa, com os outros ramos das Forças Armadas, sendo também importante que os
Comandantes se preparem a si próprios, para combater ao lado de forças de uma ou mais Nações
Aliadas. O trabalho de equipa em operações combinadas, deverá ser um ingrediente:
SECÇÃO III – CONCEITOS OPERACIONAIS

O núcleo da doutrina de um Exército é o seu conceito operacional. É a forma como o Exército


combate, incluindo a sua táctica, procedimentos, organização, apoio, material e instrução. O conceito
deve ser suficientemente amplo para englobar operações em todas as circunstâncias previstas. Deve
ainda permitir suficiente liberdade de acção para as adequadas adaptações tácticas a qualquer
situação. Deve ser conhecido e compreendido no seu todo.
O objectivo de todas as operações é o de destruir as forças opositoras. Desde a criação dos
Exércitos que os princípios da guerra têm a sua aplicação nas teorias clássicas e modernas. O
conceito operacional básico é dominado por doutrina da Batalha Aeroterrestre. Esta doutrina é
baseada na manutenção da iniciativa, exercida com agressividade para destruir o inimigo. A
neutralização das forças opostas é conseguida se, sobre elas, forem desferidos poderosos golpes,
provenientes de direcções inesperadas, seguidas de rápidas explorações, para impedir a sua
recuperação, obtêm-se melhores resultados quando forem desencadeadas acções contra unidades e
áreas críticas, cuja perda degradará a coerência das posições inimigas. Mais do que contra as
formações mais avançadas das forças inimigas. As unidades do Exército deverão ter capacidade de
combater em todos os tipos de acções, para preservar e explorar a iniciativa. Atacarão o inimigo em
profundidade através do fogo e da manobra, e da sincronização de todos os esforços, para atingir o
objectivo. Manterão a flexibilidade necessária para lançarem forças e fogos sobre os pontos fracos do
inimigo. As operações devem ser rápidas, imprevisíveis e violentas, por forma a desorientar o
inimigo e com um ritmo suficientemente rápido para o impedir de tomar reacções eficazes. O
planeamento operacional deve ser bastante preciso, no sentido de preservar a cooperação das armas
combinadas no decorrer da batalha e ser suficientemente flexível para responder às alterações de
situação, ou para capitalizar oportunidades para combater o inimigo. Estes aspectos exigem que toda
a força compreenda a intenção do Comandante. Os Comandantes subordinados devem orientar o seu
planeamento pela missão global, desenvolvendo as oportunidades que a unidade, como um todo,
possa explorar. Os Comandantes devem encorajar a iniciativa nos seus subordinados, e serem
capazes de mudar o seu esforço principal para tirar partido das fraquezas do inimigo, que os seus
subordinados descobriram ou criaram, e explorar essa vantagem. O sucesso no moderno campo de
batalha dependerá dos princípios básicos da doutrina da Batalha Aeroterrestre: iniciativa,
profundidade, flexibilidade e sincronização.
“ A rapidez é a essência da Guerra; tirar partido de falta de preparação do Inimigo, leva-o
por rotas não esperadas e a ataque a locais não guardados” SUNTZU.

0105 . INICIATIVA

A iniciativa implica um espírito ofensivo no Comandante de todas as operações. A finalidade


subjacente, em todos os combates com o inimigo, é a de conquistar ou manter a nossa liberdade de
acção. Para se conseguir este objectivo, deve-se ser rápido a decidir e a actuar, para desorganizar as
forças inimigas e mantê-las em desequilíbrio. Para se preservar a iniciativa, os subordinados devem
actuar de forma independente, desde que dentro do contexto do plano global, explorar os sucessos
com audácia e aproveitar as vantagens resultantes de oportunidades imprevistas. Sem hesitações,
devem desviar-se da modalidade de acção prevista, quando as oportunidades surgidas apressem o
cumprimento da missão global do escalão superior. Embora correndo riscos, o Comandante deve
apoiá-los e cobrir esse tipo de decisões. Improvisação, iniciativa e agressividade devem ser
qualidades particularmente marcantes dos Comandantes.

0106 . PROFUNDIDADE

A profundidade, importante para todo o tipo de operações, refere-se ao tempo, distância e meios. O
impacto do ataque e a elasticidade da defesa, derivam da profundidade. O conhecimento do tempo
necessário para o deslocamento das forças, quer amigas, quer inimigas, é fundamental para se saber
como empregar o fogo e a manobra para destruir, desorganizar ou retardar o inimigo.
Os Comandantes devem utilizar toda a profundidade do campo de batalha para atacar o inimigo,
impedi-lo de concentrar os seus fogos e manobrar as suas forças para o local por ele escolhido. Os
Comandantes necessitam também de espaço adequado para disporem
as suas forças, tanto para manobrar como para dispersar.
A profundidade dos meios diz respeito ao número de homens, sistemas de armas e material, que
proporcionam flexibilidade ao Comandante e aumentam a sua influência sobre extensas áreas. Os
Comandantes necessitam de profundidade, tempo, espaço e meios, para contrariarem as acções
inimigas, combatendo as suas forças em contacto e atacando as suas forças na sua área da
retaguarda.
A batalha em profundidade deverá retardar, desorganizar ou destruir as forças inimigas, ainda não
empenhadas, por forma a poderem ser destruídas. A batalha em profundidade está estreitamente
ligada com o combate próximo, envolvendo todas as armas, unidades e meios de vigilância,
contribuindo para a satisfação do objectivo global do Comandante. Quando se combate um inimigo
escalonado, tais operações podem ser vitais para o sucesso.
As reservas desempenham um papel fundamental para se obter flexibilidade e profundidade. Em
qualquer tipo de combate, é importante a decisão do Comandante sobre a dimensão, composição e
posicionamento das suas reservas.
São empregues em acções decisivas, logo que o inimigo se tenha empenhado completamente, ou
tenha revelado uma vulnerabilidade.
Finalmente, os Comandantes devem estar preparados para lutar contra forças inimigas
aerotransportadas ou aeromóveis que ataquem as suas retaguardas. Devem assegurar-se que as suas
unidades de apoio de serviços podem sobreviver a ataques nucleares e químicos e ainda apoiar o
ritmo rápido do combate.
0107 . FLEXIBILIDADE

A flexibilidade exige formação adequada, espírito decidido, chefes flexíveis que possam actuar
mais rapidamente que o inimigo. Eles devem aperceber-se de imediato das alterações da situação
e decidir no sentido de evitar os pontos fortes do inimigo, e atacar as suas vulnerabilidades. Assim,
sempre que o inimigo inicia uma acção, uma reacção se lhe deve opor, como resposta, por forma a
alterar-lhe os seus planos, tornar a sua acção ineficaz, descoordenada e dividida e, eventualmente,
causar a sua destruição.
Uma organização flexível é determinada pela sua estrutura básica, de equipamento e sistemas. As
unidades devem ter uma correcta combinação de efectivos e equipamentos, para cumprirem as
missões atribuídas. A missão, inimigo, terreno, meios e tempo disponível (MITM-T) deverão
orientar qualquer organização, quer seja permanente ou temporária.
A flexibilidade mental, necessária para se combater num campo de batalha dinâmico é muito difícil
de descrever, embora fácil de conseguir.
O Exército deve orgulhar-se da capacidade dos seus soldados em pensarem por si próprios, verem e
reagirem rapidamente, face a alterações de situação. A flexibilidade mental deve ser desenvolvida
durante a educação militar dos soldados e mantida, posteriormente, através da instrução colectiva.

0108 . SINCRONIZAÇÃO

Operações sincronizadas conseguem um potencial de combate superior. Contudo, sincronização


significa mais do que acção coordenada. Resulta de uma prévia e completa unidade de esforços de
toda a força. Nada deve ser deixado ao acaso. Qualquer acção individual deve reflectir a
compreensão do conceito do Comandante.
A essência de um combate decisivo é a sua execução violenta e sincronizada. Armas combinadas
sincronizadas, completam-se e reforçam-se mutuamente, ampliando extraordinariamente os seus
efeitos. Na doutrina da Batalha Aeroterrestre, a sincronização aplica-se a todas as forças
convencionais e, quando autorizado, `as armas nucleares e químicas.
Com operações rápidas e enérgicas consegue-se, localmente, surpresa e efeito de choque. Os
Comandantes devem olhar para além dos efeitos imediatos, quando planeiam operações. Devem
prever, com antecedência, acções pormenorizadas que explorem as oportunidades que o sucesso
táctico exige.

SECÇÃO IV – REGRAS BÁSICAS DO COMBATE

Os fundamentos tácticos são sinónimos das cinco regras básicas do combate.

0109 . PROTECÇÃO

a. Utilizar todos os cobertos a abrigos disponíveis.


b. Estabelecer segurança local e fazer reconhecimentos.
c. Utilizar dispositivos de detecção e alerta.

0110 . FOGO

a. Estabelecer bases de fogos.


b. Manter apoio mútuo.
c. Destruir ou neutralizar o inimigo.

0111 . MOVIMENTO

a. Indicar os elementos de manobra.


b. Posicionar a força na melhor posição para fazer fogo.
c. Obter e manter a iniciativa.
d. Efectuar movimentos rápidos e atacar violenta e decisivamente.

0112 . LIGAÇÃO

a. Manter os subordinados informados.


b. Utilizar a cadeia de comando.
c. Estar a par da situação.
d. Utilizar os meios de transmissões mais adequados.

0113 . APOIAR E MANTER O COMBATE

a. Manter permanentemente um apoio de combate e de serviços adequados.


b. Cuidar do pessoal.

CAPITULO 2

ORGANIZAÇÃO DO BATALHÃO

SECÇÃO I – GENERALIDADES

0201. COMPOSIÇÃO

Um Batalhão de Infantaria está organizado e equipado por forma a que possa cumprir as suas
missões. Por um lado, ele tem capacidade para enfrentar regimentos inimigos, utilizando o alcance
máximo das suas armas orgânicas e de apoio; por outro lado é suficientemente pequeno por forma a
que o Comandante possa pessoalmente comandá-lo e imediatamente influenciar a sua acção no
combate.

0202. TIPOS

Há três tipos de Batalhões de Infantaria, não mecanizadas: infantaria, aeromóveis e


aerotransportadas.

a. Infantaria

A missão fundamental de combate do Batalhão de Infantaria é a de aproximar-se do inimigo e


destruí-lo ou capturá-lo pelo fogo e movimento. Para cumprir missões específicas, o Batalhão é
normalmente reforçado com elementos de manobra, apoio de serviços.
b. Infantaria Aeromóvel

A infantaria aeromóvel pode desempenhar as mesmas missões de outras unidades de infantaria.


No entanto, devido à sua instrução sobre operações aeromóveis e pela sua inerente mobilidade, a
infantaria aeromóvel é a mais indicada para envolver as posições avançadas do inimigo e atacar
postos de comando (PC), bases logísticas, instalações de transmissões, pontes, nós rodoviários,
etc., a fim de facilitar as operações de outras forças terrestres. Quando as armas de defesa aérea do
inimigo tenham sido suprimidas, a infantaria aeromóvel pode contornar obstáculos, terreno
restritivo e áreas contaminadas. Ela está especialmente apta para atacar em profundidade,
defender, retardar, vigiar áreas extensas e pode constituir uma reserva capaz de, rapidamente,
explorar o sucesso.

c. Infantaria Aerotransportada

A infantaria aerotransportada pode realizar demonstrações de força ou actuar como reserva


estratégica. Pode cobrir rapidamente grandes distâncias para conquistar terreno importante situado
em profundidade, na retaguarda do inimigo. Constitui condição necessária para o êxito das
operações aerotransportadas, que por via aérea quer por uma rápida progressão terrestre para
realizar a junção. Uma vez no terreno, as unidades aerotransportadas podem desempenhar as
mesmas missões que as outras unidades de infantaria.

SECCÇÃO II – ORGANIZAÇÃO PARA O COMBATE

0203. POSSIBILIDADES

O batalhão de Infantaria tem possibilidade de rapidamente desenvolver e manter o combate. Sem a


limitação de armas e equipamento pesados, ele pode ser rapidamente colocado a longas distâncias
pelo transporte aéreo táctico ou estratégico (ou marítimo) e combater logo após a chegada. Ele pode
levar a cabo operações em qualquer terreno, sob quaisquer condições meteorológicas e em todos os
níveis de conflito, quando apoiado pela Divisão ou pelo Corpo de Exército. Mais especificamente, o
Batalhão pode:

. Deslocar-se a pé, de viatura, ou de avião ou ser transportado em cima dos carros de combate.

. Empregar os fogos directos e indirectos orgânicos, manobrar para derrotar as forças inimigas,
destruir blindados inimigos, aviões, artilharia e posições organizadas.

. Conquistar, ocupar e manter terreno.

0204. LIMITAÇÕES

O Batalhão de Infantaria está limitado por:


. Falta de mobilidade orgânica. Necessita de ser reforçado com transportes não orgânicos para se
deslocar a longas distâncias.

. Vulnerabilidade aos fogos. A menos que cavem abrigos ou consigam outra protecção, eles são
também às radiações nucleares, biológicas e químicas (NBQ).

. Incapacidade de levar a cabo operações independentes. O Batalhão de Infantaria, tal como os


outros batalhões, depende dos meios da Divisão e/ou do Corpo de Exército. Em curtos períodos de
tempo, ele é capaz de realizar operações sem aqueles meios.

0205. ORGANIZAÇÃO E EQUIPAMENTO

Os Batalhões de Infantaria têm em comum (excepto o aeromóvel) uma Companhia de Comando e


Serviços (CCS), uma Companhia de Apoio de Combate (CompApComb), e três Companhias de
Atiradores (CAt). O Batalhão Aeromóvel não tem CompApComb. Os elementos de apoio de
combate orgânicos do Batalhão Aeromóvel estão colocados na CCS.
A organização e equipamento do Batalhão depende da sua missão. A articulação e composição da
unidade destina-se a tirar o máximo partido das suas capacidades e minimizar as suas limitações.

0206. ORGANIZAÇÃO PARA COMBATE

A organização para o combate destina-se a atribuir elementos aos comandos subordinados. Estes
elementos podem ser dados em reforço, colocados em apoio directo ou sob o controlo operacional.
(Ver Cap. 3 Secção I)
Os Comandantes de Brigada e de Batalhão devem conhecer perfeitamente as possibilidades e
limitações das unidades que eles têm disponíveis para fazer a organização para o combate. Se são
atribuídos ao Batalhão elementos não orgânicos, ou se o Comandante de Batalhão deseja reorganizar
os seus elementos, deve ter em consideração a relação de comando e controlo, na atribuição daqueles
elementos. A relação de comando e controlo ou o método de emprego para as unidades subordinadas
não pode ser mais restritivo do que aquele que foi estabelecido para o Batalhão. Por exemplo, uma
Secção de Engenharia não pode ser atribuída às Companhias de manobra se o Pelotão de Engenharia
foi colocado em apoio directo do Batalhão. Ao fazer isto, o Comandante de Batalhão teria de
assumir o comando das Secções, não tendo comando sobre o Pelotão.

ORGANIZAÇÃO DO BATALHÃO

CCS CompApComb

Fig 2-1
ORGANIZAÇÃO SUMÁRIA DO BATALHÃO DE INFANTARIA

PESSOAL

Oficiais 39
Sargentos 142
Praças 704
Total 885

ARMAMENTO

Metralhadoras 26 (12,7 mm)


28 (7,62 mm)

Morteiros 4 (10,7 cm)


9 (81 mm)

MGACar

MGACarPes 12
MGACarMed (a) 27 (a)

(a) Só na orgânica USA.

VIATURAS

Auto Ambulância 1,25/1,5 TON 3


Auto TG 0,25 TON 61
Auto TG 2 TON 65
Auto TG 2 TON C/Guincho 2
Auto TG 5 TON 11
Auto TG 5 TON C/Guincho 13
Auto Pronto-socorro 5 TON 1
Fig 2-2

0207. CONSIDERAÇÕES SOBRE A ORGANIZAÇÃO PARA O COMBATE

A organização para o combate é feita após se ter feito a análise da Missão, do Inimigo, do Terreno,
dos Meios e do Tempo disponível (MITM-T), os quais são discutidos detalhadamente nos capítulos
3, 4 e 5. Os factores do MITM-T podem ser usados como uma orientação na organização para o
combate na maioria das operações. Para operações especificas, veja-se a organização para o combate
no capitulo próprio.

a. Missão

. Qual a organização para o combate que melhor apoiará o plano táctico e o cumprimento da
missão?

b. Inimigo

. Que forças inimigas se nos opõem? Qual a sua organização? Composição (infantaria ligeira,
carros de combate, etc.)? Armas? Dispositivo (em posição preparadas, em posição fortificadas,
em deslocamento, etc.)? Possibilidades? Limitações?
d. Terreno

. Que tipo de terreno será encontrado? A organização para o combate é adequada ao terreno,
condições meteorológicas e de luz?

. Qual a disponibilidade de espaço para o emprego de unidade? A organização para o combate é


adequada ao espaço que tem de ser coberto?

e. Meios e Tempo Disponível

. Quantos pelotões de manobra (infantaria ou carros de combate) são necessários para cumprir a
missão?

. Quantos pelotões de manobra estão disponíveis? Podem ser fornecidos mais?

. Cada companhia de manobra tem pelo menos dois pelotões e não mais do que cinco? (os
pelotões de manobra não deverão ser trocados entre as companhias).

. Cada companhia de manobra tem apoio de serviços de que necessita para se manter por si só até
cumprir a missão? Munições? Serviço de Saúde? Combustíveis e lubrificantes? Viveres?

. Foi estabelecido um correcto relacionamento de comando e controlo? (reforço, controlo


operacional, apoio directo ou acção de conjunto)

. Há tempo disponível para que as unidades atribuídas recebam instruções, se desloquem para as
suas novas unidades, e sejam incorporadas no plano táctico?

. Foram previstas as missões e tarefas futuras para que haja um mínimo de mudanças mais tarde?

0208. SISTEMAS OPERACIONAIS

Os meios do Batalhão são organizados em diversos sistemas que devem operar em conjunto.

a. Sistemas de Manobra

O sistema de manobra do Batalhão é normalmente constituído por Pelotões de Atiradores e


Secções Anti carro. Em alguns casos, o Batalhão de Infantaria pode ser reforçada por um ou mais
Esquadrões de Carros de Combate. Podem também fazer parte do sistema de manobra
helicópteros de ataque.

b. Sistemas de Apoio de Fogos

O Batalhão tem os seus próprios morteiros, e normalmente dispõe de artilharia em apoio. Podem
também ter à sua disposição apoio aéreo-táctico e apoio naval. Veja capítulo 8

c. Sistema de Defesa Antiaérea


Quando necessário, o Batalhão utiliza as suas armas ligeiras para a defesa antiaérea. Com base na
análise do MITM-T a brigada ou a Divisão podem reforçar o Batalhão com Secções ou Pelotões
de Defesa Antiaérea. Veja capitulo 8

d. Sistema de Informações
São escassos os meios de pesquisa de notícias, orgânicos do batalhão são o Pelotão de
Reconhecimento, patrulhas de combate e outros elementos das companhias. O Batalhão depende
da Brigada para a obtenção oportuna de notícias e que ultrapassam a sua capacidade de pesquisa.

e. Sistema de Mobilidade/Contra mobilidade


Este sistema tem duas componentes: engenharia de combate (PelEng A/D), transposições (VBLP
e Pontes) e minas de colocação manual e dispersáveis. O Batalhão pode ter em A/D um pelotão de
Engenharia. Na ofensiva, ele é empregue para facilitar o deslocamento da companhia da frente ou
do ataque principal. Na defesa ele é empregue na contra mobilidade para impedir o deslocamento
das forças inimigas implantando obstáculos, ou para aumentar a sobrevivência das forças amigas
preparando posições de combate.

f. Sistema de Comando e Controlo. Veja Capitulo 3


g. Sistema de apoio de serviços. Veja Capitulo 9

RELAÇÃO DO COMANDO COM OS


SEUS SISTEMS OPERACIONAIS

SISTEMA DE APOIO DE SERVIÇOS SISTEMA DE INFORMAÇÕES

Man; ApSan; Alm; ApAdm;


Reab; Transp.
SISTEMA AP FOGOS

Fogos OfPess OfLog


Sensores
Navais 2º CMDT Radares
OfOp-OAF-ALO

Mort
OfInf-OfOp

Rec
ApAerTact
SISTEMASISTEMA

CMDT Patr
Art PO
DE
At BAT SecDefAA
OfOp-CAt

OfOp

DEFESA DEFESA
SISTEMA MANOBRA

CC Vulcan
HeliAtq
AACarPes OfOp
AA

ENGENHARIA DE COMB
Transposições
MinasFig 2-3
AA

Dispersiveis (FASCAM)
CAPITULO 3
SISTEMA MOBILIDADE/CONTRAMOBILIDADE
COMANDO E CONTROLO

GENERALIDADES

Comando é a autoridade exercida por um Comandante, sobre os seus subordinados, em virtude do seu posto
e função. Inclui a responsabilidade pela utilização eficiente, dos meios disponíveis e pela organização,
direcção, coordenação e controlo do emprego de forças militares no cumprimento da missão atribuída. As
características do moderno campo de batalha, com tendência para, cada vez mais, aumentar a mobilidade, o
poder de fogo e a ameaça de (e capacidade para) destruições em massa, bem como a velocidade e o tempo
com que se desenrolarão as acções futuras, exigem um alto grau de flexibilidade no exercício do comando.
O Comandante deve tomar decisões rápidas e executá-las energicamente. As solicitações que, durante o
combate são feitas ao Comandante, podem impedi-lo de pessoalmente acompanhar ou directamente super
visar a execução de todas as tarefas, em tempo e na forma conveniente. Então, para cumprir a sua missão,
deve conduzir as operações através da cadeia de comando e do seu EM. O comando eficiente exige que o
Comando e o seu EM sejam uma equipa, em que o EM funciona como prolongamento do Comandante.

SECÇÃO I – O COMANDANTE DE BATALHÃO

0301. RESPONSABILIDADE DO COMANDANTE

a. Autoridade

A autoridade de comando é conferida pela lei e regulamentos, sendo acompanhada pela


consequente responsabilidade, que não pode ser delegada. O Comandante é o responsável pelo
sucesso ou insucesso do seu comando, exercendo essa responsabilidade através da chefia,
planeamento, decisões, difusão de ordens e pela supervisão pessoal da execução das suas ordens.
Exerce a sua autoridade na condução de acções e na fixação de critérios (níveis) que asseguram o
cumprimento da missão. A eficiência da chefia é dada pela coerência dos seus juízos, princípios e
técnicos empregues.

b. Chefia

A chefia é uma qualidade pessoal e intangível, resultante da combinação do exemplo, presuação,


motivação e compulsão; é como que um prolongamento da própria personalidade do Comandante.
As características e peculiaridades da sua chefia, patenteadas nas actividades diárias, influenciam
o seu comando e contribuem para adquirir respeito, confiança, pronta obediência e leal
cooperação.

c. Emprego dos Subordinados

O sucesso do comando, depende da experiência e da compreensão com que o Comandante


emprega os seus subordinados nas operações sob o seu comando. Os seus subordinados devem ser
cuidadosamente instruídos e motivados, devendo explorar-se todas as suas capacidades e
qualidades individuais.
d. Preocupação pelos Soldados

O Comandante deve estar permanentemente sensibilizado para o estado físico e mental das suas
tropas, devendo aperceber-se das tensões e pressões do combate. As suas acções devem inspirar e
motivar o seu comando, para se obter o sucesso, não obstante as condições adversas. Deve provar
às suas tropas que os sacrifícios e as dificuldades não são desnecessariamente impostas e que está
interessado no seu bem estar.

0302. CADEIA DE COMANDO

A cadeia de comando é formada pelos sucessivos comandantes através dos quais o Comandante de
Batalhão exerce a sua acção de comando. As operações militares exigem uma perfeita adesão a esta
cadeia de comando. Contudo, em condições invulgares ou extremas, tais como uma penetração
inimiga na defesa do Batalhão, o Comandante pode achar conveniente ultrapassar alguns escalões da
cadeia de comando. O Comandante que ultrapassa a cadeia de comando assume a responsabilidade
das ordens dadas, informando o Comandante ultrapassado das acções tomadas. A cadeia normal de
comando é restabelecida logo que as condições o permitam.
Em algumas ocasiões, a parda de ligações pode ocasionar que os comandantes subordinados não
recebam ordens. Neste caso, os elementos subordinados devem agir como eles pensam que o seu
Comandante actuaria. Devido a este facto, é imperioso que os elementos subordinados sejam
informados da “visualização do combate” e das intenções do Comandante deve indicar a sucessão do
comando, desde a ausência temporária até à perda completa do Comandante e do EM.

0303. RELAÇÕES DE COMANDO

a. Elemento Atribuído

Unidades ou pessoal colocados sob um determinado comando, com carácter relativamente


permanente, constituem um elemento atribuído.
Salvo no que se refere às limitações doutrinárias ou às que foram impostas em cada caso na ordem
em que a atribuição é feita, o comando a quem são atribuídas as forças, tem sobre estas, comando
completo e competência igual à que teria se essa forças lhe pertencessem organicamente.

b. Elemento de Orgânico

Um elemento orgânico de uma unidade é aquele que lhe está atribuído com carácter permanente,
em meios e pessoal, constituindo uma parte dos seus QOM. O Comandante tem autoridade
completa sobre os comandos das unidades subordinadas.

c. Elemento de Reforço

Unidade, meio ou conjunto de meios atribuídos a um comando que sobre eles passa a dispor de
total autoridade e responsabilidade, em relação ao seu emprego, e que são mantidos nesta situação
até final da operação para que especificamente tenham sido atribuídos, ou até final do período
fixado pelo escalão superior. O aspecto acabado de mencionar tem particular importância, uma
vez que permite o planeamento firme da aplicação dos reforços recebidos pelo comando que dos
mesmos passa a dispor, já que só em circunstâncias absolutamente excepcionais, e mediante aviso
prévio, poderão ser retirados por decisão superior. Qualquer reforço, a partir do memento em que
fica à disposição do comando a que é atribuído, consta nos efectivos a este subordinados, como se
de meio orgânico se tratasse. Isto inclui responsabilidades de apoio de serviços, disciplina,
instrução e operações. Contudo, a responsabilidade sobre as transferências e promoções continua
a pertencer à unidade que fornece o reforço. O reforço é a relação de comando mais ampla de uma
unidade de apoio por parte do Comandante reforçada, mas impõe-lhe um peso administrativo-
logistico à sua unidade. Unidade de igual escalão não são, geralmente, dadas de reforço uma à
outra, com excepção das unidades de artilharia.

d. Elementos sob Controlo Operacional (ContrOp)

Quando a uma unidade é cedido um elemento sob controlo operacional, o Comandante tem, sobre
ele, autoridade para dar ordens de modo a poder cumprir missões ou tarefas especificas,
normalmente limitadas (pela natureza, tempo ou localização), para montar o dispositivo com as
unidades envolvidas e para conservar o controlo táctico dessas unidades. Não inclui a autoridade
para utilizar separadamente os elementos que constituem as unidades envolvidas, nem tão pouco
comporta em si o controlo administrativo-logistico.

e. Comando Operacional

É a autoridade conferida a um Comandante para utilizar forças postas à sua disposição no


desempenho de missões de natureza operacional. A sua caracterização é dada pelo vínculo
hierárquico ser funcional ou seja, circunscrito aos aspectos operacionais o que permite determinar
missões aos comandos subordinados, articular as forças da maneira mais conveniente para
execução de tarefas operacionais, inspeccionar e determinar procedimentos administrativo-
logistico directamente relacionados com a actividade operacional e delegar autoridade de grau
igual ou inferior à de comando operacional. Tem competência disciplinar e responsabilidade pelo
treino de conjunto das forças postas à sua ordem.

0304. RELAÇÕES DE APOIO

As relações de apoio são estabelecidas para definir relações e responsabilidades específicas entre a
unidade apoiada e a unidade apoiante.

a. Apoio directo

Uma unidade em apoio directo (A/D) de uma força dá prioridade de apoio àquela força. A unidade
apoiante responde a pedidos de apoio directamente da força apoiada, pode estabelecer ligação e
transmissões com ela, e fornecer-lhe concelho técnico. A unidade em A/D não tem relações de
comando com a força apoiada. Contudo, em algumas circunstâncias, tais como no caso de um
Pelotão de Engenharia ou de uma Secção de Defesa Aérea, o Comandante de Batalhão pode
retribuir parte destes elementos (secções e equipas, neste exemplo) tendo em atenção empregá-las
mais eficazmente.

b. Apoio Geral

Uma unidade em Apoio Geral (A/G) fornece apoio à força como um todo e não a qualquer
subdivisão da força apoiada. As subdivisões/unidades subordinadas podem pedir apoio através do
comando do seu escalão superior, mas somente o comando da força apoiada pode determinar
prioridades e indicar missões à unidade em A/G.
SECÇÃO II – O COMANDO E AS RELAÇÕES DE ESTADO MAIOR

0305. FINALIDADE DO ESTADO MAIOR

O Estado Maior aconselha e auxilia o Comandante no exercício de comando.

0306. FUNÇÕES DE ESTADO MAIOR

O EM não reúne em si qualquer autoridade. A sua autoridade é estabelecida pelo Comandante e deve
ser exercida em seu nome.
Compete ao EM preparar estudos, planos e ordens. O EM actua dentro da orientação e conceito do
Comandante. Na ausência de qualquer orientação, o EM recorre ao Comandante. Se o Comandante
não está disponível, eles actuam por sua iniciativa em antecipação à intenção do Comandante.

0307. RELAÇÕES DE ESTADO MAIOR

O Comandante e o seu EM devem ter confiança e respeito mútuos. Contudo, o Comandante deve
preservar a sua identidade e conservar a sua perspectiva para garantir respostas prontas às ordens.
Na sua relação com os comandantes subordinados, o EM trabalha com espírito de servir, cooperação
e apoio. Ele transforma a decisão do Comandante em directivas claras e atempadas, mantém-se a par
da situação, informa o Comandante, os comandantes subordinados e as unidades adjacentes.
O Comandante assegura-se de que o contacto directo entre ele e os seus comandantes subordinados
não é obstruído pelo seu EM.

SECÇÃO III – O COMANDANTE E O ESTADO MAIOR DO BATALHÃO

0308. COMPOSIÇÃO

O COMANDO DO Batalhão é constituído pelo Comandante, 2º Comandante, EM coordenador, EM


Técnico, pessoal de apoio às funções de EM e o Sargento Chefe. O comando é organizado para
funcionamento contínuo.

0309. ORGANIZAÇÃO DO COMANDO

a. Comandante de Batalhão

O Comandante comanda todos os elementos do Batalhão, incluindo os que foram atribuídos. Ele
actua sob as ordens do Comandante da Brigada, e tem acesso a ele em qualquer altura.
Para tirar o máximo rendimento da organização flexível do Batalhão, o Comandante deve
conhecer profundamente as operações das armas combinadas. O Comandante deve tomar decisões
atempadas e ser capaz de executar uma operação com uma missão tipo ordem, a qual exige
iniciativa e julgamento profissional, na sua execução. Por seu turno, ele fornece aos seus
subordinados a orientação necessária às suas operações, permitindo-lhes liberdade de acção na
implementação das suas ordens. O Comandante deve estar atento para explorar as oportunidades
de obter resultados decisivos que surjam durante o combate.
b. Sargento Chefe

O Sargento Chefe é o Sargento mais antigo do Batalhão. Ele actua em nome do Comandante
quando se relaciona com os outros sargentos do Batalhão, e é o principal conselheiro do
Comandante em assuntos relativos a sargentos e praças. Não e um administrador mas conhece
perfeitamente as funções administrativas, logísticas e operacionais do Batalhão. Mantém um
contacto estreito com os sargentos das unidades subordinadas e de reforço, e ajuda-os a melhorar
a execução dos seus deveres e no desenvolvimento dos seus conhecimentos profissionais. É um
militar com conhecimento profundo do Batalhão, como tal, a sua atenção deverá centralizar-se na
instrução e na forma como as directivas e decisões do Comandante são cumpridas.

c. Estado Maior Coordenador

É constituído por elementos que auxiliam o Comandante, coordenado os planos, tarefas e


actividades de todos os elementos da unidade, por forma a garantir o emprego mais eficiente da
unidade como um todo. É organizado em secções a que, normalmente, correspondem áreas de
interesse específicas. Assim é constituído pelo chefe de EM, pelo Oficial de Pessoal (OfPess),
pelo Oficial de Informações (OfInfo) e pelo Oficial de Operações (OfOp), pelo Oficial de
Logística (OfLog) e pelo Oficial de Assuntos Civis (OfAssCiv) quando autorizado. Além de
serem os principais auxiliares do Comandante nas áreas respectivas, compete-lhes, também,
exercer supervisão de EM sobre as actividades do EM espacial ou técnico. O EM Coordenador
reduz a premência de tempo do Comandante e ajuda-o, fornecendo-lhe informações, fazendo
estudos e recomendações, preparando planos e ordens, e supervisando execução das ordens dadas
pelo, ou em nome do, Comandante.
Como regra aos Oficiais do EM deverá ser delegada autoridade para responder “afirmativamente”
a pedidos apresentados pelos comandantes unidades subordinadas; devem deixar à prorrogativa do
Comandante quando a resposta deve ser “negativa”.

(1)CHEFE DO EM

É o 2º Comandante e o principal auxiliar do Comandante. Dirige e coordena o EM. Transmite


as decisões do Comandante às Secções de EM e em nome dele, às unidades subordinadas.
Compete-lhe a responsabilidade da informação interna da unidade e é também responsável pela
prontidão dos meios. O 2º Comandante mantém-se a par da situação e dos planos futuros.
Durante a ausência do Comandante, ele substitui-o e dirige o Batalhão de acordo com a
orientação já estabelecida. Está preparado para assumir o comando em qualquer altura.
Normalmente, durante o combate, o 2º Comandante encontra-se no Centro de Operações
Táctico (COT).

(2)OFICIAL DE PESSOAL

O OfPess tem responsabilidade de EM de todas as funções de pessoal e dos assuntos


administrativos não atribuídos a outro oficial de EM (incluindo o 2º Comandante). Veja o
Anexo F sobre os deveres do OfPess.
(3)OFICIAL DE INFORMAÇÕES

O IfInfo tem a responsabilidade de EM, para as informações contra-informações e instrução da


especialidade. O OfInf organiza a sua Secção para operações continuas durante o combate, em
coordenação com o OfOp. O OfInfo e o OfOp através de uma coordenação e cooperação
permanentes, estão preparados para executar as funções um do outro. Veja o Anexo F sobre os
deveres do OfInfo.

(4)OFICIAL DE OPERAÇÕES

O OfOp tem a responsabilidade de EM para assuntos respeitantes à organização, instrução, e


operações do Batalhão e das unidades de reforço. Ele mantém a ligação com o OfOp da
Brigada e com os OfOp dos batalhões adjacentes. Veja o Anexo F sobre os deveres do OfOp.

(5)OFICIAL DE LOGISTICA

O OfLog tem a responsabilidade de EM pelo reabastecimento, manutenção, transporte,


evacuação e hospitalização, instalações, serviço de alimentação e outros assuntos logísticos.
Supervisa as actividades de todos os elementos no Batalhão, tanto orgânicos como não
orgânicos. Veja o anexo F sobre os deveres do OfLog.

(6)OFICIAL DE ASSUNTOS CIVIS (se autorizado)

Tem responsabilidade de EM pelas acções que afectam as relações entre as forças militares, as
autoridades civis e civis na área de operações. É também responsável pelas operações
psicológicas para auxiliar a satisfação dos objectivos do comando. Na ausência de um oficial
de assuntos civis estas responsabilidades serão atribuídas ao Oficial de Operação.

d. O Estado Maior Especial ou Técnico

Os oficiais do EM Especial ou Técnico normalmente são supervisados por um elemento do EM


Coordenador.

(1)OFICIAL DE TRANSMISSÕES/COMANDANTE DO PELOTÃO DE TRANSMISSÕES

Em complemento com o comando do PelTm, o OfTm do Batalhão coordena e supervisa


tecnicamente o emprego dos sistemas e dos equipamentos de transmissões, a instrução e
actividades do pessoal de transmissões do Batalhão. Veja o Anexo F sobre os deveres do
OfTm.

(2)OFICIAL DE APOIO DE FOGOS (OAF)

O OAF é o oficial de ligação do Grupo de Artilharia em A/D da Brigada, à qual pertence o


Batalhão. Quando não há um OAF disponível, o Comandante de Batalhão normalmente
nomeia o Comandante do PelMortP como Oficial de Apoio de Fogos. Ele coordena todo o
apoio de fogos às operações do Batalhão.
(3)OFICIAL/SARGENTO DA DEFESA AÉREA

O Oficial/Sargento da defesa aérea comanda a Secção de Defesa Aérea e é o conselheiro


técnica do Comandante para a defesa aérea. Veja o Anexo F sobre os deveres do
Oficial/Sargento da defesa aérea.

(4)OFICIAL/SARGENTO QUIMICO

O Oficial/Sargento químico tem a responsabilidade de Em sobre as operações e instrução de


NBQ. Veja os Anexos B e F sobre os deveres do Oficial/Sargento químico.

(5)ENGENHARIA

Quando um PelEng está em A/D de um Batalhão de Infantaria, o Comandante do PelEng é o


principal conselheiro do Comandante de Batalhão em assuntos de engenharia. Veja o Anexo F
sobre os deveres do Comandante do PelEng.

SECÇÃO IV – PROCESSO DE DECISÃO NO CAMPO DE BATALHA

0310. GENERALIDADES

Para, em combate, comandar o Batalhão, o seu Comandante tem constantemente que tomar decisões.
Ele baseia as suas decisões em todas as informações disponíveis ou (se o tempo o permitir) a obter.
O Comandante, o seu EM, e a sua cadeia de comando, utilizam os procedimentos de comando e as
acções de comando e estado maior para desenvolver e executar decisões. A utilização daqueles
processos permite ao Comandante e ao seu EM, uma completa coordenação e desenvolvimento dos
estudos de EM, e a preparação de ordens detalhadas. O detalhe com que as acções são planeadas
depende do tempo disponível. Os procedimentos de comando são um processo de decisão
particularmente aplicáveis aos Comandantes de Companhia e escalões inferiores. O Comandante de
Batalhão deve estar familiarizado com os procedimentos de comando para que ele possa aplicá-los
no caso de não ter tempo para as acções de estado maior, tal como quando se confronta com rápidas
mudanças das condições de combate. Os Comandantes de escalão inferior a Batalhão utilizam os
procedimentos de comando porque não têm EM e devido à necessidade de decisões concisas e
imediatas. Os Comandantes de Companhia utilizam os procedimentos de comando para formularem
as instruções a dar aos seus subordinados, e para que a unidade possa cumprir a sua missão. As
decisões tomadas são baseadas no conhecimento pessoal da situação e nas informações disponíveis
ou prontamente obtidas.
Os passos dos procedimentos de comando são mais concisos do que os das acções de comando e
estado maior. O EM do Batalhão mantém o Comandante informado, o qual lhes dá a capacidade para
abreviar partes das acções de comando tomando assim decisões sem um estudo formal.
RELAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE COMNADO
COM AS ACÇÕES DECOMANDOE ESTADO MAIOR

PROCEDIMENTOS DE CMD ACÇÕES DE CMD E EM

1. MISSÃO RECEBIDA

2. INICIO DO PLANEAMENTO 2. ESTUDO DA MISSÃO

3. ACÇÕES PRELIMINARES

. Difundir OPrep
. Plano Provisório
. Iniciar Movimentos

3. DIRECTIVA DE PLANEAMENTO

4. CONTINUAÇÃO DO PLANEAMENTO 4. ESTUDOS SITUAÇÃO COMANDANTE


. Reconhecer E EM

5. PROPOSTAS DO EM

6. DECISÃO E CONCEITO

5. COMPLETAR O PLANO 7. FINALIZAR O PLANO E PREPARAR A


ORDEM

8. APROVAÇÃO DAS ORDENS

6. DIFUSÃO DA ORDEM 9. DIFUSÃO DA ORDEM

7. SUPERVISÃO 10. SUPERVISÃO

MISSÃO CUMPRIDA

Fig 3-1

0311. COMANDO E ACÇÕES DE ESTADO MAIOR

O processo de decisão é uma sequência das acções de comando e estado maior. É um processo
contínuo que se torna mais evidente quando o Batalhão tem de executar missões que necessitam de
planos pormenorizados. Porque as acções de comando e estado maior são um meio para atingir um
fim, bem como os procedimentos de comando, o Comandante de Batalhão segue-as consoante a
maior ou menor necessidade em tomar decisões oportunas.
A sequência das acções de comando e estado maior começa com a recepção da missão.
Normalmente, a missão de um Batalhão de Infantaria é atribuída pelo comando da Brigada. Na
melhor das hipóteses, o Comandante de Batalhão recebe pessoalmente a OOp, e o Comandante da
Brigada articula a missão por forma a que o Comandante de Batalhão compreenda perfeitamente a
sua intenção. Na pior das hipóteses, o Comandante da Batalhão pode receber a missão numa OOp
entregue por mensageiro.
Ao receber a missão, o Comandante de Batalhão e o seu Em trocam informação. O Comandante dá
ao EM uma Ordem Preparatória. Os elementos do EM põem em dia o Comandante sobre os assuntos
críticos, respeitantes às suas áreas de responsabilidade.

RELAÇÃO ENTRE AS ACÇÕES DO COMANDANTE E DO EM


ACÇÕES DO EM ACÇÕES DO COMANDANTE

MISSÃO RECEBIDA

INFORMAÇÃO AO COMANDANTE INFORMAÇÃO AO EM


. Estudos preliminares
ESTUDO DA MISSÃO
MISSÃO RESTABELECIDA
DIRECTIVA PLANEAMENTO
ESTUDO DO COMNADNTE
ESTUDO DE EM DECISÃO DO COMANDANTE
CONCEITO DO COMANDANTE
PREPARAÇÃO PLANOS/ORDENS APROVAÇÃO DE PLANOS/ORDENS

DIFUSÃO PLANOS/ORDENS

RETORNO SUPERVISÃO RETORNO

MISSÃO CUMPRIDA

Fig 3-2

O Comandante de Batalhão analisa a sua missão e determina as tarefas explícitas e implícitas


contidas na ordem. As tarefas essenciais ao sucesso global da missão são então incorporadas na
missão restabelecida do Comandante de Batalhão – o estabelecimento ordenado e conciso das
tarefas a cumprir pelo Batalhão e a finalidade a atingir. A missão restabelecida torna-se a base de
todos os estudos do Comandante e do EM, orais ou escritas, e vem a constituir o parágrafo 2.
(MISSÃO) da OOp do Batalhão.
Após ter restabelecido a missão, o Comandante de Batalhão dá ao seu EM a sua directiva de
planeamento. A extensão e conteúdo da directiva de planeamento, em termos de pormenorização,
varia com a missão, tempo e informações disponíveis, com a situação, com a experiência do
Comandante e do seu EM. Quando há tempo disponível, a directiva de planeamento pode ser
genérica por forma a dar ao EM a máxima liberdade nos seus estudos e propostas. Contudo, o
Comandante deve dar ao EM modalidades de acção a considerar, por forma a exprimir as suas
preocupações. Quanto menos tempo disponível houver, mais específica será a directiva de
planeamento.
Então, os elementos do EM Coordenador fazem os seus estudos de situação e a proposta coordena ao
Comandante de Batalhão. Enquanto fazem os seus estudos de situação, os elementos de EM
coordenam entre si. A coordenação pode ser formalmente organizada pelo CEM. Muitas das vezes a
coordenação é informal, com os estudos de situação baseados nas modalidades de acção (M/A)
formuladas pelo OfOp.
O OfOp formula M/A para estudo do EM, com base na missão restabelecida, na directiva do
Comandante e nas condições significativas que comprometam o êxito de qualquer uma das M/A.
Essas M/A definem as possíveis formas de cumprir a missão. Apesar de serem apresentadas em
termos gerais, são formuladas com o pormenor suficiente por forma a distinguirem-se umas das
outras, e fornecerem a base para uma análise flexível. As M/A estudadas pelo EM são analisadas
com base nos factores do MITM-T.
Normalmente é o OfOp, ou o CEM, que faz a proposta coordenada do EM ao Comandante.
Entretanto, os restantes elementos do EM tinham determinado se podiam apoiar aquela M/A ou se há
alguns problemas na sua área de responsabilidade. Depois de propor uma M/A o EM expõe
quaisquer áreas com problemas significativos relativos à mesma.
Enquanto o EM prepara os seus estudos, modalidades de acção, e uma proposta, o Comandante de
Batalhão concorrentemente faz o seu estudo. Ele baseia o seu estudo no seu conhecimento da
situação, nas informações fornecidas pelo EM e no reconhecimento que efectuou. No
reconhecimento faz-se acompanhar, no mínimo, pelo OAF, podendo levar também o OfInfo, o OfOp
e o elemento de engenharia.
O Comandante analisa as M/A apresentadas pelo EM e decide qual adopta, modificando-a se
necessário. A sua análise é baseada nos factores do MITM-T.
Após ter decidido qual a M/A a adoptar, o Comandante de Batalhão dá a sua decisão e conceito ao
seu EM, para que ele possa elaborar as ordens. A decisão e conceito do Comandante é uma descrição
de como ele visualiza a conduta da operação. É através da decisão e conceito que o Cmdt
expressa COMO a unidade irá cumprir o PARA QUÊ da missão.
Não há um esquema rígido para o Comandante formular a decisão e conceito ficando ao seu critério
os pontos a incluir nos planos e ordens, por forma a assegurar-se de uma completa compreensão por
parte do seu EM e comandos subordinados. Ele dá a sua ordem num local dominante, a partir do
qual possa ver o terreno; outras vezes utiliza uma carta grafitada. O Comandante dá a ordem
suficientemente detalhada por forma a que ela traduza a sua intenção. Se a intenção é perfeitamente
entendida, os comandos subordinados podem então utilizar a iniciativa para cumprirem a missão. O
Comandante certifica-se que todos compreenderam a sua intenção e as partes respectivas da missão,
fazendo com que os interessados repitam as suas instruções.
O Comandante e o seu EM supervisam as ordens.
O melhoramento dos planos e ordens, e as alterações feitas por ordens parcelares, são baseadas nas
informações que chegam ao Comandante quer através de relatórios, quer através dos seus contactos
com, os comandos subordinados.

0312. PROCEDIMENTOS DE COMANDO

Através dos procedimentos de comando o Comandante desenvolve e dá instruções aos seus


subordinados para que a unidade possa cumprir a sua missão. Quanto mais baixo for o escalão, mais
simples, directo e rápido é o processo. No entanto, devem ser percorridos todos os passos dos
procedimentos de comando mesmo que sejam efectuados em poucos segundos. Por outras palavras,
os passos dos procedimentos de comando são uma forma automática de pensamento para os
Comandantes. Uma vez começado o combate, as ordens e as acções subsequentes, devem ser
rápidas, simples e eficazes. Isto exige trabalho de equipa. Exige também que os Comandantes
transformem uma missão, tipo ordem, numa acção que apoie o plano do escalão superior, sem
instruções detalhadas. Procedimentos de comando muito pormenorizados retardam a capacidade de
resposta.
Muitas vezes, as unidades têm pouco tempo para prepararem as operações de combate. Elas devem
estar preparadas para executarem uma nova missão em poucos minutos, ou, quando muito em
poucas horas. É de importância vital a utilização eficiente do tempo disponível, para efectuar uma
preparação adequada. Se os Comandantes dominarem profundamente os procedimentos de comando
e seguirem os seus passos de forma instintiva, poderão responder às exigências da nova missão e
empregar os seus elementos. Os passos dos procedimentos de comando, comuns a todos os escalões,
são importantes, embora não sejam rígidos. Se necessário, o Comandante modifica-os, ajustando-os
à missão, à situação e ao tempo disponível. Os passos dos procedimentos de comando são:
. Receber a missão e fazer um estudo da situação;
. Difundir uma ordem preparatória;
. Desenvolver o conceito da operação e elaborar um plano provisório;
. Iniciar os movimentos necessários
. Reconhecer
. Completar o plano
. Difundir ordens
. Supervisar e aperfeiçoar

a. Receber a Missão

Os Comandantes podem receber a missão verbalmente, através de uma OOp escrita ou através
de uma ordem parcelar. Após receber uma ordem, o Comandante começa o seu estudo de
situação e planeia o emprego do tempo disponível. Normalmente, o factor mais crítico quando
uma unidade recebe uma nova missão é o TEMPO, em especial o número de horas de
visibilidade diurna, durante o qual realiza os preparativos. O Comandante não deve desperdiçar
tempo, que tem de ser utilizado pelos seus subordinados para reconhecimentos e planeamento.
Como orientação, reserva-se um terço do tempo disponível para planeamento e deixa-se dois
terços para os Comandantes das unidades subordinadas.

b. Difundir uma Ordem Preparatória

O Comandante uma ordem preparatória logo que possível, de preferência, ao receber uma ordem
preparatória, ou imediatamente após a recepção de uma ordem do escalão superior. Na ordem
preparatória informa os subordinados da missão, da hora de partida, e da hora e local em que
será distribuída a ordem definitiva. Isto permite um melhor emprego do tempo disponível para
planeamento e para os preparativos. Normalmente a ordem preparatória é difundida
verbalmente. Veja o Anexo A para mais pormenores da preparatória.

c. Elaborar um Plano Provisório

O Comandante deve elaborar um plano provisório sobre a forma como ele pretende cumprir a
missão. Normalmente a missão é expressa em termos concretos de QUEM, O QUÊ, QUANDO,
ONDE e PARA QUÊ. O estudo do Comandante é baseado nos factores do MITM-T. Quando a
missão é complexa e se dispõe de tempo, poderá fazer-se um estudo mental formal. Quando há
pouco tempo, o estudo é informal e feito rapidamente. O estudo do Comandante resulta na sua
decisão de como ele concebe a operação. O conceito deve concluir um esquema de manobra e
um plano de apoio de fogos. O conceito que elabora serve de base à coordenação, ao Movimento
da Unidade, à reorganização (se necessário) e ao reconhecimento.

d. Iniciar os Movimentos Necessários

Nesta altura o Comandante tem muitos aspectos importantes em mente.


Muitas vezes, a preocupação fundamental é a necessidade absoluta de fazer um bom emprego do
tempo disponível, para que os comandos subordinados possam reconhecer, deslocar, preparar e
posicionar as unidades e armas. Se o Batalhão tiver de percorrer uma distância considerável,
deve iniciar a marcha imediatamente, baseado no conceito do plano provisório. Isto permite aos
pelotões e secções ganharam tempo. Também o Comandante necessita de ir ao terreno e ver, por
si próprio, a melhor forma de empregar o potencial de combate do Batalhão.
Normas de Execução Permanente (NEP) permitem que todas estas acções se processem
simultaneamente sem que haja desperdício de tempo. São também importantes as NEP de
movimentos das Companhias. Ordens verbais, curtas, devem originar o deslocamento
instantâneo de qualquer elemento da Companhia. Por exemplo, as ordens como a que se
apresenta a seguir, constituirão rotina. “Alteração da missão. Reunião região ponto de referência
12; prepare-se para se deslocar para Norte, pelo itinerário VERMELHO. Nova Ordem de
deslocamentos é:1PelAT; 2PelAt; 3PelAt sobreapoia da actual posição e desloca-se à ordem.
Morteiros e Trens mantêm-se atrás do 3PelAt”.
Quando o Comandante de Companhia é convocado para receber uma ordem, normalmente faz-
se acompanhar pelo Of Adjunto, Cmdt PelApoio, ou outro graduado capaz de regressar à
unidade e difundir uma ordem preparatória, preparar a unidade e, se necessário, deslocá-la.
Tendo estas actividades sob controlo, o Comandante de Companhia pode fazer o seu
reconhecimento, confirmar ou alterar o seu plano provisório e estar em condições de difundir a
sua ordem final no terreno, ao mesmo tempo que companhia se desloca para nova posição.

e. Reconhecer

Para melhor empregar as suas forças e os seus fogos, no terreno atribuído, o Comandante deve
ver esse terreno. Se possível, ele reúne-se com os Comandantes subordinados num ponto
dominante a partir do qual eles possam ver o terreno. Durante o reconhecimento, os
Comandantes devem garantir a sua própria segurança, tendo o cuidado de não se exporem à
observação e fogos do inimigo. Estas preocupações são necessárias para evitar a morte ou a
captura dos Comandantes, não revelar as intenções da unidade e evitar perda de surpresa. Isto é
particularmente importante nas operações ofensivas, quando a Linha de Contacto (LC) não está
bem definida e as posições inimigas são desconhecidas. Ocasião haverá em que o Comandante
apenas pode fazer um reconhecimento pela carta. O reconhecimento pela carta deve ser
completa pelo reconhecimento de helicóptero ou pela utilização de fotografias aéreas. Sempre
que a situação e o tempo o permitir, os Comandantes devem ir ao terreno. Durante o
reconhecimento, o Comandante confirma o seu plano provisório, ou modifica-o, para explorar as
possibilidades das armas e conferir a máxima protecção às tropas. Se o Comandante somente
pode ver uma parte da sua área de operações, então ele planeia em pormenor a operação apenas
no que respeita ao terreno observado, e planeia em termos gerais o restante, dando ordens aos
subordinados do tipo “prepara-se para”. Normalmente, o Comandante faz-se acompanhar por
alguns colaboradores, para poupar tempo e beneficiar dos seus conhecimentos, como sejam o
OAF, o OfInfo, o OfEng (se houver engenharia).
f. Completar o Plano

Em consequência do reconhecimento, o Comandante pode alterar o seu plano provisório. Ele


aperfeiçoa o seu conceito e planeia o apoio de fogos. Debruça-se então sobre determinadas
tarefas a atribuir a todas as subunidades e verifica se tudo se ajusta, com simplicidade e eficácia.
g. Difundir Ordens

A maior parte das ordens são dadas verbalmente, por vezes a partir de um rascunho manuscrito
de acordo com o articulado da ordem de operações e um esboço ou transparente. Se o
Comandante de Batalhão fez o reconhecimento, normalmente dá a ordem de um local dominante
na área atribuída. Isto permite-lhe indicar e salientar determinados aspectos relevantes, no
terreno e na carta, e evita perder tempo a deslocar-se ao PC para se reunir com os subordinados,
que por seu turno, teriam então de se deslocar à frente para fazer o respectivo reconhecimento.
O Comandante tem a sua própria carta assinalada com medidas de coordenação e controlo.
Então ele pede aos seus subordinados para copiarem estas informações para as suas próprias
cartas.
Se todo o Batalhão se está a deslocar ou se está já envolvido numa operação, o Comandante
pode dar as suas ordens via rádio ou por mensageiro, ou pode reunir-se com cada um dos
Comandantes subordinados para lhe dar pessoalmente as suas instruções, enquanto a unidade
prossegue a sua actividade.
O Comandante deve ser bem claro, desde o princípio ao fim, no seu conceito da operação. Os
subordinados devem compreender como o Comandante visualiza a forma como o combate irá
ser travado e o que ele espera de cada um deles. Eles também devem compreender as tarefas dos
elementos adjacentes e de apoio. O Comandante deve também indicar-lhes quais os
procedimentos a tomar em situações previsíveis, caso percam a ligação com ele.

h. Supervisar e Aperfeiçoar

O Comandante e o seu EM devem supervisar para verificar se os preparativos para a conduta das
operações, incluindo a coordenação, a reorganização, o apoio de fogos, actividades de4
engenharia, a manutenção, o reabastecimento, o deslocamento, e outras actividades necessárias.
Á medida que a situação evolui, o Comandante deve controlar quer as actividades das forças
amigas quer as do inimigo e difundir ordens parcelares para alterar ou aperfeiçoar a operação.
Raramente uma operação será executada como inicialmente planeada. A actividade de
supervisar é contínua e é tão importante como emitir ordens.

0313. CONCEITO DA OPERAÇÃO DO COMANDANTE

A principal finalidade de um Comandante ao utilizar o processo de decisão, no planeamento de


deslocamentos, de operações ofensivas, defensivas ou retrógradas é o desenvolver e depois executar,
um conceito da operação que lhe permita cumprir a missão da unidade.
O conceito da operação do Comandante orienta o processo de planeamento antes do início do
combate. Ele define a acção inicial de todos os elementos durante o combate. Ele também indica as
M/A apropriadas, à medida que a operação evolui. Ele está presente em tudo aquilo que o Batalhão
executa e irá executar. Os planos e ordens são a expressão formal e ordenada do conceito da
operação.
O Comandante de Batalhão tem sempre em mente um conceito de emprego da sua unidade. Ele
constrói o seu conceito com base no conhecimento que tem das possibilidades, limitações e
conceitos de emprego, dos sistemas que tem à sua disposição. Quanto mais profundo for o seu
conhecimento, tanto mais ele aperfeiçoa o seu conceito de operação. Quando ele todas as
informações fundamentais, o Comandante estará apto a visualizar um esquema geral de emprego da
unidade, as acções de elementos específicos, as situações criticas que poderão ocorrer e o
funcionamento interno do Batalhão. Ele também toma em consideração a interacção com o escalão
superior, com os elementos de apoio de fogos, com outras unidades de apoio de combate e de apoio
de serviços, e outras unidades de manobra amigas, bem como com o inimigo. O Comandante sabe as
tarefas que tem de realizar e, de acordo com o seu conceito desenvolve os pormenores sobre como o
Batalhão as irá executar. Ele mantém informados os seus principais comandos subordinados e os
oficiais de EM sobre o seu conceito da operação. Consequentemente, o conceito deve ser simples
para que possa ser comunicado claramente em poucos instantes. O conceito da operação está
normalmente expresso no parágrafo 3.a., da Ordem de Operações.

0314. ESTUDO DA SITUAÇÃO

Os planos e ordens resultam de estudos de situação. O estudo da situação táctica com a finalidade de
terminar a melhor forma de cumprir a missão, é designado estudo de situação de operações, e
quando é realizado pelo Comandante, designa-se estudo de situação do Comandante.
A elaboração do estudo da situação pode necessitar de poucos segundos ou horas, dependendo da
complexidade da missão e da situação, da experiência do Comandante e do EM, e do tempo
disponível. O estudo da situação do Comandante é mental e rápido e nele são avaliados os factores
do MITM-T que mais influenciam o cumprimento da missão. Seguindo uma sequência lógica, ele
responde (com factos ou deduções lógicas) às seguintes questões:

a. Missão

Quais as tarefas a realizar e quando?

b. Situação

Que forças inimigas se nos opõem e onde se localizam? Como é o terreno e qual o partido que
dele se pode tirar? Quais são as forças disponíveis? Quais as missões das outras forças amigas?
Qual a influência das condições meteorológicos e de visibilidade?

c. Modalidades de acção

Que formas há de empregar as forças disponíveis, no terreno, para cumprir a missão?

d. Análise das Modalidades de Acção

Quais as vantagens e os inconvenientes da cada uma?

e. Comparação das Modalidades de Acção

Qual das modalidades é a melhor, nesta situação?

f. Decisão e Conceito da Operação


Qual a composição e organização das forças, esquema de manobra e plano de apoio de fogos que
melhor cumprirão a missão com o mínimo de perdas para a força.

0315. MODALIDADES DE ACÇÃO

Uma M/A é um esquema de manobra exequível que permite cumprir a missão. Ela é formulada em
termos de O QUÊ (acções a executar), QUANDO (hora a que a acção ocorrerá), ONDE (a
localização da acção), COMO (meios a serem empregues), e PARA QUÊ (finalidade da acção).
As M/A podem ser formuladas genericamente ou em pormenor. Como regra, é melhor inicialmente
formular a M/A em termos genéricos e posteriormente juntar-lhe detalhes, durante a análise.
O OfOp desenvolve M/A, o OfOp tem em consideração a missão restabelecida, a directiva de
Planeamento do Comandante, qualquer M/A que o Comandante deseja que o EM dê preferência no
seu planeamento e todas as características do ambiente, no qual a missão deve ser cumprida.
O OfOp identifica os factos pertinentes da situação que afectam as possíveis M/A. Isto diz respeito à
área de operações, à situação do inimigo e à situação das nossas forças que podem influenciarem
tanto as acções do inimigo como as nossas. Na prática, o OfOp tem sempre conhecimento da maior
parte destes factos. Contudo, se for designada uma nova missão, ele normalmente necessita de rever
os seus conhecimentos sobre a situação, obter informações adicionais, e rever a sua avaliação
previsão de efeito que os novos factos podem ter na missão. Na ausência de factos ele pode fazer
suposições lógicas. Quanto melhor o OfOp conhecer as características de área de operações, a
situação do inimigo e das forças amigas, e das possibilidades do inimigo, tanto melhor será a sua
análise.

a. Características da Área de Operações

O OfInfo fornece ao OfOp a sua análise sobre as condições meteorológicas, o terreno, e outros
aspectos da área de operações. O OfOp toma em consideração a influência que estes factos tem
sobre as acções do inimigo e as acções das nossas tropas.
No que diz respeito às condições meteorológicas o OfOp dá um realce especial à visibilidade,
traficabilidade, e ao efeito das condições meteorológicas sobre o pessoal e material. Relativamente
ao terreno, toma em consideração as cinco características militares do terreno, toma em
consideração as cinco características militares do terreno, ou OCOPE: Observação e Campos de
tiro, Cobertos e Abrigos, Obstáculos, Pontos Importantes e Eixos de Aproximação.
As características sociológicas, politicas, psicológicas e económicas da área de operações são
também levadas em consideração pelo OfOp, uma vez que podem influenciar as acções do
inimigo e as das nossas forças.

b. Situação das Nossas Forças

O OfOp revê o seu próprio dispositivo, potencial, moral, e estado do equipamento, dos
reabastecimentos e da instrução. Ele considera isto segundo o ponto de vista da sua própria
situação, comparando-a com a situação do inimigo. Ele equaciona estes factos no potencial
relativo de combate.
c. Potencial Relativo de Combate

O potencial de combate de uma força só tem significado em relação ao potencial de combate da


força que se lhe opõe. Por isso, o OfOp compara as situações do inimigo e das nossas forças para
determinar o potencial relativo de combate para uma dada operação. Se o OfOp determina que são
necessários meios adicionais para obter a relação de potencial de combate necessária, ele propõe
que tais meios sejam pedidos.

d. Situação do Inimigo. O OfOp toma em consideração o dispositivo do inimigo, sua composição,


potencial, actividades, características e pontos fracos. O OfInfo fornece-lhe estes dados. Uma vez
que o OfOp compara a situação do inimigo com a das nossas forças, para determinar o potencial
relativo de combate, deverá considerar aqueles dados sobre o ponto de vista das operações
planeadas.
O OfOp toma em consideração as possibilidades do inimigo (fornecidas pelo OfInfo) e avalia a
sua possível influência nas M/A. Seguem-se exemplos de como as possibilidades do inimigo
podem ser aplicadas:

. Na formulação de uma M/A, numa situação de ataque, o OfOp considera as possibilidades do


inimigo de defender ou retardar, e de reforçar a sua defesa ou contra-atacar. Embora o inimigo
tenha as possibilidades de atacar e de retirar, elas não são consideradas. Se o inimigo atacar
antes do nosso ataque, apresentará ao OfOp uma nova situação (defesa) e este necessita de
reconsiderar as M/A das nossas forças. Qualquer possibilidade que o inimigo tenha de atacar
nega a base da escolha de uma M/A de ataque.

. Numa situação de defesa, o OfOp considera as possibilidades do inimigo atacar e de reforçar o


seu ataque. Uma vez que as possibilidades do inimigo de defender, retardar, ou retirar,
implicam que não se possa escolher uma M/A da defesa, e assim aquelas possibilidades não
são normalmente consideradas.

. As possibilidades dos apoios de fogos do inimigo, tais como nucleares, aéreos, químicos e
biológicos, são considerados em conjunto com as possibilidades de manobra do inimigo e não
separadamente.
O OfOp considera a possibilidade mais provável, que o inimigo irá adoptar. O OfInf fornece ao
OfOp as suas conclusões de qual é a M/A mais provável a utilizar pelo inimigo. Na ausência da
evidência do contrário, e se a sua unidade está a atacar, O OfOp pode presumir que o inimigo
irá defender. E se a sua unidade está a defender, ele pode presumir, para efeitos de análise, que
o inimigo irá atacar.
Os pontos fracos do inimigo, tais como um flanco exposto, que possa ser explorado, são
sempre tomados em consideração.
Exemplos de Modalidade de Acção na Ofensiva. Há muitos métodos para expressar uma M/A
na ofensiva. Uma forma simples é a de combinar eixos de aproximação com a manobra das
unidades subordinadas. Por exemplo:

“O Batalhão ataca em 240600Mai com duas Companhias no EAprx1 e uma Companhia no


EAprx2, para conquistar o Objectivo 1”.

Outro método de expressar a M/A é em termos de formação da força atacante. Por exemplo:
“Atacar em 01500Jun com uma formação em linha, com duas Companhias lado a lado: uma
companhia na direcção .410(7865); .450(7870); .480(7873); para conquistar .480; uma
Companhia na direcção .430(8065); .445(8070); .475(8075); para conquistar .475”

Exemplos de Modalidade de Acção na Defensiva. Na defesa, o OfOp considerando o terreno e


os EAprx que penetram no interior do sector, selecciona mais especificamente o traçado da Orla
Anterior da Zona de Resistência (OAZR), ao longo da qual as unidades empenhadas podem
defender.
Abaixo, apresenta-se exemplos de M/A expressas em termos de ONDE:

“Defender a partir de031800Nov ao longo do Rio Azul desde (073271) até (072243) ”

“Defender a partir de uma posição de combate, a partir de 031800Nov na região (073271) ”.

“Defender um ponto forte a partir de 031800Nov na região de (073271)”.

“Segue-se um exemplo de uma M/A de defesa, expressa em termos de COMO E ONDE:

“Defender em sector a partir de 031800Nov, empregando uma Companhia desde (073271) até
(073280) e uma Companhia à direita até (082289); uma Companhia em reserva na região de
(070284) ”.

O OfOp fornece aos outros elementos de EM todas as M/A a serem consideradas para que eles
possam completar os seus estudos e forneçam as suas conclusões para proposta do EM.
A sequência de planeamento das operações ofensivas e das operações defensivas é dada nos
Capítulos 4 e 5. Aqueles capítulos descrevem a sequência normal do estudo de uma M/A, ou para
analisar os detalhes de uma operação, assim que se tenha adoptado uma M/A.

0316. FACTORES DO MITM-T

Todos os estudos de situação tácticos usados nos procedimentos de comando e nas acções de
comando e EM são desenvolvidos e analisados com base nos factores do MITM-T (como resumido
no Capitulo 2). A aplicação de aqueles factores, ajuda o Comandante a detectar e a isolar os
considerandos que afectam a missão. Os factores do MITM-T são considerados em cada fase do
estudo.

a. Missão

O processo de decisão analisa antes de mais, a missão. Como foi dito anteriormente, a missão
contém tarefas essenciais que têm de ser executadas. As tarefas podem ser explícitas, se estão
escritas na ordem, ou implícitas que o Comandante deve deduzir. Por exemplo, durante um
movimento para o contacto terá de transportar um rio. Então, terá de ser levado a cabo uma
operação de transposição de cursos de água. A análise da missão não determina apenas aquilo que
deve ser cumprido; ela deve também estabelecer claramente a intenção ou finalidade do
Comandante que ordenou a missão (o PARA QUÊ da operação) e as limitações (QUANDO,
ONDE, etc.) impostas pelo escalão superior.
A missão restabelecida é a base sobre a qual o restante estudo deve ser feito. Uma vez analisada a
missão, e feitas as deduções, são considerados todos os outros factores em termos do seu impacto
na missão. É por isso imperativo, que a missão seja completamente compreendido antes de se
continuarem os estudos.

b. Inimigo

O exame dos factores do inimigo pode ser imediato ou detalhado, dependendo do tempo
disponível. As considerações imediatas, podem ser:

Quem é ele?

Onde está?

O que ele irá fazer? Como? Quando?

Considerações mais detalhadas podem incluir:

Identificação – Quem é ele? Escalão e tipo de unidade

Localização – Onde está? Para onde se dirige?

Dispositivo – Como está organizado? Quais as suas formações?

Potencial – Em relação ao nosso

Moral – Espírito, experiência, nível de instrução, etc.

Possibilidades – Guerra electrónica, química, nuclear, aérea, aerotransportada, aeromóvel,


helicópteros de ataque, etc.

Composição – Blindado, infantaria (motorizada ou apeada), artilharia, apoio de combate.

Modalidades de acção prováveis – Qual a sua missão e objectivos prováveis, e como é que ele
provavelmente os cumprirá?

Os factores do inimigo devem ser examinados em ralação aos factores das nossas forças. Uma
dedução acerca do inimigo deverá resultar numa acção que as nossas forças devem levar a cabo
para deter ou derrotar o inimigo. Como os factores sobre o inimigo e as nossas forças são
examinados em conjunto, tornar-se-ão evidentes as vantagens e inconvenientes, os pontos fortes e
os pontos fracos de cada um deles. As deduções e o plano subsequente, deverão procurar explorar
as fraquezas do inimigo e negar ou minimizar as nossas, conter o forte do inimigo e tirar partido
dos pontos fortes das nossas forças.
Ao analisar quer os factores do inimigo quer os das forças amigas o Comandante de Batalhão
deverá tomar em consideração o plano da Brigada, certificando-se de que compreendem a
operação numa perspectiva global.
Uma análise do inimigo pode ser feita à luz dos seus factores MITM-T; por outras palavras, o
que ele tenta cumprir (a sua missão), que pontos fortes ou pontos fracos ele tenta ultrapassar ou
explorar (a sua análise sobre o inimigo), como ele utilizará o terreno, que forças e equipamento
tem, e quais são as suas limitações de espaço e de tempo?
Quando estuda as forças do inimigo, o OfInfo, durante as operações ofensivas, procura obter a
localização dos pelotões inimigos para que o Comandante possa organizar as suas subunidades
com um potencial que se sobreponha ao inimigo.
Ao mesmo tempo que o escalão das forças, o tipo das unidades inimigas e o seu equipamento,
devem ser comparados os sistemas de armas da infantaria. Face a unidade blindadas inimigas, as
secções de mísseis guiados pesados e emboscadas ACar, utilizando mísseis guiados médios,
podem ser colocados bem à frente. Entretanto a infantaria prepara-se para bater, em profundidade,
as unidades inimigas blindadas e de infantaria. As nossas forças tiram o maior partido de terreno
restritivo para degradar a mobilidade dos blindados e maximizar a eficácia das suas armas anti-
carro ligeiras, e armas ligeiras individuais.
Contra forças inimigas de Infantaria cujo poder de fogo não exceda o das nossas forças, as
unidades de infantaria podem iniciar a sua defesa na orla de matas para tirar o máximo partido dos
campos de tiro oferecidos por terreno mais aberto.

c. Terreno

Em todas as operações militares, a análise do terreno contempla os critérios descritos na sigla


OCOP.

(1) OBSERVAÇÃO E CAMPOS DE TIRO

Por observação, entende-se tudo aquilo que pode ser visto; os campos de tiro determinam
aquilo que pode ser batido. Isto refere-se tanto às forças amigas como inimigas.
Normalmente, o terreno elevado oferece boas linhas de vista e maiores campos de tiro,
especialmente importantes para o posicionamento das armas de tiro directo de longo alcance
e para bater o inimigo com fogos indirectos. Ter observação e campos de tiro é
particularmente importante para as forças na defensiva para as forças em apoio, na ofensiva.
Inversamente, as forças atacantes devem estar conscientes da observação e campos de tiro do
inimigo, para que as forças possam escolher itinerários cobertos e abrigados.

(2) COBERTOS E ABRIGOS

Os abrigos protegem dos fogos; os cobertos protegem da observação. As forças amigas


devem tirar partido de todos os cobertos e abrigos que o terreno oferece. Cavar posições de
combate, construir protecção superior e pára-dorso são formas da infantaria poder obter
cobertos e abrigos.

(3) OBSTÁCULOS

O Comandante deve ter em consideração os obstáculos que possam impedir o deslocamento


das forças. Os obstáculos anti-carro, tais como, campos de minas, barricadas e fossos anti-
carro, são construídos para destruir, canalizar e impedir o avanço das forças inimigas, bem
como aumentar o seu tempo de exposição. O Comandante necessita de conhecer a
localização, extensão e valor dos obstáculos se ele quer calcular com exactidão as medidas,
necessárias para os ultrapassar ou evitar, ou para determinar como um obstáculo poderá
melhorar o seu esquema defensivo. Os obstáculos são mais eficazes quando são batidos por
fogos. As unidades de infantaria, sendo menos limitadas nos seus mo0vimentos por
obstáculos naturais do que unidades mecanizadas, podem utilizar EAprx através de terreno
restritivo para obter a surpresa e a vantagem de mobilidade sobre as forças inimigas
motorizadas e/ou blindadas.

(4) PONTOS IMPORTANTES

Ponto importante é qualquer área ou local que dá uma nítida vantagem a quem o conquistar
ou o controlar. O terreno também pode ser denominado como “decisivo” se ele tem um
grande impacto na missão. A designação de terreno decisivo vem do reconhecimento de que
o cumprimento da missão depende da sua conquista ou controlo. Os pontos importantes são
indicados no estudo de situação do Comandante ou no estudo de situação de operações.
Durante uma operação, os pontos importantes devem ser controlados pelas nossas forças.
Deve ser coberto por fogos e/ou limpo e ocupado por forças de manobra.

(5) EIXOS DE APROXIMAÇÃO

São considerados Eixos de Aproximação (EAprx) quer nas operações ofensivas quer nas
operações defensivas, sob o ponto de vista das forças inimigas e do inimigo.
Geralmente são considerados em termos de outros aspectos do OCOPE.
Um bom EAprx para forças de infantaria oferece um razoável grau de mobilidade com
poucos ou nenhuns obstáculos. (Contudo a utilização de terreno restritivo pode dar à
infantaria a vantagem da surpresa). Um bom eixo também oferece cobertos, abrigos e boas
linhas de comunicações e de reabastecimento.
Os EAprx inimigos são analisados mais em termos de espaço de manobra disponível e do
número de unidades que cada eixo pode conter, obstáculos que podem aí ser colocados, e os
locais onde o Comandante pode retardar, deter e derrotar o inimigo.
Para continuar a discussão do terreno como um factor do MITM-T, o Comandante deve
considerar o impacto das distâncias, por outras palavras, espaço, no cumprimento da sua
missão. Os movimentos gastam tempo e são considerados na ralação tempo necessário,
tempo disponível. As profundidades e as frentes das forças amigas e das forças inimigas
também ocupam espaço de terreno, espaço esse que deve permitir a dispersão das forças,
outra consideração importante, especialmente em ambiente NBQ.
Por isso, o tempo e o espaço estão interligados, particularmente quando há disparidade entre
a velocidade e a mobilidade dos elementos de manobra. Se houver pouco tempo, o
Comandante do Agrupamento, por exemplo, pode ter de deslocar os carros de combate como
unidade pura enquanto a infantaria os seguem. Ele também pode deslocar a unidade com a
infantaria montada nos carros. O Comandante deve utilizar todos os veículos ou aeronaves
disponíveis para sincronizar a velocidade e deslocamento dos carros de combate com a
infantaria.
Tal como o espaço, também as condições meteorológicas estão relacionadas com o terreno
como um factor do MITM-T. As condições meteorológicas afectam os homens, os
equipamentos e o terreno. As más condições meteorológicas têm mais impacto no emprego
das unidades do que quando faz bom tempo. Em temperaturas muito frias ou muito quentes, a
fadiga aumenta, reduzindo a eficiência da força.
A escuridão, o nevoeiro, a neve e outras situações de visibilidade limitada, limitam a
visibilidade no campo de batalha. Geralmente, a escuridão por si só facilita o combate, e pode
ser um recurso durante as operações. As forças com aparelhos de visão nocturna têm nítida
vantagem sobre as que não os têm. A visibilidade artificial, contudo, diminui a eficácia da
maioria dos aparelhos de visão nocturna. A infantaria pode tirar partido das más condições
meteorológicas, da escuridão e de outras condições de visibilidade limitada para se deslocar
sem ser detectada.

d. Meios

O Comandante de Batalhão trava combate com as Companhias de manobra. Quando faz a


articulação das forças, ele deve assegurar-se de que cada Companhia tem o número e tipo de
pelotões suficientes para cumprir a sua missão. A diferença de mobilidade, sobrevivência e de
poder de fogo da infantaria, mísseis guiados anti-carro e os CC em reforço da ao Comandante a
complexa tarefa de explorar ao máximo todos os seus sistemas sem sacrificar a integridade do
Batalhão e das acções de armas combinadas. A sobrevivência dos carros de combate e dos mísseis
anti-carro aumenta quando empregues conjuntamente com infantaria, emprego esse que deve ser
considerado tanto nas operações ofensivas como nas defensivas.
Além daquelas considerações tácticas, o Comandante deve examinar o estado moral e de instrução
da sua unidade; o seu estado de manutenção e de reabastecimentos; se tem um adequado apoio de
combate e de serviços; e a personalidade e agressividade dos seus comandantes. Deve calcular as
possíveis tarefas das companhias e certificar-se que possui tropas capazes de executar essas
tarefas.

e. Tempo disponível

O tempo, como um factor do MITM-T, sendo crítico para cada fase da conduta de uma operação,
é uma das principais considerações a ter em conta na elaboração de qualquer estudo de situação.
Eis algumas considerações mais críticas a ter em atenção nos estudos de situação:

(1) Tempo disponível para preparação e planeamento.


(2) Tempo para movimentar a partir de zonas de reunião para o sector, posições de combate ou
para bases de ataque.
(3) Tempo gasto no ataque desde da LP ou LC ao objectivo ou a uma LF.
(4) Tempos de retardamento.
(5) Tempos de limite na manutenção de Pontos Importantes.
(6) Tempo necessário para o assalto (para destruir o Inimigo). Deve ser considerado o tamanho
do objectivo(s) e o potencial do inimigo que lá se encontra além de outros factores do MITM-
T que se possam aplicar aqui. O inimigo fortemente concentrado e as dificuldades do terreno
retardam o cumprimento da missão.
(7) O tempo necessário para o inimigo se fixar numa posição.

SECÇÃO V – PLANOS E ORDENS

Os planos e ordens exprimem o conceito da operação do Comandante. O processo de planear,


coordenar e emitir ordens obriga sempre a um compromisso entre a necessidade absoluta de velocidade e da
rapidez de resposta, e a necessidade de seguir um processo ordenado e um planeamento minucioso.
RELAÇÃO DE TEMPO PARA OS CONCEITOS E ORDENS

ANTES DO PAUSA NO COMBATE DURANTE O COMBATE


TEMPO COMBATE ALGUM TEMPO NÃO HÁ TEMPO
DISPONIVEL DISPONIVEL DISPONIVEL
BASTANTE TEMPO

CONCEITO CONCEITO
DA CONCEITO ACTUALIZADO
OPERAÇÃO DETALHADO (VERBAL)
(ORAL E
ESCRITA)

ORDEM ORDEM SEGUNDO OS PARAG ORDENS AOS CMDT DAS


DETALHADA DA OOP UN DE MANOBRA E DE
(VERBAL E (VERBAL E NO AP FOGOS
ESCRITA) TERRENO) (VERBAL, VIA RÁDIO)

Fig 3-3

Como foi dito anteriormente nos factores do MITM-T, é importante a distribuição do tempo
disponível, pelo Comandante. Os elementos de manobra devem ter o tempo necessário para planear e
preparar a operação, mesmo que o Comandante tenha de lhes dispensar algum tempo que ele tenha
reservado para si.
Antes do combate, o Comandante e seu EM terão de ter tempo para analisar em detalhe como ele irá
ser travado. Este processo culmina numa OOp, apresentada em linguagem lógica e acessível. Nestas
condições, o Comandante pode funcionar não apenas como entidade emissora da ordem mas também como
elemento do grupo de planeamento. O Comandante tem tempo para prestar atenção a um certo número de
pormenores.
Em circunstâncias normais de combate, o Comandante de Batalhão contará apenas com algumas
horas, ou talvez mesmo minutos, antes de executar a missão. Nestes casos a ordem será abreviada. E
provavelmente ela não será escrita, reproduzida, nem distribuída, mas deverá ser dada verbalmente sempre
que possível. O Comandante pode dar a ordem aos seus subordinados, a partir de notas, tendo por base o
articulado da OOp, de uma carta, de um transparente, ou de um esquema do terreno. Porque o tempo é
normalmente limitado, o Comandante, logo que possível, deve emitir uma Ordem Preparatória. Ele deve
informar as Companhias, o mais rapidamente possível, da nova missão e do esquema geral de manobra. Isto
permite que o 2º Comandante e os Oficiais Adjuntos das Companhias accionem o deslocamento das forças,
enquanto o Comandante e o seu EM adiantam pormenores do planeamento.
No auge do combate, O Comandante só terá tempo de acompanhar determinados aspectos da acção,
avaliar a situação, decidir e emitir ordens. Estas são ordens Parcelares, verbais e curtas, são instruções para
o deslocamento e missões das Companhias. Como as Companhias e os outros elementos do Batalhão estão
familiarizados com o conceito da operação do comandante, e com a ordem inicial, as Ordens Parcelares
devem desencadear uma reacção adequada de toda a força.
Se houver tempo disponível, o Comandante e o seu EM planeiam as operações em pormenor, de
acordo com a sequência das acções de comando e EM. Todavia, se a premência de uma acção imediata
impossibilita o planeamento detalhado, as decisões são baseadas no conceito da operação actualizado do
Comandante. Tal não significa que o EM não seja consultado nem empregue em situações de premência de
tempo. Ao contrário, a falta de tempo para realizar um planeamento pormenorizado exige maior eficiência
no trabalho de EM, de tal maneira que possibilita a continuidade das operações. Em tais condições, o EM
deve planear e executar, por sua iniciativa, as actividades consideradas de rotina, as quais têm de estar em
conformidade com o conceito da operação do Comandante. O uso de NEP tácticas, detalhadas e
actualizadas, economiza tempo, tornadas desnecessárias ordens e instruções.
O Anexo A tem exemplos de ordens emitidas pelo Comandante de Batalhão baseadas no tempo e nas
informações disponíveis.

SECÇÃO VI – POSTO DE COMANDO DO BATALHÃO

0317. ORGANIZAÇÃO

Durante o combate, a direcção, coordenação e controlo das operações são levadas a efeito pelo
Comandante de Batalhão, o qual em conjunto com o seu Grupo de Comando (GrCmd), localiza-se
bem à frente, de onde possa ver e influenciar o combate. A direcção, coordenação e controlo do
combate são apoiadas a partir do Posto de Comando (PC) do Batalhão, e os elementos Batalhão não
directamente envolvidos no combate, são controlados pelo PC em conjugação com instruções
específicas do Comandante ou com base na sua intenção. O PC pode incluir o 2º Comandante
(CEM), elementos ou seus representantes do EM Coordenador, Oficiais do EM Técnico, OAF,
Pessoal de ligação com as viaturas e equipamentos necessários. Durante as pausas do combate, o
Comandante, acompanhado do seu GrCmd, pode voltar ao PC para planear operações futuras e
emitir ordens. O Centro de Operações Tácticas (COT), o qual inclui o OAF, está incluído na área do
PC. O apoio de fogos é coordenado no CCAF. O pessoal envolvido na coordenação do apoio de3
fogos inclui o OAF, o adjunto do OfOp, um elemento do PelMortP, o Oficial do Controlo Aéreo
Táctico (TACP), um Oficial de Ligação para apoio de fogos navais (se há apoio de fogos navais), o
Oficial NBQ, e representantes de outros meios de apoio de fogos. O OAF está normalmente
colocado no COT. Quando o GrCmd se destaca do PC, o TACP e o OAF seguem com este grupo.
A localização, funcionamento e mudança do PC estão normalmente contempladas em NEP. A
localização do PC deve ter em consideração o dispositivo das NF, do inimigo, das vias de
comunicação, da necessidade de transmissões, da situação táctica, da necessidade de espaço, de piso
consistente para viaturas e a necessidade de segurança.
No ataque, o PC deve localizar-se inicialmente bem à frente para facilitar o controlo e evitar
mudanças sucessivas. Na defesa é normalmente colocado na retaguarda do sector para evitar
mudanças face a penetrações inimigas, evitar interferências com os elementos de manobra das NF,
evitar os meios de guerra electrónica do inimigo e para minimizar os efeitos de artilharia inimiga.
O PC pode estar perto da reserva, por questões de segurança, mas o Comandante da CCS é o
responsável pela segurança imediata. Para montar esta segurança, o Comandante da CCS tem
diversas opções. A segurança pode ser montada pelos seguintes elementos:
. Pessoal da CCS
. Atiradores (Secções/pelotões das CAt)
. Pessoal do PC
. Pessoal de recompletamentos

O Comandante da CCS pode organizar o pessoal do PC principal em secções e atribuir-lhes sectores


para a defesa imediata. Uma vez que quase todo o pessoal do PC está empenhado nas sua áreas
funcionais durante as operações, e uma vez que o PC muda de localização frequentemente, este
pessoal em breve ficará fatigado e tornar-se-á ineficaz. O Comandante da CCS, em coordenação com
o EM, elabora um plano de descanso para que o pessoal do PC possa executar quer os seus deveres
normais, como os inerentes à segurança física.
O OfOp escolhe a localização geral para o COT, baseado na situação táctica, depois de consultar o
OfTm e o OfPess.
Na determinação da localização do COT, durante operações ofensivas, deve-se ter em consideração
que a localização assegura boas transmissões quer longitudinalmente quer lateralmente, uma
localização que tenha bons itinerários de entrada e saída, cobertos e abrigados, e num local situado
bem à frente (mas não exposto aos fogos directos) para que o COT possa exercer o controlo das
operações. É ideal que o COT esteja localizado dois a três compartimentos de terreno atrás da
companhia (ou subagrupamento) testa.
Na defesa, a localização do COT é orientada por considerações semelhantes às da ofensiva. A
localização deve ser suficientemente afastada das unidades da frente (para estar protegido dos fogos
indirectos e da guerra electrónica), garantir boas transmissões, não deve interferir com as mudanças
das unidades para novas posições e ter itinerários que favoreçam o rápido deslocamento do COT.

As áreas urbanizadas são boas localizadas para o COT do Batalhão. Estas áreas fornecem bons cobertos e
abrigos da observação e dos fogos inimigos. O COT pode ser localizado numa cave ou noutro abrigo
disponível. Os veículos podem ser parqueados em garagens ou em armazéns. Pode-se manter a disciplina de
luzes tapando as janelas, o que permite trabalhar-se durante a noite com mínimo de risco. Quando não se
pode utilizar áreas urbanizadas, o COT deve-se localizar numa contra-encosta de forma a ter boa cobertura e
abrigo da observação e dos fogos do inimigo. Se possível, a área deve permitir dissimulação contra
observação e ataques aéreos. O terreno deve suportar o tráfego das viaturas e ter espaço suficiente para os
dispersar.
0318. GRUPO DE COMANDO DO BATALHÃO

Durante as operações tácticas, o Comandante de Batalhão deve formar um Grupo de Comando


(GrCmd) (uma subdivisão do PC) para operar à frente do PC. Não há organização fixa para o
GrCmd; é constituído por pessoal e equipamento escolhido pelo o Comandante do Batalhão para
uma dada situação. O GrCmd, para além do Comandante pode ser constituído pelo OfInfo, pelo
OfOp, OAF, pessoal de ligação e meios de transmissões, viaturas e meios aéreos, se necessários e
estiverem disponíveis. Operando à frente do PC com um GrCmd, o Comandante de Batalhão pode
mais eficazmente influenciar as operações de combate. O GrCmd mantém ligação contínua com o
PC, para troca de informações essenciais.
Durante o movimento, os meios de comando e controlo são divididos. Quando o movimento se
realiza sobre um eixo, o GrCmd operará perto da frente do corpo principal, enquanto o resto do PC
se deslocará perto da retaguarda da formação do Batalhão se desloca em dois eixos, o Comandante
pode colocar elementos de controlo em cada eixo. Quando o Comandante dispõe de um helicóptero
para comando e controlo, é normalmente acompanhado pelo OfOp, pelo OAF, ou outro pessoal de si
escolhido.

0319. POSTO DE COMANDO DE ALTERNATIVA

POSTO DE COMANDO DE ALTERNATIVA

OAZR

SEC OPERAÇÕES
SEC INFORMAÇÕES Cmdt Bat Grupo
CO
ElTAp FOGOS COT OfOp de
Of LIGAÇÃO OfInfo COMANDO
OAF

Cmdt CApComb PC
Cmdt Cat de
Cmdt Pel Tm Altn
Cmdt PelMortP

OAZR

Fig. 3-5

O PC de alternativa, para ser eficaz, deve estar apto a: apoiar a situação táctica; comunicar com os
escalões superior, adjacente e inferior; e ser constituído por pessoal com suficiente experiência de
forma a controlar o combate até que o PC principal fique novamente operacional.
O PC de Alternativa deve estar apto a assumir o controlo do combate, se o GrCmd e o PC ficarem
inoperacionais.
O PC de alternativa deverá estar a par da situação táctica para estar tão bem informado como o PC
Principal. O PC de Alternativa deverá manter-se em escuta rádio na rede de comando do Batalhão,
por questões de segurança, até que ele tenha de assumir as funções do PC Principal.
A organização, composição e equipamento do PC de Alternativa devem estar previstas em NEP do
Batalhão, mas a sua capacidade de instantaneamente assumir os deveres e funções do PC Principal,
sem perda de eficiência, é a preocupação fundamental da sua organização.

0320. ARRANJO DO POSTO DE COMANDO

O OfPess determina o arranjo interno do PC em coordenação com o OfTm e com o Comandante da


CCS.
O centro de mensagens é localizado perto da entrada do PC.
O parque de viaturas deverá ter boas entradas e saídas e, se possível, ter cobertos para evitar ser
detectado pelo ar.
Os rádios estão ligados ao PC por controlo remoto, mas localizados em terreno vizinho que aumente
a sua eficácia e garanta uma certa segurança das transmissões, iludindo o inimigo quanto à
localização exacta do PC.
A disciplina de luzes, ruídos e vestuário assume uma importância especial em termos de segurança.

0321. FUCIONAMENTO DO POSTO DE COMANDO

O PC é organizado para funcionar continuamente. Os elementos do EM normalmente trabalham por


turnos, para garantirem funcionamento afectivo durante 24 horas.
As mensagens entregues por mensageiros, normalmente vão primeiro ao centro de mensagens. As
mensagens são registadas e imediatamente entregues na secção de EM mais interessada no seu
conteúdo e depois para as outras secções, para informação.
Todas as mensagens recebidas podem ser enviadas ao Oficial que no momento é responsável pelo
PC; contudo, normalmente elas não são enviadas directamente para ele. O EM actua de acordo com
a mensagem recebida e quando for caso disso, informa sem demora o Comandante do seu conteúdo.
As mensagens operacionais recebidas podem ser levadas directamente para o Centro de Operações
Táctico (COT), verificando-se mais tarde o seu processamento.
As mensagens expedidas são entregues no centro de mensagens em duplicado. O Expedidor de
mensagens importantes que afectam a unidade ou a secção do EM, assegura-se de que o resumo é
registado no Diário. As mensagens são processadas e registadas no centro de mensagens.
As mensagens via rádio são normalmente recebidas directamente no COT e dessiminadas pelo
pessoal a quem diz respeito, para acção ou informação. Uma síntese de mensagens importantes
recebidas é preparada para inclusão no Diário da unidade.

0322. DESLOCAMENTOS DO POSTO DE COMANDO

Se possível, o deslocamento do PC deve ser realizado em períodos de visibilidade limitada.


A deslocação do PC pode ser determinada por NEP, directivas de comando, ou pela modificação do
dispositivo táctico das NF, planeado ou em curso. A deslocação pode também ser determinado por
acções do inimigo, tais como:
. Interferência nas transmissões
. Manobra terrestre que ameace a segurança do PC
. Possibilidade dos meios de informações (observação aérea e outros meios) de localizar o PC, se
ele permanece muito tempo no mesmo local.
Quando é necessário o deslocamento, o OfOp coordena com o OfTm do Batalhão e o OfPess, antes
de recomendar ao Comandante uma nova posição para o PC e a hora do deslocamento. Antes do
deslocamento o OfPess coordena com os seguintes oficiais do EM:
. OfInfo para previsões meteorológicas, condições de itinerários e situação do inimigo.
. OfLog para assuntos de ordem logística e de transporte.
. OfTm

A secção de Quartéis desloca-se para a área do novo PC. A secção de Quartéis será normalmente
constituída por um oficial do comando (OfPess ou o Comandante da CCS), um elemento da
segurança, e representantes de várias secções de EM e das unidades que irão ocupar espaço na área
do PC. Depois do oficial da Secção de Quartéis ter escolhido o local exacto do PC, designa o local
para cada elemento e coloca guias para os elementos que vão chegando, orientando-os para as suas
áreas.
O PC normalmente desloca-se em dois escalões de forma a assegurar a continuidade das operações.
Normalmente o primeiro escalão é constituído pelo GrCmd. Enquanto o GrCmd se desloca para o
novo local e se prepara para operações, o resto do PC contínua na antiga localização, sob o controlo
do 2º Comandante. O Comandante da Brigada e, as unidades orgânicas, de reforço e de apoio são
informadas da localização exacta e a hora de abertura do novo PC. Quando o GrCmd está pronto
para operar na nova localização, 2º Comandante é informado e o resto do PC desloca-se para o novo
local. O GrCmd deve assumir todas as funções do COT até o novo PC estar estabelecido.
Durante as operações, o PC pode ser mudado frequentemente para se salvaguardar do conhecimento
da sua localização por parte do inimigo e dos fogos indirectos que o podem bater.
Por vezes o PC pode deslocar-se em bloco. Nesse caso, o comando e controlo é efectuado pelo
GrCmd.

SECÇÃO VII – COMUNICAÇÕES

O sistema de comunicações do Batalhão é o seu principal meio de comando e controlo das suas
operações.
Uma segura comunicação via rádio é uma forma rápida e fácil de o Comandante de Batalhão
comunicar com os Comandantes subordinados, mas os meios rádio são susceptíveis de interferências
em terreno arborizado e em más condições atmosféricas. Por isso devem-se utilizar antenas
direccionais ou controlo remoto.
Em operações estáticas, os telefones fornecem comunicações seguras entre as unidades, mas os
fios telefónicos são facilmente danificados pela artilharia, pelo tráfego de viaturas e por condições
atmosféricas adversas. Em algumas situações, podem ser necessários mensageiros para garantirem a
ligação entre Comandantes; em outras circunstâncias os sinais visuais podem ser o meio mais eficaz.
As transmissões por mensageiros tornam-se de crucial importância quando outros meios de
transmissões estão inoperacionais.
Durante as operações tácticas, normalmente o comandante desloca-se para o ponto crítico, ou para
perto dele, para que possa comunicar com as suas forças pessoalmente. Veja o Capitulo 8 e o
Anexo G para mais detalhes sobre comunicações.
SECÇÃO VIII – OPERAÇÕES DE SEGURANÇA

Deve-se manter a segurança em todas as fases se uma operação. As operações de segurança são
uma parte integrante do planeamento, da instrução da unidade e das operações de combate a todos os
escalões de comando. As operações de segurança negam informações ao inimigo sobre as
actividades das NF por forma a que as forças inimigas reajam tardiamente.
O OfOp tem a responsabilidade primária pelas operações de segurança, sendo ajudado pelo
OfInfo.

0323. PLANEAMENTO DAS OPERAÇÕES DE SEGURANÇA

Para formular medidas de protecção para as operações de segurança, a unidade deve primeiro
realizar os seguintes passos:
. Determinar os aspectos essenciais da missão futura.
. Formular as prioridades das informações necessárias.
. Analisar os riscos.
. Determinar as necessidades de contra-m3edidas e de decepção.
. Completar uma estimativa das operações de segurança (verbal ou escrito).
. Prepara um plano de operações de segurança e/ou um plano de decepção (verbal ou escrito)

0324. MEDIDAS DAS OPERAÇÕES DE SEGURANÇA

Há três tipos de medidas das operações de segurança:

a. Contravigilância

Medidas tomadas para proteger as verdadeiras actividades e operações das NF.

b. Contramedidas

Medidas tomadas para eliminar ou reduzir o sistema de informações do inimigo e a sua guerra
electrónica, que ponham em perigo as actividades das NF.

c. Decepção

Medidas tomadas para criar uma falsa imagem das actividades e operações das NF.
CAPITULO 4

OFENSIVA

SECÇÃO I - GENERALIDADES

0401. DEFINIÇÃO

A ofensiva é uma operação de combate destinada principalmente a destruir o inimigo.

0402. FINALIDADE

A missão principal do atacante é a destruição de forças inimigas. A destruição pode incluir a


conquista de objectivos decisivos, a captura das suas tropas, abastecimentos e equipamento, ou
destruir a sua vontade de combater. A destruição da força de combate do inimigo, que por si só
garante a vitória no combate, é melhor cumprida através das operações ofensivas. Por esta razão, a
ofensiva é a forma mais decisiva da guerra.
O Batalhão pode participar em operações ofensivas como parte de uma GU, para cumprir qualquer
das seguintes finalidades:

• Destruir forças inimigas


• Conquistar terreno importante ou decisivo
• Esclarecer a situação e obter informações
• Privar o inimigo de recursos
• Fixar o inimigo nas posições defensivas

0403. CONCEITOS OPERACIONAIS DA OFENSIVA

Os conceitos operacionais para um Exercício já foram esplanados no Cap. 1.


Apresenta-se aqui um breve resumo.
Um ataque eficaz é caracterizado pela utilização da iniciativa, profundidade, rapidez e sincronização.
Os Comandantes e os seus subordinados devem:

a . Conquistar e manter a iniciativa

Manter o ímpeto do ataque através de uma manobra agressiva e explorando as fraquezas e


vulnerabilidades do inimigo, para obter um resultado decisivo antes que o inimigo possa reagir. Se
o esforço principal falhar, explorar o ataque secundário que melhores resultados obteve.

b . Conseguir a profundidade

Conseguir a profundidade com uma reserva que possa manter o ímpeto do ataque. Antecipar-se às
reacções do inimigo e aos movimentos dos seus segundos escalões e das suas reservas. Iludir o
inimigo quanto às intenções das NF, por forma a que ele reaja demasiado tarde. Atacar em
profundidade – rapidamente - para enfraquecer as defesas inimigas em apoio mútuo, por forma a
permitir a sua derrota por partes.
c . Garantir a rapidez

Garantir a flexibilidade nas operações, que deverá ser tanto maior quanto maior for a da força a
bater. Isto impedirá que o inimigo reaja eficazmente, ou seja demasiado tarde. O Batalhão deve
surpreender o inimigo com acções rápidas e decisivas.

d . Conseguir e manter a sincronização

Conseguir e manter uma sincronização das armas combinadas, por forma a manter uma pressão
constante e violenta sobre o inimigo. Manter o impero do ataque, conseguindo a sua sincronização
entre os sistemas de combate e os sistemas logísticos. Uma boa sincronização aumenta o potencial de
combate do Batalhão e pode, mais do que tudo, compensar a falta de pessoal ou de sistemas de armas
individuais. A sincronização advém de um bom trabalho de equipa e execução perfeita de EM.

SECÇÃO II – FUNDAMENTOS DA OFENSIVA

0404. INTRODUÇÃO

O sucesso do Batalhão no ataque será tanto maior quanto melhor o Comandante e o seu EM, os
Comandantes subordinados e as tropas, conhecerem e aplicarem os fundamentos da ofensiva. Estes
fundamentos, no escalão Batalhão, são:

• Ver o campo de Batalha


• Tirar o melhor partido dos sistemas de armas
• Concentrar um potencial de combate superior
• Bater, esmagar e destruir o inimigo
• Garantir o apoio contínuo
• Ser flexível

0405. VER O CAMPO DE BATALHA

A primeira exigência, em qualquer escalão de comando, é ver o campo de batalha. Isto significa
conhecer o inimigo, saber onde ele está a qual o seu dispositivo, conhecer as suas capacidades e
vulnerabilidades, comparadas com as do batalhão, e conhecer o terreno. O comandante de Batalhão
deve saber as possibilidades das armas do inimigo e conhecer perfeitamente a sua doutrina
defensiva. Como ele organiza a sua defesa em profundidade, como ele procura atrair o atacante para
dentro das bolsas de fogo e então contra-atacar, e como ele emprega obstáculos.
O Comandante deve estar pessoalmente envolvido na obtenção de informações. Ele analisa todos os
dados disponíveis fornecidos pelo comendo superior e procura obter mais notícias. Ele utiliza
patrulhas, radares de vigilância terrestre, e liga-se com as unidades familiarizadas com o terreno e
com o inimigo, parta obter mais informações.
O Comandante tem de conhecer todos os aspectos do terreno em que as suas forças irão actuar. Dado
que raramente consegue observar para além da elevação mais próxima, deve analisar e tirar
conclusões a partir da interpretação de fotografias aéreas e cartas.
Uma vez começado o ataque, os Comandantes subordinados seguem o avanço das suas unidades o
mais à frente possível. O Comandante de Batalhão desloca-se de ponto dominante em ponto
dominante para poder observar a actividade dos seus elementos mais avançados. “Sentindo o
combate”, ele pode alterar o ímpeto e a direcção do ataque.

0406. TIRAR O MELHOR PARTIDO DOS SISTEMAS DE ARMAS

Para cada situação de combate, existe uma combinação “óptima” dos sistemas de armas. Mas no
ataque, a situação muda rapidamente. Normalmente organizam-se as companhias com uma mistura
de infantaria e mísseis guiados anti carro pesados, o que torna esta organização mais flexível no seu
emprego.
Contudo, há excepções a esta estrutura. Por exemplo, se o conceito do Comandante é de penetrar
com uma Companhia enquanto as outras duas apoiam pelo fogo, ele pode manter o PelACar sobre o
controlo do Batalhão. Se não existe terreno a partir do qual as armas anti carro possam fazer tiro
eficaz, isto faz com que elas sejam retiradas às Companhias. Se houver um flanco que necessite de
forças de segurança adicionais, o PelRec poderá ser reforçado com armas anti carro.
Independentemente da organização adoptada pelo Comandante, ela tem garantia que os seus
sistemas de armas e as suas Companhias estão ajustadas à missão, ao terreno e ao inimigo que se
espera vir a encontrar. Todos os sistemas devem estar em apoio mútuo. Eles devem receber o apoio
de combate e o apoio de serviços de que necessitam. Os sistemas devem ser reorganizados à medida
que a situação evolui.

0407. CONCENTRAR UM POTENCIAL DE COMBATE SUPERIOR

Se o inimigo não apresentar pontos fracos, pode-se criar um através da surpresa, da concentração de
fogos maciços, ou isolá-lo do apoio mútuo. O inimigo pode ser surpreendido quer pela hora, quer
pela localização, quer pela direcção do ataque, O potencial de fogos, quer directos, quer indirectos ,
pode enfraquecer uma área nas linhas defensivas. A supressão com fogos directos, de artilharia, e de
fumos, contra posições adjacentes, pode isolar a área escolhida para rotura e penetração das forças.
Atacando em períodos de visibilidade limitada também se pode isolar áreas do apoio de posições
adjacentes., A guerra electrónica, executada pela Divisão, pode também contribuir para a
desarticulação da capacidade de comando e controlo do inimigo.
Pode-se obter um potencial de combate superior concentrando forças numa frente estreita. Uma vez
que um Batalhão inimigo defenda com quatro a seis Pelotões à frente, o Batalhão poderá concentrar-
se em um, ou quanto muito dois Pelotões de cada vez, numa frente de cerca de um quilómetro.

0408. BATER, ESMAGAR E DESTRUIR O INIMIGO

O Batalhão investe através do ponto fraco das linhas inimigas, com toda a velocidade, potencial de
fogo, e violência que ele pode gerar. O Batalhão desloca-se com rapidez para dividir por partes a
defesa, atacando um pelotão de cada vez. Se possível as posições preparadas são ultrapassadas, e
apenas limpas, quando tal se torna absolutamente necessário. A velocidade do ataque ajuda muito a
manter a segurança do Batalhão. Se o ataque foi temporariamente parado, o Comandante deve tentar
ultrapassar a resistência através de um ataque imediato. O Comandante explora o sucesso,
procurando constantemente novos pontos fracos do inimigo. O Comandante conduz a unidade com
determinação para objectos na retaguarda do inimigo, desarticulando o seu sistema de comando e
controlo, a sua artilharia, a sua defesa aérea, e o seu apoio de serviços, o que apressará a destruição
da força defensiva.
0409. GARANTIR UM APOIO CONTÍNUO

A violência e o rápido ímpeto do ataque impõem severas exigências ao Comandante e aos


responsáveis logísticos a todos os escalões. As linhas de comunicações devem estar protegidas dos
contra-ataques, para que os combustíveis, munições manutenção, e outros apoios logísticos possam
chegar às forças que estão a executar o ataque. Reabastecer, remuniciar, reparar e reequipar, deve
ocorrer continuamente e o mais à frente possível.

0410. SER FLEXÍVEL

A flexibilidade está contida nos outros cinco fundamentos da ofensiva. Ela é tratada separadamente
somente para realçar a sua importância. A flexibilidade obtêm-se através da instrução, de NEP já
bem testadas, e de decisões rápidas tomadas pelo Comandante e seus subordinados. Se se perder a
ligação, o conhecimento perfeito das intenções do Comandante permite que os seus Comandantes
subordinados utilizem a sua iniciativa para fazer face e ultrapassar, situações imprevistas. Um
planeamento e uma preparação detalhada, facilitam a rapidez da acção. A rígida obediência a um
plano, sem atender às mudanças de situação, pode levar a um desastre.

SECÇÃO III – A MANOBRA

Manobra é o emprego de uma força através do movimento, apoiado pelo fogo, a fim de se obter uma
posição vantajosa, a partir da qual se possa destruir, ou ameaçar destruir, o inimigo. As formas básicas de
manobra para as operações ofensivas são o ataque frontal, a penetração e o envolvimento. Nas operações
ofensivas, a forças atacantes utilizam estas formas de manobra para obter uma vantagem tácti8ca sobre o
inimigo, aproximar-se dele e destrui-lo. O Comandante pode orientar o seu ataque sobre a frente, flancos ou
retaguarda do inimigo. Ele procura atacar a defesa inimiga nos seus pontos fracos. Normalmente, é
preferível atacar um flanco inimigo ou a sua retaguarda, do que executar um ataque frontal.
O comando superior raramente indica a forma de manobra a ser adoptada pelo Batalhão. A melhor forma de
manobra a adoptar é determinada pela análise da missão, pelas características da área de operações, do
dispositivo inimigo e do potencial relativo de combate (PRC). A forma de manobra a adoptar – quer seja a
penetração, o ataque frontal ou o envolvimento – reflecte as intenções do Comandante.
As intenções do Comandante podem variar de operação para operação, mas apresentam-se normalmente
numa das seguintes formas:

• Fixar uma força inimiga na posição (ataque frontal)


• Esmagar e destruir um inimigo bastante fraco (ataque frontal).
• Romper e passar através da defesa do inimigo para conquistar um objectivo na sua retaguarda
(penetração).
• Passar por cima (pelo ar) ou contornar a defesa inimiga para atacar a sua retaguarda ou um flanco
(envolvi9mento).

Num ataque, unidades diferentes do mesmo escalão, podem usar ao mesmo tempo formas de manobra
diferentes. Por exemplo, num ataque de Brigada, o Batalhão do centro pode fazer uma penetração, com os
Batalhões à esquerda e à direita levando a cabo um ataque frontal para fixar o inimigo nas suas posições,
enquanto o quarto Batalhão faz um envolvimento aéreo, para conquistar um objectivo na retaguarda do
inimigo.
0411. ATAQUE FRONTAL

No ataque frontal, as forças atacantes utilizam os itinerários mais directos, por forma a bater o
inimigo ao longo de toda a frente. Este ataque é utilizado para esmagar ou capturar um inimigo fraco
ou para fixar uma força inimiga na posição, por forma a apoiar outro ataque. O Batalhão
normalmente conduz um ataque frontal quando faz parte de uma GU.
Embora a força atacante bata o inimigo ao longo de toda a frente, dentro da sua zona de acção, isto
não quer dizer que todas as suas forças sejam empregues em linha ou que todas as forças conduzam
um ataque frontal.
Durante o ataque frontal, o Comandante procura criar ou tirar partido das condições que permitam
uma penetração ou um envolvimento das posições inimigas. As Companhias tentam conquistar os
seus objectivos a partir de uma direcção que não seja frontal às posições inimigas, desde que o
terreno e o dispositivo inimigo o permitam.
Deve-se constituir uma reserva para reforçar o ataque frontal ou para explorar qualquer sucesso. Se o
ataque não tiver êxito, a reserva não deve ser empenhada. Ao fazê-lo reforça-se o insucesso.
O ataque frontal é favorável contra um inimigo fraco ou desorganizado, quando a situação não está
completamente esclarecida, quando o atacante tem um PRC esmagador, quando a situação e o tempo
disponível exigem uma resposta rápida a uma acção inimiga, ou quando a missão impõe a fixação do
inimigo, iludi-lo, ou auxiliar o ataque principal.
O ataque frontal é normalmente empregue na exploração do sucesso ou na perseguição; pela força de
apoio num envolvimento; pela força de fixação num ataque secundário; num reconhecimento em
força; e algumas vezes pela força de contra-ataque.
O ataque frontal, a menos que se tenha um PRC esmagador, raramente é decisivo; consequentemente
é rara sua adopção no ataque principal, visto que existem outras formas de manobra mais decisivas e
com possibilidades de terem menos perdas.

0412. PENETRAÇÃO

Na penetração, o ataque principal (ou o esforço principal) rompe através das posições defensivas do
inimigo, para dividir e destruir a continuidade da defesa inimiga e derrotá-la
por partes. Uma penetração com sucesso necessita de potencial de combate superior no local
escolhido parta romper as defesas inimigos.
Se se tem potencial de combate suficiente, podem-se fazer penetrações múltiplas contra um inimigo
fraco. Em tais casos, as forças atacantes podem convergir sobre um único objectivo ou conquistar
objectivos independentes, na retaguarda inimiga.

a . Generalidades

A penetração é normalmente feita quando o inimigo não tem flancos acessíveis ou quando o
tempo disponível não permite outra forma de manobra.
Uma penetração é favorável quando o inimigo se instala em grandes frentes, quando são
detectados pontos fracos, quando o terreno e a observação são favoráveis, e/ou quando se dispõe
de um poderoso apoio de fogos.
A penetração contra uma posição bem organizada requer um PRC que permita ímpero contínuo
no ataque. O ataque deverá desenrolar-se rapidamente para destruir a continuidade da defesa, visto
que, se é lento e demorado, o inimigo pode ter possibilidades de reagir. Se a rotura não é feita
violentamente, e os objectivos não são prontamente conquistados, a penetração torna-se num
ataque frontal. Este procedimento pode resultar em perdas elevadas e permitir ao inimigo
retroceder intacto, evitando assim a destruição.
A escolha dos locais de penetração é baseada nas seguintes considerações:

(1) TERRENO

O terreno deve permitir a mobilidade dos ataques secundários e da força de penetração


(ataque principal).

(2) POTENCIAL E PROFUNDIDADE DAS POSIÇÕES INIMIGAS

O ideal é que as posições escolhidas para a penetração estejam ligeiramente defendidas.

(3) ESPAÇO DE MANOBRA

Devem ser possíveis movimentos laterais para que se possa explorar rapidamente o êxito do
ataque de uma companhia.

(4) DISTÂNCIA AO OBJECTIVO

É desejável que o EAprx para o objectivo seja curto e directo, para evitar a fadiga e o tempo
de exposição aos fogos inimigos.

(5) SURPRESA

Deverá ser escolhido o local e o momento oportuno que permita a obtenção de resultados
rápidos e decisivos, por forma a que o inimigo não possa reagir.
(6) PLANOS DA BRIGADA

A escolha do local de penetração deve ser compatível com os planos da Brigada e favorecer o
seu cumprimento da missão.

O ataque principal, numa penetração do Batalhão, é feito numa frente relativamente estreita
(menos de 500 m) e dirigido para o objectivo imposto ou deduzido da missão. Normalmente, e
para um dado escalão, aquele objectivo situar-se-á em profundidade, pelo menos na área do
segundo escalão, do escalão semelhante, de modo que a sua conquista normalmente eliminará a
possibilidade do inimigo contra-atacar com a reserva.
A largura e profundidade da penetração depende da profundidade da posição inimiga e do
potencial de combate disponível do Batalhão. Uma penetração larga, torna mais difícil ao inimigo
contê-la, contudo, são necessários grandes meios para a executar. A
profundidade de penetração torna-se mais eficaz se se fizer recuar os seus bordos, dificultando o
restabelecimento da defesa inimiga, com retirada para nova posição Todavia, é fácil para o
inimigo fechar uma penetração profunda se contra-atacar os flancos expostos da força de
penetração.
O Comandante de Batalhão atribuirá objectivos intermédios ao ataque principal, somente se eles
são essenciais ao cumprimento da missão. Aos ataques secundários são atribuídos objectivos para
garantir uma largura adequada na área de rotura, para proteger os flancos, ou para evitar que a
força inimiga se desempenhe.
As medidas de controlo impostas pelo Batalhão, numa penetração, normalmente incluem de
reunião, bases do ataque, linha de partida, hora de ataque, zona de acção e/ou eixos de
progressão, objectivos, pontos de referência, pontos de passagem e linhas de fase.
b . Apoio de fogos

Normalmente a penetração é precedida por fogos de preparação para neutralizar as posições


inimigas, limitar a capacidade de reacção do inimigo ao ataque e cobrir os movimentos das
unidades atacantes. O emprego de armas nucleares pelo Comandante da Divisão ou da Brigada
deve ser considerado no desenvolvimento do esquema de manobra. Em algumas situações, os seus
efeitos na zona do ataque principal ou mesmo à retaguarda das posições inimigas, pode facilitar a
penetração.
A utilização de agentes químicos não – persistentes pode ser um meio expedito de romper a
posição inimiga, desde que eles aumentem a superioridade de combate das NF na área, sem
produção de obstáculos.
Contudo, se as unidades amigas têm de atravessar a área contaminada, deve-se ter em
consideração se o ímpeto do ataque não será afectado pela utilização de vestuário de protecção, ou
pela necessidade de descontaminação das unidades.
São planeados fogos para alargar a brecha, neutralizar as reservas inimigas, evitar os movimentos
das forças inimigas dentro e fora da ZA, e destruir qualquer objectivo que ameace seriamente o
cumprimento da missão.

c . Conduta

Seguindo os fogos de preparação, as unidades em 1º escalão atacam através das posições inimigas.
Podem ser utilizados ataques secundários para neutralizar os elementos de apoio de fogos, órgãos
de comando e controlo inimigos, ou garantir terreno que bloqueie os movimentos das reservas do
inimigo ou facilite o deslocamento contínuo do ataque.
À medida que o ataque progride, as unidades conduzem ataques para proteger os flancos do
ataque principal ou para alargar a brecha. As reservas exploram o sucesso ou apoiam o ataque
principal. Os contra-ataques inimigos são batidos pela reserva e/ou pelos fogos de apoio.
Quando o ataque rompe através das defesas principais do inimigo, aumenta a sua velocidade e
ímpeto, para conquistar ou ultrapassar o objectivo de penetração (o objectivo do ataque principal).
As forças do ataque principal podem ser ultrapassadas ou reforçadas pela reserva, para manterem
o ímpeto do ataque. Quando a reserva é empenhada, outra é constituída ou designada, tão cedo
quando possível. Todos os esforços são devotados à manutenção do ataque durante a conduta da
penetração.
Uma vez conquistado o objectivo de penetração, o Batalhão pode receber a missão de explorar ou
destruir instalações inimigas ou de destruir unidades que tentem escapar. As
unidades inimigas fixadas ou isoladas, são normalmente destruídas pelas reservas dos escalões
superiores ou apenas pelos fogos. São prontamente nomeadas forças de segurança para detectar e
retardar reacções inimigas ao ataque.

0413. ENVOLVIMENTO

No envolvimento, o atacante contorna o inimigo para bater o flanco ou retaguarda da posição


inimiga. Normalmente o envolvimento é preferível à penetração ou ao ataque frontal, visto que ataca
o inimigo de várias direcções, ou de direcções inesperadas, o que representa um multiplicador do
potencial de combate.
a. Generalidades

No envolvimento, o inimigo é forçado a combater em EAprx ligeiramente defendidos ou


inicialmente desguarnecidos. Simultaneamente o inimigo é batido frontalmente com fogos de
supressão, e por isso, será forçado a combater em várias direcções, ou a abandonar a sua posição.
De qualquer modo, a continuidade da sua defesa fica desarticulada e vulnerável à exploração do
sucesso.
Se possível, o atacante envolverá posições avançadas e ocupa terreno importante não defendido, o
que forçará o inimigo a abandonar posições organizadas. O envolvimento exige um flanco
acessível, isto é um flanco exposto, um ponto franco ou um intervalo no dispositivo inimigo, que
permita à força de envolvimento aproximar-se do objectivo.
Se não existir um flanco exposto ou um intervalo no sistema defensivo inimigo, poderão ser
criados intervalos com fogos, com a manobra, com uma operação de decepção ou com outros
meios. O envolvimento vertical só se pode executar desde que as defesas aéreas inimigas sejam
aniquiladas, por forma a que elas não possam interferir com as forças aeromóveis ou
aerotransportadas.
O Batalhão pode usar o envolvimento como forma de manobra dos seus próprios ataques ou tomar
parte num envolvimento de uma GU. No primeiro caso, uma ou mais Companhias do Batalhão
fazem acções de fixação, enquanto Companhias não empenhadas rodeiam o flanco do inimigo,
para conquistar objectivos à retaguarda. Quando faz parte de uma GU numa acção de
envolvimento, pode ser dada ao Batalhão a missão de envolver ou de fixar o inimigo na posição.
Os envolvimentos exigem um balanceamento apropriado de forças entre o ataque principal e os
ataques secundários. Frequentemente, as forças que fixam o inimigo na posição são elementos em
economia de forças, estando a maior parte do potencial de combate localizado na força de
envolvimento. Contudo, a força de fixação deve ter potencial de combate suficiente, para manter o
inimigo completamente empenhado durante o deslocamento da força de envolvimento.
Às forças aerotransportadas e aeromóveis pode ser atribuída a missão de conquistar ou destruir
objectivos na retaguarda do inimigo; mo entanto; se o inimigo defende em profundidade, tais
forças podem não escolher desembarcar directamente nos objectivos. Na maior parte dos casos,
eles farão lançamentos em áreas não defendidas, a partir das quais atacam para conquistar os seus
objectivos.
Se o inimigo tenta isolar a força de envolvimento, ou prolongar o seu flanco, o Comandante de
Batalhão pode decidir-se por penetrar através da frente extensa do inimigo. Uma tentativa de
flanquear frente e4xtensa do inimigo pode levar a uma perigosa separação entre a força de
envolvimento (ataque principal) e a do ataque secundário.
O Comandante de Batalhão deve estar atento às oportunidades de explorar o sucesso com a sua
reserva. Essas oportunidades podem surgir quer no ataque principal, quer no ataque secundário.
Quando a reserva é empenhada, outra é constituída tão cedo quanto o possível.
São fixadas medidas de controlo mínimas para a força de envolvimento. A utilização de uma ZA
pode simplificar o controlo e a coordenação com um ataque secundário adjacente. Em algumas
situações, pode ser necessário um EProg para especificar o esquema de manobra do Comandante.
b. Conduta

A força de envolvimento move-se rapidamente no ataque. Podem ser usadas acções de diversão
para mascarar os ruídos e a direcção do movimento.
O ataque principal e o ataque secundário podem ser lançados simultânea ou desfasadamente; o
ataque secundário pode ser lançado em primeiro lugar parta aumentar a decepção.
São planeados fogos de preparação, mas nem sempre são realizados em apoio da força de
envolvimento, devido à necessidade de manter o segredo, objectivos limitados., ou devido à
incapacidade do inimigo de impedir o ataque. Se houver preparação, ela será curta e intensa. O
ataque secundário pode ser ou não precedido por um envolvimento.
A força de envolvimento desloca-se rápida e directamente em direcção ao seu objectivo,
ultrapassando qualquer força inimiga que a possa retardar. As forças ultrapassadas são eliminadas
pelo fogo ou neutralizadas por outras forças. São utilizadas forças de segurança para protegerem
os flancos das unidades de envolvimento.
Os ataques secundários e os fogos fixam o inimigo nas posições e impedem o emprego das suas
reservas contra a força de envolvimento. Podem ser usadas infiltrações de unidades, para
desorganizar o apoio de fogos inimigo ou elementos de comando e controlo, para bloquear os
movimentos das reservas inimigas ou para garantir terreno que apoie a força de envolvimento.
A reserva, se utilizada, normalmente segue o ataque principal (ou força de envolvimento). O
Comandante de Batalhão deve estar preparado para capitalizar o sucesso obtido quer pelo ataque
secundário, quer pelo ataque principal.

c. Variantes do Envolvimento

Os envolvimentos poder ser estreitos ou largos, de acordo com as distâncias iniciais entre os
elementos de ataque. Num envolvimento estreito, os elementos de apoio de fogos do ataque
secundário podem apoiar também a força envolvente até ao seu objectivo. Num envolvimento
largo, a força envolvente progride a uma distância tal do ataque secundário que o apoio de fogos
se torna mais difícil, pelo que a força envolvente deve dispor de meios de apoio de fogos,
orgânico ou de reforço, em quantidade suficiente.
O envolvimento pode ter a forma de duplo envolvimento, de movimento torne ante ou de cerco.
No duplo envolvimento, o atacante procura passar simultaneamente à volta de ambos os flancos
do inimigo. A força de envolvimento deve ter mobilidade e potencial de combate superior às do
inimigo. São necessárias coordenação e sincronização. A deficiência em qualquer um destes
factores pode sujeitar a unidade atacante a ser destruída por partes.
No momento torneante a força de envolvimento procura contornar o inimigo, evitando as suas
forças principais, para conquistar um objectivo vital e profundo na retaguarda do inimigo. A
finalidade desta manobra é forçar o inimigo a abandonar as suas posições
ou obrigá-lo a desviar forças importantes para fazer face a esta ameaça. Pode ser necessário um
ataque secundário para fixar o inimigo; contudo, um movimento torneante não necessita sempre
de ser acompanhado por ataques secundários. Uma vez que a força que executa o movimento
torneante está fora do alcance de apoio dos outros elementos da unidade mãe, ela deve ser auto-
suficiente em mobilidade, e possuir adequado potencial de combate e apoio logístico, para actuar
independente. Segredo, maior mobilidade que o inimigo e medidas de decepção, aumentam a
possibilidade de sucesso.
O cerco oferece mais possibilidades de fixar o inimigo nas posições, para que ele possa ser
sistematicamente destruído ou capturado. O cerco é uma manobra difícil de executar, porque
exige que a força executante tenha uma superioridade esmagadora, quer numérica, quer em
mobilidade.
As forças aeromóveis aumentam a probabilidade de sucesso. Na conduta de um cerco, é preferível
ocupar simultaneamente toda a linha de cerco; todavia, se isto não é possível, deve-se bloquear
primeiro os itinerários mais prováveis de retirada. Os cercos são mais fáceis de concretizar
durante a exploração do sucesso ou da perseguição.

0414. INFILTRAÇÃO

Embora normalmente não seja considerada uma forma de manobra, a infiltração permite ao
Comandante deslocar a sua força em segredo, para colocá-la numa posição mais favorável ao
cumprimento da sua missão.

a. Generalidades

A característica fundamental da infiltração é evitar a detecção e o empenhamento. Embora possa


ser executada em conjunção com operações ofensivas, defensivas, ou retrógradas, a infiltração é
primeiramente uma acção ofensiva.

O Comandante pode determinar a execução de uma infiltração, para deslocar a totalidade ou parte
do Batalhão através dos intervalos das defesa do inimigo para:

• Atacar posições ligeiramente defendidas


• Atacar pontos fortes a partir do flanco ou da retaguarda.
• Ocupar uma posição de sobreapoio, a partir da qual o ataque principal pode ser apoiado pelo
fogo.
• Conquistar terreno importante.
• Realizar emboscadas, destruir instalações vitais, flagelar e desarticular a posição defensiva
inimiga.
As infiltrações devem realizar-se em períodos de visibilidade limitada, em terreno cortado ou
difícil, ou através de áreas que o inimigo não ocupa ou não estejam vigiadas e batidas pelo fogo,
Estas condições favorecem o deslocamento, sem ser detectado, de pequenos grupos, quando tal
deslocamento, realizado por toda a força. Apresentaria maiores riscos. Os fogos de artilharia,
grandes chuvadas e o vento, são exemplos de como os ruídos provocados pelo deslocamento
podem ser dissimulados.

b. Planeamento

O plano de infiltração deve ser simples. O Comandante de Batalhão deve reunir todas as
informações disponíveis sobre o terreno e o dispositivo inimigo, a partir de relatórios de
informações, fotografias aéreas, relatórios de patrulhamentos, condições meteorológicas e dados
de luz.
Estas informações são utilizadas para determinar:

• Áreas de passagem

• Localização de pontos de reunião ao longo de linhas ou eixos de infiltração.

• Pontos de ligação, se necessário.

• Localização dos elementos de segurança do inimigo.

• Intervalos no sistema defensivo inimigo.

• Potencial das defesas inimigas no objectivo.


São escolhidas medidas de controlo, tais como linhas e eixos de infiltração, para se evitar o
inimigo, fornecer cobertos e abrigos, e facilitar a orientação do deslocamento. Uma linha de
infiltração oferece mais controlo do que um eixo de infiltração. Por exemplo, os fogos planeados
em apoio do deslocamento, ao longo da linha de infiltração, podem continuar durante o silêncio
rádio. Por outro lado, o eixo de infiltração dá mais flexibilidade; a unidade pode mais facilmente
desviar-se do eixo para evitar o contacto ou evitar um terreno intransponível. Também é preferível
um eixo quando não houver informações detalhadas disponíveis.
Podem ser utilizadas linhas/eixos/simples ou múltiplos, dependendo do escalão da força a ser
infiltrada, do volume de informações detalhadas sobre o dispositivo inimigo e sobre o terreno, do
tempo disponível, e acima de tudo, do número de linhas/eixos de infiltração disponíveis.

(1) LINHAS/EIXOS DE INFILTRAÇÃO SIMPLES

• Facilita a orientação, o controlo e a reunião das forças.


• Reduz a área sobre a qual é necessária informações detalhadas.
• Leva mais tempo a deslocar a força através das posições inimigas.

(2) LIMHAS/EIXOS DE INFILTRAÇÃO MÚLTIPLOS

• Reduzem a possibilidade do comprometimento total da força.


• Torna o deslocamento mais rápido
• São mais difíceis de controlar.

São indicados pontos de reunião ao longo de cada linha de infiltração.


Eles devem ser facilmente identificados no terreno e é neles que as unidades podem reunir-se ou
reorganizar-se, se elas se dispersarem. Os pontos de reunião devem garantir cobertura e abrigo.
O ponto de reunião na área do objectivo (PRnO) situa-se o mais próximo possível do objectivo,
sem comprometer a segurança. Além de possuir as características de qualquer ponto de reunião,
ele deve:

• Ter espaço suficiente para permitir o desenvolvimento da força.


• Ser reconhecido e conquistado antes de ser ocupado.
• Ser utilizado para ultimar as preparações finais, antes do ataque.

Uma vez seleccionados as linhas/eixos de infiltração e os pontos de reunião, continua-se um


planeamento detalhado, a fim de que:

• O apoio de fogos deva estar disponível ao longo de toda a infiltração.


Os objectivos deverão primeiramente ser batidos com fogos indirectos, para evitar dar a
conhecer a localização exacta da força.
• A força faz-se acompanhar apenas do equipamento necessário. Em terreno muito fechado, por
exemplo, pode ser inconveniente empregar mísseis filo-guiados. As minas são frequentemente
utilizadas.
• A unidade de maior escalão possível, compatível com as exigências do segredo, desloca-se em
conjunto para aumentar o controlo, a rapidez e a capacidade de resposta do seu potencial de
combate.
SECÇÃO IV – OPERAÇÕES OFENSIVAS

0415. TIPOS DE OPERAÇÕES OFENSIVAS

Como foi descrito na Secção III, o Comandante pode empregar uma variedade de operações
ofensivas. Qualquer operação ofensiva pode permitir modificações importantes,
Dependendo do estudo de situação do Comandante e da sua análise do MITM-T.
Os cinco principais tipos de operações ofensivas são:

• Marcha para o contacto (marcha itinerária, coluna táctica e marcha de aproximação)


• Ataque imediato
• Ataque deliberado
• Exploração de sucesso
• Perseguição

Embora a intenção do Comandante difira para cada uma daquelas operações, as tácticas e as técnicas
usadas na marcha para o contacto e no ataque (imediato ou deliberado) são as bases de todas as
operações ofensivas do Batalhão.
Os cinco tipos de operações podem ser considerados como o espectro para as operações ofensivas do
Batalhão. Qualquer operação deste espectro das operações ofensivas pode desenrolar-se, em qualquer
destas duas formas: ela pode evoluir para operações ofensivas mais fluidas, tais como a exploração
do sucesso e a perseguição; ou ela pode voltar ao ponto em que a força atacante perde o ímpeto e tem
de assumir uma atitude defensiva. Durante um combate prolongado, uma força não somente pode ter
de mudar de uma operação ofensiva parta uma operação defensiva, e vice-versa, como também deve
estar preparada para mudar de um tipo de operação ofensiva para outro.

Segue-se uma breve descrição de cada tipo principal de operações ofensivas.


Uma explanação detalhada de cada tipo de operações segue-se a esta descrição. (Veja as Secções VII
e VIII sobre outros tipos de operações ofensivas).

a. Marcha para o Contacto

A Marcha para o contacto é uma operação ofensiva destinada a estabelecer ou restabelecer o


contacto com o inimigo. Ela pode ser utilizada em qualquer situação táctica, quando a iniciativa
não está claramente em qualquer dos lados ou quando o inimigo quebrou o contacto. Quando uma
força, que não está em contacto, se desloca em direcção ao inimigo durante a conduta de uma
operação ofensiva, ela está conduzindo uma marcha para o contacto. Muitos ataques começam
com uma marcha para o contacto.
A marcha para o contacto caracteriza-se normalmente por falta de notícias sobre o inimigo; por
isso muitas vezes é necessário que os Batalhões e Companhias utilizem técnicas de progressão
que confiram segurança e proporcionem flexibilidade aos Comandantes. Obtém-se a segurança e a
flexibilidade estabelecendo o contacto inicial com o mínimo de forças possível, permitindo que a
maior parte das forças fique livre para apoiar as forças em contacto, manobrem para detectar um
ponto fraco do inimigo, e possam então penetrar ou envolver a posição ou a força inimiga.
A marcha para o contacto pode resultar num combate de encontro logo que as forças encontrem o
inimigo.

b. Ataque Imediato

Um ataque imediato é qualquer ataque lançado com um mínimo de planeamento. Desenvolve-se


normalmente a partir de uma marcha para o contacto, mas também pode ser a forma mais rápida
de se conquistar a iniciativa, a partir de uma defesa com sucesso. É imperioso que o Comandante
de Batalhão mantenha o ímpeto da progressão. Ele manobra rapidamente as suas companhias,
tirando partido de toda a protecção oferecida pelo terreno, pelos directos de apoio mútuo e todos
os fogos disponíveis de artilharia e de morteiros (granadas explosivas e de fumos). O Comandante
procura localizar o sector mais fraco de inimigo. Este sector pode ser fraco porque está
ligeiramente defendido ou isolado do apoio mútuo das outras posições, devido ao terreno ou
devido às condições de visibilidade, ou o Comandante pode enfraquecê-lo com fogos de artilharia
e aéreos e com fogos directos de supressão, sobre as posições adjacentes, para o isolar.
A concentração de esforços, a surpresa, a rapidez, a flexibilidade e a audácia caracterizam o
ataque imediato, talvez mais do que qualquer outra operação. A necessidade de acções rápidas e
decisivas, resultam na elaboração e execução de esquemas de manobra simples e uma grande
confiança nas NEP e na execução descentralizada. O Batalhão pode lançar ataques imediatos
baseado em planos previamente preparados.

c. Ataque Deliberado

Quando não se tenha detectado qualquer ponto fraco, ou se um ataque imediato não teve sucesso,
deve ser lançado um ataque deliberado. Genericamente caracteriza-se por exigir mais tempo para
planeamento, mais notícias sobre o inimigo e maior sincronização de esforços. O conceito está em
detectar o local onde o inimigo é mais fraco, lançar fogos de supressão sobre as posições inimigas
que possam apoiar com fogos directos o defensor naquele local, e concentrar esforços contra o
ponto fraco, utilizando os itinerários mais abrigados e cobertos, e finalmente penetrar ou envolver
um flanco acessível.

d. Exploração do Sucesso

A exploração do sucesso é uma operação ofensiva que se segue a um ataque com êxito. O
Batalhão normalmente participa numa exploração do sucesso como parte de uma GU. No quadro
do Batalhão, a exploração de sucesso constitui uma série de marchas para o contacto e de ataques
imediatos, para conquistar objectivos profundos, umas e outros empregues com duas exigências
fundamentais: rapidez e violência. O atacante ultrapassa bolsas de resistência para se concentrar
na destruição de órgãos de comando, unidades de apoio de combate e de apoio de serviços. A
desarticulação do comando e controlo do inimigo, das suas actividades de reabastecimento de
combustíveis, de munições, de sobressalentes, víveres e outras necessidades, e a sua defesa aérea
e a artilharia, enfraquece ou destrói as suas defesas, e torna possível a uma pequena força vencer
outra numericamente superior. Quando um Batalhão de Infantaria segue e apoia formações
mecanizadas e blindadas, deve ser reforçado com viaturas ou helicópteros de transporte para que
possa ter, pelo menos, igual mobilidade à daquelas forças. As missões da força de seguimento e
apoio serão, provavelmente, de eliminar resistências do inimigo, ou de limpar a ZA de unidades
inimigas ultrapassadas.

e. Perseguição

A perseguição segue-se normalmente e uma exploração com sucesso. Ela está orientada para a
destruição de unidades inimigas em retirada. Aos batalhões que integram a força de perseguição
pode ser dada a missão de contornar resistências e progredir decididamente sobre objectivos
profundos, que constituam pontos críticos para o inimigo em fuga. Tal como a exploração do
sucesso, às unidades de infantaria participando numa perseguição, podem ser atribuídos veículos
ou helicópteros para aumentar a sua mobilidade. A força de perseguição tem de exercer uma
pressão contínua sobre o inimigo, de dia e de noite, apesar da fadiga ou da escassez de
abastecimentos, o que constitui um importante desafio aos comandantes da força de perseguição.

0416. A MARCHA PARA O CONTACTO

a. Generalidades
A marcha para o contacto é uma operação ofensiva destinada a estabelecer ou a restabelecer o
contacto com o inimigo. A finalidade fundamental da marcha para o contacto é esclarecer a
situação. Na marcha para o contacto, a intenção do Comandante é a de conquistar e manter a
iniciativa, localizar a força inimiga e atacar para a destruir.
À força que realiza uma marcha para o contacto, é normalmente atribuída um eixo de progressão
ou uma zona de acção e um objectivo de marcha para orientar o movimento. A força pode não ser
a necessidade de conquistar, manter ou ocupar, o objectivo de marcha. O objectivo pode ser
qualquer acidente de terreno facilmente identificável, a uma profundidade tal que garanta o
contacto com o inimigo.
A força desloca-se rápida e agressivamente. Um deslocamento lento e cauteloso é perigoso,
porque dá tempo ao inimigo para se movimentar ou colocar fogos sobre a força. As unidades
devem estar preparadas para iniciar ou continuar a marcha para o contacto quer de noite quer em
períodos de visibilidade limitada.
Em muitos casos, o Batalhão, por si só, pode levar a cabo uma marcha para o contacto, quando ele
perdeu o contacto com o inimigo. Se a força inimiga é significativamente maior do que o
Batalhão, ou se a distância à força inimiga é muito grande, o Batalhão realizará uma marcha para
o contacto fazendo parte de uma GU. Em qualquer dos casos, o Batalhão pode utilizar a marcha
de aproximação. Uma marcha de aproximação é a formação de marcha adoptada quando o
contacto com o inimigo é iminente, na qual são estabelecidas uma guarda avançada, guardas de
flanco e guardas da retaguarda para garantir segurança ao grosso das forças, durante o
deslocamento. Durante a marcha de aproximação, as unidades subordinadas utilizam técnicas de
progressão apropriadas à probabilidade de contacto com o inimigo.
b. Organização da Marcha para o Contacto

Excepto quando lhe é indicada a missão de força de cobertura (FCob), o Batalhão é organizado
em três componentes principais: vanguarda, guardas de flanco e de retaguarda, e grosso.

(1) VANGUARDA

A vanguarda actua à frente do grosso para a situação, garantir o avanço ininterrupto do grosso,
protegê-lo da surpresa e do seu desenvolvimento, se ele se empenhar. Quando o Batalhão é o
elemento da frente (excepto se é uma FCob) de uma GU, ele pode ser a missão de guarda
avançada. Quando o Batalhão se desloca como força IN dependente, o Comandante nomeia
uma companhia reforçada como vanguarda.
A engenharia em apoio do Batalhão deve ser colocada na vanguarda para facilitar o seu
deslocamento através dos obstáculos, e fornecer dados sobre os itinerários, tais como
transitabilidade de estradas e pontes.
A vanguarda envia elementos de segurança para a sua frente para manter a ligação com a
FCob (se houver) e para actuar na área entre a FCob e a vanguarda. A vanguarda garante a sua
própria segurança de flanco e da retaguarda.

(2) GUARDAS DE FLANCO E DA RETAGUARDA

Numa marcha de aproximação, quando o contacto é iminente, são nomeadas guardas de


flanco. Normalmente elas são fornecidas pelo grosso e actuam entre a retaguarda de vanguarda
e a frente da guarda da retaguarda, para protegerem os flancos do grosso. A guarda da
retaguarda, actuando sob o controlo do Batalhão, normalmente é também fornecida pelo
grosso. Ela segue o grosso e protege-o das acções inimigas vindas da retaguarda. Quando o
Batalhão leva a cabo uma marcha para o contacto como força independente, as guardas de
flanco e de retaguarda têm um efectivo não superior a Pelotão. Quando o Batalhão se desloca
na marcha para o contacto como parte de uma Brigada, ele pode destacar uma Companhia, ou
uma Companhia reforçada, como força de segurança de flanco ou da retaguarda.
(3) GROSSO DA FORÇA

Quando o Batalhão executa uma marcha para o contacto, o grosso encerra em si a parte
principal das forças do Batalhão. O grosso é organizado para o combate por forma a que as
unidades sejam empregues rapidamente, uma vez estabelecido o contacto com o inimigo. O
Comandante de Batalhão não deve empenhar o grosso da força até que as acções do inimigo
ou o seu dispositivo imponham um ataque imediato. O seu empenhamento deve tirar partido
das vantagens tácticas oferecidas pelo terreno, tempo disponível e do PRC.

c. Conduta da Marcha para o Contacto

O deslocamento do Batalhão deverá ser orientado pelas seguintes considerações:

• O Batalhão deslocar-se-á com um dispositivo que possibilite o contacto inicial com a menor
força possível, evitando baixas excessivas nos primeiros momentos do combate, em terreno
escolhido pelo inimigo.
• A parte principal do potencial do Batalhão está disponível para manobrar, ou colocar fogos
sobre o inimigo, quando é feito o contacto com o inimigo.
• O deslocamento manter-se-á sem interrupções. È essencial a segurança em todas as direcções, e
a parte principal do potencial de combate mantêm-se livre para permitir o seu rápido
desenvolvimento, após o contacto.
• Quando o contacto com o inimigo se torna iminente, os elementos do Batalhão desenvolvem-se
numa formação mais larga e dispersa, passando duma formação em coluna táctica para a
formação de marcha de aproximação, a vanguarda utiliza a progressão com sobre apoio ou
lanços com sobre apoio. A companhia é precedida por carros de combate, se os houver, a
menos que o terreno o não permita. Se a distância a percorrer é grande, e porque a utilização
repetida das técnicas de sobre apoio aumentam a fadiga, as unidades de infantaria devem ser
reguladamente substituídas.

O Comandante visualiza como irá empregar as suas forças após o contacto, e movimenta-as de
acordo com as suas intenções. Ele emprega as suas forças quer em coluna simples quer em
colunas múltiplas sobre os EProg ou na ZA, que lhe foi atribuída.

(1) COLUNA SIMPLES

Quando o contacto é iminente, mas o dispositivo inimigo não está bem localizado, e quando o
tempo disponível não é crítico, o Comandante pode escolher, para maior segurança, manter a
parte principal da sua força em reserva e utilizar só a coluna simples, na marcha para o
contacto. A principal desvantagem da coluna simples é que ela permite que o inimigo obtenha
o máximo retardamento com o mínimo de forças.
Na formação em coluna simples, o PecRec normalmente será empregue à frente do Batalhão,
na marcha para o contacto. O PelRec é utilizado para localizar os dispositivos inimigos e
reconhecer itinerários, ou zonas, sobre as quais o Batalhão se deslocará. Se uma FCob actua à
frente do Batalhão o PelRec matem a ligação com aquela força. Uma vez determinado o
potencial a localização das posições inimigas, o Batalhão desenvolve para o combate. O
PelRec pode ser então empregue na segurança de um flanco ou de ligação entre os elementos
de ataque.
A Companhia testa, na coluna simples, é chamada de vanguarda. Esta Companhia, em
conjunto com o PelRec e a Engenharia garantem o avanço, removendo obstáculos, reparando
estradas e pontes, se estas forem essenciais à continuação do deslocamento, e cobrindo o
desenvolvimento do grosso da força, se ele se empenhar
na acção.
Quando estão disponíveis um número suficiente de itinerários traficáveis, e se o Comandante
de Batalhão deseja uma larga faixa de segurança à frente, ele pode construir dois pelotões
reforçados, saídos da vanguarda, para se deslocarem em colunas paralelas. Então, se um
itinerário está bloqueado pelo inimigo. Ou está intransitável, o resto do Batalhão (que
normalmente se desloca em coluna simples) pode mudar para o outro itinerário. O
deslocamento é feito a todo-o-terreno ou por estradas.
A organização da coluna do Batalhão, numa marcha para o contacto, varia com a situação. São
aplicadas as seguintes regras gerais de organização:

• As unidades de Carros de Combate são dadas em reforço quando possível, à vanguarda. Os


carros de combate avançam à frente da formação, a menos que haja necessidade de
segurança apeada.
• O GrCmd está localizado bem à frente da coluna.

• A Engenharia em apoio, normalmente acompanha o elemento testa, para determinar as


condições dos itinerários e ajudar na passagem de obstáculos. normalmente a Engenharia
dispõe de uma VBLP.

• Os Morteiros deslocam-se numa posição na coluna que garanta o apoio aos elementos da
testa.

• O PelCar normalmente ´+e empregue em sobre apoio do deslocamento. Ele desloca-se com
as secções dispersas ao longo da coluna, se não houverem posições de sobre apoio
disponíveis. Também se pode reforçar com SecACar do PelACar a Companhia testa, e os
elementos de segurança dos flancos e da retaguarda

• Os elementos de defesa aérea podem ser intercalados na coluna, ou eles podem sobre apoiar
o deslocamento a partir de pontos seleccionados ao logo do itinerário.

(2) COLUNAS MÚLTIPLAS

Quando a marcha para o contacto exige maior velocidade do que a que é oferecida pela coluna
simples, quando é desejável um desenvolvimento largo, ou quando os reforços conferem à
coluna uma extensão não desejável, o Batalhão pode ser organizado em colunas múltiplas, se
há itinerários disponíveis. Esta formação é de controlo difícil, mas apresenta múltiplas
ameaças ao inimigo.
A formação em colunas múltiplas é organizada com o GrCmd deslocando-se na coluna onde
melhor possa influenciar a acção. Pode ser formado um GrCmd de alternativa, sob o controlo
do 2º Comandante, do OfOp, ou do Cmdt da CompApComb, para se deslocar com a outra
coluna. As colunas múltiplas normalmente deslocam-se dentro da distância de apoio uma da
outra, e é mantida a ligação entre as colunas. Quando as colunas estão muito separadas, e a
ligação não pode ser mantida, cada coluna pode estabelecer e controlar, guardas de flanco
próprias.

(3) COMPARAÇÃO ENTRE COLUNAS SIMPLES E COLUNAS MÚLTIPLAS

Embora uma coluna simples seja fácil de controlar, há outros factores a considerar:

• Número de unidade. Se o Batalhão é reforçado com diversos elementos de manobra e de


apoio de combate, ele pode ter necessidade de se deslocar em colunas múltiplas para reduzir
a extensão da coluna.

• Situação do inimigo. Situações em que o inimigo esteja a realizar uma defesa deliberada,
elas favorecem o deslocamento em profundidade e com um mínimo de forças à frente; por
outras palavras, a coluna simples. Para missões, tais como reconhecimento de uma zona,
pode ser exigido o emprego de colunas múltiplas.

• Largura da zona de acção. Uma ZA larga favorece o emprego de colunas múltiplas,


especialmente se ela tem de ser limpa de forças inimigas.

• Itinerários. Para progredir em colunas múltiplas, devem existir itinerários longitudinais e


transversais. Com adequado espaço de manobra. Os itinerários disponíveis não devem
afectar somente a velocidade e a segurança do deslocamento, mas também o tempo de
reacção e o apoio mútuo entre as unidades.

c. Acções no Contacto

Muitas vezes, a marcha para o contacto resulta num combate de encontro. Um combate de
encontro pode ser um encontro de acaso entre duas forças oponentes. Tais encontros ocorrem
muitas vezes em operações de pequenas unidades e em situações onde o reconhecimento foi
ineficaz. Um combate de encontro também pode ocorrer quando cada oponente conhece
perfeitamente a situação do outro, e ambos decidem atacar de imediato, para obterem uma
vantagem táctica. Ou ainda, se um dos oponentes se decide por uma defesa imediata, e o outro
ataca antes que a defesa possa estar organizada.
A marcha para o contacto, em todos os escalões, é caracterizada por ser uma operação ofensiva
agressiva. Para se esclarecer a situação pode-se fazer reconhecimentos pelo fogo.
Independentemente se o Batalhão é a guarda avançada de uma GU ou se actua isolado, as suas
acções são caracterizadas por frequentes ataques lançados a partir de coluna de marcha sem um
reconhecimento pormenorizado ou sem um planeamento detalhado.
Quando se obtêm o contacto, a vanguarda lança ataques imediatos para destruir pequenas forças
de retardamento, ou ameaça-as de flanco. Se não tiver potencial de combate suficiente para
destruir a ameaça, pode ser pedido à vanguarda para determinar o volume da resistência inimiga
e fixar a força, até que possam ser empenhados elementos do grosso da força.
Uma vez estabelecido o contacto pela vanguarda, o Comandante de Batalhão pode decidir-se
por:

• Ordenar à vanguarda a destruição do inimigo e continuar o movimento.


• Ordenar a uma Companhia a fixação da força e contorná-la com o resto do Batalhão
• Levar a cabo um ataque imediato com todo o Batalhão.
• Realizar uma defesa imediata, caso o inimigo não possa ser contornado ou ultrapassado,
enquanto o Comandante da Brigada esclarece a situação.

O Batalhão normalmente contornará forças inimigas que não ameacem o seu avanço ou o
cumprimento da missão (a Brigada pode ordenar que sejam ultrapassadas forças superiores). Se
o inimigo é fraco, o Batalhão ultrapassá-lo-á utilizando um itinerário coberto, ao mesmo tempo
que o bate com fogos de supressão e a cega com fumos. Se a força a ultrapassar é significativa,
o Comandante pode ter necessidade de deixar forças para o fixar. Deve ser dado conhecimento
ao escalão superior de todas as forças ultrapassadas. As técnicas de ultrapassagem incluem:

• Fixar o inimigo com a Companhia testa (com fogos de supressão e estar pronta a bloqueá-lo
se ele se deslocar) enquanto o remanescente do Batalhão o ultrapassa. Esta técnica é
apropriada quando é muito oneroso atacar o inimigo, quer devido ao seu potencial numérico,
quer pelo valor das suas posições. Após o Batalhão ter passado, a totalidade da força de
fixação pode ficar para trás ou romper o contacto a coberto de fogos indirectos. A decisão de
deixar uma força de fixação é baseada na mobilidade do inimigo, na sua capacidade de afectar
a missão do Batalhão, e das ordens do escalão superior.

• Suprimir uma pequena força inimiga com fogos indirectos e ao mesmo tempo ultrapassá-la.
Um elemento de segurança pode ser deixado para observar o inimigo ultrapassado e para
regular os fogos. Não se pode permitir que resistências ligeiras do inimigo retardem o avanço.
A missão é imperiosa.
Desde que o potencial das forças de seguimento do inimigo não possam ser exactamente
avaliadas, antes do combate do encontro, o Comandante deverá tentar rapidamente ocupar
terreno dominante e deslocar-se para evitar ser flanqueado por essas forças de seguimento.

d. Deslocamento como Parte da Brigada

Se o Batalhão se desloca como parte da coluna da Brigada (ou em uma das colunas múltiplas), a
organização básica é igual à que foi descrita na marcha para o contacto. Dependendo da
localização do Batalhão na coluna, certas responsabilidades de segurança podem ser
aumentadas ou eliminadas. Por exemplo, se o Batalhão marcha na coluna da esquerda. Com
exigências de segurança, de uma Brigada em colunas múltiplas, será dada importância a esse
flanco esquerdo.
Se o Batalhão é a guarda avançada da Brigada (ou Divisão), ele deve estar preparado para se
deslocar rapidamente para evitar que o grosso das forças, e ele próprio, se tornem um alvo
remunerador a armas nucleares. Normalmente a guarda avançada de uma GU deverá ser
mecanizada, motorizada ou aerotransportada, para aumentar a sua mobilidade e flexibilidade.
A velocidade máxima do deslocamento é aquela que é permitida pelo terreno, pela mobilidade
da força e pela situação do inimigo. Baseado na missão, o Comandante deve determinar o grau
de risco que está disposto a aceitar. Normalmente é melhor aumentar a distância entre os
elementos da frente e do grosso da força, correndo os riscos inerentes a tal decisão, do que
diminuir a velocidade de avanço. Se possível, são usadas as técnicas de progressão com
sobreapoio ou de lanços com sobreapoio. Numa situação na qual somente um dos contentores
está em movimento e a outro está defendendo, o inimigo tem sempre a vantagem de poder
realizar emboscadas à força que avança. O atacante deve evitar cometer o grave erro de entrar
nas zonas de morte do inimigo com a maior parte da sua força. Logo que a unidade mais
avançada se aproxima de posições inimigas suspeitas, o seu Comandante deve escolher
itinerários cobertos e abrigados e utilizar a técnica de progressão de lanços com sobreapoio.
É desejável transpor obstáculos sem demoras. Quando possível, as pontes a frente dos
elementos testa, são conquistadas intactas. As forças aeromóveis são ideais para esta missão.
Outros obstáculos são ultrapassados ou removidos pelos elementos testa, tão rápido quanto o
possível. Devem ser feitos todos os esforços para manter o ímpeto do deslocamento. Isto é
cumprido colocando Engenharia bem à frente, com os elementos testa. Se os elementos testa
não conseguem passar pelos obstáculos, os elementos seguintes ultrapassam-nos e tomam a
dianteira da força. Os obstáculos que possam retardar o apoio de serviços da força são
reduzidos pelas forças que seguem os elementos testa. Veja o Anexo D para mais detalhes sobre
operações de abertura de brechas.

e. O Batalhão com Força de Cobertura

A força de cobertura de uma unidade em marcha para o contacto normalmente é fornecida e


controlada pelo mais alto escalão envolvido na operação. Então, o Batalhão actua como FCob
da Brigada ou superior e é controlado por este comando.
A missão atribuída à FCob é a de assegurar o avanço ininterrupto do grosso da força. Ela
cumpre aquela missão localizando posições inimigas e os intervalos entre as suas unidades, e
pela e pela destruição de pequenas resistências e de elementos de reconhecimento. Ela nega a
observação inimiga sobre o grosso das forças e evita que o inimigo surpreenda a força atacante.
Quando elementos do Batalhão encontram resistências inimigas, estes elementos atacam para
esclarecer a situação, para encontrar formas de ultrapassar o inimigo, e para evitar o
retardamento do grosso das forças
Quando empregue como FCob, o Batalhão actua bem à frente da guarda avançada, sobre o
controlo directo do Comandante do grosso das forças. O Batalhão avança numa frente larga
para detectar posições inimigas e identificar intervalos entre elas. É mantida uma reserva para
influenciar empenhamentos locais.
A FCob utiliza a velocidade e a agressividade nos ataques, para destruir ou ultrapassar
resistências inimigas. Também pode ser ordenado à FCob para conquistar e manter pontos
importantes ou para fixar unidades inimigas superiores à sua. A situação do inimigo é
rapidamente esclarecida, e as informações respeitantes ao inimigo ultrapassado ou fixado, são
enviadas ao grosso da força. A FCob empenha-se em qualquer acção necessária ao
cumprimento da sua missão, mas evita empenhar-se de tal forma que permita ser envolvida ou
ultrapassada.
Para garantir ao Comandante aviso atempado sobre os movimentos do inimigo na sua área de
interesse, devem ser empregues meios de vigilância de longo alcance, em apoio da força que se
desloca na marcha para o contacto. No escalão Divisão ´+e essencial que o sistema de recolha
de informações garanta as informações necessárias e as transmitam aos comandantes
subordinados tão rapidamente e continuamente quanto o possível. Isto reduzirá as incertezas da
situação e garante ao Comandante a melhor oportunidade para conquistar e manter a iniciativa.

0417. O ATAQUE IMEDIATO

O Comandante pode levar a cabo um ataque imediato para destruir o inimigo após uma marcha para
o contacto, para manter o ímpeto do ataque após a conquista de um objectivo, ou para conquistar ou
manter a iniciativa após uma defesa com êxito face a um ataque inimigo. A velocidade de ataque é
utilizada para suprir a falta de preparação detalhada. Todos os elementos de combate devem ser
empenhados no ataque.
Os Batalhões, Companhias, Pelotões e Secções normalmente empregam acções pré-planeadas, de
fogo e movimento, para reagirem imediatamente ao contacto com o inimigo. Acções especificas pré-
planeadas são assunto de NEP da unidade.
Qualquer que seja a acção pré-planeada, ela deve permitir ao Comandante manter o ímpeto e a
iniciativa. Após estabelecer o contacto com o inimigo, o Comandante mantém aquele contacto e
garante a segurança. Ele procura agressivamente o ponto fraco do inimigo, e desencadeia diversas
acções simultaneamente. O Comandante ordena os fogos directos de supressão para neutralizar a
capacidade de reacção do inimigo e garantir o apoio mútuo, concentra forças para esmagar o inimigo
num determinado local, e empenha aquelas forças, pelo fogo e movimento, para assaltar o inimigo.
A utilização imediata de fogos de supressão é essencial ao êxito do ataque imediato. Logo que o
ataque começa, os fogos são colocados sobre as armas de tiro directo do inimigo, posicionadas para
apoio da força inimiga, ou sobre as suas localizações prováveis. O Comandante deve repartir os
fogos de Artilharia de Campanha, de Morteiros, de Carros de Combate (se disponíveis) e de Armas
Anti carro por estes alvos. O OAF garante que a Artilharia de Campanha e os Morteiros suprimem as
armas de tiro indirecto do inimigo logo que estas sejam localizadas, para que os fogos inimigos não
interfiram com a manobra, ou que a sua interferência seja mínima. São empregues fumos para
mascarar os movimentos. Uma vez vencida a resistência inimiga, o Batalhão progride rapidamente
para explorar o sucesso.

0418. O ATAQUE DELIBERADO

O objectivo básico das operações ofensivas é o de destruir o inimigo. Isto é conseguido penetrando a
defesa do inimigo até à sua área da retaguarda , para destruir posições de artilharia, postos de
comando, áreas de apoio logístico, posições de artilharia antiaérea e linhas de comunicações. Quando
o Batalhão ou a força de que o Batalhão faz parte, depara com posições bem organizadas que não
podem ser eliminadas por um ataque imediato, o Batalhão realiza um ataque deliberado. Ao
contrário do ataque imediato, o tempo disponível é utilizado para planear cuidadosamente o ataque
em detalhe. A finalidade é concentrar um potencial de combate esmagador sobre um ponto fraco do
inimigo para abalar a sua defesa. Mas em qualquer situação de ataque, o tempo é uma vantagem para
o defensor.
Os planos devem ser rapidamente feitos para reunir todos os recursos disponíveis e empregá-los de
uma forma coordenada.
É indispensável obterem-se noticias detalhadas dos escalões superiores, subordinados e adjacentes.
As fontes de informação podem incluir patrulhamentos, reconhecimentos pelo fogo, fotografias
aéreas, prisioneiros, refugiados, radares, sensores e outros meios. As notícias sobre o terreno podem
ser pesquisadas por muitas destas fontes, Os Comandantes em todos os escalões devem fazer
reconhecimentos do terreno quer de dia, quer de noite. E pouco provável que o terreno possa ser
observado, ou reconhecido com pormenor, para além de alguns, poucos quilómetros, no interior do
território inimigo, Por isso o planeamento detalhado da manobra e dos fogos fica normalmente
restringido a esta área.
O planeamento das acções subsequentes será normalmente mais genérico.
Quando um ataque deliberado rompe as defesas inimigas, duas opções podem surgir ao atacante. A
primeira e exercer pressão com as forças empenhadas sobre o escalão seguinte do inimigo, ou sobre
a sua área de retaguarda. A segunda é manobrar para a esquerda ou para a direita da brecha a fim de
atingir mais posições inimigas, uma após outra, a partir do flanco; o escalão superior explora o
sucesso com outras forças. Na maior parte dos casos qualquer destas opções evolui com uma série de
ataques imediatos.
A grande diferença entre os ataques imediatos e os ataques deliberados reside no tempo de que se
dispõe para preparação e planeamento do ataque. Num ataque deliberado há que dispor de tempo
suficiente para reunir e estudar as noticias sobre o inimigo e para reconhecimentos, planeamento e
coordenação. O Batalhão pode ser reorganizado, e tem muitas vezes de se alterar a sua organização
interna, para tirar o melhor partido das suas forças, face à tarefa que tem de cumprir. Novas forças
podem ser dadas em reforço ou colocadas em apoio do Batalhão. È indispensável haver tempo
suficiente para que estas unidades se familiarizem com a situação, com a missão, com as NEP e com
as instruções temporárias de transmissões. O tempo disponível deve ser utilizado cuidadosamente
para proceder à atribuição e coordenação das missões de todos os meios disponíveis. Cada um deve
contribuir para o cumprimento da missão e ser empregue de forma adequada e assim dele se tirar o
máximo rendimento.
Se o inimigo tiver tempo para estabelecer uma posição defensiva bem organizada, a liberdade de
manobra será limitada, e será necessário um potencial de combate esmagador para o destruir. O
apoio mútuo das suas posições pode tornar impossível uma infiltração.
Para destruir tal defesa há que:

• Empenhar uma força capaz de esmagar o inimigo num ponto fraco detectado, ou criado. Ataques
sucessivos, ou por partes, estão condenados ao fracasso, mesmo que o PRC seja favorável.
• Isolar a área com fogos directos de supressão, com fogos de Artilharia de Campanha e de
Morteiros (granadas explosivas e de fumos).
• Minimizar a possibilidade de o inimigo reagir. Fixar outras posições inimigas na zona de acção,
pelo fogo, pela manobra, ou pela ameaça de manobra.
• Limpar todas as posições na área.
• Interdizer a área aos reforços inimigos
• Empenhar forças adicionais, lançando-as sobre a retaguarda inimiga.
• Utilizar munições químicas (se autorizado) para facilitar a criação de um ponto fraco na defesa.
Ás Companhias do escalão de ataque, são normalmente atribuídos objectos finais materializados em
acidentes de terreno que facilitem a reorganização e consolidação do objectivo, face a contra-ataques.
Posições inimigas especificas, ou acidentes de terreno, podem ser atribuídos como objectivos
intermédios, se não restringirem ou retardarem a manobra.
Os elementos de apoio de combate e de apoio de serviços devem ser posicionados onde melhor
possam apoiar a força de assalto. Os meios de engenharia são posicionados à frente, para abrirem
brechas em campos de minas e outros obstáculos, destruir posições capturadas, e dar apoio técnico à
infantaria. Poderão estar disponíveis carros de combate, artilharia autopropulsada e viaturas de
combate de engenharia, para completarem as armas anti carro, numa função de tiro directo. Os
reabastecimentos de munições e determinado equipamento especial, são reunidos em locais de
reabastecimento avançados, para estarem imediatamente disponíveis.
Na preparação para um ataque deliberado, o Comandante de Batalhão e o seu EM seguem os passos
descritos nos procedimentos de comando, no Capítulo 3.
As ordens preparatórias e os reconhecimentos assumem especial importância. As ordens
preparatórias servem para iniciar e orientar as actividades e os elementos subordinados, na
preparação do ataque. O reconhecimento do terreno em que vai ser realizado o ataque, pode reduzir o
perigo das unidades se desorientarem, de se perderem, ou de se desfasarem com a sincronização que
o ataque exige.
Poder reunir os Comandantes subordinados para lhes transmitir a ordem é uma importante vantagem,
normalmente impraticável a um Batalhão que vá lançar um ataque imediato. A operação pode ser
explanada em detalhe para que não hajam dúvidas sobre quem faz o quê, quando, onde e como. A
força de um ataque deliberado advém do facto de as unidades até ao escalão Pelotão e Secção,
poderem planear as suas acções iniciais e assim poderem gerar e aplicar, sobre o inimigo, todo o
potencial de combate disponível. Se for possível, a ordem é dada num local bem à frente, de maneira
que o Comandante de Batalhão possa indicar aspectos que considera importantes, quer no terreno,
quer na carta. Com todos os Comandantes presentes pode iniciar-se imediatamente a coordenação
entre as Companhias, e mesmo completar-se, antes que cada um disperse para continuar os seus
preparativos do ataque.
O Comandante de Batalhão e o EM supervisam os preparativos e a execução do plano de ataque. O
Comandante e os colaboradores por ele escolhidos têm de estar bem à frente, durante o ataque, para
controlarem a operação. O sucesso dela, depende em grande medida, da reacção imediata do
Comandante face à evolução da situação. O Comandante tem necessidade de ver o combate para
e4ficazmente controlar a manobra das suas forças.
Um ataque deliberado que vise romper uma posição cujo inimigo esteja bem equipado e com um
dispositivo adequado, pode redundar em baixas desnecessárias. Para compensar a vantagem de que o
inimigo dispõe tal situação, o Comandante pode conseguir infiltrar uma força na retaguarda da
posição inimiga durante períodos de visibilidade limitada, de más condições meteorológicas, ou de
escuridão (se o inimigo tiver reduzida capacidade de visão nocturna). Um ataque por infiltração,
especialmente por uma unidade de escalão Batalhão, exige uma execução disciplinada, uma
combinação favorável de condições meteorológicas, de terreno e da surpresa. Não obstante, os
Comandantes devem estar cientes das vantagens inerentes a este método de ataque e estarem
constantemente atentos às oportunidades que surjam de poder passar através das defesas. Tais
ataques, em geral, encurtam o tempo necessário para atingir o objectivo e quase sempre têm poucas
baixas.

0419. A EXPLORAÇÃO DO SUCESSO E A PERSEGUIÇÃO

a. Generalidades

A exploração do sucesso e a perseguição são conduzidas para tirar a máxima vantagem de um


sucesso anterior. Seguindo-se a um ataque com êxito, a missão da força de exploração é a de se
deslocar rapidamente para o interior da retaguarda inimiga par impedir que ele reconstitua a sua
defesa, ou conduza uma retirada organizada. Na perseguição, a missão do atacante é a de
aniquilar ou capturar a força inimiga. Devido ao seu limitado potencial de combate, limitada
capacidade logística, e limitada capacidade de obtenção de notícias, o Batalhão participa numa
exploração do sucesso e numa perseguição fazendo parte de uma GU.
A exploração dom sucesso e a perseguição são impostas pelo comando superior quando o inimigo
tem sérias dificuldades em manter as suas posições. Os indícios de tais dificuldades são:

• Uma diminuição da resistência inimiga em toda a frente.


• Um aumento de prisioneiros de guerra.
• A ultrapassagem de posições de artilharia, de postos de comando, instalações de transmissões e
depósitos de reabastecimentos.

As forças lançadas na exploração do sucesso ou da perseguição devem ter mobilidade pelo menos
igual à do inimigo. Esta mobilidade pode ser aumentada através do emprego de forças
aerotransportadas e aeromóveis actuando em conjugação com forças terrestres de junção. Estas
forças terrestres são reforçadas com todos os meios motorizados e helicópteros de transporte,
disponíveis.
O Batalhão de Infantaria apeado não é a força indicada para ser o elemento testa da exploração do
sucesso ou da perseguição sobre um inimigo mecanizado ou motorizado. Ele será normalmente
empregue numa função de seguimento-e-apoio, a menos que tenha disponíveis meios de
transporte (veja Secção VII).

b. Exploração do Sucesso

Na exploração do sucesso, o Batalhão atacará para desorganizar as áreas da retaguarda, destruir


postos de comando inimigos, meios de transmissões, instalações logísticas e unidades de
artilharia, e para conquistar objectivos críticos que cortem os itinerários de retirada do inimigo.
Na exploração do sucesso o Batalhão articula-se em:

• Forças de exploração
• Forças de seguimento e apoio
• Reserva

O objectivo principal de uma exploração do sucesso é o de negar ao inimigo a possibilidade de


reconstruir a sua defesa, A velocidade é essencial. Se a situação do inimigo e o terreno o permitir,
o Batalhão desloca-se como numa marcha para o contacto, pronto a lançar ataques imediatos,
destinados a destruir objectivos vulneráveis. O Batalhão somente limpa na sua zona o estritamente
necessário para permitir o avanço contínuo. As unidades inimigas são ultrapassadas, ou fixadas,
com um mínimo de potencial, a menos que a missão fique comprometida. È dado conhecimento
ao comando da Brigada das unidades inimigas ultrapassadas e as forças de seguimento e apoio
capturam-nas ou destroem-nas é utilizado um mínimo de medidas de controlo; é dada a máxima
latitude aos Comandantes subordinados. Na exploração do sucesso, o Batalhão poderá ser
reforçado com carros de combate, sendo formados um número máximo de subagrupamentos. O
Batalhão pode ser reforçado com artilharia e outros elementos de apoio de combate e de apoio de
serviços, devido à profundidade dos seus objectivos. Deve-se fazer a máxima utilização da Força
Aérea para reconhecimentos e apoio aéreo próximo.

c. Perseguição

A perseguição normalmente segue-se a uma exploração do sucesso e difere desta no facto da sua
finalidade se orientar principalmente para a destruição da força inimiga, em vez de visar
objectivos no terreno. A perseguição pode ser conduzida quer utilizando uma força de pressão
directa ou utilizando uma força de pressão directa e uma força de cerco.
O Batalhão pode ser parte quer de uma, quer de outra força.
Uma força de pressão directa mantêm pressão contínua, inexorável, no inimigo, forçando-o a para
e a empenhar-se. Então ataca-o para o destruir ou fixá-lo, até que uma força de cerco possa atacar.
Quando é utilizada uma força de cerco, ela desloca-se para a retaguarda do inimigo, bloqueia a sua
retirada, e então ataca para o destruir em conjugação com um ataque da força de pressão. Quando
o terreno e as condições tácticas o permitem, as forças de cerco avançam por itinerários paralelos
aos itinerários de retirada do inimigo, para alcançar pontos críticos (desfiladeiros, pontes, etc.)
antes que o grosso das forças inimigas o possam fazer. Quando não for possível atingir, em tempo
oportuno, terreno à retaguarda do inimigo, a força de cerco pode atacar o flanco inimigo. As
forças aeromóveis ou aerotransportadas são particularmente adequadas como forças cerco, a
empregar sobre infantaria, ou contra forças blindadas, se o terreno que canaliza a retirada do
inimigo poder ser ocupado e as defesas aéreas suprimidas. O Comandante, na perseguição,
organiza as suas forças consoante o grau de resistência do inimigo e da composição das forças de
retaguarda e de patrulhamento. O inimigo fará todos os esforços para retardar ou parar as forças
de perseguição, utilizando inclusivamente forças em reserva, ou deixando para trás forças nas
posições.
As unidades de perseguição que não estão em contacto com o inimigo, executam a perseguição
como se tratasse de uma marcha para o contacto, e planeiam por forma a utilizar eficazmente o
terreno ao longo do itinerário de perseguição. O fim em vista é evitar que as forças de perseguição
se empenhem a partir de posições desvantajosas.
Uma vez ordenada a perseguição, O Comandante pressiona o ataque com todos os meios
disponíveis. Se outros meios de transporte não estiverem disponíveis, podem utilizar-se meios de
transporte de reabastecimentos, meios de transporte civis, ou meios de transporte capturados ao
inimigo.
As posições de defesa imediata do inimigo são contornadas, e as bolsas de resistência isoladas são
ultrapassadas, ou destruídas pelo fogo. A presença da força de pressão directa evita que o grosso
das forças inimigas escape e reorganize uma defesa eficaz. Para controlar a perseguição, o
Comandante pode designar objectivos no terreno, linhas de fase ou pontos de referência. È dada
aos Comandantes subordinados a máxima liberdade de acção, compatível com a segurança e a
manutenção da integridade do comando.

SECÇÃO V – PLANEAMENTO DO ATAQUE

O planeamento do ataque começa formalmente quando uma dada missão resulta da ordem do Comandante
do escalão superior ou da iniciativa do Comandante de Batalhão. O planeamento é contínuo, para que o
Comandante se possa antecipar a ordens recebidas e reagir com curto aviso prévio. O processo de
planeamento pode demorar poucos minutos ou poucas horas. Quando há tempo disponível, o planeamento
deverá ser detalhado. As técnicas de planeamento discutidas nesta secção podem ser genericamente
utilizadas no planeamento de todos os tipos de operações ofensivas. Contudo, a orientação aqui fornecida
deverá ser utilizada em conjugação com a análise do Comandante sobre o MITM-T e os procedimentos de
comando explanados no Capítulo 3.

0420. DESENVOLVIMENTO DO PLANO

Primeiro, a missão é analisada para se obter um perfeito conhecimento de todas as tarefas (explícitas
e implícitas) exigidas para o seu cumprimento. O EM fornece ao Comandante todas as informações
disponíveis que garantam que ele esteja a par da situação, enquanto estuda a sus missão.
O Comandante de Batalhão, baseado no estudo da missão, do conhecimento da situação da forças
amigas e do inimigo, nas directivas recebidas e nos seus conhecimentos e experiência, restabelece a
missão e dá a directiva de planeamento ao seu EM. A sua directiva de planeamento é normalmente
genérica, mas ele indica modalidades de acção que ele crê merecem atenção por parte do seu EM. O
comandante obstem-se de dar preferência a uma determinada modalidade, permitindo assim que o
EM possa fazer os seus estudos sem influências e possa explorar todas as modalidades que permitam
obter o êxito.
Depois de receberem a directiva de planeamento do Comandante, os oficiais do EM preparam
estudos de situação e propostas.
Após ter recebido a propostas do seu EM, o Comandante completa o seu próprio estudo e toma a
decisão. Frequentemente, todo este processo pode ser executado em poucos minutos. A decisão do
Comandante concretiza a M/A escolhida, dando-lhe a forma que responda às questões QUEM, O
QUÊ, QUANDO, ONDE, COMO e PORQUÊ. A decisão inclui a direcção e o (s) objectivo (s) do
ataque principal e dos ataques secundários (se considerados98 e o planeamento do emprego da
reserva. Adicionalmente, a decisão pode incluir informações sobre o esquema de manobra e uma
visualização geral do apoio de fogos, ainda que o último seja mais provavelmente incluído no
conceito do Comandante de como a operação irá ser conduzida. Quando o Comandante dá a sua
decisão e conceito, os Comandantes subordinados são normalmente informados (por ordens
parcelares) do plano geral, para que o planeamento concorrente possa ser iniciado.
Depois de expor a sua decisão, o Comandante dá ao seu EM o seu conceito de como a operação irá
ser conduzida (conceito do Comandante). Com isto ele especifica a sua decisão, explanando
quaisquer aspectos julgados necessários; e, em complemento, ele fornece directivas e instruções ao
EM para os planeamentos futuros e a preparação de ordens. O conceito do Comandante pode incluir
a explanação ou a clarificação de:

• Finalidade da operação (objectivo da missão).


• Esquema de manobra, incluindo a visualização e sequência de acontecimentos importantes.
• Utilização, pelo comando superior, de fogos nucleares, químicos e outros, incluindo as
prioridades; localização das armas/munições nucleares; e duração dos fogos de preparação.
• Apoio à modalidade e suas prioridades.
• Organizações para o combate.
• Exigências de segurança.
• Medidas gerais de controlo.
• Missões de defesa AA e/ ou prioridades.
• Quaisquer outras medidas que ele possa considerar significativas para o comando.

a. Esquema de Manobra e Apoio de Fogos

A finalidade última do planeamento do ataque é a formulação do esquema de manobra e do plano


de apoio de fogos. O parágrafo 3.a (conceito da operação) da OOp sumaria o esquema de manobra
do Comandante e o plano de apoio de fogos. Todo o outro planeamento (por exemplo, apoio
logístico, transmissões, etc.) é conduzido para apoiar o plano táctico, descrito pelo conceito da
operação.

(1) ESQUEMA DE MANOBRA

O esquema de manobra explana, através da manobra das forças, como o Batalhão irá cumprir a
sua missão. O esquema de manobra descreve:

• PARA QUÊ (qual a finalidade do ataque; finalidade ou intenção do Comandante)


• QUEM (quais as unidades que participarão na operação)
• O QUÊ (qual o tipo de operação que irá ser realizada)
• QUANDO (data/hora a que a operação começa)
• ONDE (onde irá ocorrer operação incluindo bases de ataque, eixos de progressão, e
objectivos)
• COMO (como se irá ser conduzido o ataque, incluindo a forma de manobra, o ataque
principal, os ataques secundários, reservas, etc.).
(2) APOIO DE FOGOS

O plano de apoio de fogos pormenoriza como os fogos irão ser colocados ou executados em
apoio do esquema de manobra. O plano de apoio de fogos pode ser dividido em três fases;
fogos de preparação, fogos durante o ataque e fogos em apoio da reorganização e
consolidação. O plano de apoio de fogos deve incluir:

• Número e tipo de unidades de apoio de fogos disponíveis (incluindo o reabastecimento de


munições).

• Prioridade de fogos convencionais

• Identificação e duração dos fogos de preparação, se forem usados.

• Identificação dos objectivos a serem batidos pelos fogos, a pedido.

• Utilização de armas nucleares pelo comando superior.

• Utilização de fogos químicos, quando autorizados pelo comando superior.

• Os efeitos dos fogos na criação de obstáculos ao deslocamento planeado.

• Directivas para a segurança das forças.

• Número de saídas do apoio aéreo próximo e dos helicópteros de ataque.

O emprego das armas de tiro directo normalmente não faz parte do plano de apoio de fogos.
Tais armas são integradas no esquema de manobra das unidades por se admitir que as unidades
as empregarão numa função de fogo e movimento. Isto porque se se especificar a utilização
das armas de tiro directo, no plano de apoio de fogos, pode desnecessariamente restringir o seu
uso no ataque. Se se dispuser de helicópteros de ataque eles podem ser integrados no plano de
apoio de fogos. Eles têm melhor aplicação como unidade de manobra em missões de reserva
ou de exploração.

b. Ataque Principal

No ataque, as unidades de manobra são empregues no ataque principal, em ataques secundários,


ou como reserva, Quando às Companhias são atribuídos objectivos cuja conquista oferece iguais
oportunidades de sucesso, ou quando o Batalhão utiliza a forma de manobra de ataque frontal,
inicialmente, pode não ser indicado um ataque principal.
Todavia, são feitos planos para que, à medida que a situação evolui, um dado ataque seja indicado
como ataque principal.
O ataque principal é dirigido contra objectivos cuja conquista melhor assegura o cumprimento da
missão. A este ataque é dada prioridade na atribuição de meios de combate que lhe assegurem a
possibilidade de obter resultados decisivos.
O ataque principal tem prioridade na atribuição de unidades de manobra, de fogos e outros apoios
de combate. Frequentemente é-lhe dada a vantagem do melhor eixo de aproximação e,
normalmente, dirigido contra os pontos fracos do inimigo.
Quando a situação o exige, o esforço principal pode ser mudado de uma unidade para outra, na
exploração de uma fraqueza inimiga não observada antes, ou criada durante a acção por outras
forças que executavam ataques secundários.

c. Ataque Secundário

Um ataque secundário, se usado, deverá contribuir para o sucesso do ataque principal, pelo
cumprimento de uma ou mais das seguintes tarefas:

• Conquistar terreno que facilite a manobra do esforço principal.


• Fixar o inimigo na posição.
• Destruir forças inimigas que possam dificultar o ataque principal.
• Iludir o inimigo quanto à localização do ataque principal.
• Forçar o inimigo a empenhar a reserva prematuramente, por partes, ou numa área não decisiva.
• Evitar reforços inimigos na área do ataque principal.

Pode-se empregar fogos convencionais, nucleares e químicos para cumprimento de tarefas


apropriadas a um ataque secundário.

d. Ataque Equilibrado

Por vezes, pode não ser possível definir um objectivo decisivo; neste caso, uma das modalidades
de acção a formular é a do ataque equilibrado a executar por forças com um potencial relativo de
combate equivalente. Pode empregar-se um ataque equilibrado quando as forças atacantes são
atribuídas missões de igual importância; ou quando, para além dos objectivos a alcançar, os eixos
de aproximação a utilizar e o dispositivo do inimigo oferecem iguais oportunidades de sucesso; ou
quando a força ataca em colunas múltiplas, a fim de esclarecer uma situação que se apresenta
vaga.
Logo que possível, à medida que a situação se esclarece, uma das forças poderá tornar-se força de
ataque principal, sendo-lhe fornecidos os meios necessários para a obtenção de resultados
decisivos, pelo que o dispositivo inicial deve ser estabelecido com grande flexibilidade.

e. Reserva

No ataque, o Batalhão mantêm uma reserva que poderá lançar no combate4 no local e momento
decisivos, para explorar o sucesso ou completar a missão. A reserva também fornece ao
Comandante meios para fazer face a situações imprevistas. A reserva deverá ter tanta mobilidade
quanto a possível. A reserva deverá ser utilizada para:
• Explorar o sucesso do ataque.
• Reforçar o ataque.
• Manter ou aumentar o ímpeto do ataque.
• Manter o terreno conquistado pelo escalão de ataque.
• Destruir ou conter os contra-ataques inimigos.
• Fornecer segurança (proteger os flancos ou a retaguarda do Batalhão).
• Cortar os itinerários de retirada do inimigo.

(1) EFECTIVO E COMPOSIÇÃO


Um objectivo profundo, o limitado conhecimento da situação do inimigo, ou a incapacidade
de visualizar o ataque até ao objectivo final, exige a existência de uma reserva forte. Quando
se ataca um inimigo do qual se saiba ter mobilidade inferior e a situação está bem esclarecida,
a reserva pode ser mais fraca do que quando se ataca uma força de mobilidade igual ou
superior.

(2) LOCALIZAÇÃO

Normalmente a reserva deverá situar-se suficientemente atrás do ataque principal por forma
a não interferir com a sua progressão, ou evitar que ela fique espartilhada entre os elementos
avançados assim perca a sua flexibilidade de manobra.

(3) DESLOCAMENTO

Em operações rápidas, a reserva pode deslocar-se atrás do escalão de ataque, a uma distância
determinada. Em operações lentas, a reserva desloca-se por lanços e, em determinadas
situações, pode até ser transportada por meios aéreos. Independentemente da forma como se
desloca, a reserva deve manter-se dentro da distância a partir da qual possa apoiar as forças
empenhadas.

(4) RECONSTITUIÇÃO DA RESERVA

Antes do ataque devem ser feitos planos para reconstituir a reserva, se a reserva for
empenhada. O Comandante da Brigada deverá ser informado quando a reserva do Batalhão é
empenhada.
Alguns ataques são planeados sem uma reserva formal. O Comandante do Batalhão
aeromóvel pode, em algumas ocasiões, confiar na mobilidade do seu Batalhão (ou
Agrupamento) e no apoio de fogos disponível para influenciar a acção no moimento decisivo,
em vez de designar uma reserva formal. Todavia, o Comandante tem sempre em pensamento
uma das suas unidades como reserva, quando ele desloca elementos do Batalhão por lanços.
Unidades não empenhadas podem ser rapidamente deslocadas para locais decisivos do
combate para explorar o sucesso ou deter um ataque inimigo, tipo reserva à ordem é uma
técnica recomendada.

0421. UTILIZAÇÃO DE CARROS DE COMBATE

O Potencial de combate do Batalhão de infantaria é significativamente aumentado pelo reforço de


carros de combate. O seu emprego deverá seguir estas orientações:

• Os carros de combate são colocados normalmente no escalão de ataque. Eles são um excelente
meio de influenciar o ataque principal.

• Os carros de combate podem apoiar pelo fogo quando o terreno impede os seus deslocamentos
com o escalão de ataque.

• Os carros de combate podem formar a base de um Subagrupamento em reserva, apto a deslocar-se


rapidamente para o ponto de decisão (a infantaria pode transportar-se nos carros, quando não
houver contacto).
• Os carros de combate raramente são empregues sem infantaria.

• Sempre que possível, deve manter-se a integridade do Pelotão de Carros de Combate.

Quando se deslocam juntos no mesmo eixo, os carros podem seguir a infantaria por lanços, de uma
posição de tiro coberto e abrigada para a posição seguinte, ou se as armas anticarro foram eliminadas,
avançam rapidamente para a frente para destruir bolsas de resistência isoladas. Um pequeno número
de carros com uma força significativa de infantaria pode tornar-se decisivo. Os carros podem ser
utilizados como “armas de acompanhamento blindadas” ou como “canhões de assalto” operando bem
à frente, e integrados no fogo e movimento da infantaria.
O apoio a partir do PelACar do Batalhão pode reduzir a necessidade de sobreapoio a prestar pelos
carros de combate.

0422. MEDIDAS DE CONTROLO NO ATAQUE

O Comandante de Batalhão prescreve as medidas de controlo necessárias para um ataque em


conjugação com as medidas determinadas pela Brigada e Comando superior. As medidas impostas
pelo comando superior são normalmente escassas, e dadas em ordens – tipo – missão, ou quando ao
Batalhão é atribuída uma função semi-independente; mas podem ser com elevado detalhe, quando o
Batalhão participa num ataque da Brigada.

a. Objectivo

O objectivo do Batalhão é normalmente um ponto importante, zona geográfica ou uma força


inimiga. Normalmente é atribuído pelo escalão superior. Quando não é especificamente indicado,
o Comandante de Batalhão determina e define o objectivo (s) baseado na análise da sua missão.
Quando a conquista ou a destruição do objectivo exige o emprego de mais do que uma unidade
subordinada, o objectivo é claramente dividido entre as unidades, para atribuição de
responsabilidades.
O esforço do Batalhão deve orientar-se para o terreno decisivo, isto é, para a área de terreno cuja
conquista materializa o cumprimento da missão e vem facilitar a destruição do inimigo. Se o
terreno decisivo exceder a capacidade de uma Companhia, mais nele é possível seleccionar uma
parte cuja conquista, mais contribui para o cumprimento da missão, essa part6e constituirá o
objectivo decisivo, sobre a qual será dirigido o ataque principal.

b. Objectivos Intermédios

O Comandante de Batalhão pode atribuir objectivos intermédios às companhias. Devem ser


atribuídos um número mínimo para que a sua conquista não possa retardar o ataque do batalhão,
restringir a manobra e causar um emassamento excessivo. Uma zona de terreno pode ser um
objectivo intermédio quando:

• A sua ocupação pelo inimigo interfere com a progressão do ataque.


• Prevê-se um combate difícil ou demorado nesse objectivo ou nas suas imediações antes do
Batalhão poder prosseguir para o seu objectivo final.

• A sua conquista facilita o controlo das unidades subordinadas e o apoio mútuo entre elas
(devido à observação oferecida pelo terreno), ou é necessário fasear antes do objectivo final.

• Ele é necessário para o posicionamento das unidades subordinadas ou armas, para garantir uma
coordenação estreita, ou o apoio de um ataque contra uma posição inimiga forte.

c. Limites

Os limites definem as zonas de acção das unidades no ataque e auxiliam o controlo dos fogos e
os deslocamentos daquelas unidades. Os limites são normalmente delineados ao longo de
características de terreno facilmente identificáveis, e estão situados de modo a que não se
dividam responsabilidades por mais do que uma unidade, tais como, sobre pontos importantes e
eixos de aproximação. Os limites prolongam-se para além do objectivo pelo menos até à
profundidade necessária para coordenar os fogos e para o posicionamento de elementos de
segurança na conquista e consolação do objectivo. Os limites estendem-se igualmente para a
retaguarda na extensão necessária que permita espaço para o posicionamento dos elementos de
comando e elementos do apoio de combate e de apoio de serviços. A projecção à retaguarda dos
limites definem o limite à retaguarda da área de responsabilidade das unidades.
Os limites raramente são usados nos flancos expostos.
As unidades só podem deslocar-se ou realizar fogos através dos limites após coordenação com
as unidades adjacentes. Em certas circunstâncias, tais como em operações aeromóveis, os
limites só serão usados na linha de partida (LP) e na área do objectivo. As armas de tiro directo
podem fazer fogo para além dos limites desde que tenham referenciado unidades inimigas.

d. Zona de Acção

A zona de acção consiste na área atribuída para as operações dos elementos subordinados.
Normalmente, ela é o terreno entre dois limites laterais. O prolongamento dos limites para a
frente e para a retaguarda definem os limites anteriores e posteriores da zona. Dado que os
limites raramente são usados num flanco exposto, a frente da ZA estende-se na direcção do
flanco exposto. A frente da ZA estende-se na direcção do flanco exposto tão longe quanto o
Comandante considera necessário para cumprir a sua missão e garantia a segurança das suas
forças. Normalmente ela não se estende além das possibilidades de actuação ou do alcance
eficaz de armas orgânicas e de apoio.
As zonas de acção são atribuídas quando é necessário uma estreita coordenação e cooperação
entre unidades adjacentes, ou quando a missão das unidades exige uma definição clara das
zonas de responsabilidade. Se se deseja a eliminação de todas as forças amigas, a 00p deve-o
especificar. Se são ultrapassadas unidades inimigas, a Brigada destruí-las-á com a unidade de
seguimento e apoio, com a sua reserva, ou pelo fogo. O Comandante da Brigada deve ser
informado de todas as unidades inimigas ultrapassadas.
O Comandante é responsável por todas as operações na sua ZA, excepto aquelas que
especificamente forem assumidas pelo Comando superior, O Comandante é livre de manobrar
as suas unidades dentro da sua ZA. O Comandante é responsável pela localização e destruição
do inimigo na sua ZA, de acordo com o cumprimento da sua missão e de maneira a fornecer a
necessária segurança ao seu comando. Unidades inimigas referenciadas, cujo potencial ou
localização possam ameaçar o sucesso da Brigada ou do escalão superior, não serão
ultrapassadas sem autorização do Comandante da Brigada.
Não há uma regra única que possa estabelecer uma extensão apropriada das ZA, para um ataque
de Batalhão. A extensão da ZA, é baseada em função da missão, do inimigo, do terreno, do
espaço de manobra necessário e da extensão e natureza do objectivo. Cada um destes factores
deve ser considerado em relação aos outros. Visto que eles raramente estão em consonância, e
estando frequentemente em conflito, devem ser considerados em conjunto.

(1)MISSÃO

O cumprimento da missão é a finalidade suprema. A natureza da missão pode, ser si só,


influenciar a extensão da zona de acção. Por exemplo, se a força atacante necessita de limpar
a sua ZA, pode ser preferível uma zona estreita. Por outro lado, uma força atacante
participando numa exploração do sucesso ou uma perseguição, pode ser-lhe atribuída uma
zona extensa, visto que as missões para este tipo de operações ofensivas, normalmente
envolvem um inimigo relativamente fraco ou desorganizado.

(2)INIMIGO

Os aspectos do inimigo a considerar incluem o seu potencial, dispositivo e possibilidade


operacionais. Um ataque contra uma força inimiga fraca ou desorganizada permite a
atribuição de uma ZA relativamente larga; pelo contrário, um ataque contra um a força bem
treinada, bem organizada em posições fortes e com apoio mútuo, determina a necessidade de
uma zona estreita.

(3)TERRENO

A natureza do terreno influencia a largura da ZA pela forma com o terreno facilita ou


dificulta a observação das unidades atacantes, os campos de tiro, a facilidade de manobra e a
traficabilidade. O terreno que favoreça aqueles aspectos, permite a atribuição de uma ZA
relativamente larga; por outro lado, o terreno que é desfavorável em algum ou em todos
aqueles aspectos. Aconselha a atribuição de uma zona estreita. È ideal que uma ZA inclua,
pelo menos, um EAprx adequado para o objectivo.

(4)ESPAÇO DE MANOBRA

Deve haver espaço suficiente para a manobra das forças atacantes e par utilização eficiente
dos fogos de apoio. A ZA deverá ser suficientemente larga que permita aos comandantes
subordinados grade latitude na selecção de um esquema de manobra, e ser suficientemente
extensa para evitar congestionamentos das unidades, reduzindo desse modo o risco de
criação de alvos remuneradores à massa dos fogos defensivos inimigos.

(5)OBJECTIVO

Quer a extensão, quer a natureza do objectivo influenciam a largura da ZA, A ZA, no


mínimo, deve ser de um modo geral tão larga quanto o objectivo atribuído. Por outro lado, os
limites no qual assenta a largura da ZA são influenciados pela possibilidade da força atacante
controlar o objectivo após a sua conquista.
e. Eixos de Progressão

É designado um EProg para indicar a direcção geral do movimento de uma unidade. A uma
unidade que progride por um eixo não lhe é exigido que limpe a área ao longo desse eixo; a
unidade pode ultrapassar forças inimigas que não ameacem o cumprimento da sua missão.
Todavia, quando são ultrapassadas forças, o Comando superior deve ser informado. Uma
unidade pode desviar-se do seu eixo, mas os grandes desvios devem ser comunicados. Os
Comandantes devem assegurar-se de que os desvios ao eixo de progressão não interferem com
os deslocamentos ou os fogos das unidades adjacentes.
Normalmente é usado um EProg quando as condições de progressão favorecem uma conquista
rápida de um objectivo profundo; em operações contra resistências inimigas ligeiras ou
descontínuas; e quando não há necessidade de ataques em apoio mútuo. Um EProg é mais
frequentemente usado nas operações com forças mecanizadas ou blindadas,
Quando é atribuído um EProg a uma Companhia, ela adopta a formação mais adequada à
situação. Quando o Batalhão utiliza dois EProg, eles devem estar suficientemente afastados de
modo a permitirem a liberdade de manobra em cada um, ainda que suficientemente perto que
permitam às unidades em cada eixo manobrem em apoio da outra.
O Comandante não necessita de empregar a sua unidade em coluna, no eixo que lhe foi
atribuído. Ele pode manter o eixo atribuído, que será utilizado pelas forças do ataque principal,
enquanto designa um eixo adjacente para o ataque secundário; ou o Comandante pode designar
dois eixos, de progressão, seguindo a direcção geral do eixo que lhe foi atribuído. A atribuição
de eixos adicionais não pode levar à possibilidade de interferência com as unidades adjacentes.
Pode ser indicado um EProg dentro da ZA, para melhor controlar a localização geral da unidade
subordinada dentro dela.

f. Direcção de Ataque

A direcção de ataque é geralmente mais restrita do que um EProg, dado que designa uma
direcção específica ou itinerário a ser utilizado pelo centro de gravidade das forças que aí se
deslocam. Dada a sua natureza restritiva, a direcção de ataque somente é usada quando é
necessário um apertado controlo sobre a manobra dos elementos subordinados ao longo de um
itinerário especifico. A atribuição desta medida de controlo tem particular aplicação no contra-
ataque.

g. Linha de Partida

É definida uma linha de Partida (LP) para coordenar a partida dos elementos de ataque. A LP
deve ser facilmente referenciada no terreno e na carta, e ser, na generalidade, perpendicular à
direcção do ataque. Ela deve permitir uma aproximação coberta e abrigada e oferecer protecção
contra a observação e fogos directos do inimigo. A LP deverá estar sob o controlo das forças
amigas e, se forem usadas armas nucleares, deverá corresponder às directivas do Comandante
sobre protecção das tropas, Quando a LP não poder ser fixada no terreno, como num contra-
ataque, a Linha de Contacto (LC) pode ser indicada como LP.
O Comandante de Batalhão pode escolher uma LP diferente da determinada pela Brigada,
providenciando que os seus elementos da testa atravessem a LP da Brigada no momento por ela
determinado. Quando as unidades atacantes estão demasiadamente separadas, o Comandante de
Batalhão pode, se necessário, determinar LP e horas de ataque diferentes.

h. Hora de Ataque

Designa-se por hora de ataque (Hora H), o momento em que os elementos da testa atravessam a
LP. Ela pode ser a uma hora prevista, a um sinal combinado, à ordem, ou após a execução de
uma acção táctica especifica. A escolha da Hora H inclui os seguintes factores: directivas
impostas pelo Comando superior; tempo necessário para as unidades subordinadas fazerem
reconhecimentos, preparar e coordenar planos, distribuir ordens, organizarem-se e deslocarem-
se para a LP; e a necessidade de surpreender o inimigo e tirar vantagem da sua fraqueza antes
que ele a possa corrigir.
O ataque dos elementos subordinados pode ser escalonado no tempo para iludir o inimigo e
permitir deslocar os fogos de apoio para os sucessivos ataques. Podem ser utilizadas horas
diferentes de ataque tendo em conta as diferentes velocidades de progressão das unidades,
garantindo assim que todas as unidades atacantes cheguem simultaneamente ao objectivo. Um
ataque simultâneo de todos os elementos impede que o inimigo concentre os seus fogos apenas
num elemento do ataque.
Quando são empregues armas nucleares ou químicas antes de um ataque, o seu emprego é
cuidadosamente coordenado com a hora do ataque. A Hora H deverá seguir-se o mais cedo
possível após a detonação da arma nuclear, para permitir a exploração imediata dos seus efeitos.

i. Bases de Ataque de Companhia

As Bases de Ataque de Companhia (BAtq) são utilizadas para facilitar o desenvolvimento e


coordenação finais antes de se atravessar a LP. Devem estar localizadas perto desta linha e
garantem posições cobertas e abrigadas. São os Comandantes de Companhia que seleccionam
as suas próprias bases de ataque. Elas podem ser designadas pelo Comandante de Batalhão
quando este pretende um estreito controlo da operação, como acontece em ataques nocturnos e
transposição de cursos de água.
Somente as unidades de assalto utilizam bases de ataque. Para evitar a formação de alvos
remunerados, as unidades devem permanecer nas bases de ataque o mínimo de tempo possível.
O ideal é que as Companhias atravessem as bases de ataque sem parar. Quando deixam as suas
bases de ataque, as unidades desenvolvem de3 modo a atravessar a LP na formação de combate
desejada.

j. Zonas de Reunião

Uma Zona de Reunião (ZRn) é uma área na qual um comando prepara uma acção futura. A
Brigada normalmente prescreve zona (s) de reunião para o Batalhão. Nesta área (s), o
Comandante de Batalhão atribui zonas de reunião de Companhia, dispersas, para defesa em
todas as direcções. Aqui são distribuídas as ordens, terminados os reabastecimentos e a
manutenção, e completada a organização para o combate. As ZRn devem fornecer
dissimulação, dispersão, itinerários adequados para a frente, e segurança contra ataques aéreos e
terrestres. Quando possível, as ZRn devem ficar fora do alcance eficaz do grosso da artilharia
inimiga.
1. Linhas de Fase

Uma Linha de Fase (LF) consiste numa linha que atravessa completamente a zona ou a área
provável de acção. Deve localizar-se em terreno facilmente identificável, tal como uma crista,
curso de água ou uma estrada. A LF utiliza-se para controlar os deslocamentos das unidades;
todavia, as unidades não necessitam de para na LF, mas pode-lhes ser ordenado para o fazerem.
Uma LF pode ser utilizada para limitar o avanço dos elementos atacantes. As LF são
particularmente utilizadas nas operações de maior mobilidade. Às unidades normalmente é
pedido para informarem a chegada às LF.

m. Eixos de infiltração

Dentro da área de infiltração, são designados eixos que garantem espaço de manobra suficiente
a grupos de infiltração que se desloquem em segredo. Numa infiltração, para facilitar o controlo
e a coordenação dos fogos, o Comandante pode utilizar eixos de infiltração conjuntamente com
a designação em código dos grupos de infiltração e a sua sequência de deslocamento, pontos de
referência e LF. São designados pontos ou zonas de reunião ao longo do eixo (s) de infiltração e
na área do objectivo.

n. Pontos de Referência

Os pontos de referência são pontos utilizados para facilitar o controlo. Eles podem ser
seleccionados ao longo da ZA, do EProg ou de direcções de ataque. Por alusão a um ponto de
referência, um comandante subordinado pode rápida e correctamente informar as suas
sucessivas localizações e pedir apoio de fogos. O escalão superior pode usar pontos de
referência para indicar objectivos, linhas de partida, zonas de reunião, etc.
o. Base de Assalto

A base de Assalto (BAss) é uma área junto ao Obj., onde a unidade se desenvolve nas
formações de assalto. Deve ser coberta, abrigada e ter espaço suficiente para a unidade se
desenvolver. A força não deve parar nessa posição, ou perder o ímpeto durante o seu
desenvolvimento.

0423. SEGURANÇA

O Comandante de Batalhão é responsável pela segurança da sua unidade como um todo. Por seu
turno, os Comandantes de cada elemento subordinado são responsáveis pela segurança das suas
unidades. São tomadas medidas activas e passivas antes do ataque, para evitar que o inimigo
determine a hora e local do ataque, e dissimular a sus preparação. Embora o OOp do Batalhão
normalmente não inclua um anexo de medidas de segurança e decepção, todas as operações incluem
algumas medidas. Além disso o Batalhão auxiliará na implementação de tais planos elaborados pelo
Comando superior. O Comandante de Batalhão emprega unidades orgânicas e de reforço (ou
elementos delas) e forças de apoio para a segurança desejada. O PelRec ou elementos do Esquadrão
de Cavalaria do Ar/Divisão, o qual pode apoiar a Brigada ou o Batalhão, são ideais para missões de
segurança, devido à sua mobilidade orgânica e ao seu potencial de fogo. Durante o ataque, a
segurança é obtida pelo emprego de forças de segurança e de meios de vigilância, dispositivo das
unidades amigas, velocidade com que o ataque é realizado, controlo de pontos importantes, e
utilização dos fogos de apoio. Quando são empregues forças de segurança do Batalhão, elas
normalmente actuam sob o controlo directo do Batalhão, sendo-lhes dadas missões de acordo com a
situação. Na determinação das necessidades de segurança, o Comandante considera a segurança
oferecida por todos os meios disponíveis.

a. Segurança dos Intervalos

Quando o Batalhão actua numa frente extensa, podem surgir intervalos de considerável largura
entre as Companhias do Batalhão, ou entre o Batalhão e unidades adjacentes. A responsabilidade
pelo controlo de tais intervalos deve ser claramente definida.
Os intervalos são controlados, em principio por forças de segurança, por patrulhas. Por vigilância
aérea e terrestre e pelo fogo, utilizando os meios imediatamente disponíveis tais como meios
aerostáticos.
Se as forças inimigas detectadas nos intervalos são suficientemente fortes para interferir
seriamente com o cumprimento da missão, serão destruídas pelo fogo ou pelo fogo e movimento.
De preferência elas são destruídas pelo fogo, para evitar o empenhamento de forças. Se as forças
inimigas não constituírem uma séria ameaça, essas forças serão fixadas ou vigiadas por uma força
compatível com a missão, até que possam ser destruídas pela reserva da Brigada ou outras forças.

b. Segurança das Transmissões

O Comandante de Batalhão é responsável pela segurança das transmissões de todas as suas redes
rádio, incluindo a segurança física, a segurança criptográfica e segurança das transmissões.
È necessária atenção especial às medidas de segurança das transmissões, de maneira a reduzir ao
mínimo a eficiência dos meios de informações do inimigo nas transmissões das forças amigas, nos
radares, e nos meios de vigilância de infravermelhos. As Companhias devem utilizar todas as
seguranças de transmissões disponíveis e meios de contra-contramedidas para reduzir os efeitos da
exploração das transmissões do inimigo e o seu impacto nas operações das unidades, Veja o
Anexo G sobre mais detalhes da segurança das transmissões.

0424. PLANEAMENTO DAS TAREFAS

A missão, a situação do inimigo, o terreno, os meios e o tempo disponível são as principais


considerações na determinação da organização para o combate. Normalmente as Companhias de
Atiradores e os Esquadrões de Carros de Combate trocam Pelotões entre si, para formarem Sub
agrupamentos. A organização para o combate é ajustada à operação em curso para satisfazer as
exigências da evolução da situação.
O detalhe com que é feito o planeamento depende do tempo disponível e da experiência do
Comandante e do seu EM. Assim, mesmo dispondo de pouco tempo, o Comandante pode
rapidamente completar o planeamento de certas tarefas. Além disso, o Comandante pode reduzir o
tempo que leva a determinar como irá executar as operações, quando o tempo disponível é curto,
utilizando NEP, e procedimentos pré-planeados.
O planeamento das tarefas a realizar aqui discutido, é um processo mental que o Comandante seguirá
no planeamento do ataque /quer ele tenha poucos minutos ou poucos dias para planear). As tarefas
normalmente seguem-se numa determinada sequência, mas o Comandante pode modificar a
sequência ou executar algumas tarefas concorrentemente, à medida que as for ajustando. O
planeamento das tarefas também pode ser utilizado como uma orientação para estudar possíveis
M/A ou para completar o conceito do Comandante, uma vez ele tome a sua decisão sobre uma M/A.

a. 1ª Tarefa. Analisar a Área do Objectivo Atribuído

• Identificar e atribuir objectivos às Companhias.

• Determinar que objectivo (s) deve ser conquistado para assegurar o cumprimento da missão.
Um objectivo assim atribuído, será normalmente o objectivo do ataque principal.

• Assegurar que as Companhias têm espaço de manobra adequado para fisicamente ocupar o
objectivo ou para conquistar o terreno que domine o objectivo.

b. 2ª Tarefa. Identificar Eixos de Aproximação das Companhias, das suas Bases de Ataque para
os seus Objectivos.

• Analisar cada EAprx em termos de espaço de manobra, traficabilidade, obstáculos, cobertos e


abrigos, observação e campos de tiro, terreno importante, e se a sua utilização evita o forte do
inimigo ou permite o ataque de flanco ou pela retaguarda das posições inimigas.

c. 3ª Tarefa. Identificar o Dispositivo7Localização/possibilidades das Unidades Inimigas

• Incluir quer as unidades que inicialmente se opõem ao ataque, quer as que poderão reforçar a
defesa.

• Determinar como neutralizar ou destruir as posições inimigas conhecidas ou suspeitas.


• Identificar (ou determinar como criar) os pontos fracos na defesa inimiga.

d. 4ª Tarefa. Visualizar quantos Pelotões podem ser colocados nos Eixos de Aproximação e como
eles deverão Progredir para os seus objectivos.

• Primeiro concentrar a atenção nos eixos que conduzem ao objectivo que foi atribuído ao ataque
principal.

• Visualizar que as acções devem ser tomadas se forças inimigas contra-atacarem em


determinados pontos dos eixos de aproximação.

• Atribuir pontos importantes, os quais facilitam os deslocamentos nos EAprx, bem como
objectivos intermédios.

• Considerar objectivos ou EAprx de alternativa se se verificar que as Companhias não levam de


vencida as posições inimigas.

e. 5ª Tarefa. Organização para o Combate do Batalhão.

• Ponderar o esforço da Companhia que executa o ataque principal (se for indicado um ataque
principal) fornecendo-lhe:

• Carros de Combate
• Apoio de helicópteros de ataque
• Prioridade de fogos
• Apoio aéreo próximo
• Reforço de Pelotões de Infantaria
• Apoio de engenharia
• Transportes aéreos (ou outros meios de mobilidade)
• Defesa antiaérea
• EAprx que mais facilite o cumprimento da missão
• Uma reserva.

• Assegurando que todas as unidades que executam ataques secundários têm potencial de
combate compatível com a sua missão. O seu potencial de combate pode ser aumentado com os
mesmos meios que foram indicados para o ataque, principal; contudo, o Comandante deve
evitar enfraquecer desnecessariamente o esforço principal. Se necessário, ele pode ajustar os
ataques secundários.

• Formar uma reserva. Normalmente a reserva segue o ataque principal.


Ela pode variar do efectivo de Pelotão a uma Companhia.

f. 6ª Tarefa. Completar o Plano de Apoio de Fogos

• Plano de fogos convencionais:

• Ao longo do EAprx/EProg para o objectivo


• No objectivo
• Para além do objectivo

• Utilizar fumos para mascarar a progressão, para reduzir os fogos inimigos, e para enganar o
inimigo sobre a direcção do ataque principal.

• Se são planeados fogos nucleares ou fogos químicos, assegurar que são difundidas mensagens
de aviso de rebentamento NBQ amigo e que são tomadas medidas de protecção contra tais
fogos.

g. 7ª Tarefa. Indicar que Medidas de Controlo serão Utilizadas.

• Indicar, se necessário, os itinerários das ZRn para as Bases de Ataque.


• Estabelecer Bases de Ataque
• Designar a LP
• Indicar se será usada uma ZA, EProg ou Direcção de Ataque.
• Estabelecer os limites da unidade (se necessário).
• Se o (s) objectivo (s) da unidade estiver muito distante, considerar a utilização de LF para
controlar a progressão.
• Estabelecer a Linha de Coordenação Final (LCF).
• Determinar a Linha limite de Progressão (LLP), se necessário.
• Linha Provável de Desenvolvimento (LPD), num ataque nocturno.
• Indicar como utilizar os sinais pirotécnicos ou outros, para controlar os fogos ou a progressão.
(os sinais de combate são normalmente assunto das NEP da unidade).

h. 8ª Tarefa. Completar o Plano de Apoio de Serviços, por forma a incluir:

• Transmissões
• Reabastecimentos de armamento, munições e equipamento crítico.
• Evacuação
• Alimentação (incluindo água)
• Descontaminação NBQ

i. 9ª Tarefa. Preparar e/ou Distribuir Plano (s), Ordem(s), ou Transparente (s)

• Se houver tempo disponível os planos/ordens serão escritas; no mínimo apresentam-se sob a


forma de um transparente.
• Dar a ordem, se possível, na presença dos comandantes subordinados.
• Utilizar ordens preparatórias, se houver pouco tempo disponível.

j. 10ª Tarefa. Supervisar e Verificar

• Se houver disponível, receber opiniões dos comandantes subordinados.


• A sincronização dos esforços depende em grande parte da compreensão e clareza do
planeamento.
• Embora um bom plano não possa assegurar o sucesso, um mau plano está condenado ao
fracasso.
0425. FASE PREPARATÓRIA DO ATAQUE

A fase preparatória de um ataque inclui acções preliminares, tais como, o deslocamento para as ZRn
e operações de reabastecimento. Se são utilizados fogos de preparação (aéreos e terrestres),
normalmente eles são iniciados nesta fase. È feita a avaliação imediata dos danos e baixos resultantes
de ataques nucleares e químicos e as equipas de detecção e reconhecimento químico e radiológico
das Secções NBQ informam sobre a actual área de perigo químico e o nível de radiação, para efeitos
de comparação com as necessidades calculadas de segurança das tropas no Guia de Exposição
Operacional (GEO). Veja o Anexo B para utilização do GEO.
É intensificada a actividade de recolha de notícias, particularmente a vigilância aérea e terrestre, para
detectar a reacção do inimigo aos fogos de preparação, ao deslocamento das forças, e
particularmente a quaisquer fintas, demonstrações ou a outras medidas de decepção conduzidas
como parte do plano de decepção da Divisão.
As forças saiem das ZRn as bases de ataque, ou atravessam-nas sem para, preparadas para
atravessarem a LP à Hora H.A progressão das ZRn para a frente deve ser feita a coberto dos fogos de
preparação.

SECÇÃO VI – CONDUTA DO ATAQUE

Os princípios gerais da conduta do ataque são explanados na Secção II. Muitas das medidas especificas,
utilizadas na conduta do ataque, são discutidas na Secção IV. Esta Secção apenas apresenta um panorama
geral de como é conduzido um ataque. A informação aqui contida é aplicada na generalidade, a todos os
tipos de operações ofensivas.

0426. COMEÇO DO ATAQUE

O ataque começa quando as unidades atravessam a LP. A menos que hajam outras instruções, as
unidades atravessam a LP à hora prescrita na OOp. Se são utilizados itinerários para a LP eles devem
ser reconhecidos e sinalizados (ou utilizados guias).
O deslocamento para a LP deve ter inicio a uma hora que permita às armas de apoio, ou ás unidades
em sobreapoio, de se posicionarem perto da LP antes das unidades a atravessarem. As unidades
normalmente não param nas bases de ataque a menos que elas estejam adiantadas em relação ao
horário ou lhes seja ordenado que ocupem as bases de ataque. Se tal lhes for ordenado, as unidades
param. Mantêm o seu dispositivo de ataque, suficientemente disperso para garantirem a segurança
imediata, e esperam pela ordem ou sinal para avançarem. O Comandante de Batalhão vai junto da
LP, para fazer coordenações finais ou para observar o campo de batalha, enquanto atrás, o seu 2º
Comandante ou o OfOp deslocam o Batalhão. Os seus Comandantes de Companhia podem
acompanhá-lo ou não.
A formação para o deslocamento pode ser a coluna (por exemplo, como a que foi descrita na marcha
para o contacto9 ou, se a distância ao objectivo for curta, o Batalhão pode já estar em linha. Em
qualquer dos casos, as unidades subordinadas utilizam a técnica de progressão apropriada, consoante
a probabilidade de contacto com o inimigo. Normalmente a LP é a linha na qual se espera o contacto.
Então, será usada a técnica de deslocamento de progressão com sobreapoio. Os lança-foguetes, os
mísseis guiados anticarro (MGACar), e as metralhadoras em sobreapoio, fornecem fogos ajustados
em apoio dos elementos que se deslocam. Se não há posições de sobreapoio disponíveis, as armas de
tiro directo deslocam-se com aqueles elementos. Em alguns casos, quando não há posições
disponíveis ao longo do itinerário para o objectivo, os MGACar são deixados nas bases de ataque e
trazidos para a frente durante a consolidação do objectivo. Em qualquer dos casos, durante o
deslocamento para o objectivo, os fogos indirectos são utilizados para baterem posições inimigas
conhecidas ou suspeitas. Se a distancia ou objectivo está fora de alcance do apoio dos morteiros, eles
têm de se deslocar por escalões, para que possam garantir um apoio contínuo. No caso contrário, se a
distância ao objectivo está dentro do alcance dos morteiros, eles apoiam a partir de uma posição à
retaguarda da LP e são deslocados para a frente após a consolidação do objectivo.
Os fogos de preparação continuam até que os elementos de assalto cheguem às posições inimigas. À
medida que os alvos se revelam, são requisitados fogos de apoio a pedido pelos observadores
avançados dos morteiros ou de artilharia, que seguem com os elementos de assalto. Todo o ataque é
caracterizado por uma série de avanços rápidos e de assaltos. Se elementos blindados participam no
ataque, elementos de carros de combate e de infantaria actuam em subagrupamentos de armas
combinadas para complementarem as possibilidades e diminuírem as limitações de cada um. Durante
esta fase do ataque, os carros de combate podem utilizar o reconhecimento pelo fogo para
esclarecerem a situação, se não se procura obter a surpresa. O deslocamento faz-se ao longo de
EAprx cobertos e abrigados. Se não houver disponibilidades de tais EAprx, a observação inimiga
pode ser cegada através dos fumos, ou toma-se a opção de conduzir o ataque à noite ou durante
outros períodos de visibilidade limitada (por exemplo, nevoeiros, chuva ou neve), se houver tempo
disponível.
É absolutamente necessário manter o ímpeto do ataque. Deve-se prever que o inimigo utilize
obstáculos e minas, empregando-se todos os esforços para rapidamente abrir brechas e passar através
ou rodeando tais barreiras. Além disso, se as forças vestem roupas de protecção NBQ, o
deslocamento pode ser mais lento. Deve-se empregar todos os recursos disponíveis para melhorar a
mobilidade da força. Provavelmente será necessário observar-se o silêncio rádio, durante o
deslocamento, até que o inimigo descubra o ataque. De qualquer forma, o deslocamento deverá ser
controlado com ou sem a ajuda dos rádios.
Normalmente são evitados os altos nos objectivos intermédios, desde que não retardem o ataque e
aumentem grandemente a vulnerabilidade. A força deve chegar ao objectivo final com a maior
velocidade possível e no mais curto espaço de tempo e com o máximo potencial de combate;
demorar-se é expor-se aos fogos inimigos, e uma grande demora será a sua perda. A combinação da
velocidade, ataques múltiplos e todos os fogos de apoio disponíveis, aumenta-se o efeito de choque
da força de assalto. Quando os elementos empregam o fogo e o movimento, os Comandantes em
todos os escalões devem tomar uma atitude dinâmica para assegurarem que os deslocamentos são
rápidos e que toda a força continua o seu avanço sobre o inimigo. Resistências inimigas fracas são
ultrapassadas ou mesmo fixadas com um mínimo de forças. A Brigada é informada da localização
dos elementos ultrapassados. Se foi ordenado à unidade para limpar a zona, são deixadas forças
suficientes, e com adequado apoio de fogos, para destruir a força inimiga, sem diminuir o ímpeto do
ataque.
Durante o ataque as unidades seguem de perto os fogos de apoio. As armas de apoio mudam de
posição por escalões para garantirem um apoio contínuo. Contadores radiológicos e químicos, que
seguem com as unidades de ataque, informam sobre as áreas contaminadas. Estas áreas devem ser
ultrapassadas ou atravessadas rapidamente para reduzir a exposição.
À medida que o ataque progride, o Comandante muda o esforço do ataque para tirar partido de
sucesso táctico, para evitar posições inimigas fortes, conhecidas ou suspeitas, ou para tirar partido de
itinerários de progressão mais favoráveis, à medida, que eles se revelam. O Comandante muda o
esforço do seu ataque, sobretudo pela mudança da prioridade de apoio de fogos ou pelo emprego da
sua reserva. Através de um reconhecimento aéreo e terrestre agressivo, ele pode encontrar condições
de terreno ideais ou adversas para explorar as suas vantagens ou para diminuir o seu impacto nas
suas operações.
Os elementos de apoio de serviços devem seguir as unidades de manobra de uma distância tal que
evitem interferir com a manobra ou que fiquem sob fogos directos. Se possível, eles devem ficar uma
posição abrigada até serem levados para a frente, à medida que são precisos, ou à medida que os
deslocamentos para a frente sejam permitidos. Se a distância ao objectivo é curta, eles são retidos nas
bases de ataque e levados para a frente durante a consolidação do objectivo.
Õ ímpeto do ataque é mantido:

• Pela progressão, tão rápida quanto possível, das forças de escalão de ataque para os seus
objectivos.
• Pelo deslocamento oportuno dos elementos de apoio de fogos.
• Pelo emprego oportuno das reservas.
• Pela oportuna aplicação de planos de alternativa ou de contingência.

0427. ACÇÕES NO CONTACTO

SE A Companhia é batida por fogos indirectos. Ela desloca-se rapidamente para fora da área batida,
ou contorna-a, e continua o seu avanço, se ela é atingida por fogos directos a curta distância do
objectivo, deve responder sem demora a tais fogos. Para neutralizar posições inimigas, ou para cegar
a sua observação, devem ser utilizados os fogos indirectos planeados. Pode ser ordenado ás
Companhias para ultrapassar posições inimigas que não afectem o cumprimento da missão do
Batalhão, o que depende da localização e tipo de resistência das posições inimigas, e do plano do
Batalhão. A Brigada é informada sobre as posições inimigas ultrapassadas. Se uma posição inimiga
não pode ser ultrapassada ou neutralizada pelos fogos indirectos, o Comandante de Batalhão indica a
uma Companhia (ou Companhias) para utilizar o fogo e o movimento para prontamente atacar e
destruir a posição, utilizando ordens parcelares para dirigir as suas forças. Deve-se ter o maior
cuidado para que uma pequena força inimiga não possa retardar o ataque desnecessariamente. Logo
que a resistência é vencida, o Batalhão reassume imediatamente a progressão para o objectivo.

0428. DESCAMENTO PARA AS BASEDS DE ASSALTO

À medida que o batalhão se aproxima das bases de assalto, ele não deverá retardar o seu avanço ou
parar Logo que o Batalhão se aproxima das bases de assaltos são aumentados os fogos sobre o
objecto. Loque que os fogos de artilharia são transportados do objectivo para outros alvos, o
Comandante deve estar preparado para deslocar rapidamente a sua unidade para o objectivo. Os
fogos são transportados para a retaguarda e para os flancos do objectivo para o isolar e evitar a fuga
de forças inimigas, que o objectivo seja reforçado, ou conter um contra-ataque. Logo que o Batalhão
atravessa a base de assalto, ele desenvolve (coloca as unidades em linha) ocupando a maior extensão
possível e começa o seu assalto. Se o Batalhão é forçado a parar na base de assalto, ele desenvolve,
preparado para atacar, mascara a sua posição com fumos, e espera ordem para o assalto. Os fogos
sobre o objectivo devem continuar, enquanto o Batalhão está parado nas base de assalto.

0429. O ASSALTO

O assalto começa logo que as unidades desenvolvam na base de assalto e continuem o seu
deslocamento para o objectivo. As Companhias e os Pelotões empregam o fogo e o movimento. Os
soldados utilizam lanços para continuarem num avanço agressivo. O importante é chegar
rapidamente ao objectivo, antes que o defensor possa reagir. As armas de tiro directo do Batalhão
apoiam o assalto a partir de uma posição de sobreapoio. Durante a consolidação elas deslocam-se
rapidamente para o objectivo. Veja o Capitulo 8 sobre outros fogos de apoio que o Comandante tem
à sua disposição.
O Comandante de Batalhão mantém a sua reserva perto, mas sem impedir a manobra das
Companhias de assalto. Ele pode utilizar a sua reserva para:
manobra das Companhias de assalto. Ele pode utilizar a sua reserva para:

• Explorar o sucesso do ataque de uma Companhia.


• Reforçar ou manter o ímpeto do ataque.
• Garantir a posse de terreno conquistado pelas forças do escalão de ataque.
• Aniquilar ou deter contra-ataques inimigos.
• Conferir maior segurança.

Quando o Comandante de Batalhão empenha a sua reserva, informa o Comandante da Brigada.

0430. CONSOLIDAÇÃO E REORGANIZAÇÃO DO OBJECTIVO

Durante a consolidação e reorganização, o Comandante de Batalhão orienta as suas companhias


para:

• Limparem completamente as áreas atribuídas


• Estabelecerem segurança imediata, antecipando-se a contra-ataques inimigos.
• Reabastecerem-se de armas e munições.
• Evacuarem as baixas e o pessoal inimigo capturado
• Reconstituírem as suas unidades, se necessário
• Preparem-se para operações futuras

Depois do objectivo ter sido limpo, o Comandante de Batalhão informa o Comandante de Brigada da
sua conquista.
O período para consolidação e reorganização deve ser breve porque o Batalhão, nesta fase do ataque,
encontra-se vulnerável a fogos convencionais, nucleares e químicos. È melhor continuar o ataque e
aparar numa posição para além do objectivo, que garanta segurança e dispersão. Se o Batalhão
necessita parar para se reabastecer e fazer o recompletamento das suas perdas, o Comandante da
Brigada pode fazer uma passagem de linha com outra unidade, para continuar o ataque.

SECÇÃO VII – OPERAÇÕES OFENSIVAS ESPECIAIS

Esta secção trata operações ofensivas especiais e suas missões que não são classificadas nos tipos principais
de operações ofensivas. Elas são:

• Reconhecimento em força
• O Batalhão como reserva da Brigada
• O Batalhão como força de seguimento e apoio
• Golpes de mão
• Finta
• Demonstração
0432. RECONHECIMENTO EM FORÇA

O reconhecimento em força tem por finalidade revelar e testar o dispositivo, a composição, o


potencial e as intenções do inimigo. A decisão de realizar um reconhecimento em força é tomada
após se ter analisado:

• O conhecimento actual da situação do inimigo e a necessidade de informações adicionais.


• A possibilidade de outros órgãos de pesquisa obterem a informação desejada.
• A possibilidade de se revelar ao inimigo planos futuros.
• A possibilidade de a força de reconhecimento +poder empenhar-se em condições desfavoráveis.

Embora o reconhecimento em força seja um meio eficaz de obter informações acerca do inimigo ele
não deverá ser empregue se tais informações poderem ser obtidas por outros meios. A possibilidade
de parte da força se empenhar em condições desfavoráveis assume grande importância no
planeamento e conduta da operação.
O batalhão é normalmente o menor escalão que executa um reconhecimento em força e pode ser
empregue independente ou como parte de uma GU. No reconhecimento em força da brigada, o
Batalhão pode constituir a força de reconhecimento ou pode ocupar posições defensivas até ao fim da
operação.
Se um batalhão de Infantaria é a força de reconhecimento, ele planeará e executará como se tratasse
de uma marcha para o contacto ou de um ataque. A força deve ter potencial de combate suficiente
para obrigar o inimigo a reagir, revelando as suas armas, o dispositivo e o plano de emprego dos seus
meios. A missão atribuída ao Batalhão pode ser de:

• Conquistar um objectivo no terreno que force o inimigo a reagir; preparar-se para continuar o
ataque a partir daquele objectivo;
• Ocupar um objectivo no terreno que obrigue o inimigo a reagir, posteriormente recolher à posição.
As forças aeromóveis são adequadas para este tipo de missão fase a forças de infantaria apeada.

0432. BATALHÃO COMO RESERVA DA BRIGADA

A brigada, no ataque deliberado, pode inicialmente ter em reserva um Batalhão a duas ou três
Companhias. O Comandante e o EM deste Batalhão ficam com uma tarefa de planeamento diferente
de qualquer outra e, em muitos aspectos, mais complexa do que planear um ataque principal ou um
ataque secundário. A reserva destina-se a explorar o sucesso e continuar o ataque em curso, a manter
o ímpeto do ataque, ao empenhar uma força fresca no momento crítico, e a manter a segurança.
Para poder responder às necessidades do comando superior, a reserva deve estar posicionada
bastante à frente para rapidamente entrar em acção quando para tal lhe for ordenado por outro lado,
não pode estar tão à frente que fique sujeita aos fogos das armas de tiro directo e dos morteiros, ou
que fique imobilizada prematuramente, incapaz de empregar os seus fogos ou de manobrar à ordem
do Comandante da Brigada.
Por último, enquanto que a situação do inimigo pode estar esclarecida no inicio do ataque
deliberado, a situação que se deparar quando a reserva for empenhada, pode não estar
suficientemente esclarecida. Todos estes factores dificultam o planeamento à reserva.
a. Hipótese de Emprego

O Batalhão em reserva pode receber instruções para se preparar para um determinado número de
hipóteses de emprego. Dentro destas indicam-se as seguintes.

(1) APOIAR UM BATALHÃO EM 1º ESCALÃO

Isto pode querer significar sobreapoiar, fornecer fogos de supressão, ou manobrar. Qualquer
destas alternativas pode exigir o empenhamento de apenas uma Companhia ou de todo o
Batalhão.

(2) ASSUMIR A MISSÃO DO BATALHÃO EM 1º ESCALÃO

Esta hipótese exige que o Batalhão em reserva ataque por ultrapassagem ou contornamento do
Batalhão da frente, para conquistar o (s) objectivo (s) atribuído (s) a esse Batalhão. Atacar por
contornamento é preferível por três razões. Primeiro, a passagem de linha pode ser difícil.
Segundo, a ultrapassagem do Batalhão em 1º escalão coloca a força de reserva em posição
frontal face a qualquer força inimiga que esteja a opor-se à unidade a ultrapassar. Terceiro, se
surgir uma oportunidade para empenhar a reserva, esta oportunidade normalmente não decorre
de se passar através de uma força empenhada, mas de se passar em torno dela, por um lado ou
por outro, para flanquear o inimigo.

Se há uma hipótese do tipo “continuar o ataque” que possa ser planeada em pormenor, então o
Comandante deve organizar as suas forças para esta missão, antes do inicio da operação.

b. Ligação

O Comandante da reserva precisa de saber, com grande detalhe, o conceito de operação da


Brigada, incluindo quaisquer indicações relativas ao momento e local em que o Comandante da
Brigada pensa poder empenhar a reserva. Necessita ainda de conhecer os conceitos dos Batalhões
em 1º escalão para que, se a reserva for empenhada por ultrapassagem ou por contornamento de
qualquer um deles, já esteja identificado com os respectivos esquemas de manobra e planos de
apoio de fogos. Durante a conduta, deverá haver representantes de reserva nos PC dos Batalhões
em primeiro escalão.
O Comandante da Brigada pode pretender que o Comandante da reserva passe a fazer parte do
GrCmd da Brigada. Um tal procedimento em NEP tem a vantagem de permitir que o Comandante
da reserva veja o desenrolar do ataque à medida que o Comandante da Brigada o vê e assim poder
estar alertado para as acções de empenhamento. Em contacto com o Comandante da Brigada, não
haverá perdas de tempo nem dúvidas quanto à missão, o que pode acontecer quando as ordens são
transmitidas por rádio ou por mensageiro.

0433. O BATALHÃO EM MISSÃO DE SEGUIMENTO E APOIO

As forças de seguimento e apoio são empregues fundamentalmente em operações de exploração do


sucesso e de perseguição, realizadas pela divisão. Elas apoiam as forças de ataque aliviando-as de
tarefas que, de outra forma, retardariam a sua progressão. O Batalhão de Infantaria é empregue como
elemento de uma Brigada ou de uma divisão, e pode ter como missões:
• Garantir a posse de pontos importantes conquistados ou ultrapassados pela força em 1º escalão.
• Garantir a segurança de linhas de comunicação.
• Eliminar bolsas de resistência ultrapassadas.
• Interdizer o movimento de re3forços inimigos para a zona de acção.
• Render elementos da força de ataque que tinham sido deixadas a bloquear ou a fixar forças
inimigas.
• Proteger áreas e instalações importantes.
• Alargar a área de exploração do sucesso/perseguição.
• Controlar prisioneiros de guerra e refugiados.
Se a força de ataque for mecanizada, o Batalhão em seguimento e apoio deve ser transportado de
helicóptero ou dispor de outro meio de transporte, para ficar com mobilidade adequada à força que
apoia. O Batalhão em missão de seguimento e apoio desloca-se com uma formação semelhante à
que utiliza na marcha parta o contacto.

0434. GOLPES DE MÃO

Um golpe de mão é uma operação executada dentro do território inimigo, com uma finalidade
específica, e sem intenção de conquistar ou ocupar terreno. A operação pode ser realizada por forças
apeadas, mecanizadas, aeromóveis ou anfíbias. AS força que executa o golpe de mão retira sempre
depois de cumprir a missão.
Os golpes de mão podem ter por finalidade:

• Capturar prisioneiros
• Capturar ou destruir determinado material inimigo, documentos ou instalações.
• Obter informações acerca de unidades inimigas, suas localizações, dispositivos, pontos fortes ou
pontos fracos e procedimentos operacionais.
• Forçar o inimigo a alterar os seus planos
• Libertar pessoal

A segurança é vital porque a força de golpe de mão é vulnerável a ataques de todas as direcções. A
surpresa e a rapidez de execução são de grande importância para o cumprimento da missão e
sobrevivência da força.

a. Objectivos

Quando o Batalhão recebe a missão de executar um golpe de mão, a sua finalidade é expressa com
pormenor. Por exemplo:

• “Capturar pelo menos um oficial”


ou
• “Capturar um lança foguetes múltiplo”

ou

• “Desviar a atenção do inimigo para Oeste da linha de BARRANCO”


Em tais casos, a localização exacta do golpe de mão pode não aparecer explicitamente. Outros
finalidades, no entanto, já compreendem indicações sobre o local, como por exemplo:

“Destruir a ponte em CRESTINA”

ou

“Desorganizar a concentração de tropa na região de coordenadas BN764532”

b. Hora de Início

Como acontece com os objectivos, a hora de inicio do golpe de mão pode ser explicitada,
normalmente para coincidir com outras operações ofensivas, quer para as apoiar quer para
beneficiar do seu apoio. Se a hora não for especificada, o Comandante considera que deve lançar o
golpe de mão de tal maneira que atinja a área do objectivo em condições que favoreçam a surpresa.

c. Itinerários

A força que executa o golpe de mão desloca-se para a área do objectivo e retira dela por itinerários
diferentes. A protecção conferida pelo terreno deve ser aproveitada ao máximo, especialmente de
dia. Durante a retirada da área do objectivo, a força deve manter aberto o itinerário quer utilizando
fogos quer ocupando temporariamente o terreno que o domina.

d. Regresso às Linhas Amigas

As forças através das quais irá passar a força devem estar preparadas para a apoiar se o inimigo a
perseguir. A coordenação das áreas de passagem principais e de alternativa, deve ser efectuada
antes da realização do golpe de mão.

e. Conduta

Há dois tipos de golpes de mão fundamentais. O primeiro é aquele em que a força se desloca para,
em torno, ou para a retaguarda do objectivo, empregando normalmente técnicas de infiltração, para
obter a surpresa no assalto. Cumprida a missão, a força recolhe rapidamente a uma área sobre o
controlo das forças amigas. Este tipo de golpe de mão é adequado a missões que exijam a captura
de prisioneiros ou a captura ou destruição de determinado material do inimigo, ou a destruição de
instalações. No segundo tipo de golpes de mão a força desloca-se rápida e violentamente numa
área controladas pelo inimigo, destrói tudo à sua passagem e regressa às linhas amigas. Este tipo
de golpe de mão corresponde a missões que exijam a destruição de uma força, de instalações ou
visem forçar o inimigo a alterar os seus planos.
O apoio de Artilharia de Campanha deve ser cuidadosamente planeado para que possa estar
permanentemente à disposição do Comandante da Força que executa o golpe de mão. Este apoio
pode ser garantido por unidades de artilharia posicionadas à retaguarda das linhas amigas. Em
casos excepcionais, alguma artilharia pode deslocar-se com o Batalhão. Se se admitir a
possibilidade de ataques aéreos inimigos enquanto a força estiver fora do alcance normal da
artilharia antiaérea, há que integrar alguns sistemas de defesa aérea, em complemento das armas
orgânicas do Batalhão. Será necessário meios de engenharia, se a força de golpe de mão tiver de
preparar e executar grandes demolições.

SECÇÃO VIII – OPERAÇÕES OFENSIVAS EM CONDIÇÕES ESPECIAIS

Esta secção trata das operações ofensivas sob condições especiais. Estas condições são especiais não apenas
porque exigem tratamentos especiais. Elas podem ser constantemente encontradas no campo de batalha. As
condições são:

• Visibilidade limitada
• Terreno urbanizado
• Obstáculos aquáticos

0435. OPERAÇÕES OFENSIVAS DURANTE PERÍODOS DE VISIBILIDADE LIMITADA

O Batalhão deve estar em condições de executar uma marcha para o conctato e atacar de noite e
durante períodos de visibilidade limitada. As operações ofensivas nestes períodos têm a vantagem de
atingir o defensor quando a sua observação. A eficácia das suas armas estão limitadas e quando o
apoio mútuo entre posições é mais difícil. Estas operações visam:

• Garantir terreno fracamente defendido ou não ocupado.


• Deslocar forças em segredo para posições que facilitem o ataque, quando a visibilidade melhorar.
• Obter a surpresa.
• Explorar o sucesso e manter o ímpeto.
• Causar o pânico num inimigo enfraquecido e desmoralização.
• Obter um ponto de apoio durante operações em terreno urbanizado.
• Desarticular o sistema defensivo do inimigo, por acções de infiltração conduzidas sobre pontos
importantes na sua retaguarda.

a. Operações Nocturnas

Os equipamentos de visão nocturna dão ao Batalhão a capacidade de combater à noite. No entanto,


a iluminação artificial de luz branca pode continuar a ser empregue, quando não há equipamento
de visão nocturna, quando o grau de luz ambiente é baixo, ou quando o inimigo tem equipamento
de visão nocturna igualmente eficaz. Os artifícios iluminantes “não distinguem” as forças amigas
das inimigas, iluminando ambas as forças. As mudanças de direcção do vento podem originar que
os artifícios iluminantes exponham as forças de forças de ataque enquanto os defensores ficam a
coberto das sombras. Os projectores e outros meios de iluminação activa revelam a sua
localização, a menos que sejam utilizados em iluminação reflectida. As técnicas para utilização de
iluminação artificial e os meios de visão nocturna são explanados no Anexo E.
A iluminação e os dispositivos de visão nocturna mais comuns são de uso limitado em outras
condições tais como nevoeiro, chuva, neve ou fumos. Contudo, com dispositivos térmicos poder-
se-á ver através do nevoeiro, chuva, neve e de bastante fumo. A principal influência destas
condições será a amplitude com que elas afectam os planos dos Comandantes de Batalhão e
Companhia. Normalmente os Comandantes não conseguem utilizar elementos em sobreapoio.
Contudo, tais condições raramente são tão severas que influenciem significativamente o controlo
dos Pelotões e das Secções, no assalto. Apesar de tudo, o controlo do deslocamento para o
objectivo, será sempre difícil. Os Comandantes até ao escalão Secção devem ter a oportunidade de
observar os seus itinerários e objectivos durante períodos de boa visibilidade.
Os ataques em áreas densamente arborizadas também apresentam problemas. Uma força em
sobreapoio raramente poderá executar a sua missão eficazmente. Um baixo grau de luz ambiente
reduzirá o alcance dos dispositivos de visão nocturna, e o ajustamento de iluminação deve ser feito
com maior precisão, para aumentar a sua eficácia. Os fundamentos das operações nocturnas são os
mesmos que os utilizados nas operações diurnas; no entanto, as técnicas podem variar. Por
exemplo, as unidades em operações nocturnas necessitam de mais medidas de controlo do que nas
operações diurnas.
O moral das tropas, quer amigas, quer inimigas, é altamente afectado por influências físicas e
psicológicas. As tropas treinadas e ambientadas em operações nocturnas podem tirar partido de tal
influência psicológica no adversário.
A escuridão aumenta a dificuldade de progressão,. De orientação e de controlo. O deslocamento e
o posicionamento das armas leva mais tempo durante a noite do que de dia. Esquemas de manobra
simples, com itinerários e objectivos bem definidos, simplificam o controlo. Os Comandantes
devem localizar-se bem à frente dos escalões de ataque e utilizarem todos os meios de orientação
para manterem a sua direcção de progressão.

b. Operações em Outros Períodos de Visibilidade Limitada.

A visibilidade limitada pela neve, chuva, nevoeiro e fumos apresenta problemas específicos quer
quanto à orientação quer quanto à manobra das forças. Devido à dificuldade de identificar, quer as
forças amigas, quer as forças inimigas, a aquisição de objectivos é complicada.
à eficiência humana fica limitada pela incapacidade de ver, e muitas actividades que são simples
em tempo quente e seco, são de difícil execução com neve ou com chuva. Sobrecarregados com
impermeáveis, agasalhos, ou com outros artigos especiais de fardamento, os soldados necessitam
de mais tempo para realizar as tarefas elementares e causam-se mais depressa. A eficiência dos
radares é afectada pela neve, chuva ou nevoeiro, e os actuais equipamentos de visão nocturna
pouca utilidade têm. A iluminação pouco contribui para a melhoria da visibilidade.

c. Vantagens e Inconvenientes

Porque os apontadores e os observadores avançados ficam seriamente limitados em visibilidade,


tais situações oferecem boas oportunidades de infiltração e, se objectivos ocupados tiverem de ser
atacados, permitam às unidades que, sem serem detectadas, cerrem o contacto com o inimigo. A
força que tem de lançar o assalto em tais condições, no entanto, também terá dificuldades. Ainda
que os efeitos do nevoeiro, chuva ou neve, raramente sejam tão limitativos que desarticulam a
actividade de controlo no escalão pelotão, os Comandantes de batalhão e Companhia ver-se-ão
muitas vezes incapazes de:

• Obter uma vantagem táctica, se utilizarem iluminação.


• Empregar com eficácia as armas de apoio.
• Realizar um reconhecimento pormenorizado do objectivo.

O defensor dispõe da vantagem de conhecer o terreno e ter as suas armas instaladas para realizar
fogos de protecção final. O medo assume um aspecto preponderante, e consequentemente, diminui
a capacidade para manter a segurança. O defensor perde capacidade para:
• Manter o apoio mútuo entre posições
• Bater eficazmente objectivos inopinados
• Reforçar rapidamente com fogos ou manobra
• Detectar infiltrações

d. Marcha para o Contacto

O Batalhão pode deslocar em períodos de visibilidade limitada, com finalidades diversas. A mais
frequente é a de manter o ímpeto ofensivo Disso é exemplo o Batalhão ter de manter uma pressão
contínua sobre uma força inimiga que foi desalojada das suas posições durante o dia, ou participar
na exploração do sucesso ou numa perseguição lançada pela Divisão ou Corpo de Exército.
O Batalhão desloca-se normalmente num único eixo, com distâncias reduzidas entre as unidades.
Escolhem-se itinerários ao logo do terreno que facilitem orientação e controlo. No escalão
Companhia, as técnicas de progressão não são só determinadas pela probabilidade de contacto
como inimigo, mas também pela capacidade de observação. Muitas vezes só será possível
empregar a progressão continua, mesmo quando o contacto é iminente, uma vez que as técnicas de
progressão com sobreapoio, ou de lanços com sobreapoio, podem somente criar confusão.
Pode-se utilizar elementos de reconhecimento em missões de segurança na frente, e nos flancos, ou
para controlar o deslocamento. Os elementos de Engenharia deslocam-se com a Companhia testa
para permitir uma rápida transposição de obstáculos.
À noite, é planeada iluminação ao longo de itinerário, e empregam-se dispositivos de
infravermelhos para se detectarem dispositivos iguais do inimigo. O pessoal com funções mais
importantes utiliza óculos de visão nocturna. A orientação é facilitada pela escolha de itinerários
paralelos a acidentes de terreno facilmente identificáveis, por fogos indirectos pré-planeados para a
frente do itinerário, ou por radares de vigilância terrestre transportados pelas unidades.

e. Ataques Durante Períodos de Visibilidade Limitada

(1) INFILTRAÇÃO

Á infiltração é particularmente aplicável em períodos de visibilidade limitada. Evita-se mais


facilmente o contacto enquanto o Batalhão progride para ocupar terreno importante na
retaguarda do inimigo. Em condições ideais, o objectivo não está ocupado; caso contrário,
deve-se retardar o ataque até se dispor de boa visibilidade, as menos que a força inimiga
muito pequena, Os PC constituem excelentes objectivos para a infiltração, desde que o
inimigo se veja obrigado a deixar as suas posições e retire.

(2) ATAQUE A UM OBJECTIVO OCUPADO

Um ataque a um objectivo ocupado, durante períodos de visibilidade limitada, é uma das


operações tácticas mais difíceis de realizar. Mas tais ataques devem ser conduzidos,
particularmente quando o ataque foi parado durante um período de boa visibilidade, ou
durante a exploração do sucesso.
Fase aos problemas de ligação surgidos durante estes ataques, tais ataques normalmente são
deliberados, e nunca imediatos. Isto é, terá de se dispor de tempo para reunir as informações
necessárias e preparar um plano simples, pormenorizado e de fácil compreensão.
Movimentos complicados, que exijam coordenação entre forças convergentes, podem
conduzir a situações desastrosas. Depois de começar o ataque, as alterações profundas no
plano, são de muito difícil execução.
O batalhão deve aproximar-se o mais possível do inimigo, durante os períodos de boa
visibilidade, para minimizar os problemas do deslocamento, e assim garantir que os
Comandantes até ao escalão Secção tenham a possibilidade de terem reconhecido os seus
objectivos. Cada homem do Batalhão não de ter dúvidas para onde vai e o que deve fazer.
Se o inimigo está fraco e desorganizado, a situação pode levar a correr-se o risco de se
utilizar iluminação e então fazer um ataque imediato. O plano de ataque ainda assim deve ser
simples, Mesmo com iluminação e dispositivos de visão nocturna, a observação e os fogos
tornam-se menos eficazes.
Os ataques de noite contra posições inimigas fortemente organizadas devem cobrir distâncias
relativamente mais curtas, 1 a 3 Km desde a LP até ao objectivo.

(3) ATAQUE PARA CONQUISTAR UMA POSIÇÃO MAIS FAVORÁVEL

Quando o defensor ocupa posições que lhe conferem boa observação e campos de tiro
extensos, os últimos 3000 m da aproximação para o ataque podem redundar em baixas
inaceitáveis. Nestas circunstâncias poderá ser preferível aguardar o período de visibilidade
limitada que antecede o inicio do dia para explorar as vantagens proporcionadas pior essa
situação.
São escolhidos objectivos de 4 a 5 Km da LP que se presuma não estejam ocupados pelo
inimigo e o ataque é, normalmente, lançado às últimas horas da madrugada para dar ao
inimigo o mínimo de tempo para interferir no ataque subsequente.

0436. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE O ATAQUE NOCTURNO

O Comandante de Batalhão deve realizar, durante o dia, as manobras necessárias para que a unidade
que tem de assaltar posições ocupadas possa ver, ainda de dia, o objectivo e o itinerário que a ele
conduz. Uma vez iniciado o assalto, este deve ser rápido e simples.
Dado que as duas forças em presença se encontram geralmente a curta distância uma da outra, a
possibilidade de obter a surpresa depende muito do mundo em que se lança o ataque. Logo que o
Batalhão se aproxima das áreas batidas pelos fogos indirectos (se usados) estes devem ser mudados e
iniciada a iluminação. Quando a artilharia e os morteiros mudam os seus fogos, os fogos directos de
sobreapoio devem garantir a supressão. A coordenação entre os elementos de sobreapoio e de assalto
é efectuada normalmente através de artifícios pirotécnicos, cabo telefónico de assalto ou via rádio,
ou por medidas de controlo, tais como uma Linha Limite de Progressão (LLP).
Meios auxiliares de identificação, tais como painéis coloridos, braçadeiras, fitas e outros meios,
podem contribuir para o controlo das forças. Os fogos directos são difíceis de regular. Caso hajam
dúvidas sobre a posição de um alvo e das forças amigas, os fogos são inicialmente transportados para
além do objectivo e encurtados depois até ao objectivo em causa. Os objectivos a conquistar são
normalmente de menores dimensões, do que em períodos de boa visibilidade. Às Companhias é
atribuída uma direcção de ataque para garantir o controlo e a segurança dos elementos de assalto.

a. Tempo de planeamento

A decisão do Comandante de lançar um ataque nocturno deve ser disseminada pelos Comandantes
subordinados por forma a que eles tenham tempo para fazerem os seus reconhecimentos, um
planeamento detalhado, e a coordenação com outras unidades. A profundidade do planeamento
depende do tempo disponível, especialmente quando o ataque nocturno se segue a um ataque
diurno. O Comandante deve ter em consideração os riscos inerentes num ataque deste tipo.
Contudo os ataques não são descontínuos apenas porque anoitece. As brigadas e as unidades
subordinadas do escalão de ataque, planeiam para continuar o ataque pela noite, a menos que lhes
seja ordenado não o fazerem.

b. Reconhecimento

É feito um reconhecimento detalhado, quer durante o dia quer durante a noite, do itinerário de
marcha, das bases de ataque, das posições dos morteiros, pontos de partida e, se possível, dos
itinerários para a linha provável de desenvolvimento e para o objectivo. O terreno que não está
ocupado pelas forças amigas pode ser reconhecido, durante o dia, por meios aéreos e a partir de
pontos controlados pelas unidades amigas.
O reconhecimento é feito por todos os Comandantes até ao escalão Pelotão, e se houver tempo
disponível, até ao escalão Secção. Quando é necessário efectuar uma passagem de linha, o
reconhecimento deve ser efectuado juntamente com as unidades através das quais se fará a
passagem de linha. No mínimo, as informações trocadas entre as unidades incluirá a localização e
identificação dos guias das unidades ao contacto, os itinerários que atravessam as posições amigas,
sinais de identificação e localização de campos de minas e obstáculos. São distribuídas fotografias
aéreas da áreas onde se irá realizar o ataque, no mínimo até ao escalão Companhia. Pode ser
necessário mandar sair patrulhas para recolherem informações pormenorizadas do terreno e da
localização e potencial dos elementos de segurança inimigos. Devem ser feitos todos os esforços
para localizar campos de minas inimigos, e, antes do ataque, são feitos planos para abrir brechas
quer nos campos de minas quer nos obstáculos.

c. Surpresa e Segurança
No ataque nocturno, a surpresa é obtida através do segredo. Para manter o segredo:
• O reconhecimento e outras actividades preparatórias são rigorosamente controladas para não
alertar o inimigo sobre a operação planeada.
• Executar ataques locais em áreas não designadas para a operação a efectuar.
• Iluminar áreas diferentes das do ataque real, para iludir o inimigo.
• Impor o silêncio rádio. Os rádios só são utilizados quando o ataque for descoberto.
• O ataque é conduzido sem iluminação até que a força de ataque esteja exposta ao inimigo ou até
ela encontrar a Linha Provável de Desenvolvimento (LPD).

d. Iluminação
Um ataque nocturno pode ser iluminado ou não iluminado. Em qualquer dos casos é sempre
planeada a iluminação. Se a surpresa pode ser obtida, a iluminação não é desencadeada até que o
inimigo coloque fogos eficazes sobre a força atacante, ou até o inimigo iluminar, ele próprio, o
campo de batalha.
e. Apoio de Fogos

Num ataque nocturno, os apoios de fogos são planeados e controlados como num ataque diurno.
Eles podem ser desencadeados, antes, durante e depois do ataque. Para obter a surpresa, a força
atacante pode progredir até à distância de assalto ao objectivo, sem apoio de fogos. Uma vez
começado o assalto, os fogos são mudados para isolar o objectivo, impedir ou limitar contra-
ataques, e apoiar a força de assalto. Os fogos normais são mantidos antes e durante um ataque não
iluminado. Eles não devem alertar o inimigo para um ataque iminente mas ajudar a manter o
segredo, abafando os ruídos da força a deslocar-se. São reconhecidas e marcadas posições para as
armas de apoio, e são preparados, durante o dia, os dados de tiro. As armas são deslocadas a
coberto da escuridão.

f. Transmissões

A TSF, é muitas vezes, o principal meio de transmissões, até o assalto começar ou se perder a
surpresa. Quando o inimigo descobre o ataque, é levando o silêncio rádio. São também planeados e
empregues meios suplementares de transmissões, tais como meios pirotécnicos e dispositivos
electrónicos.
g. Esquema de manobra

O deslocamento durante um ataque nocturno depende principalmente da natureza do terreno e da


visibilidade. Durante um ataque nocturno é difícil mudar de direcção. São evitados os movimentos
complicados para diminuir o perigo de disparar sobre as forças amigas. Os ataques são,
normalmente, segundo uma só direcção e uma formação relativamente fechada, para facilitar o
controlo.

h. Formações

Num ataque, que inicialmente não é iluminado, as subunidades podem atravessar a LP em linha,
com os Pelotões em coluna ou em cunha. Os intervalos entre Companhias são suficientemente
largos para que os Pelotões possam desenvolver, quando necessário. A mudança dos pelotões para
a formação em linha, é feita quando a isso são forçados pelas acções do inimigo, ou chegam à
LPD, e assim obterem o máximo potencial de fogo e efeito de choque. Num ataque não iluminado
com apoio de fogos, ou quando a visibilidade o permite, os pelotões utilizam a formação em linha,
desde as bases de ataque até o objectivo. Em qualquer caso, a velocidade de progressão é
coordenada, para permitir um assalto simultâneo ao objectivo, pelos elementos em 1º escalão.

i. Hora do Ataque

A hora de ataque normalmente é escolhida para dar ao atacante a melhor oportunidade para obter a
surpresa. Se a finalidade for a conquista de terreno que permita a execução, em melhores
condições, de um ataque diurno, o ataque nocturno poderá ser lançado durante as últimas horas da
noite, de modo que o inimigo não tenha o mínimo de tempo para se reorganizar e interferir com o
ataque subsequente. Os ataques lançados às primeiras horas da noite permitem ao atacante tirar o
maior partido de um longo período de escuridão e explorar a confusão e a perda de controlo do
inimigo. Os ataques podem ser iniciados durante a noite e continuados, sem pausa, durante o dia.

0437. EXECUÇÃO DO ATAQUE

a. A progressão

As forças atacantes atravessam a LP à hora prescrita pela OOp. Os Comandantes situam-se bem à
frente para assegurar um deslocamento agressivo das suas unidades, orientar e coordenar, quer
com outras unidades quer com os fogos de apoio. Um dos métodos que os Comandantes podem
utilizar, após atravessarem a LP, é o de conduzir o ataque não iluminado tão longe quanto possível,
e então, a partir do momento em que foi quebrada a surpresa, isto é, quando o ataque é descoberto,
utilizar o máximo de iluminação possível, e fazer a consolidação do objectivo utilizando as
mesmas técnicas como se tratasse de um ataque diurno. Quando os dispositivos de visão são
ineficazes, há várias formas de simplificar a orientação e o controlo. As forças de manobra podem-
se orientar pelas estradas, pelas linhas de água, pelos caminhos de ferro, e por outros acidentes de
terreno em conjugação com a bússola. Podem-se utilizar os radares de vigilância terrestre para
dirigir as unidades para os objectivos. As bússolas são o principal meio de orientação à noite.
As forças de segurança inimigas, encontradas durante a progressão, são fixadas pelos elementos
avançados. Esta acção pode exigir que as forças desenvolvam antecipadamente, em relação ao que
se tenha planeado. Pode ser ordenado às unidades que seguem a unidade empenhada, que a
contornem por um flanco e assumam a sua missão. Após ter vencido a resistência, a unidade
empenhada retoma um lugar na formação, e segue a força principal. Esta técnica é normalmente
utilizada quando o objectivo é profundo. Em qualquer caso, o ataque não deve para só porque os
elementos da frente se empenham com forças de segurança do inimigo.

b. Acções no Objectivo

Após a conquista do objectivo, são lançados para a frente elementos de segurança para alertarem
em tempo oportuno, de concentrações de forças inimigas que se preparam para contra-atacar e
garantir um alerta imediato sobre reforços inimigos. Durante a consolação e reorganização do
objectivo devem ser utilizados dispositivos de visão infravermelhos e térmicos. Isto torna-se
necessário porque, após terminar a iluminação,. A unidade “ficará cega” durante cerca de 15 ou 30
minutos. Antes de amanhecer, todos os elementos devem estar em posição, preparados para
continuar o ataque ou defender a posição.

0438. OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS

Uma área edificada é um obstáculo para o atacante, e é normalmente ultrapassada quando a missão e
o terreno o permitam. Ela é facilmente fortificada e incorporada dentro do esquema defensivo do
inimigo. As forças de infantaria são as mais indicadas para atacar áreas edificadas, devido às
restrições que tal terreno apresenta à mobilidade, à observação, aos campos de tiro e à necessidade
de limpar ou preparar posições em edifícios.
A intenção do Comando Superior ao atacar uma área uma área edificada poderá ser:

• Considerando-a um obstáculo que não pode ser ultrapassado, limpar apenas a parte necessária para
a passagem de uma determinada unidade.

• Conquistar e controlar um objectivo decisivo no interior da área edificada, ou que ela domine
(pontes, instalações de telecomunicações, etc.).

• Reassumir o controlo da área edificada pelas forças amiga, por razões políticas.

• Limpar toda a área edificada e mantê-la sob controlo, devido à sua localização táctica/estratégica e
à sua influência nas operações futuras.

• Fixar uma força inimiga na área edificada.

a. Fases do Ataque

Há três fases no desenvolvimento do ataque, podendo qualquer delas ser alterada ou eliminada em
consequência do conceito do Comandante, do potencial do inimigo, das dimensões e tipo de
construção empregue na área edificada, e das forças disponíveis.

(1) ISOLAR A ÁREA EDIFICADA

Esta fase concretiza-se ao se conquistar terreno dominante nas proximidades da área


edificada e restringindo a capacidade do inimigo se reabastecer ou reforçar. A dimensão da
força de isolamento depende da existência de terreno dominante e de observação, sobre a área
edificada. O conceito geral da operação será o isolamento do inimigo, se a missão for apenas
fixar o inimigo nesta fase. As actividades de guerra psicológica podem ser utilizadas com
eficácia, nesta fase.

(2) CONQUISTAR UMA BASE DE FIRME

Esta fase realiza-se ocupando uma área no interior da área edificada e visa dispor de uma
zona coberta e abrigada da observação e dos fogos directos do inimigo, e que permita o
deslocamento de forças e equipamento (incluindo locais de reabastecimento avançados e
postos de socorros). Esta acção é necessária sempre que o Batalhão tenha de se deslocar a
partir de uma posição com limitada protecção e cobertura (a partir de terreno aberto para uma
zona residencial).
A base firme de apoio corresponde a um ou dois quarteirões a atribuir, como objectivo
intermédio, a uma Companhia. A insuficiência de cobertos e abrigos devem ser compensados
pelo isolamento do objectivo com fogos e com fumos, ou pelo ataque em períodos de
visibilidade limitada.
(3) LIMPAR A ÁREA EDIFICADA

Esta fase depende do conceito do Comandante, do dispositivo do inimigo, e do tipo de


construção na área. Na sua efectivação pode empregar-se a rápida progressão ou a limpeza
sistemática.

• Rápido progressão. Pode ser utilizada uma rápida progressão quando foi identificado um
objectivo decisivo. Este objectivo pode ser qualquer instalação, estrutura ou acidente de terreno
que forneça uma vantagem significativa à força que o ocupa ou o domina.
Os objectivos decisivos podem ser um edifício ou grupos de edifícios fundamentais para o
sistema defensivo do inimigo ou uma instalação de utilidade pública, tal como uma estação
de tratamento de águas, uma ponte ou um campo de aviação.
Uma força significativa progride rapidamente sobre o objectivo decisivo e limpa apenas a zona
julgada necessária para manter a progressão. Enquanto aquela força progride, o remanescente
do Batalhão limpa a área (incluindo as áreas sumariamente limpas pela força em progressão
rápida). A desarticulação da defesa do inimigo, realizada pela força em progressão rápida,
facilitará a limpeza da zona.
Em termos ideais, a força que executa uma progressão rápida deve aproveitar um ponto fraco
conhecido do inimigo. A superioridade aérea local e a supressão das armas de defesa antiaérea
do inimigo pode permitir o emprego de helicópteros para transporte da força até ao objectivo
decisivo ou às suas proximidades.

• Limpeza Sistemática. Se não foi identificado nenhum objectivo decisivo, ou se um inimigo


forte ou uma área densamente urbanizada, impedem uma progressão rápida, deve empregar-se a
limpeza sistemática. Uma companhia, sobreapoiada por outros elementos, ataca numa frente
estreita, um ponto fraco do inimigo. Os elementos de sobreapoio então deslocam-se para a
frente, limpando os flancos do eixo de progressão, enquanto são sobreapoiados pela Companhia
testa. A progressão dos elementos nos flancos é normalmente lenta. Qualquer dos elementos em
sobreapoio pode deslocar-se pelo corredor de ataque para bater os flancos de uma força inimiga
fora do corredor, sendo entretanto sobreapoiada pela força de manobra inicial.
A largura da ZA varia com a densidade dos edifícios. Nos arredores, a ZA da companhia
pode abranger vários quarteirões.
Numa cidade com grandes edifícios, e de estrutura pesada, a cada Companhia não deve ser
atribuída uma frente de mais de um quarteirão. Os limites devem ser fixados de tal maneira
que uma só unidade seja responsável por uma rua e não dividi-la ao meio.
b. Considerações Especiais sobre o Apoio de Combate

O PelRec pode ser empregue para vigiar um flanco exposto, garantir a segurança da área da
retaguarda, patrulhando zonas previamente limpas, estabelecer pontos de observação ou fazer da
força de isolamento.
Fogos ajustados de longo alcance, de PelACar podem contribuir para isolar a área urbanizada ou
para apoiar a conquista da base de apoio., As posições e campos de tiro adequados, ficarão
limitados durante a fase de limpeza. Devem ser batidos os eixos favoráveis a carros de combate,
tais como ruas e áreas abertas.
O emprego do PelMortP não difere muito numa área edificada. Como problemas especiais,
referem-se as restrições para fazer fogo, a dificuldade em encontrar posições de tiro cobertas mas
não mascaradas e a proximidade de forças amigas e inimigas.

c. Considerações Especiais sobre Apoio de Combate Não Orgânico

(1) CARROS DE COMBATE

Embora as áreas edificadas restrinjam a mobilidade e a observação, os carros de combate


podem ser empregues eficazmente se se compensarem as suas vulnerabilidades. Se a área
edificada é pequena e de construção ligeira, os carros de combate podem ser os elementos
testa de um ataque rápido, atravessando as defesas do inimigo. Com construções de estruturas
mais fortes, os carros de combate utilizam a protecção oferecida pelos edifícios já limpos,
para apoiarem pelo fogo, a progressão da Infantaria.

(2) ARTILHARIA

As unidades de artilharia apoiam inicialmente o ataque na modalidade normal de tiro


indirecto. A decisão de se utilizarem fogos de preparação baseia-se após se determinar as
consequências políticas e os efeitos que os escombros e os incêndios provocam na
progressão.
Uma vez no interior da área a Artilharia pode ser empregue por secções, em tiro directo,
sobre alvos resistentes que não podem ser eficazmente batidos com fogos indirectos. Deve-se
ter em consideração as dificuldades existentes de reabastecimentos e de controlo, e as
reduzidas possibilidades de emassar os fogos.

(3) ENGENHARIA

A Engenharia abre passagem nos obstáculos e em barragens, apoiando outros elementos do


Batalhão na utilização de explosivos, abre e mantém itinerários para as viaturas de combate,
abre brechas em paredes para permitir os movimentos através dos edifícios, e constrói
obstáculos que contribuam para a segurança dos flancos expostos da unidade. As viaturas de
combate de engenharia (VCE) podem fazer “ataques de demolição” (em conjugação com os
fogos directos da artilharia e dos carros de combate) contra determinados edifícios na posse
do inimigo, para apoiar a rotura de posições fortemente defendidas.

(4) HELICÓPTEROS

Se a situação aérea e a defesa aérea do inimigo é de molde a que possibilite o emprego de


helicópteros, então as unidades podem ser posicionadas nos telhados, para permitir que os
edifícios sejam limpos de cima para baixo; além disso, as forças de isolamento podem ser
posicionadas rapidamente. Durante a fase de limpeza, também os reforços podem ser
facilmente mudados, a coberto dos edifícios previamente limpos.

(5) FORÇA AÉREA TÁCTICA

As unidades de reconhecimento aéreo-táctico podem fornecer informações sobre o


dispositivo e possibilidades do inimigo.
Centros de comando e controlo instalados em aeronaves, podem reduzir grandemente os
problemas dos sistemas de transmissões no terreno. O apoio aéreo próximo proporciona ao
comandante terrestre apoio de fogos, maciços, diferenciados e selectivos.

0439. TRANSPOSIÇÃO DE OBSTÁCULOS AQUÁTICOS

As transposições de cursos de água importantes são planeadas em detalhe na Brigada e nos escalões
superiores. Este planeamento visa obter uma rápida dispersão em largura e em profundidade na
margem afastada, possibilitar espaço de manobra às unidades que executam a transposição e
projectar o maior potencial de combate possível para a margem afastada no mais curto espaço de
tempo possível. A possibilidade de emprego de helicópteros para rapidamente colocar forças amigas
na margem afastada, aumenta significativamente a probabilidade de êxito.

a. Transposição Imediata

Uma transposição imediata geralmente caracteriza-se pela velocidade e surpresa. È empregue


quando o inimigo está relativamente fraco e desorganizado ou quando a missão é a de
rapidamente lançar forças através do obstáculo para evitar que o inimigo organize uma defesa
sólida a coberto daquele. Os meios de engenharia do Corpo do Exército e da Divisão são
planeados em antecipação, com vista a uma transposição imediata, garantindo assim a progressão
ininterrupta das forças atacantes.
Visto que o conceito da transposição imediata é manter o ímpeto do ataque e realizar a
transposição onde o inimigo está fraco, as forças de assalto devem limpar a margem próxima
somente na medida do necessário para que o inimigo não afecte significativamente o cumprimento
da missão. Como elemento a integrar no planeamento da operação e com a finalidade de as
unidades que executam a transposição, ganharem ímpeto no ataque, a linha de partida situa-se
normalmente na margem próxima, a apreciável distância da água.
Na transposição imediata, a Brigada permite ao Batalhão maior latitude de acção, do que na
transposição deliberada, que é mais estreitamente coordenada. Todavia, como as Companhias
subordinadas ao Batalhão não tem apoio logístico suficiente ou potencial de combate para
continuarem o ataque na margem afastada, em grande profundidade, o Batalhão continua a
exercer um controlo centralizado sobre as suas Companhia, mesmo na transposição imediata.
Se bem que a transposição imediata se realiza normalmente numa frente o mais extensa possível,
a fim de permitir uma transposição mais rápida de toda a força, e reduzir globalmente a sua
vulnerabilidade, uma transposição numa frente estreita pode realizar-se quando:

• O terreno apresenta um número limitado de locais de transposição.


• Os meios de engenharia são escassos.
• Os fumos e os fogos de supressão e de contrabateria não estão disponíveis para apoiar a
transposição numa frente mais larga.
• Foi identificada uma área de transposição ligeiramente defendida ou desguarnecida, e as forças
podem rapidamente dispersar na margem afastada.
• É possível fixar as forças inimigas na margem afastada, em zonas adjacentes ao local de
transposição, neutralizando-lhes a capacidade de observação e suprimir-lhes os fogos. A
contrabateria deve evitar que o inimigo possa concentrar os seus fogos sobre a área de
transposição.

Os fogos de preparação de Artilharia de Campanha são executados sobre os objectivos pré-


planeados e a pedido. Há que considerar o emprego de acções de apoio por meios aéreos em alerta
no ar, para sobreapoiar a transposição nos períodos em que as unidades estiverem expostas ou
vulneráveis.

b. Transposição Deliberada

Uma transposição deliberada é caracterizada por uma paragem na margem próxima, uma
concentração gradual de forças e uma acção de transposição estreitamente coordenada com outros
elementos da Brigada e da Divisão. Exige um planeamento pormenorizado até ao escalão Secção,
e realiza-se normalmente em períodos de visibilidade limitada.
A transposição deliberada é empregue quando não foi possível uma transposição imediata, em
consequência da solidez da defesa do inimigo, ou da falta de pessoal e equipamento necessários,
ou quando se retoma a ofensiva depois de as forças amigas terem garantido a posse da margem
próxima. A LP é normalmente o bordo da margem próxima.
A decisão de atacar numa frente larga ou numa frente estreita põe-se nos mesmos termos que na
transposição imediata. Há normalmente uma preparação de Artilharia de Campanha, antes e
durante a transposição das forças de assalto.
O reconhecimento aéreo e pela carta, conjugado com os elementos de informação adicionais
recebidos do escalão superior e da população civil local, constituem uma boa base de partida para
planear a transposição. As áreas gerais de transposição são indicadas ao Batalhão pela Brigada;
contudo, é necessário o reconhecimento aos locais de transposição, para o Batalhão poder elaborar
o seu planeamento. Este reconhecimento deve incluir pessoal de engenharia que preste conselho
técnico, localizar, informar e sinalizar os locais de transposição adequados. O plano final relativos
aos locais exactos de transposição para o assalto depende de informações acerca das entradas, das
saídas e da velocidade da corrente. Os locais adequados ao emprego de trens de navegação. E para
o lançamento de pontes, dependem de informações adicionais relativas às condições do leito e
profundidade do curso de água, com vista ao emprego do equipamento de engenharia.
O realce dado em (5), na figura anterior, deve ter em conta o seguinte esquema:

A Companhia de Pontos divisionária só dispõe de barcos de assalto suficientes para transportar


uma companhia apeada de cada vez. Relativamente a ataques apeados de maior envergadura, é
necessário tempo para obter barcos adicionais, fora do escalão divisionário.
As áreas pantanosas, pauis ou ribeiros com margens escarpadas não exigem o emprego de pontes,
ainda que constitua obstáculos para viaturas.
Nestas áreas, a infantaria contínua o ataque para conquistar a margem afastada, enquanto a
engenharia constrói itinerários improvisados com toros de madeira ou itinerários em aterro ou
prepara as margens para permitir que as viaturas continuem o ataque. Se houve tempo e
equipamento disponível, deve ser preparado mais do que um local de transposição, para que a
passagem de muitos veículos não o tornem impraticável.
Se uma transposição é planeada para ocorrer durante um período de visibilidade limitada, o maior
número possível de Comandantes de Pelotão ou de Secção devem reconhecer os respectivos locais
de transposição em condições de visibilidade normal. Devem ser empregues guias e proceder-se à
sinalização dos locais de entrada e de saída. Devem ser colocados elementos de segurança e luzes
de sinalização na margem de saída para indicar os locais de saída e para referenciação e
orientação. Se a transposição nocturna for iluminada, devem, empregar-se fumos e fogos de
supressão sobre o inimigo. Os meios de iluminação para a transposição podem ser os faróis de
viaturas, projectores, lanternas eléctricas com filtro, estacas de pontaria luminosas e outros
dispositivos luminosos, incluindo artifícios iluminantes. Podem ainda ser utilizadas balizas
flutuantes acesas ou iluminadas, para assinalar as passagens.
c. Sequência da transposição

Um Batalhão transpõe um curso de água de acordo com ma sequência que se indica:

• Obtém-se informações acerca das intenções do inimigo sobre o obstáculo e sobre o próprio
obstáculo.
• Elabora-se um plano provisório e, se praticável, realiza-se um reconhecimento. O plano táctico
é completo, e o Batalhão e organizado num escalão de assalto, num escalão de seguimento e
num escalão de apoio.

• As Companhias de assalto deslocam-se para as bases de ataque; os elementos de seguimento e


os elementos de apoio deslocam-se para as zonas de reunião e preparam-se para a transposição.
A engenharia coloca os barcos de assalto em posições cobertas e abrigadas, na margem
próxima. As Companhias são encaminhadas pelos guias até aos respectivos barcos de assalto e
reúnem-se às tripulações dos barcos de assalto de engenharia.

• As Companhias transpõem o curso de água, apoiadas por todos os fogos disponíveis,


nomeadamente da força aérea táctica, de helicópteros de ataque, de morteiros e de artilharia. Se
a transposição visa a surpresa, os fogos são planeados mas são controlados pelo Comandante de
Batalhão. As posições suspeitas e as reservas do inimigo, bem como as suas unidades de tiro
indirecto são cegadas com fumos e batidas com fogos de supressão.

• Uma companhia ocupa a margem de saída até a unidade de assalto ter transposto. Normalmente
ela apoia com fogos a transposição inicial e mantém os seus elementos intactos, até todos
estarem em condições de fazer a transposição simultaneamente.

• A infantaria conquista os objectivos na margem de entrada para impedir que o inimigo faça
fogos ajustados sobre os locais de transposição. A engenharia começa a preparar os trens de
navegação, enquanto a infantaria continua o ataque na margem afastada. A artilharia de
campanha começa a estabelecer posições de fogo na margem próxima.

• Se o escalão de assalto inclui carros de combate, estes passam o curso de água a vau ou são
transportados em trens de navegação, imediatamente após a infantaria de encontrar na margem
inimiga, e retomam o seu emprego normal. As viaturas de recolha devem passar em trens de
navegação logo que possível, porque as viaturas avariadas podem obstruir um dos locais de
transposição ou não conseguir sair dos trens de navegação, o que demoraria a operação.
Os problemas de comando e controlo do Batalhão resultam fundamentalmente dos aspectos
relacionados com o espaço, a circulação e as transmissões.
Depois de escalão de assalto ter transposto o curso de água e de o ataque continuar, o 2º
Comandante do batalhão deve controlar a transposição do curso de água de acordo com o plano de
transposição pormenorizado e sob a supervisão do 2ºComandante da Brigada. De acordo com o
plano de transposição e da situação táctica, ele deve estar nos locais de transposição para
assegurar o fluxo normal do escalão de seguimento e do escalão de apoio do Batalhão. Tal permite
ao GrCmd do Batalhão dedicar a sua atenção ao ataque propriamente dito. Depois da transposição
da reserva e do escalão recuado, as operações ofensivas continuam e a unidade que seguir o
Batalhão assume a responsabilidade pelos locais de transposição.

CAPÍTULO 5

OPERAÇÕES DE DEFESA

SECÇÃO I – GENERALIDADES

As operações de defesa são um esforço coordenado de uma força para derrotar um atacante, evitando
assim que ele atinja os seus objectivos.

0501 . FINALIDADE

A finalidade imediata de qualquer defesa é a de provocar insucesso do ataque inimigo. Contudo, uma
defesa pode ter qualquer das seguintes finalidades:

• Destruir forças inimigas e provocar o insucesso do seu ataque.


• Criar condições mais favoráveis para passar à ofensiva.
• Economizar forças em certas áreas para as poder concentrar noutras .
• Manter a posse de objectivos tácticos ou estratégicos.
• Induzir o inimigo em erro forçando-o a concentrar forças em áreas que o tornem mais vulnerável.
0502 . CONCEITOS OPERACIONAIS

a. O defensor tem significativas vantagens sobre o atacante. Ele não só escolhe o terreno onde se
desenrolará o combate, bem como o ocupa primeiro e organiza de acordo com o seu plano.
Poderá manter fortes reservas até que o inimigo materialize o seu esforço actuando então no
momento e local por si seleccionados. Favorece ainda o defensor o efeito dos obstáculos, do fogo
dos meios aéreos e de armas convencionais sobre as tropas expostas e ainda de certos aspectos de
guerra nuclear, química e electrónica.
Sempre que a defesa de determinadas áreas seja previsível desde o tempo de paz, devem ser
elaborados os planos de obstáculos, tendo em vista o efeito da contra-mobilidade e poderá ser
previsto o pré-posicionamento dos materiais necessários à execução dos referidos obstáculos.

b. A iniciativa é essencial no combate e o defensor deve aproveitar todas as oportunidades para a


obter. Apesar do atacante escolher a hora e local do lançamento do ataque, o defensor pode usar
medidas de decepção, efectuar operações de segurança e manobrar as suas forças de modo a
confundir e desgastar o inimigo, obrigando a que o combate se realize de acordo com o plano
defensivo.
As vulnerabilidades e os erros do inimigo devem ser exploradas e todas as oportunidades para o
contra-atacar e destruir devem ser aproveitadas. O ímpeto do ataque será sustido se forem
atacados os meios inimigos dispostos em profundidade. À destruição ou desgaste desses
elementos de manobra, de apoio de combate e de apoio de serviços, afectará significativamente o
desenrolar do combate, desarticulando toda a força atacante e retirando aos elementos avançados
o apoio de que necessitam.

c. Uma operação ofensiva compreende um conjunto de acções com empenhamentos maiores ou


menores. Elementos de uma mesma unidade podem estar empenhados na manutenção de
posições, em acções de retardamento, em acções ofensivas, em acções de decepção, na execução
de fogos, ou na preparação de obstáculos. Todas estas acções, porém, são parte da operação
defensiva da unidade, contribuindo no seu todo para atingir o objectivo daquela.

d. O espírito ofensivo é fundamental no decorrer das operações defensivas. Variadas acções deverão
ser desencadeadas a fim de se criarem condições para desorganizar, desgastar e destruir o
inimigo. Para tanto, há que manter um elevado espírito agressivo por parte das tropas e conseguir
uma chefia firme, com elevada capacidade técnica e táctica, a fim de que os meios possam ser
empregues, sem hesitações e decisivamente, no local e momento próprios. Uma operação
decisiva eficaz pode constituir uma oportunidade para a destruição do inimigo.

0503 . GRAUS DE RESISTÊNCIA

a. De acordo com o grau de resistência que deve oferecer e, consequentemente, com o grau de
empenhamento que pode ter de aceitar, uma unidade, no quadro da acção defensiva do escalão
superior, pode receber uma das seguintes missões: defender, retardar ou vigiar.

b. Uma unidade de manobra que tenha a missão de defender, emprega todos os meios e processos a
fim de evitar, resistir e/ou destruir um ataque inimigo, ainda que para o efeito, tenha de
empenhar-se decisivamente.
c. Uma unidade de manobra que tenha a missão de retardar, troca espaço por tempo e desgasta ao
máximo o inimigo, mas sem se empenhar decisivamente.

d. Uma unidade de manobra que tenha a missão de vigiar, estabelece uma série de postos de
observação e organiza patrulhamentos que permitam manter sob observação os eixos de
aproximação inimigos, conservando o comando superior constantemente informado sobre a
situação. Embora a unidade garanta a sua própria protecção e, dentro das suas possibilidades
possa destruir ou repelir forças inimigas ligeiras, que tentem penetrar no sector sob vigilância,
não pode esperar que ofereça uma forte resistência ao inimigo.

0504 . FORMAS DE DEFESA

a. Generalidades

Baseado no estudo e análise dos factores do MITM-T o Comandante define missões, articula as
suas forças, atribui os meios de combate e de serviços e decide onde concentrar as suas forças e
onde pode correr riscos.
Este estudo permite-lhe decidir sobre a forma de defesa a adoptar: Defesa Avançada ou Defesa
em Profundidade.
Na Defesa Avançada o Comandante para além dos meios a colocar na Zona da Força de
Cobertura, atribui a maior parte do seu potencial de combate e do seu esforço defensivo
posicionando forças junto da OAZR, tão cedo quanto possível, e planeando contra-ataques bem à
frente, na Zona de Resistência ou para lá dela.
Na Defesa em Profundidade parte das forças, em virtude além de se disporem na Zona da Força
da Cobertura, são colocadas na Zona de Resistência, junto à OAZR, a fim de identificarem,
definirem e controlarem a profundidade do esforço principal do inimigo e de deter ataques
secundários, ao mesmo tempo que outras forças, após a identificação dos flancos inimigos,
realizam contra-ataques para isolar e destruir as forças inimigas no interior da Zona de
Resistência.
As opções do Comandante não estão limitadas à adopção de uma defesa avançada ou em
profundidade pois a situação pode aconselhar uma forma intermédia de defesa.

b. Defesa Avançada
O sucesso da defesa depende em elevado grau da capacidade das forças em conservarem as suas
posições e controlarem intervalos entre elas, por forma a manterem a coesão de dispositivo. À
reserva destina-se, prioritariamente, a reforçar as forças da frente, conferir profundidade ao
dispositivo pela ocupação de posições de detenção e contra-atacar.
A conduta da defesa caracteriza-se pelo facto do combate decisivo se desenrolar à frente da
OAZR, com o apoio de um grande volume e variedade de fogos.
Os contra-ataques destinam-se a destruir o inimigo além da OAZR ou a expulsar ou destruir
forças inimigas que tenham penetrado na posição e ameacem terreno importante para a defesa,
por forma a restabelecer a integridade daquela. Apesar de se tratar de uma defesa baseada na
ocupação do terreno tal não significa imobilismo ou reacção apenas a acções do inimigo. A
iniciativa deve ser persistentemente reconquistada pelo defensor, através de uma acção defensiva
imaginária e enérgica e todas as oportunidades para a destruição do inimigo devem ser
aproveitadas.
A defesa avançada reduz o perigo dos ataques de noite e das acções por infiltração e obriga o
atacante a concentrar um elevado potencial de combate para efectuar uma penetração.
c. Defesa em profundidade

A destruição do inimigo é alcançada através da combinação do fogo e do movimento, utilizando


o sector em toda a sua profundidade. O combate decisivo desenvolve-se no interior da posição.
Carros de combate e armas anticarro de longo alcance são colocados em posições de apoio.
Armas anticarro de curto alcance e outras armas de infantaria guarnecem as posições de combate
em terreno coberto, arborizado ou urbanizado. As unidades de carros e mecanizadas, em reserva
ou não, asseguram a execução dos contra-ataques os quais visam, essencialmente a destruição das
forças inimigas.

d. Recolha da Forma de Defesa

J A forma de defesa a adoptar pode ser claramente indicada pelo comando superior ou, se não
for o caso, definida pelo Comandante. Ela depende da missão, do inimigo, do terreno e dos
meios e ainda do tempo disponível para organizar a posição.

J A defesa avançada pode adoptar-se quando:

- A melhor posição defensiva é a da OAZR.


- A OAZR se apoia num obstáculo natural.
- O sector defensivo é pouco profundo.
- O valor defensivo do terreno, no interior do sector, é limitado.
- A posse do terreno, na área avançada estiver expressamente definida no conceito do
escalão superior.
J A defesa em profundidade pode adoptar-se quando:
- A missão, pode ser menos restritiva, permite o combate em profundidade.
- O terreno não favorece a defesa à frente e no interior do sector existe terreno com valor
defensivo.
- O sector tem grande profundidade.
- Podem ser utilizadas armas NBQ.

SECÇAO II – TÉCNICAS DE DEFESA

0505 . GENERALIDADES

Cada uma das formas de defesa pode utilizar dois tipos de técnicas de defesa: a técnica da defesa
estática e a técnica de defesa dinâmica.
Nenhuma das técnicas referidas é exclusiva numa operação de defesa e o predomínio de qualquer
delas depende da missão, composição, potencial relativo e mobilidade das forças e de ambiente
operacional.
Na técnica de defesa estática procura-se manter a posse do terreno e o fogo executado,
essencialmente a partir de posições fixas, sobrepondo-se à manobra.
Na técnica de defesa dinâmica a destruição das forças inimigas é prioritária em relação à
manutenção da posse do terreno e a manobra sobrepõe-se ao fogo.
Ao planar a sua defesa os Corpos de Exército, Divisões Brigadas e Batalhões combinam estas duas
técnicas, estática e dinâmica, dando realce à que de acordo com o estudo realizado pelo Comandante
melhor contribua para o cumprimento da missão.
A execução das técnicas de defesa é normalmente levada a efeito nos escalões Brigadas e inferiores.

0506 . ESCOLHA DA TÉCNICA DA DEFESA

a. Defesa Estática
Esta técnica de defesa pode adoptar-se quando:
- A missão recebida impõe a posse de terreno.
- O terreno restringe o movimento das nossas forças.
- O inimigo dispõe de mobilidade táctica superior.
- O inimigo dispõe de superioridade aérea para limitar ou impedir o movimento das reservas ou
de outras forças..
- O tempo disponível permite uma boa organização da posição.

b. Defesa Dinâmica
Esta técnica de defesa pode adoptar-se quando:
- A destruição do inimigo é prioritária.
- O terreno facilita a manobra das forças em profundidade e não possui valor defensivo
natural.
- A mobilidade táctica é igual ou superior à do inimigo.
- O tempo disponível não permite uma organização do terreno suficientemente desenvolvida.
- Se está a actuar em ambiente NBQ e o defensor dispõe de armas nucleares.
- A falta de informação não permite determinar com razoável segurança onde e com que
- meios o inimigo atacará.

0507 . CARACTERÍSTICAS DAS TÉCNICAS DE DEFESA

As técnicas de defesa podem ser caracterizadas quanto à sua finalidade, mobilidade. configuração,
sua localização num sector defensivo, ou quanto ao tempo necessário para as empregar,. Quanto à
sua finalidade as técnicas defensivas podem variar entre a defesa orientada para garantir a posse de
terreno até à defesa destinada a destruir forças inimigas. As técnicas defensivas caracterizadas
quanto à mobilidade, variam desde a defesa dinâmica, defesa assente na manobra, até às defesas
relativamente imóveis, defesa estática. As técnicas de defesa caracterizadas quanto à sua
configuração variam da defesa em frente extensas à defesa em perímetro. As técnicas de defesa de
acordo com a sua localização no sector, variam desde a defesa avançada até à defesa em
profundidade. Finalmente as técnicas de defesa caracterizadas pelo tempo necessário á sua
preparação, várias desde a defesa imediata à defesa deliberada.

0508 . INTERLIGAÇÃO DAS FORMAS E DAS TÉCNICAS DE DEFESA

a. Quanto à Finalidade

As técnicas de defesa quanto `a sua finalidade variam desde a defesa orientada para garantir a
posse de terreno até à defesa destinada a destruir as forças inimigas, com combinações entre elas.
Uma das técnicas da defesa será indicada para garantir, pelo menos, algum terreno, enquanto a
outra será planeada para destruir forças inimigas.
Todavia, a diferença entre as técnicas de defesa, está no conceito do Comandante. Se ele deseja
evidenciar aos subordinados de que não está para destruir forças inimigas, o Comandante pode
informar que tenciona orientar a sua defesa para a destruição do inimigo. Por outro lado se ele crê
que necessita de garantir a posse de uma área de terreno a todo o custo, ele transmite a sua
intenção, frisando quem utilizará uma técnica de defesa orientada para a retenção do terreno.

(1) DEFESA ORIENTADA PARA GARANTIR A POSSE DO TERRENO

Ao nível batalhão esta técnica depende da concentração de forças e fogos sobre ou entre o
terreno a ser garantido e o inimigo. Muitas vezes isto significa que a defesa pode conter em si
a técnica de defesa de combater a partir de posições relativamente fixas ou estáticas. Todavia,
esta não é a única forma de conduzir uma defesa orientada para garantir terreno. Uma defesa
de contra-encosta, que tenha de garantir uma linha de alturas pode também ser eficaz.
Situações existem em que a Infantaria contra-ataca através de terreno restritivo para garantir a
posse de um terreno, e/ou em condições de visibilidade limitada, ou pelo rápido
reposicionamento de unidades, utilizam helicópteros. Em qualquer dos casos, o importante é
que os meios empregues pelo Comandante cumpram a intenção de escalão superior, que é o
de garantir a posse do terreno.

(2) DEFESA ORIENTADA PARA A DESTRUIÇÃO DO INIMIGO

Quando um Comandante não tem um bom terreno para defender, dispõe de potencial de
combate superior, ou não necessita de defender uma área de terreno específica, ele pode
escolher uma técnica de defesa que vise a destruição das forças inimigas. Particularmente nos
dois primeiros casos, a utilização desta técnica por parte do Comandante, depende sempre da
maior ou menor mobilidade das suas forças em relação ao inimigo. A utilização constante de
contra-ataques sobre os flancos do ataque inimigo, à medida que ele penetra no sector, um dos
exemplos de como empregar a técnica orientada para a destruição do inimigo. A táctica de
“bate e foge” executada por pequenas forças contra forças atacantes superiores, é um outro
exemplo. Contudo, a destruição das forças inimigas também pode ser executada através de
fogos maciços especialmente quando se dispõe de armas nucleares ou químicas. A
característica que distingue esta técnica da outra não é tanto quanto aos meios utilizados, mas
sim quanto ao conceito do Comandante, que visa destruir o inimigo, e não necessariamente,
garantir a posse do terreno.

b. Quanto à Mobilidade

Como anteriormente se disse, as técnicas de defesa variam de defesa dinâmica, em que é dado
ênfase à manobra até uma defesa estática, a qual utiliza pouca ou nenhuma manobra. No passado
foi dada pouca importância ao emprego da Infantaria nas técnicas de defesa orientadas para a
manobra. Outras vezes, a Infantaria foi erradamente relegada só para executar defesas estáticas. A
Infantaria pode ser empregue nas defesas dinâmicas desde que se verifiquem certas condições,
(1) DEFESA DINÃMICA

Para utilizar a técnica de defesa dinâmica, o defensor deverá ter pelo menos mobilidade igual
ou maior que a do atacante. Há diversas formas das forças de Infantaria na defesa de
conseguirem ter a mobilidade necessária para poderem executar uma defesa dinâmica.
Primeiro a Infantaria pode utilizar helicópteros de transporte, orgânico ou de reforço, para
rapidamente ser reposicionada no campo de batalha, segundo, ela pode, mesmo apeada, ser
capaz de levar de vencida uma força atacante constituída predominantemente por forças de
Infantaria. Terceiro, a Infantaria pode conduzir uma defesa dinâmica em terreno restritivo, tais
como áreas urbanizadas, regiões montanhosas, ou em áreas densamente arborizadas. Nestes
terrenos, os movimentos das forças não somente não podem ser nulos, como também as tropas
podem deslocar-se onde os veículos não conseguem movimentar-se, ou onde os helicópteros
não podem aterrar ou desembarcar tropas, sem dificuldades. Quarto, as forças de Infantaria, às
vezes, podem ter vantagem de mobilidade em terreno não restritivo, desde que executem
operações à noite ou em outros períodos de visibilidade limitada. Finalmente, quando a
Infantaria é entregue em conjunto com forças mecanizadas ou blindadas, pode executar
qualquer das funções acima mencionadas, ou pode ser utilizado para defender a partir de
posições estáticas.

(2) DEFESA ESTÁTICA

Algumas vezes “chamada de posição”, a defesa estática é caracterizada pelo emprego da


Infantaria enterrada em posições de combate relativamente imóveis. Tal tipo de defesa é
particularmente vantajoso quando se pretende garantir a posse de um terreno. As posições
defensivas são vantajosas para bloquearem eixos de aproximação inimigos, bem definidos. O
seu valor defensivo pode ser aumentado se se melhorar o terreno por forma a reforçar essas
posições. Contudo, falta flexibilidade às posições defensivas estáticas. Mas conseguem-se
algumas compensações através da preparação das posições de combate e do apoio de fogos.
Essas compensações dependem de uma forma coordenada de fogos, a partir de um bom
posicionamento das armas, por forma a repelir os assaltos do inimigo. Se a defesa não é feita
em profundidade, a linha defensiva pode ser primeiro penetrada e depois destruída por
alargamento da brecha para os flancos. Assim sendo, as defesas estáticas devem dar particular
importância aos contra-ataques para restabelecer a integridade da frente.
As defesas estáticas necessitam de patrulhas de reconhecimento e de combate e medidas de
vigilância terrestre para manterem um espírito ofensivo. Se as forças têm de permanecer
durante largos períodos de tempo em posições estáticas, elas tendem a perder o seu espírito
ofensivo e são levadas a pensar que as sua posições são impenetráveis. As posições das
Companhias e dos Pelotões devem ter a capacidade de se defenderem em todas as direcções,
se forem ultrapassadas pelo inimigo. Tais posições devem estar preparadas quer para destruir
o inimigo à sua frente, quer dentro delas, se forem penetradas. As posições logo que são
ocupadas, devem ser melhoradas. É necessário empregar medidas de segurança a fim de que
as posições não possam ser localizadas, como consequência, batida por fogos. Um Batalhão
de Infantaria, que esteja bem instruído e preparado, pode derrotar um Regimento Motorizado
inimigo.
c. Quanto à sua Configuração

Algumas vezes o Comandante tem conveniência em materializar a sua defesa pela sua
configuração no terreno, com a finalidade de transmitir o seu conceito aos subordinados, ou ao
escalão superior. Obviamente, tal materialização aplica-se mais às defesa estáticas que às defesas
orientadas para a manobra. A configuração de uma defesa é determinada pela análise do MITN-
T. O terreno é muitas das vezes um factor dominante. O erro mais comum de um Comandante
inexperiente é o de decidir prematuramente quanto à configuração da defesa, antes de fazer a
análise do terreno.

(1) DEFESA EM FRENTES EXTENSAS

Uma defesa em frentes extensas normalmente implica que as forças sejam posicionadas numa
linha de defesa relativamente pouco profunda, ao longo de um sector ofensivo. Em frentes
largas, a defesa em frentes extensas pode ser a melhor forma de defesa, desde que ela permita
à força que defende colmatar os intervalos no seu dispositivo. Tal defesa é normalmente
utilizada ao longo de cursos de água ou outros terrenos restritivos. A defesa em frentes
extensas também permite ao Comandante o concentrar e coordenar os seus fogos orgânicos.
As principais vulnerabilidades de uma defesa em frente extensa são a falta de profundidade, a
falta de flexibilidade, e não permitir a defesa em todas as direcções. Se o inimigo penetrar a
posição num ponto, o resto da força fica exposta a ataques de flanco, os quais podem destruir
a integridade da defesa. A defesa em frentes extensas pode ser empregue em conjugação com
fogos maciços convencionais, ou com munições nucleares ou químicas, para parar
penetrações inimigas. Se tais fogos não estiverem disponíveis, o Comandante pode ter de
retirar, manobrando as suas forças, para parar a penetração do inimigo. Se a mobilidade das
forças atacantes é superior à do defensor, o Comandante pode não ser capaz de reposicionar as
suas forças a tempo de parar o ataque. É importante que se planeiem posições suplementares e
de alternativa. Normalmente, e porque a defesa em frentes extensas não garante a segurança
em todas as direcções, ela deve estar apoiada num bom obstáculo ou por outras unidades. Se
estes apoios não existirem, a defesa em frentes extensas é vulnerável a ataques por
envolvimentos, ou sob os flancos.

(2) DEFESA EM PERÍMETRO

Ela fornece segurança em todas as direcções, como o seu próprio nome indica. Tal tipo de
defesa é utilizada por unidades cercadas por forças inimigas, ou quando conduzem operações
como força independente, e a direcção do ataque inimigo, ou a sua localização, não é
conhecida. Uma unidade pode utilizar a defesa em perímetro para proteger, por exemplo, uma
instalação, uma ponte importante, um aeroporto, zonas de aterragem, um desfiladeiro ou uma
vila.
Porque falta profundidade à defesa em perímetro, a sua principal fraqueza reside na
vulnerabilidade a ataques de forças blindadas, e à concentração de fogos. A extensão do
perímetro depende das condições do terreno, do potencial de combate disponível, das
possibilidades do inimigo, da sua organização e da missão atribuída à unidade. O perímetro
defensivo deve ter espaço suficiente para dispersar os elementos das armas anticarro e dos
elementos de apoio de combate e de apoio de serviços. Contudo, a linha que define o
perímetro deve tirar partido dos pontos importantes, dos obstáculos, e de outras vantagens
oferecidas pelo terreno, tendo em consideração de que o perímetro defensivo não deve ficar
demasiado estreito ou a área defensiva demasiado pequena. Um Batalhão de Infantaria
normalmente estabelece uma defesa em perímetros com um diâmetro de 1 a 2 quilómetros.
Em certos terrenos (montanhas, florestas e desertos) estas distâncias podem ser aumentadas
ou reduzidas.

d. Defesa em Sector

Por vezes é atribuído um sector defensivo sem dizer ao Comandante onde ele deve colocar as
suas forças. Um Comandante pode expressar genericamente o seu conceito, no que respeita à
localização das suas forças no sector, sem definir que pretende uma defesa avançada, que
pretende uma defesa em profundidade, ou uma combinação de ambas. A defesa avançada
implica que a maior parte do potencial de combate pode ser empregue junto do OAZR. Tal
forma normalmente exige que o esforço seja empregue relativamente cedo no combate. Por
outro lado, uma defesa em profundidade permite que as forças estejam inicialmente
escalonadas em profundidade por forma a bater o inimigo à medida que ele entra dentro do
sector. Se o defensor tem mobilidade pelo menos igual à do inimigo, o Comandante pode
utilizar uma combinação destas formas posicionando inicialmente as suas forças bem à frente
do sector, deslocando-as posteriormente para a retaguarda, para posições de alternativa e
suplementares à medida que o inimigo avança. (veja a defesa dinâmica)

(1) DEFESA AVANÇADA

Esta defesa pode ser realizada quer posicionando as forças em posições avançadas ou
utilizando contra-ataques para derrotar o inimigo, logo que ele penetre o sector. Por vezes,
o melhor terreno defensivo disponível pode estar situado na frente do sector. Em tais
casos, pode ser favorável defender a frente. Se no interior do sector existe terreno
defensivo disponível, ou o terreno na área avançada não confere vantagens ao defensor,
outras opções defensivas podem ser consideradas. <tal como a defesa em frentes extensas
(quer estática quer dinâmica), a defesa avançada pode originar que a defesa perca
profundidade e flexibilidade. O Comandante deve tomar medidas que compensem aquelas
desvantagens.

(2) DEFESA EM PROFUNDIDADE


.
Pode ser ordenada uma defesa em profundidade quando a missão não exige que o
Comandante posicione as suas forças à frente, quando o sector defensivo é relativamente
profundo, quando existe terreno vantajoso que se estenda ao longo do sector, ou quando o
defensor tem mobilidade e/ou poder de fogo para colmatar penetrações inimigas. Esta
defesa deve contar com Fcob ou elementos à frente da Zona de Resistência, para localizar,
desorganizar e canalizar o ataque principal do inimigo. Uma vez localizado, o ataque
principal do inimigo é detido, isolado e destruído por contra-ataques e/ou por fogos das
unidades escalonadas em profundidade no sector. Quando uma unidade emprega esta
forma de defesa, ela encontra-se mais dispersa, e como consequência, mais protegida
contra fogos nucleares e químicos. Todavia a dispersão torna a sincronização da defesa
mais difícil. Por outro lado, as unidades fisicamente separadas umas das outras podem
perder a ligação entre si, e correm o perigo de serem batidas separadamente, face à sua
incapacidade de combate numa defesa apoiada.

e. Quanto ao Tempo Disponível

O tempo disponível para preparar uma defesa é um factor crítico, Por exemplo, se um
Comandante exprime a intenção de conduzir uma defesa imediata, ele poderá dizer que o tempo
disponível apenas permite o posicionamento das armas colectivas, de preparar posições
defensivas ligeiras e de lançar campos de minas expeditos. Contudo, se ele disser que irá conduzir
uma defesa deliberada, ele expressará a sua intenção por forma a que se estabeleçam posições
defensivas com cobertura superior, trincheiras de comunicação, ligações TPF entre as posições,
grande utilização de campos de minas, fossos anticarro e redes de arame farpado. Obviamente há
muitas opções entre estes dois extremos. Contudo, em qualquer dos casos, a defesa deverá ser
continuamente melhorada, se o tempo disponível e a situação táctica permitirem.

(1) DEFESA IMEDIATA

A defesa imediata é muitas vezes utilizada quando uma unidade em progressão tem de
assumir uma posição defensiva temporária, como forma de protecção própria. O grau de
preparação da defesa pode já estar definido em NEP da unidade.

(2) DEFESA DELIBERADA

Na defesa deliberada é necessário tempo para preparar posições defensivas tais como
fortificações e obstáculos. O Batalhão pode participar numa defesa deliberada como parte de
uma GU defendendo em frentes extensas, ou utilizar a defesa deliberada, dentro do seu sector,
estabelecendo um ou dois pontos fortes, com unidade tipo Companhia. Os Comandantes não
podem erradamente pensar que a preparação de posições estáticas consomem mais recursos
do que os são necessários para uma defesa dinâmica. Quando se emprega uma defesa
dinâmica, o grande número de posições de combate preparadas ou ocupadas, pode ocasionar a
necessidade de mais tempo disponível, de mais meios, de equipamentos e mais materiais do
que uma defesa estática.

SECÇÃO III – ESTRUTURA DA DEFESA

0509 . ORGANIZAÇÃO DA DEFESA

a. Generalidades

Qualquer que seja a forma e a técnica de defesa utilizadas, as forças são organizadas para fazer
face às seguintes acções:

- Combate em Profundidade na área de influência à frente da Linha de Contacto


- Operações da Força de Cobertura
- Esforço na Zona de Resistência
- Protecção da área da retaguarda
- Operações de Reserva

As acções indicadas não são missão de todos os escalões. Assim o combate em profundidade para
além da linha de contacto e as operações da força de cobertura, só são desencadeados, em
princípio, pelos escalões acima de Brigada, pois só esses possuem os meios necessários. Também
a Protecção da Área da Retaguarda assume maior relevância à medida que se sobe de escalão.

b. Combate em Profundidade

O combate em profundidade é normalmente a preocupação fundamental dos Comandantes de


Divisão e do Corpo de Exército. Todavia, os Batalhões podem participar no combate em
profundidade como elementos de manobra de uma GU. O combate em profundidade inclui todas
as acções defensivas destinadas a destruir ou desorganizar o ataque inimigo à frente da Zona da
Força da Cobertura, nas áreas de influência das Divisões e dos Corpos do Exército .
Normalmente estas acções destinam-se a retardar as forças inimigas durante 72 horas antes de
abordar as forças de segurança do Corpo de Exército. Por exemplo tais acções incluem a
interdição aérea do campo de batalha (BAI), o reconhecimento aerotáctico, a guerra electrónica,
fogos nucleares tácticos, fogos químicos, fogos de artilharia de campanha de longo alcance,
mísseis de artilharia, e ataques desorganizantes executados por unidades de manobra. Estes
ataques em profundidade, inicialmente, são dirigidos contra as forças em primeiro escalão do
inimigo. No entanto à medida que os primeiros escalões das forças atacantes abordam as FCob,
a batalha em profundidade continua contra os elementos em segundo escalão. A finalidade é a de
bater o inimigo em profundidade e destruir a sua capacidade de concentrar o seu potencial contra
a Zona de Resistência.

(3) Zonas Defensivas


(1) ZONA DA FORÇA DE COBERTURA

A Zona da Força de Cobertura começa no OAZR e estende-se, para a frente, até à Linha
Avançada das Nossas Forças (FLOT).
O objectivo de uma força de cobertura é o de fornecer segurança, retardar o ataque inimigo
empenhando-se, forçando o inimigo a revelar a sua localização, e direcção do seu ataque
principal. O Comandante da FCob deve obter e manter contacto com o inimigo, retardar o seu
avanço, desgastar o seu potencial de combate e informar dos seus movimentos. A FCob deve
ser empregue suficientemente afastada para permitir que as forças na Zona de Resistência
tenham tempo para se concentrarem e prepararem as suas posições. A FCob desarticula as
unidades de reconhecimento inimigas, obriga o inimigo a manobrar para a contornar e destrói
as forças do inimigo quando ele lança ataques imediatos. À medida que o inimigo manobra,
emprega a sua artilharia e se concentra para lançar um ataque deliberado, ele está a revelar a
sua composição, potencial e a direcção provável do seu ataque. A FCob visa também iludir o
inimigo quanto à localização da Zona de Resistência.
A FCob deve ser constituída por unidades altamente móveis. Se a Infantaria participar no
combate na ZFCob, deve ser reforçada com maior poder de fogo e mobilidade, se a ameaça
for motorizada ou blindada. Em terreno restritivo, a Infantaria, também pode contribuir para o
combate da FCob, onde ela pode combater ou deslocar-se sem ficar sujeita à totalidade dos
fogos e à mobilidade dos elementos blindados. O Batalhão de Infantaria, como parte de uma
FCob, pode ter a missão de defender, retardar ou contra-atacar. Ele deve estar apto a retardar a
partir das suas posições iniciais, quando tal lhe for ordenado.

(2) ZONA DE RESISTÊNCIA

A Zona de Resistência prolonga-se para a retaguarda da OAZR e inclui a área organizada


pelas unidades subordinadas em 1º escalão.
O combate decisivo é travado na Zona de Resistência. Aqui, as forças são colocadas por
forma a pararem os ataques inimigos. Serão lançados contra-ataques para destruir ou capturar
as forças inimigas, e permitir ao defensor, retirar a iniciativa ao atacante. A maior parte do
poder de combate das Divisões, e das forças de apoio de combate situam-se na Zona de
Resistência. Por exemplo, uma Divisão pode ter a maior parte dos seus Batalhões na Zona de
Resistência, mas outros dos seus Batalhões podem estar sobre controle operacional das FCob
do Corpo do Exército. (Normalmente os Batalhões não são desmembrados para reforçar uma
FCob). A Zona de Resistência de uma Divisão, ou de uma Brigada Independente, é definida
por limites laterais por uma OAZR e pela Zona de Reserva.
Como medida de coordenação e controlo às unidades subordinadas são atribuídos sectores ou
posições de combate.

(a) Os sectores asseguram liberdade de manobra às unidades subordinadas, facilitam o


planeamento e a coordenação de fogos e obstáculos e permitem aos Comandantes
determinarem a instalação das suas forças no terreno de acordo com o seu próprio
conceito. A unidade responsável pelo sector mais perigoso, coincidente normalmente com
o maior eixo de aproximação do inimigo, recebe prioridade de fogos, de obstáculos e de
apoio aéreo. Neste sector é feito o esforço da defesa e nele é concentrado um maior
potencial de combate. Contudo, o plano de defesa tem de ser flexível de modo a
rapidamente fazer face a alterações verificadas no decorrer do combate.
(b) As posições de combate situam-se em terreno seleccionado a partir do qual as unidades
defendem ou atacam, A atribuição de posições de combate limita a acção dos
comandantes subordinados, uma vez que a manobra fora daquelas posições poderá, numa
situação extrema, ter que ser controlada pelo escalão superior, o qual terá também maior
responsabilidade no planeamento e coordenação de fogos.
A utilização de posições de combate é desejável quando se pretende uma rápida
concentração de forças e quando o terreno é aberto e com vastos campos de tiro, e, por
consequência, mais adaptado a forças mecanizadas e blindadas do que a apeadas.
Localizam-se em terreno com valor defensivo natural e de forma a controlar os eixos de
aproximação do inimigo. São organizadas e melhoradas continuamente e tanto mais
quanto a missão obrigue a mantê-las por maior espaço de tempo. Assim, uma posição
para retardar o inimigo pode ser sumariamente organizada enquanto que para o deter tem
de ser melhor preparada.
As posições podem ser ocupadas em permanência ou à ordem.
(c) Um ponto-forte é essencialmente, uma posição de combate fortificada. A sua utilização
em elevado grau corresponderá à técnica de defesa que mais se aproximará da
denominada “estática” e tem por finalidade opor uma forte resistência ao inimigo Os
pontos-fortes situam-se em áreas de passagem crítica e as suas condições de defesa
garantem a detenção de uma força superior por um período de tempo considerável,
desgastando-a e proporcionando por vezes o lançamento de contra-ataques
O ponto-forte deve constituir surpresa para o inimigo, A força que o ocupa deve estar
preparada para retirar logo que tenha cumprido a missão ou antes da reiteração de
esforços por parte do inimigo.

(3) ZONA DE RESERVA

A Zona de Reserva de uma unidade estende-se para a retaguarda da Zona de Resistência, até
ao limite à retaguarda da unidade.
É nesta zona que se localizam, normalmente, a reserva, os órgãos de Comando e Controlo e
a maior parte das unidades de apoio de combate e de apoio de serviços.
A reserva é constituída pelas forças não empenhadas, mantida sob controlo das unidades e
pelas armas nucleares não atribuídas e representa o principal meio pelo qual o Comandante
pode influenciar a acção e retomar a iniciativa.
A reserva garante uma maior flexibilidade de manobra através de:

• Execução de contra-ataques aquém ou além da OAZR


• Reforço de unidades de frente submetidas a forte pressão do inimigo
• Ocupação de posições organizadas, para impedir que o inimigo atinja uma determinada
área ou continue a sua progressão numa dada direcção
• Garantia da posse de pontos importantes de terreno
• Auxiliar ao desempenhamento de unidades
• Rendição de unidades da frente
• Prolongar flancos
• Na segurança da área da retaguarda, executar operações contra forças irregulares ou
contra elementos infiltrados ou aerotransportados.

A composição e missão de reserva é decidida pelo Comandante de acordo com o seu


conceito de operação. Normalmente, uma reserva equilibrada tem um terço das unidades em
manobra. No descrever da operação a composição e a missão podem ser alteradas e o seu
empenhamento aconselha sempre a nomeação de outra.
A nível de Batalhão normalmente não existem reservas, com a finalidade de realizar contra-
ataques. Nestes casos os contra-ataques são desencadeados por forças posicionadas, ou por
forças em reforço.
A reserva localiza-se normalmente em áreas dispersas, fixadas pelo comando a que
pertence, em condições de se deslocar rapidamente para as prováveis áreas de emprego. A
ocupação de uma ou mais posições de combate pode aconselhar-se face a determinadas
características de terreno e a um menor grau de mobilidade da força a empenhar nessa
posição.

0510 . PASSAGEM DO COMBATE

É especialmente crítica a transição (ou passagem) do combate da FCob para as unidades situadas na
Zona de Resistência. À medida que o inimigo se aproxima, os Comandante da ZFCob devem não só
combater o inimigo, mas também, informar sobre os seus movimentos e potencial, para que as forças
na Zona de Resistência possam receber o combate em posição vantajosa. Pode ser útil utilizar uma
linha de fase 2 a 5 Km à frente da OAZR para coordenar a passagem do combate e o fim de missão
da FCob. Se o escalão superior não indicou esta linha de fase, o Batalhão deverá coordenar com os
elementos da FCob situados à sua frente, a designação de tal linha de fase. A linha de fase representa
o acidente do terreno a partir do qual as unidades da Zona de Resistência recebem o combate da
FCob. Esta linha de fase deve estar dentro da observação e ao alcance dos fogos directos dos
elementos mais avançados do Batalhão. Há também outras técnicas que ajudarão a fazer a passagem
do combate da ZFCob para a Zona de Resistência. (A maioria destas técnicas são igualmente
aplicáveis à coordenação entre as unidades de combate na Zona de Reserva e as unidades situadas na
Zona de Resistência). Os Comandantes devem assegurar-se de que:

• As unidades da Zona de Resistência estão familiarizadas com o terreno e com os planos das
unidades das FCob, situadas à sua frente.
• Os eixos de aproximação mais perigosos do inimigo estão continuamente controlados, à medida
que o inimigo passa da ZFCob para a Zona de Resistência.
• As unidades da Zona de Resistência e da FCob coordenam os pontos de passagem, áreas de
passagem através dos obstáculos e os procedimentos dos elementos mais avançados da Zona de
Resistência. (Por exemplo sinais de reconhecimento, guias, fogos, fecho dos pontos de passagem
e troca de informações).
• As unidades da Zona de Resistência escutam as redes rádio (de comando e controlo de tiro) das
unidades da ZFCob `sua frente.
• As unidades da Zona de Resistência e da FCob devem coordenar os procedimentos a executar
caso o inimigo chegue à Zona de Resistência antes ou misturado com as FCob.
(*) Coincide com o fim de linha de missão da FCob

Fig 5-2

0511 . ANÁLISE DO MITM-T NA DEFESA

Os Comandantes a todos os níveis organizam os seus esforços defensivos baseados aos factores do
MITM-T, para planear e executar a defesa. A análise do MITM-T é feita inicialmente como parte do
estudo de situação do Comandante, mas é continuamente revisto à medida que ocorre planeamento,
preparação e execução da defesa.

(a). Missão

A missão da unidade especifica QUEM defende, QUANDO deve estar preparada para defender,
ONDE a unidade irá defender, PARA QUÊ defende. O QUÊ está implícito na missão “de
defender”, o Comandante deverá perguntar a si próprio:

• Compreendi o conceito de escalão superior?


• Cumpro todas as tarefas explícitas e implícitas impostas pela missão?

(a). Inimigo

Com respeito ao inimigo o Comandante deve perguntar a si próprio como irá defender:

• Identifico e tomo as medidas adequadas contra a localização, direcção, potencial e forma de


ataque do inimigo, antes que ele possa determinar a posição ou fixar as forças defensivas?
• Tomo as medidas adequadas contra os efeitos dos fogos, da mobilidade e da guerra
electrónica do inimigo?
• Contrario o potencial inimigo (isto é, a sua velocidade de ataque ou superioridade
numérica)?
• Exploro as fraquezas do inimigo (isto é as suas dificuldades de comando e controlo ou
esquema de manobra rígido)?
• Sou afectado pelo uso ou ameaça de utilização de armas químicas e/ou nucleares por parte
do inimigo?

(c). Terreno

Com respeito ao terreno, o Comandante deve perguntar a si próprio:


• Se necessário, mantenho terreno importante/fundamental?
• Tiro o melhor partido do terreno disponível?
• Utilizo obstáculos para impedir o ataque inimigo?
• Tiro partido do terreno para minimizar os efeitos das armas químicas e /ou nucleares do
inimigo?
• Sou afectado pelas condições meteorológicas, (isto é, chuva, neve, vento, frio, calor.
Humidade)?
• Sou afectado pelas condições de visibilidade (isto é, nevoeiro, chuva, neve, poeiras, fumos,
noite)?

(d). Meios

A natureza dos meios é a quarta consideração. O Comandante deve perguntar a si próprio:

• Se tiver disponíveis, uso armas nucleares ou químicas?


• Tiro o máximo partido dos fogos indirectos orgânicos e de apoio (morteiros e artilharia)?
• Tiro o máximo partido das armas de tiro directo orgânicas e de apoio (armas anticarro,
metralhadoras, lança-granadas, carros de combate e armas anti-aéreas)?
• Garanto a defesa anti-aérea contra aviões voando a baixa altitude?
• Sou afectado pela mobilidade dos meus elementos de combate e de apoio de combate, ou
pelo contrário, pela sua falta de mobilidade?
• Utilizo o apoio de Engenharia em funções de contra-mobilidade e de sobrevivência?
• Utilizo a reserva? Onde a devo localizar? Qual a sua composição e articulação?
• Emprego contra-ataques?
• Sou afectado pelo nível de instrução, disciplina, condições físicas e estado moral das tropas?
• Sou afectado pelo nível de manutenção e pela eficácia da logística para manter as operações
de contacto?
• Necessito de reforços?

(e). Tempo Disponível

Esta é a consideração final da organização de defesa. O Comandante deve perguntar a si próprio:

• Sou afectado pelo tempo disponível que tenho para planeamento (reconhecimentos,
coordenação, composição e reorganização das forças, planeamento dos fogos, distribuição
das ordens até ao nível Secção, etc.)?
• Sou afectado pelo tempo disponível e/ou necessário para a preparação da defesa
(deslocamento para as posições ou sector, ocupação e preparação das posições, coordenação
entre unidades, apoio logístico, etc.)?
SECÇÃO IV – FUNDAMENTOS DE DEFESA

Relativamente às razões porque se conduz a defesa, ou à forma como ela é descrita , vários
fundamentos orientam a sua conduta, são:

• Conhecer o inimigo
• Ver o campo de batalha
• Combater com uma força de armas combinadas
• Explorar as vantagens do defensor
• Concentrar o potencial de combate no momento e locais críticos

0512. CONHECER O INIMIGO

O defensor deve estar perfeitamente familiarizado com as possibilidades e limitações do inimigo,


incluindo os seus sistemas de armas e equipamentos. Ele deve conhecer a organização das unidades
do inimigo e como elas desenvolvem tacticamente para o ataque. É normalmente da responsabilidade
do Ofinfo fornecer estas informações.

0514. VER O CAMPO DE BATALHA

Antes do combate, o Comandante deve familiarizar-se com as técnicas de combate inimigas e com o
terreno, no qual irá travar a batalha, por forma a visualizar três coisas

• Primeiro, Onde e com que potencial o inimigo atacará.


• Segundo, Como a sua defesa se irá constituir por forma a conter os ataques inimigos,
confrontando-o com obstáculos e outras dificuldades que retardem a sua progressão e dividam os
seus esforços.
• Terceiro, Como irá retirar a iniciativa à força atacante inimiga, parar o ataque, e destruir a força
inimiga.

O Comandante deve comunicar com clareza aos seus subordinados como ele “visualiza o combate”.
A sua visualização do combate é à base do seu conceito de operação. Logo que o combate se inicia,
o Comandante posiciona-se onde melhor possa observar todo o seu sector (ou na área mais crítica do
seu sector). O Comandante utiliza todos os meios de vigilância disponíveis (radares, sensores, postos
de observação, patrulhas. Reconhecimento aéreo, etc.) para seguir os movimentos inimigos e assim
executar a sua defesa.

0514. COMBATER COM UMA FORÇA DE ARMAS COMBINADAS

A artilharia de campanha, a engenharia, a infantaria, a artilharia anti-aérea , os carros de combate, o


apoio aéreo próximo, os helicópteros de ataque/assalto, e os elementos de guerra electrónica,
contribuem para o êxito da missão. Compete ao Comandante integrar todos os meios de que dispõe,
de tal maneira que o seu efeito combinado, aplicado sobre o inimigo, seja francamente superior à
soma dos efeitos parcelares. Cada um daqueles meios, em determinadas circunstâncias, pode
constituir o elemento mais importante para a defesa. O Comandante deve assegurar que o emprego
de cada uma das armas indicadas seja integrado, por forma a tirarem o máximo partido das suas
possibilidades e minimizar as suas vulnerabilidades.

0515 EXPLORAR AS VANTAGENS DO DEFENSOR

O defensor dispõe de um certo número de vantagens que lhe permitem derrotar uma força atacante
muito superior à sua. O defensor estuda o terreno com todo o pormenor e analisa todos os acidentes
de terreno que interfiram com as suas possibilidades de sucesso. O atacante, por outro lado, toma
contacto com o terreno, pouco a pouco, vendo cada um dos seus compartimentos pela primeira vez.
O defensor pode preparar posições, construir obstáculos e ocultar as suas actividades com
antecedência. O atacante tem muitas vezes de “adivinhar” onde se encontra o defensor ou despender
muitos dos seus esforços para determinar a localização exacta das suas posições. O defensor pode
iniciar o combate a partir de posições estacionárias, de detecção difícil e que proporcionam protecção
dos fogos do inimigo. O atacante, para reagir, deve fazer fogo em movimento ou então, procurando
posições abrigadas, perde o ímpeto. O defensor, por outro lado, pode elaborar planos flexíveis para o
controlo de fogos, de movimentos, de transmissões e de logística, por forma a fazer face a situações
previsíveis. O atacante segue um esquema mais rígido, que se arrisca a ser destruído, ou então altera
os seus planos arriscando-se a conduzir esforços descoordenados. O atacante tem de reabastecer as
suas unidades em movimento. O defensor pode utilizar as suas posições preparadas para se proteger
contra os efeitos das armas nucleares. O atacante tem de expor as suas unidades a uma possível
destruição, enquanto elas se movimentam.

0516 CONCENTRAR O POTENCIAL DE COMBATE NO MOMENTO E LOCAIS CRÍTICOS

Ao elaborar o seu plano de defesa o Comandante deve identificar o sector crítico para o sucesso da
sua defesa. Para manter a integridade da defesa, o Comandante pode designar qual o sector onde irá
exercer o esforço, atribuindo-lhe maior potencial de combate. O Comandante pode designar o
esforço da seguinte forma:

• Atribuindo prioridade de contra-ataque ao sector


• Atribuindo-lhe um sector mais estreito
• Atribuindo-lhe meios adicionais (carros de combate, MGACar, ou atiradores).
• Atribuindo ao sector prioridade na preparação de obstáculos
• Atribuindo ao sector prioridade de fogos indirectos
• Atribuindo ao sector fogos de barragem, de artilharia e de morteiros
• Posicionando a reserva perto, dentro, ou atrás do sector

Durante o combate, o Comandante deve estar apto a concentrar todo o seu potencial de combate no
sector mais crítico. Se as condições se alterarem, o Comandante também deve estar apto a mudar o
seu potencial de combate para outros sectores, o que ele faz alterando a prioridade de fogos,
deslocando unidades, ou uma combinação de ambas

SECÇÃO V – PLANEAMENTO DA DEFESA

0517 TAREFAS A PLANEAR.

Uma defesa com sucesso começa com um bom planeamento, O plano resultante pode ser alterado
mais tarde, mas fornece uma base comum a partir da qual se podem introduzir alterações. (Veja
Capítulo 3, Secção V, e a análise do MITM-T para emprego de técnicas defensivas explanadas neste
capítulo). De notar que algumas das tarefas abaixo indicadas podem ser executadas
concorrentemente e o seu pormenor de execução dependerá do tempo disponível para planeamento.

a. 1ª Tarefa. Identificar os Eixos de Aproximação Inimigo para o interior e através do Sector


do Batalhão.

Determinar o tipo e o escalão da força que provavelmente possa vir a utilizar cada um dos Eaprx.
Determinar os Eaprx apropriados a forças blindadas e mecanizadas e a Infantaria. Se existe uma
ameaça blindada, esta deve ser enfrentada em primeiro lugar. Alguns Eaprx inimigos podem
entrar no sector do Batalhão a partir dos seus flancos ou pela sua retaguarda. Não devem ser
menosprezados. Mais tarde eles podem ser mais perigosos do que os Eaprx que abordam o sector
frontalmente

b. 2ª Tarefa. Identificar os Pontos Importantes no Interior ou nas Proximidades do Sector do


Batalhão.

Os pontos importantes podem ser o terreno elevado que domine o sector ou um Eaprx, uma
ponte, um desfiladeiro, um nó rodoviário, estação de rádio, locais com boa observação, ou outros
aspectos característicos do terreno cuja posse confira nítida vantagem a qualquer um dos
contendores. O terreno importante no sector defensivo no Batalhão pode ser considerado como
objectivo de ataque das forças inimigas

c. 3ª Tarefa. Determinar os locais, ao longo dos Eixos de Aproximação das Forças Inimigas,
Onde as Forças Podem ser Posicionadas para se Obter Observação e/ou Campos de Tiro.

Deve-se estimar o número de viaturas e/ou forças desmontadas que o inimigo pode colocar
inicialmente num dado Eaprx e o tempo de exposição desses alvos. A estimativa é baseada no
conhecimento da organização e doutrina táctica do inimigo, no estudo cuidadoso do terreno e nos
efeitos esperados dos obstáculos existentes da área.

d. 4ª Tarefa. Se a ameaça é constituída por Carros de Combate, Posicionar, em Primeiro


Lugar, os Carros de Combate e as Armas Anticarro, por forma a Bater o Eaprx
Apropriado a Blindados.

Identificar, no sector, todas as localizações a partir das quais se podem bater os Blindados
inimigos. Após o posicionamento dos Carros de Combate disponíveis determinar quantas armas
anticarro são necessárias para parar o previsível ataque blindado. Posicionar, conforme as
necessidades, Secções Anticarro Pesadas e Pelotões de Atiradores (com duas armas anticarro
médias por pelotão). Podem ser atribuídos mais Pelotões de Atiradores para cobrir intervalos.

e. 5ª Tarefa. Se a Ameaça é Constituída Principalmente por Infantaria Desmontada, Localizar


Pelotões de Atiradores para Bloquear os Eaprx pelo Fogo.

O número de Pelotões e a sua localização exacta, depende da análise do MITM-T por parte do
Comandante, e da forma e técnica de defesa a utilizar. Normalmente, para efeitos de
planeamento, um Pelotão pode opor-se a uma Companhia inimiga. Podem posicionar-se outros
Pelotões para cobrir intervalos entre Eaprx, mantendo a integridade da frente. Nesta fase, o
Comandante não necessita de identificar, especificamente, as unidades, isso é feito na tarefa
seguinte.

f. 6ª Tarefa. Fazer a Composição e Articulação do Batalhão a Designar as Companhias ou


Pelotões de Apoio de Combate para Ocupar as Posições que foram identificadas.

Normalmente o Batalhão combate com três Pelotões de Atiradores por Companhia. Contudo, se a
análise na tarefa anterior aponta para que um Pelotão deva ser atribuído a outra Companhia, para
reforçar um dado sector ou uma posição, o Comandante pode assinalar essa decisão na
Composição e Articulação do Batalhão. Geralmente é melhor deixar os comandantes
subordinados combater com os seus Pelotões orgânicos, com os quais eles estão mais
familiarizados. Se lhe foi atribuído um Pelotão de Engenharia ou Equipas de Defesa Aérea, eles
ficam normalmente sob o controlo do Batalhão. Pode ser mantido sob o controlo do Batalhão, um
Pelotão de Atiradores como reserva, ou como elemento de protecção da área da retaguarda.

g. 7ª Tarefa. Atr4ibuir Áreas de Responsabilidade e Designar o Esforço da Defesa ou o Sector


crítico.

O Comandante atribui áreas de responsabilidade às Companhias, designando sectores, utilizando


limites e pontos de coordenação, e/ou designando posições de combate. Se o terreno é tal que o
Comandante não pode concentrar os fogos de uma ou mais Companhias numa área específica.
Ele pode atribuir sectores às Companhias. Contudo se ele pode concentrar os seus fogos nessa
área, ele pode atribuir posições de combate às Companhias. Se a análise do MITM-T feita pelo
Comandante o indicar, pode mesmo ser feita uma combinação destas hipóteses. Em muitos casos,
o terreno mais crítico para a defesa, ou o Eaprx mais perigoso para o sector do Batalhão,
influenciará o Comandante na escolha da área onde irá exercer o esforço da defesa. Na atribuição
de áreas de responsabilidade, o Comandante deve:

• Evitar dividir a responsabilidade quanto ao Eaprx ou quanto aos pontos importantes do


terreno.
• Reforçar o sector, ou área de responsabilidade, onde exercerá o esforço de defesa, ut5ilizando
os fundamentos descritos na SECÇÃO IV, que pormenorizam como concentrar o potencial de
combate.

h. 8ª Tarefe. Integrar o Apoio de Fogos Disponível com os Obstáculos para Assegurar que os
Eaprx Inimigos são Batidos pelo Fogo.

Planear obstáculos para protecção das posições, canalizar, retardar e desgastar o inimigo. Os
obstáculos aumentam o tempo de exposição do inimigo e a eficácia dos fogos anticarro. As saídas
planeadas de apoio aéreo próximo podem garantir uma resposta rápida e a concentração de um
potencial de fogo aéreo, no início dos confrontos. O lançamento aéreo de minas dispersáveis, e a
precisão de munições guiadas, podem destruir blindados e infantaria, quer à frente, quer no sector
do Batalhão. Os morteiros e a artilharia podem aumentar a eficácia das armas anticarro,
suprimindo e cegando os elementos inimigos em sobreapoio, obrigando os blindados a fechar as
escotilhas e canalizando o inimigo. Podem também destruir o ataque da infantaria desmontada.
Os helicópteros de ataque aumentam significativamente o poder de fogo aéreo e podem ser
rapidamente utilizados para massificar armas anticarro e anti pessoal, onde tal seja necessário, e
fornecer a segurança nos flancos, ou em outras áreas não ocupadas.
i. 9ª Tarefa. Posicionar Forças de Segurança e Meios de Alerta para Garantir um Aviso
Atempado do Ataque Inimigo.

Determinar a composição, localização e missões das FSeg do Batalhão. Esta força, normalmente
organizada com base no Pelrec garante um alerta oportuno, ilude o inimigo sobre a localização
das unidades na Zona de Resistência, e no caso de existirem posições de tiro, bate a força inimiga
pelo fogo. Esta força actua à frente do Batalhão, geralmente desenvolvida em linha sobre um
Eaprx inimigo. Podem ser atribuídas Secções ACar e carros de combate, dados em reforço à força
de segurança, desde que sejam viáveis fogos de longo alcance. À medida que o inimigo continua o
seu avanço as FSeg são reposicionadas em posições previamente preparadas em terreno, em
terreno restritivo a carros, no interior da Zona de Resistência. Se uma FCob actuar à frente das
FSeg do Batalhão uma das missões prioritárias da FSeg é a de facilitar a passagem do combate,
informando o Batalhão que a FCob está próxima da Zona de Resistência, e de guiar os elementos
mais avançados da FCob para pontos de passagem, ao longo da OAZR. O Comandante poderá
utilizar sensores para aumentar as possibilidades da FSeg, posicionando-se bem à frente (quando
não exista FCob) ou nos seus flancos e intervalos. Os radares vigilância terrestre podem ser
utilizados para garantir segurança adicional no interior da Zona de Resistência, a partir de
posições fixas, desde que estejam protegidos por forças.

j. 10ª Tarefa . Concluir o Plano e Difundir a Ordem.

Se houver tempo disponível uma das formas de completar o plano é preparar um transparente que
explique como se irá conduzir a defesa. Colocando o plano nos cinco parágrafos da OOp também
assegurará que os pormenores mais significativos, tais como tarefas para as unidades
subordinadas, instruções de coordenação, necessidades administrativas/logísticas bem como de
comando e transmissões, estão contemplados.
Logo que a OOp seja difundida, quer verbalmente, quer sob a forma escrita, tem início a
preparação da defesa.

0518 CONSIDERAÇÕES SOBRE O POSICIONAMENTO DAS FORÇAS

O Comandante planeia o posicionamento das forças por forma a barrar os prováveis Eaprx inimigos,
e para obter a máxima protecção, observação e campos de tiro para cada um dos seus sistemas de
armas. Simultaneamente, o Comandante procura dissimular e proteger as suas posições dos fogos
inimigos. Ao mesmo tempo ele procura tirar partido dos pontos importantes e integra os obstáculos
na sua defesa. A sigla OCOPE ajuda-o a le3mbrar-se destas considerações:

• Observação e campos de tiro


• Cobertos e abrigos
• Obstáculos
• Pontos importantes
• Eixos de aproximação
a. Observação

A observação evita a surpresa e permite bater o inimigo mais cedo. O Comandante deve ter
sempre sobreposição de observação entre todas as suas unidades. Durante períodos de
visibilidade limitada, a sobreposição de observação pode forçar ao reposicionamento de alguns
elementos.

b. Campo de Tiro

Os Campos de Tiro são áreas sobre as quais se desencadeiam fogos para destruir as forças
inimigas, os seus veículos e equipamentos. Os campos de tiro podem ser melhorados, cortando
selectivamente erva e mato, demolindo edifícios ou abrindo faixas, do tipo controlo de incêndio,
em matas densas. O Comandante confronta-se com a exigência de obter boa observação e campos
de tiro em detrimento da protecção conferida pelos cobertos e abrigos. O Comandante procura
encontrar locais para instalar as unidades onde a observação e os campos de tiro atinjam, pelo
menos, o alcance eficaz das suas armas. Por exemplo em áreas densamente arborizadas, a crista
militar de uma elevação oferecerá muitas vezes as melhores posições para a Infantaria. Os
MGACarP podem ser posicionados na crista topográfica para obterem a observação de que
necessitam e assim tirar partido da sua precisão às longas distâncias.

c. Cobertos

Os cobertos fornecem a ocultação dos elementos da observação aérea e terrestre do inimigo


.Embora os cobertos não protejam os elementos dos fogos inimigos, a capacidade que o inimigo
tem de bater as posições de combate é bastante reduzida, se ele não as puder atingir com
precisão. Se o inimigo conhecer a localização da posição, e ela não estiver suficientemente
abrigada, ele pode destruí-la. Devem-se utilizar as coberturas naturais ( tais como árvores,
rochedos, muros e dobras de terreno) para se dissimularem as posições. As unidades devem
melhorar continuamente as suas posições se o tempo disponível e a situação táctica o permitirem,
obtendo assim maior protecção, e melhorando a sua camuflagem, utilizando os meios naturais
que as rodeiam.

d. Abrigos

Os abrigos fornecem protecção local contra os efeitos dos fogos e da guerra electrónica do
inimigo. Obtêm-se abrigos posicionando os elementos em contra-encosta, nas orlas das matas, em
edifícios, e pela construção de posições de combate.

e. Obstáculos

Os obstáculos reforçam a eficácia defensiva do terreno. Deve-se tirar o máximo partido dos
obstáculos existentes e utilizar obstáculos artificiais onde seja necessário impedir a mobilidade do
inimigo, canalizar os seus movimentos e aumentar a eficácia das armas das unidades amigas. Os
obstáculos artificiais devem ser integrados com os obstáculos existentes e devem ser empregues
em profundidade.. Os obstáculos artificiais devem ser integrados com os obstáculos existentes e
devem ser empregues em profundidade.
f. Pontos Importantes

Os pontos importantes são sempre incluídos quando se estabelece um sistema defensivo. A defesa
deve organizar-se por forma a tirar o máximo partido dos pontos importantes.

g. Eixos de Aproximação

Os eixos de aproximação devem estar sob observação constante e/ou sob vigilância. São
posicionadas forças por forma a cobrir os EAprx, como resultado da análise do MITM-T.

SECÇÃO VI – PREPARAÇÃO DA DEFESA

Normalmente é executado um reconhecimento antes das unidades chegarem ao local da defesa. Quando as
unidades chegam, imediatamente começam a preparar as suas posições defensivas.

0519 PRIORIDADES DE TRABALHOS

Muitas das tarefas são executadas concorrentemente, mas o Comandante de Batalhão pode dar
prioridade a determinadas tarefas, baseado no seu plano defensivo.
Sugere-se a seguinte sequência:

• Estabelecer a segurança imediata.


• Posicionar a força de segurança.
• Posicionar as principais armas colectivas (carros de combate. MGACar. Metralhadoras e lança-
granadas).
• Localizar as barragens ou outros objectivos prioritários.
• Tomar medidas de protecção contra ataques químicos.
• Limpar campos de tiro, remover objectos que impeçam a observação e determinar as distâncias
dos possíveis objectivos.
• Colocar arame farpado, minas e outros obstáculos, e integrá-los com os fogos.
• Preparar posições de combate incluindo a camuflagem e a protecção contra os fogos indirectos.
• Montar um sistema de transmissão por fio.
• Seleccionar e preparar os itinerários de reabastecimento e evacuação.
• Preparar posições de alternativa e suplementares.
• Localizar e preparar a posição de reserva.
• Preparar e ensaiar os planos de contra-ataque, prioritariamente para o sector mais crítico. Os
ensaios podem resumir-se ao reconhecimento dos itinerários de contra-ataque.
• Preparar medidas de decepção de acordo com os plano de decepção dos comandos superiores.

0520 UTILIZAÇÃO DE UMA FORÇA DE SEGURANÇA

A FSeg, empregue à frente da Zona de Resistência, deverá ser constituída pelos elementos do
Batalhão com maior mobilidade. Normalmente a FSeg é organizada com base nos PelRec. Equipas
de defesa antiaérea, morteiros, radar de vigilância terrestre, SecACar, observadores avançados, ou
atiradores podem ser dados em reforço ou em apoio da FSeg, podem ser utilizados helicópteros,
carros de combate ou veículos de lagartas, para aumentar a mobilidade a mobilidade ou o potencial
da FSeg.
A composição e o potencial da FSeg dependem da largura do sector, da natureza do terreno, e das
tarefas específicas que a FSeg terá de executar. À FSeg é sempre dada a missão de dar o alerta o mais
cedo possível. A FSeg deverá ser reforçada com meios que lhe permitam localizar e informar
atempadamente sobre a localização e dispositivo do inimigo. Quando existe uma FCob, a FSeg do
Batalhão tem a missão de estabelecer a ligação com ela, e apoiar a sua passagem para a retaguarda.
Quando não há FCob, pode ser necessário que a FSeg se desloque bastante para a área da Zona de
Resistência para que possa, mais cedo, dar informações sobre o inimigo.
O Comandante determina quais os sistemas necessários às FSeg para que esta possa cumprir as suas
missões. A FSeg pode ser reforçada com atiradores, se:

• É necessário estabelecer um número de PO que exceda a capacidade de PelRec, devido à


irregularidade do terreno, à densidade da vegetação, à visibilidade limitada, ou por outros
factores.
• É necessário fechar uma passagem através de um obstáculo ou tem de se executar uma
destruição.
• Há necessidade de controlar uma passagem obrigatória, como por exemplo uma ponte ou um
desfiladeiro, para facilitar a passagem da FCob.

Devem ser fornecidos meios aos atiradores que aumentem a sua mobilidade. As Equipas de Defesa
antiaérea podem assegurar a protecção aos pontos de passagem obrigatória que possam estar
vulneráveis a ataques aéreos inimigos.
Os morteiros apoiam as FSeg. É utilizada iluminação para ajudar e detectar o Inimigo. São utilizadas
granadas de fumos e explosivos para bater o inimigo, apoiando o desempenhamento ou o
deslocamento da FCob ou da FSeg. Pode ser dada prioridade de fogo de morteiro às FSeg, até á sua
retirada. A FSeg também deve receber o apoio de fogos de artilharia disponíveis. Esta artilharia é
utilizada para retardar e destruir o inimigo às longas distâncias e apoiar o seu cegamento por fumos.
A FSeg normalmente é controlada pelo Comandante do PelRec. Se o PelRec for reforçado com
grandes meios, o seu controlo deverá ser feito pelo Comandante da Companhia de Apoio de
Combate.
Se existe uma FCob à frente do Batalhão, é essencial a coordenação e controlo de fogos e
movimentos, entre a FCob e a Feeg do Batalhão. Normalmente empregam-se linhas de fase e pontos
de ligação para se obter esta coordenação e controlo. Procede-se também à coordenação das
comunicações e à troca de outras informações necessárias. (Veja a Secção III sobre a passagem de
combate, e veja o Capítulo 7 sobre passagem de linha).
0521 UTILIZAÇÃO DE UMA RESERVA

Seja qual for a técnica defensiva utilizada, deve-se sempre considerar a constituição de uma reserva.
O Batalhão pode não ter capacidade para constituir uma reserva forte. Em dadas circunstâncias,
pode-se empregar uma Companhia na reserva. Em outras vezes, pode-se designar como reserva uma
força de escalão mais pequeno. O Comandante de Batalhão pode querer constituir uma reserva fraca
(de escalão Pelotão) para empregar no combate no local e momentos decisivos. O empenhamento da
reserva no combate é uma excelente forma de que o Comandante dispõe para utilizar a sua iniciativa.
Há três formas principais para utilizar a reserva:

Primeiro. A reserva pode estar posicionada atrás da Companhia que defende o EAprx mais perigoso.
Ela também pode ter a missão de preparar uma ou mais posições, que ocupará à ordem, nos EAprx
menos perigosos. A reserva detém qualquer penetração, até que o inimigo seja destruído ou sejam
empregues outras forças

Segundo. A reserva pode também ter a missão de reforçar uma unidade da frente cujas baixas, ou a
pressão que o inimigo exerce sobre ela, reduziu o seu PRC.

Terceiro. Pode ser necessário à reserva contra-atacar para reconquistar posições ou terrenos críticos.
O contra-ataque deve ser lançado para eliminar pequenas penetrações ou infiltrações, quando o
inimigo está fraco, e pode ser isolado dos seus apoios e reforços por fumos e fogos.

Todos os elementos da reserva, quer para posições de combate, quer para contra-atacar ou reforçar,
devem ser feitos por itinerários que garantam cobertos e abrigos contra fogos directos, ou da
observação aérea. Podem ser utilizados os fumos para mascarar os movimentos através de áreas
abertas.
Para mais informações acerca da decisão do Comandante para contra-atacar, veja a Secção VII. Para
mais informações sobre o emprego do Batalhão como reserva da Brigada ou da Divisão, veja a
Secção IX.

0522 INTEGRAÇÃO DO APOIO DE COMBATE

O apoio de combate é o elemento fundamental do potencial de combate de uma força na defesa. O


Comandante deve ter tempo para assegurar-se da utilização eficaz destes meios.
A missão principal do PelMortP é o apoio de fogos próximos e contínuos ao Batalhão. Esta missão
normalmente é complementada estabelecendo uma prioridade de fogos a uma unidade subordinada, e
pela indicação da prioridade de objectivos (isto é, barragens ou outros objectivos pré-seleccionados),
este método de emprego garante:

• Flexibilidade na mudança e concentração dos fogos.


• Simplicidade no controlo e no apoio logístico do PelMortP.
A artilharia dá ao Comandante a possibilidade de ele projectar sobre o inimigo um enorme poder de
destruição, às grandes distâncias. Às curtas distâncias, os fogos de artilharia são integrados com os
fogos dos morteiros e outras armas de infantaria, para fornecer potencial de combate adicional em
áreas críticas. Também é assegurado através da atribuição de uma prioridade de fogos e de
objectivos.
As Equipas de Observadores avançados (OAv) têm a missão de colocar os fogos de artilharia e de
morteiros sobre os objectivos. Os OAv devem colocar-se em posições protegidas a partir das quais
eles possam observar e fazerem pedidos, oportunos e ajustados, dos fogos. A necessidade do seu
posicionamento pode influenciar as posições dos atiradores de outros elementos.
O apoio aéreo táctico pode fornecer fogos maciços dos canhões das aeronaves, de napalm, bombas
explosivas e minas dispersáveis, para desarticular e destruir concentrações inimigas.
Veja Capítulo 8, para mais detalhes sobre apoio de combate.

SECÇÃO VII – CONDUTA DA DEFESA

0523 CONDUTA DAS FORÇAS DE SEGURANÇA

O Batalhão normalmente inicia a sua defesa quando o contacto com o0 inimigo é eminente. Logo
que a FCob ou os elementos de segurança do escalão superior passam pelas FSeg do Batalhão, esta
aumenta a sua observação, empregando todos os meios de reconhecimento e vigilância disponíveis
sobre os prováveis EAprx do inimigo. Logo que a FSeg do Batalhão estabelece o contacto com as
unidades de manobra do inimigo, ela procura controlar a progressão do inimigo, sem contudo se
empenhar decisivamente. Logo que se obtenha observação sobre o inimigo, ele é submetido a fogos
directos e indirectos, à guerra electrónica, a agentes químicos (se possível) ao apoio aéreo próximo e
aos helicópteros de ataque. À medida que o inimigo progride aumenta o volume de fogo sobre ele.
À medida que a FSeg do Batalhão retira (normalmente sob pressão do inimigo) as unidades em
primeiro escalão executam os preparativos finais (como por exemplo, fechando as passagens através
dos obstáculos),ficando prontas a receber o ataque inimigo. Logo que a artilharia inimiga inicia a sua
acção, as tropas devem precaver-se contra a utilização por parte do inimigo, de munições químicas, e
se a sua força de assalto segue de perto a mudança, ou o levantamento, dos fogos de artilharia.

0524 CONDUTA DAS FORÇAS EM 1º ESCALÃO

Quando está eminente, ou começou, um ataque em força, o Comandante do Batalhão informa o


escalão superior, alerta a força de contra-ataque, aumenta a vigilância sobre a área ameaçada, e
fornece todo o apoio disponível ao comandante subordinado sobre quem recai a ameaça.
Logo que o inimigo se aproxima das primeiras posições de defesa, ele é sujeito a fogos defensivos
próximos, com a máxima intensidade. São empregues helicópteros de ataque, artilharia e apoio aéreo
próximo, para destruir o ini9migo antes que ele alcance as posições. São empregues campos de
minas dispersáveis, previamente planeados, destinados a parar ou limitar a manobra do inimigo,
bloquear o seu avanço, ou retê-lo numa zona de morte. Deve-se conduzir uma defesa anticarro
agressiva. As armas anticarro são empregues sobre os blindados inimigos bem à frente das áreas
ocupadas pelas forças amigas, continuando o seu fogo mesmo quando se verifique uma penetração
de blindados nas posições de combate. São empregues todos os fogos disponíveis, directos e
indirectos, para forçar os veículos blindados inimigos a fechar as escotilhas, e a separar os carros de
combate dos elementos apeados ou mecanizados.
Se o inimigo consegue lançar um assalto, são colocados fogos de barragem e todos os outros fogos
disponíveis, sobre as suas formações de assalto. A decisão de utilizar fogos de barragem pode ser
delegada nos Comandantes dos Pelotões de frente. As barragens só são executadas quando é
absolutamente necessário, e terminadas ou reduzidas, logo que conveniente. A utilização prematura
das barragens, pode conduzir apenas a um esbanjamento de munições.
0525 CONDUTA DE RESERVA – O CONTRA-ATAQUE

Antes que o inimigo consiga penetrar o sector defensivo do Batalhão, e conquistar ou ameaçar
conquistar, território importante, o Comandante deverá primeiro tentar destruí-lo ou repeli-lo
utilizando todos os fogos disponíveis. Se esta tentativa falhar, o Comandante deve decidir se irá
bloquear a penetração com a reserva ou com forças menos empenhadas. Ele não deverá mandar
contra-atacar sem que a força de penetração tenha sido parada e isolada dos seus reforços. Esta
decisão é baseada em duas considerações: primeiro, é difícil atacar uma força em movimento;
segundo se o ataque continua a ser reforçado, a força de penetração pode esmagar a força de contra-
ataque. A força de contra-ataque, com, o seu apoio de fogos, deve ter potencial de combate suficiente
para destruir ou expulsar o inimigo da bolsa e restabelecer a integridade da defesa.
Uma vez conhecida a localização e extensão da penetração , e ter decidido contra-atacar, o
Comandante de Batalhão deve informar imediatamente o Comandante da Brigada da sua decisão. As
unidades da frente não devem deixar aumentar a penetração, mantendo as suas posições.
Simultaneamente, o Comandante de Batalhão ordena fogos indirectos para isolar a bolsa e evitar que
a penetração seja reforçada. A força de contra-ataque desloca-se pelo itinerário pré-determinado,
quer seja coberto ou dissimulado, para atacar a força contida na bolsa, por um dos seus flancos.
Durante a execução do contra-ataque, é dada prioridade de fogos à força que o executa. O itinerário
de contra-ataque deverá interpor-se entre as forças amigas e o inimigo, cegando os seus fogos,
durante muito tempo. Devem ser utilizados fumos para mascarar o deslocamento da força de contra-
ataque, através de áreas abertas.

Acções separadas por parte da força de contra-ataque normalmente conduzem ao insucesso. O


contra-ataque é levado a cabo rápida e violentamente empregando todo o potencial de combate
necessário para assegurar o sucesso. Se o contra-ataque tem sucesso, a área reconquistada pode ser
ocupada pela força de contra-ataque, ou pela unidade onde se realizou a penetração, reocupando a
área. Após o contra-ataque, o Comandante deve reconstituir de imediato a reserva e continuar a
defender. Por vezes, em consequência de um contra-ataque com sucesso, a força atacante inimiga
fica desorganizada e desmoralizada. Então podem ter sucesso contra-ataques a partir das posições da
frente, parando completamente o ataque inimigo e destruindo-o, provocando a sua retirada. Tais
momentos representam uma excelente oportunidade para o Comandante retirar a iniciativa do
inimigo, e iniciar operações ofensivas em pequena escala.
Enquanto que um contra-ataque sem sucesso pode levar à desestabilização do defensor, e a ser batido
por partes, a não execução, do contra-ataque no momento decisivo permitirá que o inimigo se
reagrupe e retome a iniciativa. Após um contra-ataque com sucesso, o Comandante, se necessário
modifica o seu plano de defesa. Se são usadas armas nucleares, pode ser retardada ou limitada a
reocupação das posições, devido aos efeitos nucleares. Se o contra-ataque não conseguir a conquista
do objectivo, a Brigada é informada e as unidades devem entricheirar-se e defender no local,
garantindo o terreno conquistado, até receberem reforços ou novas ordens.
A reserva do Batalhão deve estar preparada para lançar contra-ataques à noite, sobre bolsas inimigas.
O conhecimento do terreno, o planeamento coordenado e os ensaios que se podem fazer, são
vantagens multiplicadoras para o sucesso do contra-ataque nocturno. A escuridão oculta também os
movimentos das reservas amigas e dificulta ao inimigo o alargamento da bolsa. A escuridão também
aumenta as dificuldades de comando e controlo quer ao atacante quer ao defensor. São necessários
treinos e ensaios, quer das unidades quer dos seus elementos, para executar um contra-ataque
nocturno com sucesso. Visto que há mais dificuldade de comando e controlo, deve-se dar especial
atenção aos procedimentos de identificação, definir claramente os objectivos, e à coordenação de
todos os elementos atacantes.
Quando tudo indica que não há condições para se realizar um contra-ataque, e que, se realizado, este
falharia, o Comandante de Batalhão informa o escalão superior e concentra todos os seus esforços na
limitação da penetração, com todos os meios disponíveis, aguardando instruções.
Após o assalto inimigo ter sido repelido, o Comandante avalia as suas baixas e recompleta as suas
unidades para continuar as operações.

SAECÇÃO VIII – CONDIÇÕES ESPECIAIS DE DEFESA

0526 GENERALIDADES

Esta secção fornece, sumariamente, as condições especiais de defesa com que um Comandante se
pode confrontar. Elas incluem:

• Defesa contra forças blindadas (dispositivo em profundidade).


• Ponte forte
• Defesa em perímetro
• Defesa em contra-encosta
• Defesa contra ataques aéreos
• Defesa contra ataques NBQ
• Defesa durante períodos de visibilidade limitada
• Defesa em áreas edificadas

0527 DEFESA CONTRA FORÇAS BLINDADAS

O Sector do Batalhão pode conter EAprx apropriados a carros de combate.


Embora estes EAprx possam não ser apropriados para o esforço da da rotura, por parte de grandes
unidades blindadas inimigas, eles podem constituir a principal ameaça à continuidade da defesa da
Brigada ou da Divisão. Se ocorrer uma penetração por parte de forças de combate mecanizadas ou
blindadas , as unidades adjacentes ficam vulneráveis a ataques de flanco e retaguarda. Estes EAprx
favoráveis a blindados, não podem ser defendidos `custa de um dispositivo avançado das forças. Tal
forma está sujeita a ser rapidamente destruída, ou penetrada, a coberto de fogos maciços de artilharia,
de fumos e de fogos directos. Para evitar a rotura, o Batalhão e a Brigada devem empregar as suas
forças em profundidade, sobre os EAprx favoráveis a blindados, o que normalmente exige frentes
mais estreitas, mais forças, ou ambas as coisas.
Este dispositivo do Batalhão contêm uma série de posições anticarro em apoio mútuo, instaladas em
terreno restritivo a carros, protegidas pelos atiradores e valorizadas por obstáculos.
A menos que as forças tenham de se deslocar devido à manobra ou aos fogos do inimigo, as unidades
dispostas em profundidade permanecem nas posições, excepto para se deslocarem para posições de
alternativa ou suplementares. Caso algumas posições se tornem insustentáveis durante o combate,
pode ser ordenado às unidades para retirarem conforme o planeamento previamente elaborado. A
profundidade da defesa resulta do posicionamento inicial das forças. Os deslocamentos para se obter
mais profundidade pode ser limitado. O dispositivo em profundidade é mais forte face a blindados,
mas é algo vulnerável a ataques de infantaria apeada ou acções de armas combinadas, dirigidas
contra uma posição de cada vez, a menos que as posições estejam em apoio mútuo. Por isso, na
preparação das posições anticarro deve ser dada a maior importância à defesa em todas as direcções e
ao apoio mútuo. Cada uma das posições de combate anticarro deve dispor de :

• Posições de tiro enterradas, dispondo no mínimo de parapeito. À medida que o tempo disponível
e os meios o permitirem, as posições devem ser melhoradas com cobertura superior.
• Defesa em todas as direcções.
• Minas de protecção e outros obstáculos para valorizar as possibilidades de defesa anticarro e
canalizarem o inimigo para zonas de morte. Veja Anexo D.
• Posições em apoio mútuo para armas principais.
• Itinerários de reabastecimento ou de retirada cobertos e abrigados.
• Emboscadas anticarro, com armas ACar médias e ligeiras, colocadas entre as posições de
combate para impedir o seu envolvimento por forças mecanizadas ou blindadas, em períodos de
visibilidade limitada.
• Segurança, através de patrulhamentos intensivos, durante períodos de visibilidade limitada, para
evitar a infiltração de elementos inimigos apeados.

Ao se preparar um dispositivo em profundidade, pretende-se derrotar o atacante blindado ou


mecanizado o mais à frente possível, confrontando-o com fogos anticarro a partir de várias posições,
quando ele pretende, através da manobra, contorná-las. As minas e outros obstáculos, as posições dos
atiradores, e as patrulhas, permitem cobrir os intervalos que, pelo ondulado do terreno ou pela
densidade da vegetação, não podem ser batidos eficazmente com fogos. O atacante começa a ser bati
às longas distâncias com fogos da força aérea táctica, dos helicópteros de ataque e da artilharia de
campanha, e depois pelas armas anticarro orgânicas, posicionadas por forma a empregar os seus
fogos dentro do alcance máximo, a partir de várias direcções. À medida que o inimigo se aproxima,
as armas anticarro podem deslocar-se para posições de tiro de alternativa e suplementares, dentro da
posição de combate, para continuarem a fazer fogo sem serem envolvidas. Deve proceder-se à
limpeza dos campos de tiro a fim de se tirar partido do alcance máximo de todas as armas anticarro.
Emprega-se o dispositivo em profundidade quando:

• O inimigo possui maior mobilidade terrestre (montado ou no conjunto de montado/apeado).


• Há terreno restritivo a forças blindadas ou quando há possibilidade de o tornar desfavorável (com
minas e outros obstáculos) a esse tipo de forças.
• O terreno, no sector permite que o inimigo, montado ou apeado, seja facilmente batido por fogos
directos.
Seguem-se três exemplos de defesa em profundidade:

EXEMPLO Nº 1

Porque o terreno é restritivo, o Comandante posiciona as suas forças em profundidade por forma a
destruir a ameaça de blindados. O Comandante organizou a sua defesa em volta de duas do morte
distintas, ao longo de EAprx apropriado a blindados. Os MGACarP são posicionados por forma a
tirarem o máximo partido das suas possibilidades e ficarem em apoio mútuo. As forças de infantaria
são posicionadas para protegerem os MGACarP dos ataques apeados do inimigo.

EXEMPLO Nº 2

As características do terreno e da largura do sector aconselham a dispor em linha uma parte


importante dos seus atiradores, para obter apoio mútuo entre posições. O terreno dominante,
estendendo-se para o interior do sector e o eixo de aproximação favorável a carros, ao centro,
levarem o Comandante a localizar o remanescente dos seus atiradores e a maior parte das suas
SecACar, em profundidade, para impedir a penetração.
EXEMPLO Nº 3

Neste exemplo, uma ameaça blindada será retarda por um curso de água situado à frente do sector.
Porque o terreno, ao longo do curso de água é densamente arborizado, o Comandante colocou aí a
maior parte dos seus atiradores para deter as tentativas de transposição. As SecACar foram colocadas
à retirada dos atiradores, em terreno a partir do qual podem bater o inimigo na área descoberta,
situada além do curso de água. Foram retirados seis mísseis médios à Companhia da direita e
posicionados em profundidade, ao longo da estrada penetrante, na parte central do sector.
Quando o Batalhão tem de se defender em profundidade, ela organiza e posiciona elementos em
posições que se situam em terreno restritivo a blindados, para concentrar fogos anticarro sobre os
EAprx do inimigo. São exemplos de terreno adequado para aquelas posições:

• Aldeias ou vilas, encostas íngremes, ou linhas de altura.


• Terreno que foi valorizado com obstáculos.
• Terreno nas proximidades de cursos de água ou de pântanos de difícil transposição, terreno
rochoso, zonas de lava, ou matas com árvores ou troncos de grande porte, que possam deter as
viaturas blindadas.

0528. O PONTO FORTE


Um ponto forte, uma posição defensiva fortemente fortificada, é semelhante a uma defesa de
perímetro, na medida em que está preparado para derrotar um ataque lançado de qualquer direcção.
(Veja 0529. DEFESA EM PERÍMETRO). O ponto forte difere da defesa em perímetro,
essencialmente porque é uma posição anticarro, que não pode ser transposto por formação de carros
de combate. Ele só pode ser neutralizado por infantaria e ao fim de muito tempo, e por forças com
um PRC esmagador. O ponto forte difere das outras posições defensivas, devido a importância do
terreno onde se localiza e pelo tempo, esforço, e meios dedicados à sua preparação.
Um Batalhão de Infantaria apeado pode preparar e ocupar um ponto forte como parte da defesa de
uma GU de infantaria ou em conjugação mecanizadas e blindadas.
Ao tomar-se a decisão de tomar-se um ponto forte, deve ter-se em consideração de que o tempo gasto
na construção da posição pode ser rapidamente anulado pela capacidade que o inimigo tem de o
destruir com armas nucleares, agentes químicos, apoio aéreo ou fogos convencionais.
Frequentemente o Comandante pode tirar partido de um obstáculo já existente, por exemplo, uma
vila ou aldeia, para diminuir o tempo necessário à preparação de um ponto forte.
Os pontos fortes podem ficar situados na OAZR ou no interior do sector. O Comandante faz essa
opção com base:

• No tempo e meios disponíveis


• No terreno que melhor possa servir como ponto crítico para carros de combate
• Na possibilidade de integrar esse ponto crítico para carros de combate no conjunto da sua defesa.

Há dois aspectos, na localização do ponto forte, que assumem grande importância. Primeiro, é
preciso muito tempo para preparar um ponto forte. Segundo, se o terreno nos flancos do ponto forte
não restringe o avanço do inimigo, o Batalhão pode ser isolado e destruído. Podem-se empregar
contra-ataques com forças mecanizadas ou blindadas e/ou o uso intensivo de fogos (aéreos, de
artilharia e de munições nucleares e químicas) para fazer a junção com os pontos fortes cercados.
O Comandante de Batalhão que recebe a missão de preparar e ocupar um ponto forte, deve realizar
um reconhecimento terrestre, acompanhado pelo Comandante de Engenharia que está em apoio do
Batalhão. Em termos genéricos as suas prioridades são:

• Tornar a posição fisicamente intransponível a carros de combate.


• Proteger as armas anticarro com o terreno, com obstáculos e com atiradores.
• Dar segurança aos atiradores que protegem as armas anticarros.

De seguida, o Comandante estuda o terreno em termos de EAprx apropriados a carros de combate,


que conduzam à posição. Mesmo que o terreno não esteja ocupado permanentemente num perímetro
de 360º, as unidades têm de estar aptas a defender em todas as direcções. A posição deve ficar
impraticável a carros, integrando cuidadosamente os obstáculos existentes e de reforço, incluindo
fossos anticarro, canais fluviais naturais e artificiais cortaduras das estradas e outros obstáculos que
podem ter utilização imediata.
Estabelece-se a segurança em torno do ponto forte antes deste ser ocupado. O PelRec, os sensores
remotos e os radares, são utilizados para vigiar os EAprx inimigos. O PelRec também estabelece a
ligação com as unidades na frente e nos flancos do Batalhão.
O Comandante de Batalhão dispõe então as suas forças a fim de poder derrotar todos os ataques, quer
sejam montados, apeados ou aéreos. As unidades de infantaria são instaladas por forma a derrotar os
ataques apeados com os fogos das armas ligeiras, e os ataques montados com as armas anticarro.
Em qualquer posição de combate, todos os fogos de apoio têm de ser integrados. A artilharia e os
morteiros podem aumentar a eficácia das armas anticarro ou suprimirem e cegarem os
elementos de sobreapoio do inimigo, obrigando as viaturas blindadas a fecharem as escotilhas e
canalizando o inimigo. Podem também destruir os ataques da infantaria apeada. Os grupos de
objectivos planeados e bem assim como as barragens, permitem ao Comandante rapidamente
concentrar os fogos sobre uma volumosa força atacante apeada.
As saídas planeadas de apoio aéreo próximo têm rápida capacidade de resposta e de concentração de
fogos aéreos. Também os helicópteros proporcionam potencial de combate significativo. Eles têm
responsabilidade de concentrar rapidamente armas anticarro e anti pessoal onde for necessário, e
garantir a segurança nos flancos ou em áreas não ocupadas.
Os carros de combate, caso existam, e os MGACarP ocupam inicialmente posições de onde possam
bater o inimigo às longas distâncias, mas beneficiando da protecção conferida pelo terreno e pelo
sistema de obstáculos. Eles podem posteriormente deslocar-se para posições de alternativa, dentro do
ponto forte, para fazer o transporte ou a concentração de fogos sobre a força de assalto do inimigo, e
também para evitar os seus fogos.

Todas as posições no interior de um ponto forte de Batalhão estão localizadas por forma a ficarem
ligadas com as posições adjacentes. As suas localizações também devem permitir a concentração dos
fogos, de duas ou mais unidades, contra um ataque inimigo, a fim de evitar que este isole posições de
combate e as possa bater por partes. Os sectores de tiro devem permitir o estabelecimento da
coordenação de fogos entre todas as posições.
São designados sectores de tiro por forma a assegurar que todos os fogos são coordenados entre todas
as posições. Os eixos de aproximação para o ponto forte, que não possam ser batidos a partir de
posições principais, devem, no mínimo, ser mantidos sob vigilância e serem batidos a partir de
posições suplementares. Estas posições são ocupadas à ordem.
São planeados contra-ataques para destruir ou expulsar as forças inimigas que tenham penetrado no
ponto forte , estes contra-ataques são normalmente executados pelos atiradores disponíveis, apoiados,
se necessário, por armas anticarro.
A defesa antiaérea constitui um sistema coerente de medidas passivas, tais como a camuflagem e
vigias do ar, e de medidas activas, tais como o posicionamento de armas antiaéreas orgânicas ou de
reforço. Tomam-se também medidas destinadas a bater aeronaves com armas ligeiras.
O Comandante do Batalhão pode utilizar a defesa do ponto forte, dentro do seu sector, designando,
uma ou mais companhias para prepararem e ocuparem pontos fortes.

0529. A DEFESA EM PERÍMETRO

Como o nome indica, a defesa em perímetro está orientada para fazer face a ataques vindos de todas
as direcções. O Batalhão pode organizar uma defesa em perímetro para cumprir uma missão
específica, ou para garantir a sua própria segurança. A defesa em perímetro emprega-se quando o
Batalhão tem de garantir terreno crítico, em áreas onde não há ligação com as unidades adjacentes.
Esta situação ocorre, por exemplo, `retaguarda das linhas inimigas, quando se conquista um objectivo
isolado (uma ponte, um desfiladeiro ou um campo de aviação). O Batalhão pode ainda estabelecer
uma defesa em perímetro quando for contornado e isolado pelo inimigo, tendo de defender a posição
que ocupa. A defesa em perímetro é utilizada, também quando o Batalhão tem de preparar e
defender um ponto forte.
A necessidade de garantir e proteger determinados terrenos característicos (pontes, campos de
aviação ou zonas de aterragem) da observação e dos fogos inimigos, restringe o posicionamento das
unidades.
Estes factores, associados à dificuldade em dispor de profundidade, tornam a defesa em perímetro
particularmente vulnerável a blindados (veja nesta secção a defesa contra blindados). O Comandante
tem a possibilidade de minimizar tais vulnerabilidades se:

• Instalar os sistemas de armas anticarro em terreno restritivo a carros de combate, para concentrar
os fogos sobre os eixos de aproximação favoráveis a carros.
• Aproveitar a maior profundidade possível conferida pelo diâmetro do perímetro defensivo com a
localização dos elementos de segurança, da reserva, e com a atribuição de sectores de tiro
secundários, às armas anticarros.
• Construir obstáculos que sucessivamente retardem ou detenham o inimigo, para que ele possa se
eficazmente batido.

Embora o tempo para planeamento possa variar, a sequência das tarefas a realizar na preparação
numa defesa em perímetro é , em terrenos genéricos, a mesma que foi referida para outros tipos de
defesa.

Deve ser escolhida uma linha de perímetro aproximada. que possa tirar partido do terreno, esta linha
abrange apenas a área que a unidade é logicamente capaz de defender.
A defesa em perímetro compreende, em termos de articulação das forças, elementos do perímetro,
elementos de segurança e a reserva.

a. Elementos do perímetro
A maior parte dos elementos de manobra do Batalhão têm por missão defender determinadas
áreas do perímetro. A largura e profundidade de sector, bem como o quantitativo e o tipo de forças
atribuídas a uma dada unidade, depende das seguintes considerações:

• Qual o terreno, caso exista, que deve ser mantido para cumprir a missão? Qual a missão ulterior (
operação de junção, se retirada, ou da rotura de um cerco)?.
• Qual o potencial do inimigo? Qual o seu dispositivo e de que forças dispõe?
• Quais são os pontos importantes no interior da posição? Como é que os obstáculos podem
contribuir para a defesa?
• Onde é que os eixos de aproximação penetram no perímetro e qual o tipo de unidades que cada
um deles comporta?
• As unidades do perímetro e a reserva têm disponíveis cobertos e abrigos contra os fogos directos?
• Quais os meios disponíveis (quantidade e tipo)?
• Que mudanças são necessárias na composição e organização das forças? Há tempo para as
realizar?

A dimensão do perímetro depende das características defensivas do terreno, do potencial de combate


disponível, da composição e das possibilidades do inimigo, e da missão atribuída. Por outras
palavras, a dimensão do perímetro depende do MITM-T. Há que garantir espaço suficiente para
dispersar as armas anticarro, e elementos de apoio de combate e de apoio de serviços. Por isso, o
traçado da linha do perímetro deve tirar partido dos pontos importantes, e de outro terreno e
obstáculos que assegurem que o dispositivo não fique rarefeito, ou que o perímetro seja demasiado
pequeno. Um Batalhão de Infantaria estabelece normalmente uma defesa em perímetro da ordem de
1 a 2 quilómetros de diâmetro. Em área montanhosa, florestas e desertos, estes valores podem variar
para mais ou menos.
Os Pelotões de Atiradores são atribuídos e posicionados por forma a garantirem apoio mútuo entre
elementos adjacentes, evitando assim que a infantaria inimiga possa penetrar no perímetro ou
contornar as unidades, sem ser detectada.
O perímetro é dividido em sectores de companhia, com limites e pontos de coordenação, sendo
aplicáveis as considerações feitas anteriormente.
As armas anticarro. Pesadas e médias, são instaladas por forma a bater os EAprx favoráveis combate.
Elas podem estar situadas sobre a linha de perímetro ou à sua retaguarda, dependendo a sua
localização da existência de posições de tiro cobertas e abrigadas. As armas anticarro também devem
ser posicionadas em profundidade. Para tanto, posicionam-se algumas armas anticarro no interior do
perímetro, atribuindo-lhes sectores de tiro secundário no perímetro, e preparando posições de
alternativa e suplementares. O ideal será que as armas possam bater mais do que um eixo, a partir da
sua posição principal, ou com o mínimo de deslocamento. Isto dá profundidade à defesa e aumenta o
apoio mútuo entre as armas anticarro,
Aos carros de combate, em reforço, são normalmente atribuídas posições de tiro na linha de
perímetro, por forma a baterem o mais provável eixo de aproximação favorável a carros. Há que
escolher e preparar outras posições de tiro, e os itinerários que a eles conduzem.

b. Elementos de segurança

O Comandante de Batalhão normalmente emprega o PelRec fora do perímetro de defesa para


obtenção de um alerta oportuno. O Comandante pode reforçar a segurança com elementos de
escalão Secção ou inferiores, fornecidos e controlados pelas unidades do perímetro. Os elementos
de segurança são posicionados de forma são posicionados por forma a observarem os EAprx. As
áreas que não podem ser observadas a partir de posições fixas, são cobertas por patrulhas. Se o
PelRec estiver sob o controlo operacional do Comandante de Batalhão, ele deve coordenar a
passagem de linha com as unidades do perímetro.
A distância a que operam os elementos de segurança é função da sua mobilidade, da disponibilidade
de apoio de fogos e de comunicações, e da localização e mobilidade do inimigo.

c. Elementos de Reserva

A reserva pode ser constituída por uma unidade para tal designada, ou por uma força temporária
constituída por pessoal de comando e apoio. A reserva constitui a segunda linha de defesa, à
retaguarda dos elementos de perímetro. Deve ser a mobilidade necessária para fazer face ao
inimigo em qualquer local do perímetro. É posicionada por forma a barrar o eixo mais perigoso e
são-lhe atribuídas posições para ocupar à ordem, em outros eixos críticos. Os carros de combate,
que ocupam inicialmente posições de tiro no perímetro, podem ter a missão de, à ordem, reforçar
a reserva.
Caso haja uma penetração no perímetro, a reserva detém a penetração ou contra-ataca para
restabelecer a integridade da posição. Ao empenhar a reserva, o Comandante deve reconstituir
uma reserva para fazer face a outras ameaças. Esta força normalmente provém de uma unidade
que não esteja empenhada noutra área do perímetro. Se uma força não empenhada é empregue
para constituir uma nova reserva, há que deixar forças suficientes no sector, por forma a
guarnecer e defender o sector enfraquecido.

d. Apoio de Fogos

O emprego de armas orgânicas e de reforço, numa defesa em perímetro, é na generalidade


semelhante ao das outras operações defensivas. As armas de tiro indirecto começam a bater o
inimigo o mais à frente possível do perímetro. A artilharia pode apoiar o Batalhão de dentro do
perímetro ou de outras posições. Caso esteja dentro do perímetro, há que planear também o seu
emprego, em tiro directo.
Se o Batalhão estabelece uma defesa em perímetro por ter ficado isolado, pode haver elementos
de manobra e de apoio de combate de outras unidades que procurem a protecção do Batalhão.
Estas unidades recebem missões compatíveis com as suas possibilidades. Os fogos disponíveis a
partir do exterior do perímetro são coordenadas e integradas no plano geral de defesa. O apoio de
fogos do exterior do perímetro permite poupar as munições das unidades situadas no interior do
perímetro.

e. Apoio Logístico

Os elementos de apoio de serviços podem apoiar de dentro do perímetro, ou de outro local, o que
depende da missão e da situação do Batalhão, de tipo de transporte disponível, das condições
meteorológicas e do terreno. Frequentemente o reabastecimento é feito por via aérea. A existência
de zonas de aterragem e de largada, protegidas da observação e dos fogos do inimigo, é
fundamental para escolher e organizar a posição. Visto que o reabastecimento aéreo é vulnerável
às condições meteorológicas e aos fogos do inimigo, deve dedicar-se a maior atenção à economia
no consumo dos abastecimentos e à protecção dos níveis existentes.
Todos os meios do apoio de serviço no interior do perímetro devem situar-se em locais
protegidos, a partir dos quais possam garantir o apoio logístico contínuo. A sua localização e
funcionamento não deve afectar, nem ser afectado pelos fogos ou manobras do perímetro, nem
pelas unidades de apoio de fogos ou em reserva.
0530. DEFESA EM CONTRA ENCOSTA

Por definição, a defesa em contra-encosta é uma técnica de posicionamento das formas defensivas,
na vertente oposta de um monte, cumeeira, ou montanha, à que se apresenta o inimigo.
A contra-encosta está protegida dos fogos directos e da observação inimiga pela crista topográfica.
Uma defesa em contra-encosta com sucesso baseia-se em negar ao inimigo a crista topográfica.
Uma vez que o inimigo conquiste esta crista, o defensor perde as vantagens oferecidas pela contra-
encosta, tendo o defensor de contra-atacar para reconquistar o domínio de observação fornecida por
essa crista. A figura seguinte mostra duas formas de defesa em contra-encosta.

O Batalhão raramente conduz uma defesa em contra-encosta ao longo de toda a sua frente: contudo,
pode haver situações em que alguns elementos do Batalhão tenham de ser empregues, com
vantagem, em defesa de contra-encosta. O Comandante de Batalhão pode adoptar uma posição de
contra-encosta, para parte do seu Batalhão, nas seguintes condições:

• Quando a encosta se torna insustentável, devido aos fogos inimigos.


• Quando a falta de cobertos e abrigos na encosta a torna insustentável.
• Quando a encosta foi perdida ou ainda não foi reconquistada.
• Quando o terreno na contra-encosta tem melhores campos de tiro do que os oferecidos pela
encosta.
• Quando a posse da encosta não é essencial à observação.
• Quando é aconselhável evitar criar um saliente ou reentrante perigoso nas linhas amigas.
• Para surpreender o inimigo e enganá-lo quanto à situação das posições defensivas do Batalhão.
a. Vantagens

• São possíveis fogos flanqueantes.


• A observação terrestre inimiga sobre as posições defensivas está mascarada.
• As armas de tiro directo do inimigo não podem bater eficazmente a posição.
• O inimigo é enganado quanto ao potencial e posição das posições defensivas.
• O fogo indirecto inimigo torna-se menos eficaz devido à falta de observação.
• O defensor obtém defesa táctica.
• Há maior liberdade de movimentos dentro do sector devido à falta de observação terrestre do
inimigo.

b. Desvantagens

• A observação sobre o inimigo pode ser limitada e o defensor ser incapaz de bater eficazmente
os campos de minas e os obstáculos à sua frente.
• O alcance eficaz das armas de tiro directo é limitado pela crista topográfica.
• Ao conquistar a linha de altura o inimigo estará na posse de terreno dominante e o seu ataque
será a descer, enquanto um contra-ataque será a subir.
• A defesa em contra-encosta está dependente do sucesso ou insucesso das posições adjacentes.
• Devido à necessidade que se tem de controlar a crista militar, a defesa em contra-encosta não
é tão eficaz em períodos de visibilidade limitada.

c. Organização

A defesa em contra-encosta tem por finalidade causar o máximo de baixas ao inimigo à frente da
posição; enganá-lo quanto à verdadeira zona de localização da Zona de Resistência; garantir o
máximo efeito de fogos se surpresa, logo que o inimigo se recorte na linha do horizonte, e negar-
lhe a crista topográfica.
A posição defensiva é organizada com os fundamentos aplicados a todas as posições defensivas.
Uma característica especial de uma posição de defesa em contra-encosta é a necessidade de bons
campos de tiro para a crista. Os fogos devem ser colocados sob a crista topográfica e na área entre
esta e a OAZR. A organização da defesa em contra-encosta é afectada pelos cobertos e abrigos
existentes e pela localização de obstáculos existentes.
A distância entre a OAZR e a crista topográfica deve estar dentro do alcance eficaz das armas
portáteis; todavia, a OAZR deve estar suficientemente afastada da crista por forma a que os
campos de tiro garantam ao defensor tempo para fazer fogo ajustado sobre o inimigo, antes de ele
atingir as posições defensivas. As posições defensivas devem permitir que os fogos sejam feitos
sobre os flancos e sobre a crista da elevação, e ainda sobre as encostas dos incidentes de terreno
adjacentes.
Uma defesa em contra-encosta é particularmente eficaz quando os fogos flanqueantes das
unidades adjacentes podem ser colocados sobre a vertente virada ao inimigo.
Se a situação o permitir, deve ser instalada à frente da posição uma força de segurança para reter
ou retardar o inimigo, desorganizar o seu ataque, e enganá-lo quanto à verdadeira localização da
posição. Quando esta força retira, é ainda necessário que haja observação e segurança à frente.
Devem ser montados PO sobre a crista topográfica, ou à sua frente, para garantir observação a
grandes distâncias sobre toda a frente. Estes PO são normalmente fornecidos pela reserva, e os
seus efectivos podem variar desde três homens a uma Secção reforçada. Os PO devem incluir
observadores avançados e serem reforçados com metralhadoras, armas anticarro e carros de
combate. Devem ser montados um número de PO suficientes, para que haja observação ao longo
de toda a frente e segurança para a Zona de Resistência. À noite, o número de PO aumenta, por
forma a garantir maior segurança.
Uma posição altamente aconselhada para os elementos da reserva, pode situar-se na crista militar
da elevação imediatamente à retaguarda (se está dentro da distância de apoio aos elementos em 1º
escalão) ou sobre os flancos.

d. Conduta

A conduta de uma defesa em contra-encosta é muito semelhante à da defesa em encosta. Os PO


fornecem alerta oportuno da aproximação inimiga. Os fogos de longo alcance retardam-no e
desorganizam-no. São mantidos fogos e observação sobre a encosta, o maior tempo possível, para
desorganizar o inimigo e evitar a sua concentração para o assalto. Inicialmente podem-se colocar
MGACar e carros de combate na encosta, para baterem o inimigo a longas distâncias. À medida
que o inimigo se aproxima, eles deslocam-se para posições em contra-encosta, ou na encosta da
elevação imediatamente à retaguarda da posição. Logo que o inimigo transponha a crista, são
colocados sobre ele fogos de protecção final. Se o inimigo conquista a crista ou consegue uma
penetração, é lançado0 um contra-ataque para o destruir na área penetrada e para conquistar a
crista. Os contra-ataques devem ser executados antes que o inimigo consiga reorganizar-se.

0531. DEFESA CONTRA ATAQUES AÉREOS

As medidas de defesa antiaérea tomadas pelo Batalhão incluem medidas passivas de protecção, um
sistema de alerta, atribuição de sectores de tiro e de alvos, de acordo com as regras estabelecidas.
As unidades de defesa antiaérea podem operar na área do Batalhão, sob o seu controlo, sob o
controlo da Brigada, da Divisão ou de escalões mais elevados. São preparados planos detalhados para
o emprego dos meios antiaéreos pelos respectivos Comandantes, em coordenação com o OAF.
As armas orgânicas, não antiaéreas, tais como as armas automáticas portáteis e colectivas, podem
parcialmente enfrentar aviões inimigos, voando a baixa altitude, empregando grande volume de
fogos. As unidades devem dar a máxima atenção a uma adequada defesa imediata contra aeronaves,
que ataquem as suas posições; contudo, devem ser evitados os fogos indiscriminados, de armas não
antiaéreas , contra aeronaves.

0532. DEFESA CONTRA ACÇÕES DE INFILTRAÇÃO

A infiltração é uma ameaça constante para uma defesa, particularmente quando as forças em
primeiro escalão estão muito dispersas. O inimigo pode tentar acções de infiltração como uma forma
de operação desorganizante e flagelar instalações na área da retaguarda, ou pode tentar acções
maciças de infiltração como um tipo de operação ofensiva. As medidas específicas para controlo de
infiltrações incluem acções de contra-reconhecimento, patrulhas de combate, obstáculos anti pessoal,
sistemas de alerta, meios de vigilância electrónica.
Se existe uma ameaça de ataque por infiltração, pode ser dada a uma força de combate, com
mobilidade, como missão principal, a de enfrentar as forças atacantes.
0533. DEFESA CONTRA ATAQUES NBQ

Para discussão das medidas de protecção contra o uso de armas NBQ pelo inimigo, veja o ANEXO
B.

0534. DEFESA DURANTE PERÍODOS DE VISIBILIDADE LIMITADA

A visibilidade limitada é uma circunstância comum, que exige um estudo cuidadoso em todas as
operações de defesa.

a. A Noite

As forças inimigas podem atacar à noite para manter o ímpeto ou para obter a surpresa. As forças
mecanizadas e blindadas do inimigo normalmente deslocam-se e batem os seus objectivos
recorrendo à iluminação artificial ( artifícios luminosos, projectores, equipamentos de
infravermelhos). A dependência do inimigo em relação aos sistemas activos pode tornar-se uma
vantagem para o defensor que esteja dotado com equipamento passivo de visão nocturna.
Quer as forças de infantaria inimiga montadas, quer as apeadas, têm possibilidade de lançar um
ataque apeado em segredo. Se o inimigo emprega o segredo, é obrigado a deslocar-se lentamente,
em terreno favorável à progressão e com pontos facilmente identificáveis, e em formações
cerradas. Eis algumas medidas para utilizar durante a visibilidade limitada:

• Empregar equipamentos de detecção de longo alcance ( radares, dispositivos de visão


nocturna, sensores remotos) ao longo dos eixos mais prováveis de utilização do inimigo.
• Empregar processos de detecção de curto alcance (PO, patrulhas, sensores terrestres, visores
montados em armas, óculos de visão nocturna), a fim de garantir a segurança máxima
• Reposicionar as unidades e as armas, se necessário, para se poder bater os EAprx mais
prováveis, e para compensar a redução do alcance eficaz das armas.
• Empregar equipas de caçadores de carros, nos eixos favoráveis a blindados, e montar
emboscadas em eixos favoráveis a infantaria para destruir, desarticular e desorganizar o
ini9migo, bem como para garantir o alerta oportuno da aproximação do inimigo.
• Utilizar minas e outros obstáculos para retardar o inimigo e para dar o alerta oportuno da sua
aproximação, em áreas onde não for possível empregar forças amigas. Garantir que todos os
obstáculos são batidos pelos fogos.
• Planear o emprego de iluminação artificial(iluminação indirecta, pela artilharia e pelos
morteiros, projectores ou dispositivos pirotécnicos manuais) por cima do inimigo ou na sua
retaguarda, para impedir a sua observação sobre a posição e para que, projectada a sua
silhueta, possa ser eficazmente batido pelos fogos. Dar prioridade de iluminação às áreas mais
perigosas.

b. Outras Condições de Visibilidade Limitada

Quando as grandes chuvadas, tempestades de neve, nevoeiro ou outras condições se opõem à


utilização de dispositivos que ajudam à visão, muitas das técnicas descritas para a defesa
nocturna, são ainda aplicáveis; contudo, a capacidade de detectar e bater com fogos ajustados está
bastante reduzida. Isto faz com que se aumente o escalão e o número dos elementos de segurança
e se aumente o número de equipas de caçadores de carros e de emboscadas. Os radares de
vigilância terrestres e os sensores também assumem grande importância na detecção do inimigo,
embora as suas possibilidades estejam reduzidas, ainda que em menos grau do que outros meios
de aquisição de objectivos. Para manter a integridade da defesa é dada especial importância ao
planeamento dos fogos, através da utilização de estacas de pontaria, cartas de tiro e dados de tiro
computadorizados para a artilharia e para os morteiros. Os FPF podem ser desencadeados para
constituírem uma muralha contínua de fogos, face aos ataques do inimigo.
No Anexo E é dada mais informação sobre equipamentos para visibilidade limitada, e técnicas
para o seu emprego.

0535. DEFESA EM ÁREAS EDIFICADAS

A urbanização pode obrigar a que o Batalhão tenha de defender em áreas com muitas aldeias e vilas
pequenas, algumas vilas de maiores dimensões e mesmo vastos complexos urbanos.
No escalão Batalhão, a defesa em aldeias, em vilas pequenas e em faixas urbanizadas passa a ser
frequente. As grandes vilas e as cidades pequenas afectam as operações das Brigadas e das Divisões.
As grandes cidades ou os complexos urbanos importantes, exigem operações ao nível escalão
Divisão ou Corpo do Exército. Normalmente um Batalhão actua em grandes áreas edificadas
somente como parte de uma GU. As aldeias podem ser utilizadas para estabelecer pontos fortes de
escalão Companhia, num sector de Batalhão.

a. Vantagens do Defensor

Quem defende em áreas edificadas tem vantagens. O defensor dispõe de protecção contra os
fogos directos e indirectos, bem como itinerários cobertos e abrigados, no interior da área. A área
edificada apresenta-se em si mesma como um obstáculo para o atacante, e com arame farpado,
minas, crateras e pedras soltas, e o seu valor como um obstáculo ficará acrescido. O atacante pode
atacar e isolar algumas áreas edificadas, mas terá de atravessar outras. Fica, então, na situação de
combater do exterior para o interior de uma posição bem definida.

b. Desvantagens do Defensor

Apesar das vantagens referidas, o defensor numa área edificada deve atender a que:

• Os campos de tiro para as armas de tiro directo são relativamente curtos.


• Os MGACar têm a sua utilização limitada nas áreas edificadas.
• A eficácia dos fogos indirectos é reduzida, especialmente em áreas onde existem edifícios
altos.
• É difícil o apoio mútuo entre as unidades, devido à arquitectura dos edifícios e ao traçado das
ruas.
• O atacante, se encontrar itinerários abrigados, pode aproximar-se sem ser detectado.

Face a mais condicionamentos, há algumas modificações na forma de emprego dos vários meios
de que o Batalhão dispõe:

• Os atiradores são normalmente o elemento mais importante no interior da área edificada; os


atiradores preparam e ocupam posições de combate nos edifícios.
• Os carros de combate, se existirem podem ser utilizados para aumentar os fogos anti pessoal e
bater com fogos anticarro, os blindados inimigos. Se o Batalhão está reforçado com carros de
combate, e é responsável por terreno exterior à área urbanizada, o Comandante deve
considerar o emprego da maior parte dos seus carros onde eles possam tirar partido da sua
mobilidade e alcance dos seus fogos.
• Os MGACarP são, também, mais eficazmente empregues em terreno que não afecte os seus
campos de tiro. Por vezes os melhores campos de tiro e as melhores condições de protecção
situam-se no interior da área edificada. Tal como os carros de combate, os MGACarP podem
utilizar a protecção dos edifícios, expondo-se apenas o tempo suficiente para baterem os seus
objectivos. Os MGACar também podem ser desmontados e instalados no interior dos edifícios,
o que exige preparativos cuidadosos por forma a minimizar os efeitos da projecção dos seus
gases para a retaguarda.
• O PelRec poderá, inicialmente, ser necessário para vigiar a frente do Batalhão. Cumprida a
missão, ele normalmente terá a missão de vigiar entre posições ocupadas de companhia, ou de
segurança de flanco. Por vezes, o PelRec também tem uma ou mais missões de contingência,
tais como reforçar uma Companhia, empenhada decisivamente ou de reconstituir a reserva do
Batalhão.
• Os elementos disponíveis de engenharia são particularmente valiosos. Eles criam obstáculos,
apoiam com o emprego de explosivos, mantêm abertos os itinerários para os viaturas de
combate e abrem buracos nas paredes para permitir os deslocamentos em edifícios. Os
veículos de combate de engenharia são especialmente aptos para demolir edifícios e produzir
escombros que constituam obstáculos para os ataques inimigos.
• O PelMortP fornecerá, apoio de fogos indirectos ao Batalhão. Devido ao seu elevado ângulo
de trajectória as granadas de morteiro são frequentemente utilizadas para bater os objectivos
que estejam a coberto dos edifícios (e protegidos dos fogos de artilharia). As granadas de
fumo podem ser empregues para facilitar o desempenhamento, para mascarar o movimento de
unidades e para incendiar edifícios ocupados pelo inimigo.
• A artilharia de campanha apoia a partir do exterior da área edificada a menos que ela seja
extremamente vasta. Normalmente são utilizados ângulos de tiro elevados. A artilharia pode
ser empregue em tiro directo para demolir edifícios ocupados pelas forças inimigas.
• O apoio aéreo próximo tem possibilidades de proporcionar um poder de fogo maciço e
selectivo, conforme os objectivos a atacar. Além das bombas para fins genéricos, bombas de
cachos (CBU) e dos canhões, a força aérea dispões de bombas e mísseis guiados
electronicamente, que são particularmente adequados para atacar objectivos pontuais, como os
que se encontram em meios urbanos.
• Os helicópteros podem ser utilizados em zonas edificadas para reposicionar forças de
manobra e de apoio de combate, e proceder ao reabastecimento e à evacuação sanitária.
• O Pelotão de Transmissões poderá, inicialmente necessitar de pessoal suplementar para o
lançamento de cabo telefónico. As áreas edificadas restringem o emprego de rádios FM, por
isso têm de ser utilizados os meios filares e os mensageiros, para complementar os outros
meios de transmissões. Se o sistema telefónico civil estiver operacional, ele pode ser utilizado
como meio alternativo de ligação.

O Batalhão pode receber a missão de defender uma área edificada para:

• Controlar um EAprx, especialmente quando a área é um ponto crítico, ou é uma zona que o
inimigo tem de atravessar.
• Bater pelo fogo um obstáculo(rio de difícil transposição, por exemplo).
• Bater pelo fogo uma área para dentro da qual uma força inimiga pode ser canalizada por
obstáculos ou fogos de outras unidades.
• Impedir o acesso do inimigo a instalações críticas.

SECÇÃO IX – OUTRAS MISSÕES DEFENSIVAS

0536. OPERAÇÕES EM SECTORES DE ECONOMIA DE FORÇAS

Muitas vezes, o Comandante de Brigada ou de Divisão tem necessidade de estreitar a frente de


alguns sectores, ou de posicionar uma quantidade considerável de forças em profundidade, onde se
espera que o inimigo exerça o seu esforço. Em outras áreas, que não disponham EAprx perigosos
(áreas de economia de forças) resulta uma fraca densidade de forças em sectores de Batalhão, cujas
frentes ficam demasiado extensas para permitir a preparação de posições defensivas com o apoio
mútuo dos fogos das armas de infantaria. O Batalhão de Infantaria apeado não é a força mais
adequada para operações de economia de forças, mas pode ser forçado a operar numa área extensa
para detectar, desgastar e retardar o inimigo. Embora com dificuldade, um Batalhão de Infantaria
pode realizar estas operações, se ele tiver mobilidade igual ou superior à do inimigo, e não for
grandemente excedido no PRC

a. A Missão

A missão atribuída depende da frente do sector, do terreno, do tipo de forças inimigas


previsto(ligeiras ou blindadas) e do volume de apoio que pode ser dado ao Batalhão – meios de
mobilidade e vigilância (especialmente cavalaria do ar) e reservas divisionárias que podem
deslocar-se para deter a penetração. O Batalhão pode receber qualquer das seguintes missões,
quando empregue num sector de economia de forças:

• Vigiar um sector, para dar um alerta oportuno.


• Destruir o inimigo com fogos de apoio, desencadeados da retaguarda.
• Retardar o inimigo em sector, durante determinado período.
• Executar uma rotura de combate.

O capítulo 6 discute como levar a cabo missões de retardamento e de rotura de combate.

(1) MISSÃO DE VIGILÃNCIA

A forçade vigilância garante a observação sobre uma frente extensa.


As missões da força de vigilância compreendem:

• Dar o alerta oportuno da aproximação do inimigo.


• Estabelecer e manter o contacto visual com as forças inimigas e informar os seus
deslocamentos.
• Destruir ou repelir pequenas forças inimigas que estejam dentro das possibilidades da
força de vigilância.
• Impedir a progressão de forças inimigas superiores, batendo-as com fogos orgânicos de
longo alcance e com os fogos de apoio.

O conceito de vigiar envolve o emprego de uma área do PO com capacidade para detectarem
o inimigo, informar o escalão superior e pedir o desencadeamento de fogos indirectos sobre o
inimigo. O volume de cada PO é variável. Os Po que dominem os EAprx mais prováveis,
devem ter capacidade para fazer a sua segurança imediata e para bater com fogos directos
elementos ligeiros inimigos. Os PO que dominem os EAprx menos prováveis podem ter a
dimensão de Esquadras. Estes evitam ser detectados e pedem, quando necessário, o
desencadeamento de fogos indirectos.
Os PO, quando possível, devem ser montados em profundidade, conforme as forças
disponíveis, o terreno e a largura do sector. Quando não for possível dispor os PO em
profundidade, pode ter que haver PO avançados que acompanhem a actividade do inimigo, e
continuem a informar a sua localização e pedindo fogos indirectos.
No planeamento de uma operação de vigilância, O Comandante escolhe a localização geral
dos PO e designa pontos de coordenação ou de ligação entre as unidades. Ao escolher a
localização dos PO, ele deve atender:

• À sobreposição dos sectores de observação.


• À cobertura dos PO e dos seus itinerários de acesso.
• Ao funcionamento permanente e eficiente das transmissões.
• À necessidade de evitar pontos salientes do terreno.

Os PO são localizados por forma a proporcionar a máxima observação e cobertura. Realizam-


se patrulhamentos entre PO, de acordo com as necessidades de segurança. Para ser eficaz,
uma força de vigilância deve dispor de boas transmissões rádio entre PO e pessoal suficiente
para guarnecer os PO durante períodos relativamente longos. Os PO são reforçados com
sensores remotos, radares de vigilância terrestre, dispositivos de visão nocturna e outros
equipamentos que contribuam para o estabelecimento de uma detecção contínua, ao longo de
toda a frente. Elementos da Força Aérea e de Cavalaria do Ar, se existirem, podem ser
empregues para prolongar a actividade de reconhecimento e aumentar a eficácia da vigilância
em áreas mais abertas.
Os morteiros das Companhias e do Batalhão são posicionados por forma a assegurar que os
PO têm imediatamente fogos disponíveis. Os PO, tal como os postos de comando e os trens
de combate, devem estabelecer a sua segurança imediata para fazerem face a patrulhas
inimigas que se tenham infiltrado na linha de vigilância. Também a artilharia deve garantir
um apoio imediato à força de segurança.

(2) DUPLA MISSÃO

Quando o sector de economia de forças inclui um EAprx favorável a forças inimigas


montadas, o Batalhão recebe frequentemente uma missão dupla, ou seja, vigiar infantaria
apeada e retardar um ataque montado, durante um determinado período de tempo. O
Comandante do escalão superior pode aceitar o risco de infantaria apeada na área da
retaguarda, mas não aceitará uma penetração rápida de forças blindadas.
0537. O BATALHÃO COMO RESERVA
Quando for designado como reserva do escalão superior, o Batalhão pode receber uma ou mais das
seguintes missões:

• Organizar e executar um contra-ataque para destruir uma força inimiga enfraquecida e recuperar
posições defensivas perdidas.
• Preparar posições defensivas numa área de combate à retaguarda de outros Batalhões, que estão
empenhados ou sujeitos a ameaça.
• Ocupar uma zona de reunião e preparar-se para possíveis missões ulteriores.
• Executar missões de segurança na área da retaguarda, incluindo a detecção de operações inimigas
aeromóveis ou aerotransportadas, de actividades de guerrilha e de infiltração.
• Reforçar unidades empenhadas com determinados sistemas de armas (MGACar, morteiros).
0538. O BATALHÃO COMO FORÇA DE CONTRA-ATAQUE

O Batalhão em reserva pode ter frequentemente que preparar planos de contra-ataque, para executar
à ordem. Em muitos aspectos, o contra-ataque é semelhante a qualquer outro ataque. O Comandante
do contra-ataque pode normalmente ter um perfeito conhecimento do campo de batalha onde irá
operar tem tempo para planear e ensaiar com os comandantes subordinados. Além disso a força de
contra-ataque normalmente recebe meios de transporte para permitir o seu rápido empenhamento.
Normalmente o Comandante do escalão superior determina as possíveis áreas de penetração
inimigas, escolhe e atribui a prioridade sobre itinerários, determina a prioridade de planeamento dos
contra-ataques. Ele também fornece instruções relativamente à forma como quaisquer outros meios
da Brigada ou da Divisão, são integrados no plano. O Comandante da força de contra-ataque executa
um planeamento detalhado e submete o seu plano à aprovação do comando superior. O plano de
contra-ataque também inclui as missões das unidades em contacto, e atribui responsabilidades aos
elementos em apoio ou em esforço.
Face a blindados, a força de contra-ataque manobra apenas o necessário para bater o inimigo com
fogos eficazes anticarro, a partir dos flancos ou da retaguarda, se possível. Os contra-ataques de
infantaria contra blindados não são mais eficazes durante períodos de visibilidade limitada (à noite,
com nevoeiro, etc.) empregando emboscadas anticarro. Se o contra-ataque é executado contra
infantaria inimiga já enfraquecida, a força de contra-ataque estreita o contacto com o inimigo para o
destruir.
O contra-ataque é executado para destruir elementos inimigos e/ou recuperar terreno importante, e
visa restabelecer a integridade da defesa. O contra-ataque terá uma alta probalidade de sucesso se:

• Os fogos directos e indirectos tiverem detido a progressão do inimigo. Se o inimigo continuar a


progredir, normalmente é empenhada uma força (ainda não empenhada) para o deter enquanto o
escalão superior assume a responsabilidade do contra-ataque.

• O inimigo tiver dificuldade em reforçar e os seus elementos de sobreapoio poderem ser


suprimidos. O reforço e o sobreapoio podem ser controlados empenhando parte do potencial de
fogo disponível, por forma a isolar temporariamente o inimigo dos seus segundos escalões e para
cegar as posições prováveis de sobreapoio. Pode conseguir-se mais eficazmente esta finalidade
com o apoio aéreo próximo, com artilharia e com morteiros.
• A força inimiga a destruir ou a repelir for pequena em relação à força de contra-ataque.

• O itinerário de contra-ataque dispuser de cobertura da observação e de abrigo dos fogos directos.


A necessidade de rapidez deve ser equilibrada face à necessidade da força de contra-ataque
chegar à zona penetrada sem ser detectada.

Ao realizar o contra-ataque, o Comandante emprega todos os meios disponíveis para cumprir a


missão num impulso único e decisivo. Todos os fogos directos e indirectos, incluindo os de artilharia,
de morteiros, de armas ligeiras, de armas automáticas, de apoio aéreo próximo e de helicópteros de
ataque, são empregues para apoiar a força de contra-ataque. Se possível, deve evitar-se a passagem
através das forças amigas. Todas as forças amigas contidas na bolsa ficam sobre o controlo do
Comandante da força de contra-ataque. O princípio primordial do contra-ataque é o da oportunidade
do seu lançamento. Não se pode permitir que o inimigo possua um forte ponto de apoio dentro da
bolsa. Lançado demasiado cedo, o contra-ataque pode ser lançado um ataque de diversão, e mais
tarde pode não estar disponível uma reserva adequada para fazer face a uma ameaça maior. Lançado
demasiado tarde, a força de contra-ataque pode não ser capaz de gerar o potencial necessário para
eliminar a ameaça.
O Comandante do escalão superior indica as unidades que devem defender a área penetrada, após se
ter restabelecido a defesa. Se a unidade que estava inicialmente a defender, tiver possibilidades de
reocupar as suas posições e continuar a defender, normalmente ser-lhe-á dada esta missão e a força
de contra-ataque volta à sua localização primitiva.

a. Medidas de Controlo

No contra-ataque, é crítico o controlo dos movimentos dos fogos. Se houver tempo disponível, são
difundidas as medidas de controlo necessárias pelo Comandante da força de contra-ataque, em
coordenação com o escalão superior, com o seu EM e com outros elementos interessados. Em
condições ideais tal é possível após a realização de um minucioso reconhecimento terrestre. Estas
medidas podem ser razoavelmente bem definidas com base na previsão do local onde o inimigo
provavelmente irá atacar e penetrar. Estas medidas de controlo podem ser alteradas durante a
execução do contra-ataque.

(1) BOLSA

Durante a análise do terreno, o Comandante prevê onde o inimigo vai empregar as suas forças, e
o tipo de forças que terá e o dispositivo que irá adoptar. A partir destes elementos formula uma
hipótese detalhada da área mais provável em que o inimigo pode penetrar.

(2) ITINERÁRIO DE CONTRA-ATAQUE

O itinerário de contra-ataque deve ser tão directo quanto a situação táctica, os meios de transporte
e o plano de manobra o permitirem. Deve tirar o máximo partido dos cobertos e abrigos e afectar,
no mínimo possível, os fogos e a manobra das unidades que estão a defender. É indicado um
ponto de irradiação onde as Companhias iniciam o deslocamento sob o seu próprio controlo. Este
ponto de irradiação pode também servir de local de desembarque, se forem utilizados meios
transporte auto.
(3) LINHA DE PARTIDA

A LP deve ser marcada ao longo de um acidente facilmente identificável. A Hora H efectiva, ou


seja, aquela em que é atravessada a LP, é determinada principalmente em função do tempo
necessário para que a força de contra-ataque se desloque da sua posição inicial para a LP.

(4) OBJECTIVO

O(s) objectivo(s) da força de contra-ataque é normalmente um acidente de terreno dentro da bolsa


cuja conquista ou controlo restabelecerá a integridade da defesa.

(5) DIRECÇÃO DE ATAQUE


Pode ser escolhida uma direcção de ataque. Se esta for empregue, ela deve favorecer a surpresa, a
unidade e concentração de esforços, o controlo da força de contra-ataque, e apoio de fogos eficaz
e a segurança. Em condições ideais, o ataque é dirigido sobre o flanco da bolsa.

b. Conduta de um Contra-Ataque

O exemplo seguinte mostra como o Comandante de uma força de contra-ataque, de escalão


Batalhão, o pode organizar.
Um Batalhão de Infantaria, em reserva de uma Divisão, recebeu a missão de preparar um contra-
ataque, com prioridade de planeamento para um eixo de aproximação adequado a infantaria. O eixo
entra no sector B167 e atravessa a 2ª Brigada. Percorre o .115 .125 e continua para Sul.

O Comandante do Batalhão em reserva iniciou o seu reconhecimento do terreno e considerou que o


inimigo provavelmente utilizaria as zonas arborizadas para obter a máxima cobertura. Em
coordenação com o Comandante do B167, ficou a conhecer o dispositivo deste Batalhão.
Em seguida o Comandante do Batalhão em reserva calculou onde o inimigo poderia ser detido se
penetrasse na posição do B167, e onde estariam localizadas as forças do B167 para conter a
penetração e impedir a continuação da progressão do inimigo.
O Comandante do Batalhão em reserva concluiu que o restabelecimento da defesa dependia do
controle das duas elevações da região .115. Ele decidiu que cada uma das elevações podia
corresponder a um objectivo de Companhia. Para evitar que o inimigo detecte o seu movimento,
escolheu um local coberto e abrigado, para desembarque das suas viaturas. Como não havia espaço
de manobra para a sua terceira Companhia, o Comandante decidiu que esta unidade ocupasse uma
posição a cavaleiro da EN19, apoiando pelo fogo as outras Companhias, e preparada para assumir a
missão de qualquer dessas Companhias. Ele considerou ainda que a região .140 era a melhor para
lançar o ataque, pois permitia uma aproximação desenfiada (base de ataque) e uma LP o mais
próxima possível do inimigo. Escolheu uma direcção de ataque para melhor coordenar a manobra das
Companhias até aos seus objectivos.
O Comandante considerou que a faixa Oeste do sector oferecia as melhores condições de abrigo e
condições de abrigo e cobertura para deslocar forças para a bolsa, pelo que as bases de ataque se
situariam numa posição defensiva desenfiada atrás da região .140. O PelMortP, beneficiando do
reforço de fogos dos morteiros das Companhias, está posicionado para apoiar o contra-ataque. Os
morteiros pesados têm a missão de apoiar com fumos sobre as áreas abertas à frente da LP, se o
ataque for iniciado de dia, e com granadas iluminantes caso o ataque seja nocturno.
O Comandante da força de contra-ataque constatou que o controlo dos fogos dos dois Batalhões seria
muito difícil. Em coordenação com o Comandante do B167 ele planeou o emprego das seguintes
medidas:

• Permuta de informações, nos escalões Companhia e Batalhão, sobre as instruções temporárias de


transmissões (ITTm).
• Os OAF e os Comandantes de Companhia/OAv preparam uma lista de objectivos consolidada,
indicam os objectivos prováveis para a preparação, e determinam onde pode vir a ser necessário o
emprego de fumos. Coordena-se a transferência de controlo de todos os fogos de apoio no interior
da bolsa, quando a força de contra-ataque atravessar a LP.
• Durante o contra-ataque, o 2º Comandante do B167 fica junto do Comandante da força de contra-
ataque para garantir as ligações directas entre os dois Batalhões
• Os elementos testa das Companhias que atacam utilizam periodicamente sinais visuais (fumos,
artifícios iluminantes, etc.) para referenciarem as suas posições e assegurar o
transporte dos fogos directos de sobreapoio, quando for necessário.
Os Comandantes de Companhia e os seus subalternos, tiveram tempo suficiente para se deslocarem
ao terreno e fazerem um reconhecimento pormenorizado. O Comandante de Batalhão então ensaiou o
plano, que incluiu pessoal do B167, que irá servir de guia e colaborar no controlo dos fogos.
Muitas vezes não há tempo suficiente para que os comandantes formulem um plano de contra ataque
detalhado. Quando assim acontece, será necessário que o Comandante se desloque `a área da bolsa,
estude a situação e formule o seu conceito. Ele dará as ordens aos seus subordinados a partir de um
local de onde eles possam ver o terreno onde vai ocorrer o combate.
Concorrentemente, as subunidades do Batalhão deslocam-se para a frente. Reúnem-se aos seus
comandantes, numa zona da frente, e são encaminhadas para o ataque. Por vezes, quando a situação é
fluida, a força de contra-ataque desloca-se tacticamente preparada para um combate de encontro. O
Comandante dá as ordens parcelares durante o deslocamento à medida que se esclarece a situação. O
Comandante desloca-se bem à frente, pode observar o terreno e ver os seus subordinados, à medida
que os dispõe para o combate.

0539. OCUPAÇÃO DE UMA ZONA DE REUNIÃO

Ocupa-se uma ZRn com a finalidade de conferir segurança enquanto se fazem os preparativos para
operações futuras. Estes preparativos podem incluir a reorganização, a distribuição de ordens, a
recepção e distribuição de abastecimentos e a manutenção de veículos e equipamentos.
A ocupação de uma ZRn pode ser ordenada pelo escalão superior (como acontece quando a unidade
é designada como reserva) ou pelo Comandante de Batalhão (como acontece durante a rendição,
numa rotura de combate ou no movimento aéreo).
Independentemente da sua finalidade, a ZRn deve permitir:
• Cobertura da observação aérea e terrestre.
• Abrigo dos fogos directos.
• Espaço suficiente para a dispersão.
• Entradas, saídas e itinerários interiores com condições adequadas.
• Boas condições de drenagem e de consistência do solo, para suportar as viaturas do Batalhão.

A força de ZRn deve ter sempre uma força amiga entre ela e o inimigo. Apesar desta protecção, o
Batalhão deve ter capacidade para se defender por si só, no caso do inimigo fazer uma penetração ou
envolver os outros elementos amigos, ou se a ZRn for detectada por meios aéreos. Ao montar a
segurança numa ZRn, o Batalhão utiliza as mesmas técnicas que são usadas para uma defesa em
perímetro.
A fim de reduzir a possibilidade de detecção durante a ocupação, é normalmente constituída uma
Secção de Quartéis para reconhecer e organizar a ZRn antes da chegada do Batalhão. A Secção de
Quartéis verifica se a área tem as características necessárias, divide-a pelas subunidades, pelo COT e
pelos Trens. Utilizando guias, a Secção de Quartéis, orienta sem demora para as suas posições, os
elementos que vão chegando.
A ZRn pode ser organizada atribuindo, no perímetro sectores às subunidades.
A segurança da área pode ser reforçada através da utilização de observação visual, de sensores e
equipamentos de vigilância
O PelRec pode receber a missão de reconhecer itinerários para locais de contra-ataque, posições
defensivas, ou passagem de linha, ou ainda garantir a segurança montando PO, obstáculos ou postos
de fiscalização de circulação
Os elementos de apoio de combate localizam-se juntos das unidades que irão apoiar ou ficam
localizados onde possam prestar A/G a todos os elementos da força.
Os PO situam-se por forma a vigiar os pontos importantes e os EAprx.
O COT e os Trens do Batalhão situam-se numa posição central para disporem de segurança e para
facilitar a distribuição de ordens, distribuição de reabastecimentos e outras actividades. Podem ficar
numa área atribuída a uma subunidade para maior segurança, ou para coordenação de operações
futuras.
As transmissões entre os diversos elementos faz-se por TPF (se houver tempo disponível para a sua
instalação) ou por mensageiros; os rádios só são utilizados em caso de emergência.
As ZRn das subunidades devem ter dimensões suficientes para garantirem a dispersão e disporem
cobertos e abrigos face à observação e aos fogos directos do inimigo. A sua posição dentro da ZRn
do Batalhão deve facilitar os deslocamentos para operações futuras.

0540. OPERAÇÕES DE SEGURANÇA NA ÁREA DA RETAGUARDA

Um Batalhão em reserva pode receber a missão de segurança na Área da Retaguarda se se prevêem


ameaças, aerotransportadas, aeromóveis ou de infiltração por parte do inimigo, ou se a actividade de
forças irregulares ameaça a segurança de elementos de comando ou de apoio logístico. A missão
fundamental do Batalhão é evitar que a defesa se desarticule a partir da retaguarda. Tal é conseguido
detectando o inimigo e, dentro das possibilidades do Batalhão, neutralizando a possibilidade do
inimigo afectar as operações de comando e controlo e de apoio de serviços das forças amigas. Ao
Batalhão são frequentemente atribuídos órgãos/locais específicos (PC, pontes, zonas de
armazenagem de combustíveis e lubrificantes, etc.) cuja segurança deve ser mantida. As forças que
não são necessárias, em posições estáticas, são empregues para executar uma vigilância activa.
O Batalhão pode também dispor do apoio de elementos do Esquadrão de Cavalaria do Ar. São
grandes as possibilidades de vigilância desta unidade sobre extensas áreas, e devem ser
cuidadosamente integradas no plano do Batalhão. É também essencial a integração de helicópteros
de ataque no planeamento da força que irá reagir à ameaça. Devido à sua mobilidade, os helicópteros
de ataque são frequentemente os primeiros elementos a chegar à área ameaçada. Têm possibilidade
de interdizer o acesso inimigo `área, procurando detê-lo, informar sobre os seus meios e dispositivo,
e apoiar outras foças que ocorram à área. A Companhia de Helicópteros Divisionária, capaz de
transportar numa só vaga uma Companhia de Atiradores, deverá ser empregue com a finalidade de
aumentar a mobilidade das forças de infantaria, que irão reagir à ameaça.
Face a uma ameaça de forças aerotransportadas, aeromóveis ou de infiltração, o Batalhão deve
controlar as áreas que logicamente o inimigo possa utilizar. As áreas prováveis de aterragem ou de
largada são vigiadas por PO ou por sensores remotos. As linhas prováveis de infiltração, que se
situem em terrenos não ocupados ou onde as unidades possam ser ultrapassadas, são mantidas em
vigilância por patrulhamentos.
O Batalhão, no exemplo que se segue, recebeu a missão de vigiar as zonas prováveis de aterragem
para um assalto aéreo inimigo. O Batalhão montou 18 PO, de escalão Secção, e dispõe de uma
Companhia, com meios de transporte à ordem como força de reacção.
Face a uma ameaça de forças irregulares, utilizam-se patrulhamentos e emboscadas, descentralizadas,
para detectarem e desarticularem os movimentos, itinerários de reabastecimento e áreas de refúgio. É
também controlado o acesso dos civis para o interior ou exterior da Área da Retaguarda. A atribuição
de sectores às Companhias, permite delimitar áreas de responsabilidade e dá flexibilidade quanto ao
movimento e controlo de unidades que estejam muito dispersas.
O Batalhão no exemplo seguinte recebeu a missão de garantir a segurança do PC divisionário e de
órgãos de apoio, e de detectar pequenos grupos infiltrados. A área foi dividida em sectores de
Companhia, e cada Companhia monta emboscadas e realiza patrulhamentos dentro da sua área de
responsabilidade.
Embora utilize elementos móveis e elementos de posições estáticas, o Batalhão tem uma capacidade
limitada de manter a segurança duma área extensa. Quando se detecta a ameaça, deve ser constituída
uma força de reacção com suficiente mobilidade (normalmente de escalão Companhia ou superior e
reforçada com meios de transporte). Se o Batalhão tem a missão de constituir uma força de reacção
móvel, ele deve ter capacidade para, rapidamente, concentrar e fazer deslocar a força. Visto que este
condicionamento é de difícil execução para uma unidade que está dispersa, a força de reacção
normalmente provém de uma unidade de manobra que não seja do Batalhão designado para fazer a
segurança da Área da Retaguarda.
O Batalhão em operações de segurança da Área da Retaguarda pode ser apoiado por unidades de
Polícia do Exército (PE) por Equipas de Assuntos Civis e outros órgãos militares e civis.

0541. REFORÇOS DE UNIDADES PENHADAS COM EQUIPAS MÓVEIS ANTICARRO

Os Comandantes de Divisão ou de Brigada podem determinar o emprego de grupos móveis anticarro


, cedidos por um Batalhão em reserva, com vista a reforçar sectores ameaçados ou para obter maior
profundidade na defesa anticarro. As Equipas Móveis Anticarro são constituídas por SecACarP,
reforçadas com elementos adicionais de segurança e de comando e controlo. Embora normalmente
sejam transportadas de helicóptero, as Equipas podem empregar as suas viaturas, caso não haja
helicópteros, e o terreno e os obstáculos lhes dêem vantagem de mobilidade, face ao inimigo.
Quando utilizam helicópteros, cada SecACarP é acompanhada por uma secção de atiradores para
garantir a segurança e transportar equipamento e mísseis. Dependendo do número de SecACar
empregues, assim o Comandante do PelACar (e por vezes o Sargento do Pelotão) acompanha-as,
para seu comando e controlo.

CAPITULO 6

OPERAÇÕES RETROGRADAS

SECÇÃO I – GENERALIDADES

Uma operação retrógrada é qualquer movimento táctico organizado, de uma unidade para a retaguarda,
ou de afastamento em relação ao inimigo. A operação pode resultar da acção do inimigo ou pode ser
voluntária, e pode mesmo fazer parte do esquema de manobra do escalão superior. As operações retrógradas
são caracterizadas por um planeamento centralizado e execução descentralizada. Ao contrário da defesa, o
Comandante normalmente evita o empenhamento decisivo (por exemplo, não permitindo que o inimigo
coloque fogos ajustados sobre as forças amigas por forma a restringir a manobra).
Uma operação retrógrada tem a finalidade de preservar a integridade da força até que se possa retomar a
ofensiva. A finalidade inerente a todas as operações retrógradas é a de infligir ao inimigo o maior número de
baixas que a situação permita. Adicionalmente as operações retrógradas são executadas com uma ou mais
das seguintes finalidades:
. Flagelar, desgastar, resistir e retardar o inimigo.
. Canalizar o inimigo para uma posição desvantajosa.
. Permitir a concentração de forças noutra zona.
. Evitar o combate em condições desvantajosas.
. Ganhar tempo sem se deixar empenhar num combate decisivo.
. Reposicionar forças.
. Desempenhar uma força.
. Encurtar linhas de comunicações e de reabastecimentos.
. Deixar livres zonas para que as forças amigas possam utilizar fogos nucleares ou químicos.
Há três tipos de operações retrógradas: rotura de combate, acção retardadora e retirada.

SECÇÃO II – ROTURA DE COMBATE

0601. DEFINIÇÃO

Rotura de combate é uma operação na qual toda ou parte de uma força desenvolvida para o combate
se desempenha do inimigo, sem pressão ou sob pressão, mantendo o contacto com o inimigo apenas
com a finalidade de decepção e segurança.

0602. CONCEITO DE ROTURA DE COMBATE

A rotura de combate pode ser executada por parte ou pela totalidade do Batalhão que participa numa
defesa, numa acção retardadora ou numa operação ofensiva. São designados elementos para ficarem
em contacto com o inimigo, para evitar que a força principal seja perseguida. Nas roturas de
combate, as reservas são normalmente posicionadas bem à frente para apoiarem com fogos ou com
ataques terrestres. O Batalhão pode tomar parte numa rotura de combate de uma brigada ou de uma
Divisão como guarda de flanco ou de retaguarda dessa força. Quando o Batalhão realiza uma rotura
de combate sob pressão do inimigo, a sua reserva pode lançar ataques a varrer para desorganizar,
destruir ou retardar o ataque do inimigo. A reserva pode ser constituída pela última unidade que foi
empenhada.
Quando o Comandante de Batalhão necessita de reposicionar toda ou parte das suas forças, ele leva a
cabo uma rotura de combate para se desempenhar do inimigo. Há dois tipos de rotura de combate:
rotura de combate sob pressão do inimigo e rotura de combate sem pressão do inimigo. Ambos
os tipos de rotura são realizados enquanto o Batalhão está em contacto. A principal diferença reside
na intensidade da pressão do inimigo. Por exemplo, uma força atacante inimiga pode exercer mais
pressão de uma força inimiga numa fase de consolidação da sua operação. Na rotura de combate sob
pressão o inimigo procura desalojar o Batalhão da posição que ocupa. Na rotura de combate sem
pressão do inimigo, o Batalhão não está sob um ataque e não espera ser atacado durante a rotura.

0603. CONSIDERAÇÕES DE PLANEAMENTO (MITM-T)

No planeamento de uma rotura de combate, o Comandante de Batalhão deve ter em atenção as


seguintes considerações:

a. Missão

. Quais as tarefas explicitas e implícitas que o Batalhão tem de realizar? O Comandante de


Batalhão determina as tarefas pelo seu próprio conhecimento da missão e das intenções do
Comandante da Brigada. O seu conhecimento das instruções do Comandante da Brigada
permite ao Comandante de Batalhão uma certa latitude na tomada de decisões no caso da falta
de ligação.
. A rotura será levada a cabo sob pressão do inimigo? As missões a serem dadas às unidades
variam de acordo com o tipo de rotura a ser levada a cabo.
. Qual a missão ulterior do Batalhão, e como este facto afectará a organização da rotura de
combate?

MISSÃO

ROTURA DE COMBATE SEM ROTURA DE COMBATE SOB


PRESSÃO DO INIMIGO PRESSÃO DO INIMIGO

. Elementos ligeiros deixados . Segurança


ao contacto (ELDC)

. Reserva . Reserva

Fig 6-1

b. Inimigo

. Como pode o inimigo interferir com o desempenhamento?


. Como pode o inimigo interferir com o deslocamento, após o desempenhamento?
. Que medidas de decepção podem ser tomadas?

c. Terreno
. Do terreno disponível qual é o que favorece a rotura de combate?
. Como podem os obstáculos favorecerem a rotura de combate?
. Qual a influência dos itinerários, das posições de sobreapoio e dos pontos de passagem
obrigatório, no deslocamento?
. Pode-se obter uma previsão da visibilidade da área onde irá decorrer a operação, e se ela
favorece a rotura de combate?
. Que influência terão as condições meteorológicas na traficabilidade?

d. Meios e Tempo Disponível

. Quanto tempo há para reconhecer, planear, dar ordens, para as forças se deslocarem para as
posições iniciais, e para prepararem obstáculos e posições de combate?
. Que meios estão disponíveis para aumentarem a mobilidade do Batalhão?
E para diminuir a mobilidade do inimigo?
. A Brigada tem uma força de segurança e, em caso afirmativo, onde está localizada? Se não
existirem forças de segurança da Brigada, deve o Batalhão fornecer esses elementos?
0604. PLANEAMENTO DE RETURA DE COMBATE

O planeamento da rotura de combate deve ser detalhado, prever exposições de situação


pormenorizadas, e reconhecimentos por todos os elementos subordinados. A orientação a dar no
planeamento é basicamente a mesma indicada para acção retardadora, acrescentando duas áreas que
merecem especial atenção: operações de segurança e decepção.
Numa rotura de combate sem pressão do inimigo, as medidas de decepção são essenciais ao sucesso
da missão. O inimigo não se deve aperceber que está a efectuar uma rotura de combate. Os
Elementos Ligeiros Deixados em Contacto (ELDC) não deverão possuir potencial e efectivo
suficiente para se empenharem com uma força inimiga. Se assim não for, no caso do inimigo se
aperceber de que está a levar acabo uma rotura de combate, pode dominar os ELDC, deixando
expostas as restantes forças do Batalhão.
Eis algumas das medidas de decepção a utilizar:
. Os ELCD devem fazer crer que as forças amigas continuam nas suas posições.
. O tráfego rádio continua normal; não deve aumentar nem diminuir.
. Continuar o regime normal de patrulhamentos e de apoio de fogos.
. Utilizar os períodos de visibilidade limitada para co0brir a rotura de combate.
As operações de segurança completam os planos de decepção. As comunicações via rádio não
podem dar qualquer indicação que possa comprometer a intenção de levar a cabo uma rotura de
combate. Os ruídos dos movimentos dos carros de combate, e de outras viaturas, devem ser
mascaradas por fogos de artilharia e outros meios.

0605. EXECUÇÃO DA ROTURA DE COMBATE

Todas as roturas de combate decorrem em três fases fundamentais:

a. Fase Preparatória

Os elementos de reconhecimento e das secções de quartéis começam os movimentos considerados


necessários, são difundidas ordens preparatórias e inicia-se o planeamento. Os elementos
considerados não essenciais à operação, tais como os Trens, elementos do COT e viaturas não
essenciais, são reposicionados à retaguarda. De acordo com as disponibilidades de tempo,
preparam-se obstáculos para retardarem os movimentos do inimigo, e se for caso disso, inicia-se a
preparação das posições a ocupar à retaguarda.

b. Fase de Desempenhamento

Determinados elementos iniciam os seus movimentos para a retaguarda. Quando se tiver rompido
o contacto com o inimigo, estes elementos reúnem-se e executam um movimento táctico para a
posição seguinte.

c. Fase de Segurança

Um elemento de segurança (ELDC) apoia o desempenhamento de outros elementos, assume a


responsabilidade do sector do Batalhão, ilude o inimigo, e cobre o deslocamento dos elementos
desempenhados, se for necessário, com fogo e manobra. Esta fase termina quando a força de
segurança tiver realizado a passagem de linha para a retaguarda.
0606. ROTURA SEM PRESSÃO DO INIMIGO

Antes de se iniciar uma rotura de combate sem pressão do inimigo, fazem-se reconhecimentos e
estabelecem-se medidas de coordenação e controlo, de forma a assegurar uma acção eficaz de
comando e controlo. Para isso é indispensável que os elementos mais importantes de cada
Companhia possam fazer reconhecimentos; estes elementos só necessitam de reconhecer a área onde
irão actuar. Os Comandantes de Companhia e de Pelotão devem ter um perfeito conhecimento do
que irão fazer todos os seus elementos, até ao nível secção; os Comandantes de Secção necessitam
de estar a par de tudo o que irá fazer a Companhia.
Durante o reconhecimento, os comandantes devem familiarizar-se com a localização dos pontos
iniciais, com os itinerários, com a localização dos pontos de irradiação e com as zonas de reunião.
Faz-se a escolha dos itinerários com base nos cobertos e abrigos que eles proporcionam, tendo um
mínimo de pontos críticos ou de passagem obrigatória. Os reconhecimentos devem ser feitos durante
períodos de visibilidade tão próximas quanto possível dos que se esperam vir a encontrar durante a
rotura de combate, podendo, se necessário, fazer-se um reconhecimento diurno e nocturno. Em caso
de necessidade utilizam-se guias de forma a garantir que as unidades se desloquem na direcção certa.
Normalmente, o Comandante de Batalhão informa os seus Comandantes de Companhia do seguinte:
. Quando começa a rotura de combate.
. Onde se localiza a zona de reunião do Batalhão, e o que cada Companhia faz ao lá chegar.
. Quais o itinerários a utilizar, da ZRn da Companhia para a ZRn do Batalhão, ou para a posição
seguinte.
. Organização, composição, missão e quem é o comandante dos ELDC.
. Missões ulteriores do Batalhão e das Companhias.
O êxito da rotura de combate sem pressão do inimigo depende sobretudo da rapidez de execução e
das medidas de decepção. O Comandante de Batalhão prevê romper o contacto e desloca-se para
um novo local sem ser detectado pelo o inimigo; por isso a rotura de combate sem pressão deve, se
possível, ser conduzida rapidamente, de noite, ou em períodos de visibilidade limitada. Na maior
parte das situações os ELDC ficam em posição para iludir o inimigo e proteger o desempenhamento
do grosso do Batalhão. Quando o Batalhão tiver vantagem de mobilidade em ralação às forças do
inimigo (por exemplo, se houver um obstáculo de valor a separar o Batalhão em relação ao inimigo,
ou houver meios de transportes disponíveis), torna-se praticável um desempenhamento e um
deslocamento simultâneos, de todos os elementos do Batalhão, sem necessidade de ELDC. Se a
rotura de combate for realizada por mais de um Batalhão, a ordem da Brigada pode determinar o
emprego de ELDC. Na rotura de combate sem pressão, os ELDC, se existirem, são normalmente
constituídos por elementos de cada Companhia em contacto, ou que esteja nas proximidades do
inimigo. O comando e controlo dos ELDC são normalmente exercidos por uma parte do elemento de
comando do Batalhão, a fim de simular, tanto quanto possível, as actividades normais do Batalhão.
O 2º Comandante de Batalhão pode comandar os ELDC do Batalhão, enquanto os oficiais adjuntos
das Companhias comandam os seus ELDC. Outro método consiste em o Comando de Batalhão
deixar uma Companhia como ELDC, sob o controlo do seu comandante. Quando isto acontece,
elementos dessa Companhia têm de ser reposicionados para cobrirem todo o sector do Batalhão.
Dentro das limitações impostas pela Brigada, o Comandante de Batalhão define o volume dos
ELDC. Pode também determinar que meios (por exemplo, carros de combate, e MGCar) constituam
a base da força. Em regra, os ELDC são constituídos por um terço da força e por metade das armas
colectivas. Os ELDC devem estar em condições de detectar o inimigo e de o bater com fogos
directos e indirectos, em todos os EAprx que conduzem à posição, e no interior desta. A localização
dos ELDC deve ser tal que possam intervir eficazmente no combate, caso o inimigo ataque durante a
rotura. Devido às características da sua missão, ao ELDC devem dispor de helicópteros, de carros de
combate, viaturas de transportes gerais ou de outros meios que lhe permitam a maior mobilidade
possível.
O grosso do Batalhão é constituído por todos os elementos de manobra, de apoio de combate e de
controlo, que não sejam necessários aos ELDC. O grosso tem por missão desempenhar-se em
segredo, deslocar-se por itinerários previamente determinados, reunir-se e deslocar-se para um novo
local, a fim de preparar a missão ulterior.
A reserva, ou os elementos posicionados em profundidade dentro do sector, podem romper o
contacto antes, durante, ou depois do desempenhamento dos elementos das companhias da frente,
mas geralmente, eles rompem o contacto após o desempenhamento dos elementos das companhias
da frente. Este escalonamento permite mais flexibilidade e segurança, acaso o inimigo detecte a
rotura de combate e ataque. A reserva pode romper o combate ant6es do núcleo principal das
unidades da frente, quando a força de segurança for fornecida pelo escalão superior, ou quando a
preparação do Batalhão para a missão ulterior, for de prioridade mais elevado do que a segurança
que a reserva pode conferir às unidades que rompem o combate.
O grosso desloca-se, de acordo com as prioridades estabelecidas pelo Comandante, nos itinerários
previamente designados, até à posição seguinte. Os elementos do grosso podem também receber
missões, do tipo “à ordem”, para defender, retardar ou contra-atacar, durante a rotura de combate.

a. Medidas de controlo

(1) ITINERÁRIOS DE RETIRADA

Os itinerários são designados por um nome ou por um número; iniciam-se num local
facilmente identificável (de preferência à retaguarda das ZRn ou da posição) e prolongam-se
pelo caminho mais directo para a posição seguinte, de tal maneira que as unidades irradiem
só depois de transporem os últimos obstáculos à frente daquela posição. Também são
escolhidos itinerários de alternativa, que podem vir a ser empregues se os primeiros não
poderem ser utilizados. Um itinerário de retirada pode ser utilizado por mais de uma unidade,
se for estabelecida a respectiva prioridade. Quando se efectua uma rotura de combate, face a
uma força blindada, todos os itinerários de retirada devem situar-se em terreno restritivo a
carros de combate. Os obstáculos são activados, com a finalidade de impedir que inimigo
concretize a perseguição.

(2) ZONAS DE REUNIÃO

As ZRn localizam-se sobre bons itinerários de retirada, situadas bem à frente, para facilitar o
reassumir rápido do controlo das unidades e devem dispor de bons cobertos e abrigos contra
os fogos directos e à observação do inimigo. Ficam localizados lateralmente para permitir um
rápido acesso a todos os utentes, afastados dos PC e de elementos de apoio de fogos, e com
dimensões suficientes para permitir a dispersão.
(3) POSTOS DE FISCALIZAÇÃO DE CIRCULAÇÃO (PFC)

Os PFC podem ser estabelecidos nos cruzamentos de itinerários ou onde possam surgir
dificuldades ou engarrafamentos de tráfego, durante o movimento.

(4) LINHAS DE FASE (LF), PONTOS DE REFERENCIAÇÃO DE OBJECTIVOS (PRO) E


PONTOS DE REFERÊNCIA (PR)
Estas medidas de controlo são utilizadas para auxiliar o controlo do movimento e para fazer o
transporte de fogos a fim de facilitar possíveis alterações na missão.

(5) POSIÇÃO DE4 COMBATE PREVISTAS

Estas posições são indicadas para elementos do Batalhão, tendo em vista missões futuras.

(6) LIMITES E POSIÇÕES DE COMBATE, EFECTIVOS À ORDEM

Os limites e posições de combate, efectivos à ordem, são planeados em profundidade, para


dar flexibilidade ao Comandante no caso da rotura de combate ficar temporariamente detida
ou se o inimigo ameaçar envolver, ou empenhar-se, com os elementos que rompem o
contacto. Se forem utilizados limites à ordem, devem ser marcadas as responsabilidades
previstas para as unidades. As posições de combate podem ser identificadas com números ou
com letras.

b. Sequência da Rotura de Combate Sem Pressão do Inimigo

(1) Antes da hora definida para a rotura de combate, as viaturas e o pessoal que não forem
necessário, bem como as secções dos quartéis das unidades do Batalhão, deslocam-se para as
posições seguintes, usando técnicas de infiltração.

(2) A hora indicada para a rotura os elementos da frente, que não sejam necessários para integrar
os ELDC, saíam das posições, deslocam-se para a retaguarda e reúnem-se.

(3) Os elementos situados em profundidade, ou reserva, podem reunir-se se estiverem muito


dispersos e deslocam-se para a retaguarda, cumprindo prioridades estabelecidas pelo
Comandante.

(4) Os elementos do grosso deslocam-se para a retaguarda à ordem do Comandante ou de acordo


com os planos e as prioridades estabelecidas.

(5) Nesta situação, o Comandante de Batalhão deixa a reserva em posição até os outros
elementos começarem o seu deslocamento, porque não há força de segurança do escalão e
existem apenas dois itinerários para a retaguarda.
(6) Depois das companhias da frente terem passado uma determinada zona (neste caso uma linha
de fase), a reserva desloca-se para a sua nova posição e prepara-se para a missão ulterior.

(7) Os elementos do grosso do Batalhão são recebidos no PIrrd por elementos da secção de
Quartéis, deslocam-se para as novas posições que ocupam, e continuam a preparação para a
nova missão.
(8) O Comandante dos ELDC passa a controlar e a assumir a responsabilidade do sector do
Batalhão, protege o deslocamento do grosso e mantém as actividades previamente
desenvolvidas pelo Batalhão, a fim de iludir. O Comandante dos ELDC depende do
Comandante dos WLDC do escalão superior (normalmente Brigada).

(9) Á ordem do Comandante dos ELDC da Brigada, o remanescente do Batalhão desempenha-se


e desloca-se para a retaguarda, utilizando as mesmas ZRn e os itinerários utilizados pelo
grosso, onde é recebido por elementos da Secção de Quartéis e encaminhados até às suas
posições a fim de iniciar a nova missão.
(10) O contacto com o inimigo é mantido quer pelo elemento de segurança do escalão superior
quer por elementos da força de segurança do Batalhão (o Pelotão de Reconhecimento é o
mais adequado para esta missão). Este elemento garante a segurança da retaguarda e cumpre
a missão vigiando a área que se situa entre a força de segurança da unidade que rompe o
combate e o inimigo; depois executa ema passagem de linha para a retaguarda ou continua a
sua missão de segurança à frente do Batalhão quando chegar à nova OAZR.

0607. ROTURA DE COMBATE SOB PRESSÃO DO INIMIGO

A sequência dos acontecimentos numa rotura de combate sob pressão do inimigo diferente da
sequência numa rotura de combate sem pressão do inimigo.
Numa rotura de combate sob pressão do inimigo, o reconhecimento é feito para a retaguarda, se
houver tempo disponível. É feito o reconhecimento para identificar os itinerários que melhores
cobertos e abrigos oferecem e para determinar o apoio de engenharia que é necessário para superar
os obstáculos existentes. O planeamento assemelha-se ao que é efectuado para uma acção
retardadora, no que respeita ao emprego dos meios orgânicos e não orgânicos. O Comandante de
Batalhão pode determinar as seguintes medidas de controlo, de forma a auxiliar a sua acção de
comando e controlo durante a rotura de combate sob pressão do inimigo:
. Sectores – para restringir e coordenar os fogos e os movimentos.

. Posições de Combate – para determinar as posições das unidades.

. Linhas de Fase – para controlar os movimentos e determinar a localização das unidades.

. Passagem de Linhas – para as unidades que têm de executar uma passagem de linhas para a
retaguarda.

. Pontos de Coordenação – para coordenação.

a. Rotura de Combate a Partir de uma Forma de Defesa Avançada

(1) A OBSERVAÇÃO É MUITO LIMITADA

Se a observação é muito limitada devido às características do terreno, os elementos do


Batalhão situados à retaguarda muitas vezes apoiam o desempenho dos elementos da frente.
Normalmente, esta força é constituída pela reserva reforçada por atiradores, morteiros e
outros elementos de apoio.

. SEQUÊNCIA

1 . As unidades da frente rompem o combate, cobertas por elementos da força de


segurança do Batalhão. As companhias da frente destacam elementos se necessário,
para garantirem a observação continua sobre o sector do Batalhão. As alterações
necessárias à organização para o combate são realizadas nos momentos e locais
estabelecidos por mútuo acordo. Neste exemplo as 1Cat, 2Cat e 3Cat destacam cada
uma Pelotão como força de segurança, na FF ROSA. Estes pelotões devem estar na
posição antes da rotura dos elementos da frente.
2 . A força de segurança do Batalhão desenvolve para bater inimigo em todos os eixos de
aproximação e retarda-o à frente da posição seguinte até receber ordens para se
desempenhar.

3 . As unidades da frente reúnem-se à retaguarda, quando não estiverem em contacto e


deslocam-se, por itinerários fixados para a posição seguinte.

. MEDIDAS DE CONTROLO

Uma LF para auxiliar o controlo dos movimentos e dos fogos das unidades e para indicar o
momento da transferência de responsabilidade do sector.
São designados antecipadamente limites, efectivos à ordem, para serem utilizados caso a
força de segurança não consiga retardar o inimigo, é ultrapassada, ou não consegue
efectuar o desempenhamento do Batalhão.
(2) OBSERVAÇÃO A LONGAS DISTÂNCIAS

Por vezes, em terreno relativamente aberto, a segurança do Batalhão, que está a conduzir uma
rotura de combate com pressão do inimigo, é fornecida pelo o escalão superior. Esta força de
segurança é constituída por elementos com capacidade para detectar o inimigo às longas
distâncias (forças de cavalaria do ar ou forças aeromóveis) e é apoiada por fogos de longo
alcance (artilharia, apoio aéreo próximo e helicópteros de ataque). Todas as forças de
Batalhão executam simultaneamente o desempenhamento, a coberto dos fogos dos elementos
de segurança, que empregam fumos e realizam a supressão dos elementos inimigos. Quando
o desempenho estiver realizado, o Batalhão reúne os seus elementos, e normalmente desloca-
se por diversos itinerários, ou meios aéreos, para um local pré-determinado.

. SEQUÊNCIA

1 . Todas as unidades do Batalhão rompem o combate, a coberto dos elementos de


segurança da Brigada ou da Divisão.

2 . A unidade do Batalhão reúnem-se, quando não estiverem em contacto, e deslocam-se


pelos os itinerários já determinados, para a posição seguinte.
3 . A reserva do Batalhão pode deslocar-se por um itinerário previamente determinado,
efectuar uma passagem de linha e continuar para a posição seguinte.

. MEDIDAS DE CONTROLO

Os limites laterais são a cheio até onde as forças de segurança tiverem responsabilidades
do sector.
São definidas áreas de passagem e pontos de ligação ás unidades que fazem a passagem de
linha, aos elementos de apoio e às unidades não em contacto.
São fixados limites, efectivos à ordem, caso a força de segurança seja ultrapassada, seja
incapaz de retardar o inimigo ou de desempenhar o Batalhão.
Emprega-se um LF para auxiliar o controlo de movimentos e dos fogos das unidades, e
para indicar o momento da transferência de responsabilidade do sector.

O sucesso de uma rotura de combate sob pressão do inimigo está dependente da eficácia com que
se realiza o desempenho pelo fogo e pela a manobra, e pelos fogos desencadeados pela força de
segurança (a unidade/elemento a quem foi dada a missão de garantir a segurança à rotura de
combate). Há muitas opções quanto à organização e emprego da força de segurança. Se a situação
o permitir, a unidade pode ser colocada numa posição de sobreapoio a partir da qual garante a
segurança da rotura de combate. Esta posição de sobreapoio a partir da qual garanta a segurança
da rotura de combate. Esta situação depende sobretudo do terreno, da mobilidade, do inimigo e da
pressão que ele exerce. Tal missão pode ser atribuída a uma unidade em reserva ou ser garantida
pelo escalão superior. As Companhias da frente utilizarão o fogo e o movimento retirando para
trás das forças de segurança, as quais recebem o combate. Para apoiar os elementos da rotura, para
permitir que o grosso do Batalhão se desempenhe, a força de segurança deve ter capacidade para
detectar e abater inimigo, com fogos, em todos os EAprx. Se o terreno só permite a observação
sobre o inimigo às curtas distâncias, o Batalhão terá necessidade de formar a força de segurança à
custa das Companhias da frente. Esta força de segurança posicionar-se-á de forma a observar os
eixos propícios à infantaria apeada e dirigirá o0s fogos de artilharia, de morteiro, de apoio aéreo
táctico e da cavalaria dom ar, em apoio da força, de forma a:

. Destruir, desorganizar ou retardar a possibilidade que o inimigo tem de perseguir os elementos


do Batalhão em rotura de combate.

. Reduzir, através dos fumos, a possibilidade do inimigo observar os movimentos do Batalhão,


apoiando assim o desempenhamento das unidades.

. Rapidamente concentrar potencial de combate em áreas críticas, de forma a apoiar um


desempenhamento ou para evitar um empenhamento decisivo de elementos do Batalhão.

Ao ser dada a ordem para a rotura de combate, todos os elementos devem bater o inimigo com
fogos directos e indirectos. Estes fogos, em complemento com os obstáculos e com um adequado
aproveitamento do terreno, criam uma vantagem temporária de mobilidade para a força de rotura
de combate, possibilitando que os seus elementos se desempenhem, se reúnam, e se desloquem
para a posição seguinte. A força de segurança deve receber o combate dos elementos da frente que
se desempenharam, assume a responsabilidade de todo o sector do Batalhão, retarda o avanço do
inimigo enquanto o grosso do Batalhão conduz um movimento para a retaguarda, e então, à
ordem, desempenha-se e desloca-se, por sua vez, para a retaguarda. De acordo com a missão
ulterior do Batalhão, pode ser necessário que a força de segurança mantenha o contacto com
inimigo, durante a sua vinda para a retaguarda.
À ordem, a força de segurança pode reunir-se ao grosso, ou passar pela posição seguinte já
ocupada e deslocar-se por um itinerário para uma posição pré-determinada, mais à retaguarda.
Deve-se prever ter de parar um ataque inimigo, durante a rotura de combate. O Comandante da
força de segurança da Brigada pode empenhar a reserva da Brigada para fazer face a acções
ofensivas do inimigo, ou pode executar contra-ataques com as unidades do Batalhão que do
anterior já se tenham desempenhado. Se os elementos do Batalhão são necessários, devem ser
utilizados os meios de maior mobilidade disponíveis para reforçar ou apoiar o desempenhamento
dos elementos da força de segurança, sob a direcção do Comandante da força de segurança da
Brigada. A utilização oportuna de helicópteros de ataque ou de apoio aéreo próximo pode evitar
que as forças terrestres tenham de se empenhar novamente com o inimigo, antes de completada a
rotura de combate.

b. Rotura de Combate a Partir de uma Forma de Defesa em Profundidade

(1) MEDEIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLO

Antes da rotura são planeados fogos sobre:

. Posições inimigas conhecidas ou suspeitas (incluindo as armas de tiro directo).

. Ao longo dos EAprx.

. No interior e à retaguarda das posições da unidade.

. Ao longo dos itinerários de retirada.

. Para cobrir obstáculos.

São designados pontos de referenciação de objectivos (PRO) que se destinam inicialmente, a


concentrar fogos anticarro, destinados a apoiar o desempenhamento da unidade que romper o
combate.
Subsequentemente, os PRO são utilizados para transportar os fogos, por forma compensar os
intervalos da cobertura anticarro, resultantes do deslocamento das unidades.
As zonas de reunião são escolhidas:

. Em terreno restritivo a blindados.

. Abrigadas dos fogos directos e cobertos da observação aérea e terrestre do inimigo.

. Com dimensões suficientes para permitir uma dispersão adequada.

. Coma dimensões suficientes para permitir uma dispersão adequada.

. Se necessário, só são ocupadas, para recuperar o controlo antes do deslocamento.


São designados itinerários de retirada que devem permitir que as unidades se desloquem, sem
serem detectadas, das ZRn para a posição seguinte, pelo meio mais rápido. Os itinerários
devem:

. Situar-se em terreno restritivo a blindados.

. Garantir abrigos para os fogos directos do inimigo, e estarem cobertos da observação aérea
e terrestre do inimigo. Um itinerário pode ser utilizado por mais do que uma unidade, se
for estabelecida a prioridade de deslocamento. São escolhidos e utilizados, se necessário
itinerários de retirada de alternativa. São planeados e executados obstáculos ao longo dos
itinerários de retirada, para impedir que o inimigo efectue a perseguição.

. Outras medidas de controlo tais como pontos de referência, pontos de ligação e linhas de
fase, podem ser utilizadas para auxiliar o controlo do movimento.

(2) SEQUÊNCIA

Os fogos de apoio são concentrados para obter a supressão ou neutralização dos fogos
inimigos, desencadeados sobre a área do elemento que rompe o contacto.
Os fogos anticarro de todas as unidades são desencadeados sobre o inimigo, à medida que
este vai ficando exposto.

1 . Os atiradores que não forem necessários para garantir a segurança das armas anticarro,
reúnem-se e deslocam-se para a retaguarda.
2 . Forças de segurança garantem a segurança da rotura de combate dos atiradores, e depois
desempenham-se.

3 . Os restantes elementos do Batalhão desempenham-se, por sua vez, utilizando os mesmos


procedimentos.

Á medida que os elementos rompem o combate, o potencial de fogo orgânico do Batalhão vai
ficando reduzido. Estes elementos ficam cada vez mais dependentes dos fogos indirectos, dos
helicópteros de ataque e dos obstáculos, para retardar o inimigo. Se não for possível colocar
potencial de combate numa determinada área, as unidades poderão ter de empregar a
infiltração, em períodos de visibilidade limitada.

SECÇÃO III – ACÇÃO RETARDADORA

0608. DEFINIÇÃO

A acção retardadora uma operação pela qual uma força sob pressão do inimigo troca espaço por
tempo, ao mesmo tempo que provoca um máximo de danos ao inimigo, evitando empenhar-se
decisivamente.
O Batalhão pode ter a missão de retardar quando for empregue como parte de uma Força de
Cobertura. O retardamento pode ocorrer ainda, na Zona de Resistência, quando as forças forem
inadequadas para a defesa.
O Batalhão de Infantaria pode receber a missão de retardar num sector muito extenso, em situação de
economia de forças, por necessidade de concentração de forças noutro local.

0609. FINALIDADE

A finalidade da acção retardadora é opor ao inimigo uma força que obrigue a perder tempo a
concentrar as suas forças a fim de se empenhar e destruir a força de retardamento. O Comandante da
força de retardamento tem quatro tarefas principais:

. Destruir o máximo de forças inimigas possíveis.

. Obrigar o inimigo a desenvolver e levar a cabo sucessivas manobras.

. Nunca se empenhar decisivamente mantendo a força com a liberdade suficiente para manobrar.

. Manter a segurança da força de retardamento.

O Comandante da força de retardamento instala os seus elementos em posições que disponham dos
melhores campos de observação e de tiro possíveis. Quando houver tempo disponível, reforça os
obstáculos naturais e cria novos obstáculos para melhor colocar as forças sob os fogos das suas
armas.
0610. MÉTODOS DE RETARDAMENTO

Uma acção retardadora pode ser realizada em uma única posição, retardar em posições sucessivas,
retardar em posições alternadas, ou através de uma combinação adequada dos dois últimos métodos.
Qualquer um destes métodos pode sofrer alterações consoante for necessário para fazer face à
situação.

a. Retardamento em Posições Sucessivas

Este método de retardamento exige que a força combata de posição em posição, em direcção à
retaguarda, garantindo a sua posse enquanto possível ou durante um período de tempo específico.
As unidades retardam nas/ou entre estas posições.
O retardamento em posições sucessivas é utilizado quando o sector é tão extenso, que as forças
disponíveis não podem mais do que uma linha de posições. Esta forma de retardamento é fácil de
controlar. A desvantagem do retardamento em posições sucessivas é a de que é mais fácil numa
penetração inimiga, porque há menos profundidade, menos tempo para preparar a posição
seguinte, e possivelmente há intervalos entre as unidades.

b. Retardamento em Posições Alternadas

O retardamento em posições alternadas impõe que haja duas unidades de manobra num único
sector. Estes elementos alternam entre si os deslocamentos para a retaguarda. Enquanto uma
unidade está a combater, a outra ocupa posição seguinte à retaguarda, e prepara-se para assumir a
responsabilidade do combate. A primeira força desempenha, faz uma passagem de linha ou
contorna a segunda, e prepara-se para reassumir o retardamento a partir de uma posição mais à
retaguarda, enquanto a segunda força assume o combate.
O retardamento em posições alternadas pode ser utilizado quando o Batalhão tem uma frente
estreita, ou foi reforçado, de forma a garantir uma segurança em profundidade. O método de
posições alternadas garante maior segurança à força de retardamento e mais tempo para preparar
ou melhorar posições de retardamento e mais tempo para preparar ou melhorar posições de
retardamento. É necessária uma coordenação constante de fogo e movimento.

0611. CONSIDERAÇÕES DE PLANEAMENTO (MITM-T)

Há factores básicos que influenciam a escolha do método de retardamento a utilizar e que devem ser
considerados durante a análise do MITM-T.

a. Missão

Ao decidir como retardar, o Comandante de Batalhão deve conhecer perfeitamente as intenções do


escalão superior. O Comandante do escalão superior. O Comandante do escalão superior deve dar
o conceito da operação da Brigada em termos de tempo, terreno (ou espaço) e salvaguarda da
força. Se a intenção do Comandante do escalão superior é a preservação da força, ao mesmo
tempo que deseja o máximo de retardamento, a missão para a operação deve indicar um baixo
grau de risco. Se a intenção visa conduzir o máximo de retardamento em troca de tempo por um
maior desgaste das forças, o retardamento envolve um alto risco. Em tais casos, o Comandante do
escalão superior deve especificar durante quanto tempo o inimigo deve ser detido à frente de uma
determinada linha, posição ou localização.

b. Inimigo
Devem ser utilizados todos os órgãos de pesquisa de notícias para se determinar o potencial
inimigo, a sua localização, a sua mobilidade e as suas possibilidades. O OfInfo faz o seu estudo de
situação e apresenta as conclusões do estudo ao Comandante de Batalhão e/ou ao OfOp, com vista
às possibilidades de actuação do inimigo.
Quanto maior for o potencial de combate do inimigo em relação à força de retardamento mais
favorável se torna fazer o retardamento em posições alternadas.

c. Terreno

O Comandante de Batalhão deve certificar-se de quantas posições adequadas ao retardamento,


dispõe em profundidade; ele também deve verificar quanto tempo pode retardar em cada posição.
As más condições meteorológicas ou a visibilidade deficiente podem conduzir a sectores estreitos.
A visibilidade limitada, bem como a falta de terreno com características defensivas em
profundidade, podem favorecer o retardamento em posições sucessivas, visto que estas facilitam o
comando e controlo.
Os pontos importantes normalmente estão englobados nas posições defensivas de retardamento,
nos pontos de passagem obrigatória e nos itinerários de retirada.

d. Meios e Tempo Disponível

O Comandante de Batalhão deve conhecer perfeitamente quais os meios e o tempo que tem
disponíveis, para o cumprimento da missão.
Se o Batalhão for reforçado com carros de combate, pode-se utilizar o retardamento em posições
alternadas, posicionando-se inicialmente à frente, protegidos por atiradores, permitindo que as
restantes forças de atiradores preparem posições em profundidade. Os carros de combate podem
tirar o máximo partido da sua mobilidade, do seu poder de fogo e da sua protecção blindada, para
rapidamente se deslocarem para uma nova posição. Podem-se utilizar helicópteros de ataque para
uma nova posição. Podem-se utilizar helicópteros de ataque para garantir protecção anticarro,
segurança de flancos, e em sobreapoio para desempenhamento dos atiradores.

0612. PLANEAMENTO DA ACÇÃO RETARDADORA

Normalmente, a posição inicial de retardamento está especificada na OOp para o retardamento ou


num transparente de operações. É também na OOp que serão dadas instruções especificas quanto ao
sector de retardamento e a quantidade de tempo que se tem de retardar. O plano deve ser
suficientemente flexível que possa reagir aos ataques inimigos, quando e onde eles ocorrerem.
Também serão descritos pelas brigadas ou pelo escalão superior o método de retardamento, as linhas
de fase e as posições de retardamento, sucessivas ou alternadas.
Na organização do retardamento, o Comandante de Batalhão faz um plano provisório e dá a directiva
de planeamento ao seu EM. O seu plano deve incluir o seguinte:

a. Organização para o Combate

Baseado nos factores de decisão MITM-T, o Comandante de Batalhão faz a organização para o9
combate, integrando todos os meios necessários, incluindo os elementos dados em reforço, em
apoio directo e em acção de conjunto. Uma acção retardadora exige um planeamento centralizado
e uma execução descentralizada.
b. Comando e controlo

O comando e controlo deve assegurar a organização e a simplicidade, que são essenciais a um


retardamento. O comando e controlo obtém-se através de:

. Medidas de controlo, tais como sectores, linhas de fase, itinerários e postos de controlo de
tráfego.

. Localização/organização do PC e do COT.

. Obtendo uma execução descentralizada, delegando autoridade nos comandantes subordinados,


para agirem face à evolução da situação.

c. Conceito da Manobra

O conceito da manobra é o assunto mais importante a ter em consideração no planeamento da


acção retardadora. Conjugado com o plano de apoio de fogos, ele constitui o parágrafo 3
(Execução) da ordem de operações.
No conceito da operação, o Comandante visualiza como irá levar a cabo a acção retardadora. Ele
pode organizar o retardamento baseado numa série de “emboscadas” por meios das quais o
inimigo é mantido a uma distância segura, retardando os seus movimentos, flagelando-o e
desgastando as suas forças. O conceito da operação pode exigir uma série de planos, tais como
emboscadas, utilização de artilharia, ataques a varrer e contra-ataques. O Comandante pode
descrever o método de retardamento em posições sucessivas ou em posições alternadas, ou uma
combinação de ambos. O Comandante deve estar atento aos intervalos existentes no seu
dispositivo e tomar medidas para as reduzir, considerando o emprego de artilharia, sensores,
patrulhas de segurança e obstáculos.

d. Apoio de Combate

O plano do Comandante indica, de uma forma geral, como serão empregues os meios de apoio de
combate. Estes meios podem incluir:
(1) MORTEIROS

Os morteiros do Batalhão fornecem-lhe um apoio de fogos imediato. Normalmente, a


unidade que melhor partido pode tirar dos fogos de morteiro recebe a prioridade daqueles
fogos. Esta prioridade é determinada pelos EAprx do inimigo e da profundidade com que se
pode observar os fogos. A prioridade dos fogos deve ser flexível. O emprego planeado de
maior número de granadas de fumos para cobrir os deslocamentos, pode levar à diminuição
de grandes explosivos a transportar.

(2) MEIOS ANTICARRO

Normalmente, os meios anticarro ficam sob o controlo do Batalhão. Eles são empregues em
profundidade. Inicialmente, e para bater o inimigo às longas distâncias, o Comandante pode
querer empregar os seus MGACarP o mais à frente possível. Posteriormente, os MGACarP
deslocam-se para posições à retaguarda de forma a garantir fogos anticarro em profundidade
e em sobreapoio à execução do retardamento.

(3) PELOTÃO DE RECONHECIMENTO

Durante o retardamento, o PelRec pode executar diversas missões. Ele pode ser empregue à
frente da posição inicial de retardamento para garantir um alerta oportuno, e fornecer
noticias. O PelRec pode ainda ser utilizado para a vigilância de um flanco, reconhecer os
itinerários que atravessam o sector, estabelecer a ligação com unidades adjacentes, ou vigiar
intervalos entre posições de retardamento, situados num sector muito largo.

(4) ARTILAHRIA

O apoio de fogos para retirada deve ser planeado de forma a bater todo o sector em
profundidade. Durante a retirada, as minas dispensáveis, lançadas pela artilharia, são um
meio excelente para ajudar uma unidade a desempenhar-se ou para fechar um intervalo.

(5) APOIO AÉREO PRÓXIMO

O apoio aéreo próximo é considerado no planeamento do retardamento. Podem ser pedidas


saídas planeadas, e os comandantes subordinados são informados dos procedimentos a
executar nos pedidos imediatos. O apoio aéreo próximo é um excelente meio para auxiliar um
desempenhamento. Ele também pode lançar minas dispersáveis. Se estiver disponível a
utilização do apoio aéreo próximo, este pode revelar-se mais útil do que se utilizar a
artilharia.

(6) HELICOPTEROS DE ATAQUE

Normalmente, os helicópteros de ataque estão sob o controlo operacional da Brigada. Eles


têm excelentes possibilidades anticarro e podem ser empregues rapidamente para proteger
flancos e fechar intervalos. Os helicópteros de ataque podem rapidamente garantir apoio para
o Batalhão se desempenhar do inimigo.

(7) OUTROS MEIOS AÉREOS

A utilização de helicópteros aumenta grandemente a mobilidade da força de retardamento.


Em complemento, estes meios aéreos podem auxiliar na evacuação sanitária, no
reabastecimento, nos reconhecimentos, nos reconhecimentos e no comando e controlo,
através de PC aéreos.

(8) MEIOS DE PROTECÇÃO ANTIAÉREA

O Batalhão deve utilizar os seus meios de protecção antiaérea para proteger as suas forças, os
órgãos logísticos, pontos de passagem obrigatórios e o grupo de comando.
(9) ENGENHARIA

Um ou mais pelotões de engenharia ficam normalmente em apoio do Batalhão numa acção


retardadora. O seu pessoal pode auxiliar na implementação de obstáculos artificias ou na
melhoria dos obstáculos naturais a opor ao movimento do inimigo. A engenharia pode ainda
ser empregue na beneficiação dos itinerários e na preparação de posições para as forças que
retardam.

(10) Deve-se utilizar ao máximo redes de TPF especialmente nas posições iniciais. Devem-se
utilizar ao mínimo as comunicações rádio para evitar que o inimigo localize as posições
amigas. Deve-se também considerar o emprego de outros meios, tais como mensageiros e
sinais pirotécnicos. Podem-se obter meios de guerra electrónica da Brigada para iludir o
inimigo e desorganizar o seu sistema de comando e controlo.

(11) MEIOS DE SEGURANÇA E VIGILÂNCIA

Os sensores terrestres e os dispositivos de vigilância podem garantir alguma segurança sobre


áreas não observadas (flancos, intervalos, espaços mortos, etc.) e durante períodos de
visibilidade limitada.

e. Apoio se Serviços

Para que a acção retardadora possa ter sucesso, o deslocamento dos trens e dos outros meios de
apoio de serviços deve ser feito com oportunidade. Estes meios devem garantir um apoio de
serviços eficaz, ainda que os seus deslocamentos não devam provocar emassamentos do campo
batalha. Os reabastecimentos e os equipamentos e os equipamentos que não possam ser possam
ser utilizados ou evacuados devem ser destruídos, contudo é uma violação à Convenção de
Genebra destruir medicamentos.

(1) CLASSE V

Serão gastas grandes quantidades de munições especialmente de morteiro, de MGACar e de


metralhadora. O plano da acção retardadora deverá incluir previsões para o seu
reabastecimento, tais como pré-posicionamento de munições nas posições sucessivas.

(2) EVACUAÇÃO E HOSPITELIZAÇÃO

É essencial para a moral dos soldados de que, “se for ferido, serei evacuado”. Dado a
possibilidade de intensos combates, deve prever-se um grande volume de baixas. Devem
utilizar-se todos os meios de transporte disponíveis para evacuar os feridos que não podem
andar. Quando possível, os feridos devem ser imediatamente evacuados, para evitar que a
força de retardamento seja atrasada nos seus deslocamentos, devido a eles.
f. Ambiente NBQ

O Comandante de Batalhão deve encarar o emprego das suas forças em ambiente NBQ como uma
acção de rotina, e não como uma operação especial. Em ambiente químico o Comandante pode
escolher o método de retardamento em posições alternadas para dispersar as suas forças e ter
tempo para fazer a descontaminação até poderem deslocar-se para uma posição a partir da qual
outros elementos assumam o combate. Nas posições à retaguarda, a descontaminação poderá ser
completam, e fazer-se a troca de equipamento de protecção, se necessário.

g. Transposição de Cursos de Água

Durante a análise do terreno, o Comandante deve dar prioridade a qualquer obstáculo que tenha de
abrir ou transpor, durante o retardamento, como por exemplo um curso de água. No caso da
transposição de um curso de água os locais de transposição devem ser protegidos. No caso de não
existirem locais de transposição, pode-se utilizar a engenharia para preparar esses locais. O
planeamento evitará que os cursos de possam pôr em perigo o retardamento.

h. Operações Militares em Áreas Urbanizadas

As operações militares em áreas urbanizadas não devem ser consideradas como operações
especiais. Elas devem ser consideradas dentro da análise dos factores da decisão MITM-T. As
áreas urbanizadas podem constituir-se como grandes obstáculos /ou bom terreno defensivo.

i. Visibilidade Limitada

Durante os períodos de visibilidade limitada pode-se facilmente fazer o desempenhamento. A


visibilidade limitada pode ser natural ou ser criada. Podem-se utilizar fumos para mascarar as
forças amigas e confundir o inimigo. Logo que veículos inimigos surjam de dentro dos fumos,
eles são facilmente vistos e batidos. Os dispositivos que tenham capacidade de ver ou disparar
através dos fumos, devem ser concentrados ao longo dos eixos de aproximação mais perigosos. A
visibilidade limitada aumenta a exigência de segurança para a força de retardamento.

0613. EXECUÇÃO DO RETARDAMENTO

A posição inicial é ocupada da mesma maneira como se de uma posição defensiva se tratasse. As
técnicas de segurança e de trabalhos que são aplicados numa defesa são as mesmas a aplicar quando
se conduz um retardamento. A utilização de medidas de decepção pode levar o inimigo a pensar que
irá encontrar uma determinada defesa, aumentando-se assim o retardamento desejado.
Logo que o inimigo se aproxima, ele é batido por fogos de longo alcance. São feitos todos esforços
para lhe infligir o máximo de baixas, desorganizá-lo, e forçá-lo a parar para se reorganizar. Se o
inimigo se concentrar, ele pode ficar sujeito aos fogos do Batalhão.
Num retardamento, deve-se evitar um empenhamento decisivo, a menos que tal seja necessário para
o cumprimento da missão. Cada posição ocupada por uma unidade em primeiro escalão é defendida
até que o inimigo ameace empenhar ou envolver a posição.
O Comandante de Batalhão propõe ao Comandante da Brigada o momento apropriado para
abandonar as posições sem autorização prévia do Comandante da Brigada. O Comandante de
Batalhão pode tomar a decisão de retirar de posições por si seleccionadas, mas tem de coordenar
essa retirada com a unidade superior e unidades adjacentes. A retirada das posições pode começar de
acordo com os planos, à ordem do escalão superior, ou para se evitar um empenhamento decisivo.
Como o Batalhão fica mais vulnerável quando retira de uma linha ou posição, o deslocamento só é
levado a cabo após se ter em consideração as seguintes questões:

. Qual é o efectivo, a competição e a localização da força atacante inimiga? Estão elementos do


Batalhão sob a ameaça de empenhamento decisivo ou de envolvimento?

. Qual o valor da posição que ocupa face ao valor de outras posições a ocupar? Se foram
desenvolvidos muitos esforços na preparação da posição, ou se ela é a ultima de que se dispõe, o
Comandante de Batalhão pode ser forçado a aceitar um empenhamento decisivo.

. Será a sobrevivência da unidade, ou será o tempo de retardamento, o factor mais importante para
o cumprimento da missão? Se o factor é um retardamento prolongado no tempo e o Batalhão
apenas ganhou uma hora num período previsto para cinco horas, então há que fazer todos os
esforços para continuar a manter a posição.

. Podem ser utilizados outros meios, além do abandono da posição, para continuar o retardamento
(fogos convencionais, químicos e nucleares, ataques a varrer, reforços, etc.)?

. Quando se atinge o máximo do retardamento possível, ou o retardamento que foi exigido, começa
o deslocamento para a posição seguinte de retardamento. É importante a coordenação de fogos
entre forças que se deslocam e os elementos adjacentes, de apoio e de sobreapoio. Devem ser
planeados sinais para marcar as posições exactas dos elementos da testa, de flanco e da cauda,
para todas as condições de visibilidade, para se garantir o emprego de todo o potencial de combate
disponível.
Se os elementos do Batalhão estão ameaçados por um empenhamento decisivo ou ficarem
decisivamente empenhados, o Comandante tem várias modalidades de actuação para ajudar o seu
desempenhamento. Indicam-se, por ordem de prioridade, as seguintes opções:

. Atribuindo a prioridade de todos os fogos de apoio indirectos à unidade ameaçada. Este é o


método mais rápido e de maior prontidão de resposta, para aumentar o potencial de combate da
unidade.

. Ordenando às unidades adjacentes para bater objectivos inimigos, na frente da unidade ameaçada.

. Reposicionando elementos de manobra e de apoio de combate a fim de eles poderem apoiar a


unidade; isto pode exigir alterações nas missões ou na organização para o combate.

. Contra-atacando para desempenhar a força. O Comandante de Batalhão deve proceder a uma


análise rápida, mas cautelosa, das potenciais vantagens e inconvenientes desta modalidade de
acção. Se a decisão é contra-atacar, o Comandante assegura-se de que o ataque é realizado com os
cuidados necessários, a fim de que a força de contra-ataque não sofra pesadas baixas, provocadas
pelo segundo escalão do inimigo ou pelos seus elementos de sobreapoio.

Se o Batalhão dispuser de carros de combate ou de helicópteros de ataque, eles devem fazer parte da
força de contra-ataque.
Durante o retardamento, devem ser empregues todas as forças disponíveis. O Comandante de
Batalhão pode designar a ultima força empenhada, para constituir a reserva: Este processo utiliza-se
quando se retarda em posições sucessivas. No retardamento em posições alternadas, a reserva pode
ser constituída por uma força que se encontre à retaguarda, na posição seguinte. A reserva pode ter as
seguintes missões:

. Destacar forças de segurança para a frente da posição de retardamento.

. Contra-atacar.

. Proteger um flanco ameaçado.

. Realizar ataques a varrer.

. Apoiar o desempenhamento.

. Sobreapoiar.

. Assumir a missão de outra unidade.

. Organizar posições de retardamento à retaguarda.

A reorganização das forças deve estar contemplada em NEP. Deve ser feito o recompletamento do
mais importante, a redistribuição de munições e reorganizados os elementos da força. Pode ser
necessário a reintegração de soldados, secções ou pelotões, em outras unidades para manter o seu
potencial de combate: Deve-se estabelecer a cadeia de comando. As guarnições das armas colectivas
devem ter prioridade de recompletamento e o remuniciamento completado, de forma a assegurar a
máxima eficácia na utilização dos sistemas. Os rádios são repostos nas redes mais importantes (por
exemplo na rede de comando e controlo e na rede de tiro). O comando e controlo, no retardamento,
exige uma grande coordenação. A técnica de retardamento em posições sucessivas, que o
Comandante de Batalhão pode controlar de uma posição bem à frente, pode ser mais fácil de
controlar do que o retardamento em posições alternadas. No retardamento em posições alternadas, o
Comandante de Batalhão pode, inicialmente, situar-se numa posição bem à frente, enquanto o
segundo Comandante pode tomar a responsabilidade das forças situadas à retaguarda, uma vez que as
forças em primeiro escalão retirem das suas posições, e ordenar ao segundo Comandante para
reorganizar as forças até então empenhadas e para supervisar a preparação das posições seguintes.

SECÇÃO IV – RETIRADA

0614. DEFINIÇÃO

A retirada é uma operação em que uma força que não está em contacto se afasta do inimigo para
evitar o combate em condições desfavoráveis.
Uma rotura de combate transforma-se numa retirada depois da força principal se ter desempenhado
do inimigo e se organizar em colunas de marcha. Um Batalhão normalmente executa uma retirada
integrada numa GU. Uma retirada pode ter um impacto negativo no moral das tropas amigas. Há que
manter a disciplina e uma acção de comando positiva. Devem ser parados quaisquer boatos
associados à conduta da retirada, mantendo as forças informadas da finalidade da retirada e das
intenções futuras dos Comandantes de Batalhão.
0615. CONCEITO DE RETIRADA

A retirada pode ter lugar para aumentar a distância entre o defensor e o inimigo, para ocupar terreno
mais favorável, para reduzir a distância entre os elementos de manobra e os elementos de apoio de
serviços, obedecer às disposições do comando superior, ou permitir o emprego de uma unidade
noutro sector.
A retirada é planeada da mesma forma do que uma acção retardadora ou uma rotura de combate.

0616. EXECUÇAÕ DE UMA RETIRADA

Numa retirada, o Batalhão escalona-se de forma inversa à empregada na marcha para o contacto.
Estabelece-se a conveniente segurança à frente, nos flancos e à retaguarda. Quando o contacto com o
inimigo é provável, como é o caso de uma retirada precedida de uma rotura de combate,
normalmente emprega-se uma forte guarda na retaguarda. Se o inimigo atacar a retaguarda, a guarda
da retaguarda adoptará as técnicas e táctica da acção retardadora, para aumentar a distância entre o
grosso da força e o inimigo, para que aquela fique fora do alcance dos fogos e da observação do
inimigo.

CAPITULO 7

OPERAÇÕES QUE NECESSITAM DE CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS

SECÇÃO I – GENERALIDADES

Este capítulo engloba quatro tipos de operações que necessitam de considerações especiais:

. Rotura de um cerco.

. Operação de junção.

. Passagem de linha.

. Rendição na posição.

Estas operações necessitam de considerações únicas, quer no planeamento, quer na execução, apesar
de se aplicarem as tácticas e as técnicas apropriadas a outras operações.

SECÇÃO II – ROTURA DE UM CERCO


0701. DEFINIÇÃO

Rotura de um cerco é uma operação ofensiva levada a cabo por uma força cercada. Uma rotura é
normalmente constituída por um ataque (penetração) efectuado por uma força de rotura para abrir
uma brecha, através das forças que estão a efectuar o cerco.
Um cerco pode ser intencional ou não intencional. O inimigo pode cercar intencionalmente uma
força para a fixar ou para a destruir. O inimigo pode cercar uma força, ultrapassando-a, ao atacar
para conquistar objectivos mais profundos ou para manter o ímpeto do ataque. Uma unidade pode
ficar cercada quando executa uma operação ofensiva, uma operação defensiva ou uma operação
retrógrada. É de admitir que uma unidade seja cercada e não o saiba e que o inimigo cerque uma
unidade, e também não o saiba.
Ao nível Batalhão, é de se presumir que os cercos ocorrem normalmente sem intenção. As tácticas
do inimigo determinam que se mantenha o ímpeto e se ultrapasse unidades para atacar objectivos
profundos. Consequentemente, uma força defensiva pode ter forças inimigas à sua retaguarda ou ao
seu lado, e ter de se opor aos segundos escalões da força inimiga.
Considera-se que uma força está cercada, quando uma força inimiga lhe cortou todos os itinerários
terrestres de evacuação e de reforço. Em operações que envolvem grande mobilidade, o Comandante
de Batalhão deve fazer planos para fazer face à possibilidade de ser cercado.

0702. CONSIDERAÇÕES DE PLANEAMENTO (MITM-T)

Uma unidade cercada deve tomar imediatamente medidas para preservar as suas forças e para decidir
quando irá executar a rotura do cerco. Uma análise do MITM-T facilitará o planeamento para a
acção a executar imediatamente e para executar a rotura do cerco.

a. Missão

Uma força que foi cercada pode assumir uma nova missão ou continuar a missão anterior. O
Comandante, com autorização do escalão superior, escolhe uma modalidade de acção, a qual virá
a ser a missão. As suas opções são as seguintes:

. Continuar a defender ou assumir uma posição defensiva e esperar por uma junção de forças
amigas.

. Fazer uma rotura do cerco para continuar ou assumir uma missão ofensiva.

. Fazer uma rotura de cerco para fazer a junção com elementos amigos.

Quando uma força verifica que está cercada, há tarefas especificas que ela tem de executar e que são
essenciais à preservação da força.

. Estabelecer uma defesa em perímetro.

. Estabelecer uma cadeia de comando, em que o Oficial mais graduado ou mais antigo assuma o
comando. Durante o cerco, é possível que outras unidades amigas fiquem também cercadas. A
força cercada deve então ser organizada, ficando o Oficial mais antigo, ou mais graduado, a
comandá-la.

. Organizar/consolidar todos os meios disponíveis. Unidades e soldados devem ser organizados


numa força coesa. Durante a reorganização todos os elementos de manobra, de apoio de combate
e de apoio de serviços são incluídos quer na defesa quer na rotura do cerco. O pessoal de apoio de
serviços pode ser utilizado para recompletar os elementos de manobra.

. Tentar comunicar com o escalão superior. Se se pode estabelecer as comunicações com o escalão
superior, um esforço coordenado com aquele comando aumentará a possibilidade de
sobrevivência da força cercada. O Comandante da força cercada dá uma estimativa da sua
situação e pede instruções de junção ou para executar a rotura do cerco. Em qualquer dos casos, o
apoio de fogos e o apoio logístico do escalão superior devem ser integrados na operação.

. Manter o Moral. A possibilidade dos abastecimentos escassearam, sem esperança de


reabastecimento, e o medo de se ficar cercado, apresentarão diversos desafios ao comando. A
moral deve ser mantida para que a força mantenha a sua eficácia. Para reforçar a sua moral, os
soldados devem ser informados das ordens do comando superior e dos planos para a rotura do
cerco ou de junção das forças amigas.

b. Inimigo

Parta planear a rotura de um cerco é necessário ter uma estimativa do potencial do inimigo, das
suas intenções e do seu dispositivo. A pesquisa de notícias ajudará a determinar se uma unidade
está cercada e identificará as vulnerabilidades ou intervalos no dispositivo inimigo. Se são
detectados int6ervalos, deve-se manter uma vigilância constante sobre eles para garantir que a
força cercada não fique comprometida quando tentar passar por ele. As notícias mais recentes são
importantes para determinar a direcção da rotura do cerco.
As notícias podem indicar que o inimigo não se apercebeu de que tem uma unidade cercada, ou
podem confirmar de que o inimigo planeia executar um cerco. Se a intenção de o inimigo é de
completar o cerco, ele pode estabelecer fortes posições de detenção sobre os possíveis eixos de
saída da área cercada, empregando elementos de vigilância entre aquelas posições. Assim sendo,
quando se planeia uma rotura de cerco sem se terem noticias seguras, deve-se evitar os itinerários
que possam levar às posições de detenção do inimigo.

c. Terreno

As forças amigas devem tirar todas as vantagens ofer4ecidas pelo o terreno. A força cercada,
enquanto está numa situação defensiva, tem a vantagem de estar familiarizada com o terreno. Os
itinerários de saída do cerco já reconhecidos, devem facilitar os factores de planeamento e de
tempo. Devem-se utilizar as posições defensivas já existentes, contudo, por que a força está
cercada, a postura defensiva tem de ser modificada para uma defesa em perímetro. Os períodos de
visibilidade limitada podem auxiliar a execução de uma infiltração como forma de se escapar de
um cerco.
d. Meios e Tempo Disponível

A força cercada pode ser constituída por um Batalhão ou por uma mistura de forças amigas. O
Batalhão pode ser um elemento subordinado de uma GU cercada. Em qualquer dos casos, é
necessário fazer-se uma estimativa das possibilidades e do potencial e do potencial das forças. As
forças devem ser organizadas e integradas numa força de rotura de cerco, de forma a assegurar-se
a unidade de comando.
Um Batalhão cercado apresenta-se como um objectivo remunerador para armas nucleares,
químicas ou de artilharia. Consequentemente, é necessário dispersar as forças em conjugação com
outras medidas que possam ser tomadas.
Inicialmente, o tempo disponível pode ser o factor mais importante. Se o inimigo pretende cercar
completamente a força, ele terá de ter tempo para redistribuir e posicionar as suas forças. Neste
espaço de tempo, antes de ocorrer um cerco completo, a rotura do cerco terá de ser realizada.

0703. PLANEAMENTO DA ROTURA DE UM CERCO

A necessidade de decidir rapidamente não pode levar a que o Comandante realize uma rotura de
cerco sem um planeamento adequado.
No planeamento da rotura de um cerco, é muito importante manter informados os subordinados das
instruções do comando superior. Se os comandantes subordinados estiverem informados dos planos
do seu Comandante, o planeamento da rotura do cerco será facilitado. Por exemplo, o conhecimento
das operações ulteriores podem auxiliar o Comandante da força cercada no planeamento da direcção
da sua rotura. O da rotura do cerco deve incluir as seguintes considerações:

. O momento adequado para tentar a rotura do cerco.

. As vulnerabilidades do inimigo e com elas podem ser explorados.

. O melhor itinerário a seguir para fazer a junção com as unidades amigas.

. Aumentar o potencial de combate integrando pessoal de apoio de serviços nas unidades de


manobra como elementos combatentes.

. Destruição de equipamentos e abastecimentos não essenciais.

. Utilização de sinais de reconhecimento a quando da junção com as forças amigas.

. Estabelecer linhas de controlo/coordenação de fogos.

O plano da rotura de cerco será pormenorizado é organizado em quatro núcleos de forças funcionais.

a. Força de Rotura

A força de rotura será constituída por elementos de manobra com potencial suficiente para
penetrar a linha inimiga. O potencial da força atacante é organizado com base no conhecimento do
potencial do inimigo. Pode-se obter um PRC favorável através da surpresa, do potencial da força,
da mobilidade e do potencial de fogo. A força de rotura tem de ter capacidade para alargar a
brecha feita pelo ataque e manter os flancos até cercadas passarem por ela.
b. Força de Reserva

A reserva segue a força de rotura para manter o impacto do ataque ou para garantir os objectivos
de rotura. Se a força de rotura mantém os flancos da brecha, a reserva normalmente assume a
missão daquela força e será o elemento testa. Se a reserva mantém os flancos da brecha, é
empregue como guarda da retaguarda após a retirada dos restantes núcleos das forças.

c. Grosso – Apoio de Combate/Apoio de Serviços

Estes elementos são constituídos essencialmente pelos Trens, pelos veículos vazios, soldados
feridos, e por aqueles elementos de apoio de combate que não foram dados em reforço a qualquer
um dos outros núcleos de forças. Estes elementos deslocam-se em conjunto sob o controlo de um
Comandante (Comandante). Para facilitar o movimento para fora da área cercada, deve-se ter um
controlo apertado sobre o tráfego nos itinerários.

d. A força coberta é constituída por um núcleo de elementos e equipamento deixados no perímetro


para garantir protecção aos ataques de rotura e de diversão (se planeado). Em complemento com a
missão de garantir a segurança, estes elementos devem iludir o inimigo quanto às intenções da
força cercada. A força de cobertura deve ter um volume suficiente para manter a integridade da
defesa. Uma vez iniciada a rotura do cerco, a força de cobertura desempenha-se ou retarda.

0704. ORGANIZAÇÃO DA ROTURA DE CERCO

Há dois métodos para organizar a rotura de um cerco. Primeiro, se a força cercada é principalmente
constituída por unidades de um Batalhão de Infantaria, pode ser mantida a integridade da unidade
atribuindo áreas funcionais, como missões ás Companhias (por exemplo, a 1CAt pode ser a força de
rotura, a 2CAt pode ser a força de reserva, a 3CAt pode ser a força que garantirá a segurança, e
elementos da Companhia de Apoio de Combate poderão executar um ataque de diversão). Segundo,
um Batalhão pode ser somente parte de uma força cercada, a maior parte da qual é constituída por
uma mistura de unidades. Nestas circunstâncias, a força cercada deve ser organizada numa unidade
de combate coesa. A coesão da unidade pode ser obtida organizando as unidades disponíveis em
quatro elementos cada um com potencial suficiente, e atribuindo a cada um destes elementos uma
função. Se a identidade das unidades se perdeu, pode ser fácil organizar a força de acordo com as
funções a executar e identificando-as com essas funções: força de rotura, força de reserva, força de
cobertura ou como grosso da força.
Se não existir potencial de combate suficiente para criar uma brecha ou se o Batalhão está localizado
em terreno arborizado, uma infiltração durante um período de visibilidade limitada pode oferecer
maiores possibilidades de executar uma rotura de cerco com sucesso.
O plano de rotura de um cerco deve incluir disposições sobre a destruição de equipamento e
abastecimento desnecessários.

a. Comando e Controlo

As principais tarefas de uma rotura cerco são a coordenação do deslocamento e a integração dos
fogos de apoio. Durante a rotura, o Comandante deve situar-se onde melhor possa influenciar o0
ataque de rotura. Uma boa localização pode ser atrás do ataque de rotura ou no perímetro próximo
do ponto de rotura, para o deslocamento da reserva. O 2º Comandante pode ser utilizado como
Comandante de força de cobertura. Normalmente são estabelecidas medidas de controlo restritivas
para a rotura do cerco para facilitar o comando e controlo. Estas medidas incluem:

(1) OBJECTIVOS

Os objectivos podem ser indicados para localizações do inimigo ou para posições do terreno.
No mínimo, um objectivo pode ser escolhido como ponto onde o ataque de rotura irá
penetrar. Podem ser indicados objectivos subsequentes, em profundidade, assentes em
características de terreno bem definidas, para assegurar um movimento agressivo para fora da
área cercada.

(2) LINHAS DE FASE

As linhas de fase são utilizadas para coordenação e controlo. Elas estão normalmente
assentes sobre características de terreno facilmente identificáveis, que atravessam a Zona de
acção.

(3) LINHA DE PARTIDA

É designada uma LP para coordenar o emprego das unidades de ataque, no mesmo


especificado para a sua execução.

(4) DIRECÇÃO DE ATAQUE

A direcção de ataque é uma direcção específica ou um itinerário que o ataque principal ou o


grosso da força deve seguir. A direcção de ataque é mais restritiva do que um eixo de
progressão e as unidades não estão livres para manobrar para fora do itinerário atribuído.

O faseamento no tempo e os meios pirotécnicos são outras técnicas de controlo que auxiliam a
execução de uma rotura de cerco. O faseamento no tempo é utilizado para iniciar uma sequência
de acontecimentos, tais como um ataque de diversão. Os meios pirotécnicos são utilizados para
levantar e mudar os fogos, para sinalizar o emprego da reserva ou para sinalizar o início do ataque
de diversão.

b. Apoio de Fogos

As forças cercadas podem ter apoio de fogos disponíveis. Se assim for, estes meios ficam sob
controlo centralizado, e a coordenação do apoio de fogos é integrada no plano da rotura de cerco.
Uma vez começada a rotura, a artilharia pode ser usada em tiro directo. Adicionalmente, pode ser
pedido apoio de fogos ao escalão superior, se este estiver dentro do seu alcance.

c. Feridos

Todos os feridos que estejam em condições de combater devem realizar tarefas compatíveis com o
seu estado. O pessoal que não esteja em condições de cuidar de si próprio deve ser evacuado, se
houver meios disponíveis. O estado moral da força ficará grandemente abalado se os feridos
forem abandonados. No entanto situações haverão em que o transporte de feridos pode levar à
destruição do Batalhão. Se bem que deixar feridos, acompanhados por pessoal do serviço de
saúde, seja uma opção pouco desejável, a preservação da força constitui a responsabilidade
fundamental do Comandante.

d. Equipamento e Abastecimentos

As viaturas inoperacionais e os abastecimentos em excesso devem ser destruídos. Os


abastecimentos da classe III e V devem ser conferidos e redistribuídos. Nenhum equipamento
deve ser levado para fora do cerco que não possa ficar guarnecido ou que não possa ser objecto de
manutenção. A destruição do equipamento em excesso, se for executada prematuramente, pode
alertar o inimigo acerca da intenção do Batalhão; em consequência, o equipamento pode ser
destruído no momento exacto, isto é, quando começar a operação da rotura de cerco. Um dos
métodos para tornar o equipamento inoperacional é o de desmontar os seus componentes
essenciais. O Comandante deve pesar cuidadosamente as possibilidades de sucesso da tentativa da
rotura de cerco. A destruição prematura do equipamento pode resultar numa perca de meios
críticos se a rotura de cerco falhar. Os medicamentos não devem ser destruídos; fazê-lo é
violar a Convenção de Genebra.

0705. EXECUÇÃO DE UMA ROTURA DE CERCO

Visto que o segredo e a segurança são essências na execução de operações de rotura de cerco, deve-
se determinar uma sequência cuidadosa de acontecimentos e dissiminá-los por todas as unidades
participantes. Há três formas de executar uma rotura de cerco.
No primeiro método, se a situação do inimigo o permitir, o Comandante pode estabelecer a
segurança, atribuindo essa missão de segurança a uma Companhia, ou a uma Companhia reforçada,
que ocupará o perímetro defensivo. As restantes unidades devem ocupar posições dentro do
perímetro e prepararem-se para a rotura de cerco. A principal vantagem deste método é que é
necessário um mínimo de movimentos para organizar e posicionar as unidades para executar a rotura
de cerco. A desvantagem é de que, a menos que a rotura seja executada imediatamente, o
emassamento das forças dentro do perímetro pode resultar em pesadas baixas.
O segundo método para executar uma rotura de cerco pode ser utilizado quando a situação do
inimigo exige que o perímetro seja ocupado por todas as forças disponíveis. Quando chega a hora
para executar a rotura, as forças de segurança ficam no perímetro para iludir o inimigo quanto às
intenções do Batalhão e para proteger a concentração das forças de rotura e das forças do ataque de
diversão. A força de segurança é constituída por elementos deixados em contacto, enquanto o
remanescente das unidades se desloca para iniciar a rotura. São essenciais uma coordenação e
execução adequadas para que se evitem paragens e para manter o ímpeto, uma vez iniciada a rotura.
O terceiro método para executar uma rotura de cerco é melhor utilizado em condições de visibilidade
limitada. Quando o Comandante chega à conclusão de que não é possível um ataque com sucesso
para a rotura de um cerco, então pode ser necessário que o Batalhão execute uma infiltração em
segredo para sair da área cercada. A força cercada é organizada em pequenos grupos, sob o comando
dos comandantes das unidades de baixo escalão, e infiltra-se através dos intervalos da força de cerco,
utilizando o segredo, a visibilidade limitada e a surpresa. A infiltração pode exigir a destruição das
principais armas e abastecimentos, por forma a que eles não caiam nas mão do inimigo. Se possível
os feridos e outros indisponíveis são levados com força. Contudo as circunstâncias podem não
permitir que isto seja feito, dando-se prioridade a preservação da integridade da força. Em tais casos,
os feridos são deixados com pessoal acompanhante e medicamentos suficientes. Nos dois primeiros
métodos para executar uma rotura, a sequência de procedimento é a seguinte:
. É executado vigorosamente o ataque de diversão para iludir o inimigo quanto ao ataque de rotura.
No ataque de diversão as medidas de decepção, o potencial de assalto e os fogos de apoio devem
ser adequados, de forma a convencer o inimigo de que se trata da verdadeira tentativa de rotura de
cerco. Não se pode deixar de lado a possibilidade de o ataque de diversão ter sucesso. Se a
possibilidade se concretizar, o Comandante deve estar preparado para explorar o seu sucesso.

. O ataque de rotura começa logo que o ataque de diversão desviou a atenção do inimigo; ele é
dirigido contra o ponto fraco do inimigo. Todavia, outras considerações podem levar a que o
ataque de rotura seja conduzido na direcção das forças amigas ou para atacar um objectivo.

. A reserva assegura que seja mantido o ímpeto do ataque de rotura. Ela pode estar posicionada
dentro do perímetro ou pode ser designada para defender o perímetro. A designação da reserva
para defender o perímetro permite que esta fique em posição, mantendo a integridade do
perímetro e efectue menos deslocamentos. Logo que a força de rotura passa através da porção do
perímetro atribuída à reserva, está criada uma brecha. A força de rotura garante os flancos da
brecha, enquanto a força de reserva passa através da brecha e continua o ataque. O sucesso das
operações de rotura de cerco, depende em larga medida da velocidade de execução. Uma vez
executada a rotura, os elementos do Batalhão devem deslocar-se rapidamente para fora da área
cercada.

. A força do ataque de diversão, as unidades de apoio de combate e de apoio de serviços e as forças


de segurança retiram à ordem, e seguem a força de reserva. Quando todas as forças cercadas
tiverem passado pela brecha, a força de rotura retira, preparada para combater como força de
segurança à retaguarda. Uma vez fora da área cercada, o ataque continua até à junção com as
unidades amigas ou até à conquista dos objectivos de ataque. Durante este tempo, tomam uma
formação que garante o máximo de velocidade e de segurança à frente, nos flancos e à retaguarda.

No terceiro método para a execução de uma rotura de cerco, ocorre a seguinte sequência:

. Para uma infiltração executada em viaturas, um Batalhão organiza-se em pequenos grupos,


mantendo, dentro do possível, a integridade da unidade. Todos os equipamentos e abastecimentos
que não sejam essenciais são tornados inoperacionais e deixados no lugar. Á hora indicada,
começa a infiltração, utilizando a visibilidade limitada e os ruídos do campo de batalha para
mascarar o deslocamento da força.

. A mesma sequência para uma infiltração apeada – apenas merecem considerações especiais os
feridos e o equipamento. Em complemento, e devido ao potencial risco de uma infiltração apeada,
deve-se determinar, primeiro, de que a decisão de utilizar este método de infiltração compensa os
riscos envolvidos, o segundo, que este método garante uma oportunidade exequível para o
Batalhão encontrar as linhas amigas.

Se a rotura de cerco fracassar o Comandante deve restaurar imediatamente a defesa em perímetro. É


necessário reorganizar imediatamente para substituir o pessoal nos lugares mais importantes e fazer a
redistribuição de munições e equipamento. Nesta altura, o Comandante reagrupa e começa o
planeamento de sua próxima modalidade de acção.
SECÇÃO III – OPERAÇÕES DE JUNÇÃO

0706. DEFINIÇÃO

Uma junção é uma operação que envolve o encontro de forças terrestres amigas (por exemplo,
quando uma força terrestre encontra uma área previamente conquistada por uma força
aerotransportada ou aeromóvel, quando uma força cercada rompe o cerco para se juntar às forças
amigas, ou quando forças em manobra convergente se encontram). A operação de junção pode fazer
parte de operações aerotransportadas ou aeromóveis, um ataque para apoiar a rotura de forças
cercadas, ou um ataque para juntar uma força de infiltração. O Batalhão pode participar numa
operação de junção como parte de uma GU, ou executá-la com os seus próprios recursos.
Uma operação de junção exige uma coordenação e um planeamento detalhados dos movimentos, dos
fogos, das medidas de controlo e dos procedimentos de identificação. Antes da operação deve-se, se
possível, proceder à troca de oficiais de ligação. O comando que dirige a operação de junção
estabelece as relações de comando. Dependendo da missão posterior à junção, qualquer força pode
ser dada em reforço à outra ou ambas ficam sob o controlo do comando que dirige a operação.

0707. CONSIDERAÇÕES DE PLANEAMENTO (MITM-T)

a. Missão

A missão de uma força de junção é a de chegar intacta ao ponto de junção o mais rapidamente
possível. A junção pode ser similar a uma marcha para o contacto, excepto no que respeita às
forças inimigas e aos obstáculos que se deparam à força, até à junção, que deverão ser objecto de
contornamento ou transposição. Sempre que possível deve-se evitar um empenhamento decisivo.

b. Inimigo

Durante o planeamento de junção, uma informação detalhada acerca do inimigo ajudará na


determinação dos itinerários para a área do objectivo. A localização do inimigo e o seu potencial
são informações específicas, absolutamente necessárias. Estas informações permitem que as
unidades amigas evitem o inimigo, tais como a sua mobilidade, auxiliará na determinação da
melhor forma de deslocar as forças de junção. Os meios de transporte aeromóvel podem ser
utilizados para compensar o diferencial de mobilidade e para rapidamente fazer a junção de
forças.

c. Terreno

São planeados itinerários para o objectivo no terreno de menos provável utilização pelo inimigo,
mas em terreno que favoreça a mobilidade da força de junção. Uma das técnicas que pode ser
utilizada é a infiltração das forças de junção, a qual exige uma cuidadosa selecção e coordenação
do itinerário de infiltração. A segurança pode ser reforçada, deslocando a força a coberto da
visibilidade limitada.

d. Meios e Tempo Disponível

O Batalhão é organizado de uma forma idêntica a uma marcha para o contacto (por outras
palavras, é garantida a segurança à frente, nos flancos e à retaguarda por forma a garantir um
alerta oportuno ao grosso da força). Aplica-se princípio do empenhamento inicial com o inimigo
com o mínimo de forças possíveis. O tempo disponível pode influenciar o método de
deslocamento.

0708. PLANEAMENTO DE UMA JUNÇÃO

a. Manobra

As forças de junção devem proceder à troca dos respectivos esquemas de manobra para se
assegurarem de que eles são compatíveis. As alterações ao esquema de manobra de uma força
devem ser objecto de coordenação com a outra força. Devem ser trocados os planos de apoio de
fogos, e estabelecidas as medidas de controlo. Se a situação táctica o permitir, o Pelotão de
Reconhecimento está apto a executar a ligação entre as unidades para assegurar uma coordenação
oportuna.

b. Medidas de Controlo

As medidas de controlo são objecto de coordenação, tais como pontos de junção, pontos de
referência, zonas de acção, linhas de fase, eixos de progressão ou direcções de ataque. Os pontos
de junção são especialmente importantes. Se necessário, são escolhidos pontos de junção de
alternativa; o número de pontos de junção depende das características do terreno e dos eixos de
progressão das forças. Estes pontos devem ser facilmente identificáveis no terreno, e podem estar
sujeitos a ajustamentos durante a conduta.

c. Fogos

A linha de Coordenação de Fogos (LCF) é a principal medida de controlo de fogos, empregue


pelo Batalhão. É a linha para além da qual nenhuma força pode desencadear fogos sem prévia
coordenação com a outra força. Á medida que a junção entre duas unidades se torna eminente, a
LCF pode ser ajustada em conformidade com a situação táctica. O ajustamento da LCF exige uma
estreita coordenação e deve ser planeado antes da operação. O emprego de sucessivas linhas de
fase entre duas forças, e de LCF à ordem, podem contribuir para a coordenação e controlo da
progressão.

d. Logística

Em operação de junção que envolvam grandes distâncias, o Batalhão pode exceder a sua
capacidade de transportes; então, ele necessitará de ser reforçado com viaturas ou de ser
reabastecido por via aérea.
Quando a área do objectivo tem de ser defendida conjuntamente pela força de junção e pela força
aerotransportada ou aeromóvel, os reabastecimentos para a força de junção podem ser
transportados por via aérea até à área do objectivo e aí serem pré-posicionados.
A evacuação dos equipamentos e de indisponíveis pode criar graves problemas à força de junção;
se os itinerários de reabastecimento não estiverem cortados, aplicam-se os procedimentos normais
de evacuação; quando os itinerários terrestres de reabastecimento não forem seguros, podem ser
utilizados helicópteros para a evacuação das baixas, enquanto que o equipamento danificado pode
ser transportado com a força de junção até que haja oportunidade para a sua evacuação.
e. Comando e Controlo

O comando que ordena a operação de junção fixa as relações de comando e as responsabilidades


das forças envolvidas na operação, incluindo a hora e local da junção. Quer a força de junção quer
a força com a qual é feita a junção podem ficar sob o controlo do comando que ordena a operação,
ou qualquer das forças podem reforçar a outra ou ainda ficar sob o seu controlo operacional.
Durante o planeamento, normalmente estabelece-se a ligação, que continua por toda a operação. À
medida que aumenta a distância entre as forças, aumenta a necessidade de coordenação. Os meios
aéreos são bastantes úteis para se obter esta coordenação. No mínimo, deve-se proceder à troca de
oficiais de ligação, como é indicado para a passagem de linhas (Secção IV). Normalmente os
comandantes/oficiais de operações, conduzem esta acção.
As transmissões estabelecem-se fundamentalmente por via rádio, procedendo-se também à troca
de instrução temporárias de transmissões (ITTM) e ao estabelecimento de uma rede rádio
comum.

f. Procedimento de Identificação

Deve ser definido um sistema de identificação mútuo, para evitar que as unidades amigas façam
fogo uma sobre a outra. Tal sistema pode abranger meios visuais, tais como, braçadeiras, painéis,
bandeira, sinais nas viaturas, códigos de luzes, fumos, dispositivos de infra-vermelhos, radares ou
sinais de mãos e braços. Embora menos desejáveis, os sinais sonoros são muitas vezes necessários
em terreno restritivo ou durante períodos de visibilidade limitada (apitos, buzinas e senhas e
contra-senhas).

g. Planos de Contingência

Antecipadamente, estabelecem-se acções a serem levadas a cabo após se concretizar a junção das
forças. A força de junção pode reforçar ou assumir a defesa da área, executar um ataque
coordenado, ou passar pela área de junção e continuar o ataque. Podem ser feitos planos de
alternativo com a finalidade de que a força de junção possa alcançar o ponto de junção no
momento previsto. Os planos de contingência devem incluir os fogos de apoio, o apoio aéreo
próximo e o reabastecimento aéreo.

0709. EXECUÇÃO DE UMA OPERAÇÃO DE JUNÇÃO

a. Junção de Unidade em Movimento

A junção entre duas unidades em movimento é a mais difícil de coordenar. Á medida que a junção
das unidades se torna iminente, maiores são os riscos de elas se atingirem mutuamente com os
fogos; por isso as unidades testa das suas forças devem ajustar reciprocamente a respectiva
progressão e devem manter uma coordenação permanente numa rede rádio destinada a esse fim.
Uma vez estabelecido o contacto os elementos testa informam a respectiva unidade e preparam-se
para a guiar até à outra unidade. Os elementos testa podem ser empregues para manter o contacto
entre as duas unidades, caso não tenha sido planeado qualquer integração física. Se a missão a
cumprir após a junção, ou entre elas, ou se exigir que as unidades integram as suas forças, devem
seguir guias com o elemento testa. Se possível uma ou ambas as forças devem fazer um pequeno
alto antes de se realizar a junção.
b. Junção de uma Unidades em Movimento com uma Unidade Estacionada
A junção entre uma força em movimento e uma força estacionada exige uma coordenação
detalhada, particularmente se a força estacionada se encontrar sob pressão do inimigo. A força
estacionada se encontrar sob pressão do inimigo. A força em movimento orienta o seu
deslocamento em direcção à força estacionada e mantêm-se informadas da sua localização. A
força estacionada guia, via rádio, o elemento testa até ao ponto de contacto, ou pode, se a situação
do inimigo o permitir, destacar uma patrulha para se reunir a força em movimento e guiá-la. Os
guias facilitam a passagem nos campos de minas e em outros obstáculos defensivos situados na
frente e no interior do sector defensivo da força estacionada. A força estacionada deve estar
preparada para recolher a força em movimento, fornecer guias para a sua posição e se necessário,
posicioná-las. Se a ambas as forças foi ordenado para se integrarem, elas estão extremamente
vulneráveis a ataques inimigos, quando se reunirem. Os guias devem encaminhar, com rapidez e
eficiência, a força em movimento.

SECÇÃO IV – PASSAGEM DE LINHA

0710. FINALIDADE

Uma passagem de linha é executada para permitir que uma unidade passe através de uma unidade
estacionada, como quando elementos de uma força de cobertura retira para aquém da OAZR. Uma
passagem de linha pode ser executada em operações ofensivas, defensivas ou retrógradas. Uma
passagem de linha pode ser realizada para a frente ou para a retaguarda da força estacionada. Um
plano e uma execução deficientes de uma passagem de linha, pode resultar na perca de homens e
equipamento, num insucesso em manter a sequência da acção, ou dar azo que unidades amigas
combatam entre si. Na execução de uma passagem de linha é essencial a coordenação e controlo.

0711. CONSIDERAÇÕES DE PLANEAMNETO (MITM-T)

a. Missão

Normalmente, uma passagem de linha tem a categoria de tarefa implícita, dentro de uma missão
atribuída. Por exemplo, se um Agrupamento, está em Zona de Reunião, recebe a missão de “atacar
às 0500 para conquistar o Objectivo Azul”, então esta missão implica que terá de executar uma
passagem de linha. A missão de uma passagem de linha é a de passar através de uma força com a
velocidade, em segredo e com segurança.

b. Inimigo

Antes de se executar uma passagem de linha, deve-se analisar o dispositivo inimigo de forma a
assegurar que a não coloque numa força amiga face a um ponto forte do inimigo. Devem ser
escolhidos pontos de passagem que explorem os intervalos no dispositivo inimigo. Deve-se ter em
consideração as possibilidades e intenções do inimigo porque um ponto de passagem apenas pode
provocar o emassamento das forças, fazendo com que as forças amigas fiquem vulneráveis a
fogos convencionais, nucleares ou químicos. Se uma unidade está a executar uma rotura de
combate e está a fazer uma passagem de linha, o Comandante deve prever que pressão o inimigo
pode exercer.
c. Terreno

O terreno a utilizar deverá impedir o ajustamento dos fogos do inimigo e garantir bons cobertos e
abrigos para a passagem de linha. Ao mesmo tempo, os itinerários utilizados deverão facilitar os
movimentos. Durante os períodos de visibilidade limitada, a passagem de linha torna-se-á mais
fácil através de um reconhecimento completo e utilizando o máximo de medidas de controlo.

d. Meios e Tempo Disponível

Os meios e o tempo disponível têm uma relação directa na forma como irá ser executada a
passagem de linha. As unidades que executam a passagem de linha devem utilizar diversos
itinerários para passar através das posições da unidade estacionada e evitar a utilização de Zonas
de Reunião e outras paragens dentro das posições. Um Batalhão que executa uma passagem de
linha normalmente necessita de diversos pontos de passagem. Diversos pontos de passagem
exijam um plano mais centralizado e pormenorizado e aumenta a necessidade de controlo do
Comando devido à sua execução descentralizada. O tempo necessário à execução da passagem de
linha depende da missão, a qual pode influenciar o número de pont6os de passagem necessários.
A passagem de linha deve dar a máxima importância à velocidade para evitar a aglomeração das
forças.

0712. PLANEAMENTO DE UMA PASSAGEM DE LINHA

O Batalhão está particularmente vulnerável durante uma passagem de linha. O pessoal e as unidades
podem estar mais concentrados do que é desejável, os fogos da unidade estacionada só
temporariamente é que podem ser executados com eficiência e com segurança e a unidade que faz a
passagem de linha pode não se encontrar em condições adequadas para reagir a acções do inimigo.
Tornam-se indispensável um reconhecimento e uma coordenação detalhados, para que a passagem
de linha se realize rápida e ordenadamente.

a. O plano Provisório

O Comandante da Unidade que faz a passagem de linha faz um plano provisório respeitante ao
conjunto da operação. O plano inclui:

(1) ORGANIZAÇÃO

É mantida a integridade da unidade/agrupamento para garantir um melhor comando e


controlo.

(2) ORDEM DE MOVIMENTO

É indicada uma ordem de movimento, baseada no número de pontos de passagem, grau de


segurança necessário, situação do inimigo, terreno, e a formação que o Batalhão utilizará
após a passagem. Uma ordem de movimento diminui a confusão e o congestionamento das
unidades, atribuindo prioridades a quem se desloca e quando.
(3) SEGURANÇA

O Pelotão de Reconhecimento pode ajudar na passagem de linha, vigiando a área entre o


inimigo e o Batalhão, garantindo um alerta oportuno e uma protecção limitada. Deve ser
reforçada a disciplina dos ruídos, de luzes e da utilização dos rádios.

(4) COMANDO E CONTROLO

As técnicas de comando e controlo dependem sobretudo do número de pontos de passagem.


O ideal é que sejam estabelecidos diversos pontos de passagem, o que irá favorecer um
controlo descentralizado. O Comandante deve decidir como melhor pode influenciar a acção
e posiciona-se de acordo com tal decisão. Por exemplo, se o Batalhão está a executar uma
passagem de linha para atacar um objectivo para lá da OAZR, o Comandante provavelmente
seguirá a unidade testa.

b. Transferência de Responsabilidade

O momento ou as circunstâncias em que se procede à transferência do comando da zona de acção,


ou do sector defensivo, são definidos por acordo mútuo entre os dois comandantes. O
Comandante do Batalhão que vai atacar, assume a responsabilidade da zona de acção quando ele
tem pelo menos uma Companhia e um elemento de controlo à frente da unidade estacionada. A
responsabilidade de um sector transita do comando da unidade que vai desempenhar-se para o
comando da unidade em posições defensivas, ou em posições de retardamento, quando a unidade
que se desempenha atinge uma determinada localização (normalmente designada por linha de
fase), ou então a uma hora determinada. A coordenação e controlo ficarão facilitados se os limites
da unidade que faz a passagem de linha coincidem com os limites da unidade estacionada.

c. Medidas de Coordenação e Controlo

Numa passagem de linha podem ser utilizadas as seguintes medidas de coordenação:

(1) ZONAS DE REUNIÃO

Zonas de Reunião são áreas onde uma unidade se prepara e reorganiza para a acção ulterior.
Devem ser escolhidas de forma a não interferir com as posições das forças amigas situadas à
frente.

(2) BASES DE ATAQUE

Base de Ataque é a ultima posição que uma força de ataque pode ocupar antes de atravessar a
linha de partida.

(3) ÁREAS DE PASSAGEM

Áreas de Passagem são as áreas ao longo das quais se desloca uma unidade para evitar
unidades estacionadas e obstáculos. O planeamento deve prever áreas de passagem principais
e de alternativa. Ao contrário de uma área de passagem, um intervalo tem espaço para a
unidade poder manobrar.
(4) PONTO DE PASSAGEM

O Ponto de Passagem é o local onde uma unidade passa através de uma outra, quer numa
operação ofensiva quer numa operação retrógrada. Ele está localizado onde o Comandante
deseja que as unidades subordinadas executem fisicamente a passagem de linha.

(5) HORA DA PASSAGEM DE LINHA

O Hora da Passagem pode ser indicada pelo comandante que ordena a passagem.

(6) PROCEDIMENTOS DE RECONHECIMENTO

Os sinais de Reconhecimento são utilizados para enviar mensagens. Os sinais podem ser
constituídos por uma ou mais letras, palavras, caracteres, sinais de bandeiras ou sons
específicos previamente combinados pelos quais as pessoas e as unidades possam ser
identificados.

(7) PONTO DE LIGAÇÃO

Ponto de Ligação é o ponto do terreno onde duas ou mais unidades têm de fazer o contacto
físico.

(8) PONTO DE IRRADIAÇÃO

Ponto de Irradiação é um ponto de controlo claramente definido no itinerário, no qual os


comandantes assumem o comando das suas respectivas unidades, continuando cada uma
delas o seu deslocamento para o seu próprio destino.

(9) ITINERÁRIO

Itinerário é o terreno que uma unidade percorre desde um ponto de origem até a um destino
específico.

d. Apoio de Fogos

O planeamento de apoio de fogos é um elemento essencial para uma passagem de linha com
sucesso. Os fogos directos e indirectos da unidade estacionada normalmente são integrados no
plano de apoio de fogos da unidade de passagem de linha. Os meios de controlo de fogos podem
ser co-posicionados para permitirem a execução de um apoio de fogos coordenado e detonado de
prontidão de resposta.

e. Reconhecimento

O Reconhecimento, que deve ser minucioso, deve abranger os itinerário para a área de passagem,
os itinerários no interior da área de passagem e para além dela. Ele deve incluir ainda as posições
ocupadas e previstas. Devem ser tomadas medidas no sentido0 de não alertar o inimigo quanto ás
intenções da unidade; por conseguinte, pode tornar-se necessário limitar o número e o efectivo dos
elementos que farão o reconhecimento, ou pode ser conveniente utilizar as viaturas e helicópteros
da unidade estacionada.

f. Ligação

A ligação envolve a troca de informações que são necessárias à conduta da passagem de linha. Ela
inclui:

. Indicação da (s) unidade (s) a passar

. Missão das unidades e esquemas de manobra

. Apoio de fogos

. Situação do inimigo

. Posições das forças amigas – para de dia e para de noite

. Pontos de ligação e de coordenação

. Postos de observação e itinerários das patrulhas

. Pontos e áreas de passagem

. Tipo de reunião/bases de ataque

. Localizações do apoio de combate e do apoio de serviços para apoio de emergência

. Itinerários

. Planos de transmissões e normas de execução permanente

0713. EXECUÇÃO DE UMA PASSAGEM DE LINHA

Uma vez formulado o plano, o Comandante de Batalhão fará um reconhecimento minucioso. Se a


Passagem de linha é para a frente dos elementos amigos, o reconhecimento deverá incluir o itinerário
para o ponto de irradiação, para a Zona de Reunião e das áreas de passagem para os pontos de
passagem. Normalmente, as Zonas de Reunião serão ocupadas, ao mesmo tempo que os
comandantes subordinados fazem um reconhecimento das áreas e dos pontos de passagem. O
Comandante pode utilizar o Pelotão de Reconhecimento para vigiar à frente dos pontos de passagem
e garantir a segurança enquanto o Batalhão executa a passagem de linha. É feita a coordenação com
a força estacionada. Devem ser acordados entre ambas as forças os sinais de reconhecimento, bem
como devem ser trocados as informações sobre as instruções temporárias de transmissão. Devem ser
combinadas entre as forças os sinais de emergência a utilizar, para que qualquer delas os entenda. As
perguntas que poderão ser formuladas e mutuamente respondidas são:
. Pode a força estacionada fornecer guias?

. Qual o apoio de fogos disponível?

. Que apoio de serviços pode ser fornecido?

. Que acções podem ser realizadas se é feito o contacto com o inimigo?

Uma vez completados o reconhecimento e a coordenação, o plano do Batalhão é acabado e difundido


até aos mais baixos escalões.
Antes de se iniciar a passagem de linha, um representante da unidade da passagem de linha executa
as ultimas coordenações com os elementos estacionados. Esta coordenação deverá incluir:

. Confirmação das instruções temporárias de transmissões e de sinais de emergência.

. Quaisquer mudanças nas localizações das unidades amigas através dos pontos de passagem.

. Qualquer actividade recente do inimigo.

. Quantidade de pessoal e equipamento a passar através dos pontos de passagem.

À hora determinada, inicia-se o movimento para as áreas de passagem. A fim de aumentara


velocidade e reduzir a vulnerabilidade, são utilizadas diversas áreas de passagem, escolhidas em
conformidade com o esquema de manobra da unidade que faz a passagem de linha, os itinerários
disponíveis e as necessidades da força estacionada. Os movimentos são cuidadosamente calculados,
de forma a que as unidades cheguem às áreas de passagem à hora planeada, fazendo poucos ou
nenhuns altos, durante o percurso. A pouca distância dos pontos de passagem guias fazem a ligação
com a unidade que faz a passagem. Os guias, conduzem a unidade através dos pontos de passagem,
guiando-a através dos obstáculos até aos pontos de irradiação. O representante da unidade, o qual
executa as ultimas coordenações, pode posicionar-se no ponto de passagem para identificar os
veículos e as forças, logo que elas passem nesse ponto.
Os grupos de comando de ambas as unidades podem posicionar-se num local onde possam observar
os pontos considerados críticos, tomar decisões oportunas e enviar instruções para garantir o
movimento ininterrupto das unidades subordinadas.

SECÇÃO V – RENDIÇÃO NA POSIÇÃO

0714. DEFINIÇÃO

Rendição na posição é uma operação na qual toda ou parte de uma unidade é substituída em combate
por outra unidade. As responsabilidades pela missão e pelo sector ou zona de acção da unidade
rendida, são assumidas pela unidade que rende. A rendição na posição pode ocorrer durante
operações ofensivas ou defensivas.
A finalidade fundamental da rendição na posição é a de conservar a eficiência para o combate de
elementos empenhados, tendo em vista continuar uma operação. Uma rendição na posição pode ser
executada para:
. Interromper a acção de uma unidade que sofreu pesadas baixas.

. Compensar o desgaste resultante de operações prolongadas em terreno ou condições


meteorológicas desfavoráveis.

. Reposicionar uma unidade que necessita de cuidados sanitários ou de descontaminação, como


resultado de exposição a munições nucleares ou químicas.

. Integrar um plano táctico mais vasto.

0715. CONSIDERAÇÕES DE PLANEAMENTO (MITM – T)

a. Missão

A missão não pode simplesmente determinar: “Batalhão x rende o Batalhão y”. A missão deve
especificar a finalidade da rendição e as missões subsequentes da unidade rendida e da unidade
que rende. É necessário uma estreita coordenação dos planos (e uma estreita cooperação, entre os
comandantes e os comandantes subordinados de ambas as forças).

b. Inimigo

Para o planeamento da rendição é importante a troca de informações sobre o inimigo. As


informações sobre o inimigo podem influenciar o Comandante que vai entrar na forma como ele
irá ajustar o seu plano de defesa ou de ataque. Deve ser negado ao inimigo qualquer conhecimento
de que se está a realizar uma rendição; é necessário um plano de decepção.

c. Terreno

O terreno deve ser minuciosamente reconhecido e escolhidos itinerários que garantem o máximo
de cobertos e abrigos. Os itinerários da unidade que rende e da unidade que é rendida devem
evitar pontos de estrangulamento e o emassamento das forças. A visibilidade limitada ajudará a
manter o segredo da rendição, pelo que as operações de rendição tem melhores probabilidades de
sucesso à noite ou em outros períodos de visibilidade limitada.

d. Meios e Tempo Disponível

Para determinar a forma de executar a rendição, deve-se ter em consideração o dispositivo e o


potencial das forças amigas. O conhecimento das localizações e do potencial das forças amigas
ajudará o planeamento dos itinerários e prioridades da rendição. Na defesa, o Comandante que vai
render deverá comparar a sua composição e organização com a unidade que vai ser rendida. Isto
torna-se necessário para assegurar que a continuidade da defesa é mantida. A rendição é efectuada
sem enfraquecer a integridade táctica da posição e sem oferecer um alvo lucrativo às armas
nucleares. As unidades de apoio de combate normalmente não deverão ser rendidas ao mesmo
tempo que as unidades que elas apoiam. É analisado o tempo necessário para executar a rendição.
Uma grande concentração das forças aumentará a possibilidade de o inimigo detectar a rendição, e
assim pode actuar. A rendição na posição pode ser realizada numa só noite ou em várias noites. A
rendição numa noite aumenta a concentração das forças e a vulnerabilidade aos fogos directos e
indirectos, mas reduz a possibilidade de detecção por parte do inimigo, porque a rendição é
realizada rapidamente.

0716. PLANEAMENTO DE UMA RENDIÇÃO

Os planos são detalhados, simples e bem coordenados entre todos os escalões da unidade que rende e
da unidade que é rendida. A ordem para a rendição para a rendição deve ser especificar, no mínimo,
quando se inicia e quando deve estar completada a rendição, os itinerários, as mediadas de controlo
mais importantes, a sequência e o método da rendição, quando ocorre a transferência de comando e
as missões ulteriores. São elaborados planos de contingência, para fazer face a situações de
emergência. Ambas as unidades envolvidas devem manter a respectiva eficiência para o combate.
Elas coordenam planos para bater o inimigo nas posições da frente, caso o inimigo venha a detectar a
rendição e inicie um ataque.
A sequência da rendição é baseada no dispositivo das forças. Numa defesa em que o mínimo das
forças está à frente, a rendição começa da retaguarda para a frente. Quando a maior parte das forças
está à frente, a sequência começa da frente para a retaguarda. Esta sequência permite que a rendição
seja executada no menor espaço de tempo possível e reduz a vulnerabilidade a ataques inimigos.
Esta sequência é chamada sequência em profundidade.
Quando tiver sido determinado a sequência, há que decidir a forma de rendição das forças da frente.
É o que se chama sequência lateral. As forças da frente podem ser rendidas na base de uma unidade
de cada vez, o que é o método mais lento mas mais seguro; ou todas as unidades podem ser rendidas
ao mesmo tempo, o que é mais rápido mas de mais fácil detecção pelo inimigo.
Quando há três elementos subordinados empregues na frente do sector da defesa, a unidade do
centro pode ser rendido em primeiro lugar, seguida das unidades dos flancos simultaneamente; ou as
unidades de flanco podem ser rendidas simultaneamente, seguidas pela unidade do centro.

0717. EXECUÇÃO DE UMA RENDIÇÃO

Com bastante antecedência, em relação ao início da operação, deve proceder-se à troca dos planos e
do pessoal de ligação entre a unidade rendida e a unidade que rende. O pessoal de ligação é
estabelecido até ao escalão Companhia. O pessoal de ligação da unidade rendida permanece na
unidade que rende até que este esteja familiarizado com a situação. O reconhecimento deve ser
efectuado quer de dia quer de noite, uma vez que os elementos da unidade que rende têm de saber a
localização das posições individuais, das armas, das trincheiras de comunicação, dos postos de
comando, do posto de socorros, e de todos os outros órgãos essenciais. Este reconhecimento também
deve incluir os itinerários a utilizar pelas viaturas e por pessoal apeado, a localização exacta das
Zonas de Reunião e das unidades de apoio de serviços, bem como a indicação da hora de
deslocamento dos Trens e do início do seu funcionamento. Os destacamentos de reconhecimento nas
áreas da frente devem ser pequenos e o seu número limitado pelo Comandante de Batalhão.
Os planos de decepção devem contribuir para o estabelecimento do segredo e da surpresa. É
importante manter a fisionomia das actividades normais, por parte da unidade rendido, até ficar
ultimada a rendição, o que permite que esta não fique comprometida por mudanças de actividade na
área em causa.
A rendição é realizada no mais curto espaço de tempo possível, a fim de reduzir a concentração das
forças e a vulnerabilidade. Concorrem para esta finalidade a dispersão adequada entre as unidades, a
disciplina de luzes e ruídos e a fiscalização da circulação em todas as estradas e itinerários de
marcha.
As medidas de segurança das transmissões incluem a utilização de meios filares como principal meio
de ligação. Os rádios são utilizados o menos possível, e os equipamentos rádio da unidade a render
ficam guarnecidos até se ultimar a rendição, a fim de evitar que o i9nimigo detecte a alteração.
Contribui ainda para a segurança a permanência dos observadores avançados e dos oficiais de
ligação da artilharia, na posição, até se completar a rendição.
Continua a actividade normal das patrulhas e dos radares; contudo, as patrulhas não devem incluir
elementos da unidade que rende porque, uma vez capturados poderiam revelar a presença de uma
nova unidade na área e, como tal, comprometer a rendição. As equipas de vigilância e os seus
radares, da unidade rendida, ficam na posição até se completar a rendição.
A fiscalização da circulação é uma tarefa fundamental em operações de rendição. Devem ser
indicados os itinerários e especificadas as propriedades de utilização. O controlo de tráfego é
facilitado colocando posto de fiscalização nos pontos críticos dos itinerários. São designadas Zonas
de Reunião, e especificadas as actividades a executar nessas áreas. São designados guias, da unidade
que é rendida e da unidade que rende, e informados dos locais e das horas onde devem apresentar-se.
A unidade que rende e a unidade rendida utilizam os mesmos meios de transporte, para reduzir o
número de viaturas na área. Embora a atribuição de elementos de apoio conste normalmente das
NEP, deve dar-se a máxima importância a que as unidades atinjam os locais adequados, no mesmo
oportuno. Todas as unidades devem conhecer a localização dos pontos inicias e dos pontos de
irradiação.
A fim de garantir a execução de um apoio contínuo, os elementos de apoio de combate são rendidos
depois das unidades de manobra. Por exemplo, as unidades de morteiros são rendidas após os
atiradores, ficando os seus observadores avançados na posição até se completar a rendição. Dada a
dificuldade de apontar as armas com exactidão, em períodos de visibilidade limitada, as cartas de
tiro e as listas de objectivos já preparados pela unidade que é rendida, devem ser dados a unidade
que rende, para que se possa assegurar um apoio contínuo e eficaz de fogos. Os tripés das
metralhadoras e os pratos-base dos morteiros podem ser deixados nas posições e trocados com
unidade que rende. O material telefónico também fica na posição. Os campos de minas são objecto
de relatório assinado pelo Comandante e transferidos os registos dos campos de minas. A unidade
que rende e a que é rendida coordenam a transferência de munições e outros abastecimentos, o
reabastecimento de combustíveis e a utilização dos órgãos logísticos que estão na área. São feitos
entendimentos de forma a garantir o apoio sanitário e o apoio de manutenção contínuos.
O momento da transferência de comando pode ser especificado na ordem da Brigada. Se não, os
Comandantes de Batalhão, de comum acordo, fixam a sequência e o momento da transferência.
Durante a rendição os comandantes de cada escalão estão juntos, nos postos de comando ou nos
postos de observação. Se o inimigo lançar um ataque durante a rendição, o Comandante que nessa
altura tiver maior volume de forças na área, assume a responsabilidade pela defesa. Normalmente a
transferência do comando ocorre quando o núcleo principal, ou dois terços da unidade, que rende,
estão em posição.
CAPÍTULO 8

APOIO DE COMBATE

SECÇÃO I – GENERALIDADES

O Comandante de batalhão utiliza o apoio de combate para aumentar o potencial de combater das suas companhias
de manobra. Os elementos de apoio de combate podem ser orgânicos do Batalhão ou não orgânicos. Eles podem
executar um grande número de missões, garantindo apoio de fogos directos e indirectos, segurança, informações,
manobra e controlo de fogos.
Este capítulo aborda o apoio de combate em duas grandes áreas: apoio de fogos e outros apoios de combate.

SECÇÃO II - APOIO DE FOGOS

0801. APOIO DE FOGOIS INDIRECTOS

O apoio de fogos indirectos inclui todas as armas em que os seus apontadores não necessitam de ver o alvo
para o bater por fogos. Os elementos que garantem o apoio de fogos ao Batalhão, são:

• Morteiros (orgânicos do Batalhão).


• Artilharia de Campanha.
• Artilharia naval

0802. PELOTÃO DE MORTEIROS

A organização do Pelotão de Morteiros é baseada no quadro orgânico (QO) da unidade. O Pelotão de


Morteiros está localizado na Companhia de Apoio de Combate. O Pelotão de Morteiros é constituído por
Secções, cada uma delas formada por um morteiro e a sua guarnição. Baseado na situação táctica, ou na
directiva do Comandante, o Comandante pode empregar o seu Pelotão por Secções, ou como um todo.
O Pelotão de Morteiros garante ao Batalhão o mais eficaz apoio de fogos indirectos disponíveis. A sua
missão é a de garantir um apoio de fogos contínuo e imediato às unidades de manobra. O Pelotão de
Morteiros cumpre a sua missão, através de:

• Forçando as forças blindadas inimigas a fechar as suas escotilhas.


• Fazendo a supressão das unidades inimigas e cegando-as.
• Destruindo os atiradores inimigos desmontados.
• Fornecendo iluminação à noite.
• Destruindo ou suprimindo as defesas aéreas ou as armas anticarro do inimigo.

Em complemento ao apoio efectuado à unidade a que pertence, o Pelotão de Morteiros pode também
garantir o apoio de fogos a outras unidades. Esta situação verifica-se quando:

 As unidades estão a executar uma passagem de linha.


 As unidades estão a executar uma rendição.
 Os morteiros podem ser nece4ssáqrios para apoiar a rotura de combate duma força de cobertura .
 Os morteiros, orgânicos ou de reforço, da reserva, podem apoiar as unidades das fre3nte junto à OAZR.
 O Pelotão de Morteiros, que não está a executar qualquer missão de tiro, pode apoiar unidades
adjacentes ameaçadas.

a. Emprego

Quando o Pelotão é empregue como um todo, todos os morteiros respondem às missões de tiro em
apoio de Batalhão como um todo. As Secções podem estar dispersas, por razões de segurança, e
evitarem os fogos indirectos do inimigo. Quando o Pelotão se subdivide em dois núcleos, cada núcleo
responde aos pedidos de tiro do(s) elementos(s) de manobra a quem foi dado em apoio. O emprego por
núcleos pode também ser utilizado quando a zona de acção ou sector do Batalhão é demasiado extenso
para que o Pelotão o possa cobrir a partir de uma única posição. Cada núcleo é colocado numa posição
a partir da qual melhor possa colocar os seus fogos na área de responsabilidade da unidade apoiada.

b. Relações de Comando

Como elemento orgânico, de apoio de fogos indirectos, do Batalhão, o Pelotão de Morteiros apoia todos
os elementos de manobra do Batalhão (incluindo unidades em reforço e sob o controlo operacional). O
Comandante de batalhão normalmente atribui a prioridade de fogos, do Pelotão de Morteiros, a uma das
suas Companhias. Isto permite ao Comandante de Batalhão ficar com um controlo centralizado,
tornando o apoio de fogos a uma Companhia, mais eficaz.
Dada a prioridade de fogos, o Pelotão deve posicionar-se por forma a garantir o apoio à unidade a quem
foi dada essa prioridade. Os pedidos de tiro feitos pela unidade com prioridade de fogos são
automaticamente satisfeitos. Quando é atribuída a prioridade a um objectivo, o Pelotão de Morteiros,
entre cada missão, coloca as suas armas com os elementos de tiro necessários a garantir um apoio
imediato.
Situações há em que o Pelotão de Morteiros não pode apoiar todo o Batalhão, se ficar sob o seu
controlo, Por exemplo, quando uma companhia está separada do Batalhão por um acidente de terreno.
Estas situações também ocorrem quando a uma unidade de manobra foi dada a missão de se separar do
resto do batalhão. Tal missão pode ser de:

• Executar um golpe de mão


• Servir como vanguarda, guarda de flanco ou de retaguarda
• Numa acção de economia de forças
• Como elemento deixado ao contacto.

Nestas situações, o Pelotão, o mais provavelmente duas Secções, podem ser dadas em reforço, ou
colocadas sob o controlo operacional da unidade de manobra subordinada.

(1) REFORÇO

Quando todo o Pelotão ou uma das suas partes é dado em reforço, ele é controlado pelo
Comandante da unidade a quem foi dado em reforço.
Aquele Comandante escolhe a localização geral do elemento do Pelotão dado em reforço, e
controla o seu emprego bem como os seus fogos. Ele é também responsável pelo apoio logístico e
pela segurança do elemento do Pelotão de Morteiros. O reforço é mais indicado quando são
atribuídas às unidades missões independentes, tais como emboscadas em terrenos fora do alcance
da posição principal do Pelotão/Secções de Morteiros. Visto que o reforço reduz a flexibilidade e
(quando são dadas duas secções em reforço a capacidade de concentrar fogos, esta situação deverá
ser evitada, dispusermos de um apoio de fogos adequados fornecido por outros meios.

(2) CONTROLO OPERACIONAL

Quando o Pelotão de Morteiros, ou duas Secções, são colocadas sob o controlo operacional, o
Comandante da Unidade que recebeu os morteiros controla o seu emprego táctico, os seus
deslocamentos e atribui-lhes missões. Ele não assume a responsabilidade pelo apoio logístico e
administrativo. Uma vez cumprida a missão, os morteiros voltam ao controlo do Batalhão.

c. Considerações de Planeamento

O Comandante de Batalhão ou o Oficial de Operações devem conhecer sempre a localização exacta do


Pelotão de Morteiros. O Comandante ou o OfOp, em coordenação com o Comandante do Pelotão de
Morteiros, indica a localização inicial e localizações previstas para os morteiros para apoiar o esquema
de manobra do Comandante. O Comandante do Pelotão de Morteiros escolhe a localização exacta no
terreno nas proximidades das coordenadas indicadas pela ordem de Operações.
As localizações do Pelotão de Morteiros devem ser escolhidas após um reconhecimento minucioso na
carta. As considerações a ter na escola da posição, incluem:

• Alcance das armas


• Cobertos e Abrigos
• Condições de defesa
• Terreno consistente
• Itinerários para o acesso de remuniciamentos
• Disponibilidade de posições de alternativa
• Possibilidade de poder cobrir toda a área do Batalhão
• Situação táctica.
• Transmissões.

O Comandante do Pelotão de Morteiros deve manter-se a par do desenrolar do combate através das
informações transmitidas pelos observadores avançados e através da rede de comando. O Pelotão deve
estar preparado para mudar frequentemente para posições subsequentes ou de alternativa.

d. Segurança

O Pelotão de Morteiros monta a sua própria segurança imediata. Aos serventes dos morteiros e aos
calculadores do PCT são organizados e atribuídas sectores para fazer face a ataques de forças
terrestres. Os morteiros fazem fogo com uma carga e uma elevação que permita uma trajectória baixa,
o que aumenta a segurança, pois o inimigo fica com menos capacidade de detectar e localizar o Pelotão
com os seus radares contra-morteiros. Actualmente, o Pelotão pode actuar em Secções divididas (mais
comummente utilizadas quando se actua num sector/zona de acção muito larga) para encontrar um
certo grau de segurança face aos fogos de contra morteiro.

e. Mudança de Posição

O Pelotão de Morteiros pode mudar de posição de uma só vez, ou por Secções. A mudança do Pelotão
como um todo só é utilizada se a situação táctica não exige o apoio de fogos às unidades de manobra,
durante a mudança de posição dos morteiros. A mudança por Secções, duas Secções de cada vez, é o
método mais indicado para efectuar a mudança, quando é necessário apoio de fogos aos elementos de
manobra, durante4 o deslocamento dos morteiros. O PCT muda, metade dele acompanhando duas
Secções. Duas Secções deslocam-se para a nova posição de tiro, e quando elas estão prontas para fazer
fogo, as outras duas Secções executam a mudança por sua vez. Quando planeia o emprego dos fogos
dos morteiros o Comandante de Batalhão deve ter em consideração de que são necessários 4 minutos
para acabar o fogo e iniciar o movimento. A nova entrada em posição demora cerca de 8 minutos.

0803. ARTILHARIA DE CAMPANHA

O apoio de Artilharia de Campanha ao Batalhão é4 garantido pelo Grupo de Artilharia de Campanha


em A/D da Brigada. Os fogos adicionais de Artilharia de Campanha podem ser fornecidos por
unidades de artilharia em reforço de fogos (R/F) do grupo de Artilharia de Campanha em A/D, e
pelas unidades em A/CD da Divisão.

a. Emprego

Normalmente o Comandante de Brigada atribui prioridade de fogos de Artilharia de Campanha a


um dos seus Batalhões de manobra, ou estabelece uma sequência de prioridades. Por seu turno, o
Comandante de Batalhão planeia e estabelece prioridade de fogos de artilharia aos seus elementos
subordinados.

b. Tarefas

A Artilharia de Campanha é empregue para influenciar rápida e decisivamente o combate, ao


proporcionar fogos indirectos para cumprir as tarefas já referidas em relação ao Pelotão de
morteiros, e com a finalidade de:

• Garantir fogos de contra-bateria para destruir a artilharia inimiga.


• Destruir as reservas, os PC, os órgãos logísticos e as instalações de transmissões do inimigo.
• Fazer a aquisição de objectivos e dar informações com base nos elementos colhidos pelos
radares orgânicos.

c. Fogos de Supressão

Os fogos de supressão de Artilharia de Campanha, contribuem para acrescentar os efeitos dos


fogos de supressão das armas orgânicas do Batalhão apoiado. Os fogos de supressão podem ser
classificados em fogos planeados e fogos inopinados. Os fogos de supressão são planeados sobre
localizações conhecidas, suspeitas e prováveis, bem como sobre pontos importantes ou sobre
acidentes notáveis de terreno. Os objectivos são planeados para garantir a cobertura do Batalhão
apoiado e. ao mesmo tempo permitir a rápida distribuição do plano de fogos. È indispensável
definir a selecção de objectivos com base em prioridades. Os fogos de supressão são necessários
nas situações em que os elementos de manobra fiquem empenhados ou em que fiquem expostos
face às localizações inimigas suspeitas.
0804. ARTILHARIA NAVAL

Os fogos de Artilharia Naval são dados em apoio de anfíbias e a unidades de manobra actuando
perto da costa. A cada navio de apoio de artilharia é dada uma missão táctica de A/D ou A/C. Um
navio em A/D normalmente apoia um Batalhão e garante fogos planeados e inopinados, Um navio
em A/C normalmente apoia uma Brigada.

SECÇÃO III – PLANEAMENTO DE FOGOS

O planeamento de fogos é um processo contínuo de análise, de atribuição e de programação de fogos e a sua


integração com a manobra a fim de tirar o máximo rendimento do potencial de combate. O planeamento dos
fogos começa com a recepção da directiva de planeamento do Comandante e não termina senão quando a
operação estiver acabada. Um bom planeamento de fogos dá flexibilidade e deve permitir de facto, facilitar
alterações rápidas. O Comandante de Batalhão deve assegurar-se que o plano de fogos e que o plano de
manobra não só são compatíveis mas também complementares.

0805. RESPONSABILIDADES

O Comandante de Batalhão é responsável pela integração dos fogos com a manobra. O OfOp é o seu
principal colaborador. Os Oficiais que a seguir se indicam, participam directamente no planeamento
dos fogos.

a. Oficial de Apoio de fogos (OAF)

O OAF, da Artilharia de Campanha. É atribuído ao Batalhão pelo Grupo de Artilharia de


Campanha (GAC) em A/D da Brigada. Ele é apoiado pela Secção de Apoio de Fogos do Comando
e Bateria de Comando do Grupo em A/D, a qual é constituída, normalmente, pelo Sargento
auxiliar e por um condutor auto/especialista de apoio de fogos. O OAF é o oficial de ligação da
artilharia junto do Batalhão apoiado e desempenha as funções de Coordenador de Apoio de Fogos
(CAF) do Batalhão. As suas funções compreendem:

• Manter o Comandante de Batalhão informado da situação e das possibilidades da Artilharia de


Campanha.

• Manter informado o comandante do GAC em A/D da localização e dos planos do Batalhão;


manter informado o PCT do GAC em A/D sobre a prioridade de fogos das unidades do
Batalhão.

• Estabelecer transmissões com o PCT do GAC em A/DE. Actuar como observador avançado do
comandante, transmitindo pedidos de tiro e pedidos de levantamento e/ou transporte de tiro.

• Transmitir informações sobre o inimigo, entre o seu GAC e o Batalhão, incluindo a preparação
de relatório de bombardeamento (SHELREP) e a consolidação e o envio de transparentes de
zonas vistas e não vistas.

• Supervisar e coordenar as actividades dos observadores avançados de cada uma das


Companhias.
• Coordenar todos os fogos de Artilharia de Campanha dentro da zona de acção/sector do
Batalhão e receber os pedidos de apoio sobre os objectivos que se situem fora da zona de
acção/sector do Batalhão.

• Receber objectivos adicionais, indicados pelas Companhias, resolver duplicações, e


consolidando-os com outros objectivos já planeados pela Brigada ou pelo Batalhão. Enviar a
lista de objectivos consolidados ao PCT do GAC em A/D do Batalhão e ao Centro de
Coordenação de Apoio de Fogos (CCAF) da Brigada, para conhecimento, coordenação e
integração no plano de fogos da Brigada.

• Aconselhar o Comandante de Batalhão em assuntos relativos à aquisição de objectivos.

Na qualidade de CAF do Batalhão, o OAF é ainda responsável por aconselhar o Comandante de


Batalhão sobre todos os assuntos relativos aos fogos indirectos lançados sobre objectivos. O OAF
funciona como o ponto fulcral dos vários representantes de apoio de fogos, no que diz respeito a
informar, aconselhar e propor assuntos relativos a apoio de fogos ao Comandante de Batalhão e ao
OfOp. Ele propõe as medidas de coordenação e controlo para os fogos.

b. O Comandante do Pelotão de Morteiros

O Comandante de Pelotão de Morteiros Pesados tem como principal função comandar o Pelotão, e
é responsável pela coordenação de todos os fogos de morteiros pesados; reconhece e escolhe as
posições, planeia e supervisa o deslocamento e controla o reabastecimento de munições de cada
elemento de tiro; aconselha o OAF em assuntos relativos ao emprego dos morteiros,
nomeadamente quanto às suas possibilidades, limitações, a objectivos adequados para morteiros, e
métodos de ataque. O Comandante do Pelotão de Morteiros actua como OAF quando não há um
Oficial de Artilharia para desempenhar tal função.

c. Oficial de Ligação de Artilharia Naval (OLAN)

Se o Batalhão é apoiado por Artilharia Naval, recebe um Grupo de Controlo de Fogos, em terra,
constituído por uma equipa de ligação de artilharia naval e por uma equipa de observadores de
artilharia naval. O OLAN coordena todos os fogos navais e supervisa a equipa de ligação de
artilharia naval, aconselha o OAF sobre todos os assuntos relativos ao emprego de fogos navais,
incluindo as suas possibilidades, limitações e sobre os objectivos adequados para os fogos navais.

0806. CONSIDERAÇÕES DE PLANEAMENTO

O objectivo do planeamento de fogos é colocar fogos sobre o inimigo, rápida e eficazmente.


Aplicando-se os itens que se seguem atingir-se-á aquela finalidade.

a. Emprego Adequado das Armas


Utilizar cada uma na função que ela melhor executa. Todas as armas têm possibilidade e
limitações a que há que ter em consideração.

b. Repartição de Fogos

Distribuir os fogos por forma a garantir que todos os objectivos inimigos sejam batidos. Definir
para cada unidade, ou para sistema de armas numa área ou uma porção do objectivo a bater. Isto
não somente aumenta as baixas no inimigo como também poupa munições.

c. Superioridade de Fogos

Logo que sejam conhecidas, ou se suspeite da localização das posições inimigas, ou que estejam
identificados os seu eixos de aproximação, as armas são instaladas para desencadear fogos sobre o
inimigo, mal este sejam detectado, a fim de que se possa alcançar a superioridade de fogos. Para se
obter a superioridade de fogos, deve fazer-se como que o inimigo se proteja, disparando nós em
primeiro lugar.

d. Concentração de Fogos

Sempre que possível o empenhamento deve começar com emassamento de fogos. Os fogos
macivos, desencadeados de surpresa, permitem pouco tempo de reacção ao inimigo e,
normalmente, são os mais eficazes. Com efeito, se todas as bocas de fogo de um Grupo de
Artilharia dispararem uma granada ao mesmo tempo, sobre um mesmo objectivo, quase sempre
obtêm melhores resultados de que daria uma Bateria a disparar três salvas sucessivas, embora o
total de granadas empregue seja o mesmo.

e. Prioridades

Raramente o Comandante de Batalhão tem meios de fogos suficientes para bater simultaneamente
todos os objectivos conhecidos ou suspeitos. É necessário, então, estabelecer prioridades às
unidades e aos objectivos.
Para isso há que:

• Atribuir missões de apoio ou missões tácticas aos meios de apoio de fogos.

• Fazer a atribuição de munições. Uma qualidade limitada de granadas de morteiro 8l pode levar
o Comandante de Batalhão a dotar as suas companhias de manobra com o mínimo de granadas
por forma a assegurar o cumprimento da missão. No seu planeamento, o Comandante deve
determinar o tipo e a quantidade de munições de que necessita e a possibilidade em as obter.

• Atribuir objectivos prioritários. O Comandante de Batalhão pode cobrir um eixo de


aproximação perigoso, atribuindo objectivos prioritários de tal maneira que os fogos quase
instantâneos de artilharia possam ser colocados sobre aquele eixo de aproximação.
f. Efeitos Essenciais Mínimos

São determinados os efeitos essenciais mínimos em cada objectivo e estabelecidos os limites de


consumo de munições. Embora haja alguns objectivos que têm de ser completamente destruídos, a
maioria pode ser neutralizado adequadamente com menos munições e em menor tempo do que se
fossem destruídos. Talvez bastem poucas granadas para obterem a supressão do objectivo e
permitir que o Batalhão cumpra a sua missão. Sem a disciplina e sem a coordenação devida, a
unidade pode em breve esgotar as suas munições, ficando impossibilitada de realizar as acções
ult5eriores.

g. Planos Simples

Planos muito complicados ou muito elaborados têm frequentemente um efeito negativo no


emprego dos fogos. Um plano simples, amplamente divulgado e percebido por todos, é melhor do
que um plano mais complicado e que esteja ainda a ser preparado, quando o inimigo ataque.

h. Restrições aos fogos

As restrições sobre os fogos devem ser evitadas. As restrições (por exemplo limites) são utilizadas
somente se forem necessárias para proteger as unidades dos fogos amigos ou para tirar o máximo
partido daqueles fogos sobre o inimigo. Deverá haver um mínimo de interferência com outros
meios de lançamento de fogos. Por e4xemplo, os fogos de artilharia que obrigam uma força
blindada inimiga a fechar as escolhidas, podem também limitar a capacidade dos mísseis e dos
carros de combate verem e destruírem as viaturas do inimigo.

0807. SEQUÊNCIA DE PLANEAMENTO

O planeamento do apoio de fogos indirectos é feito quer ao nível Batalhão quer ao nível de
Companhia. O planeamento do apoio de fogos da Companhia é executado após a recepção da ordem
de operações do Batalhão. O plano de apoio de fogos toma a forma de listas de objectivos (e um
transparente). O plano apoia o conceito de manobra do Comandante de Companhia e é enviado ao
OAF do Batalhão. O planeamento do apoio de fogos do Batalhão apresenta a seguinte sequência:

• Recepção da ordem da Brigada. A ordem de operações da Brigada constitui a base do plano do


Batalhão.

• Determinação dos sistemas de armas de que o Batalhão dispõe e da sua prontidão de resposta. Por
exemplo, se houver artilharia naval (além do apoio normal da artilharia e orgânico), o seu emprego
é planeado, com a noção de que algumas missões de prioridade mais elevada, noutras áreas, podem
obrigar à sua anulação.
• Identificação dos objectivos inimigos conhecidos ou suspeitos, ou áreas onde é provável a sua
localização. Determinar as dimensões, constituição, forma, vulnerabilidade e mobilidade do
objectivo.

• Escolha dos sistemas de armas que podem bater, em melhores condições, cada um dois objectivos.
Para tanto considerar:

– O alcance face às possibilidades do sistema de armas.


– Tipo e qualidade de munições necessárias.
– Tempo necessário para começar a bater o objectivo.
– Efeitos desejados sobre o objectivo.
– A possibilidade de bater o objectivo com fogos prolongados.
– As necessidades previstas para o sistema de armas, que possam limitar o seu emprego normal.
• Integração dos planos de apoio de fogos das companhias.

• Atribuição de missões/objectivos a cada sistema de armas para evitar duplicações.

• Empregar medidas de coordenação e controlo no sentido de eliminar as interferências e conflitos,


para garantir a distribuição de fogos desejada.

0808. MEDIDAS DE CONTROLO DE FOGOS INDIRECTO

As medidas de controlo de fogos indirectos são normalmente objectivos planeados e são utilizados
para facilitar o emassamento de fogos sobre o inimigo.
Um objectivo planeado é aquele para o qual o tiro foi antecipadamente preparado. Esta preparação
permite o ataque, ajustado e oportuno, aos objectivos que possam afectar o cumprimento da missão
do Batalhão. Os objectivos planeados podem ser objectivos a horário ou objectivos a pedido.
Objectivos a horário são aqueles sobre os quais está previsto o desencadeamento de tiro segundo um
horário. O momento de desencadeamento do tiro é definido em minutos antes ou depois de
determinada hora ou relativamente a determinado acontecimento. Objectivos a pedido são objectivos
sobre os quais o tiro será desencadeado quando for pedido.
Objectivo prioritário é um objectivo sobre o qual as unidades de tiro apontam, sempre que não
estejam empenhadas numa missão de tiro. O Comandante de Brigada pode designar objectivos
prioritários a um ou mais Batalhões, os quais, por seu turno, podem atribui-los às suas Companhias.
O Comandante de Batalhão pode também atribuir objectivos prioritários ao Pelotão de Morteiros.
Os objectivos simples podem ser designados como convencionais, lineares, circulares ou
rectangulares, os objectivos múltiplos podem ser designados como grupo de objecti8vbos, série de
objectivos, série de objectivos ou programa de objectivos.

0809. PLANEAMENTO DE OBJECTIVOS NA OFENSIVA

Na ofensiva, os fogos são planeados para desencadeamento antes e durante o ataque. Antes do
ataque, os fogos de flagelação e de interdição têm por finalidade manter o inimigo em desequilíbrio,
provocar baixas, desarticular os seus preparativos de defesa, afectar a sua capacidade de
reabastecimento e impedir o movimento das suas reservas. Os fogos de preparação são normalmente
planeados; usualmente escalonados para desgastar o inimigo, antes das forças de ataque atingirem a
sua posição. É o Comandante da Brigada ou da Divisão quem normalmente decide da realização da
preparação.
Quando se executa uma preparação, o OAF do Batalhão, sob a orientação do Comandante do
Batalhão, transmite objectivos de interesse para a unidade, ao OAF da Brigada para incluir na
preparação.
Os factores a considerar na decisão de executar uma preparação, são:

 Será que os seus efeitos, compensam a perda da surpresa?

 Há um número de objectivos suficientes e conhecidos que justifique uma preparação?


 Há meios de apoio de fogos em número suficiente para bater os objectivos eficazmente?

 Pode o inimigo recuperar antes que as forças amigas explorem os efeitos dos fogos?

Os fogos durante o ataque são planeados para desencadeamento aquém, sobre e para além do
objectivo. Os fogos aquém do objectivo são planeados para suprimir as armas e a observação do
inimigo, que possam interferir com a progressão para o objectivo. Os fogos sobre o objectivo são
planeados para suprimir ou destruir o pessoal e o equipamento do inimigo. Os fogos para além do
objectivo e sobre os flancos do objectivo visam bater o inimigo em retirada ou que tente reforçar.

0810. PLANEAMENTO DE OBJECTIVOS PARA A DEFESA

Na defesa podem ser planeados os seguintes fogos:

• Fogos de flagelação e de interdição, para desarticular o ataque do inimigo, afectar a sua capacidade
de reabastecimento, retardar e desorganizar a sua aproximação.

• Fogos «de contra preparação, para compensar os efeitos potenciais da preparação do inimigo,
quebrar o ímpeto do seu ataque e destruir o seu comando e controlo. São normalmente
desencadeados à ordem do Comandante de Brigada ou do escalão superior, quando for detectado o
ataque inimigo.

• Fogos sobre os eixos de aproximação mais prováve4is, em conjugação com os obstáculos. São
também planeados para a frente e retaguarda das posições.

• Fogos de apoio de contra-ataques das forças amigas.

• Fogos de barragem para proteger as tropas e instalações amigas, construindo uma barreira
previamente preparada.

• Fogos de barragem colocados onde melhor possam aumentar os efeitos dos fogos das armas
orgânicas do Batalhão.

Os fogos de barragem são utilizados somente na defesa e só é atribuída uma barragem a cada Bateria
de Artilharia, ou a um Pelotão de Morteiros Pesados. Pode ser atribuída a uma Companhia do
Batalhão uma barragem de artilharia enquanto a outra Companhia é atribuída uma barragem do
pelotão de morteiros Pesados. A largura de barragem é de 300 metros para Bateria de obus 15,5cm, e
200 metros para a Bateria de 10,5cm e para o Pelotão de Morteiros 10,7cm. A barragem é
normalmente atribuída à Companhia que está sobre o eixo de aproximação mais perigoso favorável a
viaturas. O Comandante de Companhia por seu turno, indica a sua localização exacta, que é
normalmente no eixo de aproximação mas perigoso favorável a forças desmontadas. Os primeiros
impactos ocorrem em cerca de 30 segundos, acrescidos ao tempo de trajectória, após a barragem ter
sido pedida. Uma vez iniciada a barragem, a unidade em apoio continua o tiro até receber ordem de
fim de missão ou quando tiver consumido todas as munições.
0811. MEDIDAS DE COORDENAÇÃO DE FOGOS

Estas medidas facilitam uma rápida coordenação e garantem a segurança das fo9rças amigas. Como
norma, elas são propostas pelo OAF, estabelecidas pelo Comandante e graficadas em cartas e
transparentes. As medidas de coordenação classificam-se em três categorias:

• Limites
• Medidas permissivas
• Medidas restritivas

a. Limites

O comandante de uma força estabelece limites para possibilitar o controlo e definir


responsabilidades de manobra e de fogos, durante a execução de operações ofensivas ou
defensivas. Uma vez definidos, os limites constituem medidas de coordenação de apoio de fogos
para os sistemas de armas. Para evitar a restrição à manobra de elementos no escalão companhia, o
Comandante de Batalhão pode decidir não estabelecer limites.
Os limites são de carácter permissivo e restritivo. Os limites são permissivos na medida que
permitem ao comandante a liberdade de acção para bater os objectivos, dentro de seu sector ou da
sua zona de acção, sem necessidade de coordenar com os comandos superior ou adjacentes. Os
limites são restritivos porque os fogos indirectos a desencadear na área de outra unidade (superior,
subordinada ou adjacente devem ser coordenados com a unidade afectada.
A área fechada por limites pode ser chamada por Zona de Acção ou por sector.

b. Medidas Permissivas

Havendo medidas permissivas não se torna necessário a coordenação para bater quaisquer
objectivos afectados por tal medida.

(1) LINHA DE SEGURANÇA DE ARTILHARIA

• Medidas e sua finalidade: é uma linha para além da qual os morteiros, a artilharia de
campanha ou a artilharia naval, podem desencadear fogos de superfície, em qualquer
momento, sem necessidade de coordenação na área do comando que a estabeleceu.

• Responsabilidade: Brigada ou Divisão. A LSA pode ser estabelecida pelo Batalhão.


• Localização: tão perto quanto possível da unidade apoiada, e definida pelo seu comandante.

• Difusão: através dos canais de comando e de apoio de fogos do escalão superior, e às


unidades subordinada adjacentes e de apoio.

• Representação gráfica: a LSA marca-se graficamente (nas cartas, gráficos e transparentes de


apoio de fogos por meio de uma linha encarnada, e traço interrompido, sobre a qual se
escreve a designação LSA, de seguida, entre parêntesis, na indicação do comando que a
estabeleceu; por baixo escreve-se o grupo data-hora a que se torna efectiva.
(2) LINHA DE COORDENAÇÃO DE APOIO DE FOGOS (LCAF)

• Medida e sua finalidade: é uma linha para além da qual todos os objectivos podem ser
batidos por qualquer sistema de armas (incluindo aeronaves e armas especiais) sem fazer
perigar as forças amigas ou necessidade de coordenação com o comando que estabeleceu.

• Responsabilidade de: Corpo de Exército ou da Divisão (independente).

• Localização: normalmente localizada em terreno facilmente identificável do ar.

• Difusão: através dos canais de comando e de apoio de fogos para o escalão superior, e às
unidades subordinadas, adjacentes e de apoio, incluindo órgãos de controlo de apoio de
fogos.

• Representação gráfica. A LCAF marca-se graficamente (nas cartas, gráficos e transparentes


de apoio de fogos) por meio de uma linha preta contínua sobre a qual se escreve a
designação LCAF seguida, entre parêntesis, da indicação do comando que a estabeleceu; por
baixo escreve-se o grupo data-hora a que se torna efectiva.

(3) ÁREA DE FOGOS LIVRES (AFL)

• Medida e sua finalidade: é uma área bem definida no interior da qual qualquer meio de apoio
de fogos pode fazer fogos sem coordenação entre a força que os pode, e/ou os desencadeia, e
o comando que estabeleceu a área.

• Responsabilidade: comandante da força (Divisão ou escalão superior) em coordenação com a


autoridade territorial.

• Localização: em terreno facilmente identificável, e se necessário, por coordenadas.

• Difusão: a AFL é difundida pelo comandante da força às unidades de manobra e de apoio de


fogos através do canal de comando e de apoio de fogos, indicando os seus limites, os grupos
data-hora a que se torna efectiva e termina.

• Representação gráfica: a AFL marca-se graficamente (nas cartas, gráficos e transparentes de


apoio de fogos) circunscrevendo a área com uma linha contínua a preto, e escrevendo no seu
interior a designação Área de Fogos Livres e os grupos data-hora a que se torna efectiva e a
que termina. Pode também indicar o comando que a estabeleceu.

c. Medidas Restritivas

Uma medida restritiva impõe certas exigências de coordenação especificas antes dos objectivos
efectuados por aquela medida, poderem ser batidos.

(1)ÁREA DE FOGOS PROIBIDOS (AFP)

• Medidas e sua finalidade: é uma área na qual não são permitidos fogos ou os seus efeitos. Há
apenas duas excepções:
(a) Quando o comando que determinou AFP, aprova a execução de fogos
(temporariamente), com base na missão.

(b) Um comandante pode bater com fogos uma força inimiga dentro da AFP, se o inimigo
representar uma ameaça significativa para a segurança da sua força.

• Responsabilidade: Divisão ou Corpo de Exército em ligação com a autoridade territorial.

• Localização: em terreno facilmente identificável, através de coordenadas polares.

• Difusão: através dos canais de comando e de apoio de fogos e a todas as unidades


subordinadas, adjacentes e de apoio de fogos.

• Representação gráfica: a AFP marca-se graficamente (nas cartas, gráficos e transparentes de


apoio de fogos) rodeando a área com uma linha contínua encarnada e traçando, no seu
interior, uma série de oblíquas também a encarnado. Escreve-se no seu interior Área de
Fogos Proibida e os grupos data-hora a que se torna efectiva e termina.

(2)ÁREA DE COORDENAÇÃO DE FOGOS (ACF)

• Medida e sua finalidade: é uma área em que foram impostas determinadas restrições. Os
fogos que excedam aquelas restrições não podem ser empregues na área, sem coordenação
com o comando que a estabeleceu.

• Responsabilidade: Batalhão, escalão superior, ou companhia independente.

• Localização: em terreno facilmente identificável e através de coordenadas rectangular ou


polares.

• Difusão: através dos canais de comando e de apoio de fogos para o escalão superior, unidades
subordinadas, adjacentes, e unidades de apoio.

• Representação gráfica: a ACF trafica-se (nas cartas, gráficos e transparentes de apoio de


fogos) circunscrevendo a área com uma linha contínua encarnada. No interior escreve-se a
designação Área de Coordenação de Fogos, os grupos data-hora a que se torna efectiva e
termina, e a indicação do comando que a determinou.

(3)LINHA DE COORDENAÇÃO DE FOGOS (LCF)

• Medida e sua finalidade: é a linha estabelecida entre duas forças convergentes amigas (uma
ou mais podem estar em movimento), para além da qual não podem ser desencadeados fogos
sem coordenação com a força afectada.

• Responsabilidade: do comando que e4xerce o controlo das forças convergentes.

• Localização: em terreno facilmente identificado, normalmente perto da força que está


parada.
• Difusão: através dos canais de comando e de apoio de fogos para o escalão superior,
unidades subordinadas, adjacente e de apoio.

• Representação gráfica: a LCF grafica-se (nas cartas, gráficos e transparentes de apoio de


fogos) por meio de uma linha encarnada contínua sobre a qual se escreve a designação de
LCF seguida, entre parêntesis, da indicação do comando que a estabeleceu. Por baixo
escreve-se o grupo data-hora a que se torna efectiva.

(4)PLANO DE RESTRIÇÃO DE FOGOS

• Medida e sua finalidade: interdição do espaço aéreo na área do objectivo na qual as


aeronaves amigas estão em relativa segurança face aos fogos terre4stres das forças amigas.

• Responsabilidade: Brigada ou do comando superior.

• Localização: acima do objectivo, como recomendado pelo oficial de ligação da força aérea.

• Difusão: através dos canais de comando e de apoio de fogos para o escalão superior,
unidades subordinadas, adjacentes e de apoio. A informação deve incluir a altitude máxima e
mínima de voo das aeronaves, comprimento (duas coordenadas), largura, e o grupo data-hora
a que se torna efectiva.

• Representação gráfica: o PRF grafica-se (nas cartas e transparentes) por um rectângulo (sua
projecção horizontal), desenhado a encarnado e contendo no seu interior as inscrições PRF
e/ou o nome de código do plano, e comando que o estabeleceu, os grupos data/hora em que
está em vigor e as altitudes.

0812. APOIO AÉREO OFENSIVO

O apoio aéreo ofensivo é constituído pelo apoio aéreo próximo, interdição aérea do campo de batalha
e reconheciment6o aero-táctico, que são levadas a cabo em apoio deire4cto das operações terrestres.
Este apoio pode ser dado como resposta a pedidos do comandante das forças terrestres, ou pode ser
garantido pelo escalão superior, como parte do plano geral das operações.

a. Reconhecimento Aero-táctico (TAR)*

O reconhecimento aero-táctico garante informações tácticas oportunas e exactas sobre a


localização, composição, actividades e movimentos das forças inimigas e informa os resultados
das operações das forças amigas. As informações obtidas pelo reconhecimento aéreo são de vital
importância para os estudos de situação do comandantes das forças terrestres. As informações
obtidas através dos reconhecimentos podem ser obtidas pelos seguintes métodos:

 Visual (relato imediato do piloto)


 Imagens
 Meios electrónicos
 Condições Meteorológicas
b. Interdição Aérea do Campo de Batalha (BAI)*

A BAI é uma acção aérea dirigida contra forças inimigas e seus órgãos de apoio, em situação de
poderem directamente influenciar e afectar o decurso das operações terrestres, ou que não podem
ser batidos por outros meios por qualquer razão de ordem táctica A BAI é utilizada para isolar o
inimigo dos seus segundos escalões, dos seus reforços, reabastecimentos e para restr5ingir a sua
liberdade de manobra. As missões das BASI são planeadas para qualquer dos lados da LCAF.
As missões de voo contra objectivos próximos da LCAF podem ser de apoio aéreo próximo
(CAS) e da BAS; as missões de CAS devem ser integradas com os planos de fogos e de manobra
do comandante terrestre e por ele são pedidas e controladas; distintas das missões de CAS, as
missões de BAI são somente coordenadas no plano conjunto das forças terrestres com a Força
Aérea Táctica (FAT). Devido à natureza da situação terrestre, pode não ser necessário integrar em
detalhe, cada missão de BAI com o fogo e a manobra das forças amigas. Comparada com a
interdição do espaço aéreo, a BAI contribui directamente para o combate terrestre num curto
espaço de tempo após o seu pedido. Tanto quanto possível, as missões da BAI devem
corresponder o objectivo renumeradores. Os pedidos da BAI podem ser satisfeitos utilizando
aeronaves em alerta no solo ou no ar ou desviando aeronaves de outras missões. Se possível as
aeronaves destinadas a CAS devem ter uma área/objectivo que deverá ser atacada se a missão de
CAS não poder ser executada.

c. Apoio Aéreo Próximo (CAS)*

O CAS é de primordial importância para o Comandante de Batalhão, como o sistema de apoio de


fogos, podendo ser utilizado em conjugação com a manobra e outros meios de apoio de fogos,
para destruir as forças inimigas. Cada missão de CAS exige uma integração pormenorizada com
os fogos e a manobra das forças amigas, e é executado contra objectivos hostis que estão em
franca proximidade das forças amigas.
O apoio Aéreo Próximo requer uma integração detalhada e pormenorizada de cada missão aérea
com o fogo e o movimento das Forças Amigas.

(1)PLANEAMENTO

Como em qualquer outro planeamento de apoio de fogos, o Comandante de Batalhão,


coadjuvado pelo OfOp, é responsável pelos fogos e pela manobra, incluída a utilização do apoio
aéreo. Outro pessoal que está directamente envolvido no planeamento do CAS:

• OFICIAL DE OPERAÇÕES PARA O APOIO AÉREO (OOAA). O OOAA recebe, aprova,


coordena e processa os pedidos da CAS. O OOAA aconselha o Destacamento de Controlo
Aéreo Táctico (DCAT (TACP – Táctical Air Control Partty* ) sobre a situação táctica
terrestre, sobre a localização das unidades amigas, sobre a coordenação de apoio de fogos e
sobre as medidas de controlo.

• OFICIAL DE APOIO DE FOGOS DO BATALHÃO (OAF). O OAF é o coordenador do


apoio de fogos do Batalhão. Ele é o principal conselheiro do Comandante sobre todos os
assuntos respeitantes aos fogos indirectos, incluindo o CAS. Ele é também a pessoa por onde
passam todas as informações, conselhos e recomendações entre outras partes interessadas no
CAS do Batalhão e o OfOp.
• OFICIAL DE LIGAÇÃO DA FORÇA AÉREA (OLFA) ou ALO. È atribuído ao Batalhão
um DCAT (TACP), que normalmente inclui um Oficial de Ligação da Força Aérea (OLFA
(ALO – Air Liaision Officer* ), um Controlador Aéreo Avançado ( CAAv(FAC- Forward
Air Controller*) ) e pessoal e equipamento de transmissões. Os deveres do OLFA incluem
aconselhar e apoiar o OOAA na preparação, coordenação e processamento dos pedidos de
CAS. O OLFA supervisa as actividades do DCAT. Ele aconselha o Comandante, o OAF e o
OfOp sobre as possibilidades, limitações e outros aspectos do CAS. Ele está na rede de
pedidos de apoio aéreo táctico, na rede de condução aéreo táctica e nas redes de
comando/controlo das forças terrestres, e transmite pedidos imediatos de CAS.

* Sigla NATO, aprovada pelo ATP-27(B), utilizada pela FAP

(2) POSSIBILIDADES

O apoio aéreo próximo garante ao comandante das forças terrestres:

• Grande velocidade e longo alcance, o que permite o emassamento e mudança dos meios
aéreos, nas suas missões.

• Versatilidade de sistema de armas o que permite o ataque a vários objectivos.

• Precisão dos seus fogos

• Comunicações terra-ar, o que permite um controlo eficaz dos meios aéreos.

(3) LIMITAÇÕES

O apoio aéreo próximo pode estar:

• Indisponível na altura. Mesmo quando planeado, ele pode ser mudado para outras áreas mais
críticas.

• Restringido pela fraca visibilidade.

• Vulnerável aos sistemas de defesa aérea do inimigo.

(4) CONSIDERAÇÕES PARA A OFENSIVA

Num movimento para o contacto, o principal objectivo estará no corpo principal das forças
inimigas. Como consequência, deverão ser atacados objectivos importantes para além do
alcance das armas terrestres.
Num ataque imediato/deliberado, o apoio aéreo ofensivo pode reforçar o ataque principal e a
ajudá-lo a manter o ímpeto do ataque. À medida que o ataque progride, o apoio aéreo ofensivo
é concentrado nos segundos escalões do inimigo ou sobre os seu7s elementos de reforço.
Numa exploração de sucesso ou numa perseguição, à medida que as forças terrestres avançam
para destruir o inimigo, o apoio aéreo ofensivo é particularmente eficaz na destruição dos
sistemas de comando e controlo do inimigo, retardando a sua mobilidade no campo de batalha,
e interdizendo a chegada dos seus reforços.

(5) CONSIDERAÇÕES PARA A DEFESA

DEFESA (RETARDAMENTO EM SECTOR. O objectivo estará concentrado nos carros de


combate, nas transmissões, no comando e controlo e na artilharia das forças em primeiro
escalão do inimigo.
POSIÇÕES DE COMBATE. As aeronaves de ataque serão utilizadas para atacar objectivos
inimigos, durante o combate na zona de resistência, como um dos elementos da concentração
de fogos utilizados na destruição da força inimiga. As aeronaves poderão também ser
utilizadas para auxiliar as forças de manobra a desempenharem-se e a deslocarem-se para as
posições de combate subsequentes.

(6) PEDIDOS

O apoio aéreo próximo pode ser pedido:

• Quando os fogos das armas orgânicas e de apoio não podem bater eficazmente o objectivo
ou não são em número suficiente para obterem resultados decisivos.

• Para complementar os fogos directos e indirectos e para bater objectivos que estão fora do
alcance da artilharia de campanha.

O número de saídas de CAS por dia, são dadas pelo Comandante de Batalhão, na ordem de
operações. Normalmente saídas de CAS não serão atribuídas ao nível Batalhão, mas serão
fornecidas com base num estudo sobre os pedidos planeados, ou baseadas na necessidade imediata
do comandante das forças de manobra. Por outras palavras, os pedidos de CAS podem ser
planeados ou imediatos.
O pedido planeado é utilizado quando há tempo para planear e coordenar o pedido, escolhido o
armamento a utilizar e informar os pilotos antes de levantarem voo. Um pedido feito a nível
Companhia é analisado pelo OOAA, pelo OAF e pelo OLFA que avaliam a adequabilidade do
objectivo. Se o pedido é aprovado, o OOAA junta-o a outros pedidos planeados, elimina
duplicações, consolida os restantes pedidos e atribui-lhes prioridades e precedências, e envia-os ao
OOAA da Brigada através da rede operações/informações.
Se o objectivo pode ser concr4tizado mas a hora a que será executado não pode ser determinada,
ainda assim as missões podem ser planeadas. As aeronaves podem ser colocadas quer em alerta no
solo quer em alerta no ar por forma a diminuir o tempo de reacção.
AERONAVES EM ALERTA EM VOO estão sobre pontos e altitudes pré-designados para
rapidamente atacar objectivos com o mínimo de atraso. Este método será utilizado
PASSOS DO PLANEAMENTO DA BATALHA AEROTERRESTRE
Fig.
8–
1

dur
ant
e
ope
raç
ões
flui
das,
de
APOIO AÉREO INTERDIÇÃO AÉREA
gra
PRÓXIMO DO CAMPO DE INTERDIÇÃO
nde
BATALHA AÉREA
mo
bili
OBJECTIVO AFECTANDO DIRECTAMENTE AS COM ACÇÃO
dad
OPERAÇÕES DAS NT INDIRECTA NAS
e, e
OPERAÇÕES DAS
dur
NT
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ÁREA EM CONTACTO AQUEM OU ALÉM PARA ALÉM DA
fase
OU NAS DA LCAF, MAS NÃO LCAF
de
PROXIMIDADES PERTO DAS NT
ass
DAS NT
alto
de
um
INTEGRAÇÃO PLANEAMENTO/ COORDENAÇÃO
a
NECESSIDADES DETALHADA COORDENAÇÃO SUPERIOR
ope
DE COM OS FOGOS CONJUNTO AO AO ESCALÃO
raç
COORDENAÇÃO E A MANOBRA NÍVEL ASOC - CE ASOC - CE
ão
DAS NT
aer
otra
NECESSITA DE NÃO NECESSITA DE NÃO NECESSITA nsp
CONTROLO CONTROLO CONTROLO DE CONTROLO orta
da.
AE
RI
ONHAVES EM ALERTA NO SOLO estão prontas a entrar em acção, armadas com as munições
pedidas, pilotadas e prontas a levantar voo em resposta a um pedido de missão. A ordem que
coloca as aeronaves em alerta no solo, fixa o grau de prontidão, isto é,5 minutos., 15 minutos, 30
minutos. No caso do alerta 5’, as aeronaves têm de estar prontas para descolagem, normalmente
com as tripulações no “cockpit”. Em estados de alerta mais longos, as aeronaves têm de ser
assistidas e municiadas com a antecedência necessária para lhes permitir as descolagem no tempo
estipulado. A autoridade para atribuir missões a aeronaves em alerta no solo é normalmente retida
pelo órgão que faz o accionamento das ordens de execução.
Um pedido imediato de CAS é utilizado quando surge uma necessidade urgente e inesperada e não
há tempo para um planeamento detalhado e para coordenação. Os pedidos imediatos começam ao
nível Companhia e são enviados para o CCAF, coordenado pelo OOAA e pelo OAF e enviado
para o DCAT. O DCAT transmite o pedido directamente ao Centro de Controlo Aéreo Táctico [
CCAT (ASOC – Air Supp0ort Operation Center *) ] através do canal da Força Aérea.

* Sigla NATO, aprovada pelo ATP-27(B), e utilizada pela FAP

0813. SUPRESSÃO DAS DEFESAS AÉREAS INIMIGAS

As aeronaves que executam o CAS podem estar ameaçadas pela precisão e actividade das armas de
defesa aérea do inimigo. Se tal acontecer, serão necessárias saídas para supressão das defesas aéreas
e acções de guerra electrónica, para garantir a sobrevivência das aeronaves. Em conjugação com
estas medidas tomadas pelos altos escalões, é imperativo que as unidades terrestres dêem prioridade
de supressão às defesas aéreas inimigas sempre que aquelas unidades terrestres estejam a ser
apoiadas pela Força Aérea Táctica. Os objectivos prioritários para a supressão das defesas aéreas do
inimigo deverão ser as armas anti-aéreas tais como as ZSU23-4, SA-7, SA-9/13 e SA-8. A área de
responsabilidade do Comando das Forças Terrestres estende-se para além da Linha Avançada das
Nossas Forças (FLOT) até ao limite dos fogos observados. Durante a execução do ataque aéreo, não
deverá ser obrigatório a “verificação dos fogos”. Depois do FAC* e/ou OLFA definirem a direcção
do ataque aéreo, podem os fogos das forças terrestres serem transportados para posições de artilharia
anti-aérea conhecidas ou suspeitas.
O grau de controlo das ar4mas anti-aéreas deverá ser alterado para “tiro restrito” por forma a
minimizar a possibilidade de perdas das nossas aeronaves atingidas por fogos da artilharia anti-aérea
das forças amigas.
Os fogos directos das armas orgânicas das forças amigas sobre o inimigo, não afectam o emprego
das aeronaves sobre os objectivos.

* Sigla NATO, aprovada pelo ATP-27(B), e utilizada pela FAP

0814. APOIO DE ARTILHARIA NAVAL

Quando o apoio é fornecido pela artilharia naval, um Pelotão da Companhia de Ligação de fogos
Navais será, normalmente, atribuído à Brigada. Ele fornecerá especialistas e as transmissões
necessárias ao controlo e coordenação e recomenda o emprego da artilharia naval.
Deste Pelotão, o Batalhão recebe um Grupo de Controle de Fogos em Terra [ GCFT (SFCP – Slore
Fire Controlo Party*) ]. O GCFT inclui uma Equipa de Ligação de Artilharia Naval que funciona
como estado maior especial do Batalhão, para emprego dos fogos navais. O GCFT também inclui
uma Equipa de Observadores de Artilharia.

* Sigla NATO, aprovada pelo ATP-27(B), e utilizada pela FAP

SECÇÃO IV – OUTROS APOIOS DE COMBATE

0815. APOIO DE COMBATE ORGÂNICO

Os elementos de apoio de combate do Batalhão de Infantaria são constituídos pelo Pelotão de


Morteiros Pesados (já anteriormente apresentado), o Pelotão de Reconhecimento e o Pelotão
Anticarro, os quais são parte da Companhia de Apoio de Combate. O Pelotão de Transmissões faz
parte da Companhia de Comando.
Em relação a estes elementos orgânicos, o Comandante da Companhia de Apoio de Combate:

• Tem a responsabilidade de comando dos Pelotões e das Secções da Companhia, embora muitas
vezes não exerça o controlo operacional sobre esses elementos, numa situação táctica.

• É um oficial do estado maior especial, fazendo propostas de emprego dos seus elementos ao
Comandante de Batalhão e mantendo uma estreita coordenação com o estado maior coordenador.
Liberta, assim, os Comandantes de Pelotão/Secção, que podem dedicar mais atenção aos
respectivos elementos.

• Pode comandar, temporariamente, um elemento de manobra.

• Pode ter de constituir um PC de alternativa do Batalhão.

a. Pelotão de Reconhecimento

A missão do Pelotão de Reconhecimento é a de executar reconhecimentos, fornecer segurança


limitada, e apoiar o controlo de movimentos do Batalhão ou dos seus elementos. O Pelotão de
Reconhecimento é normalmente empregue como uma unidade sob o controlo do Batalhão. Em
certas circunstâncias, o Pelotão pode ser dado em reforço a outra unidade do Batalhão para
executar uma missão especifica, ou pode operar como elemento independente.

(1) RECONHECIMENTO

As operações de reconhecimento executadas pelo Pelotão de Reconhecimento são geralmente


conduzidas sob a supervisão de EM do OfInfo do Batalhão, em coordenação com o Ofop.
As unidades de reconhecimento, em qualquer escalão executam as suas missões, montadas,
apeadas, ou combinando estas duas modalidades, forma mais comum. Existem três tipos de
reconhecimento: de itinerário, de zona e de
Área. As técnicas utilizadas em todas estas três operações são geralmente as mesmas; as
missões indicam o tipo de notícias a colher.
O RECONHECIMENTO DE ITINERÁRIO destina-se a obter informações detalhadas acerca
de determinados itinerários, por exemplo, quando à classificação de estradas e de pontes,
obstáculos, contaminação química ou radiológica, proximidade do inimigo e terreno, o qual se
estiver ocupado ou controlado pelo inimigo, afectará o movimento. O número de itinerários
que pode ser reconhecido pelo Pelotão de Reconhecimento depende da sua extensão, da
situação do inimigo, e da natureza do próprio itinerário. Quando o contacto com o inimigo é
provável ou iminente, ou o itinerário é muito extenso e atravessa terreno difícil, poderá ser
necessário empregar todo o Pelotão. O Pelotão pode reconhecer quatro itinerários (um por
cada esquadra) caso os itinerários sejam relativamente curtos e o contacto com o inimigo seja
improvável.
O RECONHECIMENTO DE ZONA é a pesquisa sistemática numa determinada zona definida
por limites. A sua finalidade é a de obtenção de informações detalhadas sobre o inimigo, o
terreno e os itinerários existentes na zona. Se não houver tempo suficiente para executar um
reconhecimento detalhado de zona, o Pelotão de Reconhecimento pode fazer o
reconhecimento de vários itinerários no interior da zona. A largura de zona que um Pelotão de
Reconhecimento pode reconhecer depende do tipo da força inimiga e do terreno. A missão do
reconhecimento de zona é normalmente atribuída quando a situação do inimigo não se
encontra esclarecida, ou se pretendem informações sobre a mobilidade em todo o terreno. A
zona a reconhecer é definida por limites laterais, por uma linha de partida e um objectivo. O
objectivo significa o ponto de fim de missão e pode, ou não, estar ocupado pelo inimigo. Pode
também ser utilizada uma linha de fase como linha de fim de missão.
O RECONHECIMENTO DE ÁREA visa obter informações sobre uma área, específica, tal
como uma cidade. Uma linha de alturas, matas ou outros acidentes críticos para as operações.
Quando recebe uma missão de reconhecimento de área deve ser informado concretamente do
que se pretende e porquê. A área a reconhecer é definida por uma linha fechada. O
reconhecimento de área difere do reconhecimento de zona porque o PelRec se desloca, para a
área a reconhecer, pelo itinerário mais directo, evitando o contacto com o inimigo e
informando sobre quaisquer elementos inimigos que forem encontrados. Na área atribuída, o
PelRec executa um reconhecimento detalhado, recorrendo às técnicas de reconhecimento de
zona.

(2) OPEREAÇÕES DE SEGURANÇA

A finalidade das operações de segurança é proporcionar tempo de reacção, espaço de manobra


e elementos de informação ao grosso da força sobre o inimigo. As forças de segurança devem
encontrar o inimigo antes que este encontre o Batalhão. Quando executadas correctamente, as
operações de segurança garantem ao Comandante de Batalhão tempo para reagir às forças
inimigas. O Pelotão de Reconhecimento executa operações de segurança para garantir um
alerta oportuno das manobras do inimigo e de negar ao inimigo informações do dispositivo do
Batalhão ou dos seus movimentos.
As operações de segurança são planeadas e conduzidas sobre a supervisão de EM do OfOp.
que as coordena com o OfInfo sobre informações da actividade do inimigo. As operações de
segurança executadas pelo Pelotão de Reconhecimento são a vigilância e segurança.
VIGILÃNCIA. A vigilância destina-se a dar o alerta oportuno sobre a força inimiga e a
identificar a localização do ataque inimigo. As forças de vigilância são normalmente
empregues em áreas extensas e não têm possibilidade de concentrar potencial suficiente para
retardar o inimigo. Uma força de vigilância apenas combate para assegurar a sua própria
segurança, ou dentro das suas possibilidades, para negar às unidades de reconhecimento
inimigas a observação próxima sobre o grosso da força.
A vigilância consiste numa série de PO a partir dos quais se podem observar os eixos de
aproximação do inimigo e as áreas que se situam nos seus intervalos. São empregues
patrulhas para cobrir os espaços mortos e para estabelecer a ligação entre os PO. Uma vez
estabelecido o contacto com o inimigo, a força de vigilância normalmente recolhe à ordem,
mantendo o contacto visual; ou electrónico, com o inimigo, e relatando os seus movimentos.
Quando empregue como força de vigilância, o Pelotão de Reconhecimento pode montar quatro
PO durante períodos prolongados, ou oito PO em períodos curtos. Pode tornar-se necessário
reforçar o Pelotão de Reconhecimento, a fim de aumentar o número de PO a montar em
terreno muito acidentado ou densamente arborizado e quando a visibilidade for reduzida.
SEGURANÇA. As missões de segurança exigem que a unidade dê o alerta oportuno sobre o
inimigo e o retarde, a fim de dar tempo ao grosso para reagir à ameaça. Visto que as operações
de segurança exigem forças significativas, o Pelotão de Reconhecimento participa somente em
tais operações como parte de uma força maior ou quando for convenientemente reforçado. O
Pelotão de Reconhecimento normalmente vigia a frente ou um dos flancos de uma força.

(3) OUTRAS MISSÕES

O Pelotão de Reconhecimento pode ser utilizado para auxiliar o Batalhão no controlo do


movimento quando:

• O movimento é conduzido com informações escassas acerca do inimigo.

• Elementos do Batalhão estão separados por grandes distâncias.

• O movimento é feito durante um período de visibilidade limitada.

O Pelotão pode ser ainda utilizado para:

• Estabelecer ligação entre forças.

• Fornecer Equipas de Ligação.

• Actuar como Secção de Quartéis

• Realizar tarefas de sapadores e de demolição limitadas.

• Efectuar a detecção química e leituras radiológicas e operações de sobrevivência.

• Participar em operações de controle de danos.

• Efectuar patrulhas.

• Montar obstruções nos itinerários.

b. Pelotão Anticarro

(1) MISSÃO

A missão principal do Pelotão Anticarro é de destruir as viaturas blindadas do inimigo. Tem


como missões secundárias bater outras viaturas, armas colectivas, posições fortificadas e
outros objectivos pontuais. O OfOp do Batalhão e o Comandante do Pelotão são
responsáveis pelo planeamento do emprego do Pelotão Anticarro e pela sua integração com
outras armas de tiro directo.
O Pelotão Anticarro e as suas Secções pode ser empregue em A/C, ou pode reforçar, ou ser
colocado sobre o controlo operacional de uma Companhia de Atiradores. Devido à
necessidade de apoio mútuo, uma Secção Anticarro (constituída por duas armas) é a mais
pequena unidade que pode ser destacada do Pelotão Anticarro. O Pelotão deve ser mantido
em A/C somente quando as características do terreno e o esquema de manobra permitam que
o Comandante de Pelotão possa exercer um controlo centralizado sobre todos os fogos e
sobre o deslocamento do Pelotão, ou quando o terreno restringe completamente a sua
utilização ao nível Pelotão/Companhia.
Normalmente, o Pelotão Anticarro e empregue utilizando-se uma combinação de ambos os
métodos. O Comandante de Batalhão pode assim reforçar o potencial anticarro dos
elementos de manobra ao mesmo tempo que tem sob o seu controlo um elemento de apoio
de fogo directo com o qual pode influenciar o combate.
O número de Secções atribuídas a uma dada Companhia é baseado no número de viaturas
blindadas inimigas com que a Companhia possa vir a deparar, depende do alcance máximo a
que aquelas viaturas possam ser batidas, e depende ainda do número de carros de combate
dados em reforço à Companhia.

(2) EMPREGO

O Comandante de Batalhão tem de considerar também a atribuição do Comando do pelotão


Anticarro, à semelhança do que acontece com as respectivas Secções. Uma hipótese consiste
em destacar o Comandante de Pelotão Anticarro para a Companhia a que foram atribuídas
mais armas. Ele pode então, auxiliar o Comandante de Companhia a reconhecer e seleccionar
as posições para as armas Anticarro e ser encarregado da coordenação do controlo de tiro das
armas Anticarro, mesmo durante a conduta. O Sargento de Pelotão pode ter uma missão
semelhante, a desempenhar noutra Companhia. O Comandante de Secção que tiver mais
experiência pode ser destacado para outra Companhia, se for necessário.
Em todas as operações, as armas Anticarro pesadas só devem ser empregues onde as suas
possibilidades com pensem as suas vulnerabilidades. Não devem ser utilizadas onde os carros
de combate ou armas anticarro médias puderem ser eficazmente utilizadas e forem
suficientes. Porque as armas anticarro pesadas são muito importantes para o combate contra
forças, mecanizadas/blindadas, a Brigada deve ser informada se o Batalhão está a actuar em
terreno sem campos de tiro adequados ao sistema de armas anticarro, para que, baseado na
necessidade de outros batalhões, possa fazer a sua redistribuição, colocando as armas
anticarro de um Batalhão sob o controlo operacional de outro Batalhão. Este método será o
mais indicado quando o terreno restringe o emprego das armas a partir da área de unidade a
que pertence organicamente ou quando os fogos anticarro podem ser concentrados a partir de
outras áreas. Mesmo quando as restrições do terreno limitam os fogos das armas anticarro
pesadas, os seus meios térmicos de pontaria são um excelente meio de vigilância, permitindo
observar e ajustar fogos indirectos em períodos de visibilidade limitada.
As armas anticarro pesadas também podem reforçar o Pelotão de Reconhecimento quando o
terreno restringe a sua utilização com as Companhias, ou quando o pelotão de
Reconhecimento se pode empenhar atempadamente com forças blindadas.
Durante períodos de escuridão ou de visibilidade limitada, as armas anticarro podem ter de
ser reposicionadas para mais perto dos eixos de aproximação, permitindo-lhes bater mais
eficazmente os objectivos.

(3) MEDIDAS DE CONTROLO DE TIRO

Tal como os meios de fogos indirectos, são utilizadas medidas de controlo para as armas de
tiro directo com vista à concentração e distribuição de fogos sobre as forças inimigas. As
medidas de controlo para fogos directos incluem:

• Ponto de Referênciação de Objectivos (PRO).


• Prioridade de desencadeamento de fogos.
• Sectores de tiro.
• Zonas de morte.

As medidas de controlo de fogos são difundidas pelo OfOp aos elementos de manobra bem
como às Secções Anticarro Pesadas, garantindo-se assim a cobertura em profundidade da área
do Batalhão, através dos mísseis anticarro pesados, carros de combate, mísseis anticarro
médios e armas ligeiras anticarro evitando que mais do que um sistema bata
desnecessariamente o mesmo objectivo.
PONTO DE REFERÊNCIAÇÃO DE OBJECTIVOS. Um PRO é um ponto facilmente
identificável no terreno e serve pata identificar objectivos inimigos, para controlar os fogos
directos e para alterar os sectores de tiro existentes. Os PRO podem ser empregues para
indicar os objectivos às Companhias, aos Pelotões, às Secções e às armas individuais. Podem
ser também utilizados para designar o centro de uma área na qual o Comandante planeia
distribuir, ou fazer convergir os fogos de todas as suas armas numa acção de surpresa. Em
geral os PRO são designados pelos Comandantes de Companhia (ou de Pelotão) mas podem
ser utilizados pelo Comandante de Batalhão, sobretudo quando pretender emassar fogos às
longas distâncias. Os PRO são numerados e incluídos no plano de apoio de fogos e listas de
objectivos.
fig. 8-2
PRIORIDADE DE DESENCADEAMENTO DE FOGOS. Face a uma ameaça de forças
blindadas, surgem normalmente objectivos de vários tipos, como sejam carros de combate,
viaturas blindadas de transporte de pessoal, lança mísseis guiados anticarro (LMGACar) e
armas antiaéreas. Os fogos podem ser rápida e eficazmente distribuídos, indicando o tipo de
viatura a bater em primeiro lugar, por exemplo: “a 1SecACar bate as viaturas blindadas, a
2SecACar bate os carros de combate”; ou “os MGACarP batem os carros de combate, a
artilharia bate as viaturas blindadas, os morteiros fazem a supressão dos atiradores”.
SECTORES DE TIRO. Os sectores de tiro são atribuídos a uma unidade ou a uma arma. Eles
destinam-se a garantir a cobertura completa duma área com os fogos e com a observação, e
não limitam um elemento a fazer fogo somente dentro do seu sector, Os sectores de tiro são
normalmente definidos por um limite esquerdo e por um limite direito em termos de
acidentes de terreno facilmente identificados ou por PRO. Um sector pode estender-se desde
as posições da unidade até a um limite afastado, com um limite direito e um limite esquerdo,
ou pode ser constituído por uma área restrita, relativamente afastada /mais aplicável aos
sistemas de armas anticarro). As unidades/armas podem bater os blindados inimigos em
profundidade, até ao alcance máximo das armas anticarro.
Todas as unidades e elementos subordinados devem informar imediatamente nos casos em
que os respectivos sectores de tiro não possam ser batidos.
ZONA DE MORTE. A zona de morte é uma área situada num eixo de aproximação, onde o
Comandante pretende concentrar os seus fogos sobre o inimigo. Para se obter a eficácia, o
Comandante deve estar razoavelmente seguro de que o inimigo ou vai atravessar aquela zona
ou pode ser canalizado para ela, em resultado do posicionamento das unidades, do emprego
de obstáculos ou do emprego de fogos indirectos.

(4) EXECUÇÃO DE MEDIDAS DE CONTROLO DE FOGOS

Quando se ocupa uma posição, é necessário garantir que todo o terreno à frente, nos flancos e
na retaguarda da posição são adequadamente batidos com o fogo. Quando existem intervalos
ou espaços mortos, as armas são reposicionadas ou são planeados fogos indirectos para bater
uns e outros. Os Comandantes de Companhia elaboram um simples transparente, enviado ao
OfOp do Batalhão, onde indicam as áreas que podem bater com as suas armas. Isto habilita o
Comandante de Batalhão a detectar intervalos ou espaços mortos na sua defesa e a fazer os
ajustamentos necessários. Os esboços e transparentes não substituem a inspecção pessoal às
posições das unidades. Os Comandantes e os seus subordinados devem percorrer o terreno e
verificar se cada uma das suas armas está convenientemente posicionadas e se dispõe de
cobertos e abrigos em relação aos fogos e à observação do inimigo.
As medidas restritivas de coordenação de fogos aplicáveis às armas de fogos indirectos são
também aplicáveis às armas de tiro directo. Todavia uma identificação clara de forças
inimigas é uma razão suficiente para fazer fogo para além de um limite ou parta além de uma
medida de coordenação de fogos não restritiva.

0816. APOIO DE COMBATE NÃO ORGÂNICO

O Batalhão vulgarmente pode dispor de uma combinação variada de outros elementos de apoio de
combate, conforme as necessidades decorrentes da missão. Normalmente, estes elementos incluem:

• Artilharia antiaérea
• Engenharia de combate
• Meios de informações
• Aviação
• Meios e unidades de NBQ explanados no Anexo B)

a. Artilharia Antiaérea

O Batalhão recebe meios de Artilharia Antiaérea vindos da Divisão baseados na prioridade da


Brigada ou da Divisão. O Comandante do Pelotão de Artilharia Antiaérea aconselha o Comandante
de Batalhão sobre a localização das armas antiaéreas

(1)CONSTRUÇÕES DE PLANEAMENTO

O Comandante de Batalhão, o OfOp, o Comandante do Pelotão e o Comandante da Secção de


Defesa Aérea devem analisar cuidadosamente os meios do Batalhão, a fim de estabelecer
prioridades de defesa antiaérea. Estas prioridades são determinadas com base:
• Na missão do Batalhão.

• No grau de importância dos meios, em termos de cumprimento da missão do Batalhão.

• No seu grau de vulnerabilidade a um ataque aéreo.

• Na rapidez com que os meios podem retomar as operações depois de atacados.

• Na capacidade que o inimigo tem de atacar tais meios.

• Na protecção garantida por outros meios de antiaérea.

Após o Comandante de Batalhão estabelecer prioridades, o Comandante do Pelotão/Secção de


Defesa Antiaérea e o OfOp determinam como e onde serão posicionados os meios de defesa
antiaérea e quais as missões tácticas que lhes serão atribuídas. Os quatro princípios de emprego
das armas antiaéreas são:

• Concentração – obtida através da concentração dos sistemas de defesa antiaérea.

• Associação de armas – sobreposição de diferentes sistemas de defesa antiaérea.

• Mobilidade – suficiente para acompanhar as forças de manobra, garantindo-lhe protecção e


segurança.

• Integração –coordenar todos os sistemas por forma a garantir a cobertura antiaérea do


Batalhão.

(2) EQUIPAS DE DEFESA ANTIAÉREA

As Equipas de Defesa antiaérea podem ser empregues de variadas formas:

• Os meios de defesa antiaérea podem defender um único meio (por exemplo os Trens do
Batalhão ou das Companhias).
• Uma ou mais Equipas podem defender uma actividade de reabastecimentos ou de controlo
(por exemplo, o COT ou os Trens) enquanto as outras são colocadas em apoio das
Companhias de Atiradores.

• Todas as Equipas podem ser colocadas em apoio das Companhias de Atiradores.

Quando todos os meios de Artilharia Antiaérea estão a defender um único meio ou


actividade, o Comandante local da defesa antiaérea tem o controlo completo desses meios e
mantém ligações directas com cada Comandante subordinado. Quando é colocada Artilharia
Antiaérea em apoio de uma Companhia, são mantidas comunicações directas com ela, e é
feita com o seu Comandante uma
coordenação quanto ao posicionamento das armas. As informações sobre o controlo de fogos
são transmitidas através da rede de defesa antiaérea.

(3) PRIORIDADES NA OFENSIVA

Em operações ofensivas, a prioridade da defesa antiaérea do Batalhão irá normalmente para


as Companhias de Atiradores. Quando for possível, cada Companhia deverá ser apoiada por
uma ou mais Equipas de Defesa Antiaérea. Se uma Companhia tem uma missão mais crítica
ou está mais vulnerável a ataques aéreos, ela pode ser apoiada por Artilharia Antiaérea.

(4) PRIORIDADES NA DEFESA

Em operações defensivas, a prioridade mudará mais adequadamente para os meios de apoio


de fogos, de comando e controlo e para os meios logísticos do Batalhão. As Companhias
utilizando medidas passivas de defesa antiaérea e deslocando-se utilizando itinerários
cobertos e abrigados podem não ser apoiados por Artilharia Antiaérea. As prioridades típicas
a utilizar podem ser: Pelotão de Morteiros Pesados, o COT do batalhão, Trens e então as
Companhias.

(5) ORIENTAÇÃO PARA EMPREGO DA DEFESA ANTIAÉREA

Pode-se seguir a seguinte orientação para empregar a Artilharia Antiaérea:

• O balanceamento dos fogos deverá garantir, aproximadamente, igual potencial em todas


as direcções.

• O potencial deve ser concentrado sobre o corredor aéreo conhecido ou mais provável.

• As aeronaves devem ser batidas antes que elas possam utilizar o seu armamento ou
bombas.

• Deve haver apoio mútuo entre todos os elementos de defesa antiaérea.

• Os fogos devem cobrir as zonas de morte das unidades antiaéreas adjacentes.


• Uma defesa em profundidade sujeitará as aeronaves atacantes a um aumento constante de
fogos à medida que se aproximam.

(6) CONTROLO DE FOGOS

Os fogos de defesa antiaérea são controlados utilizando normas e procedimentos dimanados


pelo Comando superior. Os Comandantes de Secção ou de Equipa utilizam normas de
actuação que definem as circunstâncias em que as armas podem abrir fogo sobre uma
aeronave que incluem o critério de identificação como hostil e o grau de controlo das armas.

(7) GRAU DE CONTROLO DAS ARMAS

O grau de controlo das armas inclui três modalidades:


TIRO LIVRE. As armas podem abrir fogo sobre qualquer aeronave não positivamente
identificada como amiga.
TIRO CONDICIONADO. As armas só podem abrir fogo sobre aeronaves positivamente
identificadas como hostis, de acordo com o critério em vigor.
TIRO RESTRITO. As armas não abrem fogo excepto em auto-defesa. NOTA: Os
Comandantes de Batalhão e de Brigada podem ter delegação de autoridade para impor
medidas de controlo mais restritivas para os sistemas de artilharia antiaérea.

(8) CORREDORES DE SEGURANÇA

Para permitir que as aeronaves amigas actuem num ambiente aéreo hostil, os elementos de
controlo do espaço aéreo da Divisão ou do Corpo de Exercito fixam por vezes corredores de
“segurança”. Por exemplo “as armas em tiro condicionado, excepto armas em tiro restrito
das 1300-1330 para aviões voando de Oeste sobre a área A “, permite o ataque às aeronaves
Hostis, mas garante protecção especial aos voos a aviões amigos, vindos de Oeste, e
esperados entre as horas mencionadas.

(9) ALERTA OPORTUNO

O alerta oportuno de ataque aéreo inimigo é dado, em geral, pelo Grupo de Artilharia
Antiaérea Divisionária, normalmente a probabilidade de ataque é referida a uma das três
situações:

VERMELHO: - ataque iminente


AMARELO: - ataque provável
BRANCO: - ataque improvável

O dispositivo de alerta existente no Comando da Secção de Defesa Antiaérea e em cada uma


das suas Equipas, está ligado ao radar de alerta de zona avançada. Esta ligação permite a
transmissão do alerta relativo às aeronaves que operam na área bem como a sua identificação
(amiga ou desconhecida).

b. Engenharia de Combate
O Batalhão pode receber apoio de engenharia da Companhia de Engenharia que está em A/D da
Brigada. A Brigada pode estabelecer uma prioridade de trabalhos à Companhia de Engenharia a
todo o sector da Brigada ou dá prioridade de trabalhos a cada um dos sectores dos batalhões,
consoante as próprias prioridades da Brigada. A Brigada, além disso, pode dar elementos de
engenharia em A/D ao Batalhão. A engenharia é normalmente empregue em quatro funções
básicos:

• Mobilidade -
CAPÍTULO 9

APOIO DE SERVIÇOS

SECÇÃO I – GENERALIDADES

0901. ELEMENTOS E FUNÇÕES

O apoio de serviços consiste num conjunto de acções logísticas e administrativas para manter a
capacidade de combate do Batalhão. O Comandante de Batalhão, principalmente através
do seu Segundo Comandante, do OFPess e do OfLog, é responsável por prever e planear
as necessidades de Apoio de Serviços para cumprir a missão.
O Batalhão assegura uma variedade de Apoio de Serviços às suas Companhias, e constitui o elo
ligação de Apoio de Serviços entre as Companhias e as unidades de apoio de serviços da Brigada, da
Divisão e do corpo de Exército.
As unidades de apoio de serviços fornecem apoio de::

• Serviços (por exemplo: banhos, lavandaria, alimentação e cantinas do pessoal).


• Artigos (classe I a X)
• Assistência técnica (por exemplo: apoio de manutenção, conselhos de como descontaminar armas
e equipamentos após a exposição a contaminações NBQ).

O ímpeto do apoio de Serviços deve processar-se da retaguarda para a frente; por


outras palavras, o apoio de serviços é prestado o mais à frente que a
situação táctica permita.

a. Abastecimentos

Os abastecimentos são entregues nas unidades da frente sempre que possível. Este método de
reabastecimento é designado fornecimento no órgão, e é um processo em que o utente deve
dirigir-se ao local de reabastecimento e aí levantar os abastecimentos. Normalmente os
abastecimentos das classes III e V (combustíveis, óleos e lubrificantes, e munições) são
fornecidos nos locais de reabastecimento. O Batalhão obtém os seus abastecimentos através da
combinação de fornecimentos na unidade e fornecimento no órgão. Quando há escassez de
artigos críticos, as unidades de apoio do Corpo do Exército entregam-nos directamente no
Batalhão. A isto chama-se encaminhamento directo, e é frequentemente empregue para fornecer
conjuntos principais e outros artigos necessários, considerados essenciais.

b. Manutenção

A manutenção realiza-se (quando a situação táctica o permite)no mais baixo escalão capaz de a
executar. Frequentemente, equipas de contacto pertencentes a unidades de manutenção da Divisão
trabalham com as unidades da frente , auxiliando-as na reparação de equipamento inoperacional a
fim de que este possa tornar a ser utilizado em combate o mais depressa possível.
c. Apoio Sanitário

O apoio sanitário é realizado ao mais baixo escalão possível. Este apoio á também prestado o
mais à frente possível, a fim de permitir o regresso rápido do pessoal às suas unidades e assim
manter os efectivos das unidades.

0902. ELEMENTOS DE APOIO DE SERVIÇOS DO BATALHÃO

A Companhia de Comando e Serviços tem quatro pelotões que prestam apoio de serviços ao
Batalhão: Pelotão de apoio de serviços, Pelotão de Manutenção, Pelotão de transmissões e Pelotão
Sanitário.

a. Pelotão de Apoio de Serviços

O Pelotão de Apoio de Serviços é responsável por fornecer abastecimentos, transportes e


alimentação às Companhias. O Pelotão é constituído por um comando, por uma Secção de
Reabastecimento, por uma Secção de Transportes e por uma Secção de Alimentação.
O Comando do Pelotão é constituído pelo Comandante de Pelotão, um rádio telefonista –
condutor auto e uma viatura de ¼ Ton com atrelado. O Comando garante o comando r controlo
do Pelotão de Apoio de Serviços. O Comandante do pelotão é normalmente o adjunto do OfLog
e o Oficial de Munições do Batalhão.
A Secção de Reabastecimentos recebe e reúne os pedidos de reabastecimento (excepto os
sobressalentes respeitantes a viaturas, armamento, transmissões e material sanitário) das
Companhias e prepara e envia os pedidos do Batalhão para o órgão de reabastecimento
apropriado da Brigada. A Secção de Reabastecimentos recebe e distribui os mantimentos dentro
do Batalhão.
A Secção de Transportes transporta todos os tipos de abastecimentos dos órgãos logísticos para
as Companhias. Quando os trens estão divididos, parte da secção de transportes actuará a partir
dos trens de campanha do Batalhão.
A Secção de Alimentação organiza por forma a fornecer rações de combate ou alimentação
preparada a todo o Batalhão, ou organiza equipas de alimentação, com o respectivo material de
confecção, e fornece uma a cada Companhia. Não é normal que as Companhias e os Batalhões
darem requisições de víveres, porque o escalão logístico apoiante requisita os víveres necessários
com base na precisão dos efectivos globais existentes 72 horas mais tarde.
b. Pelotão de Manutenção

O Pelotão de Manutenção executa actividades de manutenção orgânica em todo o equipamento


do Batalhão, excepto no equipamento de transmissões e sanitário. Realiza a manutenção orgânica
que não possa ser efectuada pelas Companhias, armazena e fornece sobressalentes, e executa a
recolha e a evacuação no campo de batalha. Funciona sob o controlo operacional do Oficial Auto
do Estado-Maior especial do Batalhão.

c. Pelotão de Transmissões

O Pelotão de Transmissões executa a manutenção orgânica do equipamento de transmissões do


comando e Companhia de Comando serviços do Batalhão e alguma manutenção orgânica de
equipamento de transmissões das Companhia que não possa ser efectuada por elas. Evacua o
equipamento de transmissões que não possa reparar.
d. Pelotão Sanitário

O Pelotão Sanitário é constituído por uma Secção de PS por socorristas que prestam assistência
sanitária às baixas do Batalhão e por uma Secção de Evacuação que transporta as baixas para o
Posto de Socorros (PS) do Batalhão. O Pelotão é comandado por um Oficial do Serviço de Saúde
que planeia, coordena e supervisa as actividades sanitárias do Batalhão. O Pelotão Sanitário
armazena e fornece os abastecimentos sanitários ao PS do Batalhão e fornece socorristas às
Companhias, e faz a manutenção orgânica (1º escalão) de todo o equipamento sanitário do
Batalhão.
0903. RESPONSABILIDADES DO BATALHÃO

Normalmente o Comandante de Batalhão delega no seu Segundo Comandante a coordenação e


supervisão do apoio de serviços do Batalhão. No Anexo G descreve-se uma lista de deveres e
responsabilidades do pessoal de EM. Nos pontos seguintes sumaria-se as responsabilidades
administrativo-logísticas:

• O OfPess é responsável pelo Centro de Administração do Pessoal (CAP), o qual garante o apoio
de administração do pessoal e de serviços administrativos, incluindo a manutenção de efectivos
na unidade; administração de pessoal e manutenção da moral e da disciplina, lei e ordem. O
OfPess pode exercer supervisão de EM relativamente ao Comandante do Pelotão Solitário.

• O OfLog é responsável pelo apoio logístico: reabastecimentos, manutenção, evacuação de


equipamento, transportes e outros serviços logísticos.

• O OfOp é responsável por propor as prioridades de reabastecimento e de apoio de manutenção às


unidades subordinadas quando as necessidades do Batalhão não puderem ser totalmente
satisfeitas. Para tal baseia-se nas propostas do OfLog e no conhecimento que tem das operações
em curso e planeadas.

SECÇÃO II - LOGÍSTICA

As principais áreas logísticas são o reabastecimento, o transporte, a manutenção, evacuação e


hospitalização e serviços. O OfLog planeia, coordena s supervisa as actividades de reabastecimento,
de evacuação, de transporte e de manutenção; toma as medidas necessárias para que o plano logístico
possa apoiar o plano táctico em cada uma das operações que o Batalhão realiza.

0904. REABASTECIMENTOS

As operações de reabastecimento compreendem o processo da determinação das necessidades, e


consequente requisição, obtenção, armazenagem e fornecimento dos artigos
correspondentes àquelas necessidades.
As unidades do Batalhão dispões de alguns artigos e sobressalentes , essenciais para o combate,
designados níveis orgânicos ou no caso de se tratar de munições, dotações
orgânicas. Os mínimos de apoio mínimos, são normalmente fixados pela Divisão ou
pelo Corpo do Exército. A finalidade dos níveis e das dotações orgânicos é permitir que
a unidade se mantenha em combate durante períodos limitados, ou até que possa ser
reabastecida.
A Secção de Reabastecimento do Pelotão de Apoio de Serviços está organizada com a finalidade de
processar as requisições dos abastecimentos, e de receber, e fornecer os abastecimentos
ao Batalhão. Como norma, a Secção de Reabastecimento utiliza os seus meios de
transporte orgânicos para entregar os abastecimentos às Companhias. A prioridade de
fornecimentos dos artigos críticos é definida pelo OfOp, com base nas propostas do
OfLog e nas necessidades operacionais do Batalhão.

a. Classes de Abastecimentos
Os abastecimentos são divididos em dez classes principais, a fim de acelerar os procedimentos de requisição e
distribuição.

(1) VÍVERES E ARTIGOS DE HIGIENE E DE BEM - ESTAR GRATUITOS


(CLASSE 1)

Quando as refeições confeccionadas pela Secção de Alimentação do Pelotão de Apoio de Serviços, são
fornecidas a unidades completas (por exemplo às Companhias), tal designa-se por
distribuição por unidade. As rações de combate para o Batalhão são automaticamente
requisitadas pelo Batalhão de Reabastecimento e Transporte divisionário, com base no
mapa diário da força (MDF) enviado pelo OfPess ao Ajudante Geral da Divisão. Em
circunstâncias anormais, quando é necessário um determinado artigo específico, o OfLog
do Batalhão pode enviar uma requisição de rações, em separado, ao comando de Apoio de
Serviços Divisionários (CASD).
Pelotão de Apoio de Serviços normalmente levanta as rações de um local de Reabastecimento (LR) da
classe I do CASD, situado na área de apoio de serviços da Brigada. Raramente o LR da classe I ficará
situado na área de apoio de serviços da Divisão. As rações podem ser entregues (às Companhias, e a
outras unidades de reforço ou orgânicas do Batalhão) pela Secção de Alimentação do Pelotão de Apoio de
Serviços, ou podem ser fornecidas através dos canais de reabastecimento.

(2) FARDAMENTO, EQUIPAMENTO INDIVIDUAL, MATERIAL DE BIVAQUE, ETC

(CLASSE II)
São considerados nesta classe os abastecimentos e o equipamento (excepto o criptográfico)
constante dos quadros orgânicos e meios (QOM), e das Listas de Níveis Orgânicos (LNO). Esta
classe de abastecimentos abrange o fardamento, o equipamento individual, o material de
bivaque, as colecções de ferramenta manual e os abastecimentos de carácter administrativo.
Quando um artigo da classe II se perde, é destruído ou está gasto, as unidades do Batalhão
requisitam a sua substituição através do OfLog do Batalhão, o qual consolida as requisições e
envia-as ao CASD.
(3) COMBUSTÍVEIS, ÓLEOS E LUBRIFICANTES (CLASSE III)

A apresentação de viaturas vazias e de vasilhame , para transporte de combustíveis, no local de


reabastecimento de combustíveis e lubrificantes (LRCLub), é suficiente para levantar
CombLub; não é necessário fazer requisições formais. No entanto os Batalhões enviam
previsões que servem de base para o estabelecimento de níveis de apoio nos escalões Divisão e
Corpo de Exército. Os CombLub são normalmente obtidos pela secção de transportes do
Pelotão de Apoio de Serviços, no local de reabastecimento avançado de combustíveis e
Lubrificantes (LRAvCLub), divisionário, situado na área de apoio de serviços da Brigada.
Sempre que necessário, os auto tanques de transporte de combustíveis da Divisão podem ir à
área de trens do Batalhão, ou então os helicópteros do Corpo de Exército podem transportar os
CombLub, em depósitos flexíveis, ate ao Batalhão.

Os auto tanques vazios dos batalhões, vão ao LR, atestar e regressam. As NEP do Batalhão
devem determinar a forma de proceder neste aspecto. O OfLog do Batalhão providencia para
que haja combustível no momento e local adequados, para reabastecer as Companhias e para
que a maior parte das viaturas de combustíveis a granel se mantenham atestadas, sejam quais
forem os procedimentos em vigor. Se houver carros de combate em reforço, as operações de
atestamento dos sub agrupamentos
Podem ocorrer de duas formas:
NA POSIÇÃO. A viatura de combustível vai até ás posições dos pelotões.
FORA DA POSIÇÃO. Mantendo uma segurança nas posições, os carros de combate
deslocam-se alternadamente até às viaturas de combustível, que estão em local central.
Fazer deslocar as viaturas de combustível às posições é talvez o processo mais discreto de
atestar. O processo de atestar fora das posições, ou seja, deslocando os carros de combate até ao
auto tanque, é talvez o processo mais rápido mas o mais ruidoso. Quando for empregue o
processo de reabastecimento fora das posições, podem ser feitos também os abastecimentos das
classes I e V no mesmo local. As NEP do Batalhão devem definir os procedimentos relativos ao
funcionamento das operações de reabastecimento, e tais procedimentos devem ser praticados
em exercícios de campo, para garantir que as operações se processem sem dificuldades

(4) MATERIAL DE CONSTRUÇÃO (CLASSE IV)

Nesta classe está incluído o material de construção, de organização de organização de terreno e


de fortificação, relativamente a cujos artigos não estão definidas dotações físicas. As
requisições dos abastecimentos desta classe normalmente necessitam de aprovação do comando
e são enviadas pelo canal de comando. Eles são distribuídos com os artigos da classe II, à
excepção do material para obstáculos e de fortificação que pode ser encaminhado directamente
pelas unidades de CASCE.

(5) MUNIÇÕES (CLASSE V)

O reabastecimento de munições baseia-se normalmente na Taxa de Consumo Autorizado


(TCA), indicada pelo Corpo de Exército ou seja pela Divisão. No escalão Batalhão, as
munições são atribuídas de acordo com as exigências da missão. A TCA é a quantidade de
munições que pode ser atribuída a uma unidade, para um dado período de tempo, tendo em
conta as disponibilidades em abastecimentos, transporte e instalações. A Taxa de
Reabastecimento Necessário (TRN) é a quantidade de munições calculada como necessária
para garantir a continuidade das operações de uma unidade, sem restrições, e durante um
período de tempo especificado. Quer a TCA quer a TRN exprimem-se em termos de tiros/arma
por dia (t/a/d) no que respeita a munições a disparar por armas.

O Batalhão restabelece-se de munições, sempre que for necessário, nos Locais de


Reabastecimento Munições (LRMun) do CASCE, normalmente situado imediatamente à
retaguarda da área de apoio de serviços da divisão. Quando houver necessidade de
reabastecimento, o comandante de pelotão de apoio de serviços elabora uma requisição,
designada ordem de transporte, que se baseia nos relatórios de consumo da unidade. A ordem de
transporte é autenticada no PFM pelo Oficial de Munição da Divisão que se situa no Itinerário
Principal de Reabastecimento (IPR), na área de apoio de serviços da Divisão. As munições são
levantadas pelas viaturas de reabastecimento do Batalhão, no LRMun mais próximo, e
transportadas para a área de trens de campanha do Batalhão, onde se mantêm até serem
necessárias às unidades orgânicas ou de reforço. Quando for necessário, as unidades do CASD
ou do CASCE entregam directamente as munições às unidades do Batalhão, por viatura ou por
helicóptero.
Quando uma unidade pede munições, estas são-lhe entregues em viaturas de reabastecimento do
Batalhão. As munições são enviadas para a frente, até pontos de irradiação, onde o pessoal da
unidade conduz as viaturas de reabastecimento para determinados locais de descarga.

(6) ARTIGOS DE USO PESSOAL, NÃO ESPECÍFICAMENTE MILITARES, PARA


VENDA (CLASSE VI)

A classe VI abrange os artigos de uso pessoal, vendidos por intermédio dos serviços de cantinas
ou de Destacamento de Vendas dos Batalhões de Reabastecimento e Serviços do CASCE. As
requisições destes artigos são enviadas pelo OfLog através dos canais logísticos.

(7) ARTIGOS COMPLETOS PRINCIPAIS (CLASSE VII)

Os artigos da classe VII, tais como veículos e armas anticarro pesadas, são normalmente
fornecidos com base em requisições formais. Os artigos de grandes dimensões são entregues
directamente ao Batalhão ou às unidades, pelo CASD ou pelo CASCE. Os artigos mais
pequenos são normalmente levantados pelo Pelotão de Apoio de Serviços do Batalhão, no LR
divisionário, situado na área de apoio de serviços da Divisão.

(8) MATERIAL SANITÁRIO (CLASSE VIII)


O material sanitário para o Batalhão é obtido pelo Pelotão Sanitário, através de pedidos
informais que seguem o canal sanitário, aproveitando as ambulâncias de retorno do PS
divisionário, que normalmente está localizado na área de apoio de serviços da Brigada.

(9) SOBBRESSALENTES (CLASSE IX)

O Pelotão de Manutenção do Batalhão armazena os sobressalentes (excluindo os de material


de transmissões e sanitário), com base numa determinada LNO. Os sobressalentes de
material de transmissões são normalmente armazenados pelo Pelotão de Transmissões do
Batalhão. O Pelotão Sanitário armazena os sobressalentes do material sanitário. Os
sobressalentes são fornecidos mediante uma requisição específica ou por troca directa. O
Batalhão obtém os sobressalentes na Companhia de Apoio Avançada divisionária,
localizada na área de apoio de serviços da Brigada. Os sobressalentes são entregues às
Companhias mediante requisições enviadas através da rede logística, ou entregues em mão
pelo pessoal de manutenção da Companhia de Apoio Avançada

(10) MATERIAL PARA APOIO DE PROGRAMAS NÃO ESPECIALMENTE MILITARES


(CLASSE X)

Os artigos compreendidos nesta classe destinam-se a apoiar programas não essencialmente


militares, como sejam a agricultura e o desenvolvimento económico. Os artigos da classe X, têm
o mesmo tratamento dos da classe IV, quer no que respeita na sua requisição quer na
distribuição.
(11) OUTROS ABASTECIMENTOS

A água é obtida nos Locais de Reabastecimento de Água (LRAg), utilizando os transportes do


Batalhão. As cartas topográficas são obtidas pelo OfLog através do Oficial de Reabastecimento
da Divisão, com base nas necessidades apresentadas pelo OfInfo. O OfInfo fornece as cartas às
unidades do Batalhão, conforme for necessário.

0905. MANUTENÇÃO

No campo de batalha, a manutenção é vital. As percas em armas e sistemas excedem as


possibilidades das suas substituições. O número de armas e de sistemas que podem ser reparados e
devolvidos ao campo de batalha, influenciará o potencial de combate a opor ao inimigo. A
manutenção envolve todas as acções executadas para conservar o material em condições de
operacionalidade ou para pôr o material nessa condição. O êxito de um programa de manutenção
depende, por isso, da convergência de esforços de todo o pessoal do Batalhão.
As diversas categorias e responsabilidades de manutenção constam do quadro seguinte. O Batalhão
está fundamentalmente orientado para a manutenção orgânica
a. Manutenção Preventiva

A manutenção preventiva, base de um bom programa de manutenção, é uma conjugação de


esforços entre os operadores e/ou guarnições do equipamento e o pessoal de manutenção da
unidade.
A manutenção preventiva inclui as actividades de manutenção sistemáticas, a inspecção, a
correcção de deficiências iniciais que antecedem a ocorrência de avarias, a detecção e correcção
de excessos e o ensino dos cuidados a ter com o equipamento. A manutenção preventiva,
realizada oportuna e adequadamente, evita que as pequenas falhas se transformem em
deficiências importantes que obriguem a grandes reparações. A manutenção preventiva deve ser
programada para determinados períodos a executar quando a situação táctica o permitir. Nos
escalões Pelotão, Companhia e Batalhão devem executar-se inspecções periódicas, anunciadas ou
não, bem como verificações pontuais, no sentido de garantir a implementação do programa de
manutenção.

b. Decisão de Reparação

O equipamento deve ser reparado o mais à frente possível, de acordo com a situação táctica e
com as qualificações do pessoal de manutenção e a disponibilidade de ferramentas e de
equipamento. As cartas de manutenção, constantes dos manuais técnicos, indicam qual o escalão
de manutenção que tem capacidade, e está autorizado, para realizar determinadas reparações
específicas.
Normalmente o equipamento é reparado no próprio local onde se encontra ou evacuado para
locais de manutenção orgânica onde as reparações são feitas. As reparações no próprio local são
em regra executadas pelo Batalhão ou pelas Equipas de Contacto de A/D, quando há tempo
suficiente para as realizar, quando as Equipas de Contacto não tenham de ficar expostas aos fogos
directos do inimigo e quando o local possa ter razoáveis condições de segurança. Condições há,
no entanto, em que a em que a importância do equipamento inoperacional, em termos de missão,
exige a reparação no local, em condições menos favoráveis. Em tais condições, o Comandante
deve considerar as vantagens resultantes para a missão, face à potencial degradação das
possibilidades de manutenção de longa duração, que poderão resultar em baixas de pessoal de
manutenção qualificado. Se a reparação no local não for possível, o equipamento é evacuado para
a área dos trens de campanha ou para outros locais de reunião, para o efeito indicados.
A consolidação das actividades de manutenção em locais de reunião de material tem,
normalmente, as vantagens de reduzir a exposição das Equipas de Contacto aos fogos do inimigo,
de eliminar o tempo de trajecto para fazer as reparações no próprio local, e de garantir um
conjunto permanente de mão-de-obra e de equipamento para fazer face a necessidades previstas.
As Equipas de Manutenção do Batalhão e as Equipas de Contacto A/D, quando for necessário são
utilizadas nestes locais de reunião de material. Se o volume dos trabalhos necessários de
manutenção não permite a reparação nestes locais, o equipamento é evacuado para locais de
Reunião de Material (LrnMat) na área de apoio de servidores de Brigada. A situação táctica e a
natureza crítica do equipamento em termos da missão do Batalhão, devem ser sempre tidas em
consideração quando se tomam decisões de reparação. Por isso, é essencial que todo o pessoal
responsável pelas actividades de manutenção esteja em ligação estreita e permanente com o
Oficial de Operações do Batalhão e com os Comandantes de subunidades, para garantir um maior
grau de prontidão de apoio possível. O Comandante deve estabelecer prioridades relativas à
reparação de equipamentos.
c. Equipamentos de Transmissões

A manutenção orgânica do equipamento de transmissões é executada pelo pessoal de


transmissões das Companhias. Quando o equipamento de transmissões necessita de reparação é
enviado para o Pelotão de Transmissões. Se a deficiência é de tal ordem que exija manutenção de
apoio directo, o equipamento é evacuado para a Companhia de Apoio Avançada, do Batalhão de
Manutenção (CapAv/Bman). O equipamento criptográfico que não possa ser reparado no Pelotão
de Transmissões, e evacuado para o Batalhão de Transmissões da Divisão.

d. Equipamento Sanitário

A manutenção orgânica 1º escalão dos artigos de material sanitário é executada no Pelotão


Sanitário do Batalhão. O equipamento sanitário que precise de trabalhos de manutenção acima
daquele escalão, é evacuado pelos canais sanitários, para o Batalhão Sanitário da Divisão.

e. Armamento

A manutenção orgânica de armamento é efectuada pelo pessoal (utentes individuais/guarnições) a


quem as armas estão atribuídas e pelos mecânicos de armamento do Batalhão. Se as armas
necessitam de evacuação, são enviadas para a Companhia de Apoio Avançada do Batalhão de
Manutenção.

f. Outros Tipos de Equipamento

A evacuação de equipamento que se revelar necessária, excepto as viaturas, armamento o


material de transmissões e o material sanitário, processa-se para a Companhia de Apoio
Avançada, na área de apoio de serviços de Brigada.

(1) Veículos

O Comandante é responsável pela recolha das suas viaturas danificadas. Quando as viaturas
são abandonadas em combate, a recolha constitui responsabilidade do comando em cuja área
se encontram. As viaturas danificadas ou abandonadas são imediatamente recolhidas, para
evitar a destruição ou captura pelo inimigo.
As viaturas recolhidas são inspeccionadas, reparadas e repostas em operações, a fim de que
possam rapidamente tornar a ser utilizadas.
Os veículos que exijam grandes reparações ou os salvados, são levados quer para o órgão de
manutenção ou local de reunião de material, do escalão superior, ou são objecto de relatório.
Este relatório refere a localização, o número, o tipo e a situação em que se encontra a viatura.

(2) Equipamento

Deve-se utilizar a máxima cautela na recolha de equipamento abandonado. As equipas de


recolha devem certificar-se de que os sistemas de armas não estão carregados e que o
equipamento abandonado não está armadilhado. Se forem usadas armas NBQ, o
equipamento abandonado pode estar contaminado.
g. Salvados

Os Comandantes de Companhia são responsáveis pelas actividades relativas aos salvados, as


quais incluem a remoção e o transporte dos salvados para locais de reunião. Normalmente, a
Companhia de Atiradores evacua os salvados para o local de reunião de material de Batalhão,
aproveitando o retorno das viaturas de reabastecimento. Os Batalhões, em regra operam em único
local de reunião, para salvados e para material inimigo capturado, situado nas proximidades do
local de reunião de material. Os salvados, o material em excesso e o material danificado,
evacuado pelas Companhias para o Batalhão, são depois evacuados para a área de apoio de
serviço da Brigada.

h. Material Capturado ao Inimigo

O material capturado é reunido e evacuado sob a supervisão do OfInfo. Poderão ser necessários
os meios logísticos do Batalhão para evacuar os abastecimentos capturados. Dependendo dos
condicionalismos impostos, pelo comando, as viaturas e outros tipos de equipamentos do inimigo
podem não ser evacuados mas utilizados como suplemento aos meios de transporte e ao material
orgânico. O material capturado é sempre objecto de relatório a enviar ao escalão superior, onde
pode constituis uma origem de notícias.

i. Destruição de Veículos e outros Tipos de Equipamentos

Quando se tornar necessário, o material (excepto o sanitário) é destruído para negar a sua
utilização ao inimigo. A decisão de destruir equipamento só se toma, normalmente, com a
competência que for delegada pelo Comandante de Divisão ou do Corpo de Exército. Uma vez
decidida, a destruição deve executar-se rápida e eficientemente, Para tal, os planos de destruição
são elaborados com antecedência ou fazem parte das NEP do Batalhão.

0906. SERVIÇOS

a Operações do Pelotão Sanitário

A missão do Pelotão Sanitário é manter o efectivo de combate do Batalhão, através de medidas de


medicina preventiva e sanitária e se tratamento médico-cirúrgico adequado. O Pelotão é
constituído por um Comando, por uma secção de PS, por uma secção de socorristas das
Companhias e uma Secção de Evacuação. O PS do Batalhão é operado pela Secção de PS do
Pelotão Sanitário.

(1) SECÇÃO DE POSTO DE SOCORROS

O PS localiza-se o mais à frente possível que a situação táctica o permita, na área do


Batalhão, ficando normalmente dentro da área dos trens de combate. As considerações a
ponderar na localização do PS abrangem as considerações para a área dos trens e mais as
seguintes:

• As áreas onde se prevê a ocorrência de elevado número de baixas.


• Factores de tempo e distâncias de evacuação.
• Itinerários de evacuação acessíveis, para a frente e para a retaguarda.
• Existência de zonas de aterragens, para helicópteros de evacuação sanitária.

O PS normalmente funciona sob a supervisão de um Sargento Enfermeiro. Os indisponíveis


que necessitem de ulterior evacuação recebem tratamento clínico de emergência e são
preparados para a evacuação. Devem evitar-se as evacuações desnecessárias. O pessoal com
ferimentos e doenças de pouca importância, é tratado e regressa ao serviço o mais
rapidamente possível.
As atribuições específicas do PS do Batalhão compreendem:

• Receber, registar e examinar e fazer a triagem dos indisponíveis, reenviando para o


serviço aqueles que estiverem fisicamente aptos.
• Fazer o tratamento clínico de emergência e preparar os indisponíveis para ulterior
evacuação.
• De acordo com a situação, manter sob observação o pessoal suspeito de contaminação
radiológica ou química, antes de proceder ao tratamento clínico.
• Informar o OfPess do Batalhão, acerca dos indisponíveis observados no PS.

(2) SECÇÃO DE SOCORRISTAS DAS COMPANHIAS

O pessoal da Secção de Socorristas das Companhias destina-se a ser distribuído pelas


Companhias. Em situações de combate, os socorristas mantêm-se nas unidades apoiadas;
contudo, quando a unidade não estiver empenhada ficarão sob o controlo do Pelotão
Sanitário.

(3) SECÇÃO DE EVACUAÇÃO

A Secção de evacuação é constituída por seis equipas de evacuação. Cada equipa, por seu
turno, é constituída por um socorrista e um condutor de ambulância. As equipas de
evacuação são controladas pelo Comandante do Pelotão Sanitário. Uma equipa de
evacuação é empregue em A/D de cada Companhia de Atiradores empenhada.
A Equipa de Evacuação apoia a Companhia durante toda a operação e assim os seus
componentes ficam familiarizados com o terreno e com a situação táctica. Como a
evacuação a partir dos Pelotões se realiza para o Posto de Primeiros Socorros da
Companhia, a Equipa de Evacuação permanece neste local, quando não tiver indisponíveis
a evacuar, de tal maneira que a sua actividade possa ser controlada pelo socorrista da
Companhia.
As Equipas de Evacuação que não estejam em A/D, são empregues em A/G do Batalhão.
Estas Equipas destinam-se a reforçar as equipas de A/D e a apoiar a reserva quando
empenhada. De acordo com a situação táctica, o socorrista destas equipas poderá auxiliar
no PS ou funcionar como socorrista na Companhia de Comando e Serviços.
Os socorristas fazem tratamento de emergência, dentro das suas possibilidades, e
providenciam para que os indisponíveis que necessitem de evacuação sejam adequadamente
preparados e imediatamente evacuados. Embora a companhia possa montar um PPS é
normalmente preferível evacuar os feridos para fora da área da Companhia o mais
rapidamente possível. Os socorristas nas Companhias, por isso, fazem fundamentalmente a
triagem de indisponíveis, para definir quais os que necessitam de tratamento posterior e os
que podem regressar ao serviço.
Os indisponíveis que necessitem de tratamento posterior podem ser evacuados para o PS do
Batalhão, numa ambulância da Secção de Evacuação do Pelotão Sanitário. Dependendo da
gravidade dos ferimentos, os indisponíveis podem ser evacuados directamente para o PS
divisionário, localizado na área de apoio de serviços da Brigada, ou para um Hospital de Apoio
de Combate (HAC) do Corpo de Exército. A evacuação directamente do campo de batalha para
os órgãos de apoio sanitário da Divisão ou do Corpo de Exército é realizada frequentemente por
helicópteros.

b. Serviço de Alimentação

A Secção de Alimentação do Batalhão está organizada para funcionar numa única área para
apoiar toda o Batalhão, ou para destacar equipas de alimentação, com equipamento de cozinha,
para apoiar cada uma das Companhias do Batalhão.
O Comandante do Pelotão de Apoio de Serviços é responsável pela escolha da área de cozinhas e
pela coordenação com as unidades a alimentar. Tem no sargento de alimentação o seu principal
auxiliar. As cozinhas ficam normalmente situadas nos trens de campanha do Batalhão, na área de
apoio de serviços da Brigada. A escolha exacta da área das cozinhas é feita normalmente pelo
sargento de alimentação, a qual deve reunir o maior número possível das características
desejáveis para uma área de trens.
A Secção de Alimentação pode confeccionar as refeições numa área central e transportá-las
depois em recipientes isotérmicos até às Companhias; ou então, quando a situação táctica o
permitir, as refeições podem ser confeccionadas e distribuídas na área das Companhias.
O OfLog do Batalhão, ou o Comandante do Pelotão de Apoio de Serviços, elabora um plano de
alimentação que é um conjunto de instruções relativas à forma e ao horário de fornecimento da
alimentação. Estas instruções, que em geral são divulgadas verbalmente, abrangem os seguintes
aspectos:
• Horário e local de funcionamento das rações; limpeza do equipamento de cozinha; hora de
saída e de chegada das viaturas às áreas de cozinhas, e quando é que passam ao controlo das
unidades e quando é que revertem ao controlo do Batalhão.
• Localização das cozinhas.
• Forma de distribuição e viaturas a utilizar no fornecimento.
• Outros abastecimentos que devem ser fornecidos com as refeições.
• Necessidade de guias e indicação de pontos de irradiação.

A situação táctica influencia, em grande medida os tipos de ração a fornecer para as várias
refeições. Como as considerações de natureza táctica normalmente não permitem o deslocamento
diurno das viaturas das Equipas de Alimentação à área das Companhias da frente, é normalmente
confeccionada uma refeição quente e carregada nestas viaturas ao anoitecer. As viaturas
deslocam-se de noite sob o controlo do Batalhão(se partirem dos trens de campanha do Batalhão)
para pontos de irradiação da Companhia.
O Comandante de Companhia escolhe a área de cozinhas da Companhia, envia um guia para
esperar a viatura da equipa de alimentação no ponto de irradiação de companhia e providencia
para que todo o pessoal tome a refeição. Quando, ao anoitecer, há para distribuição uma ração
para um dia completo, as viaturas das Equipas de Alimentação deslocam-se a partir dos trens de
campanha e fornecem, às posições avançadas, de uma só vez, todas as três refeições. Este
procedimento exige apenas uma viagem por dia entre os trens de campanha do Batalhão e as
áreas de cozinhas das Companhias; no entanto, pode ser impraticável, quando as unidades
estiverem em contacto.
A água é fornecida através de atrelados de água, rebocados por viaturas das Equipas de
Alimentação, como parte da sua carga normal.
Sempre que possível a água obtém-se a partir de recursos locais. Quando os recursos naturais são
escassos, a engenharia divisionária pode montar e operar um ou mais locais de reabastecimento
de água , onde podem ser atestados os bidões e atrelados de água. A água pode ser transportada
para as unidades da frente, por via aérea, em recipientes adequados.

c. Outros Apoios logísticos

(1) BANHOS E TROCA DE ROUPA

O Serviço de Banhos e Troca de Roupa funciona na área de apoio de serviços da Brigada,


quando a situação táctica o permita.

(2) LAVANDARIA

O Serviço de Lavandaria, quando existe, é prestado por unidades de apoio não


endivisionadas e coordenado pela Secção de Reabastecimento do Batalhão.

SECÇÃO III – GESTÃO DE APOIO LOGÍSTICO

O Oficial de Logística do Batalhão faz a gestão de apoio de serviços, pela coordenação das
operações fundamentais de reabastecimento, de evacuação e hospitalização, de transporte , de
manutenção e de serviços, e pelo relacionamento destas funções com as operações tácticas do
Batalhão. Desempenha a sua função de gest5ão através de:

• Elaboração de estudos e planos logísticos, e de instruções, registos e relatórios de apoio


administrativo.
• Supervisão da execução da parte logística das instruções administrativas.
0907. ESTUDOS DE SITUAÇÃO LOGÍSTICA

O estudo da situação logística é o processo contínuo aplicável a qualquer operação, que se


estende desde o momento em que se recebe a informação inicial até a operação estar
terminada. O OfLog colige permanentemente elementos de informação e avalia a situação do
Batalhão quanto a reabastecimentos, transportes, apoio sanitário e manutenção. O OfLog
está preparado para, em qualquer momento transmitir ao Comandante o seu estudo relativo a
uma determinada operação.
O estudo de situação logística raramente assume a forma escrita ao nível Batalhão; é,
sobretudo, um processo mental utilizado pelo OfLog que integra todos os elementos de
informação que reuniu.
O OfLog dispõe de várias fontes de informação que o habilitam a fazer o seu estudo de
situação. As principais fontes são os seus colaboradores, que o informam sobre os
pormenores das respectivas áreas de actividade, os elementos dos CASD em apoio, e as
unidades apoiadas, as quais o informam da situação do equipamento e dos abastecimentos.
Os elementos de informação pretendidos destas fontes, devem vir especificados nas NEP
logísticas da unidade.

0908. PLANO LOGÍSTICO

Depois de os estudos de EM serem apresentados ao Comandante, e de o Comandante ter


tomado a decisão, o plano logístico é completado pelo OfLog a fim de poder apoiar o plano
táctico. O planeamento é contínuo e começa o mais cedo possível. No escalão Batalhão, o
planeamento não é efectuado formalmente mas deve ser completo em cada um dos pormenores
abordados. Para completar o plano logístico, o OfLog, fundamentalmente, considera:

• A decisão e conceito da operação do Comandante.


• A situação táctica e a situação de apoio administrativo.
• O terreno onde vai decorrer a operação.

O plano logístico pode ser escrito quando se tratam de operações complexas. Este plano deve
incluir disposições relativas às actividades de reabastecimento, de transporte, de manutenção,
de apoio sanitário e de serviço de alimentação.

0909. PLANO DE REABASTECIMENTO

O reabastecimento e o plano táctico são inseparáveis. O plano táctico deve ser elaborado de
tal maneira que as forças possam ser eficazmente reabastecidas. O OfLog coordena muito
estreitamente com o OfOp no sentido de poder apoiar o plano táctico.
O plano de reabastecimento é elaborado pelo OfLog e contém:

• Disposições relativas à distribuição de todas as classes de abastecimentos.


• Instruções sobre as diversas classes de abastecimentos; procedimentos relativos ao
material em excesso, aos salvados e ao material capturado ao inimigo, incluindo a
situação dos locais de reunião de salvados.
• Elaboração e envio de registos e relatórios; segurança e defesa dos trens e dos itinerários
de reabastecimento; recolha de viaturas danificadas.
• Localização e horário de funcionamento das unidades de apoio de serviços de reforço ao
Batalhão; localização e organização dos trens e da Secção de Manutenção.

0910. PLANO DE TRANSPORTE

O plano de transporte é elaborado pelo Comandante do Pelotão de Apoio de Serviços, sob


a orientação do OfLog e inclui:

• Escolha de itinerários de reabastecimento.


• Prioridade e restrições à circulação, impostas pelos escalões superiores, aplicáveis à
área de Batalhão; prioridades e restrições à circulação, impostas pelos escalões
superiores, aplicáveis à área de Batalhão; prioridades de circulação e restrição aos
movimentos, definidas pelo Comandante e pelo OfOp do Batalhão.
• Disposições sobre a utilização de viaturas de reabastecimento no deslocamento de
tropas.

0911. PLANO SANITÁRIO

O plano sanitário é elaborado pelo Comandante do Pelotão Sanitário e inclui:

• Instruções para a evacuação de doentes e de feridos


• Localização e emprego das secções de PS, de socorristas e de evacuação de Batalhão.
• Reabastecimento de artigos sanitários.

0912. IMPLEMENTAÇÃO DOS PLANOS LOGÍSTICOS

Uma vez aprovado o plano, as unidades e outros elementos do Batalhão são informados do
que ele contém, através de instruções de carácter administrativo tais como o anexo de apoio
de serviços; o parágrafo 4 da ordem de operações; os anexos à ordem de operações; e as
ordens parcelares, directivas verbais, mensagens ou NEP.
Umas NEP da Unidade, curtas e concisas, contribuem substancialmente para um apoio
logístico eficiente. Para ter eficácia, as NEP devem reflectir os procedimentos em vigor,
aplicáveis a aspectos gerais e de rotina das operações logísticas.
O OfLog, como aliás os outros oficiais de EM, deve verificar se as ordens que emitiu em
nome do Comandante estão a ser executadas. Inspecciona frequentemente os trens de
combate e os trens de campanha, e desloca-se com frequência às Companhias para verificar
se dispõe dos artigos de que precisam no momento adequado. Supervisando estreitamente a
execução das ordens, o OfLog apercebe-se não só da forma como0 as directivas e outras
instruções estão a ser cumpridas como detecta a oportunidade de alterar as ordens em vigor.
SECÇÃO IV – EMPREGO DO APOIO DE SERVIÇOS

0913. ÁREAS DE APOIO DE SERVIÇOS

Uma área de apoio de serviços é o local onde se encontram os elementos de apoio de


serviços. A escolha da localização geral da Área de Apoio de Serviços da Brigada
(AapSvçBrig) é da responsabilidade do0 OfLog da Brigada em coordenação com o OfOp.
A localização dos trens de Batalhão é da responsabilidade do adjunto do Oficial de
Logística.
As linhas de comunicações que ligam as várias áreas de apoio de serviços ou os trens
chamam-se Itinerários Principais de Reabastecimento (IPR) e Itinerários de
Reabastecimento (IR). O Oficial de logística da Divisão em coordenação com o Oficial de
Transporte da Divisão (OTD) escolhe o IPR da Área de Apoio de Serviços da Divisão
(AApSvçBrig) para a AapSvçBrig, ou até ao limite à retaguarda da Brigada. O OfLog da
Brigada escolhe os itinerários de reabastecimento da AapSvçBrig para os trens do Batalhão,
quando os dois não estão juntos. É da responsabilidade do OfLog do Batalhão a es colha
do(s) itinerário(s) de reabastecimento para os trens de combate e para as Companhias.

0914. TRENS DO BATALHÃO

O conjunto de pessoal, veículos e equipamentos constituído para prestar apoio de serviços a


uma unidade, é designada por trens. Os trens do Batalhão prestam o apoio de serviço às
unidades orgânicas, ou de reforço do Batalhão. Eles poderão ter de prestar apoio de
serviços, também, às unidades que estiverem a apoiar o Batalhão.
O OfLog tem responsabilidade de EM sobre os trens do Batalhão, e controla-os.
Normalmente nomeia indivíduos para supervisar e controlar os elementos logísticos
localizados em outras áreas(o Oficial Auto, ou o Comandante do Pelotão de Apoio de
Serviços).
Para melhor se compreender a forma de o Batalhão organizar os seus elementos de apoio de
serviços, para apoiar as operações de combate, é necessário descrever primeiro as operações
dos trens da Brigada e as operações dos trens das Companhias.

0915. TRENS DA BRIGADA

Os trens da Brigada situam-se, em geral, entre a área de apoio de serviços da Divisão e a


área dos trens do Batalhão e fora de alcance da maior parte da artilharia inimiga, a cerca de
10 quilómetros da linha de contacto. A Brigada não possui elementos orgânicos de apoio de
serviços para apoiar o Batalhão; os elementos de apoio de serviços localizados na área de
apoio de serviços da Brigada pertencem ao Comando de Apoio de Serviços Divisionário
(CASD). Normalmente o CASD tem, na área de apoio de serviços da Brigada, o seguinte:
locais de reabastecimento de todas as classes de abastecimento (excepto a classe v), uma
Companhia Sanitária, uma Companhia de Apoio Avançada, serviço de funerais e registo de
sepulturas, serviço de banhos e troca de roupa, local de reunião de salvados e material,
equipas de contacto e um Oficial Coordenador de Apoio de Serviços de Área Avançada
(OCA3). O apoio de serviços da Brigada é coordenado por este oficial, que trata
directamente com o Comandante do CASD todos os assuntos relativos às necessidades da
Brigada.
0916. TRENS DAS COMPANHIAS

As Companhias normalmente dividem os seus trens. Os trens da Companhia podem ser


controlados pelo Oficial Adjunto ou pelo Sargento Ajudante da Companhia. Quando os
trens da Companhia estão divididos os elementos de manutenção e sanitários, ficam
normalmente nas proximidades dos elementos da Companhia, enquanto os elementos de
reabastecimento e do serviço de alimentação se situam nos trens de Batalhão.
Quando forem constituídos Agrupamentos, pela troca de Esquadrões de Carros de Combate
e Companhias de Atiradores entre grupos de Carros de Combate e Batalhões de Infantaria,
as Companhias/Esquadrões deslocam-se com os seus Trens, o que inclui a parte
correspondente de combustíveis, óleos e lubrificantes, de munições, de apoio sanitário e de
serviços de alimentação, cedidos pelo Comando do Grupo/Batalhão de origem.
Quando são constituídos subagrupamentos, pelo reforço de Pelotões de Carros de Combate
às Companhias de Atiradores, pode ser necessário reajustar os trens dos subagrupamentos,
nomeadamente quanto à dotação de munições e quanto à manutenção. As alterações são
objecto de coordenação oportuna entre os Adjuntos dos Subagrupamentos e OfLog do
Batalhão.

0917 OPERAÇÕES DOS TRENS

As operações dos trens para assegurar o apoio dos planos tácticos do Batalhão,
compreendem:

• ORGANIZAÇÃO dos trens, com base nos meios disponíveis, de acordo com a melhor
forma de prestar um apoio eficaz.

• LOCALIZAÇÃO dos meios de apoio de serviços por forma a permitir uma resposta
oportuna e flexível às necessidades previstas, e simultaneamente minimizar a
possibilidade de exposição aos fogos e à manobra do inimigo.

• DESLOCAMENTO dos trens, em consequência das necessidades tácticas ou das


actividades do inimigo, para garantir a continuidade do apoio.

• SEGURANÇA das viaturas, do pessoal e dos abastecimentos, face às actividades do


inimigo que visem reduzir as possibilidades do apoio de serviços.

• EXECUÇÃO eficiente das actividades de reabastecimento, de evacuação, de transporte


e de manutenção, para aumentar a capacidade de combate do Batalhão.

a. Organização dos trens

A organização dos trens varia, fundamentalmente, com a missão do Batalhão e com os meios
disponíveis. Por vezes é vantajoso reunir todos os meios logísticos numa só localização
(como por exemplo numa zona de reunião ou na preparação e/ou execução de uma operação
aerotransportada ou de uma operação aeromóvel). A reunião dos trens num só local permite
facilidade de coordenação e controlo dos meios logísticos, e boa capacidade de segurança.
No caso de actuarem concentrados, os trens do Batalhão designam-se por trens da unidade,
mas frequentemente eles actuam divididos em duas partes, designados, respectivamente por
trens de combate e trens de campanha. Esta divisão só é aplicável (e sempre que tal seja
julgado necessário) nos escalões Companhia/Esquadrão e Batalhão/Grupo de Carros de
Combate/Grupo de Reconhecimento. A divisão dos trens possibilita um apoio logístico com
prontidão imediata de resposta, flexibilidade de emprego, e grande probabilidade de
sobrevivência dos meios.

Os trens de combate são constituídos de acordo com a situação táctica, com a missão, com o
terreno, com as condições meteorológicas, com os meios de transporte disponíveis e com as
considerações de espaço e tempo. Normalmente compreendem elementos de combustíveis,
óleos e lubrificantes (CombLub), munições e outros artigos de material, Equipas de Contacto e
o PS do Batalhão (mnemónica: 35MM-classeIII, classe V, médico e manutenção). A
constituição exacta depende da situação táctica e da missão. Assim numa situação defensiva em
que haja poucos movimentos de viaturas, pode haver pouca necessidade de CombLub nos trens
de combate. O esquema anterior apresenta um exemplo de organização e dispositivo dos trens
de combate do Batalhão.
Todos os meios logísticos do Batalhão que não sejam necessários na área dos trens de combate,
ficam localizados nos trens de campanha do Batalhão, os quais normalmente ocupam uma zona
na área de apoio de serviços da Brigada. Os trens de campanha do Batalhão compreendem as
restantes viaturas do CombLub e de munições, da Secção de Transportes do Pelotão de Apoio
de Serviços, os restantes elementos do Pelotão de Manutenção, o Comando0 do Pelotão de
Apoio de Serviços, a Secção de Reabastecimentos e a Secção de Alimentação. As operações
dos trens de campanha são normalmente supervisadas pelo Comandante do Pelotão de Apoio de
Serviços.
Quando o Batalhão cede uma unidade subordinada, normalmente uma parte proporcional dos
trens do Batalhão acompanha essa unidade. Como regra geral, para uma Companhia de
Atiradores, essa parte proporcional inclui os Socorristas da Companhia, a Equipa de Evacuação,
com ambulância, e a Equipa de Alimentação, com viatura.

b.Localização dos trens

Os trens de combate devem situar-se tão à frente quanto o possível, mas fora do alcance das
armas de tiro directo ou dos morteiros ligeiros do inimigo. Como os trens de combate estarão
normalmente, dentro do alcance da artilharia e dos morteiros pesados do inimigo, a área onde
estão localizados deve oferecer condições de cobertura de desenfiamento e de dispersão. Todas
as viaturas e todo o pessoal não essenciais devem localizar-se na área dos trens de campanha do
Batalhão. As vilas, aldeias, as fábricas e outras estruturas urbanas reúnem as melhores
condições de abrigo e cobertura e, como tal, devem ser utilizadas para instalar os trens.
A área dos trens de combate não deve ocupar o espaço necessário às Companhias da frente, e a
circulação das viaturas de reabastecimento e de manutenção não deve impedir a liberdade de
acção dos elementos de manobra e de apoio de combate.
Uma boa localização dos trens de combate deve ter:

• Terreno com boas condições de defesa.


• Espaço para permitir a dispersão das viaturas e das actividades a desenvolver.
• Cobertura da observação terrestre e área do inimigo.
• Solo firme que suporte as viaturas.
• Um local adequado para aterragem de helicópteros.
• Uma boa rede de itinerários que conduza às Companhias da frente e aos Trens de
Campanha do Batalhão.

Raramente se encontrará um local que reuna todas estas características, por isso deve-se dar
prioridade àquelas características que se revelam de maior importância para a missão e para a
situação táctica. Devem evitar-se as áreas onde um acidente de terreno, como por exemplo um
rio não navegável, possa constituir uma barreira quer às operações de reabastecimento quer às
operações de evacuação.

(2) TRENS DE CAMPANHA


Os trens de campanha do Batalhão situam-se normalmente na área de apoio de serviço da
Brigada, e a sua localização geral é normalmente escolhida pelo OfLog da Brigada. A sua
localização deve facilitar a coordenação entre o pessoal de logística do Batalhão, o OfLog da
Brigada e os e3lementos de apoio de serviços divisionários, situados na área de apoio de
serviços da Brigada. Por outro lado, a segurança de todos os elementos na AapSvçBrig fica
facilitada pela sua proximidade relativa. Só raramente será necessário que os trens de
campanha do Batalhão tenham de operar fora da AapSvçBrig o que só acontece em
consequência da duração do trajecto entre aquela área e os trens de combate do Batalhão ou da
necessidade de melhorar as condições de transmissões, ou de outros condicionamentos da
missão.
As áreas urbanizadas são bons locais para instalação dos trens. Elas garantem bons cobertos e
abrigos para viaturas, em edificações cobertas, as quais facilitam as actividades de manutenção
durante a noite, permitindo a utilização de luzes. Quando se utilizam áreas com pouca
densidade de urbanização, os trens deverão ocupar edifícios nas proximidades dos limites
urbanos para evitar engarrafamentos no centro da área

c. Deslocamento dos Trens

Em deslocamentos que impliquem poucos deslocamentos do Batalhão, os trens de combate só se


deslocam depois da operação realizada.
Os trens deslocam-se frequentemente nas operações tácticas que impliquem o deslocamento do
Batalhão a grandes distancias. Tal permite o reabastecimento e a evacuação de indisponíveis, com
oportunidade, e para evitar que os trens fiquem sujeitos aos fogos do inimigo. Os trens de
campanha do Batalhão normalmente deslocam-se, quando se deslocam os trens da Brigada.
Seja qual for o tipo de operação, os trens deslocam-se por escalões, a fim de permitir que seja
prestado um apoio de serviços contínuo ao Batalhão.

d. Segurança dos Trens

Constitui responsabilidade do OfLog o planeamento e montagem da segurança da área dos trens


de combate do Batalhão. A segurança terrestre imediata é obtida pelo estabelecimento de uma
defesa em perímetro, realizada pelo próprio pessoal dos trens. Se houver outras forças de
segurança disponíveis elas são integradas no plano de segurança da área dos trens.
As metralhadoras são instaladas e os seus fogos são coordenados para bater os eixos de
aproximação mais prováveis para forças apeadas inimigas. As armas anticarro são instaladas de
maneira a bater os eixos de aproximação prováveis para as forças blindadas do inimigo. Outro
pessoal e as respectivas armas batem os intervalos existentes nos sectores de tiro das
metralhadoras, e protegem as posições das metralhadoras e das armas anticarro. O pessoal e as
armas que não estiverem empenhadas no perímetro defensivo, constituem a força de reserva e é-
lhes fixada numa zona de reunião. De acordo com as situações previstas procede-se a ensaios,
caso o tempo disponível o permita.
Durante períodos de visibilidade limitada, ou quando se sabe, ou se suspeita, que grupos inimigos
estejam nas proximidades, pode aumentar-se o efectivo da força de segurança ou pode reduzir-se
a dispersão existente entre os elementos dos trens.
Quando o Batalhão está ao em contacto com o inimigo,, alguns elementos da reserva do
Batalhão podem, eventualmente, colaborar na segurança dos trens e das viaturas que estejam a
realizar o reabastecimento. O Comandante desta força de segurança coordena com o OfLog e
actua sob o seu controlo, a menos que haja instruções diferentes A defesa aérea dos elementos
dos trens é normalmente garantida pela Secção de Defesa Aérea do Batalhão, de acordo com as
prioridades definidas pelo Comandante de Batalhão.

0918. EXECUÇÃO DAS OPERAÇÕESDOS TRENS

O OfLog do Batalhão é responsável pela escolha de um IR do Batalhão. Este itinerário prolonga-se


no sentido da frente, desde o IPR da Brigada até aos trens de combate e continua até aos diversos
elementos de manobra e de apoio de combate do Batalhão. O IR proposto é objecto de coordenação
com o OfLog para verificar que ele apoia o plano táctico, bem como com cada unidade que irá
necessitar de reabastecimentos e de serviços.
São escolhidos IR, normais e de alternativa. Para apoiar cada uma das fases da operação; Os IR são
identificados com um nome, com uma letra ou com um número, como medida de controlo.
0919. CONSIDERAÇÕES RELATIVAS ÁS OPERAÇÕES AEROTRANSPORTADAS E
AEROMÓVEIS

Durante operações aerotransportadas e aeromóveis, os elementos dos trens de combate podem ficar
na base de operações. São empregues aeronaves para o reabastecimento e para evacuação sanitária.
Este processo permite:

• Aumentar a surpresa táctica dos elementos de manobra.


• Facilitar o movimento dos elementos a transportar.
• Diminuir a quantidade de aeronaves necessárias para a vaga inicial.

O apoio a prestar a partir de uma base distante, neste tipo de operações, depende:

• Da disponibilidade de aeronaves.
• Da incapacidade de o inimigo desarticular as actividades de reabastecimento.
• Da existência de condições meteorológicas favoráveis.

O OfLog do Batalhão deve estabelecer uma estreita relação com o OfLog da Brigada e com o OfOp
do batalhão, para garantir um adequado apoio logístico, de acordo com as necessidades, na conduta
destas operações.

SECÇÃO V – APOIO ADMINISTRATIVO

Para ser uma força combatente eficaz, o Batalhão precisa de dispor de apoio administrativo. Tem de
ter pessoal para operar as armas e equipamento, com moral elevada e constituir uma força
disciplinada.

0920.. RESPONSABILIDADES DO OFICIAL DE PESSOAL

O OfPess supervisa e coordena o apoio administrativo do Batalhão. Este recebe e processa os


elementos de informação relativos às actividades do pessoal do Batalhão, as quais abrangem os
relatórios de efectivos, os recompletamentos, a manutenção da disciplina, lei e ordem, o moral e os
serviços de apoio sanitário.
O Sargento do Pessoal auxilia o OfPess nas suas atribuições em:

• Estabelecer e manter a ligação, directamente, com a secção de pessoal da Brigada e com a


repartição de pessoal da Divisão.

O OfPess trabalha normalmente junto do OfLog, nos trens de combate do Batalhão. A sua
localização junto do OfLog facilita a coordenação e a obtenção do maior rendimento possível dos
limitados recursos em pessoal e em meios de transmissões.
O OfPess desloca-se constantemente. As suas atribuições repartem-se pelo PC, pelo PS, pela Secção
de Pessoal e por outros locais onde se desenvolvam actividades que ele tenha de supervisar ou de
coordenar. Poderá ter de se deslocar juntamente com o 2º Comandante ou com o OfLog, face aos
escassos meios de transporte.
O Local de Reunião de Transmissões (LrnTransv), o Local de Reunião de Prisioneiros de Guerra
(LRnPG) e o PS do Batalhão, situam-se normalmente nos trens de com bate do Batalhão. Em
consequência da falta de meios de segurança nas operações aeromóveis ou aerotransportadas, a
Secção de Pessoal funciona normalmente nos trens de unidade, situados na base/cabeça de ponte
aérea da Brigada. Neste caso, o LrnTransv e o LRnPG situar-se-ão junto do PC do Batalhão. Se o
Batalhão estiver a actuar numa área relativamente segura, com boa rede de estradas, as unidades de
apoio de serviços podem ser organizadas em trens de combate e trens de campanha, como acontece
nas operações terrestres normais. Todavia, havendo disponibilidade de helicópteros, raramente
existirá uma base de Batalhão separada da base/cabeça de ponte aérea de Brigada.

0921. SISTEMA DE REGISTOS E RELATÓRIOS

Para poder executar as suas atribuições de apoio administrativo, o OfPess tem de analisar os
elementos fornecidos pelos Mapas Diários da Força (MDF), mensagens de efectivos, Relatórios
Periódicos de Pessoal (SITPES), relatórios de baixas e relatórios de exposição à radiação, para
determinar as necessidades do Batalhão em recompletamentos. Os dados recolhidos destes
documentos são consolidados e apresentados, diariamente, ao Comandante de Batalhão, sob a forma
verbal ou em quadro ou em gráfico e enviados à Divisão.

a. Relatórios dos Efectivos em Contacto

Os relatórios dos efectivos em contacto têm como finalidade fornecer ao comando os efectivos
em contacto e não contacto da sua unidade. É elaborado unicamente pelas Subunidades em
contacto e destina-se a determinar o efectivo disponível, o que exclui o pessoal presente que por
diversos motivos não está pronto para o serviço.

b. Mapa Diário da Força

O Batalhão elabora o MDF para actualizar os elementos de efectivos a incluir nas mensagens de
efectivos. O MDF é enviado ao escalão superior apenas no primeiro dia e nas situações de
cedência ou de reforço. Nos dias seguintes, o envio dos elementos constantes do MDF é feito
através da mensagem de efectivos. As unidades que o Batalhão cede não figuram no MDF.
A mensagem de efectivos do Batalhão serve para informar os Comandantes tácticos dos escalões
superiores, de forma rápida e fácil, acerca do efectivo do Batalhão, e serve de base para o
planeamento operacional, de pessoal e logístico. A mensagem de efectivos inclui todas as
categorias de perdas e ganhos de pessoal no período de 24 horas considerado. Quer para o MDF
quer para a mensagem de efectivos, as unidades são designadas por números de linha, indicados
pelo escalão superior.

c. Relatórios Periódicos de Pessoal

O SITPES é elaborado, quando for determinado, a fim de permitir ao Comandante e aos Oficiais
de EM interessados numa recapitulação periódica dos factos relativos a todas as actividades de
pessoal no Batalhão. Ao comparar tais factos com os referidos em relatórios anteriores, quer o
Comandante quer o EM podem detectar as actividades que exijam mais atenção.

d. Relatório Individual de Baixa


O relatório individual de baixa é utilizado para relatar não só as baixas devidas ao combate, mas
também as perdas não devidas ao combate. Tem origem nos Pelotões (ou mesmo Secções) e
Companhias e serve de base para notificação dos parentes mais próximos, avaliação e situação do
efectivo da unidade e pagamento de pensões ou indemnizações.

0922. RECOMPLETAMENTOS

O EM do Batalhão providencia para que a unidade receba, com oportunidade, o quantitativo e o tipo
adequados, de recompletamentos. A exactidão dos relatórios de efectivos das Companhias é
conferida com as perdas transmitidas através dos canais operacionais. A coordenação entre o
Comandante e o OfOp permite a definição de prioridades que são comunicadas ao Ajudante Geral
(AG) da Divisão, de tal maneira que os recompletamentos possam ser distribuídos directamente às
Companhias. As faltas críticas de pessoal são comunicadas ao Comandante de Batalhão.
Quando o OfPess é informado de que há recompletamentos para receber, ele coordena com:

• O Comandante e o OfOp sobre os ajustamentos finais de distribuição.


• O OfInfo acerca de palestras sobre segurança.
• O OfLog quanto a transporte, armazenamento de bagagens e equipamentos.
• O Chefe do aquartelamento quanto a alimentação e a alojamentos.
• O Comandante do Pelotão Sanitário ou com o Sargento Enfermeiro quanto a fichas sanitárias.
• O capelão (se houver de reforço) quanto a palestras de carácter religioso e outros que requeiram a
sua intervenção.

As Companhias que tiverem recompletamentos a receber, são informadas do número de


recompletamentos, bem como do dia, hora e local onde podem serem recolhidos.
Quando o tempo disponível e a situação táctica o permitirem, os recompletamentos
podem ser informados, na unidade sobre as NEP do Batalhão, serviço de pessoal,
auxílio na resolução de problemas pessoais, vacinas e entrega de fichas sanitárias,
entrega de equipamento de excesso e armazenamento de bagagem pessoal.

0923. MANUTENÇÃO DA MORAL

O OfPess mantêm o comando informado sobre a situação da moral e do espírito de corpo do


Batalhão. Ele influencia a situação do moral assegurando um conjunto de serviços de pessoal, tais
como:

• Licenças e dispensas
• Informação do comando
• Serviço postal
• Actividades religiosas
• Serviços comerciais
• Serviço de finanças
• Assistência jurídica
• Actividades de bem-estar

O OfPess deve providenciar para que estes serviços de pessoal decorra com eficiência e
imparcialidade.
0924. MANUTENÇÃO DA DISCIPLINA, LEI E ORDEM

Os objectivos principais nesta área são os de contribuir para a eficiência da unidade pelo combate
pela preservação do respeito pela Autoridade, pelo cumprimento das leis e regulamentos, pela
eliminação das condições propícias a quedas de disciplina e de minimizar as perdas de pessoal, por
motivos de ordem criminal ou disciplinar, bem como o número de transviados. O OfPess mantêm o
Comandante informado acerca de todos os assuntos que afectem o estado disciplinar e propõe
medidas tendentes a manter, ou a melhorar, o grau de disciplina no Batalhão. Ele auxilia o
Comandante na manutenção da disciplina, ao supervisar as actividades da lei e ordem, como sejam o
controlo e encaminhamento de transviados e a administração da Justiça Militar do Batalhão. Ele deve
ser conhecedor de todos os factores que possam afectar o estado disciplinar, detectando os inícios de
quebras de disciplina, tais como:

• Número excessivo de ausências ilegítimas e de deserções.


• Aumento do número da gravidade dos crimes.
• Falta de cuidado, quer na manutenção do equipamento, quer na manutenção dos abastecimentos.
• Falta de higiene pessoal e aprumo.
• Reacção inadequada a ordens, directivas e outras instruções.

O OfPess do Batalhão coordena com o OfPess, e com determinados oficiais do EM Especial, da


Divisão, tais como o Preboste, o inspector-geral e o Oficial de Justiça, o processamento de assuntos
administrativos e de Justiça Militar. O Comandante, o OfPess, e os Comandantes subordinados
devem detectar as situações e os problemas específicos que mereçam considerações especiais com
vista à prevenção do crime.

0925. CONTROLO DE TRANSVIADOS

O controlo de transviados é uma atribuição primária da Polícia do Exército (PE), mas constitui
também uma responsabilidade de todos os Oficiais e Sargentos. Os postos de controlo de transviados
são frequentemente estabelecidos pela Brigada. Normalmente estes postos não são estabelecidos ao
nível de Batalhão, porque a guarda de serviço interno, quando a unidade se encontra em bivaque, tem
finalidade semelhante. O Batalhão monta LrnTransv à retaguarda das Companhias empenhadas,
normalmente na área de trens de combate. Estes locais são supervisados pelo OfPess e/ou pelo Chefe
de aquartelamento. Os transviados são reenviados às suas unidades ou evacuados para a retaguarda
pela PE, ou se estiverem indisponíveis, através dos canais de evacuação sanitária. Os LrnTransv,
durante as operações aerotransportadas ou aeromóveis, terão de ser montadas nas proximidades do
PC do Batalhão. Na maior parte dos casos, os transviados são integrados no Batalhão, até que
possam recolher às unidades a que pertencem.

0926. PRISIONEIROS DE GUERRA

Os Prisioneiros de Guerra (PG) estão sujeitos a determinados procedimentos, desde o momento de


captura até serem evacuados do Batalhão para o local de Reunião Avançado de Prisioneiros de
Guerra divisionário (LrnAvPC), situado na área de apoio de serviços da Brigada. Os PG devem ser
separados dos elementos amigos para evitar que obtenham informações destes, mas o LRnPG * deve
ficar situado perto de um itinerário de tal modo que facilite a evacuação para a retaguarda.
O OfPess é responsável pela superintendência das actividades relativas a PC. Ele coordena com o
OfInfo relativamente ao interrogatório dos PG; com o OfOp sobre a segurança dos PG (guardas ou
escoltas); com o OfLog, quanto a alimentação e transportes; com o Comandante do Pelotão Sanitário
e com o Sargento Enfermeiro relativamente ao tratamento e evacuação dos PG feridos; com o Chefe
de aquartelamento no respeitante à guarda dos PG no LRnPG.
O LRnPG situa-se normalmente nas proximidades dos trens de combate e fica sob supervisão do
OfPess. As unidades captoras são responsáveis pela segurança dos PG até que estes cheguem ao
LRnPG do Batalhão. Durante as operações aerotransportadas ou aeromóveis o LRnPG deve ficar
relativamente afastado do PC. Se os PG não forem interrogados pelo OfInfo do Batalhão, são
rapidamente evacuados da Companhia, directamente para o LRnAvPG, na área de apoio de serviços
da Brigada.

* Neste escalão pode constituir-se um LRnPG, onde os PG permaneçam um período de tempo


mínimo, para eventual interrogatório sumário e reunião para evacuação.

0927. FUNERAIS E REGISTOS DE SEPULTURAS

Os Batalhões e Companhias desenvolvem quatro tarefas inerentes à actividade de funerais e registo


de sepulturas: reunião, identificação e evacuação dos mortos, inventário e salvaguarda de espólios.
Ao elaborar o plano de actividades de funerais e registo de sepulturas, o OfPess coordena com o
OfInfo quanto ao destino a dar aos artigos com interesse para as informações; Com o OfLog quanto
ao transporte de mortos para o local de reunião e quanto ao encaminhamento dos espólios; com o
comandante do Pelotão Sanitário quanto à remoção imediata dos corpos a partir do PS e no que
respeita à elaboração do relatório de baixas.
As Companhias, utilizando os meios de transporte orgânicos, evacuam os mortos para o Local de
Reunião de Mortos (LRnM) do Batalhão. As ambulâncias só podem ser utilizadas para evacuação de
indisponíveis. Se a Companhia não pode evacuar os seus mortos, estes ficam num determinado local,
para posteriormente serem recolhidos pelo Batalhão. É dado conhecimento ao Batalhão, do local
exacto onde se encontram os restos mortais, bem como todos os factos pertinentes de interesse, e o
Batalhão evacua os restos mortais do Batalhão para o LRnAvM, situado na área de apoio de serviços
da Brigada.
Durante as operações aeromóveis e aerotransportadas, os restos mortais terão muitas vezes, de ser
transportados com a força, até ser possível a sua evacuação por via aérea. Eventualmente pode ser
necessário fazer funerais isolados. Após ter sido autorizado fazer funerais isolados, o Batalhão é
informado sobre a localização exacta das sepulturas (incluindo um croquis com coordenadas do
local), com vista à sua ulterior trasladação.

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