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EB20-MC- XX.

XXX

MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO

ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO

Anteprojeto de Manual de Campanha


(Proposta)

COMPANHIA DE FUZILEIROS MECANIZADA

Edição experimental

2013
Intencionalmente em branco
EB20-MC-XX.XXX

MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO

ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO

Anteprojeto de Manual de Campanha


(Proposta)

COMPANHIA DE FUZILEIROS MECANIZADA

Edição experimental

2013
Intencionalmente em branco
PORTARIA Nº ____- COTER, DE ____ DE _____________ DE ________ .

Aprova o Manual de Campanha EB20-MC-XX.XXX


Companhia de Fuzileiros Mecanizada, Edição Experimental

O CHEFE DO ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO, no uso da delegação de


competência conferida pela __________________________________________________,
aprovadas pela Portaria nº _____________________________, resolve:

Art 1º - Aprovar, em caráter experimental, o Manual de Campanha EB20.MC-XX.XXX


Companhia de Fuzileiros Mecanizada.
Art 2º - Estabelecer que a experimentação deste Manual de Campanha seja realizada
durante os anos de ______ e ______.
Art 3º - Determinar que esta Portaria entre em vigor a partir da data de sua
publicação.

Gen Ex ____________________________________
Chefe do Estado-Maior do Exército
Intencionalmente em branco
NOTA

A presente proposta de anteprojeto de Manual de Campanha foi


elaborada pela 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada.

Solicita-se aos usuários deste anteprojeto a apresentação de sugestões


que tenham por objetivo aperfeiçoá-lo ou que se destinem à supressão de
eventuais incorreções.

As observações apresentadas, mencionando a página, o parágrafo e a


linha do texto a que se referem, devem conter comentários apropriados para
seu entendimento ou sua justificação.
A correspondência deve ser enviada diretamente à 15ª Brigada de
Infantaria Mecanizada, de acordo com o previsto nas EB10-IG-01.001
INSTRUÇÕES GERAIS PARA A CORRESPONDÊNCIA DO EXÉRCITO, onde
serão avaliadas, respondidas e, se for o caso, remetidas ao EME para
aprovação e divulgação.
Intencionalmente em branco
FOLHA REGISTRO DE MODIFICAÇÕES (FRM)

NÚMERO DE ATO DE PÁGINAS DATA


ORDEM APROVAÇÃO AFETADAS
Intencionalmente em branco
ÍNDICE DOS ASSUNTOS
Pág
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
ARTIGO I - Generalidades ....................................... 1-1
ARTIGO II - Companhia de Fuzileiros Mecanizada... 1-2

CAPÍTULO 2 - COMANDO E CONTROLE


ARTIGO I - Introdução .............................................. 2-1
ARTIGO II - Responsabilidades Funcionais de
2-2
Comando e Controle ................................
ARTIGO III - Ligações e Comunicações na
2-3
Companhia ..............................................
ARTIGO IV - Trabalho de Comando ........................... 2-6
ARTIGO V - Sincronização ........................................ 2-8

CAPÍTULO 3 - APOIO DE FOGO


ARTIGO I - Introdução .............................................. 3-1
ARTIGO II - Meios de Apoio de Fogo ........................ 3-2
ARTIGO III - Planejamento e Coordenação de Fogos 3-5
ARTIGO IV - Execução dos fogos .............................. 3-9
ARTIGO V - Fumígenos ............................................. 3-11
CAPÍTULO 4 LOGÍSTICA
ARTIGO I - Introdução ............................................. 4-1
ARTIGO II - Logística na Companhia de Fuzileiros 4-2
Mecanizada..............................................
ARTIGO III - Atividades Logísticas ............................ 4-9

CAPÍTULO 5 MOVIMENTOS PREPARATÓRIOS


ARTIGO I - Generalidades ....................................... 5-1
ARTIGO II - Planejamento e Execução dos 5-2
Movimentos .............................................
ARTIGO III - Estacionamentos ................................... 5-4

CAPÍTULO 6 OFENSIVA
ARTIGO I - Generalidades ....................................... 6-1
ARTIGO II - Marcha para o Combate ........................ 6-3
ARTIGO III - Reconhecimento em Força ................... 6-12
ARTIGO IV - Ataque ................................................... 6-13
ARTIGO V - Ataque Noturno ou Sob Condições de 6-39
Visibilidade Limitada ................................
ARTIGO VI - Ataque com Transposição de Curso de 6-49
Água ........................................................
ARTIGO VII - Aproveitamento do Êxito ....................... 6-57
ARTIGO VII - Perseguição ........................................... 6-59
ARTIGO VIII - Outras Ações Ofensivas ........................ 6-60

CAPÍTULO 7 DEFENSIVA
ARTIGO I - Generalidades ....................................... 7-1
ARTIGO II - Defesa em Posição ............................... 7-7
ARTIGO III - Defesa de Área ...................................... 7-9
ARTIGO IV - Forças da Área de Segurança ............... 7-12
ARTIGO V - Companhia de Fuzileiros Mecanizada 7-15
da Área de Defesa Avançada ..................
ARTIGO VI - Companhia de Fuzileiros Mecanizada 7-48
Reserva ...................................................
ARTIGO VII - Táticas e Técnicas Especiais de Defesa 7-56
ARTIGO VIII - Movimentos Retrógrados ...................... 7-68
ARTIGO IX - Retraimento ........................................... 7-71
ARTIGO X - Ação Retardadora ................................. 7-79
ARTIGO XI - Retirada.................................................. 7-88

CAPÍTULO 8 OPERAÇÕES COM


CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS
ARTIGO I - Introdução .............................................. 8-1
ARTIGO II - Operações em Áreas Edificadas 8-1
(Localidades) ...........................................
ARTIGO III - Ataque a Localidade .............................. 8-5
ARTIGO IV - Defesa em Localidade ........................... 8-19

CAPÍTULO 9 OUTRAS OPERAÇÕES


ARTIGO I - Substituição ........................................... 9-1
ARTIGO II - Junção ................................................... 9-9
ARTIGO III - Operações de Manutenção de Paz ....... 9-13

CAPÍTULO 10 PELOTÃO DE APOIO


ARTIGO I - Introdução .............................................. 10-1
ARTIGO II - Características do Emprego .................. 10-4
ARTIGO III - Pelotão de Apoio na Ofensiva ............... 10-15
ARTIGO IV - Pelotão de Apoio na Defensiva ............. 10-21
ANEXO A EXEMPLOS DE ORDEM DE A-1
OPERAÇÕES
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

ARTIGO I
GENERALIDADES

1-1. FINALIDADE
a. Este manual tem por finalidade apresentar uma proposta
experimental de orientação doutrinária para o emprego das companhias de
fuzileiros mecanizadas (Cia Fuz Mec) existentes nos batalhões de infantaria
mecanizados do Exército Brasileiro, considerando os preceitos doutrinários
constantes dos manuais C 100-5 – OPERAÇÕES, C 7-20 BATALHÕES DE
INFANTARIA e C 17-20 FORÇAS TAREFAS BLINDADAS.
b. Este caderno de instrução deve ser usado com outros documentos
doutrinários, particularmente aqueles específicos dos diversos escalões da
arma e os que regulam as Operações sob Condições Especiais de
Ambiente, Operações com Características Especiais e Operações de
Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

1-2. OBJETIVO
a. Apresentar a doutrina básica aplicável às companhias de fuzileiros
mecanizadas nos diferentes tipos de operações.
b. Capacitar o comandante (Cmt) de subunidade e seus oficiais
subalternos ao planejamento, execução, coordenação, controle e
sincronização das operações conduzidas por essas SU.

1-1
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

c. Fornecer elementos que possibilitem a metodização e a


padronização da instrução na Força Terrestre (F Ter).

ARTIGO II
COMPANHIA DE FUZILEIROS MECANIZADA

1-3. CONCEITO
A Cia Fuz Mec é uma tropa valor subunidade, elemento de manobra
dos batalhões de infantaria mecanizados. É particularmente apta para
realizar o combate embarcado e a pé, utilizando-se do apoio fornecido pelas
VBTP. Por ser uma tropa mecanizada é particularmente sensível às
condições meteorológicas, principalmente quando operando fora de
estradas pavimentadas.

1-4. MISSÕES BÁSICAS


a. Na ofensiva - Cerrar sobre o inimigo, para destruí-lo ou capturá-lo,
utilizando-se, para isto, do fogo, do movimento e do combate aproximado.
Pelo fogo procura neutralizar o inimigo permitindo o movimento. Pela
combinação do fogo e do movimento, coloca-se nas melhores condições
possíveis em relação às defesas inimigas. Finalmente, pelo combate
aproximado é concretizado o cumprimento da missão, lançando-se
violentamente sobre o inimigo, a fim de, pelo assalto, ultimar a sua
destruição ou capturá-lo.
b. Na defensiva - Manter o terreno, impedindo, resistindo ou
repelindo o ataque inimigo, por meio do fogo e do combate aproximado, e
expulsando-o ou destruindo-o pelo contra-ataque.

1-5. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL


a. A companhia de fuzileiros é o menor escalão de combate da
infantaria com funções táticas e administrativas.
b. A estrutura organizacional básica da companhia de fuzileiros
mecanizada inclui: três pelotões de fuzileiros mecanizados (Pel Fuz Mec),
como peças de manobra; um pelotão de apoio (Pel Ap), que proporciona
apoio de fogo imediato aos pelotões de fuzileiros mecanizados; e uma
seção de comando (Seç Cmdo). (Fig 1-1). Eventualmente, a companhia
pode ser reforçada por elementos de combate e apoio ao combate.

1-2
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

Fig 1-1. Estrutura Organizacional da Cia Fuz Mec


c. A organização detalhada de cada tipo de Cia Fuz Mec, inclusive
quadro de distribuição de material e quadro de cargos previstos, consta dos
diversos quadros de organização (QO) dos batalhões de infantaria, dos
quais são orgânicas.

1-6. CARACTERÍSTICAS DE EMPREGO


O emprego da Cia Fuz Mec segue exatamente a base doutrinária do
Batalhão de Infantaria do qual é orgânica (consultar Anexo A do manual C 7-
20 BATALHÕES DE INFANTARIA).

1-7. SISTEMAS OPERACIONAIS


a. Os elementos de combate, apoio ao combate e logísticos
interagem, integrando sistemas operacionais. Cabe ao comandante da
companhia de fuzileiros coordenar o seu emprego oportuno e sincronizado
no tempo, no espaço e na finalidade, tendo como objetivo a maximização do
poder de combate.
b. Os sistemas operacionais são: Inteligência, Manobra, Apoio de
Fogo, Defesa Antiaérea, Mobilidade, Contra mobilidade e Proteção (MCP),
Logística e Comando e Controle.
c. Inteligência – é fundamental para o planejamento eficaz e para a
segurança das tropas. Envolve as ações organizadas para a coleta e
difusão de dados sobre a área de operações e o inimigo. Por meio de

1-3
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

patrulhas, observação e vigilância, a companhia de fuzileiros atende às suas


necessidades de inteligência e às do escalão superior.
d. Manobra – consiste da combinação de fogo e movimento dos
pelotões de fuzileiros para posicionar-se de maneira vantajosa em relação
ao inimigo no campo de batalha. Todos os demais sistemas trabalham para
facilitar, orientar e apoiar a manobra.
e. Apoio de fogo – a sincronização dos fogos com a manobra é
crucial para o sucesso das operações. Cabe ao comandante de companhia
a coordenação de apoio de fogo da SU, empregando os meios orgânicos e
os colocados à sua disposição pelo escalão superior.
f. Defesa antiaérea – a defesa antiaérea da companhia é
proporcionada pelo escalão superior. No âmbito da subunidade a atuação
do sistema resume-se à adoção de medidas de autodefesa por meio do
fogo do armamento orgânico e medidas passivas como camuflagem,
dispersão e vigilância.
g. Mobilidade, Contra mobilidade e Proteção (MCP) – a atuação do
sistema visa preservar a liberdade de manobra da companhia, limitar a do
inimigo e proteger a tropa e instalações. A companhia executa seus próprios
trabalhos, podendo receber apoio de elementos de engenharia do escalão
superior.
h. Logística – constitui o conjunto de ações voltadas para preparar e
garantir a continuidade do combate, englobando o processo de
planejamento e execução do apoio às operações, devendo atender às
condições dinâmicas do combate em todas as suas fases. A companhia é o
menor escalão com funções logísticas, contudo possui um reduzido efetivo
para o desempenho das atividades relativas ao sistema.
i. Comando e Controle – é o sistema que permite aos comandantes
visualizar o campo de batalha, apreender a situação, dirigir e sincronizar
suas ações, estabelecendo as ligações necessárias ao exercício do
comando. No escalão companhia e inferiores cresce a importância do
contato direto e a presença física do comandante.

1-4
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

CAPÍTULO 2

COMANDO E CONTROLE

ARTIGO I
INTRODUÇÃO

2-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS


a. Comando e Controle (C2) é um sistema através do qual as
atividades da companhia são planejadas, coordenadas, sincronizadas e
conduzidas para o cumprimento da missão. Esse sistema abrange pessoal,
equipamento, comunicações, instalações e procedimentos necessários para
obtenção e análise de informações para o planejamento, expedição de
ordens, fiscalização e condução das operações.
b. O estabelecimento de normas gerais de ação, comunicações
eficientes, organização para o combate apropriada, adequada localização
do posto de comando e adoção de efetivas medidas de coordenação e
controle permitem aos comandante de companhia controlar e coordenar as
operações sob sua responsabilidade.
c. No escalão companhia e inferiores, a presença do comandante
junto à tropa é de capital importância. O contato pessoal e a direta ação de
comando são freqüentes, contribuindo para o efetivo exercício da liderança
sobre seus homens, que é peça fundamental para o êxito no cumprimento
das missões.

2-1
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

ARTIGO II
RESPONSABILIDADES FUNCIONAIS DE COMANDO E CONTROLE
2-2. COMANDANTE DA COMPANHIA
a. O comandante é o responsável por tudo que a companhia faz ou
deixa de fazer. Desempenha suas atribuições realizando planejamentos,
tomando decisões oportunas, emitindo ordens eficientes e exercendo a
supervisão e o comando. Seus deveres exigem que tenha um completo
conhecimento sobre o emprego tático e técnico, e sobre as possibilidades e
limitações de todos os elementos orgânicos, bem como sobre os elementos
de outras armas que possam reforçar a companhia ou integrá-la, quando
constituir uma força-tarefa.
b. É por meio da cadeia de comando que ele exerce sua autoridade e
estabelece diretrizes, missões e normas para a companhia. O
funcionamento eficiente da cadeia de comando exige que um grau suficiente
de liberdade seja atribuído aos subordinados, para que possam realizar
suas tarefas.
c. O comandante de companhia certifica-se de que suas
determinações estão sendo executadas, por intermédio de visitas e
inspeções freqüentes, realizadas por ele ou por seu subcomandante. A
eficiência combativa da companhia somente pode ser sentida por uma
contínua avaliação das manifestações de liderança, iniciativa, moral, espírito
de corpo, disciplina e competência.
d. Deve utilizar todos os meios disponíveis para cumprir sua missão,
coordenando as atividades da companhia com as demais subunidades do
batalhão. Durante os ensaios, coordenados pelo subcomandante, certifica-
se que todos os subordinados compreenderam a missão e sua intenção,
realizando as correções e ajustes necessários.
e. Durante o cumprimento das missões, coloca-se onde melhor possa
dirigir, controlar e influir nas operações. Via de regra, posiciona-se próximo
ao escalão de ataque ou peça de manobra que executa a ação tática
principal, podendo ainda estar em um posto de observação ou em qualquer
outro lugar de sua zona de ação onde seja exigida sua presença ou possa
coordenar melhor as ações.

2-3. SUBCOMANDANTE DA COMPANHIA


a. É o principal auxiliar e assessor do comandante da companhia,
sendo seu substituto eventual. Deve manter-se constantemente a par da
situação e dos futuros planos, a fim de estar em condições de assumir o
comando da companhia em qualquer ocasião.

2-2
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

b. É o coordenador da logística da companhia, integrando e


sincronizando os planejamentos da logística do pessoal e do material à
manobra e ao apoio ao combate, permitindo ao comandante concentrar-se
na condução das ações táticas da companhia.
c. As principais atribuições do subcomandante de companhia são:
(1) Verificar se as instruções da tropa estão de acordo com as
diretrizes e com os planos do comandante da companhia;
(2) Coordenar as medidas de segurança adotadas pela companhia
em zona de reunião;
(3) Confeccionar a matriz de sincronização, por ocasião da
elaboração de uma ordem de operações;
(4) Assegurar-se da instalação e exploração eficiente dos meios de
comunicações da companhia para manutenção das ligações necessárias;
(5) Fiscalizar os preparativos da companhia após a emissão da
ordem do comandante da companhia;
(6) Coordena a autodefesa antiaérea da companhia, verificando a
adoção das medidas passivas de camuflagem, dispersão, ocultação e
disfarce; posicionando as metralhadora pesadas da companhia;
identificando as possíveis rotas de aproximação de aeronaves;
estabelecendo sistema de alarme e medidas de execução do fogo contra
aeronaves; e
(7) Coordena a realização dos ensaios da operação.
d. Durante o combate, permanecerá onde o comandante julgar mais
importante, em condições de auxiliar o comandante na condução das
operações ou substitui-lo caso necessário. Poderá estar próximo ao
comandante, junto à reserva ou a um dos pelotões de primeiro escalão, ou
próximo aos trens da companhia, acompanhando a ação da mesma a partir
de um posto de observação.

ARTIGO III
LIGAÇÕES E COMUNICAÇÕES NA COMPANHIA

2-4. GENERALIDADES
a. As características do combate moderno levam à necessidade de um
sistema de comunicações confiável, de grande capacidade de tráfego, muito
flexível, permitindo imediata transmissão de mensagens. Tem por objetivo
maior prestar ao comandante da companhia informações das ações das
tropas amigas, das atividades do inimigo e das alterações no terreno, de
forma a permitir-lhe tomar decisões de conduta do combate com
oportunidade.

2-3
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

b. As comunicações devem ser o elo entre o comandante e sua tropa,


levando a sua presença em todos os lugares, simultaneamente.
c. O sistema de comando e controle depende da eficácia das
comunicações, o que o torna alvo primordial do esforço de busca do inimigo,
objetivando não só dificultar a intervenção do comandante no combate,
como também a coordenação dos elementos desdobrados.
d. O sistema de comunicações da companhia deve ser estabelecido
segundo a rígida observância da segurança, tendo em vista a maior
proximidade com o inimigo. Um maior grau de segurança será obtido pela
diversificação dos meios de comunicações, pelo uso restrito do meio rádio e
pela priorização do uso dos circuitos físicos, de sinais convencionados,
mensagens preestabelecidas e desencadeamento de ações por horário.
Todos os componentes da companhia devem ter a noção exata de que, com
o advento da guerra eletrônica, não basta negar ao inimigo o conteúdo das
mensagens, é preciso também ocultar a sua própria transmissão.
e. A missão de instalar e operar os meios de comunicações do
comando da companhia cabe ao grupo de comunicações da seção de
comando da companhia. O grupo é composto pelo sargento auxiliar de
comunicações, um Cb radioperador, um Cb construtor de linha / telefonista,
um Sd radioperador e um Sd construtor de linha / telefonista.
f. Todas as ordens e diretrizes do escalão superior sobre a instalação e
exploração dos meios de comunicações, bem como as prescrições a serem
observadas na operação em curso, devem constar das instruções para
exploração das comunicações e eletrônica (IEComElt), do parágrafo 5º
COMANDO E COMUNICAÇÕES da ordem de operações do batalhão e de
ordens particulares do comandante do batalhão.

2-5. POSTO DE COMANDO


a. Posto de Comando é o local onde se instala o comando da
companhia para planejar e conduzir as operações. Nele são reunidos os
meios necessários ao exercício do comando, incluindo a coordenação e
controle dos elementos de combate e de apoio.
b. No nível companhia ele só existe como instalação em ações
estáticas, como uma defesa de área ou durante a ocupação de uma zona
de reunião. Durante a execução de operações que exigem movimento, o
comandante de companhia desloca-se constantemente com os integrantes
do posto de comando, posicionando-se onde melhor possa conduzir as
ações e exercer efetivo comando e controle.
c. Integrantes – Comandante da companhia, comandante do pelotão
de apoio, OA de artilharia, OA do pelotão de morteiros do batalhão, OA da

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

seção de morteiros da companhia, radioperadores / telefonistas e, conforme


a situação, o subcomandante da companhia.

2-6. SITUAÇÕES DE COMANDO


a. Reforço - Situação em que um pelotão de fuzileiros mecanizado ou
uma fração de apoio (não orgânicos da subunidade), por determinação do
escalão superior, é colocado diretamente subordinado à companhia. A
relação de comando decorrente é a mesma que a companhia mantém com
seus elementos orgânicos.
b. Integração – Situação semelhante ao reforço, que verifica-se
quando a companhia recebe um pelotão de cavalaria, compondo uma força-
tarefa (FT).
c. Controle operacional – Situação em que uma fração fica
temporariamente subordinada à companhia para cumprir somente missões
ou tarefas específicas. Todavia, exclui-se a autoridade desta para empregar
separadamente os componentes dos elementos em questão e a
responsabilidade sobre o controle administrativo dos mesmos.
d. Quando uma fração encontra-se em apoio direto à companhia, não
existe a relação de comando, pois esta permanece diretamente subordinada
ao seu comando original, havendo apenas a ligação necessária para
coordenação do apoio a ser prestado.
e. A companhia, conforme determinação do batalhão, pode reforçar
outras subunidades com parte de seus meios orgânicos. Neste caso, o
comando da fração passa a ser exercido pelo comandante da companhia
reforçada.

2-7. RESPONSABILIDADES DE LIGAÇÃO


a. O batalhão é responsável pelo estabelecimento e pela continuidade
das comunicações com a companhia.
b. A companhia é responsável pelo estabelecimento e pela
continuidade das comunicações com seus pelotões orgânicos e frações em
reforço, integração e/ou controle operacional.
c. As comunicações com as tropas vizinhas são estabelecidas e
mantidas conforme determinado pelo comando superior a que ambas
estiverem subordinados. Na ausência de instruções específicas, a
companhia é responsável pelo estabelecimento e continuidade das
comunicações com seu vizinho da direita.

2-5
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

2-8 MEIOS DE COMUNICAÇÕES


a. Meio rádio – Utilizado conforme prescrições constantes da ordem
de operações do batalhão.
(1) Os radioperadores do comandante de companhia pertencem ao
grupo de comunicações da seção de comando. Um deles opera na rede de
comando do batalhão (que liga a companhia às demais companhias e ao
comando do batalhão) e outro na rede de comando da companhia (que liga
o companhia a seus pelotões e frações diretamente subordinados), devendo
acompanhar, em todas as situações, o comandante da companhia.
(2) A companhia participa, ainda, das redes de apoio de fogo, por
intermédio dos observadores avançados de artilharia e do pelotão de
morteiros do batalhão.
b. Meios físicos
(1) O Cb e o Sd construtores de linha / telefonistas são os
encarregados de lançar os circuitos do posto comando da companhia até a
posição dos comandantes subordinados.
(2) O meio físico deve ser utilizado sempre que a situação permitir,
por ser mais seguro que o meio rádio face a interferências inimigas.
c. Mensageiros – Constitui-se no meio mais seguro, utilizado sempre
que necessário ou quando os demais meios não forem eficazes. Todos os
integrantes do grupo de comunicações recebem instrução de mensageiro e
podem ser empregados como tal.
d. Gerenciamento do campo de batalha – O sistema gerenciador do
campo de batalha (GCB), quando disponível nas VBTP, aumentará
exponencialmente o C² da companhia de fuzileiros mecanizada. Este
assunto será tratado em manual específico.
e. Acústicos, visuais e diversos – Utilizados conforme previsão em
ordens e instruções. Incluem pirotécnicos, sinais para desencadeamento de
fogos, sinalização de cumprimento da missão, designação de alvos,
sinalização para aeronaves, identificação mútua para Op junção, etc.

ARTIGO IV
TRABALHO DE COMANDO

2-9. GENERALIDADES
a. O trabalho de comando do comandante da companhia compreende
as atividades desempenhadas durante o recebimento da missão, a
aplicação das normas de comando, onde o comandante preparará a sua
tropa para o cumprimento da missão imposta, e a execução, propriamente
dita.

2-6
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

b. A realização dessas ações, numa seqüência uniforme, permite ao


comandante ter a certeza de que todas as situações possíveis foram
consideradas e que sua decisão está fundamentada em todas as
informações disponíveis.

2-10. NORMAS DE COMANDO


a. As normas de comando são uma seqüência de ações que permitem
ao comandante de subunidade empregar o tempo disponível de forma
eficiente e eficaz durante o planejamento e execução de missões de
combate.
b. As normas de comando não são uma série de regras inflexíveis. Na
verdade, elas constituem-se em um guia que o comandante deve aplicar de
acordo com a situação vivida, sua experiência e a de seus comandantes
subordinados.
c. Essas normas constituem um lembrete e contribuem para que o
comandante da companhia tire o máximo proveito do tempo disponível,
coordenando suas ações com as de seus subordinados.
d. As normas de comando compreendem:
(1) Providências Iniciais
(2) Observação e planejamento do reconhecimento
(3) Reconhecimento
(4) Estudo de Situação
(5) Ordens e
(6) Fiscalização
e. A aplicação das normas de comando para as operações de ataque e
defesa serão descritas nos capítulos correspondentes deste manual.

2-11. ESTUDO DE SITUAÇÃO


a. É um processo lógico e continuado de raciocínio pelo qual um
comandante considera todos os fatores que possam afetar a situação militar
e chega a uma decisão que objetive o cumprimento de uma missão. No
escalão subunidade, o estudo de situação deve ser simples, objetivo e
prático.
b. A finalidade de qualquer estudo de situação é assegurar que sejam
devidamente analisados todos os fatores que influem na montagem e
escolha de uma linha de ação que, se bem sucedida, permitirá o
cumprimento da missão e oferecerá as maiores probabilidades de êxito.
c. É importante que o comandante de companhia, durante todo o
processo de estudo de situação e durante a execução das operações tenha
uma perfeita compreensão da missão e intenção dos comandantes de

2-7
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

brigada e batalhão. Isto lhe permitirá realizar um planejamento em sintonia


com o escalão superior e, durante o desenrolar das ações, lhe servirá de
guia para a tomada de decisões de conduta.
d. O estudo de situação inicia-se com o recebimento da missão e
conclui-se com a tomada de decisão, englobando as seguintes etapas:
(1) Análise da missão – Fase em que o comandante de companhia,
após receber a missão do comandante de batalhão, verifica as missões
impostas, identifica os principais aspectos sobre a área de operações,
planeja seu reconhecimento e estabelece um quadro-horário inicial.
(2) Situação e linhas de ação – Fase em que o comandante realiza
o reconhecimento; estuda detalhadamente o terreno, as condições
meteorológicas e o inimigo; estabelece as linhas de ação do inimigo,
identificando a mais provável e a mais perigosa; e, por fim, monta suas
linhas de ação. Conforme a situação e o tempo disponível o comandante de
companhia poderá montar apenas uma linha de ação e aperfeiçoá-la
posteriormente.
(3) Análise das linhas de ação opostas – Fase em que o
comandante de companhia visualiza o emprego da companhia em cada
linha de ação, reagindo-a com as linhas de ação do inimigo, em cada fase
da manobra. É nesta fase que são levantadas as possíveis condutas e feitos
os necessários aperfeiçoamentos das linhas de ação.
(4) Comparação das linhas de ação – Fase em que o comandante
de companhia compara suas linhas de ação segundo os fatores terreno,
rapidez, nosso dispositivo, dispositivo do inimigo e princípios de guerra,
identificando aquela que apresenta maior possibilidade de sucesso para o
cumprimento da missão. O comandante de companhia pode estabelecer a
prioridade dos fatores de comparação ou até mesmo adotar outros,
conforme a intenção do comandante de batalhão. Esta fase não será
realizada caso o comandante levante apenas uma linha de ação.
(5) Decisão – Escolhida a linha de ação o comandante prepara sua
decisão a ser emitida aos subordinados de forma clara, precisa e detalhada.

ARTIGO V
SINCRONIZAÇÃO

2-12. GENERALIDADES
a. Sincronização é o arranjo das atividades de todos os sistemas
operacionais no tempo, no espaço e na finalidade, visando a aumentar o
poder de combate. Implica na judiciosa exploração do fator da decisão
“tempo”.
b. A sincronização inclui, ainda, o efeito de emassar o poder de

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

combate no momento e local decisivos, ou seja, obter-se um poder de


combate superior ao do inimigo.
c. O objetivo da sincronização é usar cada meio disponível onde,
quando e da maneira que melhor possa obter a superioridade de poder de
combate. O seu resultado é o uso coordenado e seqüencial de todos os
recursos para obter a máxima contribuição para o sucesso.
d. Uma das melhores formas de se garantir a sincronização dos
elementos de manobra com as atividades de combate e apoio ao combate é
a execução de detalhados ensaios.

2-13 . PROCESSO DE SINCRONIZAÇÃO


a. A sincronização na companhia é desenvolvida em três fases:
durante o planejamento, durante os ensaios e durante o combate
propriamente dito.
b. Durante o planejamento, o comandante da companhia garante a
sincronização através de seu estudo de situação o mais detalhado possível,
planejando “o quê” fazer (ações a realizar) e a seqüência em que essas
ações irão ocorrer. Durante a “análise das linhas de ação opostas”,
apresentadas anteriormente, ele deve desenvolver um minucioso “jogo da
guerra” de forma a assegurar que todas as tarefas necessárias ao
cumprimento da missão sejam levantadas e as prováveis reações do
inimigo anuladas. Levanta, também, as ações do inimigo que requerem
antecipações por parte das tropas amigas.
c. Após a emissão da ordem de operações, durante a fase dos
ensaios, o comandante da companhia deve confirmar se todas as ações
previstas para o combate foram interagidas, de forma seqüencial, com a
provável atuação do inimigo, possibilitando a introdução de modificações
que venham a contribuir para execução do planejamento inicial.
d. Os ensaios têm por finalidade introduzir modificações no
planejamento e certificar-se de que todos sabem o que fazer em todas as
fases do combate e conhecer a intenção do comandante.
e. Os ensaios são coordenados pelo subcomandante e podem ser
executados inicialmente com os comandantes de pelotão / fração e
posteriormente contar com a presença de todos os integrantes da
companhia, desde que o tempo e a situação permitam. Sempre que
possível, devem ser conduzidos primeiramente em caixões de areia e cartas
topográficas e a seguir no próprio terreno.
f. Uma técnica eficiente de conduzir a sincronização, durante os
ensaios com os comandantes de fração, consiste em fasear a operação e
descrever a situação operacional, exigindo que cada elemento dos sistemas

2-9
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

operacionais explane suas ações frente àquele momento do combate ou


atuação do inimigo. O subcomandante verifica, então, se está havendo a
integração necessária dos elementos subordinados e apresenta, a seguir, a
provável ação do inimigo para neutralizar cada um dos sistemas
operacionais, levando os comandantes de pelotão / ração a buscarem
alternativas para a interferência inimiga.
g. A sincronização durante o combate propriamente dito tem como
principal ferramenta o estudo de situação continuado, ou seja, através das
informações recebidas do escalão superior e dos elementos subordinados,
analisa-se a nova situação do inimigo, características do terreno, situação
de seus pelotões e apoios e introduz-se as modificações necessárias no
planejamento inicial, assegurando completa coordenação de esforços e
agilizando respostas às condutas do inimigo.
h. Matriz de sincronização
(1) É o documento empregado pela companhia para auxiliar nas
tarefas de sincronização em todas as suas fases, apontando todas as
medidas necessárias para obter a sinergia e emassamento do poder de
combate no âmbito da subunidade.
(2) Normalmente, é uma tabela onde são anotados em uma coluna
as atividades desenvolvidas pelos sistemas operacionais da SU e na outra
são lançados os eventos da operação ou fases da manobra, hora ou
atividade do inimigo. Contudo, não tem forma padronizada, podendo ser
adaptada ao sistema de trabalho do elemento responsável pela
sincronização e características da operação.

2-14. CONDUTA DE COMBATE


a. O estudo de situação do comandante de companhia deve ser
continuado, mesmo após início das ações, identificando as modificações na
situação, em especial do terreno e do inimigo. Durante o desenrolar das
ações o comandante de companhia freqüentemente enfrenta situações que
alteram seu planejamento inicial. Estas situações podem ter sido previstas e
constar da matriz de sincronização, gerando condutas pré-planejadas, que
são desencadeadas de imediato ou conforme estabelecido na matriz e nos
ensaios. Contudo, podem haver situações não previstas, que exijam um
novo e rápido estudo de situação por parte do comandante de companhia,
chamado de estudo de situação de conduta.
b. O estudo de situação de conduta deve ser rápido e a decisão
desencadeada tão logo possível. O estudo envolve os seguintes aspectos:
(1) Missão – Verifica se foi alterada, se foi cumprida e como vem
sendo cumprida;

2-10
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(2) Tempo – Verifica se os prazos previstos estão sendo cumpridos,


se há necessidade de sincronizações adicionais e se há condições de impor
maior rapidez à manobra;
(3) Terreno – Verifica se houve alguma modificação, se prevalece o
estudo anterior, o que foi conquistado e se foi aberta nova via de acesso;
(4) Inimigo – Verifica qual o inimigo em contato, quais as atividades
do inimigo no momento, quais as conseqüências das ações do inimigo;
(5) Nossa situação – Verifica qual a situação dos elementos
subordinados, dos vizinhos e do apoio de fogo; analisa quais os elementos
que podem ser utilizados para influir na ação, inclusive reforços do batalhão;
levanta linhas de ação; reage rapidamente com as ações desenvolvidas
pelo inimigo; e compara as linhas de ação.
c. Após decidir sobre a linha de ação a adotar, o comandante de
companhia informa ao batalhão sua decisão e emite sua ordem
fragmentária para as frações, a fim de que possa prosseguir no
cumprimento da missão.

2-11
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

CAPÍTULO 3

APOIO DE FOGO

ARTIGO I
INTRODUÇÃO

3-1.GENERALIDADES
a. O sistema operacional apoio de fogo é um dos principais sistemas de
que dispõe o comandante de subunidade para intervir no combate. O apoio
de fogo será mais eficazmente empregado quanto melhor estiver planejado,
coordenado e sincronizado com os demais sistemas operacionais.
b. O fogo e o movimento são os elementos fundamentais da manobra.
Na ofensiva o fogo permite o movimento das peças de manobra, que são
colocadas em posições vantajosas em relação ao inimigo de forma a gerar,
em conjunto, o maior poder de combate onde e quando seja necessário.
c. Na defensiva o fogo é empregado para deter o ataque inimigo. Em
caso de penetração do inimigo em nossas posições, o fogo é utilizado para
limitar a progressão da força inimiga, isolá-la, desgastá-la e apoiar nossos
contra-ataques visando a sua destruição.
d. Informações mais detalhadas sobre apoio de fogo são encontradas
nos manuais C 100-25 – PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO DE FOGOS
e C 7-15 – COMPANHIA DE COMANDO E APOIO.

3-1
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

ARTIGO II
MEIOS DE APOIO DE FOGO

3-2. MEIOS DE APOIO DE FOGO


a. A companhia de fuzileiros mecanizada, normalmente, irá dispor do
apoio de fogo dos seguintes meios:
(1) Artilharia do escalão enquadrante;
(2) Lança rojões (AT-4) e metralhadoras dos Pel Fuz Mec;
(3) Pel Ap/ Cia Fuz Mec;
(4) Pel Mrt P e Pel AC da Cia C Ap/ Btl; e
(5) Mtr das VBTP;

b. Poderá receber do escalão superior outros meios dependendo da


missão, como por exemplo, apoio aéreo, elementos de cavalaria e fogo
naval. As armas orgânicas dos pelotões de fuzileiros mecanizados,
normalmente, não constarão do plano de fogos da SU.
c. A artilharia de campanha, normalmente, proporciona o grosso do
apoio de fogo ao elemento de manobra. O apoio da artilharia é,
normalmente, o mais flexível e destrutivo apoio que o comandante de
companhia pode dispor. A artilharia de campanha pode realizar fogos com
granadas alto explosivas, com espoleta tempo, iluminativas e fumígenas.
d. O apoio de fogo de morteiro compreende os fogos do pelotão de
morteiros pesado da companhia de comando e apoio e da seção de
morteiros médios do pelotão de apoio. Os fogos de morteiros são
normalmente empregados para destruir ou neutralizar tropas e armas
coletivas, complementando os fogos da artilharia, particularmente quando
não houver possibilidade ou disponibilidade de apoio de fogo de artilharia.
Os morteiros também podem realizar fogos iluminativos e fumígenos. A
principal vantagem dos morteiros em relação à artilharia é a maior rapidez
no desencadeamento dos seus fogos.
e. As armas anticarro que a companhia tem à sua disposição são os
mísseis do pelotão anticarro da companhia de comando e apoio, os
canhões sem-recuo da seção anticarro do pelotão de apoio e os lança
rojões (AT-4) dos pelotões de fuzileiros mecanizados. Estes armamentos
têm como alvos prioritários as viaturas blindadas inimigas. Entretanto,
poderão ser empregados contra armas coletivas e abrigos inimigos, desde
que não haja comprometimento de sua missão principal. Os canhões sem-
recuo também podem ser empregados contra tropas, utilizando granadas
alto explosivas antipessoal, granadas fumígenas para obscurecimento ou
granadas iluminativas.

3-2
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

f. As metralhadoras dos pelotões de fuzileiros mecanizados e das VBTP


constituem um importante meio de apoio de fogo. Elas realizam o tiro direto,
mas podem executar tiros indiretos, por cima da tropa, e são
particularmente empregadas para bater objetivos como pessoal desabrigado
(sobretudo em formação cerrada ou em profundidade em relação ao eixo de
tiro), armas automáticas ou anticarro e outros. No ataque suas posições de-
vem estar mais elevadas para permitir maior alcance, podendo estar
localizadas perpendicular ou lateralmente à direção de ataque e realizar
fogos nos flancos e intervalos da tropa amiga. Na defesa, o emprego
principal das metralhadoras é no LAADA, especialmente para execução do
tiro de flanqueamento, tendo em vista o seu maior efeito na linha de
proteção final, onde o fogo atinge o máximo de intensidade.

3-3. FORMAS DE EMPREGO


a. Durante uma operação, o comandante de companhia determina
formas de emprego às suas frações de apoio de fogo, de acordo com as
necessidades de apoio de fogo de seus elementos subordinados e
possibilidades de comando e controle do tiro. Em função dos mesmos
fatores, a companhia de fuzileiros mecanizada poderá receber o apoio direto
de elementos de apoio de fogo da companhia de comando e apoio, ou
mesmo recebê-los em reforço.
b. Ação de conjunto
(1) É a forma na qual a seção atua, como um todo, em proveito da
companhia. Nesta situação, as frações de apoio estão subordinadas, tática
e logisticamente, ao comandante do pelotão de apoio. O controle do tiro, se
possível, será exercido pelo mesmo, podendo ser feito pelo comandante de
seção ou chefe de peça. Em geral, elas são mantidas nesta situação
enquanto possa ser exercido este controle, a fim de proporcionar o máximo
de apoio, pois proporciona maior flexibilidade, facilidade de coordenação,
controle, comunicações e suprimento.
(2) O comandante da companhia pode atribuir a prioridade de fogos a
determinado pelotão de fuzileiros mecanizado. As frações em ação de
conjunto deverão estar imediata e totalmente em condições de apoiar o
pelotão que recebe a prioridade de fogos, entretanto poderá apoiar outros
pelotões quando não estiver executando seus fogos de prioridade.
(3) É utilizada quando, de uma mesma posição, o tiro e a observação
permitirem o cumprimento da missão, e o comandante do pelotão de apoio
possa exercer, em boas condições, o comando e o controle de suas
frações.
c. Apoio direto
(1) É a forma de emprego na qual uma seção ou peça atua em
proveito de um pelotão de fuzileiros mecanizado, executando missões

3-3
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

mediante pedido direto. Caracteriza-se pelo fato de a fração estar


administrativamente subordinada ao comandante do pelotão de apoio e
receber missões de tiro do pelotão de fuzileiros mecanizado apoiado.
Somente por ordem do comandante da companhia seus fogos deixarão de
apoiar este pelotão. Seus próprios comandantes ficam com a
responsabilidade de controlar seus tiros.
(2) Quando uma fração está em apoio direto deve posicionar-se de
forma a atirar, nas melhores condições, em qualquer parte da frente do
pelotão apoiado. As mudanças de posição são feitas mediante ordem do
comandante do pelotão de apoio, mas o comandante do pelotão apoiado
deve ser informado antes de se iniciar qualquer deslocamento.
(3) É empregada quando não for possível manter o controle da
missão de tiro de determinada seção ou peça, sendo mantidos pelo pelotão
de apoio o controle administrativo e um baixo grau de controle operacional.
Esta forma de emprego apresenta como vantagem sobre a ação de
conjunto, a rapidez no atendimento aos pedidos de fogos, feitos diretamente
do comandante pelotão fuzileiros mecanizado apoiado ao chefe de peça ou
comandante de seção.
d. Em reforço
(1) É a situação em que uma seção ou peça fica diretamente
subordinada ao comandante do elemento apoiado, que se torna
responsável pelo seu emprego tático, controle de tiro e suprimento,
passando a fazer parte do pelotão reforçado.
(2) Uma peça ou seção é posta em reforço quando é impraticável ou
inconveniente o seu emprego em ação de conjunto ou apoio direto, em
virtude de limitações no controle e nos campos de tiro e observação.
Raramente toda uma seção é passada em reforço a um pelotão fuzileiros
mecanizado.
e. Emprego de frações temporárias - A organização da companhia de
fuzileiros mecanizada permite o cumprimento de todas as suas missões de
combate sem que sejam necessárias modificações profundas em sua
estrutura. Entretanto, em virtude dos fatores da decisão, o comandante de
companhia pode decidir por reunir as armas de apoio dos pelotões de
fuzileiros mecanizados em uma fração temporária. Assim, ele pode optar
por reunir as metralhadoras ou os morteiros leves em uma única fração.
Não obstante as vantagens advindas deste tipo de modificação, o
comandante deve considerar as implicações decorrentes, como a
designação de um comando para esta nova fração, a estruturação de uma
rede de comunicações eficaz, seu suporte logístico, além da coordenação e
controle dos seus tiros.

3-4
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

ARTIGO III
PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO DE FOGOS

3-4. CONSIDERAÇÕES INICIAIS


a. A coordenação do apoio de fogo visa a obter dos meios disponíveis o
melhor rendimento possível, realizando a integração dos fogos com a
manobra, evitando duplicações de esforços e batendo os alvos da forma
mais adequada.
b. O comandante da companhia de fuzileiros mecanizada coordena seu
próprio apoio de fogo e o integra com seu esquema de manobra,
constituindo uma exceção à regra geral de que o artilheiro é o coordenador
do apoio de fogo. O comandante da subunidade é assessorado pelo
comandante do pelotão de apoio e observadores avançados de artilharia e
de morteiros. Quando necessário, um controlador aéreo avançado (da Força
Aérea) e um observador de tiro naval (da Marinha) compõem a equipe.
c. O comandante do pelotão de apoio é o assessor do comandante de
companhia para o emprego do apoio de fogo orgânico, particularmente os
morteiros e armas anticarro.
d. O observador avançado de artilharia deve assessorar o comandante
da companhia sobre as possibilidades e limitações de sua arma, bem como
sobre o apoio que sua unidade e escalões superiores de artilharia podem
prestar à companhia de fuzileiros mecanizada.
e. A companhia pode contar com guias aéreos avançados (GAA) para
suprir a falta do controlador aéreo avançado.
f. O GAA é um elemento integrante da força terrestre habilitado a guiar
aeronaves da força aerotática em missões pré-planejadas ou imediatas.

3-5. PLANEJAMENTO DO EMPREGO DO APOIO DE FOGO


a. O comandante de companhia é acompanhado pelo comandante do
pelotão de apoio quando do recebimento da ordem de operações do
batalhão.
b. No seu reconhecimento o comandante da companhia visualiza como
empregar seu elementos de apoio de fogo.
c. Durante o estudo de situação, após receber as propostas do
comandante do pelotão de apoio e dos OA, o comandante da companhia
decide como empregar o apoio de fogo dentro da manobra da companhia.
Esta decisão consta da ordem de operações da companhia.

3-5
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

d. A ordem prescreve missões especificas, zona de posições iniciais do


pelotão de apoio e das armas que estejam em reforço, alvos ou setores de
tiro, formas de emprego, hora de abertura do fogo e outras prescrições
como reorganização ou execução do tiro em condições de visibilidade
reduzida, principalmente na defesa. Pode regular as mudanças de posição e
determinar medidas para o remuniciamento.

3-6. PLANO DE APOIO DE FOGO


a. Plano de Apoio de Fogo (PAF) - Documento que regula o emprego
de todas as armas orgânicas, de apoio e em reforço, que apoiarão a ação,
para que haja coordenação e integração entre a manobra e o apoio de fogo.
b. Plano de Fogos - Documento específico referente ao emprego de
um meio de apoio de fogo. Pode vir a ser um apêndice do PAF.
c. O Plano de Apoio de Fogo é, basicamente, constituído de uma parte
escrita e dos apêndices correspondentes às armas de apoio que estejam
disponíveis em determinada operação. Os Apêndices serão tantos quanto
forem os meios de apoio existentes:
(1) Apêndice 1 — Plano de Fogos de Artilharia
(2) Apêndice 2 — Plano de Fogos Aéreos
(3) Apêndice 3 — Plano de Fogos de Morteiros
(4) Apêndice 4 — Plano de Fogos Navais
(5) Apêndice 5 — Plano de Apoio de Iluminação
(6) Apêndice 6 — Plano de Fogos Químicos e Nucleares
(7) Apêndice 7 — Plano de DAC.
d. Normalmente o texto será apresentado no próprio calco, em local que
não prejudique a locação dos alvos. Contém as instruções para a execução
do apoio de fogo. Não existe um formato padronizado, mas deve conter as
seguintes informações:
(1) Prioridade de fogos e distribuição de barragens;
(2) Solicitação ao escalão superior quanto ao apoio de fogo adicional;
(3) Pedidos de missões de tiros especiais;
(4) Emprego de fumígenos e agentes químicos, etc.;
(5) Medidas de segurança e sinais convencionais inclusive para
suspensão de fogos; e
(6) Medidas de coordenação para execução do tiro fora da zona de
fogos.
e. O calco dos alvos contém:
(1) Concentrações, barragens e grupos de concentrações com as
respectivas referências numéricas.
(2) Esquema de manobra da unidade apoiada (limites, objetivos,
dispositivos, etc).

3-6
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(3) Medidas de coordenação e controle do fogo.


(4) Posições das unidades de tiro e respectivas possibilidades
(alcance, setores, etc).
f. Lista de Alvos - apresentada sob a forma de quadro e poderá estar no
calco dos alvos ou anexa ao texto. Conterá as seguintes informações:
(1) Designação das concentrações
(2) Descrição e dimensões das concentrações.
(3) Coordenadas e altitudes das concentrações.
g. Plano de DAC
(1) O emprego das armas que têm missão específica contra carros
inimigos será previsto em um calco separado, representando o plano de
DAC. Caso haja elementos de cavalaria em reforço eles aparecem neste
plano.
(2) Para cada arma AC é estabelecido um setor de tiro balizado por
acidentes nítidos no terreno. Na defensiva, dentro do setor de tiro é
estabelecida uma Direção Principal de Tiro a ser batida com prioridade.
(3) O setor de tiro define a zona de responsabilidade atribuída a uma
determinada fração, com a finalidade de evitar a dispersão do fogo sobre
uma zona maior que sua capacidade.
(4) O Plano DAC, na defesa, deve ser intimamente coordenado com o
Plano de Barreiras.
h. O comandante do pelotão de apoio prepara os planos de fogos do
pelotão (morteiros e armas AC), o qual permanece na companhia, não
sendo remetido para o batalhão.

3-7. PLANEJAMENTO DOS FOGOS DE ARTILHARIA E MORTEIROS


a. O comandante de companhia, juntamente com os observadores
avançados de artilharia e morteiros, levanta os alvos a serem batidos,
elaborando suas listas de alvos. Em seguida, remete-as para o
CCAF/Batalhão e para a central de tiro do pelotão de morteiros pesado.
b. Após serem coordenados pelo escalão superior, cópias dos extratos
dos planos de fogos de artilharia e do pelotão de morteiros pesado (PFA e
PFP) retornam para a subunidade.
c. O planejamento dos fogos deve considerar que cada unidade de tiro
de artilharia ou morteiro é capaz de executar uma barragem e algumas
concentrações.
d. Concentração - É o volume de fogo colocado sobre determinada
área em um certo período de tempo, desencadeado por uma peça, seção,
pelotão, bateria, grupo ou diversos grupos.

3-7
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(1) Devem ser previstas concentrações nas posições inimigas


conhecidas, suspeitas, locais de provável ocupação pelo inimigo ou mesmo
pontos nítidos no terreno, a fim de facilitar o rápido enquadramento dos
alvos inopinados.
(2) Concentrações de morteiros médio e pesado abrangem uma área
de 50 ou 100m de diâmetro, respectivamente.
e. Barragem - É um sistema de tiros previstos de forma linear,
constituindo uma barreira, destinado a proteger as tropas e instalações
amigas, impedindo a progressão do inimigo através de linhas ou regiões
defensivas. Seu emprego normal é na consolidação de um objetivo ou na
defensiva, no estabelecimento dos fogos de proteção final coordenados com
campos de minas, obstáculos e a linha de proteção final (LPF) das
metralhadoras.
(1) Barragens normais - previstas e preparadas para serem
desencadeadas a qualquer momento e sob quaisquer condições de
visibilidade, a pedido da força interessada. Quando não estiver cumprindo
uma missão, a unidade de tiro deve ficar apontada para sua barragem
normal.
(2) Barragens eventuais - previstas e preparadas para complementar
as barragens normais. São desencadeadas a pedido, quando as armas de
apoio não estão engajadas nas barragens normais.
(3) No planejamento, podem ser previstas, por unidade de tiro,
apenas uma barragem normal e tantas eventuais quanto forem necessárias.
(4) O comandante de companhia posiciona no terreno as barragens
de artilharia e morteiro recebidas do escalão superior e as barragens das
armas orgânicas, considerando a importância, natureza e valor das vias de
acesso que devem barrar, sendo coordenadas com o plano de barreiras e
as linhas de proteção final das metralhadoras. De maneira geral as vias de
acesso para blindados devem ser batidas por artilharia e as vias de acesso
de infantaria por morteiro.
(5) A barragem da seção de morteiros médios do pelotão de apoio
complementa as barragens de artilharia e morteiros pesados previstas no
plano de fogos do batalhão, na área da companhia.
(6) As barragens devem ser estabelecidas o mais próximo possível
das posições amigas, respeitando-se as margens de segurança,
características de tiro de cada arma de apoio e grau de proteção oferecido
pelas posições ocupadas pela tropa. O OA de cada órgão de apoio
assessora o comandante de companhia neste sentido. Esta distância
normalmente estará entre 100 e 500 metros.

3-8
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

ARTIGO IV
EXECUÇÃO DOS FOGOS

3-8. EXECUÇÃO DO FOGO DE ARTILHARIA E MORTEIROS


a. As missões de tiro são atribuídas ou solicitadas aos órgãos que
possam desencadear o tiro com maior eficácia, dentro do tempo exigido.
b. É desejável que os pedidos de fogos sejam de conhecimento do
CCAF, de modo que o comandante do batalhão possa ser mantido
informado sobre os pedidos feitos pelos elementos subordinados. Contudo,
os pedidos podem ser enviados diretamente ao órgão de apoio de fogo, por
intermédio do respectivo observador avançado, a fim de garantir o rápido
desencadeamento e não sobrecarregar as redes de comando.
c. Tratando-se de fogos previstos, o fogo é pedido pela simples
referência da sua designação numérica no plano de apoio de fogo.
d. Os pedidos para bater alvos inopinados são enviados diretamente ao
seu próprio órgão de coordenação do apoio de fogo, CCAF ou central de
tiro. Os tiros inopinados, após atendidos, recebem uma designação
numérica do órgão de apoio de fogo que os executou, devendo vir a ser
incluídos no plano de fogos.
e. Quando considerações como disponibilidade de munição, segurança
tática e coordenação permitirem, os meios mais econômicos de
desencadeamento do tiro são empregados. Nos fogos programados todos
estes fatores são considerados. Nos fogos inopinados, o tempo é,
freqüentemente, a única consideração além das prioridades estabelecidas
na lista de alvos de alta prioridade.
f. Quando um pedido chega ao CCAF, é analisado e, em princípio, deve
ser empregado o tipo de apoio de fogo solicitado. Entretanto, o CCAF pode
propor a substituição, quando outro armamento for mais apropriado para
bater o alvo, pelas suas possibilidades ou disponibilidades de munição.
Desta decisão, resultará a conseqüente providência de acionamento do
novo meio de apoio de fogo por parte do CCAF.
g. O comandante da companhia de fuzileiros mecanizada e os
comandantes de fração devem estar em condições de conduzir o tiro de
artilharia e morteiros.
h. Quando tratar-se de barragem, normalmente, o comandante do
batalhão delega a autoridade para ordenar o desencadeamento dos fogos
para o comandante da companhia em cuja área ela está localizada. A
barragem é desencadeada a pedido ou por meio de sinal convencionado.

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

i. A cadência de tiro da barragem, normalmente, é máxima durante os


dois primeiros minutos [20 (vinte) tiros por minuto)], caindo para normal nos
minutos subseqüentes [10 (dez) tiros por minuto].

3-9. EXECUÇÃO DO FOGO AÉREO


a. A mobilidade e o raio de ação tornam a aviação de combate um meio
importante de contrapor-se às ações inimigas.
b. A Força Aerotática (FAT), normalmente, apoia as forças terrestres do
seguinte modo:
(1) Evitando interferência aérea inimiga;
(2) Interditando o campo de batalha;
(3) Proporcionando apoio aéreo aproximado.
c. As missões de apoio aéreo são classificados como:
(1) Missões pré-planejadas: missões previstas pelo CCAF do
Batalhão, ainda na fase de planejamento. O S3 do Ar é o coordenador.
Durante a fase de execução, o CAA orienta os aviões para os alvos a serem
atacados.
(2) Missões imediatas: compreendem os ataques a alvos revelados no
desenrolar do combate.
d. Os alvos mais indicados para a aviação são:
(1) Alvos móveis.
(2) Alvos não localizados precisamente.
(3) Alvos profundos (longo alcance).
(4) Alvos difíceis ou inadequados para os órgãos de apoio de fogo de
terra (observação limitada, alcance excessivo, terreno adverso)
(5) Alvos não observados, cuja destruição deve ser confirmada.
e. O comandante do batalhão, assessorado pelo controlador aéreo
avançado, incluirá o apoio aerotático, se for o caso, nos seus planos de
fogos. As condições atmosféricas podem impedir o apoio aéreo mesmo que
ele esteja planejado e disponível. O controle dos ataques fica a cargo do
controlador aéreo avançado, que pode ser auxiliado pelos observadores
avançados de artilharia das companhias de fuzileiros mecanizadas de
primeiro escalão, em virtude daquele controlador atuar, normalmente, ligado
ao centro de coordenação de apoio de fogos do batalhão.
f. O procedimento para os pedidos de ambas as missões de apoio
obedecem as regras do Sistema de Operações Ar-Terra (SOAT). Estes
pedidos de apoio aéreo devem incluir as seguintes informações:
(1) Exata localização do alvo;
(2) Descrição do alvo, com detalhes que permitam a seleção
apropriada do armamento;
(3) Efeito desejado;

3-10
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(4) Localização da tropa amiga mais próxima do alvo (distância e


azimute);
(5) Hora de Ataque ao alvo;
(6) Significado tático; e
(7) Outras informações: Identificação e localização do Dst de controle
aerotático ou do CAA que orientará o avião, quando necessário.
g. Funcionamento
(1) Os pedidos de apoio aéreo podem ter origem na subunidade.
(2) Estes pedidos são coordenados e consolidados em todos os
escalões e encaminhados através dos canais existentes entre estes
escalões de comando até o centro de operações táticas (COT) do exército
de campanha e centro de operações aerotático (COAT) da força aerotática
(FAT). Em cada escalão de comando, o pedido pode ser aprovado ou
recusado, de acordo com o plano de fogo ou esquema de manobra do
escalão.
(3) Quando aprovado, o pedido segue os canais de comando até o
COT do exército de campanha que os encaminhará ao COAT da FAT em
apoio.
(4) A grande urgência das missões imediatas requer adaptações no
sistema. Quando a companhia participar da rede de pedidos aéreos, solicita
o apoio diretamente ao elemento de apoio aerotático da DE, enquanto a
brigada permanece na escuta pelo rádio. Se a brigada não interferir na
conversação, significa que o pedido está aprovado. A DE, após analisar o
pedido, retransmite o mesmo para o centro de apoio aéreo direto (CAAD).
h. Com a finalidade de auxiliar as tripulações das aeronaves, as
posições inimigas podem ser identificadas utilizando-se fumígenos
coloridos, granadas iluminativas, tiros traçantes ou outros dispositivos.
Dependendo da situação as forças amigas também devem ser identificadas
por meio de painéis, fumígenos ou dispositivos pirotécnicos para se evitar o
fratricídio.

ARTIGO V
FUMÍGENOS

3-10. EMPREGO TÁTICO DE FUMÍGENOS


a. Quando empregado corretamente, o fumígeno pode se transformar
em um multiplicador de poder de combate. Entretanto, sua utilização deve
ser cuidadosamente planejada e coordenada para não interferir
negativamente na manobra de tropas amigas.

3-11
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

b. As missões concernentes ao emprego de fumaça podem ser


cumpridas pelos meios orgânicos da companhia, carros, morteiros e
artilharia.
c. Os meios orgânicos da companhia são: as granadas de mão, os
canhões SR e os morteiros. Estes elementos proporcionam apenas
pequenas cortinas, dentro da zona de ação da companhia. As pequenas
cortinas, produzidas pela companhia, raramente exigem mais que uma
coordenação interna.
d. As cortinas de fumaça de artilharia e morteiro são feitas mediante
pedido ou previstas nos respectivos planos. São mais extensas e exigem
coordenação com os elementos vizinhos, tendo em vista sua maior
dispersão.
e. Seu emprego deve ser planejado para todas as operações e
condições, incluindo ações noturnas e diurnas. Entretanto, deve-se ter em
mente que o fumígeno não é um recurso que pode ser empregado
indiscriminadamente, mas planejado e empregado de acordo com a
disponibilidade das fontes geradoras e o efeito desejado.
f. Preferencialmente, os fumígenos devem ser empregados “entre” as
forças amigas e inimigas, aumentando as chances de obscurecimento. Para
torná-los mais eficientes eles podem ser utilizados próximos ao inimigo.
g. Se o fósforo branco for empregado com a dupla finalidade de causar
baixas e estabelecer cortina, as granadas serão, então, lançadas “sobre” as
posições inimigas, sem levar-se em conta a direção do vento.
h. A eficiência dos fumígenos depende em muito das condições
climáticas, tais como velocidade e direção do vento, umidade e temperatura.
Para maiores informações relativas ao emprego tático da fumaça, ver o
manual C 3-5 – DEFESA QBN.

3-12
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

CAPÍTULO 4

LOGÍSTICA

ARTIGO I
INTRODUÇÃO

4-1. GENERALIDADES
a. A Subunidade (SU) é o menor escalão com funções logísticas. As
suas atividades abrangem, basicamente, o controle de pessoal e do
material, por meio de uma escrituração, mantida em ordem e em dia,
fiscalizada pessoalmente pelo comandante.
b. O comandante da companhia é o responsável pelo apoio logístico da
companhia e dos elementos em reforço, devendo assegurar-se que o
mesmo está sendo prestado também a todos os elementos sob o seu
controle operacional ou em apoio.
c. Para a execução de suas funções logísticas, o comandante da
companhia tem como principal auxiliar o subcomandante, que é o
coordenador da logística da companhia, integrando e sincronizando os
planejamentos da logística do pessoal e do material à manobra e ao apoio
ao combate. Ele deve antecipar-se às necessidades de apoio logístico,
encaminhar os pedidos de apoio ao S4 com oportunidade e fiscalizar a
distribuição de suprimentos e todo o apoio que é prestado à companhia.
d. Para maiores informações deve ser consultado o manual de
campanha C 7-20 – BATALHÕES DE INFANTARIA.

4-1
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

4-2. APOIO LOGÍSTICO


a. O apoio logístico é o conjunto de atividades que visa a fornecer os
recursos e serviços necessários às tropas orgânicas e em reforço, nos
ramos de pessoal e material.
b. No âmbito da companhia existem cinco funções logísticas, com suas
respectivas tarefas, a saber:
(1) Suprimento - Levantamento das necessidades, obtenção,
controle e distribuição de todas as classes de suprimento;
(2) Transporte - Deslocamento de pessoal e material;
(3) Saúde – Evacuação e controle sanitário. Visa à conservação do
potencial humano da força terrestre em operações;
(4) Manutenção - Conservação, reparação e evacuação de material;
(5) Recursos humanos - Controle de efetivos, recompletamentos,
repouso, recuperação, recreação, sepultamento, mão-de-obra, suprimento
reembolsável, banho, lavanderia e serviço postal. As demais tarefas
referentes ao pessoal (disciplina e justiça militar, moral, assistência religiosa
e assuntos civis), realizadas no TO, são integradas ao sistema comando,
não fazendo parte do subsistema logística.
c. Para maiores informações, relativas às funções logísticas, deve ser
consultado o manual de campanha C 100-10 - LOGÍSTICA MILITAR
TERRESTRE.

ARTIGO II
LOGÍSTICA NA COMPANHIA DE FUZILEIROS MECANIZADA

4-3. CONSIDERAÇÕES INICIAIS


a. O gerenciamento das atividades logísticas é orientado para os
objetos e objetivos básicos da logística - o MATERIAL e o HOMEM.
b. Assim, a logística divide-se em dois grandes ramos, a LOGÍSTICA
MATERIAL e a LOGÍSTICA PESSOAL. Esta divisão da logística tem por
finalidade simplificar as estruturas organizacionais e os procedimentos
logísticos, permitindo maior coordenação e controle do comandante da
companhia e maior eficiência no apoio prestado aos elementos
subordinados.
c. O encarregado de material e o sargenteante, auxiliados pelos
demais integrantes da seção de comando, são os responsáveis pela
condução e controle das atividades logísticas nos seus respectivos ramos
de atuação, de acordo com as ordens e diretrizes emanadas pelo
comandante da companhia.

4-2
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

d. A LOGÍSTICA DE PESSOAL, a cargo do Sargenteante, engloba


todas as funções logísticas voltadas para o apoio aos efetivos (HOMEM):
(1) RECURSOS HUMANOS: o controle do pessoal, o nivelamento
dos efetivos, o controle das baixas, o processamento dos
recompletamentos, o repouso, a recuperação, a recreação, o moral da tropa
e os serviços em campanha, banho, lavanderia (troca de fardamento),
sepultamento, serviço postal, dentre outros;
(2) SAÚDE: o apoio prestado pela turma de evacuação e todas as
tarefas, ações e procedimentos referentes à atividade de saúde realizados
na SU, inclusive a evacuação de feridos.
e. A LOGÍSTICA DE MATERIAL, a cargo do Encarregado de Material,
engloba todas as funções logísticas centradas no material:
(1) SUPRIMENTO: pedidos, recebimentos, estocagem e distribuição
às diversas frações;
(2) MANUTENÇÃO: de todo o material (viaturas, armamento,
comunicações, equipamentos diversos etc), incluindo o processamento do
suprimento de manutenção e a evacuação do material;
(3) TRANSPORTE: controle dos meios para a realização dos
deslocamentos da tropa, a distribuição de suprimentos (Sup), evacuação de
material (Mnt) e de mortos (Pes).
f. No nível subunidade, sempre que possível, o apoio logístico deve ser
planejado e executado de modo que todas as funções desenvolvidas pela
companhia sejam deslocadas em direção aos elementos subordinados, de
modo a liberar os comandantes de pelotão para as atividades de combate,
sobrecarregando-os o mínimo possível com preocupações logísticas e
evitando que os pelotões desloquem-se para a ATSU em busca de Ap Log.
O encarregado de material e o sargenteante devem atuar de modo a colocar
o suprimento, a manutenção, o apoio de saúde, os meios de transporte,
rações e água no momento e no local (ATSU ou posições dos pelotões) que
se fizerem necessários para apoiar as atividade de combate da SU.
g. Os comandantes de pelotão têm a responsabilidade de providenciar
os primeiros socorros a seus homens, evacuar os feridos o mais
rapidamente possível e providenciar a identificação dos mortos de sua
fração. Devem permanecer a par do nível de munição do pelotão e
providenciar a tempo os pedidos de remuniciamento. Devem ter perfeito
conhecimento, também, do estado do material e do armamento e solicitar o
recompletamento da dotação logo que possível, esclarecendo se o material
foi perdido, destruído ou encontra-se em mau estado. Solicitam o
suprimento de água sempre que necessário e, em operações defensivas,
calculam e requisitam o material de fortificação necessário para a
organização do núcleo de defesa. No tocante às atividades de pessoal, os
comandantes de pelotão devem dar especial atenção à manutenção da

4-3
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

disciplina e moral da tropa, além do controle de efetivos. Em todas essas


atividades são auxiliados pelos respectivos adjuntos.

4-5. SEÇÃO DE COMANDO


a. A seção de comando (Seç Cmdo) da companhia concentra os meios
de apoio logístico da subunidade, sendo complementada em suas
deficiências pelo apoio direto prestado pelas frações da companhia de
comando e apoio. É composta pelo grupo de comando, grupo de
comunicações e grupo logístico (turma de suprimento e turma de
manutenção), podendo receber da companhia de comando e apoio uma
turma de evacuação e o grupo de apoio direto de suprimento classe I.
b. O encarregado do material é o comandante da seção de comando e
executa as atividades relacionadas à logística do material. Supervisiona o
trabalho do furriel no P Remn da subunidade. Fiscaliza, orienta e controla as
atividades das frações e elementos de manutenção e suprimento orgânicos
e os recebidos em apoio direto ou reforço. Coordena os trens da SU,
cabendo-lhe a montagem dos comboios e controle do movimento das
viaturas. Coordena a distribuição de rações e água e de todas as classes de
suprimento, exceto classe V.
c. Grupo de Comando (Gp Cmdo) – Apoia a logística da SU e a
operação do posto de comando da subunidade. É composto pelo
sargenteante, Cb Op micro, um Sd auxiliar e um Sd motorista. O
sargenteante desenvolve atividades relacionadas à logística do pessoal.
Fiscaliza, orienta e controla as atividades de evacuação de feridos das
frações e elementos de saúde recebidos em apoio ou reforço. Cabe ao
sargenteante o controle do efetivo, de licenças, dos registros sobre justiça e
disciplina e da distribuição de recompletamentos, conforme diretriz do
comandante de subunidade. Diariamente, em hora marcada pelo
comandante da companhia, enviará a mensagem diária de efetivos (MDE)
que será transmitida à Unidade (S1).
d. Grupo de comunicações (Gp Com) – Comandado pelo sargento
auxiliar de comunicações, instala e opera os meios de comunicações do
comando da SU, estando encarregado da manutenção de 1º escalão do
material de comunicações no âmbito da SU. Composto pelo sargento
auxiliar de comunicações, um Cb radioperador, um Cb construtor de linha /
telefonista, um Sd radioperador e um Sd construtor de linha / telefonista.
e. Grupo Logístico (Gp Log) - Esse grupo possui uma subdivisão
interna em uma turma de suprimento e uma turma de manutenção.
(1) Turma de manutenção (Tu Mnt) - Comandada pelo sargento
mecânico de viatura, que é o encarregado da supervisão e auxílio à
manutenção de 1º escalão das viaturas, auxiliado pelo Sd Aj Mec Vtr. O Cb

4-4
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

Aj Mec Armt se incumbe da manutenção do armamento leve da SU. A turma


de manutenção concentra os meios de manutenção (ferramental) e coopera
na evacuação e coleta de salvados no âmbito da SU.
(2) Turma de Suprimento (Tu Sup) – É encarregada do transporte
de todo suprimento da SU, sendo empregada, também, no transporte de
mortos. O furriel é o encarregado do recebimento e transporte somente do
suprimento classe V, sendo responsável também pela evacuação dos
mortos, pelo remuniciamento, pela elaboração dos pedidos de munição e
pela operação do P Remn da subunidade, auxiliado pelo Cb Op Micro, um
Sd auxiliar e dois Sd motoristas.
f. Turma de evacuação (Tu Ev) - Pertence ao pelotão de saúde da Cia
C Ap e pode ser distribuída à SU. É composta por um cabo atendente, dois
Sd padioleiros e um Sd padioleiro / motorista. Cabe ao Cabo atendente
guarnecer o posto de refúgios da SU e prover a evacuação dos feridos ao
posto de saúde na ATC.
g. Grupo de apoio direto de suprimento da Classe I (Gp Ap Dto
Sup Cl I) - Pertence à seção de apoio direto de suprimento da Classe I do
pelotão de suprimentos da Cia C Ap e tem a missão de confeccionar os
gêneros de Sup Cl I, quando as cozinhas estiverem descentralizadas na SU.
É composto por um Sgt Cmt, dois Cb cozinheiros e um Sd auxiliar de
rancho.

4-6. PLANEJAMENTO
a. Generalidades
(1) O planejamento logístico deve assegurar o Ap Log antes e
durante todas as fases de uma operação. Este planejamento deve ser
realizado de forma coordenada com o planejamento tático e o dos apoios ao
combate.
(2) O planejamento logístico é encargo do subcomandante da
companhia, que terá seu trabalho facilitado pelo emprego de procedimentos
padronizados e adoção de normas gerais de ação.
b. Apoio às operações de combate
(1) Para assegurar um efetivo apoio, após concluir seu estudo de
situação e de acordo com a manobra concebida, o subcomandante da
companhia deve propor ao comandante:
(a) Que atividades logísticas são necessárias;
(b) Que quantidade de suprimento será necessário; e
(c) Qual a prioridade de apoio por atividade e por pelotão.
(2) Com base nas necessidades, as possibilidades da logística
devem ser avaliadas, verificando-se:
(a) Que recursos logísticos estão disponíveis (orgânicos, em
apoio e das subunidades vizinhas);

4-5
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(b) Onde estão as instalações logísticas do Batalhão;


(c) Quando os recursos logísticos estarão disponíveis para
elementos apoiados; e
(d) Como os recursos logísticos podem ser disponibilizados.
(3) Baseado nessa análise, o planejamento logístico será
desenvolvido, reagindo-se às disponibilidades.
d. Estimativa logística na companhia
(1) A estimativa logística é uma análise dos fatores que podem
afetar o cumprimento da missão traduzida sob forma de necessidade. O
comandante da companhia utiliza-se desta estimativa para o planejamento
logístico em apoio à manobra idealizada. A chave para essa estimativa é a
situação do suprimento disponível, particularmente das Classes III, V (Mun)
e IV (em operações defensivas).
(2) No nível subunidade, raramente a estimativa logística constará
de um documento escrito. O Sargenteante e o Encarregado de Material
frequentemente irão formulá-la em termos que respondam as seguintes
perguntas:
(a) Qual a situação atual da manutenção, dos suprimentos e dos
transportes?
(b) Quanto e o que é necessário para apoiar a operação?
(c) Que tipo de apoio externo (Esc Sp) é necessário?
(d) As necessidades poderão ser atendidas através do processo
normal, ou serão necessários outros processos de suprimento?
(e) O que está faltando e qual a consequência dessa falta na
operação?
(f) Onde estão os elementos a serem apoiados durante a
operação?

4-7. TRENS
a. Generalidades
(1) Trens é a designação genérica dada ao conjunto dos elementos
em pessoal, viaturas e material destinados a proporcionar apoio logístico a
uma subunidade.
(2) A finalidade dos trens da SU é operacionalizar a execução das
atividades logísticas da companhia. Fornecem apoio logístico contínuo e
cerrado aos pelotões e aos elementos em reforço, particularmente no que
se refere à manutenção orgânica, todas as classes de suprimento,
evacuação de feridos, transporte de suprimento, evacuação do material
danificado, capturado e salvado e registro e evacuação de mortos.
b. Composição normal dos trens da SU
(1) Trem de munição - Operado pelo Furriel
- 01 VTNE 5 ton, com reboque

4-6
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(2) Trem de manutenção - Operado pelo Sgt Mec Vtr


- 01 VTNE 5 ton, utilizada para Mnt Armt e Vtr.
(3) Trem de saúde - Operado pelo Cb Atendente
- 01 VTE ambulância, ¾ ton.
(4) Trem de cozinha - Operado pelo Gp Ap Dto Sup Cl I
- 01 VTNE 5 ton com VRE, cisterna de água de 1500 l.
(5) Trem de bagagem - Controlado pelo Enc Mat
- 01 VTNE 5 ton com reboque.

c. Área de trens de subunidade - ATSU


(1) Os trens da SU instalam-se, normalmente, dentro da zona de
ação da companhia, numa área bem próxima do posto de comando, que se
denomina área de trens de subunidade (ATSU).
(2) Por motivo de segurança a ATSU deve se localizar a uma
distância de 500m da LP na ofensiva e 1000m do LAADA na defensiva.
(3) A distância máxima de apoio é a função da velocidade e
capacidade das viaturas disponíveis para apoiar os elementos de 1º escalão
e a capacidade do batalhão realizar o apoio necessário à noite.
(4) A localização da área de trens é atribuição do comandante da
companhia, que mantém estreito entendimento com o S4 do batalhão.
(5) Com os trens desdobrados, as dimensões mínimas da ATSU,
face à necessidade de dispersão das viaturas e instalações, são de 50 x
100 m.
(6) Em algumas oportunidades, e no caso da companhia se
constituir na reserva do batalhão, esses meios ou parte deles podem se
desdobrar na área de trens de combate (ATC) ou até mesmo na área de
trens de estacionamento (ATE), de acordo com a análise dos fatores da
decisão.
(7) Para melhor atender à prestação do apoio logístico, a análise da
localização de uma área de trens deve considerar os seguintes fatores:
manobra, terreno, segurança (do fluxo e das instalações) e situação
logística. Para maiores detalhes sobre os fatores de localização da área de
trens, consultar o manual de campanha C 7-20 – BATALHÕES DE
INFANTARIA.
d. Instalações logísticas das área de trens (Fig 4-1) – Para o
funcionamento dos meios logísticos em campanha há necessidade de
dispô-los em locais adequados, resultando, assim, as instalações logísticas.
A tropa pode ser atendida nas diversas instalações, ou, em determinadas
situações, os meios poderão ir à frente para servir à tropa, retirando dos
comandantes de pelotão preocupações com encargos logísticos.
(1) Área de Manutenção de Viaturas e Armamentos - Local onde é
realizada a manutenção destes materiais. Deve ser localizada em local
amplo, coberto, de fácil acesso e de boa trafegabilidade. É o local onde são

4-7
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

estacionadas as viaturas pertencentes aos elementos da ATSU. É operada


pelo Sgt Mec Vtr.
(2) Posto de remuniciamento – Local onde é desdobrado o posto de
distribuição de suprimento classe V (munição). Deve estar próximo do E
Sup Ev / Batalhão e afastado de outras instalações, de acordo com o tipo e
a quantidade de munição armazenada. Deve estar coberto e abrigado para
evitar danos às outras instalações. Deve possuir condições mínimas para
armazenamento de munição. É operado pelo Furriel.
(3) Refúgio de Feridos - Instalação que recebe os feridos do campo
de batalha, preparando-os para a evacuação, se for o caso, sendo operado
pelo Cabo Atendente. É o local onde se prepara os feridos para a
evacuação (SFC). Deve localizar-se na orla anterior da ATSU, em local de
fácil acesso e de fácil localização. No caso de operações ofensivas, cerra à
frente, no desenrolar das ações, de forma a encurtar as distâncias de
evacuação.
(4) Área de Cozinha - Local onde é preparada a alimentação da SU,
quando recebe o Gp Ap Dto Sup Cl I. É o local onde é instalada a cozinha,
quando descentralizada, e onde é preparada a alimentação. Deve ser
localizada em local coberto, próximo à fonte de água e distante do P Col
Mor. Devem ser escolhidos locais de consumo próximos às cozinhas, para
os integrantes da ATSU. É operada pelo grupo de apoio direto de
suprimento classe I.
(5) Posto de Distribuição de Suprimentos (P Distr Sup) – É o local
onde o encarregado de material realiza a distribuição de todo o suprimento
da companhia, à exceção do suprimento classe V. Desdobra-se no mesmo
local de distribuição das refeições.
e. Controle
(1) O comandante dos trens da subunidade é o subcomandante da
companhia. A esse oficial caberá determinar a localização específica de
cada instalação na área de trens, bem como a responsabilidade pela
execução dos deslocamentos, o controle e a segurança dos trens.
(2) O subcomandante estuda continuamente a situação, a fim de
propor a oportunidade do deslocamento dos trens, de maneira a facilitar o
apoio às operações. Após a decisão do comandante de realizar um
deslocamento, aciona o reconhecimento dos itinerários e das novas áreas e
expede a ordem de deslocamento, normalmente verbal.
f. Segurança dos Trens
(1) A segurança dos trens será realizada pelos seus próprios
elementos.
(2) A segurança afastada é obtida pela localização dos trens
próximos ou dentro do perímetro de segurança dos elementos de combate e
da reserva.

4-8
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

Mata
Rala

Mata
Rala

Fig 4-1. Visualização de uma ATSU desdobrada no terreno.

ARTIGO III
ATIVIDADES LOGÍSTICAS

4-8. ATIVIDADE LOGÍSTICA DE SUPRIMENTO


a. Generalidades
(1) Suprimento é a atividade logística que trata da previsão e da
provisão do material necessário às organizações e forças militares. O termo
suprimento pode, também ser empregado com o sentido geral de item,
artigo ou material necessário para equipar, manter e operar uma
organização militar.
(2) Fluxo de suprimento é o processo cíclico que se inicia com o
pedido de determinado artigo de suprimento e termina com sua distribuição
ao usuário.

4-9
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(3) Classes de suprimentos - No sistema de classificação militar o


material é grupado em dez classes de suprimento para fins de planejamento
e de administração, que são os seguintes:
(a) Classe I - material de subsistência;
(b) Classe II - material de intendência;
(c) Classe III - combustíveis e lubrificantes;
(d) Classe IV - material de construção;
(e) Classe V - armamento e munição (inclusive químico,
biológico e nuclear);
(f) Classe VI - material de engenharia e cartografia;
(g) Classe VII - material de comunicações, eletrônica e
informática;
(h) Classe VIII - material de saúde;
(i) Classe IX - material de motomecanização e aviação; e
(j) Classe X - material não incluído nas outras classes (cartas e
mapas, água, impressos e publicações e outros).
(4) As classes II, IV, V (armamento), VI, VII, IX e X possuem itens
de suprimentos com características bem diversas: produtos acabados e
peças e conjuntos de reparação, que são tratados de modo distinto.
(5) Sempre que possível, é utilizado o processo de distribuição de
suprimento na subunidade. Entretanto, é frequente, também, a distribuição
em instalação de suprimento, combinando-se assim o emprego dos meios
de transporte do batalhão e da companhia.
b. Suprimento Classe I - Material de subsistência
(1) O consumo ocorre numa proporção quase invariável que não
depende do terreno, das operações táticas em curso ou da atuação do
inimigo. Esta uniformidade de consumo permite o estabelecimento e a
distribuição de rações baseados simplesmente nos efetivos a alimentar.
(2) Ração - É a quantidade de alimentos necessária para manter um
homem durante um dia.
(3) Ciclo de ração
(a) É o período de 24h durante o qual a ração vai ser consumida.
Em campanha começa, normalmente pelo jantar (do dia anterior),
compreendendo as 3 (três) refeições: jantar, desjejum e almoço.
(b) O ciclo iniciando com a refeição do jantar, permite mais
tempo para o loteamento, preparo e entrega do suprimento e maior
segurança.
(4) Tipos de ração - As rações utilizadas pelas forças armadas são
as seguintes: Ração Normal; Ração Coletiva de Campanha; Ração
Individual de Combate; Ração de Equipagem e Alimentação de Emergência
(AE). Maiores detalhes sobre os tipos de ração são encontrados no manual
C 7-20 – BATALHÕES DE INFANTARIA.
(5) Condução das rações

4 - 10
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(a) É normal, o homem manter consigo uma ração AE, que não
faz parte da reserva orgânica.
(b) Reserva orgânica de Sup Cl I - É a quantidade de suprimento
existente e não destinado ao consumo imediato. A companhia não possui
reserva orgânica, contudo conduz uma ração operacional para todo o seu
efetivo como parte da reserva orgânica da brigada. Caso as cozinhas
estejam descentralizadas, a companhia conduzirá de 2/3 (dois terços) a 1 e
2/3 (um inteiro e dois terços) de ração (R1) para o efetivo existente da SU.
(c) As rações operacionais poderão ser consumidas sem
autorização, com exceção da ração de emergência. Após o consumo faz-se
o pedido para recompletar a reserva orgânica da brigada.
(6) Fluxo do Sup Cl I
(a) Normalmente não haverá pedido de Classe I, pois o
suprimento será automático, compreendendo as rações necessárias para o
consumo imediato e se baseará no efetivo existente informado a partir da
mensagem diária de efetivo (MDE).
(b) O reajustamento do número de rações será regulado nos
planos e ordens logísticas.
(c) A SU fará um pedido eventual nas seguintes situações:
((1)) Necessidade de recomposição da reserva orgânica da
Bda;
((2)) Necessidade de recomposição do número de AE;
((3)) Quando o excesso de rações comprometer a capacidade
de transporte ou a mobilidade; e
(d) Normalmente, durante o combate, as rações a serem
consumidas pelos elementos de 1º escalão serão as rações operacionais. A
ração normal será consumida, sempre que possível nas Z Reu ou nas
situações estáticas do combate.
(e) O pedido eventual de ração é preparado pelo sargenteante
que o encaminha ao S4, nele constando a subunidade, quantidade e tipo de
ração.
(7) Distribuição da alimentação
(a) É a atividade que se inicia com a apanha do alimento
preparado para o consumo na cozinha do batalhão (quando centralizada),
sendo distribuído nas posições das frações da companhia pelo encarregado
de material, apoiado pelo Gp Ap Dto Sup Cl I. A distribuição das refeições e
da água para consumo será em função da situação tática, podendo ser
durante o dia ou durante a noite.
(b) Processos de distribuição das refeições
((1)) Processo de entrega na SU - As refeições são levadas
pelo batalhão até os locais de rancho das Cia.
((2)) Processo de entrega no posto de distribuição de
suprimento classe I (P Distr Cl I) - As Cia recebem ordens de enviar suas
viaturas aos trens de estacionamento para apanhar as refeições.

4 - 11
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

((3)) Processo combinado - As viaturas das cozinhas levam


as refeições até um ponto intermediário, onde são transferidas para as
viaturas das companhias, que as levarão até os respectivos locais de
rancho.
(c) Muitas vezes a situação tática não permitirá que um ou mais
pelotões venham ao local de rancho da companhia. Quando isto ocorrer, as
refeições serão levadas até as posições em viaturas ou por faxina, de
acordo com o plano de alimentação da SU.
(d) O subcomandante da companhia escolhe o local de rancho
de sua subunidade, procurando preencher os seguintes requisitos: oferecer
conforto à tropa, ser acessível para viaturas, suficientemente espaçoso para
permitir a dispersão da tropa, oferecer cobertas contra a observação inimiga
e abrigo contra armas de tiro tenso. Esse local, por razões de segurança,
deve estar próximo aos trens da SU.
(e) O encarregado de material manterá um controle sobre a
qualidade e quantidade de alimentação servida à tropa. Além das
observações pessoais, deverá colher dos componentes da companhia,
principalmente cabos e soldados, observações a respeito da alimentação.
(9) Controle das cozinhas
(a) O controle das cozinhas compreende, em princípio, a
supervisão do emprego dos equipamentos, do pessoal e das viaturas das
cozinhas de campanha.
(b) As cozinhas ficarão centralizadas sob o controle batalhão (na
ATE, ATC ou AT). Excepcionalmente, a cozinha poderá operar na
companhia, de forma descentralizada. Nesse caso, o encarregado de
material supervisionará o loteamento e confecção dos alimentos apoiado
pelo Gp Ap Dto Sup Cl I em reforço à Companhia.
(10) Plano de Alimentação - É um documento informal que reúne
instruções, integrantes do plano de suprimento do batalhão. Essas
instruções, geralmente, são expedidas por meio de ordens fragmentárias,
destinadas a fornecer informações relativas ao quando e como a
alimentação será distribuída no âmbito da unidade para a companhia.
c. Suprimento Classe II - material de intendência
(1) O suprimento classe II é composto por fardamento, equipamento
individual, material de acampamento, material de rancho, material de
alojamento e material de escritório.
(2) O pedido tem a finalidade de recompletamento e é feito sem
formalidade das SU para o Batalhão.
(3) Distribuição – Normalmente, o suprimento é enviado diretamente
para a companhia ou pode ser determinado que seja apanhado no P Distr
Cl I do batalhão. Após o recebimento, é distribuído pelo encarregado de
material no P Distr Sup.

4 - 12
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

d. Suprimento Classe III - Combustíveis, óleos e lubrificantes


(1) O P Distr Cl III do Batalhão é composto por viaturas cisterna,
camburões e tonéis de combustível, vasilhames de óleos para motor,
engrenagens e graxas lubrificantes.
(2) Fluxo Sup Cl III
(a) Normalmente, toda viatura da companhia que entrar na área
de trens do batalhão ou na área de apoio logístico da brigada se dirige ao P
Distr Cl III, onde será reabastecida e recompleta seus camburões por troca,
visando rapidez nessa operação.
(b) No que diz respeito a graxas e lubrificantes, ao esvaziar um
ou mais recipientes de graxa e lubrificante, a turma de manutenção do
grupo logístico da seção de comando envia-os ao P Distr Cl III do Batalhão,
onde o ressuprimento é feito mediante a simples troca do recipiente vazio
pelo cheio.
e. Suprimento Classe IV - material de construção
(1) Fluxo e distribuição idênticos ao Sup Cl II.
(2) O material de fortificação, normalmente, é distribuído pelo
processo de entrega na subunidade. O encarregado de material coordena a
distribuição no P Distr Sup.
f. Suprimento Classe V (Mun)
(1) A Cia desdobrará o posto de remuniciamento (P Remn) em sua
área de trens (ATSU), onde ficará parte da sua Dotação Orgânica.
(2) Dotação orgânica é a quantidade de munição, expressa em tiros
por arma, transportada por uma subunidade, incluindo a munição conduzida
pelos homens, pelas viaturas transporte de armas das subunidades e pelo
trem de munição.
(3) A conservação do nível da dotação orgânica é a chave do
remuniciamento, pois a mesma garante à subunidade munição suficiente
para iniciar o combate e sustentá-lo até que o remuniciamento, que
normalmente é diário, possa ser realizado.
(4) Para o ressuprimento é realizada a confecção do pedido informal
de suprimento classe V (munição). Após o consumo, é feito o pedido para
recompletar a dotação orgânica, exceto quando tratar-se de munição para
consumo imediato, que é recebida antes que ocorra o consumo.
(5) Fluxo de Sup Cl V (Mun) - Processo de entrega na instalação de
suprimento - A viatura do Furriel se desloca ao P Remn A, para apanhar a
munição e, se for o caso, evacuar os mortos para o posto de coleta de
mortos do batalhão (P Col Mor / Batalhão). Para a distribuição do
suprimento classe V (munição) pode-se utilizar, também, a técnica especial
de estabelecimento de PIL, reduzindo, assim, as distâncias entre os P
Remn da U e das SU.

4 - 13
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

g. Suprimento Classe VIII - material de saúde - As subunidades


pedem o suprimento classe VIII ao PS / Batalhão, localizado na ATC,
através da turma de evacuação do pelotão de saúde, sendo atendidas,
sempre que possível.
h. Suprimento Classe IX - material de motomecanização e Cl V
(Armt) - Os de pequeno vulto serão substituídos pela troca direta, mediante
apresentação do material danificado aos elementos da seção de
manutenção do pelotão de manutenção e transporte, visando
reaproveitamento de matéria prima,
i. Suprimento Classe X - material não incluído em outras classes
(1) Os suprimentos de ajudância geral que consistem de impressos
(exceto cartas e mapas) e publicações, são pedidos pelo sargenteante ao
S1.
(2) Os manuais de campanha ou técnicos e publicações
semelhantes podem ser fornecidos automaticamente às SU por iniciativa do
Batalhão.
(3) Suprimento de água
(a) A água sempre que possível é obtida de fontes locais, caso
contrário, a distribuição da água às SU será realizada com a VTNE 5 ton
com reboque cisterna de 1.500 litros.
(b) É geralmente distribuída com as refeições, embora não seja
Sup Cl I.
(c) Se possível, um saco lister é instalado no local de rancho da
SU e a água é distribuída aos pelotões em camburões de 20 litros.
(4) Suprimento de cartas - Cabe à seção de inteligência do batalhão
estabelecer planos e normas de distribuição para o material de cartografia.

4-9. SUPRIMENTO PARA A POPULAÇÃO CIVIL


a. Incluem os artigos destinados à manutenção das condições mínimas
de vida, tais como: alimentos, medicamentos, roupas e os destinados a
ajuda econômica.
b. A obtenção dos suprimentos para a população poderá ser feita por
intermédio dos canais normais, quando se tratar de artigos consumidos pela
força terrestre, que serão armazenados pelo batalhão ou nas companhias.
Entretanto, a sua distribuição deve ser feita por intermédio dos canais de
assuntos civis, podendo utilizar-se da companhia para tal.

4-10. EIXO DE SUPRIMENTO E EVACUAÇÃO (E Sup Ev)


a. E Sup Ev é a estrada, caminho ou, eventualmente, uma direção,
selecionada para unidade, através da qual deverá ser executado o grosso
das atividades de suprimento e evacuação da sua responsabilidade.

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

b. O E Sup Ev se estende da área de trens de estacionamento (ATE)


do batalhão à ATSU que realiza o esforço principal, passando pela área de
trens de combate. Ramifica-se, de acordo com as necessidades, para os
demais elementos de primeiro escalão.
c. O batalhão é responsável pela segurança do seu E Sup Ev.
d. No ataque, para evitar possível interrupção do remuniciamento, pode
ser fixado um eixo de remuniciamento que indica o deslocamento previsto
para os P Remn do batalhão. O eixo de remuniciamento pode coincidir
como o E Sup Ev, e como este, ser balizado por uma estrada, caminho ou
eventualmente uma direção.

4-11. PROCESSOS DE DISTRIBUIÇÃO DE SUPRIMENTOS


a. Os processos de distribuição normais são o de entrega na
subunidade e na instalação de suprimento.
(1) No processo de entrega na subunidade a instalação provedora
do batalhão supre, com seus meios, os elementos subordinados,
entregando os suprimentos em suas instalações logísticas.
(2) No processo de entrega na instalação de suprimento a
subunidade, com seus próprios meios, desloca-se para a instalação
provedora do batalhão, a fim de apanhar o suprimento necessário.
b. Os processos especiais de distribuição de suprimento são: reserva
móvel, suprimento aéreo, comboio especial de suprimento e posto de
suprimento móvel.
c. Os processos de distribuição de suprimento poderão ser
combinados, dependendo da manobra logística executada. Maiores
detalhes sobre os processos de suprimento são encontrados no manual C
7-20 - BATALHÕES DE INFANTARIA.

4-12. PONTO INTERMEDIÁRIO LOGÍSTICO


a. Pontos Intermediários Logísticos (PIL) são pontos de encontro entre
os elementos apoiado e apoiador, previamente selecionados,
eventualmente estabelecidos onde se realizam diversas atividades
logísticas (principalmente suprimento e evacuação), visando assegurar a
continuidade do apoio em determinada operação por força do aumento da
distância de apoio, existência de obstáculos ao fluxo ou quando a situação
impuser.
b. Para maiores detalhes sobre os Pontos Intermediários Logísticos,
consultar o manual de campanha C 7-20 –BATALHÕES DE INFANTARIA.

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

4-13. PACOTES LOGÍSTICOS


a. O apoio à subunidade de 1º escalão poderá ser executado através
da entrega de pacotes logísticos (PAC LOG).
b. Os PAC LOG são um conjunto de suprimentos necessários para
uma subunidade, em determinado período de tempo (normalmente para
uma jornada completa) e para determinada operação de combate, mais as
viaturas logísticas da companhia de comando e apoio para transportá-los
até a companhia de fuzileiros.
c. PAC LOG poderão ser utilizados quando o batalhão de infantaria
mecanizado estiver realizando operações de movimento (M Cmb, Mvt Rtgd
etc) ou quando a SU estiver momentaneamente isolada.

4-14. PRÉ-POSICIONAMENTO DE SUPRIMENTOS


a. O procedimento de pré-posicionamento de suprimentos poderá ser
utilizado, principalmente na defensiva e nos movimentos retrógrados,
conforme o estudo de situação do S4.
b. Os suprimentos necessários a determinada posição defensiva ou de
retardamento de uma companhia poderão ser pré-posicionados no campo
de batalha, para agilizar o apoio logístico ou por medidas de segurança.

4-15. ATIVIDADE LOGÍSTICA DE SAÚDE


a. Generalidades
(1) O atendimento médico adequado é uma responsabilidade do
comando, em todos os escalões. Ele visa à conservação dos efetivos e à
preservação da eficiência e do moral da tropa.
(2) O batalhão não tem encargos de hospitalização. Cabe ao serviço
de saúde da unidade, representado pelo seu pelotão de saúde (Pel Sau),
realizar o tratamento médico de emergência e, quando necessário, a
evacuação de feridos, doentes e acidentados, no âmbito da unidade.
b. Desdobramento do apoio de saúde na companhia
(1) A companhia de fuzileiros mecanizada, normalmente, estabelece
um refúgio de feridos, instalação muito sumária, situada em local abrigado,
para os quais são conduzidos os homens feridos.
(2) O Pel Sau envia para as companhias de primeiro escalão uma
turma de evacuação, composta de um cabo atendente, dois Sd padioleiros e
um Sd padioleiro / motorista em uma viatura ambulância. Esta turma se
desloca com os trens da SU, seguindo imediatamente à retaguarda dos
elementos de combate.

4 - 16
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(3) Quando necessário, o S1 poderá determinar que o Pel Sau


apoie com mais de uma Tu Ev uma determinada SU ou reforce a Tu Evac
distribuída com, no mínimo, mais um atendente.
c. Tratamento e evacuação de feridos
(1) Quando um homem é ferido, os primeiros socorros, em princípio,
são prestados por um companheiro. Em seguida, os feridos que podem se
locomover serão encaminhados ao refúgio de feridos por seus próprios
meios. Aqueles que não tiverem condições de locomoção serão evacuados
para o refúgio de feridos pelos integrantes de sua fração, por outros
elementos designados pela SU ou esperarão a evacuação através da Tu
Ev.
(2) No refúgio de feridos, o ferido é preparado para a evacuação
para o PS, se esta for necessária. A evacuação dos feridos é feita pela
turma de evacuação, a partir do refúgio de feridos, ou mesmo, diretamente
do local em que o homem foi ferido.
(3) O Posto de Socorro do Batalhão é a primeira instalação da
cadeia de evacuação onde existe atendimento médico. Aí, os pacientes são
separados de acordo com o tipo e a gravidade dos respectivos casos. Os
feridos que puderem voltar ao combate em curto prazo são mantidos no
posto de socorro do batalhão ou nas suas proximidades, caso a situação
tática o permita. Logo que aptos, retornam à companhia. Aqueles que não
tiverem condições de retornar à frente de combate são preparados para a
evacuação, que será feita em viaturas ambulância, a cargo do pelotão de
ambulâncias, da Cia Log Sau do B Log. Para os feridos graves poderá ser
solicitada a evacuação aeromédica (EVAM). Para isto, normalmente, é
utilizada a rede logística da brigada, podendo também, em caso de
necessidade, ser utilizada a própria rede de comando.
(4) Caberá ao cabo atendente a manipulação de medicamentos. O
nível de estoque de medicamentos a ser adotado na companhia é de
responsabilidade do oficial médico do batalhão. O emprego e a utilização
devem constar em relatórios escritos ou verbais do chefe do refúgio de
feridos (cabo atendente) ao chefe do posto de socorro do batalhão (Of
Med).

4-16. ATIVIDADE LOGÍSTICA DE MANUTENÇÃO


a. Generalidades
(1) A manutenção é uma responsabilidade de comando. O
comandante de companhia é responsável pela manutenção adequada de
todo o seu equipamento.
(2) Esta responsabilidade inclui as providências para a pronta
recuperação do material danificado ou em pane, visando ao seu retorno ao
serviço o mais rapidamente possível.

4 - 17
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(3) Em princípio, a manutenção deve ser executada tão à frente


quanto o permitirem a situação tática e a disponibilidade de tempo e
recursos. Muitas vezes é preferível a ida do pessoal de manutenção ao
encontro do material do que proceder em sentido inverso, reduzindo a
necessidade de evacuação.
(4) Todas as viaturas que retornarem da atividade de suprimento
poderão evacuar o material que necessitar de manutenção do escalão ou da
instalação logística superiores.
b. Funcionamento da manutenção
(1) Material motomecanizado - A manutenção na subunidade é
executada pelos seguintes elementos:
(a) Motorista - elemento base da cadeia de manutenção; é
responsável pela manutenção de primeiro escalão.
(b) Turma de manutenção de subunidade (Tu Mnt / Gp Log / Seç
Cmdo – por intermédio do Sgt Mec e Sd Aj Mec, realiza a manutenção de 1º
escalão e faz o levantamento das necessidades de manutenção de 2º
escalão da SU.
(2) Armamento e instrumentos - A manutenção do armamento e dos
instrumentos óticos e de direção de tiro (IODT) é executada na unidade
pelos seguintes elementos:
(a) Usuário do armamento / IODT ou guarnição - são os
responsáveis pela manutenção de 1º escalão.
(b) Turma de manutenção de subunidade (Tu Mnt / Gp Log / Seç
Cmdo) - por intermédio do Cb Aj Mec Armt, realiza a manutenção de 1º
escalão do armamento e dos IODT e faz o levantamento das necessidades
de manutenção de 2º escalão da SU.
(3) Material de comunicações
(a) A manutenção do material de comunicações da subunidade é
feita detentores do material, supervisionados pelo Sgt Aux Com.
(b) Se for conveniente para a realização da manobra logística, o
S4, poderá centralizar a atividade de manutenção e suprimento do material
de comunicações sob coordenação do oficial de manutenção do Batalhão.
(c) Todo o material que necessite manutenção além do primeiro
escalão é evacuado para a Cia Log Mnt do B Log.
(4) Material de saúde – A Tu Ev executa apenas a manutenção de
1º escalão.

4-17. MATERIAL SALVADO E CAPTURADO


a. Material salvado
(1) O material salvado é todo o material, utilizado por nossas forças
ou por forças aliadas, encontrado em situação de abandono na área de
operações, suscetível de ser utilizado para suas finalidades (com ou sem

4 - 18
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

recuperação prévia) ou ser aproveitado como sucata, constituindo valiosa


fonte de suprimento.
(2) A subunidade é responsável pela evacuação de salvados para o
posto de coleta de salvados do batalhão ou para o seu E Sup Ev. Neste
mister pode ser auxiliada por elementos do Pel Mnt Trnp, particularmente
quando se tratar de material volumoso e / ou pesado.
(3) Todo o material salvado que necessitar de apoio de manutenção
é atendido, inicialmente e sempre que possível pela Seç Mnt / Pel Mnt Trnp.
Se recuperado e mediante as normas em vigor, pode voltar à cadeia de
suprimento, sendo entregue às subunidades de origem ou àquelas que
estiverem mais necessitadas
b. Material capturado
(1) Com o material capturado do inimigo procede-se da mesma
forma que para o material salvado, exceto no que se refere às amostras de
materiais novos, que devem ser imediatamente encaminhadas, após o
conhecimento do S2, aos órgãos técnicos do Esc Sp.
(2) Evacuação do material capturado
(a) O material capturado é evacuado para o P Col Slv do
Batalhão.
(b) Munição e outros artigos cujo manuseio por pessoal não-
habilitado possa oferecer perigo, não devem ser deslocados; devem ser
mantidos sob vigilância, se praticável. O oficial de munições do Batalhão é
notificado o mais cedo possível.
(c) Suprimentos de saúde são manuseados de acordo com a
Convenção de GENEBRA, sendo entregues às instalações de saúde, para
inspeção, antes de sua redistribuição ou uso. Esses suprimentos são de
especial valor para uso pelos prisioneiros de guerra, no tratamento de seus
doentes e feridos, bem como no atendimento de civis.

4-18. ATIVIDADE LOGÍSTICA DE TRANSPORTE


a. As atividades de transporte, na subunidade, são de pequena monta,
resumindo-se, praticamente, ao transporte de suprimentos, à evacuação de
feridos e ao controle da coluna de marcha da subunidade.
b. As responsabilidades quanto a transportes na subunidade estão
afetas ao subcomandante da companhia, no tocante à coordenação geral e
ao planejamento e supervisão do transporte de suprimentos e evacuação de
material. O encarregado de material é o responsável pela execução dos
transportes.

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

4-19. RECURSOS HUMANOS


a. Generalidades
(1) Recursos Humanos é a função logística operacional que tem a
seu cargo planejar, integrar e controlar as tarefas de controle de efetivos,
recompletamento, repouso, recuperação, recreação, mão-de-obra,
sepultamento, suprimento reembolsável, serviço postal, banho, lavanderia.
Tem por finalidade prever, prover e apoiar o pessoal, contribuindo para
manter elevado o moral das forças terrestres em operações.
(2) As demais atividades referentes a pessoal, como disciplina e
justiça militar, apoio religioso, finanças, prisioneiros de guerra e assuntos
civis, realizadas no TO, não fazem parte da logística.
b. Controle de efetivos
(1) Todos os comandantes das frações orgânicas ou recebidas em
reforço, manterão rigorosos controles de seus efetivos, transmitindo de
forma padronizada em NGA da SU, as alterações ocorridas, no exato
momento da ação.
(2) O sargenteante manterá um registro escrito das variações do
efetivo da SU baseado nas informações fornecidas pelo comandante da
companhia. Ao tomar conhecimento de alteração no efetivo por outra fontes
o sargenteante deverá confirmá-las com o comandante ou subcomandante
da companhia.
(3) Quando da chegada de reforços ou elementos em apoio direto a
SU, o Cmt deverá passar ao sargenteante os dados referentes ao efetivo
recebido quando da apresentação da fração na SU.
(4) A mensagem diária de efetivo (MDE) resumirá as alterações
ocorridas no efetivo da SU e a sua situação atual, devendo conter as
perdas, inclusões e movimentos de PG havidos no período. O comandante
da companhia deve estar constantemente informado da situação do pessoal
e informar ao S1 todas as alterações ocorridas conforme diretrizes do
comandante do batalhão.
(5) O sargenteante preencherá no livro controle de pessoal a
situação de cada elemento da companhia, registrando-se os fatos e
destinos, bem como as ações meritórias ou que exijam registro para
providências futuras.
(6) O mapa da força é um relatório da situação de pessoal para uma
determinada atividade ou em um determinado momento, contém a
discriminação do pessoal orgânico e em reforço, discriminando o efetivo
previsto, existente, os claros e os excessos. As subunidades os enviam ao
S1 que os consolida e, se for o caso, remete o mapa da força da unidade
para o escalão superior.

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

c. Perdas
(1) As perdas têm duplo interesse para o S1 porque afetam o moral
e a combatividade da tropa e ocasionam claros a preencher pelo
recompletamento.
(2) Perda é qualquer redução no efetivo provocada pela ação do
inimigo, doença, acidente ou movimentação. As perdas podem ser de
combate, ocorridas em ação; fora de combate, ocorridas sem a ação direta
do inimigo; e as perdas administrativas que englobam as demais perdas
como transferidos, presos disciplinares, desaparecidos, desertores e outras.
(3) O sargenteante terá controle das perdas discriminando a
qualificação dos elementos em falta da SU.
d. Militares extraviados e desaparecidos
(1) Extraviado é o militar, encontrado na zona de combate (ZC),
afastado de sua unidade sem autorização.
(2) Desaparecido é o militar que passa a ausente de sua unidade,
involuntariamente, por mais de 48 horas.
e. Recompletamento
(1) Na SU, o recompletamento processa-se a partir da informação
da perda e não da estimativa de abertura de claros. Caberá ao S1 do
batalhão a abertura dos claros nas SU, devido às baixas hospitalares.
(2) O sargenteante é o responsável, perante o comandante da
companhia, por todos os assuntos que dizem respeito ao recompletamento.
A ele compete pedir, receber, distribuir e encaminhar os recompletamentos
que forem entregues a sua subunidade.
(3) Quando do recebimento do recompletamento, o sargenteante
fará uma proposta de distribuição dos mesmos na SU de acordo com a
orientação do comandante.
(4) As oportunidades de recompletamento ideais serão quando a
subunidade estiver em área de recuperação, em reserva ou em zona de
reunião. O S1 informará à subunidade, com antecedência, a data, hora,
local e efetivo de recompletamento a ser recebido.
f. Repouso, Recuperação e Recreação
(1) O repouso consiste no descanso do pessoal retirado de combate
ou serviços pesados. A área de repouso está localizada na ATE ou nas
proximidades, pois existe a necessidade de instalações de rancho e
alojamento para o pessoal.
(2) A recuperação consiste em retornar a situação de pronto
emprego as frações retiradas do combate ou serviços pesados. Prevê o
recompletamento de claros, manutenção do material danificado e reposição
do material extraviado, além de instruções e adestramento para emprego
futuro. A área de recuperação necessita de instalações para rancho, saúde,
suprimento reembolsável, banho e lavanderia, assistência religiosa, serviço

4 - 21
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

postal e barbearia, por isso está localizada na área de retaguarda da


brigada, próxima a A Ap Log.
(3) A recreação prevê atividades de lazer para os oficiais e praças
em gozo de licença. O S1, em coordenação com o escalão superior, verifica
a vagas do batalhão e as divide para as SU. O centro de recreação é
instalado em hotel ou cidade fora da Zona de Combate, onde proporcionará
atividades como cinema, jogos de salão e teatros.
g. Sepultamento
(1) As atividades de sepultamento atendem a dupla finalidade:
preservar as condições sanitárias no campo de batalha e manter elevado o
moral da tropa. A pronta remoção dos cadáveres, amigos e inimigos,
corresponde a primeira finalidade, enquanto que a certeza de um tratamento
cuidadoso e reverente aos que tombam na luta é fator importante para o
moral dos soldados, no teatro de operações, e dos civis, na zona do interior.
(2) Os mortos inimigos recebem tratamento idêntico aos das tropas
amigas. Entretanto, não é permitido misturá-los.
(3) No âmbito da subunidade, o planejamento, a coordenação e a
supervisão de todas as atividades relacionadas aos mortos cabem ao
sargenteante, que planeja a evacuação dos mortos, que será realizada pelo
furriel.
(4) As atividades de sepultamento, no escalão companhia
compreendem a coleta dos mortos, a identificação e registro (nome, posto e
graduação, número de registro, subunidade, hora e local da morte) e a
evacuação até o P Col M do batalhão. Quando a situação o exige,
designam-se meios especiais para este fim.
(5) No escalão subunidade, um soldado morto deve ser identificado
imediatamente por seu comandante de grupo, adjunto de pelotão ou ainda
pelo comandante de pelotão. Tal identificação é sumária e consta do nome
do soldado, função e identidade (constantes da placa de identificação). A
seguir o cadáver é evacuado, por seus companheiros ou por elementos da
reserva, para um local próximo ao P Remn SU. Os cadáveres serão
enrolados em mantas ou ponchos para facilitar o manuseio e diminuir o
impacto sobre os companheiros empenhados em tal tarefa. Este local deve
estar oculto das vistas daqueles que transitam na área do P Remn. Se o
pelotão não pode identificar o morto, o comando da SU deve providenciar
sua identificação. Os mortos são evacuados para o P Col M do batalhão, em
princípio, pelas viaturas de suprimento classe V (Mun). Em nenhuma
hipótese, os mortos devem ser evacuados em ambulâncias ou viaturas que
fazem o suprimento de Cl I.
(6) A permanência dos mortos no âmbito da Z Aç da SU deve ser a
mais curta possível. Todos os pertences e objetos pessoais que se
encontram com o cadáver são evacuados com ele para o P Col M do
Batalhão. O armamento individual; a munição e explosivos; a ração de

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

emergência e os equipamentos em poder do morto são evacuados pela SU


ou redistribuído caso necessário. Neste caso, o Cmdo SU apenas participa
que deixa de evacuá-los porque deles necessita para suprir claro de outro
armamento e / ou equipamento destruídos (ou perdidos) por ação do
inimigo.
h. Suprimento reembolsável
(1) Os artigos reembolsáveis, incluídos na Cl X, material especial de
higiene, alimentos diversos, refrigerantes, revistas e outros itens que
contribuem para o conforto individual são oferecidos por meio de cantinas
móveis deslocadas pelo Ex Cmp para a A Ap Log da Bda.
(2) O Sargenteante manterá atualizada uma relação de itens a
serem adquiridos para a companhia e os solicitará ao Pel Sup na primeira
oportunidade de ressuprimento.
i. Serviço postal - Remessa e recebimento de correspondências,
encomendas e valores. É coordenado e controlado pelo sargenteante em
livro protocolo próprio. É realizado diretamente entre o interessado e o
sargenteante com a autorização do comandante de pelotão.
j. Banho e lavanderia
(1) Estas atividades são desenvolvidas na ATE quando o batalhão
receber um P Ban Mv e um P Lav Mv, que são operados por uma equipe da
Cia Log Pes, proveniente do B Log. O S1, em coordenação com os
comandantes de companhia, fará a distribuição dos dias e horários para sua
utilização. A frequência e a oportunidade deste apoio dependerá da situação
tática e da disponibilidade da água tratada. Ao realizar seu banho, o militar
aproveita para trocar seu uniforme sujo por outro limpo.
(2) O comandante de companhia deverá sempre considerar no
planejamento logístico da subunidade que a atividade de banho é fator
importante na manutenção das condições de higiene e do moral da tropa.

4-20. TAREFAS REFERENTES A PESSOAL INTEGRADAS AO SISTEMA


COMANDO
a. Justiça e Disciplina
(1) Sob esse aspecto, a atividade de pessoal na companhia está
particularmente ligada à manutenção de disciplina. Compete
especificamente ao sargenteante informar ao comandante da companhia
tudo que possa influir no estado disciplinar e moral da tropa.
(2) Além de informar ao comandante, o sargenteante assessora no
planejamento de medidas preventivas e corretivas para a manutenção da
disciplina e supervisiona sua execução. Maiores detalhes sobre justiça e
disciplina são encontrados no manual C 7-20 –BATALHÕES DE
INFANTARIA

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

b. Prisioneiros de Guerra
(1) O planejamento, a coordenação e a supervisão de tudo que se
refere aos prisioneiros de guerra compete ao sargenteante. Sem perder de
vista as diretrizes do S1 e entendendo-se com os comandantes das frações
da companhia, o sargenteante planeja as ações que se seguem à captura
dos prisioneiros até sua evacuação para o P Col PG Batalhão.
(2) O mais cedo possível, após a captura, são os prisioneiros
desarmados e grupados para evacuação, separando-se oficiais, graduados,
desertores, civis e mulheres e entregues no posto de comando da
companhia que, mediante coordenação com o S1 do batalhão, os evacua
para o posto de comando do batalhão, conduzidos por elementos
destacados pelo comando do batalhão ou da própria companhia.
(3) As SU evacuam os PG até os locais de coleta da unidade, onde
eles demoram o estritamente necessário para um ligeiro interrogatório sobre
a situação tática. Durante essa evacuação não se permite conversa, sendo
também vedado distribuir-lhes alimentos, cigarros ou água antes do
interrogatório, exceto se o intervalo entre a captura e o interrogatório tornar-
se muito grande.
c. Assistência Religiosa - A assistência religiosa é desenvolvida
normalmente quando o batalhão encontra-se em Z Reu. O S1 coordenará
com o comandante da companhia, as condições de encontro entre o
capelão militar e os elementos da SU.

d. Assuntos Civis
(1) Dentre as atividades de assuntos civis, o controle de movimento
é a que, com maior freqüência, ressalta nas operações da companhia.
(2) O controle de movimento de civis durante as operações de
combate é de grande importância. O movimento das massas de população
afeta a capacidade de manobra da companhia e compromete a segurança.
Além disso, refugiados e pessoas deslocadas constituem uma arma, da qual
se vale o inimigo para prejudicar nossas operações. O controle sobre tais
elementos é feito através de Postos de Coleta de Civis.
(3) No planejamento pormenorizado dos cuidados e controle a
serem estabelecidos sobre os civis, devem ser incluídas considerações,
particularmente, sobre o controle de trânsito e designação de estradas para
prejudicar nossas operações. O controle sobre tais elementos é feito através
de Postos de Coleta de Civis.
(3) No planejamento pormenorizado dos cuidados e controle a
serem estabelecidos sobre os civis, devem ser incluídas considerações,
particularmente, sobre o controle de trânsito e designação de estradas para
o movimento de civis.
o movimento de civis.

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

CAPÍTULO 5

MOVIMENTOS PREPARATÓRIOS

ARTIGO I
GENERALIDADES

5-1. CONCEITOS
a. Os movimentos de tropa podem ser classificados em táticos e
preparatórios ou administrativos.
b. Movimento Tático - é aquele em que elementos ou forças militares
deslocam-se sob condições de combate. É realizado com a finalidade de
cumprir uma missão tática na qual as medidas de segurança constituem a
principal preocupação. Os movimentos táticos são realizados, normalmente,
na zona de combate, terminando em uma zona de reunião.
c. Movimento Preparatório - é aquele que tem a finalidade de facilitar
a missão que será cumprida posteriormente. É realizado quando o contato
com forças terrestres do inimigo não constitui preocupação. Normalmente é
executado na zona de administração, terminando em uma zona de
estacionamento.
d. Marcha – Movimento terrestre realizado por uma força, sob
determinadas condições técnicas, táticas ou administrativas, utilizando seus
próprios meios ou outros, sob seu controle.
e. Para estudo mais aprofundado devem ser consultados os manuais C
7-20 – Batalhões de Infantaria e C 25-10 – Transportes Motorizados

5-1
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

5-2. MEIOS DE TRANSPORTE


a. Os movimentos de tropa, sejam eles táticos ou preparatórios, são
realizados por meio de marchas a pé ou motorizadas (incluindo-se nesta
última os meios mecanizados), por via fluvial ou marítima, por estrada de
ferro, pelo ar ou qualquer combinação desses meios.
b. O processo utilizado depende da situação, do terreno a ser
percorrido, do valor e da composição da unidade a ser deslocada, da
distância a ser percorrida, da urgência de emprego, das condições da tropa
e da disponibilidade e capacidade dos diferentes meios de transporte.

5-3. MEDIDAS ADMINISTRATIVAS


a. Todos os movimentos de tropa, táticos ou preparatórios, exigem
medidas administrativas, que variam de acordo como o meio de transporte a
utilizar. As medidas administrativas comuns a todos os movimentos são:
(1) Organização da tropa em grupamentos e unidades de marcha
para explorar, ao máximo, a capacidade dos meios de transporte;
(2) A embalagem, a marcação e o carregamento do material;
(3) A reunião da tropa, o deslocamento até o meio de transporte e a
designação dos lugares dos homens;
(4) As prescrições para a alimentação, cuidados médicos e repouso
durante o deslocamento; e
(5) A reunião da tropa e do material no ponto de destino.
b. O planejamento, a ordem para a sua execução e a conduta da
marcha ficarão facilitados pela adoção das normas gerais de ação, pois
facilitam o cumprimento de fases administrativas do movimento. Essas
normas, em geral, são baixadas pelo escalão superior, devendo ser
detalhadas no âmbito da companhia.

ARTIGO II
PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DOS MOVIMENTOS

5-4. ORDEM PREPARATÓRIA


A companhia normalmente realiza seus movimentos enquadrada no
batalhão. Este, após realizar a análise da missão, emite uma ordem
preparatória com informações iniciais sobre a missão, horário de início de
movimento, destino e finalidade, que o comandante de companhia
retransmite o mais cedo possível a seus subordinados para iniciarem os
preparativos para o deslocamento.

5-2
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

5-5. ORDEM DE MOVIMENTO


Após concluir seu estudo de situação, o comandante do batalhão reúne
os comandantes de companhia e emite a ordem de movimento, que fixa
itinerário, ponto de destino, horário, velocidade, formação, intervalos de
tempo, organização da coluna, altos, normas de segurança, medidas de
coordenação e controle e pormenores de marcha que não estejam previstos
nas NGA. As ordens podem ser simplificadas pelo emprego de cartas,
calcos e quadros de movimento.

5-6. ORGANIZAÇÃO DA COLUNA


a. A companhia de fuzileiros mecanizada, normalmente, constitui uma
única unidade de marcha (UM), organizada para manter a necessária
unidade de comando. O comandante da companhia não tem lugar fixo na
coluna, posicionando-se com a sua VBTP onde melhor puder exercer o
controle sobre seus homens.
b. Quando tratar-se de uma marcha motorizada, os homens e o
material devem ser formados em grupos conforme a dotação orgânica, em
suas respectivas VBTP, para que este se realize com facilidade e rapidez.
c. Para a formação da coluna de marcha, as viaturas partirão com a
necessária antecedência da zona de embarque a fim de poderem passar no
ponto inicial (PI) na hora prevista, de forma que a unidade de marcha não
permaneça na estrada aguardando a formação da coluna.

5-7. EXECUÇÃO DO MOVIMENTO


a. A companhia de fuzileiros mecanizada, como unidade de marcha,
deverá manter os intervalos de tempo prescritos na ordem de movimento,
evitando cerrar sobre outra unidade, obstruindo a estrada.
b. A velocidade da marcha é prescrita na ordem de movimento,
podendo ser padronizada nas normas gerais de ação da unidade. Essa
velocidade dependerá do terreno (estradas, eixos), das condições
meteorológicas, das condições físicas da tropa, da extensão da marcha e da
missão.
c. Os postos de controle de trânsito são instalados ao longo do
itinerário para exigir a observância dos horários de marcha, transmitir
ordens aos oficiais controladores e para controlar o trânsito.
d. Todos os elementos da coluna mantêm a formação determinada. O
deslocamento dos comandantes fora da formação é perigoso e prejudica o
trânsito na estrada. Durante as marchas preparatórias, os comandantes
normalmente deslocam-se à retaguarda de suas frações. As distâncias entre
os pelotões não são rigidamente mantidas, sendo permitida uma pequena

5-3
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

variação para compensar as mudanças de velocidade dentro da coluna.


e. Os altos serão realizados de acordo com o prescrito na ordem de
movimento ou nas normas gerais de ação do batalhão que, normalmente,
prevêem o intervalo de tempo e a duração dos mesmos.
f. As sinalizações a braço podem ser empregadas na coluna de
marcha. Deverá ser preparado e distribuído com a ordem de movimento um
plano para emprego de rádio. Durante o silêncio rádio devem ser
empregados mensageiros.
g. Sob condições de visibilidade reduzida faz-se necessário o uso de
meios optrônicos e adoção de medidas especiais de controle como redução
do intervalo entre as frações e os elementos integrantes da coluna e
emprego de sinalização fluorescente.
i. Quando a coluna se aproxima de seu destino deve encontrar os
guias no ponto de liberação. Esses guias orientam os elementos por seus
diferentes itinerários para as áreas escolhidas.

ARTIGO III
ESTACIONAMENTO

5-8. GENERALIDADES
a. Área de estacionamento em campanha é o local onde as tropas são
reunidas para repouso, reorganização ou instrução ou onde são mantidas
as instalações de retaguarda. A área de estacionamento da companhia é
escolhida pelo batalhão. Sempre que possível deve dispor de instalações
para o abrigo da tropa. Sob pena de desgastar prematuramente a tropa, é
indispensável que lhe sejam proporcionadas condições de repouso, higiene,
conforto e possibilidade de manutenção de seu material.
b. Muitas vezes as exigências da situação se sobrepõem às
preocupações de comodidade na escolha do modo de estacionar. Os
fatores que condicionam a maneira de uma tropa estacionar são a situação
tática, missão recebida, terreno e condições meteorológicas e meios
disponíveis.
c. Devido às possibilidades da aviação inimiga, a ocupação de um
estacionamento sempre que possível será realizada durante a noite. Na
escuridão esta ocupação torna-se uma operação particularmente difícil e
penosa, necessitando de um planejamento detalhado para que seja rápida e
adequada. Além disso, as VBTP e demais viaturas devem ser camufladas
para se minimizar a possibilidade de identificação por aeronaves oponentes.

5-4
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

d. São desejáveis as seguintes características para uma área de


estacionamento: possuir cobertas e abrigos, possuir espaço suficiente para
a disposição do pessoal e das viaturas, próxima à fonte de água, possuir
suficiente rede de estradas ou caminhos, permitir o deslocamento através
do campo, possuir obstáculos naturais que impeçam o ataque de carros
inimigos e atender às condições de higiene e salubridade.

5-9. FORMAS DE ESTACIONAMENTO


a. Acantonamento - quando a tropa ocupa edificações para se alojar,
como casas, edifícios e galpões. Em regiões povoadas, o acantonamento é
a melhor forma de estacionamento, visto que permite uma maior
comodidade ao pessoal e ampla proteção ao material. O comandante de
batalhão reparte, entre sua subunidades, as áreas que lhes foram
designadas. Os trens da SU estacionam, em princípio, dentro de seu setor.
b. Acampamento - quando a tropa estaciona utilizando barracas para
alojar o pessoal e guardar o material leve. O material pesado é disposto sob
as cobertas existentes. Se a área de acampamento não dispuser de
cobertura vegetal suficiente para a camuflagem da tropa, os pelotões são
dispostos em profundidade e largura, mantendo-se as frações constituídas.
A dispersão visa a atenuar a observação e os efeitos da aviação inimiga. Os
acampamentos das subunidades motorizadas são dispostos próximos às
estradas, se possível em áreas cobertas. A camuflagem é empregada ao
máximo como medida de proteção passiva contra a observação inimiga.
c. Bivaque - quando a tropa estaciona ao ar livre, sem abrigo ou sob
abrigos improvisados. Em princípio, o bivaque é estabelecido aproveitando-
se as cobertas e abrigos existentes e de modo a facilitar o controle da tropa.

5-10. DISTRIBUIÇÃO E OCUPAÇÃO DOS LOCAIS DE


ESTACIONAMENTO
a. A distribuição e a ocupação de uma área de estacionamento estão
condicionadas à situação tática e à situação futura prevista.
b. Quando o contato com o inimigo for remoto, a distribuição e
ocupação deve proporcionar, ao máximo, conforto à tropa, implicando em
uma área ampla, estar próxima ao itinerário de marcha, para facilitar o
reinício do deslocamento e facilitar a proteção e o recebimento de
suprimentos.
c. Quando o contato com o inimigo for pouco provável, a distribuição
e ocupação deve atender às necessidades táticas e de segurança,
adotando um judicioso dispositivo de combate, em largura e profundidade,
ao qual se subordinam as medidas de conforto. As armas devem estar em
posição, visando a segurança em todas as direções e prover segurança aos

5-5
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

trens e subunidades que não possuírem defesa própria, ocupando posições


à retaguarda, ocultos e dispersos.
d. Quando o contato com o inimigo for iminente, as necessidades de
combate regulam o estacionamento. A área passa a denominar-se de Zona
de Reunião.
e. Quando o batalhão prepara-se para estacionar, um grupo de
estacionamento precede-o para escolher o local exato do estacionamento e
tomar as medidas administrativas necessárias. O comandante da
companhia determina ao encarregado de material que faça parte desse
grupo. Ao receber a área da companhia, o representante da Cia subdivide-a
entre os pelotões e seção de comando, recebendo orientações do médico
sobre localização de sanitários e outros pormenores de higiene.
f. Pouco antes da chegada da tropa, um sargento estacionador se
posiciona no ponto de liberação (P Lib), a fim de recebê-la. Sem que a tropa
faça alto ou bloqueie a estrada, ele a conduz para o local de
estacionamento.
g. O comandante de companhia informa ao comandante do batalhão
o local de seu PC e envia os mensageiros para reconhecer os itinerários
que levam ao PC do Btl, onde são mantidos de sobreaviso para pronto
emprego.
h. Ao chegar à zona de estacionamento, o comandante da companhia
determina aos comandantes de pelotão e ao encarregado de material a
verificação da situação da tropa, das viaturas e do material da Cia. Os
militares com problemas de saúde devem ser encaminhados ao médico do
Btl e a manutenção do material deve ser executada.
i. As cozinhas, geralmente, são centralizadas no batalhão. O
comandante de companhia, assessorado pelo encarregado de material,
determina o local de rancho da SU que, sempre que possível realiza as
refeições de forma centralizada.

5-11. SEGURANÇA DA ZONA DE ESTACIONAMENTO


a. Tão logo quanto possível são estabelecidas as medidas de
segurança previstas em NGA ou determinadas pelo oficial estacionador.
Incluem-se como medidas ativas a divisão de setores de responsabilidade,
o estabelecimento de uma guarda interna do local e o posicionamento do
armamento coletivo. Como medidas passivas, temos principalmente a
execução de uma perfeita camuflagem, a dispersão e o aproveitamento
judicioso do terreno.
b. A segurança inicial da zona de estacionamento é proporcionada
pela vanguarda, flancoguarda e retaguarda. Porém, conforme seu estudo de

5-6
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

situação, o comandante do batalhão pode determinar que a companhia


ocupe uma linha de postos avançados e o lançamento de patrulhas de
ligação a fim de manter a vigilância no perímetro externo à zona de
estacionamento.

5-12. ABANDONO DO ESTACIONAMENTO


a. Para a companhia deixar a zona de estacionamento e reiniciar o
movimento, os mesmos procedimentos do início da marcha devem ser
tomados para a organização da coluna.
b. Todos os locais de latrinas e detritos são fechados e removidos
quaisquer indícios de presença de tropa.
c. Após a Cia deixar a área de estacionamento, uma equipe da seção
de comando percorre toda a área para inspecionar o local e corrigir as
irregularidades encontradas.

5-7
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

CAPÍTULO 6

OFENSIVA

ARTIGO I
GENERALIDADES

6-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS


Somente a ação ofensiva conduz a resultados decisivos na guerra. É
através dela que uma força mantém sua liberdade de ação; exercita a
iniciativa de que é dotada e impõe a sua vontade ao inimigo; explora as
deficiências desse inimigo e as rápidas mudanças de situação; seleciona o
local conveniente e o momento oportuno para o combate e enfrenta
ocorrências imprevistas.

6-2. MISSÃO
a. A missão da companhia de fuzileiros mecanizada na ofensiva é
cerrar sobre o inimigo para destruí-lo, neutralizá-lo ou capturá-lo, valendo-se
do fogo, da manobra e do combate aproximado.
b. Normalmente, a companhia de fuzileiros mecanizada recebe a
missão do batalhão que, em princípio, deve ser simples e precisa em termos
de ações a serem realizadas.
c. O sucesso de uma ação ofensiva exige a concentração de um
superior poder de combate no local e momento decisivos e a rápida
aplicação desse poder para destruir o inimigo.

6-1
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

6-3. FINALIDADES
As operações ofensivas são executadas com uma ou mais das
seguintes finalidades:
a. Destruir o inimigo;
b. Conquistar o terreno;
c. Manter a iniciativa das operações;
d. Privar o inimigo de fontes de recursos;
e. Desviar a atenção do inimigo de outras áreas; e
f. Esclarecer determinada situação.

6-4. TIPOS DE OPERAÇÕES


Os tipos de operações ofensivas são as seguintes:
a. Marcha para o combate;
b. Reconhecimento em força;
c. Ataque;
d. Aproveitamento do êxito; e
e. Perseguição.

6-5. FUNDAMENTOS DA OFENSIVA


a. Os fundamentos da ofensiva constituem a plena aplicação dos
princípios de guerra às situações de combate ofensivo e servem como um
guia geral para o emprego da companhia em operações dessa natureza.
b. Os fundamentos da ofensiva são:
(1) Estabelecer e manter o contato;
(2) Esclarecer a situação;
(3) Explorar as deficiências do inimigo;
(4) Controlar os acidentes capitais do terreno;
(5) Conservar a iniciativa;
(6) Neutralizar a capacidade de reação do inimigo;
(7) Progredir pelo fogo e movimento;
(8) Manter a impulsão do ataque;
(9) Concentrar um superior poder de combate em local e momento
decisivos;
(10) Aproveitar o êxito; e
(11) Manter a integridade e a segurança da força.
c. Para maiores esclarecimentos, consultar o manual C 7-1 EMPREGO
DA INFANTARIA.

6-2
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

ARTIGO II
MARCHA PARA O COMBATE

6-6. GENERALIDADES
a. A marcha para o combate é o movimento tático realizado na direção
do inimigo, executado com a finalidade de obter ou restabelecer o contato
com o inimigo e/ou assegurar vantagens que facilitem as operações futuras.
b. A Marcha para o Combate consiste no deslocamento de uma força
de uma região para outra, sob condições de combate, preservando
continuamente sua liberdade de ação, a fim de que possa concentrar seus
esforços no momento oportuno e na região mais favorável.
c. A Marcha para o Combate termina quando essa força estabelece o
contato com uma resistência inimiga de tal ordem que obrigue o
desdobramento da força, a concentração das ações e a realização de um
ataque ou atinge os objetivos de marcha.
d. As principais características da Marcha para o Combate são a
incerteza do desenrolar da operação, a evolução de ações descentralizadas
para centralizadas, a mudança rápida da extensão e a profundidade do
dispositivo.
e. A Marcha para o Combate deve ser executada agressivamente, para
se apossar do objetivo antes que o inimigo possa reagir.
f. A Marcha para o Combate é, normalmente, realizada em colunas
múltiplas. Os elementos subordinados empregam formações variadas,
conforme a situação tática exigir.

6-7. CLASSIFICAÇÃO
a. Quanto à segurança
(1) Coberta - A marcha é coberta quando, entre o inimigo e a tropa
que a realiza, existe uma força amiga capaz de lhe proporcionar a
necessária segurança.
(2) Descoberta - A marcha é descoberta quando não há uma tropa
amiga interposta ou quando a segurança por ela proporcionada não for
suficiente.
b. Quanto à possibilidade de contato
(1) Contato remoto – situação até a linha da pior hipótese, que é
uma linha de controle ou região estabelecida pelo escalão superior aquém
da qual o inimigo terrestre não tem possibilidade física de atuar.
(2) Contato pouco provável – situação entre a linha da pior hipótese

6-3
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

e a linha de provável encontro, que é a linha do terreno também


estabelecida pelo escalão superior onde admite-se o encontro com os
primeiros elementos inimigos, mesmo os de reconhecimento;
(3) Contato iminente – situação em que a companhia pode, a
qualquer momento, sofrer a ação terrestre do inimigo. O contato torna-se
iminente a partir da linha de provável encontro (LPE), linha do terreno onde
se estima que possa haver o encontro inicial ou o restabelecimento do
contato com os primeiros elementos das forças inimigas.

6-8. FORMAÇÕES
a. Coluna de Marcha – Essa formação é adotada quando o contato for
remoto. As medidas administrativas devem prevalecer, desde que visem a
facilitar e acelerar o movimento, conservando o poder combativo da força. O
movimento é feito frequentemente em estradas e a integridade tática pode
ser sacrificada em benefício da velocidade, das exigências logísticas e do
conforto da tropa. Devem ser previstas medidas que proporcionem
segurança contra a aviação inimiga e contra a ação de guerrilheiros, se for o
caso.
b. Coluna Tática – Essa formação é adotada quando o contato for
pouco provável. As considerações táticas e administrativas ocorrem
paralelamente. O comandante da subunidade conserva as vantagens do
movimento em coluna e agrupa sua tropa taticamente, sem desdobrá-la. Os
reforços já se deslocam com a companhia e as frações do pelotão de apoio
junto ao pelotão que será apoiado. Devem ser tomadas medidas que
proporcionem o máximo de segurança à companhia e facilitem a pronta
adoção das formações de combate ou a ocupação de uma zona de reunião
ou posição de ataque.
c. Marcha de Aproximação – Essa formação é adotada quando o
contato for iminente. Prevalecem as medidas táticas e a companhia, além
de grupada taticamente, será desdobrada. Pode ser adotado qualquer
dispositivo desdobrado, inclusive o desdobramento em profundidade. A
marcha de aproximação termina quando o contato com o inimigo é
estabelecido ou é ocupada uma posição de ataque.

6-9. FORÇAS DE SEGURANÇA


a. A segurança de uma força que realiza a marcha para o combate é
proporcionada pelo correto escalonamento das forças que realizam a
segurança do grosso:
(1) Força de cobertura: lançada pelo escalão brigada ou superior,
normalmente tropas de cavalaria mecanizada;
(2) Forças de proteção: vanguarda, flancoguarda e retaguarda.

6-4
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

b. O batalhão realizando a marcha de aproximação pode integrar o


grosso ou constituir uma das forças de proteção. Quando integrar o grosso
de uma brigada pode receber a missão de destacar uma companhia para
cumprir a missão de flancoguarda ou retaguarda. O batalhão marchando
isolado destaca uma companhia como vanguarda.
c. O batalhão vanguarda escalona suas forças da seguinte forma, da
frente para a retaguarda:
(1) Pelotão de Exploradores - esta fração pode cumprir missões
limitadas de reconhecimento, tais como o reconhecimento de itinerários de
progressão, zonas de reunião, bases de fogos, posições de retardamento,
passagens em cursos d'água e outros.
(2) Destacamento de segurança e reconhecimento (DSR) –
Lançado conforme estudo de situação, caso não haja elementos de
segurança à frente ou estes não sejam capazes de fornecer o alerta e
proteção desejados. É constituído por elementos de reconhecimento do
batalhão, um pelotão de fuzileiros reforçado ou elementos de
reconhecimento da brigada em reforço.
(3) Escalão de combate – Uma companhia de fuzileiros mecanizada
reforçada, sempre que possível, por elementos de cavalaria, engenharia e
apoio de fogo.
(4) Grosso – Constituído pelo batalhão menos os elementos
destacados à frente.
d. Em função da situação, o batalhão pode determinar que as
companhias do 2º escalão (grosso) lancem flancoguardas valor pelotão de
fuzileiros reforçado. Estas frações devem atuar a uma distância tal que
permita o grosso do batalhão o tempo e o espaço necessário para manobrar
e fazer face à ameaça em seu flanco. Em terreno aberto, esta distância
pode estender-se de 2 a 3 km do grosso.

6-10. MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE


a. O controle da companhia na marcha para o combate depende
principalmente do emprego correto das comunicações e da adoção
adequada de medidas de coordenação e controle.
b. A companhia de fuzileiros mecanizada poderá receber do batalhão
as seguintes medidas de controle:
(1) Ponto inicial;
(2) Hora de início do movimento;
(3) Eixo de progressão;
(4) Região de destino – É uma região para a qual é dirigido o
movimento do segundo escalão e da qual só partirá mediante ordem;
(5) Objetivo de marcha – É um acidente do terreno para o qual é
dirigida a marcha de um elemento de primeiro escalão;

6-5
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(6) Linha de controle – É uma linha aproximadamente perpendicular


à direção de marcha, facilmente identificável no terreno, e que facilita o
controle. Ao atingir a linha de controle o elemento participa ao escalão
superior que a atingiu e prossegue, sem deter seu movimento; e
(7) Ponto de controle – Bifurcações, entroncamentos, cursos d’água
e outros acidentes característicos. Adota-se o procedimento similar à linha
de controle.
c. Os objetivos de marcha são marcados pelo batalhão atendendo
normalmente a necessidades de segurança. Ao atingi-los a companhia deve
conquistá-los e adotar medidas defensivas. Podem ser marcados:
(1) Em regiões que estejam, ou possam estar, em poder do inimigo
e cuja posse seja necessária para o cumprimento da missão;
(2) Em regiões favoráveis à adoção de uma atitude defensiva
definitiva ou momentânea, visando aguardar contato com o inimigo para em
seguida atacá-lo;
(3) Quando o percurso da marcha for longo e não puder ser
concluído em uma única etapa. Nesse caso, devem ser marcados objetivos
em regiões dominantes, onde devem ser estabelecidas medidas defensivas
de segurança necessárias, possibilitando o descanso da tropa.
d. A companhia, deslocando-se em coluna de marcha ou tática, faz
alto como prescrito nas normas gerais de ação da unidade ou como for
determinado pelo comandante do batalhão. Durante a marcha de
aproximação devem ser suprimidos os altos regulamentares. O comandante
da unidade determina a realização dos altos em função dos fatores da
decisão.

6-11. SITUAÇÕES DA COMPANHIA


a. A companhia como parte do grosso de um batalhão – A
companhia geralmente realiza o movimento em coluna tática, procedendo
na marcha de acordo com as ordens e as normas gerais de ação. As
metralhadoras pesadas da subunidade são utilizadas para a proteção
antiaérea e cada VBTP mantém um vigilante do ar. A proteção anticarro é
proporcionada por elementos de apoio do batalhão.
b. A companhia como escalão de combate de um batalhão
vanguarda (Fig 6-2)
(1) A companhia de fuzileiros mecanizada como escalão de
combate de um batalhão vanguarda, em regra, é precedida pelo pelotão de
exploradores ou por elementos de reconhecimento do escalão superior.
Esses elementos, que têm a missão de localizar o inimigo, marcham à
frente do escalão de combate, mantendo-se a uma distância suficiente para
permitir-lhe desembarcar e desenvolver-se (5 km ou mais).

6-6
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(2) O escalão de combate destaca o escalão de reconhecimento


(pelotão de fuzileiros mecanizado reforçado), que precede o escalão de
combate propriamente dito de, aproximadamente, 5 minutos.

Pel Exp
- Ou Elm Esc Sp

5 Km

Esc
- Pel Fuz Mec (-) Ref
Rec

5 Min

Esc
Cmb - Cia Fuz Mec (-) Ref

10 Min

Btl
Vgd - BI Mec (-) Ref

Fig 6-1. A Cia Fuz Mec como escalão de combate na M Cmb

(3) Em virtude da rapidez do deslocamento, uma estreita ligação


entre os vários elementos da coluna deve ser mantida, para evitar que a
coluna cerre por ocasião de altos imprevistos. As distâncias entre as
viaturas e entre os elementos do escalão de combate dependem da
visibilidade, do terreno e das possibilidades do inimigo.

6-7
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

c. A companhia como vanguarda de um batalhão isolado - A


missão, dispositivo, composição e conduta de uma companhia vanguarda
são semelhantes aos de uma companhia como escalão de combate de um
batalhão vanguarda.

d. A companhia como flancoguarda


(1) A companhia flancoguarda desloca-se por um itinerário
paralelo conveniente, adotando um dispositivo semelhante ao de escalão de
combate de um batalhão vanguarda.
(2) A companhia flancoguarda atua ocupando posições sucessivas
que bloqueiam as possíveis vias de acesso do inimigo. A ocupação dessas
posições no flanco, em regra, deve preceder a marcha do grosso.
Elementos de engenharia são empregados para apoiar a mobilidade.
Quando a cauda do grosso ultrapassa uma determinada posição da
flancoguarda, o elemento que a ocupa desloca-se para nova posição
localizada à frente da ocupada por outros elementos da flancoguarda. Em
caso de ataque, o comandante do grosso é notificado e a flancoguarda
retarda o avanço inimigo até que o grosso desenvolva ou ultrapasse um
ponto determinado. O comandante da companhia da flancoguarda, em
princípio, mantém uma reserva localizada em um ponto central de onde
possa reforçar qualquer um de seus elementos.

6-12. MARCHAS NOTURNAS


a. Nas marchas para o combate descobertas pode ser necessário ou
conveniente realizá-las ou continuá-las à noite. A companhia de fuzileiros
mecanizada pode receber ordem de iniciar ou prosseguir a marcha durante
a noite, para preservar o sigilo, conquistar o terreno ou evitar que o inimigo
tenha tempo de organizar posições retardadoras.
b. A formação adotada na marcha para o combate descoberta, durante
a noite, depende das informações existentes sobre o inimigo, do processo
de deslocamento, do grau de visibilidade e do terreno. Geralmente é usada
a coluna cerrada e a distância entre os elementos é menor que no
deslocamento diurno. Devem ser usadas medidas para manter a direção e o
controle.
c. Na marcha para o combate descoberta à noite, o sigilo é de suma
importância. As medidas para preservação do sigilo nesse tipo de marcha
compreendem o uso restrito de luzes, a observância da correta utilização do
rádio até o contato com o inimigo e medidas passivas de proteção
antiaérea. Particular atenção é dada à segurança.
d. A marcha para o combate coberta à noite, é conduzida do mesmo

6-8
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

modo que a realizada durante o dia. Os movimentos noturnos são feitos


quando a superioridade aérea ou a artilharia do inimigo impedem os
deslocamentos diurnos ou se deseja reajustar o dispositivo da tropa,
conservando-se o sigilo.
e. Em boas estradas, a velocidade de marcha, à noite, aproxima-se à
da velocidade durante o dia. Em estradas de difícil transitabilidade, em
noites de pouca visibilidade ou sob condições atmosféricas desfavoráveis, a
velocidade de marcha é consideravelmente reduzida.
f. A perda de direção pode dividir uma coluna em várias partes,
ocasionando a perda do sigilo ou impedir que seja atingido o objetivo da
marcha antes do clarear do dia, o que pode ocasionar o não cumprimento
da missão. Se o tempo e a situação permitirem, será feito um
reconhecimento do itinerário durante o dia. Caso isso não seja possível, o
comandante da companhia faz um estudo na carta para escolher os
objetivos de marcha e outros pontos característicos do terreno que possam
auxiliar a manter a direção na marcha noturna.
g. Durante a noite, os comandantes fiscalizam a disciplina de marcha,
a manutenção do controle, da ligação e da direção. Os elementos do
primeiro escalão balizam cuidadosamente os itinerários e colocam guias
para auxiliar os elementos seguintes. Durante o movimento em noite escura,
podem ser usados meios de identificação especiais para evitar que os
elementos se percam.

6-13. APOIO DE ENGENHARIA


A companhia pode receber um pelotão de engenharia em reforço ou
apoio direto. Esta fração deve ser empregada junto ao escalão de combate
para realizar reconhecimentos especializados e abrir passagens em
obstáculos naturais e nos artificiais por ventura lançados pelo inimigo ou
pode apoiar as flancoguardas. Em qualquer situação, a companhia é
sempre responsável pela sua segurança. Nos grandes altos, nos objetivos
de marcha e nas zonas de reunião podem ser lançados obstáculos de
proteção.

6-14. COMANDO E CONTROLE


a. O comandante da companhia posiciona-se onde melhor possa
controlar a coluna, geralmente à frente. A observância de adequadas
medidas de coordenação e controle e o judicioso emprego dos meios de
comunicações garantem o controle necessário e possibilitam o exercício do
comando na marcha para o combate.
b. O meio de comunicação mais utilizado é o rádio, devido à
mobilidade e à rapidez das ações. Nas fases de contato remoto e pouco

6-9
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

provável, a prescrição rádio deve ser silêncio. Quando o contato for iminente
o grosso do batalhão deve permanecer em silêncio e o escalão de combate
passa a restrito. O comandante de companhia pode determinar, então, que
o pelotão do escalão de reconhecimento passe a restrito e os demais
pelotões permaneçam em silêncio. Ao estabelecer o contato com o inimigo
o rádio passa a livre.
c. Mensageiros especiais são largamente utilizados devido à rapidez
das ações e necessidade de ligações seguras.
d. Meios físicos poderão ser lançados nas regiões de destino,
objetivos de marcha e grandes altos.

6-15. APOIO DE FOGO


a. O apoio de fogo na marcha para o combate se caracteriza pelo seu
desencadeamento imediato para apoiar as ações dos elementos de 1º
escalão, normalmente combates de encontro. A designação dos alvos deve
ser feita com rapidez e precisão pelos observadores avançados ou
comandantes de fração de apoio.
b. Coluna de Marcha - O pelotão de apoio desloca-se enquadrado
na companhia, no local e formação determinados pelo comandante da
subunidade.
c. Coluna Tática - As seções Mrt Me e AC deslocam-se enquadradas
no pelotão de apoio, porém, a seção AC poderá passar a reforçar o pelotão
de fuzileiros mais avançado, de acordo com o estudo de situação.
d. Marcha de Aproximação
(1) As VBTP ficam sob o controle direto do comandante do pelotão
de apoio. Elas deslocam-se, em geral, por lanços. No fim de cada lanço,
elas devem procurar, sempre que possível, cobertas e abrigos para sua
proteção.
(2) Seção Anticarro
(a) Normalmente, a seção é empregada em reforço a elemento
destacado a frente, marchando junto ao escalão de reconhecimento.
(b) De acordo com a situação tática, a seção também pode ser
empregada em ação de conjunto.
(3) Seção de Morteiros
(a) A seção se desloca enquadrada no escalão de combate.
Normalmente atua em ação de conjunto, podendo, eventualmente, ser
empregada em apoio direto ao escalão de reconhecimento.
(b) As VBTP da seção deslocam-se por lanços, com o material
e munição, à retaguarda do escalão de combate.
(c) O observador avançado da seção acompanha o escalão de
reconhecimento.

6-10
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(d) Sempre que a coluna se detém por imposição do inimigo, a


seção entra em posição.
(e) Dependendo da provável ação do inimigo, do seu valor e
também do terreno, poderá ser determinado à seção de morteiros que
ocupe posições de tiro sucessivas, a fim de fornecer apoio imediato caso
haja o contato com o inimigo. Os deslocamentos e entradas em posição
sucessivas devem ser coordenados com os deslocamentos do pelotão de
morteiros do batalhão.

6-16. APOIO LOGÍSTICO


a. Trens da subunidade - Marcham juntos com a companhia,
normalmente à retaguarda da formação. O subcomandante da companhia
deslocar-se-á o mais à retaguarda possível da coluna de marcha, de forma
a auxiliar no controle da companhia.
b. Refeições – Nos casos de contato remoto e pouco provável, o Gp
Ap Dto Sup Cl I, ainda centralizado na companhia de comando e apoio, se
desloca com o destacamento precursor do batalhão para preparar a refeição
a fim de que a tropa possa se alimentar ao chegar no seu destino ou nos
locais de grande alto. Poderá também permanecer na última região de
destino para confecção das refeições, devendo executar seu movimento de
modo a encontrar a coluna de marcha na região do grande alto para
distribuição da refeição. Durante a marcha de aproximação, normalmente,
será consumida a ração operacional.
c. Suprimento CIasse III – Há previsão de elevado consumo. As
VBTP deverão ser reabastecidas pela viatura cisterna do trem de
combustível que percorre a coluna de marcha por ocasião dos altos.
d. Suprimento Classe V (munição) – Nas fases iniciais da marcha
para o combate não há previsão de elevado consumo de munição. O furriel
deve aproveitar todas as paradas para realizar o ressuprimento dos
elementos de primeiro escalão a fim de que cheguem aos objetivos finais
com a dotação completa, pois é nesse momento que há a maior
possibilidade de confronto com o inimigo.
d. Saúde - A turma de evacuação, quando em apoio direto à
subunidade, se desloca numa das últimas posições da coluna de marcha de
forma a socorrer os militares que necessitem de assistência médica. Os
feridos permanecerão à margem do itinerário de marcha aguardando a
passagem do trem de saúde do batalhão, para o atendimento médico.

6-11
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

ARTIGO III
RECONHECIMENTO EM FORÇA

6-17. GENERALIDADES
a. O reconhecimento em força é uma operação de objetivo limitado,
executada por uma força ponderável, com a finalidade de esclarecer a
situação.
b. A missão da companhia no reconhecimento em força é revelar e
testar o dispositivo do inimigo, seu valor, sua composição e suas
peculiaridades e deficiências. É uma operação de busca de dados que
auxiliem ao comandante do batalhão na tomada de decisão.
c. O planejamento, a organização dos meios e a execução de um
reconhecimento em força são semelhantes ao ataque, respeitando-se o
tempo disponível e a finalidade da operação.

6-18. FORMAS
a. Um ataque com objetivo limitado - Neste caso, a ação pode ser
dirigida exclusivamente sobre uma determinada área da qual o comando
deseja rápidas e precisas informações, ou pode constituir-se de uma série
de ataques que não passem de sondagens agressivas, desencadeadas ao
longo de toda a frente ou em parte do dispositivo inimigo;
b. Uma incursão - Ao contrário da forma anterior, é uma ação
desencadeada contra uma posição inimiga, sem a ideia de conquistar ou de
manter o terreno. Consiste em introduzir no dispositivo inimigo uma força
capaz de realizar uma ação rápida e violenta, cujo vulto seja suficiente para
forçar o inimigo a revelar suas posições, o tempo de reação de suas
reservas e seus planos de fogos. Após esta ação, segue-se também um
rápido retraimento para as linhas amigas. A incursão caracteriza-se por uma
varredura com as VBTP.

6-19. EXECUÇÃO
a. Durante a realização de um reconhecimento em força, qualquer
que seja a forma adotada, a companhia deve:
(1) Estar preparada para aproveitar todo e qualquer êxito porventura
obtido, seja prosseguindo no ataque seja mantendo o terreno conquistado;
(2) Evitar engajar-se decisivamente no combate. Contudo, uma vez
engajada, utilizar-se de todos os meios possíveis para obter o
desengajamento;
(3) Designar elementos com a finalidade precípua de monitorar a
reação inimiga a fim de colher o máximo de dados para ações futuras; e

6-12
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(4) Informar quanto às características e localização de alvos


adequados a serem batidos pelas armas de apoio de fogo e pela força
aérea, ficando em condições de completar a destruição desses alvos.
b. Uma vez cumprida a missão e conforme a situação que se
apresentar, a companhia pode:
(1) Permanecer em contato com o inimigo, mantendo as posições
atingidas e em condições de apoiar a ultrapassagem de uma outra força;
(2) Retrair para suas posições iniciais;
(3) Realizar um aproveitamento do êxito; e
(4) Prosseguir no ataque.

ARTIGO IV
ATAQUE

6-20. GENERALIDADES
a. O ataque é o principal tipo de operação ofensiva da infantaria
mecanizada, caracterizado pelo emprego coordenado do fogo e da manobra
para a conquista de objetivos.
b. O ataque requer a observância de todos os princípios de guerra,
em particular a manobra, a simplicidade, a surpresa e a massa.
c. Normalmente, a companhia de fuzileiros mecanizada ataca uma
frente de 250 a 500 metros.

6-21. TIPOS DE ATAQUE


a. Ataque coordenado
(1) A realização de um ataque coordenado exige tempo suficiente
para permitir o planejamento completo e minucioso da operação, a
execução de reconhecimentos detalhados, a transmissão de ordens e
outras providências necessárias ao seu desencadeamento.
(2) Normalmente, a companhia de fuzileiros mecanizada participa
de ataques coordenados realizados por escalões superiores.

b. Ataque de oportunidade
(1) O ataque de oportunidade é um ataque imediato, realizado
após rápido reconhecimento, sendo essenciais à manutenção da velocidade
e da impulsão. Pode ser realizado contra forças paradas ou em movimento.
(2) O ataque se caracteriza pela imediata expedição de ordens
fragmentárias pelo comandante, destinadas aos elementos de manobra e
apoio de fogo, privilegiando a rapidez, a iniciativa e a manutenção da
impulsão.

6-13
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(3) A diferença básica entre este e o ataque coordenado reside no


tempo disponível para o planejamento da operação. O tempo necessário
para sua preparação é da ordem de 1/3 a 1/2 do exigido pelo ataque
coordenado.
(4) A companhia pode realizar um ataque de oportunidade
isoladamente ou enquadrada no batalhão.

6-22. FORMAS DE MANOBRA


a. A companhia participa das seguintes formas de manobra ofensiva
desenvolvidas pelo batalhão e escalões superiores: ataque frontal,
penetração, desbordamento, envolvimento e infiltração.
b.. A companhia pode atacar os objetivos mediante uma ação frontal
ou de flanco. Sempre que possível, o comandante de companhia deve
priorizar as ações de flanco, procurando atingir o inimigo onde ele é mais
fraco. (Fig 6-2)
c. Para maior detalhamento acerca das formas de manobra ofensivas
consultar o manual C 7-20 BATALHÕES DE INFANTARIA.

Fig 6-2. Ação frontal e de flanco da companhia no ataque

6-23. PLANEJAMENTO DO ATAQUE


a. Recebimento da missão - Enquanto a companhia se prepara
para o ataque (de preferência sob a fiscalização do subcomandante), seu
comandante dirige-se ao posto de comando do batalhão para receber
ordens, acompanhado do comandante do pelotão de apoio, do auxiliar de
comunicações, de um rádioperador e de um mensageiro. A ordem do
batalhão prescreve se a companhia inicialmente faz parte do escalão de
ataque ou se fica em reserva e quais os elementos que terá em apoio e/ou
em reforço. Se a companhia fizer parte do escalão de ataque, receberá a
direção geral do ataque, uma zona de ação e um ou mais objetivos.
b. Normas de comando
(1) Providências Iniciais
(a) Antes de deixar o local onde foi recebida a ordem do
batalhão, o comandante da companhia mantém breves entendimentos com
os comandantes dos elementos vizinhos e de apoio, estabelecendo as
bases para uma futura troca de informações por meio de entendimentos
pessoais ou de mensagens. Dos comandantes que não estiverem
presentes, obtém informações, pelos meios de comunicação ou por
elementos de ligação.
(b) O comandante da companhia procura obter do comandante
da tropa em contato a exata localização dos elementos a serem

6-14
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

ultrapassados pela companhia e dados e conhecimentos pormenorizados


sobre a localização e atividades inimigas, como por exemplo: posições de
armas automáticas, postos de observação, armas anticarro, campos de
minas, elementos de organização do terreno e recentes ações de patrulhas.
(c) Dos comandantes dos elementos de apoio, ele necessita
saber o posicionamento e os alvos de suas respectivas armas, a fim de
evitar o fratricídio e melhor localizar as armas de apoio da companhia.
(2) Observação e Planejamento do reconhecimento
(a) O comandante da companhia escolhe um posto de
observação que proporcione o máximo de vistas sobre a zona de ação da
companhia e proteção suficiente para a reunião de seus oficiais por ocasião
da expedição da ordem de ataque. A escolha é feita com a necessária
antecedência para dar tempo a que os comandantes de pelotão sejam
levados até o posto por um mensageiro.
(b) O comandante da companhia realiza um estudo em sua
carta, estuda o terreno e escolhe um itinerário para seus reconhecimentos.
Em seguida, determina a hora e o local de expedição da ordem.
(3) Reconhecimento
(a) Durante o reconhecimento o comandante estuda
detalhadamente o terreno, concluindo sobre seus efeitos sobre as nossas
operações e as do inimigo. O terreno é estudado identificando-se a zona de
ação da subunidade, levantando-se as restrições ao movimento,
selecionando-se as vias de acesso e/ou corredores de mobilidade dentro da
zona de ação da subunidade e avaliando-se cada uma delas quanto a
observação e campos de tiro, cobertas e abrigos, obstáculos, acidentes
capitais, espaço para a manobra, facilidade para o movimento, rede viária e
outros aspectos que o comandante julgue relevantes.
(b) O comandante da companhia estuda também as possíveis
localizações das posições inimigas e suas armas de apoio. Anota os
itinerários ou zonas onde a observação ou o fogo inimigo são mais limitados
pelo terreno e parecem favorecer mais o acesso às posições inimigas.
Avalia o auxílio que lhe podem prestar os fumígenos e os fogos das armas
de apoio, e anota os locais onde suas próprias armas podem ser instaladas
para apoiarem o deslocamento dos pelotões de fuzileiros. Considera,
também, em que posição os elementos vizinhos ficarão inicialmente em
relação à sua companhia e conclui se os seus flancos estarão protegidos ou
expostos. Observa o terreno que favorece ao inimigo, cobertas e abrigos
dos quais possa lançar contra-ataques de surpresa, quando o ataque estiver
em curso.
(4) Estudo de Situação
(a) O estudo de situação é um processo de raciocínio pelo qual
o comandante decide por uma linha de ação para cumprir sua missão. O
comandante da companhia leva em consideração sua missão o inimigo, o
terreno, os seus meios e o tempo disponível. O planejamento é baseado

6-15
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

nas informações existentes, no esforço de busca, no reconhecimento


pessoal, bem como no reconhecimento feito pelos comandantes de fração.
Pesando esses fatores, decide como empregar a companhia para cumprir a
missão recebida.
(b) O comandante da companhia, ao planejar o ataque, procura
concentrar seus meios de modo a favorecer o elemento do escalão de
ataque que utilizar a via de acesso que incide sobre o ponto decisivo do
terreno de acordo com a missão atribuída à companhia.
(c) O restante do escalão de ataque deve ser empregado nas
demais vias de acesso e/ou corredores de mobilidade restantes da zona de
ação da companhia. Isto forçará o inimigo a dispersar seus meios,
impossibilitando-o de concentrar sua potência defensiva contra um único
elemento de ataque.
(d) Dispositivo
((1)) O dispositivo para o ataque é função da missão da
companhia, da largura da zona de ação, dos reforços e apoio de fogos, do
conhecimento que se tem da localização do inimigo e da necessidade de
segurança. (Fig 6-3)
((2)) Adotando um dispositivo com dois pelotões de
fuzileiros mecanizados no escalão de ataque e um em reserva, a companhia
pode desencadear um ataque inicial potente e, ao mesmo tempo, manter
uma reserva que poderá influir em uma ação futura; este dispositivo é o
mais empregado.
((3)) O dispositivo com um pelotão de fuzileiros mecanizado
no escalão de ataque e dois em reserva é indicado quando a companhia
recebe uma zona de ação muito estreita, quando está atuando com flanco
exposto, ou quando a situação inimiga é obscura. Neste caso, a companhia
pode adotar um dos dispositivos seguintes: pelotões sucessivos; em
escalão, quando há um flanco exposto; ou em cunha, quando ambos os
flancos se acham expostos.
((4)) A situação e o terreno podem exigir o emprego de três
pelotões no escalão de ataque, porém, não obrigatoriamente no mesmo
alinhamento. Um dispositivo inicial de ataque com os três pelotões de
fuzileiros mecanizados em linha é excepcional, podendo ser empregado
quando a companhia recebe uma zona de ação bastante larga e a situação
do inimigo é conhecida.
(e) Durante seu estudo de situação, o comandante de
companhia também deve analisar a possibilidade de, após a transposição
da linha de partida, defrontar-se com obstáculos artificiais lançados pelo
inimigo que venham a deter a progressão das VBTP. Fruto desta análise,
ele pode previamente estabelecer procedimentos a serem adotados para a
abertura de passagens, os quais devem incluir: dispositivo a ser adotado
pelos pelotões; emprego das armas de apoio; e segurança dos elementos
de engenharia.

6-16
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(5) Ordens
(a) Após completar seu estudo de situação, o comandante da
companhia emite a sua ordem, cuja expedição deve permitir aos
comandantes subordinados o máximo de tempo para realizarem seus
próprios reconhecimentos, emitirem suas ordens e colocarem suas frações
em condições para o ataque.
(b) Para a emissão de sua ordem de ataque, o comandante da
companhia reúne os comandantes de pelotão e de elementos em reforço, o
auxiliar de comunicações e, quando as condições permitem, os sargentos
adjuntos dos pelotões e os comandantes de seção do pelotão de apoio. Em
geral, a ordem é emitida de um ponto do qual a parte mais importante do
terreno possa ser vista e mostrada. Quando houver premência de tempo e
os comandantes subordinados estiverem muito afastados, o comandante da
companhia emite sua ordem verbalmente ou por escrito, sob a forma de
ordens particulares. O comandante da companhia dará conhecimento de
sua ordem ao seu subcomandante logo que possível. Caso haja frações em
contato com o inimigo, seus comandantes não devem ser chamados para
receber ordens.
(c) A ordem de ataque da companhia compreende:
((1)) Informações sobre as tropas amigas e inimigas. A
informação sobre a tropa amiga deve incluir a localização e ações dos
elementos de apoio, vizinhos e outros que tenham relação direta com o
ataque da companhia;

Fig 6-3. Dispositivos da companhia no ataque

6-17
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

((2)) Missão da companhia, hora de ataque, direção de


ataque, linha de partida e dispositivo inicial;
((3)) Missões específicas para cada pelotão do escalão de
ataque, para o pelotão de apoio e elementos em reforço;
((4)) Procedimentos para abertura de passagens em
obstáculos;
((5)) Localização da reserva e, se possível, seu provável
emprego;
((6)) Instruções para a conservação da ligação e proteção
dos flancos;
((7)) Instruções para a consolidação e reorganização após a
conquista dos objetivos;
((8)) Localização do posto de refúgio de feridos e do posto
de remuniciamento da companhia, bem como outras prescrições relativas
às atividades logísticas;
((9)) Localização (inicial e subsequente) do posto de
comando da companhia e os locais inicial e subsequentes onde poderá ser
encontrado o comandante da companhia.
(d) O comandante de companhia deve utilizar ao máximo, na
emissão das suas ordens, todos os meios de orientação disponíveis ou
improvisados, tais como: cartas, esboços, fotografias aéreas, imagens de
satélite e, quando o tempo for suficiente, caixões de areia.
(6) Fiscalização – Após a emissão da ordem, o comandante da
companhia fiscaliza os preparativos para o ataque, certificando-se de que
todos compreenderam suas missões. As ordens somente têm o máximo de
eficácia quando cada homem da companhia compreende o que deve fazer,
bem como onde, quando, como e por que, além da intenção do comandante
da subunidade, caso seja emitida.

6-24. MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE


a. Zonas de reunião
(1) Zonas de reunião são os locais onde os elementos de uma
tropa se reúnem a fim de fazer os preparativos para o ataque. Se possível,
as zonas de reunião são localizadas à pequena distância (aproximadamente
1 hora de marcha) da posição de ataque.
(2) As características desejáveis de uma zona de reunião são:
(a) Ocultação da observação aérea e terrestre inimiga;
(b) Proteção contra os tiros diretos;
(c) Espaço suficiente para a dispersão adequada de todos os
elementos orgânicos, em reforço e em apoio à unidade;
(d) Dois ou mais itinerários de entrada e saída, em boas
condições;

6-18
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(e) Solo consistente e locais de manobra e, de estacionamento


de viaturas; e
(f) Obstáculos naturais para a proteção contra os ataques de
carros.
(3) O comandante do batalhão fixa a zona de reunião da
companhia, no âmbito da zona do batalhão. Sua escolha se faz após ser
considerado o provável emprego da companhia. O comandante da
companhia, da mesma maneira, determina os locais a serem ocupados por
seus pelotões. (Fig 6-4)
b. Posições de ataque - É a última posição coberta e abrigada
ocupada pelos elementos atacantes antes de transporem a linha de partida.
O comandante da companhia escolhe o exato local no terreno da posição
de ataque após o comandante do batalhão ter fixado a linha de partida.
Essa escolha depende do terreno e do plano de ataque. Quando há
necessidade de coordenação especial, o comandante do batalhão pode
determinar a posição de ataque da companhia. Além de proporcionar
proteção contra o fogo das armas portáteis e ocultação da observação
terrestre, a posição de ataque deve facilitar o movimento até a linha de
partida e ter uma área suficiente para comportar toda a companhia no
dispositivo inicial de ataque prescrito pelo seu comandante. As posições dos
pelotões do escalão de ataque e a posição inicial do pelotão reserva ficam

Fig 6-4. A companhia na zona de reunião do batalhão

6-19
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

dentro dessa área, sendo a sua localização geral fixada pelo comandante
de companhia, de acordo com o seu plano de manobra. O local exato de
cada pelotão dentro da área que lhe for atribuída é determinado pelo seu
comandante.
c. Hora do ataque – Indica a hora de transposição da linha de partida
pelo escalão de ataque. Em geral, consta da ordem do batalhão. O
comandante da companhia prevê o tempo necessário ao deslocamento da
companhia da zona de reunião até a linha de partida, passando pela sua
posição de ataque. O início do ataque pode ser coordenado prescrevendo-
se um horário para que as frações se desloquem ou estejam prontas
aguardando um sinal convencionado.
d. Linha de partida - A ordem do batalhão fixa uma linha de partida
de onde a companhia deve iniciar seu ataque. Sua finalidade é facilitar a
coordenação e a progressão do escalão de ataque, de modo que seus
elementos ataquem o inimigo da maneira e na hora desejada. A linha deve
ser aproximadamente perpendicular à direção de ataque, de fácil
identificação no terreno e estar em poder de forças amigas. Em certas
situações a linha de partida pode ser de difícil localização no terreno. Neste
caso, a companhia fixa uma hora para o início do ataque, a partir de uma
posição à retaguarda (ou da própria posição de ataque), de maneira que os
seus elementos de primeiro escalão transponham a linha de partida à hora
prescrita na ordem do batalhão.
e. Zonas de ação e limites
(1) O comandante do batalhão atribui zona de ação a suas
companhias por meio do estabelecimento de limites entre elas. A zona de
ação define a responsabilidade sobre a área considerada, devendo a
companhia, no ataque, encarregar-se da limpeza da mesma. Uma
companhia enquadrada permanece dentro dos limites estabelecidos. Para
se utilizar de uma zona de ação de outra companhia deve solicitar
autorização ao batalhão e coordenar sua ação com o comandante da
companhia vizinha. Para executar um ataque de flanco, por exemplo, o
comandante da companhia pode precisar deslocar elementos por trás de
uma companhia vizinha, mas dentro dos limites do batalhão. A utilização da
zona de ação de um batalhão vizinho é feita mediante coordenação e
autorização do escalão superior. Uma companhia de fuzileiros mecanizada
enquadrada, normalmente, recebe uma zona de ação de 250 a 500 metros
de frente.
(2) A cada pelotão de fuzileiros do escalão de ataque é atribuída
uma parte da zona de ação da subunidade, a qual é definida atribuindo-se
ao pelotão um trecho da linha de partida ou uma posição de onde deva
iniciar o ataque. Recebe ainda uma direção geral de ataque. Se necessário,
pode ser designada uma frente dada em metros dentro da qual deve

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

progredir. Normalmente, a frente fixada para o pelotão é de 200 a 400


metros, variando de acordo com a situação. Não são estabelecidos limites
entre os pelotões, possibilitando-os a utilizar itinerários na frente atribuída
aos pelotões vizinhos, desde que entrem em ligação com esses elementos.
f. Objetivos
(1) A ordem de ataque do batalhão pode determinar a conquista
de um ou vários objetivos. O comandante de companhia, em seu estudo
pode estabelecer objetivos intermediários, antes que o escalão de ataque
atinja os objetivos impostos pelo batalhão. O tempo de parada nestes
objetivos deve ser o menor possível, suficiente apenas para consolidação
do objetivo e reorganização da companhia com a realização dos ajustes
necessários para o prosseguimento.
(2) O comandante de companhia, como um meio de coordenação
dos esforços, pode dividir seus objetivos, atribuindo porções dos mesmos
aos pelotões do escalão de ataque.
(3) Além dos objetivos impostos, o comandante de companhia
pode estabelecer como objetivo um acidente do terreno ou posição inimiga
mais próxima, dentro de sua frente de ataque, cuja conquista seja essencial
para os ataques aos objetivos seguintes.
g. Direção de ataque – Quando o comandante de batalhão deseja
assegurar o cumprimento de um esquema de manobra cerradamente
coordenado pode impor uma direção de ataque à companhia. É uma
medida restritiva que indica a direção que deve ser seguida pelo esforço
principal da subunidade.
h. Linha de controle
(1) As linhas de controle devem ser nítidas no terreno, localizadas
sobre acidentes do terreno facilmente identificáveis, tais como uma linha de
crista, um curso de água ou uma estrada.
(2) As linhas de controle podem ser estabelecidas pelo escalão
superior ou pelo próprio comandante de companhia. São empregadas para
controlar a progressão dos subordinados, que devem informar ao escalão
superior quando as atingirem, sem parar, exceto se receberem ordem para
tal. Uma linha de controle pode ser utilizada para limitar a progressão de um
elemento.
(3) As linhas de controle podem ser empregadas também no
sentido longitudinal, paralelo à direção de ataque, para indicar a que
distância da força principal (escalão de ataque) deve operar uma força de
proteção de flanco.
(4) É comum o estabelecimento de linhas de controle em
operações com características especiais, como o ataque a localidade, o
ataque noturno e o ataque com transposição de curso de água, dentre
outras.

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(5) Uma linha de controle também pode ser utilizada pelo batalhão
para determinar a mudança da direção do ataque principal, em uma
manobra de penetração sem a marcação de objetivos intermediários.
i. Eixo de Progressão
(1) Um eixo de progressão indica a direção geral do movimento de
uma peça de manobra. Ele pode acompanhar um acidente do terreno bem
definido, como uma estrada ou uma linha de crista. Uma companhia que
progride por eixo de progressão não tem a responsabilidade de limpar a
área ao longo do eixo e pode ultrapassar forças inimigas que não ameacem
o cumprimento de sua missão. O comandante do batalhão deve ser
informado quando ocorrer tal ultrapassagem.
(2) Uma companhia pode desviar-se de seu eixo de progressão,
porém os desvios de maior vulto devem ser informados ao comando do
batalhão, que deve assegurar que os mesmos não interfiram na manobra ou
nos fogos das subunidades vizinhas.
(3) Um eixo de progressão é fixado quando as condições
favorecem a utilização de uma determinada Via A que facilite a rápida
conquista de um objetivo profundo e/ou quando não há necessidade de
restrição de fogos e de movimento lateral.
(4) Uma resistência inimiga fraca ou desorganizada favorece a
utilização de eixo de progressão. A designação de um eixo de progressão
estabelece uma orientação geral ao comandante de subunidade, porém
assegura-lhe considerável liberdade de ação no cumprimento de sua
missão. Quando uma companhia recebe um eixo de progressão adota a
formação que melhor se adapte à situação.
(5) É comum a utilização de um eixo de progressão por tropas
mecanizadas em manobras de desbordamento.
j. Ponto de controle
(1) Os pontos de controle são pontos de referência usados para
facilitar o controle. Podem ser escolhidos em qualquer parte da zona de
ação ou ao longo de um eixo de progressão.
(2) Utilizando-os, um comandante subordinado pode, de modo
rápido e preciso, informar suas sucessivas localizações, sendo
particularmente úteis nas operações de movimento rápido. Para segurança,
é desejável numerar ao acaso os pontos de controle.
l. Ponto de coordenação - É um ponto designativo de acidente do
terreno, facilmente identificável, onde deve ocorrer a coordenação de fogos
e/ou manobra entre duas companhias do escalão de ataque, balizando o
setor de tiro das subunidades.
m. Ponto de ligação
(1) Os pontos de ligação são fixados entre unidades ou SU, onde o
comandante deseja que as mesmas estabeleçam um contato físico entre si.

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(2) Os pontos de ligação podem ainda ser utilizados para definir


áreas de responsabilidade, em locais específicos, quando os limites são
obviamente inadequados, como por exemplo, entre os elementos de uma
força de proteção de flanco.
n. Ponto de liberação - O ponto de liberação é o local onde o
comandante libera seus elementos subordinados ao controle de seus
respectivos comandantes. Pode ser empregado em qualquer manobra, mas
é particularmente usado no ataque noturno e na realização de uma
infiltração.

6-25. PREPARAÇÃO PARA O ATAQUE


a. Antes do ataque a companhia pode receber ordem de fazer uma
parada em uma zona coberta escolhida pelo comandante do batalhão, em
geral, na zona de reunião do batalhão.
b. Para a ocupação da zona de reunião, o comandante da companhia
determina que o encarregado de material e guias sigam com a turma de
estacionamento do batalhão, a fim de evitar confusão e o retardamento de
outros elementos. O encarregado de material é responsável pela repartição
da zona atribuída à companhia entre os pelotões e pela colocação dos guias
para orientá-los até suas respectivas zonas.
c. Quando a companhia ocupa parte da zona de reunião do batalhão,
as medidas de segurança são coordenadas pelo comandante do batalhão.
Essas medidas dependem do tempo de permanência na zona, das
possibilidades do inimigo, da segurança proporcionada por outras forças à
frente, do terreno, das armas de apoio e do material disponível. As medidas
de segurança podem variar desde o estabelecimento de postos de
observação (quando uma segurança conveniente for proporcionada por
forças dispostas à frente) até a defesa circular organizada, incluindo todas
as armas de apoio (quando é insuficiente a segurança proporcionada por
forças colocadas à frente, e um forte ataque inimigo é possível).
d. Na zona de reunião os elementos e homens da companhia
aproveitam as cobertas e os abrigos naturais para se protegerem da
observação terrestre e aérea. Caso o terreno não disponha de abrigos,
cavam-se abrigos individuais para homens deitados e espaldões para
VBTP, conforme o tempo e meios disponíveis.
e. A principal atividade na zona de reunião consiste nos preparativos
para o ataque. A companhia recebe os elementos em reforço e são feitos
reconhecimentos, planejamentos pormenorizados, coordenações e ensaios
tão completos quanto possível. O material desnecessário ao combate é
reunido com o encarregado de material. É dada à tropa o máximo de
repouso, sem prejuízo da segurança, de recebimento das instruções

6-23
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

necessárias e dos preparativos para o cumprimento da missão. A munição


necessária ao combate é distribuída.

6-26. EXECUÇÃO DO ATAQUE


a. Da zona de reunião à posição de ataque - O deslocamento é
realizado de forma a permitir a manutenção do sigilo da operação. As
posições de ataque são ocupadas durante o tempo mínimo necessário ao
desenvolvimento, coordenação e preparativos finais para o ataque. O
movimento dos elementos atacantes até a posição de ataque pode ser feito
sob o controle do batalhão ou da companhia.
b. Da posição de ataque à linha de partida - A partir da posição de
ataque, o deslocamento para a linha de partida é feito de modo a permitir
que as viaturas do escalão de ataque da companhia, utilizando, ao máximo,
as cobertas e os abrigos, atinjam aquela linha no dispositivo prescrito para o
início do ataque. Guias podem ser utilizados para balizarem passagens nos
obstáculos abertos por elementos de engenharia do escalão superior.
c. Da linha de partida à posição de assalto
(1) Os pelotões do escalão de ataque transpõem a linha de partida
na hora marcada, aproveitando os abrigos e as cobertas existentes no
terreno e a segurança proporcionada pelos fogos de apoio. A companhia
progride com uma eficaz combinação de fogo e movimento, em que os
elementos de manobra apoiam a progressão uns dos outros. Normalmente,
o dispositivo em linha é o mais adotado, para o melhor proveito do poder de
fogo e a ação de choque das VBTP. Se forem batidos por fogos inimigos de
artilharia ou de morteiros, os pelotões deslocam-se rapidamente,
atravessando ou desviando-se da zona batida.
(2) Quando a companhia deparar-se com obstáculos deve,
inicialmente, tentar desbordá-los (Fig 6-5A). Caso não seja possível, deve
proceder da seguinte forma para realizar a abertura de passagens:
(a) As posições inimigas que realizam fogos sobre a região dos
obstáculos devem ser submetidas a intensos fogos diretos e indiretos (Fig 6-
5B);
(b) Os elementos de engenharia em apoio devem cerrar à
frente para realizar a abertura de passagens (Fig 6-5C);
(c) Fogos fumígenos devem ser desencadeados sobre os
observatórios inimigos para cobrir a realização dos trabalhos de abertura
dos obstáculos (Fig 6-5D);
(d) O pelotão mais próximo do obstáculo realiza a segurança
aproximada dos elementos de engenharia antes dos obstáculos e à frente
dos mesmos, após a sua abertura (Fig 6-5E); e

6-24
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(e) Após a abertura das passagens os elementos do escalão de


assalto transpõem o obstáculo o mais rápido possível e prosseguem no
ataque (Fig 6-5F).
(3) Os comandantes impulsionam energicamente os elementos
avançados para se apoderarem de regiões dominantes do terreno, de onde
o tiro (particularmente de armas automáticas) possa ser desencadeado
sobre as posições inimigas. Em virtude da falta de uniformidade da
resistência oferecida pelo inimigo, das diferenças de terreno e das variações
do auxílio recebido dos fogos de apoio, alguns elementos progridem
enquanto outros poderão ficar detidos. Um pelotão que não esteja detido
pelo fogo deve prosseguir na progressão, mesmo que seus vizinhos se
achem detidos. Esta progressão pode flanquear a resistência que detém os
elementos vizinhos e possibilitar tiros de flanco com armas automáticas
sobre ela, como também, permitir que as metralhadoras ocupem posições
de onde possam desencadear tiros de enfiada. Pode, ainda, favorecer o
emprego da reserva da companhia através dos intervalos criados para
atacar o flanco ou a retaguarda do inimigo. Os núcleos de resistência
obstinada são reduzidos por uma ação combinada de frente e de flanco.
(4) Durante as paradas temporárias não impostas pela ação
inimiga, o comandante da companhia dá a seus subordinados instruções
relativas à segurança. O máximo proveito deve ser tirado dessas paradas
para reorganizar os pelotões, supri-los e preparar o prosseguimento do
ataque. Devem ser tomadas medidas que reduzam ao mínimo as baixas
provenientes do fogo de armas portáteis, de artilharia ou bombardeio aéreo
disponíveis multiplicam a ação de choque do escalão de ataque do inimigo.
(5) O escalão de ataque deve cerrar sobre os objetivos no menor
tempo possível. Quanto mais tempo ficar exposto aos fogos inimigos
maiores serão suas perdas. O rápido movimento e o uso de todos os fogos
(6) Emprego da reserva
(a) No início do ataque, o comandante da companhia deve
manter como reserva um pelotão de fuzileiros mecanizado para cumprir as
seguintes missões: repelir contra ataques, substituir um elemento do
escalão de ataque que tenha sofrido um grande desgaste, fazer um esforço
final para a conquista do objetivo ou apoiar a progressão do escalão de
ataque.
(b) O pelotão reserva deve ser mantido suficientemente próximo
do escalão de ataque para permitir seu pronto emprego na exploração de
um sucesso ou para repelir um contra-ataque. Se a reserva receber ordem
de acompanhar o escalão de ataque por lanços, de uma posição coberta
para outra, o comandante da companhia deve mantê-la dentro da distância
de apoio, porém, sem deixá-la confundir-se com o escalão de ataque. Se o
comandante da companhia, inicialmente, determinar que a reserva aguarde
em um determinado local, ele deverá dar ordem para o seu avanço em
tempo oportuno. As variações do terreno ou da situação podem exigir que o

6-25
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

Fig 6-5. Ações da companhia face a um obstáculo

comandante da companhia modifique a maneira de dirigir o deslocamento


da reserva ou altere a distância que ela deve seguir o escalão de ataque.

6-26
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(c) A reserva da companhia é empregada sem hesitação para


renovar o ímpeto de um ataque enfraquecido, de preferência executando
uma ação desbordante e um ataque sobre um dos flancos do inimigo.
Sempre que possível, deve-se evitar um ataque através de um pelotão do
escalão de ataque, que esteja detido, desorganizado ou tenha sofrido
excessivas baixas. A reserva deve atacar como um todo. Exceto para repelir
um contra-ataque, via de regra, só será empregada depois que os pelotões
detidos do escalão de ataque tiverem empenhado todos os seus meios.
Uma nova reserva deve ser organizada o mais cedo possível.
(7) Auxílio aos elementos vizinhos
(a) A companhia auxilia a progressão dos elementos vizinhos.
Tal auxilio é prestado quando ordenado pelo comandante do batalhão ou
quando o comandante da companhia verifica que isso poderá favorecer o
cumprimento de sua missão e a do batalhão. (Fig 6-6)
(b) O auxílio que permite o avanço de um elemento vizinho
atrasado é um meio eficaz de proteção do flanco da própria companhia,
(c) O auxilio pelo fogo e movimento, em geral, é mais eficiente
que o prestado somente pelo fogo. Esses movimentos são fortemente
apoiados pelos fogos das armas disponíveis, incluindo as do elemento que
está sendo auxiliado. O movimento não será utilizado se vier a comprometer
o prosseguimento de sua própria progressão.

Fig 6-6. Companhia no auxílio à SU vizinha

6-27
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

d. Assalto
(1) Quando não mais for possível desencadear os fogos de apoio
sem perigo para o escalão de ataque, eles serão suspensos e/ou
transportados, mediante ordem do comandante da companhia, por um sinal
convencionado ou estimando-se o momento em que os elementos de
ataque atingem a posição de assalto.
(2) Sempre que possível, a destruição do inimigo deverá ser feita
pelo fogo. Os tiros do armamento da VBTP e, se for o caso, dos elementos
na escotilha de carga. Se a destruição não for possível somente pelo fogo,
um assalto desembarcado será previsto.
(3) A efetiva ocupação do objetivo é uma fase crítica do ataque.
Além do controle tornar-se difícil, esta é a oportunidade mais favorável para
o inimigo desencadear contra-ataques planejados, coordenados e apoiados
por todos os seus fogos disponíveis. Durante a ocupação do objetivo no
ataque a companhia deverá realizar as seguintes técnicas de assalto:
(a) Assalto embarcado – é a técnica executada preferencialmente,
desde que a situação tática e o terreno permitam, tendo em vista os
fuzileiros aproveitarem a relativa proteção blindada, potência de fogo,
grande mobilidade e a ação de choque proporcionadas pelo emprego do
blindado. Este tipo de assalto deverá ser coordenado com fogos indiretos,
que não deverão colocar em perigo as VBTP. Este tipo de assalto tem em
sua fase final o desembarque dos fuzileiros após a linha de tocas do
inimigo, com o objetivo de efetuar a limpeza da posição defensiva,
conquistar e manter o terreno, conforme a missão atribuída à companhia.
(b) Assalto desembarcado antes das posições inimigas – é a
técnica utilizada quando o fogo inimigo, em especial das armas anticarro, ou
quando o terreno impedem o avanço das VBTP.
(c) Assalto desembarcado sobre as posições inimigas – é a
técnica utilizada quando é necessário impedir que o inimigo atire nas VBTP
pela retaguarda.
(4) Para o assalto, os pelotões normalmente progridem por seção,
sendo que um dos carros da seção apoia pelo fogo e o outro progride, em
lanços curtos.
(5) O assalto é iniciado por ordem ou sinal do comandante da
companhia, repetido por todos os comandantes de VBTP, sendo
impulsionado até o limite posterior do objetivo, sem dar ao inimigo
oportunidade para reorganizar-se ou reforçar sua defesa. O comandante da
companhia empregará todos os meios disponíveis para dar agressividade
ao seu ataque e explorar, sem demora, qualquer vantagem obtida. O
pelotão reserva segue à esteira do escalão de ataque realizando a limpeza
dos objetivos.

6-28
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

e. Consolidação
(1) Imediatamente após a conquista de um objetivo, a companhia
instala-se para repelir os contra-ataques, de acordo com a ordem de ataque
da companhia. Seu comandante, então, faz um pronto reajustamento do
dispositivo para adaptá-lo à situação. Determina o rápido deslocamento do
pelotão de apoio e de quaisquer armas em reforço e coloca-os em
condições de bater possíveis vias de acesso do inimigo, à frente e nos
flancos do objetivo conquistado.
(2) Após a instalação dos elementos da companhia para repelir um
contra-ataque, devem ser lançados elementos de segurança para alertar
sobre a aproximação do inimigo, e realizar um reconhecimento para o
prosseguimento do ataque, se for o caso. As VBTP dos pelotões de
fuzileiros devem ser empregadas na segurança da posição, devido à sua
elevada capacidade de fogo e proteção blindada, aliado ao fato das
mesmas possuírem avançados equipamentos optrônicos, os quais permitem
a observação e identificação de alvos à grande distância. Deve-se tomar um
cuidado especial para que as VBTP não fiquem demasiadamente expostas,
sendo fundamental realizar o desenfiamento de couraça ou de torre,
conforme a situação tática exigir.
(3) De acordo com a missão futura do batalhão e da subunidade, a
companhia pode adotar um dos dispositivos apresentados na Fig 6-7.
f. Reorganização - Simultaneamente, o comandante da companhia
determina que cada comandante de pelotão reorganize sua fração. Os
homens de funções importantes que estiverem feridos são substituídos, a
munição é redistribuída e a situação da companhia, inclusive dispositivo,
moral, efetivo e munição, é participada ao comandante do batalhão. A
munição para o remuniciamento é levada à frente por viaturas ou turmas de
transporte a braço, e os baixados são evacuados. A identificação das
unidades inimigas é participada e os prisioneiros são conduzidos ao posto
de coleta. Ao completar a sua reorganização, a companhia deve estar com
suas frações recompostas, devidamente controladas, com um suprimento
de munição adequado e ter planos completos para o prosseguimento do
ataque. O comandante do batalhão é informado da situação.

6-27. CONDUTA FACE ÀS AÇÕES DO INIMIGO


a. Quando a progressão é detida - Quando uma poderosa ação
inimiga obriga a uma defensiva temporária em estreito contato com um
inimigo forte, a companhia organiza uma posição defensiva sumária. Se
possível, continuará na ação pelo fogo, até que receba auxílio de outros
fogos de apoio ou até que um elemento vizinho ou de reserva flanqueie a
posição inimiga. A companhia não retrai da sua posição, a não ser por
ordem do comandante do batalhão. Quando a ameaça inimiga for repelida,
a companhia prepara-se para prosseguir no ataque.

6-29
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

Fig 6-7. Dispositivos do Btl e da Cia na consolidação


b. Ações face aos contra-ataques
(1) Se o batalhão for contra-atacado por uma força com poder de
combate insuficiente para ameaçar o cumprimento da missão, a companhia
do ataque principal poderá receber ordem de ultrapassar o inimigo, cabendo
à reserva ou a uma subunidade que realize o ataque secundário a missão
de bloqueá-lo ou destruí-lo.
(2) Se a força de contra-ataque tiver poder de combate suficiente
para impedir o cumprimento da missão a mesma deverá ser destruída ou
neutralizada por fogos, de modo que o ataque ao objetivo possa prosseguir.
Se não houver disponibilidade de fogos, ou se estes não eliminarem a
ameaça inimiga, o escalão de ataque deverá ser empregado para destruir a
força contra-atacante antes do prosseguimento para a região do objetivo.

6-30
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(3) Quando a força contra-atacante for demasiadamente forte para


ser eliminada, a mesma deverá ser contida e a situação informada ao
escalão superior.

6-28. SEGURANÇA
a. Apesar das medidas de proteção aos flancos tomadas pelo
comandante do batalhão, o comandante da companhia é responsável pela
segurança aproximada de seus flancos durante todo o ataque. As medidas
iniciais, geralmente, não permanecem eficazes durante o desenrolar do
ataque. Freqüentemente surgem vazios entre a companhia e os elementos
à sua direita ou esquerda. Se no início do ataque um elemento vizinho
estiver na mesma linha ou à frente da companhia e o intervalo não puder
ser coberto pela observação e pelo fogo, o comandante da companhia deve
empregar elementos para manter a ligação e informar periodicamente a
localização daquele elemento.
b. Via de regra, os elementos de segurança são destacados do
pelotão reserva. Esses elementos agem diretamente sob as ordens do
comandante da companhia que poderá deixar, entretanto, o seu controle a
cargo do comandante do pelotão reserva, determinando-lhe a missão de
manter a ligação ou proteger um flanco. Neste caso, o comandante da
companhia fixará o efetivo máximo do elemento de segurança.
c. O alerta oportuno tem vital importância para a redução das baixas,
em especial as decorrentes de ataques aéreos e de CC inimigos. Cada
pelotão de fuzileiros mecanizado é responsável pela sua própria segurança
antiaérea e anticarro empregando, para esta última, as granadas de bocal e
lança-rojões.
d. O comandante da companhia coordena a defesa anticarro dentro de
sua companhia. Estabelece para cada pelotão de fuzileiros direções ou
zonas a serem defendidas contra os ataques de carros e atribui missões às
peças de armas AC, escolhendo posições que batam as vias de acesso
favoráveis aos carros.

6-29. EMPREGO DE ELEMENTOS DE CAVALARIA


a. Em determinadas situações, a companhia pode receber o reforço
de elementos de cavalaria, formando uma força-tarefa.
b. Os fogos dos elementos de cavalaria multiplicam
consideravelmente a potência de fogo e a ação de choque da companhia de
fuzileiros mecanizada e proporcionam maior proteção contra carros
inimigos. Maiores detalhes serão tratados em manual específico.

6-31
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

6-30. COMANDO E CONTROLE


a. Durante os preparativos para o ataque o posto de comando da
companhia situa-se na zona de reunião. Devem ser estabelecidos circuitos
físicos para as ligações com os escalões superior e subordinado e vizinhos.
O rádio, a princípio, deve permanecer em silêncio a fim de não denunciar os
preparativos para a operação. Mensageiros de escala e especiais também
poderão ser empregados.
b. Uma vez desencadeado o ataque, o comandante da companhia
deve manter-se constantemente informado das mudanças de situação das
frações subordinadas, dos elementos vizinhos e superiores, por intermédio
de uma permanente ligação para a frente, para os flancos e para trás. Desta
forma, quando for necessário intervir na ação, poderá dar ordens oportunas,
quer dirigindo os pelotões de ataque, quer empregando todos os fogos de
apoio disponíveis ou empregando sua reserva no momento e local
adequados. Quando disponível, o moderno sistema gerenciador do campo
de batalha (GCB) das VBTP será de grande valia para o comandante da
companhia de fuzileiros mecanizada.
c. O comandante da companhia, acompanhado por um rádioperador e
um telefonista (mensageiro), desloca-se com sua VBTP por onde melhor
possa observar e controlar a ação dos elementos do escalão do ataque.
Normalmente, o posto de comando localiza-se entre as posições dos
pelotões do escalão de assalto e do pelotão reserva e acompanha a
companhia na sua progressão.
d. Durante o ataque, o rádio é largamente empregado. Mensageiros
também podem ser utilizados para manter as ligações necessárias. O uso
do meio físico é praticamente nulo. Os circuitos somente serão
restabelecidos por ocasião da consolidação do objetivo final.

6-31. APOIO DE FOGO


a. Tipos de fogos
(1) Fogos de preparação
(a) São iniciados antes das VBTP transporem a LP.
(b) Visam facilitar o desembocar do ataque.
(c) Têm por finalidade destruir ou neutralizar posições inimigas
que poderão dificultar a progressão da companhia.
(d) Os morteiros e as metralhadoras podem participar desses
fogos.
(2) Fogos durante o ataque
(a) São os fogos de maior importância durante o ataque.
(b) Realizados depois que as VBTP transpuserem a LP.

6-32
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(c) Realizados contra alvos (armas coletivas e núcleos de defesa


inimigos) que se oponham à progressão dos pelotões de fuzileiros
mecanizados.
(d) São suspensos ou alongados quando o escalão de ataque
alcança o limite de segurança, normalmente, a posição de assalto.
(3) Fogos de proteção
(a) Executados durante o assalto e consolidação.
(b) Têm por finalidade impedir que o inimigo reforce suas
posições ou lance contra-ataques.
(c) São também desencadeados nos flancos dos pelotões do
escalão de ataque quando a progressão de um for mais rápida que do outro.
b. Durante a preparação para o ataque, o comandante da companhia
pode ordenar que o pelotão de apoio ocupe posições de tiro para proteger a
zona de reunião da companhia ou que as armas permaneçam nas VBTP
dentro da zona do pelotão. Esta decisão depende de vários fatores,
inclusive ameaça inimiga, tempo de permanência na zona de reunião e da
eficácia do apoio dado pelas armas do escalão superior na proteção da
zona de reunião.
c. O comandante do batalhão prescreve em sua ordem de ataque os
fogos de apoio, inclusive os dos pelotões da companhia de comando e
apoio, artilharia e os dos carros de combate, se for o caso. As zonas de
posições, os alvos ou setores de tiro, o horário e duração dos fogos de
apoio são dados ao comandante da companhia.
d. O comandante da companhia planeja seu ataque procurando tirar o
máximo proveito dos fogos que apoiarão a progressão do escalão de
ataque. Ele coordena a instalação das armas orgânicas e a progressão de
das VBTP de acordo com a instalação das armas de apoio do batalhão. A
ordem de ataque da companhia deve prever a zona de posição e os alvos
ou setores de tiro das seções ou peças.
e. As seções do pelotão de apoio são colocadas em posição antes do
ataque, a fim de neutralizarem os elementos inimigos que possam impedir a
progressão dos pelotões de fuzileiros mecanizados. Se de início não houver
posições adequadas, a ordem deverá fixar que acompanhem um elemento
do escalão de ataque, dando com precisão a missão ou missões que
deverão cumprir, após serem encontradas posições apropriadas.
f. Os fogos de preparação pode iniciar-se antes, na hora ou após a
hora “H” e continuar até ser pedida sua suspensão pelos elementos de 1º
escalão ou até um tempo predeterminado. Quando não for possível a
realização da preparação, devido à falta de tempo para o conhecimento
pormenorizado do inimigo e para a organização de um plano de fogos
perfeitamente coordenado com a manobra, poderá ser realizada, nos

6-33
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

últimos minutos que precedem a hora H, uma intensificação dos fogos que
vinham sendo realizados, com a finalidade de facilitar a tomada do
dispositivo e o desembocar do ataque.
g. Durante o ataque, o comandante da companhia procura assegurar
a mais estreita coordenação entre a progressão de seus pelotões de
fuzileiros e os fogos das armas de apoio. Organiza poderoso e bem
coordenado apoio de fogo para produzir o maior efeito possível no inimigo,
de modo que o ataque progrida rapidamente, ganhando tempo, diminuindo
as baixas e expondo as VBTP o mínimo de tempo possível.
h. Quando o escalão de ataque atinge a posição de assalto e os
fogos tornam-se perigosos para tropas amigas eles são suspensos,
alongados ou transportados para outros alvos. Geralmente a artilharia e os
morteiros transportam seus fogos ao iniciar-se o assalto, enquanto armas
mais precisas (metralhadoras, CC e armas AC) continuam a atirar, até ser
atingido o limite máximo permissível de segurança.
i. Após a conquista do objetivo, as armas de apoio protegerão a
reorganização da companhia e auxiliarão a repelir os contra-ataques
inimigos. Os fogos para a manutenção de um objetivo devem ser planejados
antes de sua conquista e têm características defensivas para permitir sua
manutenção. Barragens devem, então, ser previstas sobre as principais vias
de acesso, bem como outros fogos que dificultem ou impeçam os contra-
ataques.

j. Morteiros
(1) Os fogos dos morteiros são empregados, principalmente, para
destruir ou neutralizar pessoal ou armas de apoio inimigas, que possam ser
batidas mais rapidamente pelos morteiros do que pela artilharia. Os
morteiros médios também cumprem missões de mascaramento com
fumaça.
(2) Durante o ataque, os morteiros abrem fogo, a pedido, para
baterem resistências que se opõe à progressão dos pelotões do escalão de
ataque. Cada morteiro, geralmente, muda de posição quando seus fogos
não mais possam proporcionar apoio aos pelotões do escalão de ataque.
k. Armas AC
(1) São determinadas para as armas AC zonas de posição para
bater as vias de acesso mais importantes para as VBTP e CC inimigos, na
frente e nos flancos da companhia.
(2) Sem prejuízo de sua missão principal, poderão ser
empregadas contra fortificações, abrigos organizados, armas coletivas e, no
caso dos CSR, tropa desabrigada. Executam também missões fumígenas,
dificultando a observação do Inimigo.

6-34
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

l. Carros de combate - Os CC são, essencialmente, elementos de


manobra. Excepcionalmente, podem ser empregados como elementos de
apoio de fogo. Neste caso, seu emprego é previsto no plano de apoio de
fogo da subunidade.
m. Formas de emprego do pelotão de apoio
(1) Seção Anticarro
(a) Ação de conjunto – Utilizada quando se deseja o controle
centralizado e o alcance do armamento permitir à seção fornecer proteção
AC para a companhia. Neste caso, devem ser ponderados dois fatores:
((1)) A possibilidade do comandante da companhia
controlar a seção durante o ataque.
((2)) A capacidade da seção deslocar-se rapidamente por
toda a zona de ação para fazer face a qualquer ameaça de blindados.
(b) Apoio direto ou reforço - É o emprego mais frequente no
ataque, normalmente, dissociada por peças.
(2) Seção de morteiros
(a) Ação de conjunto - É a forma de emprego mais normal da
seção. Utilizada quando a observação e o tiro de uma única posição
permitirem cobrir toda a zona de ação da companhia, inclusive o objetivo
final.
(b) Apoio direto ou reforço - A seção raramente será
empregada desta forma no ataque.
n. Emprego de fumígenos - No ataque os fumígenos são
empregados para:
(1) Cegar a observação inimiga;
(2) Reduzir a eficácia dos tiros diretos inimigos;
(3) Dificultar a ajustagem dos fogos indiretos inimigos;
(4) Reduzir a eficiência de equipamentos optrônicos;
(5) Ocultar nossos deslocamentos e reorganização;
(6) Cobrir a abertura de passagens em obstáculos batidos por
fogos;
(7) Cobrir travessias de curso d’água ou operações anfíbias;
(8) Proteger o assalto das tropas amigas;
(9) Isolar posições ou zonas inimigas; e
(10) Causar baixas (apenas quando for utilizado o fósforo branco).

6-32. APOIO LOGÍSTICO


a. Os trens de subunidade devem ficar o mais à frente possível, de
preferência dentro do limite de retaguarda da companhia. Podem ocupar a
posição de ataque da companhia, imediatamente após o deslocamento dos
pelotões para o ataque.

6-35
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

b. Normalmente, o deslocamento dos trens de subunidade estará


condicionado à conquista dos objetivos da companhia, de forma a apoiar a
reorganização. Este deslocamento deve ser feito tão logo quanto possível.
Deve ser dada prioridade para o deslocamento do P Remn, pela
necessidade de remuniciamento para execução das atividades de
manutenção do objetivo e preparação para ações futuras.
c. Há previsão de consumo elevado de munição, principalmente
quando suas armas participarem da preparação. A companhia poderá
receber munição para consumo imediato para permitir ultrapassar a LP com
sua dotação completa.

6-33. A COMPANHIA RESERVA NO ATAQUE


a. Deslocamento para a posição inicial
(1) Quando a ordem do batalhão contém a designação de uma
companhia de fuzileiros mecanizada para reserva do batalhão, deve
prescrever o local inicial da mesma e instruções referentes aos
deslocamentos subsequentes, proteção dos flancos, organização de planos
para fazer face às várias situações e ligação com as unidades vizinhas.
(2) Após receber a ordem do batalhão, o comandante da companhia
reserva estuda os possíveis itinerários que conduzem da zona de reunião à
posição inicial da reserva. A escolha do itinerário que será utilizado é feita
após um reconhecimento executado, de preferência, pelo comandante da
companhia. O máximo esforço deve ser feito para evitar que seja
denunciado o deslocamento e a posição da reserva. O comandante da
companhia, normalmente, permanece junto ao comandante do batalhão
durante o desenrolar do ataque.
(3) Após reconhecer o itinerário e o local da posição inicial da
reserva, o comandante da companhia emite sua ordem inicial. Fornece a
seus homens informações acerca do inimigo e sobre o plano de ataque do
batalhão e transmite instruções concernentes ao deslocamento da
companhia até a posição inicial, sua ocupação e segurança.
b. Deslocamento para as posições sucessivas da reserva
(1) A companhia reserva é colocada, inicialmente, eixada com a
companhia que estiver atacando o objetivo principal, na zona de ação do
batalhão. No desenrolar do ataque, desloca-se na esteira da companhia que
estiver progredindo com maior rapidez, a fim de protegê-la dos contra-
ataques e das infiltrações à sua retaguarda, apoiar o ataque e explorar o
sucesso da ação. O comandante da companhia deve manter a ligação com
o escalão de ataque, com o cuidado de não se deixar engajar pelo fogo
inimigo, permanecendo, se possível, em outro compartimento do terreno.
(2) A companhia reserva pode também deslocar-se por lanços,
mediante ordem do comandante do batalhão. Quando ela estiver muito

6-36
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

distante das companhias do escalão de ataque, para cumprir suas prováveis


missões, seu comandante prontamente informa este fato ao comandante do
batalhão.
c. Missões da companhia reserva
(1) A companhia reserva pode receber uma ou mais das seguintes
missões:
(a) Desbordar núcleos de resistência localizados pelo escalão de
ataque, podendo fazer um deslocamento pela zona de ação de um batalhão
vizinho;
(b) Proteger os flancos e a retaguarda das companhias de
primeiro escalão;
(c) Repelir contra-ataques, particularmente os dirigidos contra os
flancos;
(d) Limpar uma posição conquistada ou ultrapassada pelo
escalão de ataque;
(e) Tomar para si a missão de todo ou parte do escalão de
ataque;
(f) Manter ligação com as unidades vizinhas.
(2) Durante o planejamento para o ataque, o comandante do
batalhão informa o provável emprego da reserva e determina que o
comandante da companhia faça o reconhecimento e elabore planos. O
comandante da companhia prepara planos para fazer face a todas as
situações prováveis e, após a aprovação do comandante do batalhão, dá
conhecimento aos seus comandantes subordinados dos pormenores desses
planos e avalia o tempo necessário para que cada um deles seja posto em
execução.
d. Reconhecimento e ligação
Para executar com rapidez qualquer de suas missões, o
comandante da companhia mantém-se constantemente informado da
situação por meio de:
(1) Reconhecimento e observação pessoal;
(2) Contato pessoal com o comandante e o posto de comando do
batalhão;
(3) Comunicação com o comandante e o posto de comando do
batalhão.
e. Emprego da companhia reserva
(1) Quando o comandante do batalhão decide empregar a
companhia reserva e é impraticável a designação de uma linha de partida,
prescreve uma zona de ação de onde deverá desencadear o ataque e
determina ao comandante da companhia que escolha a linha de partida e
informe. O comandante do batalhão, também, fixa o objetivo, a hora
provável do ataque, a direção ou zona de ação e todas as modificações do

6-37
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

plano de apoio de fogos do batalhão que se fizerem necessários ao ataque.


Coordena as atividades dos outros elementos do batalhão, de modo que a
reserva não seja forçada a esperar na zona de reunião e seu ataque seja
executado simultaneamente com o esforço conjunto do restante do
batalhão.
(2) O comandante da companhia faz um rápido estudo de situação e
emite ordens a seus subordinados. Estabelece as ligações necessárias com
vizinhos e elementos de apoio e sem perda de tempo desloca a companhia.
Quando a reserva chega à zona de ação designada, o comandante da
companhia participa o fato ao comandante do batalhão e prepara-se para
desencadear o ataque.

6-34. A COMPANHIA NO ATAQUE DE FIXAÇÃO


a. Fixar é a ação tática, normalmente ofensiva e de profundidade
limitada, que visa a impedir o desengajamento do inimigo em contato, de
suas reservas imediatas e meios de apoio de fogo. A fixação é uma ação
secundária dentro do contexto da manobra do batalhão. Ocorre de maneira
frequente quando o batalhão realiza uma manobra de desbordamento ou
infiltração.
b. A companhia poderá receber a missão de fixar uma subunidade
inimiga de primeiro escalão. Para o cumprimento da mesma, o comandante
da companhia deverá planejar a conquista de um dos núcleos de pelotões
de fuzileiros do contato (Fig 6-8).

Fig 6-8. A Cia Fuz Mec no Atq para fixar o Ini de primeiro escalão

6-38
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

c. O batalhão poderá, ainda, desejar fixar a companhia reserva


inimiga ou parte da mesma em sua zona de ação. Para isso, determinará à
companhia que atinja as posições do pelotão reserva da companhia inimiga
de primeiro escalão, de forma a atrair elementos da reserva inimiga para os
núcleos de aprofundamento do dispositivo defensivo (Fig 6-9)

Fig 6-9. A companhia fixando Elm da Cia Res inimiga

ARTIGO V
ATAQUE NOTURNO OU SOB CONDIÇÕES DE VISIBILIDADE LIMITADA

6-35. GENERALIDADES
a. A companhia de fuzileiros mecanizada pode ser empregada em um
ataque noturno, enquadrada no batalhão ou isoladamente.

b. Os modernos meios optrônicos orgânicos de dotação das VBTP


acarretam um aumento considerável do poder de combate do atacante
durante as operações noturnas. A técnica aqui preconizada pode ser
empregada nas ações noturnas, com modificações exigidas pela missão,
pela resistência inimiga, pelo tempo disponível, pelo terreno, pela existência
ou não de meios optrônicos e pela luminosidade existente.

c. A pressão contínua, aplicada dia e noite, especialmente contra um


inimigo enfraquecido, apressam a decisão, e um sistemático e implacável
aproveitamento do êxito nega ao inimigo o tempo necessário para
reorganizar-se, acelerando sua destruição.

6-39
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

d. O ataque noturno pode ser realizado, com uma ou mais das


seguintes finalidades:
(1) Evitar pesadas perdas a que estaria sujeito, realizando ataques
diurnos;
(2) Combinado com ataques diurnos, conquistar um terreno
importante para futuras operações, evitar que o inimigo melhore suas
defesas e concluir ou explorar um sucesso;
(3) Iludir o inimigo e tirar proveito da surpresa inerente ao
combate; e
(4) Explorar as deficiências de meios optrônicos do inimigo.

6-36. CARACTERÍSTICAS
a. As VBTP equipadas com dispositivo de visão noturna podem
realizar o tiro e a manobra quase como de dia. As restrições ainda
presentes no combate noturno dizem respeito à identificação e engajamento
do alvo e ao alcance dos diferentes tipos de aparelhos de visão noturna.
Contudo, uma companhia de fuzileiros mecanizada poderá utilizar o
combate noturno com mais liberdade de movimento e menor número de
medidas de controle restritivas que no passado.
b. A força que opera durante a noite com as mesmas possibilidades
do combate diurno estará apta o obter sucesso contra força inimiga não
adestrada e desequipada para este tipo de ação.
c. Os ataques noturnos exigem um planejamento cuidadoso e
pormenorizado, bem como uma execução precisa e coordenada. O sigilo e
a surpresa são essenciais para que o ataque noturno seja conduzido com
um mínimo de baixas. O objetivo deverá ser facilmente identificável à noite e
suficientemente pequeno para que possa ser conquistado em um único
assalto.
d. No combate noturno, é preciso conciliar as necessidades táticas,
inerentes a cada tipo de operação, com o desgaste da tropa, que surge com
o continuar das operações, principalmente advindos da privação do sono e
da tensão do combate. Cabe ao comandante de companhia e aos
comandantes de fração a emissão de diretrizes e ordens relacionadas à
possibilidade de descanso de seus comandados, em especial quanto ao
tempo necessário ao sono da tropa, a fim de preservar a operacionalidade
alcançada. Tais considerações avultam de importância durante operações
continuadas, quando a tropa, por qualquer motivo, não for substituída.
e. Pela sua própria natureza, no entanto, as operações ofensivas
noturnas necessitam de maior preparação e medidas de controle,
cuidadosamente concebidas, que a maioria das operações diurnas.

6-40
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

6-37. CLASSIFICAÇÃO
a. Quanto à iluminação
(1) Ataque iluminado - utiliza luz artificial como, por exemplo,
artifícios iluminativos e projetores.
(2) Ataque não iluminado - feito sob a proteção da escuridão,
usando apenas a luz proveniente de fontes naturais.
b. Quanto ao apoio de fogo
(1) Ataque apoiado - feito com o emprego de fogos de apoio antes,
durante e depois do ataque. Os fogos de preparação e de apoio são
empregados como em qualquer outro ataque, acrescentando-se o
planejamento dos artifícios iluminativos, se for o caso. Os fogos de proteção
isolam o objetivo e evitam ou limitam os contra-ataques inimigos.
(2) Ataque não apoiado - feito para permitir que a força de ataque
avance até a distância de assalto ao objetivo em sigilo, sem auxílio dos
fogos de apoio. Neste processo de ataque noturno, os tiros de preparação
não são empregados. Os fogos de apoio e de proteção são planejados da
mesma maneira que para um ataque noturno apoiado, mas só podem ser
empregados quando o ataque for descoberto pelo inimigo. Nessa situação,
podem ser desencadeados artifícios iluminativos a fim de favorecer o
atacante, se for o caso. Uma vez iniciado o assalto sobre o objetivo, os
fogos de proteção planejados são empregados, como em qualquer ataque
noturno apoiado, para isolar o objetivo e evitar ou limitar os contra-ataques
inimigos.

6-38. PLANEJAMENTO
a. O planejamento de um ataque noturno contra uma posição
defensiva inimiga compreende:
(1) A imediata expedição de ordens preparatórias, informando a
natureza da operação, a quantidade e o tipo dos reconhecimentos a serem
realizados e a hora e local de reunião para recebimento de ordens;
(2) A coordenação com as tropas amigas nas vizinhanças da
posição de ataque e na linha de partida;
(3) A determinação das vias de acesso e/ou dos corredores de
mobilidade mais favoráveis que conduzem ao objetivo, dependendo do nível
de visibilidade em que será desenrolado o ataque noturno;
(4) A localização exata no terreno da posição de ataque, da linha
de partida, da provável linha de desenvolvimento, do ponto de liberação de
pelotão, dos limites laterais exatos de cada objetivo de pelotão e da linha
limite de progressão;
(5) A determinação do dispositivo e do efetivo, em fuzileiros, do
escalão de ataque;

6-41
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(6) O reconhecimento e o balizamento dos itinerários entre a zona


de reunião e a posição de ataque; e
(7) Instruções para a abertura de passagens nos obstáculos
inimigos.
b. O comandante de companhia deve executar um reconhecimento
diurno para o planejamento de um ataque noturno, sendo essencial quando
esta operação for executada contra posições defensivas organizadas ou em
noites totalmente escuras. Ele será completado por patrulhas de
reconhecimento, durante a escuridão, e pelo estudo das cartas ou
fotografias aéreas. As patrulhas noturnas poderão estar, para maior
eficiência, com equipamentos de visão noturna. Podem também ser
integradas por elementos de engenharia, em apoio ou em reforço. A
engenharia é empregada com a finalidade, entre outras, de localizar os
obstáculos lançados pelo inimigo. Os elementos dessas patrulhas podem
ser utilizados, mais tarde, como membros de destacamentos de segurança.
c. O comandante de companhia deve prever a utilização de
destacamentos de segurança na frente e nos flancos. Estes destacamentos
são empregados para balizar itinerários à frente da linha de partida,
demarcar a provável linha de desenvolvimento, silenciar sentinelas e
fornecer guias às frações subordinadas para seu deslocamento da linha de
partida até a provável linha de desenvolvimento.
d. Cabe ao comandante de companhia definir o local exato no terreno
da posição de ataque da sua subunidade, durante o seu reconhecimento
diurno. As medidas de controle e as direções são verificadas e os
destacamentos de segurança são enviados até suas posições.
e. Os itinerários que conduzem ao objetivo são cuidadosamente
escolhidos. O comandante compara as vantagens e facilidade de controle
oferecida por um itinerário definido por acidentes facilmente identificáveis
(estradas, cercas, cursos de água e outros semelhantes) com as
desvantagens decorrentes da possibilidade do inimigo barrar, com posições
e tiros preparados, não só esses acidentes como outras vias de acesso
prováveis.
f. O objetivo da companhia é fixado pelo batalhão. Entretanto, o
comandante da companhia determina exatamente, no terreno, seus limites
laterais. A largura do objetivo determina o efetivo a ser empregado no
escalão de ataque. Na escuridão, o intervalo entre os homens é reduzido.
Meios optrônicos podem aumentar um pouco essa frente.
g. Quando a tropa não for equipada com meios optrônicos, as
características do ataque noturno restringem as possibilidades de manobra.
Para contornar essas dificuldades, os ataques noturnos são feitos sem
mudança de direção e com dispositivos relativamente cerrados. O ataque

6-42
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

pode ou não ser frontal em relação às defesas do inimigo, mas a manobra


deve ser extremamente simples.
h. Conciliando-se diversos conceitos sobre a manobra, o ataque
noturno pode ser executado por meio de um desbordamento ou de uma
infiltração para buscar incidir pelo flanco ou pela retaguarda do inimigo,
obtendo maior grau de surpresa e maior probabilidade de sucesso,
respeitando-se o princípio da simplicidade. Tais formas de manobra podem
dificultar a coordenação e o controle, principalmente à noite, embora os
meios optrônicos reduzam essa dificuldade. Os fatores da decisão, além de
outros aspectos como adestramento e moral, induzem à realização ou não
dessas formas de manobra em operações noturnas.
i. Hora do ataque
(a) A hora do ataque, normalmente, é imposta pelo comandante do
batalhão. Quando a companhia de fuzileiros mecanizada é a principal força
de ataque, seu comandante pode ser chamado a apresentar proposta sobre
a hora do ataque.
(b) Um ataque iniciado durante as primeiras horas da escuridão é
aconselhável após um ataque diurno bem sucedido. Dessa maneira, o
inimigo é atacado antes que tenha tempo para reorganizar sua posição ou
planejar o apoio de artilharia. Essa hora de ataque também pode ser
indicada quando forem previstas operações noturnas inimigas.
(c) Um ataque durante as últimas horas de escuridão é mais
indicado como operação preliminar para um ataque geral ao amanhecer, em
virtude de não dar tempo ao defensor para reorganizar-se. O ataque deve
ser iniciado a tempo de permitir que seja completada a conquista do
objetivo, e a reorganização da tropa atacante ocorra antes do amanhecer,
sob a proteção da escuridão. Deve ser deixada uma margem de segurança
para compensar os retardos imprevistos.
j. A ordem da companhia para o ataque noturno é semelhante a uma
ordem para o ataque diurno com o seguinte detalhamento:
(1) Designação do ponto de liberação do pelotão, se houver;
(2) Descrição e azimute dos acidentes capitais do terreno;
(3) Medidas de segurança para cada pelotão;
(4) Meios de identificação;
(5) Medidas para manter o sigilo;
(6) Processo de progressão;
(7) Velocidade de progressão;
(8) Medidas especiais de controle e coordenação;
(9) Conduta a manter face às ações do inimigo que visem quebrar o
sigilo do ataque;
(10) Provável linha de desenvolvimento;
(11) Limitações sobre o reconhecimento;

6-43
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(12) Ordens especiais para o patrulhamento à noite, antes do


ataque e após a conquista do objetivo;
(13) Utilização de artifícios de iluminação;
(14) Linha limite de progressão após a conquista do objetivo; e
(15) Missões dos pelotões após o ataque noturno.

6-39. MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE (Fig 6-10)


a. Linha de partida (LP) - Caso não possa ser fixada por um
acidente do terreno, essa linha pode ser demarcada com fitas ou outros
meios improvisados. O ideal seria estabelecer a orla anterior da posição de
ataque como linha de partida.
b. Ponto de liberação de pelotão (P Lib Pel) – É o local onde o
comandante de companhia passa aos comandantes de pelotão o controle
do deslocamento, permitindo que os pelotões tomem novas direções, mais
ou menos paralelas, facilitando o prosseguimento do movimento.
Normalmente, esse ponto fica localizado entre a linha de partida e a
provável linha de desenvolvimento, sendo utilizado quando a companhia se
desloca em coluna. Quando a companhia se desloca da posição de ataque
com os pelotões justapostos, o ponto de liberação do pelotão coincide com
a posição de ataque. Caso a ação inimiga obrigue o desenvolvimento antes
da companhia atingir o ponto de liberação do pelotão, as frações se
desenvolvem imediatamente e combatem de acordo com a determinação do
comandante da companhia ou as exigências da situação.
c. Provável linha de desenvolvimento (PLD) - É uma linha sobre a
qual o comandante pretende desenvolver por completo a tropa para o
assalto ao objetivo. Deve ser perfeitamente identificável à noite e estar
dentro da distância de assalto ao objetivo. Esta distância varia de acordo
com o tipo da posição a ser assaltada, com o tipo e a intensidade do fogo de
apoio que precede o assalto, com a reação inimiga esperada, se o inimigo
possui ou não equipamentos de visão noturna e com o terreno. Quando não
se dispuser de uma linha natural do terreno para o desenvolvimento, pode
ser demarcada uma linha por guias que se utilizam de meios improvisados
ou de material apropriado, tais como dispositivos luminosos, fluorescentes
ou infravermelhos.
d. Linha limite de progressão (LLP) - É planejada para manter o
controle e evitar que o escalão de ataque seja submetido aos fogos de
proteção amigos. É estabelecida pelo comandante do batalhão, tanto em
profundidade como nos flancos do objetivo. Esta linha deverá seguir os
acidentes do terreno identificáveis à noite pela tropa.

6-44
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

Fig 6-10. Medidas de coordenação e controle em um ataque noturno

6-40. SEGURANÇA E SURPRESA


a. Para um ataque noturno a pé e apoiado pelo fogo das VBTP, o
comandante do batalhão estabelece meios de identificação para todo o
pessoal, cuja finalidade é identificar qualquer homem que se desloque para
o objetivo antes de clarear o dia. Esses meios não deverão ser complicados,
porém facilmente identificáveis a alguns metros de distância. Braçadeiras de
pano branco ou materiais fluorescentes são um bom meio de identificação.
Podem ser estabelecidos distintivos para os oficiais e, se possível, para os
sargentos. Tais meios de identificação têm reflexos positivos na segurança
da operação. A não ser que se disponha de meios especiais de
identificação, o comandante de companhia deve distribuir os meios
prescritos imediatamente a todos os homens.
b. O comandante de companhia mantém a segurança do ataque por
destacamentos na frente e nos flancos. Antes do início do ataque, os
destacamentos de segurança se deslocam para suas posições previamente
escolhidas e reconhecidas, para proteger a progressão da companhia. É
ideal que esses destacamentos utilizem equipamentos de visão noturna e

6-45
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

eliminem as patrulhas e os vigias inimigos. Se possível, os destacamentos


de segurança devem dispor de homens que falem o idioma do inimigo. O
efetivo, o número e os dispositivos dos destacamentos de segurança
dependem do inimigo, do terreno e da visibilidade.
c. Em um ataque noturno, a surpresa é obtida pela adoção das
seguintes medidas de sigilo:
(1) A restrição no efetivo e nas atividades das turmas empregadas
nos reconhecimentos e nos outros preparativos para o ataque;
(2) O ataque em hora e em direção inesperadas;
(3) A manutenção das armas carregadas e travadas durante o
deslocamento e somente abrir fogo por ordem;
(4) A total disciplina de luzes e ruídos;
(5) A camuflagem adequada do pessoal e o do material;
(6) O deslocamento em pequena velocidade para que toda a
companhia possa deslocar-se em silêncio e seja mantida a ligação entre os
homens; e
(7) O emprego dos destacamentos de segurança para colocar fora
de combate os postos de escuta e os vigias inimigos, momentos antes das
forças de ataque chegarem a seus locais.
d. O emprego dos carros de combate com a companhia apresenta a
desvantagem da quebra do sigilo e da surpresa. Por isso, normalmente, não
devem ser utilizados nessa situação. Quando o ataque for não iluminado,
podem ser empregados na consolidação dos objetivos. Em um ataque
noturno iluminado ou quando se dispõem de meios optrônicos, as condições
se aproximam das de um ataque diurno.

6-41. EXECUÇÃO

a. Ataque noturno a pé
(1) Base de Fogos
(a) A base de fogos será constituída, como no ataque diurno,
das frações apoio e dos armamentos coletivos das VBTP.
(b) As VBTP e os elementos de cavalaria (quando compondo FT)
deverão balizar durante o dia, ou no período de tempo que antecede ao
ataque, diversas posições de tiro. Após cada série de tiros, as VBTP e/ou os
elementos de cavalaria deverão retrair para uma posição desenfiada e
ocupar uma posição de muda, a fim de que o clarão do disparo não
denuncie a sua posição.
(c) O alongamento dos fogos será executado a partir de um
horário pré-determinado e não pela observação da progressão do escalão
de ataque.

6-46
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(2) Progressão
(a) O escalão de ataque desembarcado desloca-se
furtivamente, transpondo a linha de partida e progredindo a direção do
inimigo na formação pelotões justapostos. Tal dispositivo é mantido até que
seja atingido o ponto de liberação ou seja forçado o desenvolvimento pela
ação inimiga. Se o objetivo estiver próximo da LP ou se for previsto um
iminente contato com o inimigo, poderá ser conveniente a progressão, a
partir da LP, com os pelotões em linha, cada um deles em coluna. Ao ser
atingida a linha de desenvolvimento, ou se o inimigo descobrir o ataque
antes que ela seja alcançada, o assalto será iniciado.
(3) Assalto
(a) O desenvolvimento para o assalto pode ser forçado pela
ação inimiga ou executado quando da chegada à linha de desenvolvimento.
É feito, nesta linha, com rapidez e em silêncio; qualquer parada prolongada
nesta fase do ataque aumenta a possibilidade de quebra do sigilo. Devem
ser tomadas precauções para evitar um assalto prematuro, causado por tiros
feitos a esmo pelo inimigo.
(b) Após o desenvolvimento, a progressão é retomada, até que
seja encontrada resistência inimiga, quando o assalto será iniciado. Nesta
fase, todas as frações assaltantes pressionam com a maior rapidez possível.
(c) Todo esforço deve ser feito para manter a formação em
linha e evitar que se transforme em grupos isolados. Uma ação agressiva do
comando é essencial nessa ocasião.
(d) O assalto, normalmente, é realizado com os pelotões em
linha, para obter a máxima potência de fogo e ação de choque.
(4) Consolidação e reorganização
(a) A fase de consolidação e reorganização é semelhante à
realizada no ataque diurno, necessitando, entretanto, de um planejamento
mais detalhado.
(b) A consolidação começa logo que o objetivo tenha sido
conquistado. Os comandantes de pelotão reúnem seus elementos e os
dispõem em condições de enfrentar os contra-ataques inimigos. As armas
de apoio ficam em condições de bater as prováveis vias de acesso do
inimigo. As VBTP e os elementos de cavalaria cerram para o objetivo por
itinerários balizados pelos pelotões. Ao amanhecer, todos os elementos
deverão estar em posição. Os ajustes finais nas posições das armas são
feitos quando houver luminosidade suficiente para se identificar os objetivos
a serem batidos.
(c) Devem ser incluídos no planejamento do ataque noturno a
pé:
((1)) pontos de ligação entre elementos vizinhos e sinais
de reconhecimento;
((2)) guias para conduzir as VBTP e as armas de apoio
através dos obstáculos para as suas posições finais na consolidação;

6-47
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

((3)) os itinerários de cada fração ou a ordem de


deslocamento; e
((4)) limite para a progressão.
b. Ataque noturno embarcado
(1) Base de Fogos
(a) A base de fogos poderá ser constituída das armas de apoio e
também pelas metralhadoras das VBTP.
(2) Progressão
(a) A formação adotada pelos elementos de manobra será ditada
pelo alcance de seus equipamentos de visão noturna das VBTP, devendo
permitir o controle e a coordenação do escalão de ataque.
(b) Uma progressão cautelosa é essencial para o sigilo. Quando
as frações de assalto atingem o ponto de liberação, à retaguarda da linha de
desenvolvimento, abandonam a formação adotada para o deslocamento
entre a zona de reunião e a PLD, normalmente a formação em coluna,
adotando a formação escolhida para o ataque. Ao atingir a linha de
desenvolvimento, normalmente, será adotada a formação em linha para o
assalto. Os comandantes das VBTP verificam constantemente a direção de
ataque.
(c) A ação das patrulhas ou postos de vigias inimigos podem
forçar o desenvolvimento do escalão de ataque, antes da linha prevista.
(d) Se possível, o escalão de ataque retorna ao dispositivo
previsto inicialmente para o ataque, após a resistência ter sido reduzida.
(e) A progressão poderá ser realizada com as VBTP, em linha,
ou compondo uma FT, com elementos de cavalaria a frente e em linha,
seguidos pelas VBTP.
(f) Os fuzileiros permanecem embarcados até o momento do
assalto, desembarcando durante a progressão, quando necessário, para
apoiar as VBTP na remoção de obstáculos ou na eliminação de armas AC
inimiga. No ataque noturno os fuzileiros, normalmente, desembarcam antes
do Objetivo.
(3) Assalto
(a) Quando os fuzileiros desembarcam das VBTP, torna-se
difícil a manutenção do controle e a coordenação das diversas peças de
manobra, exigindo dos comandantes de pelotão e da companhia um rígido
controle sobre seus homens, uma preocupação constante com as medidas
de coordenação e controle estabelecidas e a identificação amigo / inimigo,
para evitar o fratricídio.
(b) A velocidade dos elementos de cavalaria e VBTP deverá ser
regulada de modo a evitar um excessivo afastamento dos fuzileiros a pé.
Normalmente, se estabelecerá um limite no terreno para a progressão com
vistas a evitar a perda do controle quando o escalão de ataque ultrapassar o
objetivo.

6-48
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(c) No assalto, ruídos (sirene, carros, etc) e tiros traçantes


podem ser empregados, pois causam efeito psicológico desmoralizante
sobre o inimigo e incrementam a ação de choque. Os tiros traçantes devem
ser empregados também para auxiliar na condução do tiro.
(d) Todo esforço deve ser feito para manter a formação em
linha e evitar que se transforme em grupos isolados. Uma ação incisiva do
comando é essencial nessa ocasião.
(4) Ações após a conquista do objetivo
(a) Após a conquista do objetivo, são adotadas medidas
similares àquelas empregadas no ataque coordenado. Preferencialmente, as
VBTP e elementos de cavalaria ocupam posições de tiro à frente do objetivo
conquistado.
(b) A consolidação começa logo que o objetivo tenha sido
conquistado. Os Comandantes de pelotão reúnem seus elementos e os
dispõem em condições de enfrentar os contra-ataques inimigos. As armas
de apoio ficam em condições de bater as prováveis vias de acesso do
inimigo. Ao amanhecer, todos os elementos deverão estar em posição e são
feitos ajustes finais nas posições.

6-42. APOIO LOGÍSTICO


As atividades logísticas da companhia se processarão de forma
semelhante ao ataque diurno, sendo dificultadas pelas condições de
visibilidade reduzida. Isto reforça a necessidade de reconhecimentos
diurnos, previsão de guias e utilização de itinerários pré-estabelecidos para
o deslocamento dos trens e realização das atividades logísticas.

ARTIGO VI
ATAQUE COM TRANSPOSIÇÃO DE CURSO DE ÁGUA

6-43. GENERALIDADES
a. Este artigo trata da companhia de fuzileiros mecanizada,
enquadrada em um batalhão, que tem a missão de atacar transpondo um
curso de água obstáculo, cuja margem oposta é defendida pelo inimigo. A
companhia normalmente participa na conquista e manutenção de uma
cabeça de ponte como ação preliminar da ofensiva.
b. A transposição de um curso de água segue os mesmos
fundamentos das operações ofensivas, com as seguintes particularidades:
(1) Necessidade de equipamento especializado e de pessoal
instruído;
(2) O comando e controle são dificultados em face das restrições
de espaço, trânsito e comunicações; e

6-49
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(3) Reconhecimentos e necessidades de inteligência diferenciados.


c. As ordens preparatórias e de operações do comandante do
batalhão, recebidas pelas companhias, incluem:
(1) Informações sobre o inimigo e sobre o terreno da zona de
transposição;
(2) Missão, posição de ataque, hora e local de transposição, zona
de ação e objetivos da companhia, inclusive medidas de dissimulação tática
para iludir o inimigo;
(3) Plano de fogos de apoio;
(4) Material e pessoal de engenharia para auxiliar a transposição e
onde e quando estarão disponíveis;
(5) Plano de comunicações;
(6) Informações sobre o emprego de fumígenos para cobrir a
operação; e
(7) Plano pormenorizado de controle de trânsito, de suprimentos e
de comunicações e eletrônica.
d. Maiores informações sobre as operações de transposição de curso
de água poderão ser obtidas nos manuais C 31-60 OPERAÇÕES DE
TRANSPOSIÇÃO DE CURSOS DE ÁGUA e C 7-20 BATALHÃO DE
INFANTARIA.

6-44. TIPOS DE TRANSPOSIÇÃO


a. Transposição Preparada - É uma operação de transposição de
um curso de água obstáculo executada após meticuloso planejamento e
amplos preparativos, visando concentrar a força e meios necessários para
desencadear, inicialmente, um ataque na margem oposta. Apresenta as
seguintes características:
(1) É realizada quando a imediata não for possível ou, uma vez
tentada, não tenha tido sucesso;
(2) O inimigo na segunda margem é forte;
(3) É uma operação mais centralizada, exigindo maior coordenação
e controle;
(4) São feitos preparativos e planejamentos minuciosos,
caracterizando uma perda de impulsão pela parada da operação em curso;
e
(5) A linha de partida é a margem amiga do curso de água,
devendo ser ultrapassada pelas unidades envolvidas em uma hora "H"
determinada.
b. Transposição Imediata - É uma operação de transposição de um
curso de água obstáculo, executada com meios já disponíveis ou que

6-50
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

possam ser obtidos em curto prazo, sem interrupção das operações em


curso para preparativos de vulto. Apresenta as seguintes características:
(1) É realizada, normalmente, em continuação a uma ação que já
vem sendo executada, como por exemplo, um aproveitamento do êxito, uma
marcha para o combate, uma perseguição ou um ataque a posições
inimigas antes da primeira margem;
(2) O inimigo na segunda margem é fraco e sua posição não está
bem preparada;
(3) A surpresa, rapidez e audácia que caracterizam essa operação
tornam as unidades blindadas as mais aptas a participarem desse tipo de
transposição;
(4) A LP situa-se bem antes da margem do rio e as unidades a
transpõem a medida que a atingem, sem que seja fixada uma hora "H".
Para tanto, já devem estar de posse dos meios de transposição de assalto
necessários; e
(5) Deve ser tentada, sempre que possível, pois evita a perda da
impulsão na ação ofensiva em curso.
c. A travessia de oportunidade caracteriza-se pela ausência de ação
do inimigo no curso de água, não se constituindo, portanto, em uma das
operações de transposição de curso de água obstáculo.

6-45. RECONHECIMENTO
a. O reconhecimento do comandante da companhia, de preferência
diurno, deverá considerar os seguintes aspectos:
(1) Detalhamento da composição e do dispositivo das tropas
inimigas, especialmente, a localização das armas de apoio inimigas na zona
de ação da companhia;
(2) Itinerários entre a zona de reunião do batalhão e a posição de
ataque da companhia;
(3) Posição de ataque;
(4) Itinerários entre a posição de ataque e o local de transposição.
Para os deslocamentos diurnos devem ser escolhidos itinerários bem
definidos e que possam ser percorridos com facilidade;
(5) Identificação do objetivo da companhia e outras medidas de
coordenação e controle impostos pelo batalhão;
(6) Pontos do terreno que sirvam para orientar o ataque e de
objetivos para os pelotões;
(7) Largura, profundidade e correnteza do curso de água, no local
da transposição, e as condições do seu leito e de suas margens, atentando
para as possibilidades e limitações das VBTP; e
(8) Meios de transposição colocados à disposição da companhia.

6-51
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

b. Os reconhecimentos devem ser coordenados com o elemento de


engenharia de apoio, estabelecendo-se local e a hora de encontro entre os
comandos das frações subordinadas e o pessoal de engenharia, além das
providências sobre guias.

6-46. PLANEJAMENTO
a. Baseado na ordem de operações do batalhão e nos dados
levantados no reconhecimento, o comandante da companhia organiza seu
plano pormenorizado para o deslocamento até o curso de água, para a
transposição e para a ação após a travessia.
b. Durante o planejamento devem ser observadas as seguintes
peculiaridades:
(1) A zona de reunião para a transposição de um curso de água é
semelhante a qualquer outra. Os planos e as ordens para a transposição
são completados nesse local.
(2) Normalmente, a posição de ataque para uma transposição de
um curso de água fica próxima ou junto à zona de reunião final de material
de engenharia, onde a tropa encontra os guias, via de regra, fornecidos pela
engenharia, que a conduzirá até as embarcações de transposição, antes de
atingir a margem em poder das tropas amigas. As características desejáveis
para uma posição de ataque de companhia na transposição de água, são:
(a) Facilidade de identificação à noite ou sob condições de
visibilidade reduzida;
(b) Facilidade de acesso às viaturas ou às turmas que carregam
as embarcações de transposição;
(c) Proximidade de itinerários de acesso ao rio para tropa a pé
que sejam facilmente identificáveis e protegidos contra as vistas e os fogos
do inimigo;
(d) Proximidade do local de transposição escolhido;
(e) Ocultação para a reunião de embarcações e de outros meios
de transposição; e
(f) Terreno favorável à distribuição dos pelotões do escalão de
ataque, paralelamente à frente de transposição, permitindo, desse modo,
que a tropa dirija-se diretamente e sem demora aos pontos de embarque,
largando da margem amiga, simultaneamente, e em toda a frente.
(3) O objetivo inicial da companhia de fuzileiros mecanizada é
determinado pelo comandante do batalhão. Normalmente, é um ponto do
terreno que impede a observação terrestre e tiros diretos do inimigo sobre
os locais de travessia;
(4) A frente de travessia da companhia de fuzileiros mecanizada é
determinada pelo comandante do batalhão, correspondendo, normalmente,
à zona de ação da subunidade. A largura da frente é aproximadamente a
mesma prescrita para o ataque em terreno normal. O comandante da

6-52
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

companhia determina as zonas de ação e os objetivos de seus pelotões,


levando em consideração os seguintes fatores: valor e tipo de resistência
inimiga prevista durante a transposição; condições das margens; largura,
profundidade, velocidade e direção da corrente; quantidade e tipo de
material de transposição disponível. Esses fatores poderão ocasionar
intervalos entre as zonas de ação dos pelotões; contudo, a unidade tática
dos elementos deve ser preservada.
(5) As companhias do escalão de ataque, normalmente, transpõem
o curso de água com os três pelotões de fuzileiros justapostos.
(6) O comandante da companhia divide a sua subunidade em
grupamentos de embarque para o deslocamento da zona de reunião até a
margem oposta do rio.

Obj

rio
LP

LP Frente de
Travessia

100 a 400 m
E

Reunião e preparação P Atq ZRFME


Cia

Avanço para Z Reu


o rio

Fig 6-11. Execução do Ataque com transposição de curso d’água

(7) A companhia deve adotar, no deslocamento até o rio, uma


formação em que os grupamentos de embarque ocupem a mesma posição
relativa em que farão a transposição.

6-53
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(8) Elementos de cavalaria – Caso a companhia de fuzileiros


mecanizada receba elementos de cavalaria em reforço, o batalhão definirá a
hora da transposição, a linha de encontro com os fuzileiros (se for o caso),
seu provável emprego e os meios de transposição. Normalmente os
elementos de cavalaria, antes da transposição, realizam base de fogos para
minimizar a ação inimiga nos locais de travessia e, tão logo seja possível,
realizam a transposição.
(9) Após a transposição, os elementos do batalhão imediatamente
estabelecem a segurança para proteger a execução dos trabalhos de
engenharia.
(10) Após uma rápida reorganização na margem inimiga, procede-
se como em um ataque normal.

6-47. ORDENS
O comandante da companhia transmite suas ordens de forma a
assegurar aos comandantes de pelotão o máximo de tempo para o
reconhecimento e planejamento. A ordem para a transposição é tão
completa, específica e pormenorizada quanto possível. Contém instruções
para o deslocamento da zona de reunião até a margem amiga, para a
transposição do rio e para a conquista do objetivo inicial. Após a conquista
do objetivo inicial, o comandante da companhia geralmente dá ordens
complementares para o prosseguimento do ataque.

6-48. TREINAMENTO E ENSAIO


a. A companhia de fuzileiros mecanizada é submetida a instrução
intensiva, sempre que possível, em áreas de treinamento organizadas à
retaguarda, em local tanto quanto possível semelhante ao das futuras
operações.
b. A duração do treinamento varia com o tempo disponível e o grau de
adestramento da tropa.
c. A área de treinamento deverá ser dotada de material de travessia
idêntico ao que será utilizado nas operações.
d. Os grupamentos de embarque ensaiam suas operações de
embarque e desembarque de preferência com os mesmos elementos de
engenharia que apoiarão cada grupamento durante a transposição.
e. O comandante da companhia verifica cuidadosamente se todos os
homens estão instruídos a respeito da conduta a ser adotada durante a
transposição, inclusive as medidas de segurança e as restrições para a
abertura do fogo.

6-54
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

6-49. EXECUÇÃO
a. Da zona de reunião para a posição de ataque - Após a escolha
da posição de ataque, o comandante da companhia envia guias para fazer
um reconhecimento diurno da sua posição de ataque e dos itinerários a
serem utilizados para o deslocamento da Z Reu para aquela posição.
b. Da posição de ataque para o rio - Ao chegar à posição de ataque,
os guias da engenharia conduzem os pelotões aos locais ou meios de
transposição designados. O deslocamento para o rio é regulado para que
todas as VBTP do escalão de ataque atinjam a margem amiga (LP) ao
mesmo tempo (hora "H"), evitando o retardo de uma nova coordenação.
Todos os itinerários apropriados que levem da posição de ataque ao rio
devem ser utilizados para evitar congestionamento.
c. Ataque após a transposição - Após a transposição, as equipes de
assalto limpam a margem do rio e prosseguem para os seus objetivos. O
fogo direto sobre os elementos que desembarcam na segunda margem,
caso seja eficaz, deve ser neutralizado antes de qualquer reorganização do
escalão de assalto da companhia. O prosseguimento é feito como num
ataque normal, buscando-se conquistar os objetivos previstos e informando-
se a conquista dos objetivos estabelecidos para a companhia, pois permitirá
à engenharia realizar trabalhos técnicos no curso de água.

6-50. COMANDO E CONTROLE


Antes da transposição, os rádios podem permanecer em silêncio para
preservação do sigilo. Com a transposição do escalão de ataque, o silêncio
rádio, normalmente, é suspenso. O rádio, nesta ocasião, torna-se o principal
meio de comunicações entre o comandante da companhia e o batalhão. As
comunicações, tanto para a frente como para a retaguarda, são mantidas
inicialmente pelo rádio, meios visuais e mensageiros.

6-51. APOIO DE FOGO


a. O pelotão de apoio da companhia do escalão de ataque só
participa no apoio de fogo após a transposição do rio. Faz a transposição
com a sua companhia e, após o desembarque na margem oposta, apoia o
ataque.
b. O pelotão de apoio de uma companhia reserva, no início da
transposição, pode ocupar posições na margem amiga para bater objetivos
na margem oposta.
c. A transposição durante o dia, em geral, é feita sob proteção de
uma cortina de fumaça, lançada por artilharia, morteiros e por unidades
químicas.

6-55
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

6-52. APOIO LOGÍSTICO


a. Generalidades
(1) O planejamento para o apoio logístico a uma operação de
ataque com transposição de curso de água é semelhante ao ataque normal.
O principal fator a considerar é a existência do obstáculo que condiciona a
execução do apoio.
(2) O planejamento do subcomandante da companhia deve dar
ênfase ao apoio logístico durante a transposição, mesmo quando o escalão
de assalto estiver separado das instalações de apoio, pelo rio obstáculo.
(3) O subcomandante da companhia deve planejar o momento da
travessia dos meios logísticos para assegurar o apoio contínuo à Cia.
b. Planejamento
(1) As operações de transposição de curso de água exigem
considerações especiais sobre os suprimentos, sobre a evacuação de
saúde e sobre o controle e utilização dos meios de transporte.
(2) A subunidade que executa a transposição, mediante
ultrapassagem, deve se utilizar ao máximo das instalações de apoio
logístico da subunidade ultrapassada.
(3) Inicialmente os suprimentos são transportados através dos
meios descontínuos, ou seja: botes, portadas, viaturas anfíbias e aeronaves.
Assim que as pontes fiquem prontas, o apoio logístico retoma o fluxo
normal.
(4) O planejamento do transporte é feito pelo batalhão, cabendo à
companhia ajustar seus meios. Deve ser dada ênfase especial ao
cumprimento dos planos de movimento e de controle e circulação de
trânsito emitidos pelo batalhão.
c. Execução
(1) A principal preocupação, nos momentos que antecedem ao
ataque, é distribuir a máxima quantidade dos suprimentos à companhia,
permitindo aos trens permanecer embarcados e em condições de transpor o
rio.
(2) Para assegurar uma quantidade suficiente de munição, todos
as VBTP, que não sejam do escalão de ataque, levam consigo uma pesada
carga de munição, sendo aliviadas quando atingem a margem oposta. Um
reforço de munição pode ser lançado pelo ar na margem inimiga. Tão logo a
situação permita, deve ser instalado o P Remn na margem oposta.
(3) Na margem amiga, a evacuação se processa normalmente. Os
homens feridos no escalão de ataque permanecem embarcados e são
evacuados quando possível. Turmas de padioleiros transpõem o rio à frente
do PS, procuram os feridos na margem oposta, tratam de reuni-los e
mantêm a ligação com as companhias do ataque

6-56
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

ARTIGO VII
APROVEITAMENTO DO ÊXITO

6-53. GENERALIDADES
a. É a operação que se segue a um ataque bem sucedido e que,
normalmente, se inicia quando a força inimiga se acha, reconhecidamente,
em dificuldades para manter suas posições. Caracteriza-se por um avanço
contínuo e rápido das forças amigas com a finalidade de ampliar ao máximo
as vantagens obtidas no ataque e destruir a capacidade do inimigo de
reorganizar-se em boas condições.
b. Constitui a fase decisiva da ofensiva. O sucesso da operação
repousa na judiciosa exploração das vantagens iniciais conseguidas pelo
ataque. Visa a destruir a capacidade do inimigo de reconstituir uma defesa
organizada ou de conduzir, ordenadamente, um movimento retrógrado, em
face de uma ameaça de destruição ou captura. A situação do inimigo é de
desorganização, cuja resistência consistirá, em princípio, de retardamento
executado por pequenos elementos, em linhas descontínuas e sem
profundidade.
c. A oportunidade para o início de uma operação de aproveitamento do
êxito deve ser judiciosamente considerada. Constituem indícios capazes de
justificá-la:
(1) visível diminuição da resistência inimiga em pontos importantes da
sua defesa;
(2) aumento do número de prisioneiros de guerra e de material
abandonado pelo inimigo;
(3) ultrapassagem de posições de artilharia e de instalações de
comando e de suprimento.

6-54. FORÇAS EMPREGADAS


a. A operação de aproveitamento do êxito comporta dois tipos de
forças: a força de aproveitamento do êxito e a força de acompanhamento e
apoio.
b. Por exigir grande mobilidade as unidades de infantaria blindadas e
mecanizadas são as mais aptas para esse tipo de operação.
c. A companhia de fuzileiros mecanizada, quando empregada no
aproveitamento do êxito integrará uma das duas forças, podendo ser
reforçada por elementos de cavalaria e/ou engenharia.

6-55. MISSÕES
a. Da força de aproveitamento do êxito

6-57
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(1) Conquistar objetivos profundos na retaguarda inimiga.


(2) Cortar linhas de transporte e de suprimento inimigas.
(3) Barrar ou cortar eixos de retraimento da força cercada.
(4) Cercar e destruir forças inimigas.
(5) Desorganizar a capacidade de comando e de controle do
inimigo.
b. Da força de acompanhamento e apoio
(1) Manter aberta a brecha da penetração realizada pela força de
aproveitamento do êxito.
(2) Assegurar a posse de acidentes capitais de interesse para a
operação.
(3) Limpar o terreno.
(4) Substituir elementos da força de aproveitamento do êxito que
tenham sido deixados à retaguarda.
(5) Auxiliar em atividades de assuntos civis e de prisioneiros de
guerra.
(6) Proteger áreas e instalações à retaguarda da força de
aproveitamento do êxito.
(7) Assegurar a liberação das vias de transporte.
(8) Bloquear o movimento de reservas inimigas para o interior da
área.
(9) Destruir resistências inimigas ultrapassadas.

6-56. CARACTERÍSTICAS
a. Planejamento
(1) Planejamento centralizado;
(2) Missões atribuídas pela finalidade;
(3) Objetivos profundos;
(4) Considera-se como acidentes capitais, além dos objetivos
impostos pelo comandante do batalhão, as passagens contínuas sobre rios
e obstáculos, as passagens obrigatórias, as regiões dominantes, as regiões
capazes de proporcionar segurança, e as regiões favoráveis à rocada de
meios;
(5) As vias de acesso são os eixos disponíveis que demandam aos
objetivos impostos, situados na retaguarda inimiga;
(6) Medidas de controle reduzidas ao mínimo;
(7) O comandante do batalhão dá à companhia o máximo de
liberdade de ação. As ordens do batalhão, em geral, fixam missões, direção
de progressão e objetivos; e
(8) O dispositivo adotado por uma companhia de fuzileiros de
primeiro escalão no aproveitamento do êxito assemelha-se à do escalão de
combate do batalhão vanguarda na marcha para o combate.

6-58
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

b. Execução
(1) Grande descentralização das ações;
(2) Ampla utilização de meios aéreos para reconhecimento e apoio
de fogo;
(3) Progressão rápida, contínua e em larga frente;
(4) Grande ocorrência de combates de encontro e ataques de
oportunidade, por incursões rápidas, golpes de mão e manobras
desbordantes, partindo da coluna de marcha;
(5) Desbordamento e manutenção do contato em fortes pontos de
resistência inimiga;
(6) A força de acompanhamento e apoio segue de perto a força de
aproveitamento do êxito, deslocando-se, à retaguarda e, normalmente, pelo
eixo de progressão principal.
c. Para o estudo mais detalhado a respeito deste tipo de operação,
deve ser consultado o C 17-20 – FORÇAS TAREFAS BLINDADAS.

ARTIGO VIII
PERSEGUIÇÃO

6-57. GENERALIDADES
a. É uma operação destinada a cercar e destruir uma força inimiga
que tenta fugir. É, normalmente, uma extensão do aproveitamento do êxito,
diferindo do mesmo porque sua finalidade principal é a destruição da força
inimiga em desengajamento e não a conquista de um objetivo de terreno.
b. O planejamento e execução de uma perseguição são semelhantes
ao aproveitamento do êxito. Uma vez iniciada, a perseguição se caracteriza
pela audácia e rapidez de ação e é levada a efeito com vigor e
agressividade até o limite da capacidade de resistência das frações.
Restringem-se as medidas de segurança para facilitar a progressão.
Nenhuma oportunidade deve ser dada ao inimigo para reorganizar suas
forças ou sua defesa.
c. Para manter o poder combativo da tropa, os elementos de
perseguição são motorizados e as viaturas e os carros de combate são
utilizados ao máximo, a fim de surpreender e desbordar o inimigo.

6-58. FORÇAS EMPREGADAS


a. Na perseguição, normalmente, são constituídas dois tipos de força:
a força de pressão direta e a força de cerco.
b. As unidades de infantaria blindadas e mecanizadas são mais aptas
para esse tipo de operação.

6-59
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

c. A força de pressão direta tem por missão evitar o desengajamento


do inimigo e impedir que ele se reorganize e prepare novas defesas,
inflingindo-lhe o máximo de perdas. Progride rapidamente ao longo de todas
as estradas disponíveis, destruindo ou ultrapassando pequenos bolsões de
resistência, enquanto que as resistências maiores são reduzidas pelas
unidades de acompanhamento. Desborda para atacar os flancos e
retaguarda dos últimos elementos inimigos, procurando atingir o seu grosso.
d. A força de cerco tem por missão atingir a retaguarda do inimigo e
bloquear a sua fuga de forma que ele seja destruído entre a força de
pressão direta e ela própria. Avança por eixos paralelos aos eixos de
retirada do inimigo. Caso não possa ultrapassar o inimigo, ataca o flanco do
seu grosso.
e. Para o estudo mais detalhado a respeito deste tipo de operação,
deve ser consultado o C 17-20 – FORÇAS TAREFAS BLINDADAS.

ARTIGO IX
OUTRAS AÇÕES OFENSIVAS

6-59. GENERALIDADES
a. Durante a execução de operações ofensivas, quaisquer que sejam
seu tipo ou forma, é comum a realização de outras ações ofensivas que não
caracterizam, necessariamente, novos tipos ou formas de operações
ofensivas.
b. Essas ações ofensivas podem ocorrer em um ou mais tipos de
operações ofensivas e podem, mesmo, representar parte importante em seu
desenvolvimento.

6-60. COMBATE DE ENCONTRO


a. O combate de encontro é a ação que ocorre quando a companhia
em deslocamento, ainda não completamente desdobrada, engaja-se com
uma força inimiga, em movimento ou parada, sobre a qual dispõe de poucas
informações.
b. Ocorre com mais frequência em operações de movimento, como
marcha para o combate, aproveitamento do êxito e perseguição.
c. No combate de encontro, o comandante da companhia pode
adotar, normalmente, com três linhas de ação:
(1) Procurar romper o contato e desbordar a força inimiga;
(2) Atacar diretamente partindo do dispositivo de marcha (ataque
de oportunidade);ou

6-60
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(3) Reconhecer e conter a força inimiga, retardando a ação


decisiva até que o batalhão possa ser empregado em um esforço
coordenado, seja ofensiva, seja defensivamente (ataque coordenado ou
defensiva).
d. O objetivo principal do comandante de companhia, no combate de
encontro, é a obtenção e a manutenção da iniciativa. Sem a iniciativa ele
poderá, apenas, reagir às ações inimigas. O sucesso no combate de
encontro exige que o inimigo seja mantido em uma situação de desequilíbrio
para as ações ofensivas.

6-61. INCURSÃO
a. A incursão é uma ação ofensiva, normalmente de pequena escala,
compreendendo uma rápida penetração em área sob o controle inimigo, a
fim de obter informações, confundi-lo ou destruir suas instalações. Não há
ideia de conquista ou manutenção de terreno.
b. A incursão pode ser realizada pela companhia ou por suas frações,
o planejamento do comandante de companhia assemelha-se ao realizado
para uma infiltração, com a particularidade que a incursão termina com um
retraimento, após o cumprimento da missão.
c. A incursão ocorre em qualquer tipo de operação ofensiva,
particularmente no ataque, no reconhecimento em força e no
aproveitamento do êxito.

6-61
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

CAPÍTULO 7

DEFENSIVA

ARTIGO I
GENERALIDADES

7-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS


a. A defensiva é uma situação temporária adotada por uma força até
que possa tomar ou retomar a iniciativa, pois somente a ofensiva conduz a
resultados decisivos.
b. O defensor emprega todos os meios disponíveis para descobrir uma
vulnerabilidade inimiga e mantém suficiente flexibilidade em seu
planejamento para explorá-la. Deve aproveitar toda oportunidade para
conquistar e manter a iniciativa e destruir o inimigo. A iniciativa é obtida:
(1) Selecionando a área de combate;
(2) Forçando o inimigo a reagir de acordo com o plano defensivo;
(3) Explorando as vulnerabilidades e os erros do inimigo por meio
de operações ofensivas;
(4) Contra-atacando as forças inimigas que tenham obtido sucesso.

7-2. FINALIDADES
As operações defensivas são executadas com uma ou mais das
seguintes finalidades:
a. Ganhar tempo, criando condições mais favoráveis para a ação
ofensiva;
b. Economizar forças em uma área, para possibilitar uma aplicação

7-1
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

decisiva em outra;
c. Reduzir a capacidade de combate do inimigo, infligindo-lhe o
máximo de perdas;
d. Impedir o acesso do inimigo a uma determinada região, detendo-o a
sua frente;
e. Destruir forças inimigas, canalizando-as por meio de uma
combinação de ações de defesa e de retardamento, até que a situação
favoreça uma atuação direta sobre elas; e
f. Proteger ou cobrir a manobra de outra força amiga.

7-3. TIPOS DE OPERAÇÕES DEFENSIVAS


a. As operações defensivas, em seu sentido mais amplo, abrangem
todas as ações que oferecem um certo grau de resistência a uma força
atacante. A operação defensiva pode se apresentar sob dois tipos:
(1) defesa em posição; e
(2) movimentos retrógrados.
b. Na defesa em posição, a infantaria busca enfrentar o inimigo em
uma área previamente organizada, em largura e profundidade, procurando
dificultar ou deter sua progressão, à frente ou em profundidade, e
aproveitando todas as oportunidades para desorganizá-lo, desgastá-lo ou
destruir suas forças.
c. Nos movimentos retrógrados, a infantaria procura evitar o combate
decisivo sob condições desfavoráveis, seja rompendo o contato com o
inimigo, seja retardando-o a fim de trocar espaço por tempo, evitando
sempre empenhar-se em ações que possam comprometer a integridade da
força.

7-4. FORMAS DE MANOBRA TÁTICA DEFENSIVA

TIPOS DE OPERAÇÕES
FORMAS DE MANOBRA
DEFENSIVAS
Defesa de área
Defesa em Posição
Defesa móvel
Ação retardadora
Movimento Retrógrados Retraimento
Retirada

7-2
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

7-5. FUNDAMENTOS DA DEFESA


Na organização e na conduta da defesa de sua zona de ação, o
comandante da companhia de fuzileiros mecanizada se baseia em certos
fundamentos para assegurar o máximo de coordenação entre o dispositivo
da tropa, o terreno e a potência de fogo. Esses fundamentos são:
a. Apropriada utilização do terreno - O terreno é o principal fator na
seleção do traçado do limite anterior da área de defesa avançada (LAADA)
e na localização das forças de combate de um batalhão na área de
segurança, na área de defesa avançada e na área de reserva. O
comandante do batalhão mantém sob controle os acidentes do terreno
essenciais à observação e à manobra da reserva, negando ao inimigo a
utilização de área que possa comprometer o sucesso da defesa. Na
organização da posição, as características defensivas do terreno (cobertas
e abrigos, observação e campos de tiro, obstáculos, dentre outros) devem
ser exploradas ao máximo a fim de colocar o inimigo em situação
desvantajosa e, em melhores condições, manter os acidentes capitais.
Todas as vias de acesso favoráveis ao inimigo e que conduzam ao interior
da posição devem ser levantadas em relação ao valor defensivo do terreno,
a fim de distribuir as forças de combate de modo a barrar a progressão
inimiga ao longo de cada via de acesso. Uma peça de manobra que possua
na sua zona de ação um obstáculo que potencialize o seu poder relativo de
combate poderá ter sua frente ocupada e a defender aumentadas. Cabe
salientar que este obstáculo não deverá permitir um assalto desdobrado do
inimigo e o terreno, onde se encontra a posição de bloqueio, deverá permitir
o emprego dominante de fogos da peça que defende. Neste caso, é
responsabilidade do escalão superior estabelecer, de acordo com a análise
dos fatores da decisão, o quanto estas frentes serão aumentadas.
b. Segurança - O batalhão, bem como seus elementos subordinados
não deve apresentar-se ao inimigo como um alvo fixo e facilmente
identificável. Uma vez que o atacante possui a iniciativa quanto à hora,
local, direção e valor do ataque, o defensor deve lançar elementos de
segurança e, se possível, dispositivos eletrônicos tais como radares de
vigilância terrestre (RVT), para fornecer alerta oportuno da aproximação do
inimigo. As medidas de segurança abrangem: segurança à frente da área de
defesa, segurança de flanco e segurança na área de retaguarda, bem como
a cobertura dos intervalos ao longo do LAADA. Os preparativos que podem
ser pressentidos pelo inimigo e que possam ficar expostos aos seus fogos
antes que o ataque tenha início devem ser executados à noite. É
indispensável a segurança em todas as direções.
c. Apoio mútuo - As forças são localizadas de modo que possam
cumprir a missão atribuída, obter a dispersão adequada à situação e
permitir o recíproco auxílio no combate (Fig 7-1). O apoio mútuo é

7-3
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

estabelecido lateralmente e escalonado em profundidade, impedindo a


infiltração inimiga entre os núcleos, pois o espaço entre os mesmos fica
permanentemente sob observação e batidos por fogos. No escalão batalhão
e companhia a coordenação normalmente abrange a cooperação de fogos
diretos e indiretos. O controle dos intervalos e das brechas entre os
elementos de manobra é executado através de postos de vigilância ou de
escuta, de dispositivos de vigilância eletrônica, obstáculos, fogos previstos e
patrulhas, bem como através do emprego de tropas para deter o inimigo que
tente utilizar-se dos itinerários que penetrem nos intervalos existentes. O
sistema de núcleos é concebido de forma a garantir que a queda de um
deles não provoque o rompimento da posição, ficando o inimigo submetido
aos fogos dos núcleos vizinhos e da retaguarda. Isto posto, o apoio mútuo
entre pelotões será fruto da análise do terreno e do alcance do seu
armamento de dotação. A falta de apoio mútuo entre pelotões do LAADA
exigirá medidas concretas para limitar e/ou destruir o Ini no interior da
penetração, tais como: maior densidade dos obstáculos em profundidade,
fogos de isolamento, posicionamento adequado e emprego oportuno da
reserva, etc.

Fig 7-1. Visualização do apoio mútuo ideal nos núcleos defensivos

d. Defesa em todas as direções - Ainda que a defesa seja organizada


para repelir um ataque frontal, geralmente partido de uma determinada
direção, o batalhão deve ser capaz de se defender contra ataques nos
flancos, ataques aéreos, aeroterrestres, aeromóveis, infiltrações e ataque à

7-4
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

retaguarda por forças guerrilheiras, devendo ser preparados planos


alternativos visando a conter ou limitar tais ataques. Se o terreno permitir, a
defesa em todas as direções é mais economicamente assegurada pela
adequada localização de forças de segurança e pelo emprego de reservas
capazes de atuar em toda a área de defesa. Nas regiões não acessíveis às
viaturas, devem ser empregados elementos de segurança nos pontos
críticos para bater, conter ou fornecer oportunos alertas de aproximação de
forças inimigas, evitando a desorganização da defesa. Um clássico exemplo
de defesa em todas as direções é a defesa circular. Este tipo de defesa
pode ser usado para a proteção de uma instalação ou região, ou de uma
unidade quando isolada.
e. Defesa em profundidade - Uma adequada defesa em profundidade
é indispensável para que o inimigo seja contido e repelido se penetrar na
posição. A profundidade é dada pela organização do terreno, não somente
no LAADA, mas, também, preparando posições de aprofundamento,
localizando a reserva de modo que possa executar contra-ataques e
escalonando obstáculos e fogos (Fig 7-2). A posição deve ser estendida à
frente do acidente capital a ser mantido.

Mec
Mec Mec

Mec
Mec

Mec
Mec
Mec
Mec

Fig 7.2 - Visualização da defesa em profundidade com 02 (duas) Cia Fuz


Mec em 1º escalão e 01(uma) Cia Fuz Mec no aprofundamento.

7-5
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

f. Flexibilidade - O plano de defesa deve favorecer a possibilidade de


pronta reação e imediata retomada da iniciativa a qualquer momento em
que o atacante demonstre vulnerabilidade. Para obter tal possibilidade, o
comandante deve manter uma reserva adequada e localizá-la de modo a
atender ao maior número de alternativas. A mobilidade da reserva e os fo-
gos fornecem ao comandante uma maior liberdade para conduzir o combate
defensivo. Os fogos são planejados de modo que todas as armas de tiro
indireto, e tantas de tiro direto quanto possível, possam concentrar os fogos
contra um ataque inimigo à frente do LAADA e no interior da posição.
g. Máximo emprego de ações ofensivas - Um agressivo
patrulhamento, incursões e contra-ataques estão entre as ações pelas quais
o espírito ofensivo é mantido na defesa. O comandante deve estar atento
para retomar a iniciativa através de uma ação ofensiva e aproveitar ao
máximo a mobilidade dos elementos mecanizados orgânicos ou em reforço.
Os contra-ataques são planejados para desorganizar ataques inimigos, para
desaferrar tropas engajadas quando da execução de movimentos
retrógrados, para destruir o inimigo no interior da posição ou para
restabelecer posições antes que o inimigo possa reorganizar-se ou reforçar
suas forças no interior da penetração.
h. Dispersão - Na organização da defesa o comandante dispõe as
forças de modo a ser o menos vulnerável possível aos fogos do inimigo. A
dispersão deve ser compatível com a necessidade de prover suficiente
massa para o melhor cumprimento da missão, apoio mútuo entre as
unidades vizinhas e constituição imediata de uma força de manobra
ofensiva. Se o terreno e a mobilidade permitirem, a reserva deve ser
desdobrada de modo a minimizar vulnerabilidade aos fogos inimigos.
i. Utilização judiciosa do tempo disponível - O tempo disponível para
planejamento e organização da posição defensiva influirá na decisão do
comandante do batalhão quanto ao emprego da tropa, preparação de
obstáculos, coordenação de fogos e prioridade dos trabalhos. Todo esforço
deve ser feito para que as posições estejam preparadas antes do ataque
inimigo. Para se obter maior eficiência da defesa, a maior parte do tempo
disponível deve ser destinada aos elementos subordinados. A posição deve
ser continuamente melhorada, devendo todo o tempo adicional ser utilizado
neste trabalho.
j. Integração e coordenação das medidas de defesa - O plano de
defesa envolve cuidadosa integração e coordenação do plano de apoio de
fogos e plano de barreiras
(1) Plano de apoio de fogo (PAF)
(a) O plano de fogos é preparado para apoiar os elementos das
três áreas da defesa (forças de segurança, ADA e reserva). Deve assegurar
a máxima eficácia do fogo das armas orgânicas, em reforço e em apoio,

7-6
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

para bater a força atacante durante toda a conduta da defesa.


(b) Os fogos planejados auxiliam o controle de áreas não
ocupadas, cobrem barreiras e apóiam ações ofensivas. Na elaboração do
planejamento de fogos são considerados os aspectos ligados à defesa
antiaérea, tais como: rotas prováveis de aproximação aérea do inimigo,
cobertura ou proteção dos meios de defesa antiaérea, difusão oportuna de
alertas e identificação das aeronaves.
(c) Na defesa contra forças blindadas, o plano de DAC é
considerado na mais alta prioridade e assume primordial importância no
plano de defesa. O plano DAC é intimamente coordenado com o plano de
barreiras de forma a aproveitar da melhor forma os efeitos do terreno e dos
obstáculos sobre os carros de combate e as viaturas blindadas inimigas.
(2) Plano de barreiras
(a) O valor defensivo do terreno é aumentado pelo eficiente
emprego de obstáculos planejados com a finalidade de canalizar, dissociar,
fixar ou bloquear o movimento das forças inimigas. Os obstáculos devem
ser localizados, em relação aos elementos de primeiro escalão, de modo a
serem eficazmente batidos por fogos diretos e indiretos. Normalmente
planejados e executados pelo batalhão, compreendem campos de minas,
obstáculos expeditos (abatises), obstáculos de troncos e vigas, destruições,
bloqueios de estradas, fossos anticarro e obstáculos de arame farpado
(redes táticas, suplementares e de proteção local).
(b) Na preparação destes obstáculos, deve ser evitada a perda
da liberdade de manobra das forças defensoras, particularmente as
mecanizadas. Isto é possível mantendo-se as passagens da tropa
devidamente reconhecidas e, quando ativadas, balizadas pelos elementos
de engenharia. Todo esforço deve ser feito para a manutenção da
integridade dos obstáculos a cargo de uma peça de manobra ou para a sua
reconstrução após um ataque inimigo.

ARTIGO II
DEFESA EM POSIÇÃO

7-6. GENERALIDADES
A defesa em posição é estruturada:
a. Na organização de uma defesa de área a ser mantida a todo custo;
b. No emprego de forças de cobertura à frente para retardar e
desorganizar a progressão do inimigo e iludi-lo quanto à verdadeira
localização da posição defensiva; e
c. No emprego da reserva para limitar as penetrações e desalojar o
inimigo por meio de contra-ataques, caso consiga penetrar na posição.

7-7
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

7-7. FORMAS DE MANOBRA


a. A defesa em posição compreende as seguintes formas de manobra:
(1) Defesa de área (Fig 7-3) e
(2) Defesa móvel.

Direção Provável
de Aproximação do
Inimigo

Mec Mec Mec Mec

Mec Mec Mec

Mec
Mec
Mec

Fig 7-3. A Cia Fuz Mec na Área de Defesa Avançada (ADA)

b. A defesa móvel é uma manobra conduzida pela DE ou escalões


superiores baseada no eficiente emprego do fogo e da manobra para
destruir o inimigo. Um mínimo de poder de combate é empregado na ADA
para alertar o desembocar de um ataque e canalizar a força atacante para
regiões previamente escolhidas e favoráveis a um contra-ataque de
destruição, a ser executado por uma potente força de choque blindada em
reserva. A companhia de fuzileiros mecanizada pode participar da defesa
móvel como parte de uma força maior, sendo empregada para deter a
progressão do inimigo à frente ou em profundidade.

7-8
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

ARTIGO III
DEFESA DE ÁREA

7-7. GENERALIDADES
a. A defesa de área é orientada no sentido da manutenção de uma
região específica ou no sentido de forçar o inimigo a aceitar uma situação
tática desvantajosa para conquistar seu objetivo.
b. Nessa forma de manobra, as posições de primeiro escalão são
fortemente mantidas e todo esforço é feito para deter o inimigo à frente da
posição. Se o inimigo penetrar na posição, deve ser destruído ou expulso
por meio de contra-ataque, com a finalidade principal de retomar o controle
sobre a área de defesa avançada (restabelecimento da posição).
c. O defensor desdobra a maioria de seu poder de combate na área de
defesa avançada, e planeja aceitar um engajamento decisivo ao longo do
limite anterior da área de defesa avançada, apoiado por grande volume de
fogos.

7-8. ORGANIZAÇÃO DA DEFESA


a. A defesa é escalonada em três áreas (Fig 7-4):
(1) Área de segurança;
(2) Área de defesa avançada (ADA); e
(3) Área de reserva.
b. A companhia de fuzileiros mecanizada poderá ser empregada, como
parte de um batalhão de infantaria mecanizado, na área de segurança, na
área de defesa avançada (ADA) ou na área de reserva.
c. Área de Segurança (A Seg)
(1) Delimitação - A área de segurança começa no limite anterior da
área de defesa avançada (LAADA) e se estende para frente e para os
flancos até onde forem empregados elementos de segurança. As forças que
guarnecem esta área constituem o escalão de segurança. A profundidade
da A Seg pode ser limitada, à frente, pela presença de elementos de
segurança do escalão superior.
(2) Missão - A missão do escalão de segurança é:
(a) Dar o alerta oportuno da aproximação do inimigo;
(b) Retardar e desorganizar o inimigo, dentro de suas
possibilidades;
(c) Impedir a observação terrestre e os fogos diretos sobre a
ADA;

7-9
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(d) Iludir o inimigo quanto à verdadeira localização do LAADA;


(e) Realizar ações de contra-reconhecimento; e
(f) Suplementarmente, o escalão de segurança localiza alvos
reais e prováveis para o defensor e pode receber missão de deixar
elementos à retaguarda do inimigo para dirigir fogos, fornecer dados e
desorganizar suas operações.

Mec Mec Mec Mec

Mec Mec Mec

Fig 7-4. Escalonamento da defesa do batalhão de primeiro escalão

(3) Composição - O escalão de segurança é composto por forças


equilibradas de armas combinadas. Pode ser constituído de:
(a) Força de cobertura (F Cob);
(b) Postos avançados gerais (PAG);
(c) Postos avançados de combate (PAC);
(d) Elementos de segurança aproximada; e
(e) Elementos de vigilância aérea.

7-10
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

Fig 7-5. Área de segurança

d. Área de Defesa Avançada (ADA)


(1) Delimitação - A ADA do batalhão se estende para a retaguarda,
desde o LAADA até a retaguarda das companhias de fuzileiros empregadas
em primeiro escalão.
(2) Missão - A missão dos elementos de primeiro escalão é deter o
inimigo à frente da posição, procurando impedir, por meio de fogos e do
combate aproximado, a sua entrada na referida área. Para cumprir esta
missão, os elementos da ADA bloqueiam as Via A disponíveis para o
inimigo, não somente junto ao LAADA mas também em profundidade, a fim
de limitar possíveis penetrações.
(3) Composição – Normalmente são compostas por companhias de
fuzileiros mecanizadas.
e. Área de Reserva (A Res)
(1) Delimitação - A área de reserva, também denominada área de
retaguarda, se estende desde a retaguarda das companhias de primeiro
escalão até o limite de retaguarda do batalhão, se houver.

7-11
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

Fig 7-6. Área de defesa avançada

(2) Missão - As missões da reserva são:


(a) Aprofundar a defesa, limitando as penetrações;
(b) Realizar contra-ataques;
(c) Reforçar ou substituir os elementos da ADA.
(3) Composição - Nesta área são localizadas as SU não
empregadas na ADA. Estas SU constituem a reserva e são mantidas sob o
controle direto do batalhão para emprego na oportunidade e local decisivos.

ARTIGO IV
FORÇAS DA ÁREA DE SEGURANÇA

7-9. FORÇA DE COBERTURA


a. Uma Força de Cobertura (F Cob) é, normalmente, estabelecida pelo
Esc Sp (Ex Cmp ou DE) para proporcionar segurança à frente dos PAG. Por
necessitar de grande mobilidade, em geral esta missão é atribuída às tropas
mecanizadas ou blindadas.
b. Essa força tem a missão de retardar o inimigo, durante um
determinado período, a fim de proporcionar tempo para a preparação da
posição de defesa, através de uma ação retardadora em posições

7-12
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

alternadas ou sucessivas, desorganizar ao máximo as forças inimigas


atacantes e iludi-las quanto à verdadeira localização do LAADA.
c. A Cia fuz Mec agindo como força de cobertura estará enquadrado
em um BI Mec, e agirá de acordo com as determinações do seu
comandante imediato. Normalmente, estará realizando uma ação
retardadora.

7-10. POSTOS AVANÇADOS GERAIS


a. Os postos avançados gerais (PAG) são estabelecidos
aproximadamente de 8 a 12 km à frente da brigada, por ordem do
comandante da divisão. Eles dão maior segurança à frente da posição
defensiva, alertam sobre a aproximação do inimigo, retardam e
desorganizam sua progressão, procurando iludi-lo quanto à real localização
do LAADA.
b. São, normalmente, guarnecidos por um grupamento de armas
combinadas, integrando uma brigada, embora um batalhão reforçado possa
ser designado para guarnecer os PAG. Uma companhia de fuzileiros
mecanizada pode receber uma área para organizar e ocupar na área de
defesa do batalhão empregado nos postos avançados gerais, ou ficar em
reserva.
c. A ordem para os postos avançados gerais pode prescrever que a
sua área de defesa seja mantida por um tempo determinado ou que eles
realizem um ação retardadora. No primeiro caso, a companhia organiza
suas posições como em uma defensiva normal. No segundo caso, aplicam-
se os princípios que regem uma ação retardadora.
d. As tropas de infantaria blindada estão mais aptas a ocuparem os
postos avançados gerais.

7-11. POSTOS AVANÇADOS DE COMBATE


a. Generalidades
(1) Os postos avançados de combate, via de regra, ficam situados
entre 800 e 2.000 metros à frente do LAADA.
(2) Constituem o elemento de segurança da brigada. Sua missão
principal é proporcionar o alerta oportuno quando da aproximação do
inimigo e impedi-lo de realizar a observação terrestre aproximada e os fogos
diretos sobre o interior da área de defesa. Dentro de suas possibilidades,
retardam e desorganizam o inimigo e se esforçam para iludi-lo quanto à real
localização do LAADA. Aumentam a segurança da posição defensiva e
obtêm dados oportunos acerca do inimigo, infligindo-lhe o máximo de
baixas, sem se engajarem em combate aproximado.
(3) A responsabilidade pela organização e ocupação da sua posição

7-13
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

pode ser atribuída a uma companhia de fuzileiros mecanizada dos


batalhões de primeiro escalão (geralmente a reserva) ou a elementos do
batalhão reserva. O efetivo dos postos avançados de combate em cada
batalhão varia desde um pelotão de fuzileiros mecanizado reforçado até
uma companhia de fuzileiros mecanizada reforçada com morteiros do Btl,
armamento AC e carros de combate.
b. Organização
(1) Os postos avançados de combate são constituídos de uma série
de postos de vigilância, cujos efetivos variam de uma esquadra a um
pelotão de fuzileiros mecanizado reforçado. Esses postos organizam
núcleos de defesa em acidentes do terreno que permitam boa observação
em profundidade, ofereçam extensos campos de tiro e proteção aproximada
às armas de apoio pelos fuzileiros (Fig 7-7).

Mec

Mec
Mec
Mec Mec
Mec

Mec

Mec

Mec

Mec

Mec

Fig 7-7. O Pel Fuz Mec (+) ocupando o PAC com representação de 1 (um)
itinerário de retraimento.

(2) As posições são organizadas em frentes normais, separadas


uma da outra de modo a permitir a ligação mútua pela vista. Caso isso não
seja possível, a ligação entre os núcleos é mantida por meio de patrulhas ou
outros meios de comunicações. Vigias e patrulhas são empregados à frente,
nos flancos e atrás para proporcionarem segurança nos postos de
vigilância. Faz-se patrulhamento entre os postos e os vigias durante os
períodos de visibilidade reduzida. As armas são instaladas onde se
disponha de campos de tiro extensos e os homens ocupam locais que

7-14
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

ofereçam o máximo de observação, o que, em geral, é conseguido na crista


topográfica do acidente do terreno organizado.
(3) Além das vantagens já expostas, tal localização facilita o
retraimento. Geralmente, não há necessidade de pontos de apoio nem são
previstos os fogos à frente da posição dos postos avançados de combate,
porque eles retraem antes que o atacante cerre o contato. As comunicações
para a retaguarda são mantidas por meio de telefone, rádio e mensageiros.
Os itinerários de retraimento são escolhidos e reconhecidos, e todos os
homens tomam conhecimento do plano de retraimento.
c. Conduta - Quando não há tropa amiga à frente dos postos
avançados de combate, o contato com o inimigo é mantido por meio de
patrulhas. As armas executam tiros longínquos, procurando infligir o máximo
de baixas e desorganizar o inimigo. À medida que o inimigo progride,
aumenta a continuidade e densidade de fogos que recebe. O comando
imediatamente superior é cientificado da aproximação das forças inimigas e
é sempre informado da evolução da situação. Se o atacante chegar à
distância de combate aproximado ou ameaçar um desbordamento, o posto
retrai.
d. Retraimento
(1) A decisão de retraimento, normalmente, é tomada pelo
comandante do batalhão ou da brigada. Contudo, o comandante do posto
avançado pode ser autorizado a tomar essa decisão.
(2) São utilizados itinerários de retraimento, previamente
designados e reconhecidos, que ofereçam o máximo de coberta e
ocultação. Tais itinerários não devem prejudicar a execução dos tiros
rasantes das armas instaladas na posição defensiva e, se possível,
procuram esconder ao inimigo a verdadeira localização dessa posição.
(3) Preparam-se diversos planos para o retraimento. Em princípio,
as frações menos engajadas retraem em primeiro lugar. Já que a distância
da posição defensiva é curta, não há, geralmente, posições retardadoras
intermediárias e o retraimento é feito diretamente para o interior da posição.
Os elementos amigos são mantidos informados sobre o curso do
retraimento.

ARTIGO V
COMPANHIA DE FUZILEIROS MECANIZADA DA AREA DE DEFESA
AVANÇADA

7-12. MISSÃO
A missão da companhia de fuzileiros mecanizada da área de defesa
avançada é, com o apoio de outros elementos, deter o inimigo pelo fogo à

7-15
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

frente do LAADA, e, caso ele atinja esse limite, repelir o seu assalto pelo
combate aproximado e, excepcionalmente, expulsá-lo por meio do contra-
ataque.

7-13. NORMAS DE COMANDO – POREOF


a. Providências Iniciais
(1) Durante as providências iniciais, o comandante de companhia
deverá retirar as dúvidas que porventura ainda tenha. Realiza um
planejamento inicial do tempo disponível, buscando deixar o maior tempo
possível para os elementos subordinados.
(2) Como os comandantes dos elementos de apoio e vizinhos, em
geral, estão presentes na ocasião em que o comandante da companhia
recebe a ordem de defesa do batalhão, ele aproveita este momento para
realizar as ligações necessárias a um entendimento com aqueles
comandantes no sentido de assegurar a coordenação das ações.
(3) Nesta fase, o comandante da companhia realiza a análise da
missão recebida e prepara o plano inicial de defesa. Este plano serve de
base para futuras ações e dá uma orientação inicial aos comandantes
subordinados e aos elementos de apoio para que possam iniciar
determinados trabalhos antes da expedição da ordem da companhia. Ele
contém disposições gerais e as missões da tropa e das armas de apoio
dentro da zona de defesa da companhia.
(4) Realiza o planejamento e expede ordens para o deslocamento
de tropa, com a devida antecedência, auxiliando o controle e assegurando a
chegada a tempo da tropa à posição defensiva. Esse deslocamento,
normalmente, é controlado pelo seu subcomandante.
(5) Fixa a hora em que a ordem será emitida. Ao escolhê-la, leva em
consideração o tempo total disponível, o tempo necessário para um
reconhecimento adequado por parte de seus comandantes subordinados e
para a efetiva preparação da posição. Ele dá tempo suficiente para o
preparo das posições, mesmo que isso possa prejudicar a minuciosidade do
seu reconhecimento.
(6) Designa os elementos que, além dos comandantes de pelotão
de fuzileiros mecanizados orgânicos e das peças de manobra em reforço,
irão receber a ordem de defesa da companhia. Estes poderão ser os
observadores avançados de artilharia e de morteiros, o auxiliar das
comunicações e os comandantes de frações de armas de apoio localizadas
dentro da zona de ação da companhia.
b. Observação e planejamento do reconhecimento
(1) O comandante da companhia escolhe um posto de observação
do qual toda ou pelo menos a parte mais importante da área de defesa da
companhia possa ser vista. Pode, também, designar este posto como o
local em que posteriormente emitirá sua ordem.

7-16
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(2) Antes de iniciar o reconhecimento do terreno, faz um ligeiro


reconhecimento na carta, determina os locais a serem percorridos e escolhe
o itinerário. Seu reconhecimento é tão minucioso quanto o tempo permitir,
devendo percorrer o terreno a ser defendido, dispensando maior atenção
aos pontos mais importantes. Dá a conhecer seu itinerário para que possa
ser encontrado com rapidez.
c. Reconhecimento
(1) O comandante da companhia faz o seu reconhecimento pessoal
do terreno. Sempre que possível, deve ser acompanhado pelo comandante
do pelotão de apoio e demais elementos que julgue necessários. Em
primeiro lugar, identifica precisamente sua zona de ação e as vias de
acesso que incidem em sua posição no LAADA, em profundidade e nos
flancos. A partir de então, conduzirá a análise por faixas do terreno.
(2) Estuda o terreno imediatamente à frente da posição para
verificar, dentre outros aspectos:
(a) Regiões que ofereçam cobertas e abrigos para o inimigo,
permitindo sua utilização como posições de ataque, bases de fogos de
armas de tiro curvo e desdobramento de PC, instalações logísticas e
reserva;
(b) Regiões que podem ser utilizadas pelo inimigo como bases
de fogos de tiro tenso;
(c) Itinerários cobertos e abrigados que podem ser utilizados pelo
inimigo para abordar a posição e posições de desenfiamento para
armamento coletivo;
(d) Obstáculos naturais e terrenos descobertos de passagem
obrigatória para o inimigo;
(e) Acidentes dominantes do terreno que possam ser utilizados
como postos de observação inimigos e zonas no interior da posição de
resistência expostas às vistas do inimigo;
(f) Itinerários desenfiados para retraimento dos postos
avançados.
(3) Estuda, pormenorizadamente, o terreno no interior da zona de
defesa para determinar, dentre outros aspectos:
(a) Posicionamento dos núcleos de defesa dos pelotões da
companhia, permitindo bloquear em melhores condições as vias de acesso
do inimigo;
(b) Locais dos armamentos AC e dos morteiros;
(c) Locais dos postos de observação e de comando da
companhia;
(d) Itinerários das comunicações e dos suprimentos;
(e) Coordenação com os elementos vizinhos e com os elementos
das armas de apoio ou de guerra eletrônica que podem ser instalados
dentro da zona da companhia;

7-17
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(4) Quando o tempo é restrito, o comandante da companhia pode


dar sua ordem sem fazer um reconhecimento minucioso do terreno. Nesses
casos, ele o faz utilizando o melhor posto de observação ao seu alcance, ou
apenas baseando-se no seu estudo da carta. Os ajustamentos visando
melhorar a coordenação e a organização tática são feitos logo que a
situação permita.
d. Estudo de Situação
(1) Após completar seu reconhecimento, o comandante da
companhia prossegue com seu estudo de situação onde consolida as
informações levantadas em seu estudo do terreno, das condições
meteorológicas e do inimigo. Formula e analisa linhas de ação para
organizar sua posição defensiva, realizando uma rápida comparação entre
elas e chegando a uma decisão.
(2) Durante seu estudo de situação, o comandante da companhia
poderá ser assessorado pelos elementos de apoio recebidos, os quais
poderão passar informações importantes como locais favoráveis ao
emprego de fogos de artilharia e locais onde serão lançados os obstáculos
artificiais determinados pelo escalão superior. Estas informações adicionais
servirão como auxílio para montar suas linhas de ação.
e. Ordens - Após chegar a uma decisão, o comandante da
companhia faz as modificações necessárias em seu plano inicial, oriundos
do reconhecimento do terreno e do seu estudo de situação e expede, então,
a ordem de defesa da companhia, dando conhecimento ao comandante do
batalhão do seu plano de defesa.
f. Fiscalização- Após a emissão da sua ordem, o comandante da
companhia fiscaliza a organização pormenorizada da área de defesa da
companhia.

7-14. ORDEM DE DEFESA DA COMPANHIA DE FUZILEIROS


MECANIZADA
a. O comandante da companhia baseia sua ordem de defesa na
ordem do batalhão, nas propostas apresentadas por seus comandantes de
frações e no seu próprio estudo da situação (para modelo de uma ordem de
defesa da companhia, ver o Anexo A).
b. A ordem é transmitida verbalmente e compreende o seguinte:
(1) Informação sobre o inimigo, inclusive direção e hora em que um
ataque pode ser esperado. Informações sobre os elementos amigos, de
apoio e vizinhos;
(2) Missão da companhia;
(3) Missões e núcleos de defesa de cada pelotão de fuzileiros
mecanizado, incluindo o setor defensivo de cada pelotão;

7-18
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(4) Posições e missões dos armamentos AC, dos morteiros e de


quaisquer outras armas postas em reforço à companhia, podendo designar
alvos prioritários ou direções principais de tiro para as armas coletivas;
(5) Controle do tiro, inclusive os pormenores relativos aos pedidos
de desencadeamento de fogos de proteção final;
(6) Medidas de segurança;
(7) Ordem de urgência nos trabalhos de OT e a hora em que
deverão estar prontos;
(8) Localização dos campos de minas e de outros obstáculos;
(9) Remuniciamento e outras medidas administrativas;
(10) Local do posto de socorro do batalhão e refúgio de feridos da
companhia;
(11) Modificações ou aditamento às NGA (por exemplo: segurança
anticarro, tipo de espaldões e medidas de higiene);
(12) Posto de comando e de observação; e
(13) Instruções sobre as comunicações.

7-15. ZONA DE AÇÃO DA COMPANHIA DE FUZILEIROS MECANIZADA


a. Frente
(1) O comando do batalhão fixa as frentes de suas companhias de
primeiro escalão de acordo com o valor defensivo e a importância relativa
de suas áreas de defesa. Normalmente, uma companhia de fuzileiros
mecanizada da área de defesa avançada recebe uma frente normal a
ocupar de 1.400 a 1.800 metros (Fig 7-8).

1400 a 1800

Fig 7-8 – Zona de ação de uma Cia Fuz Mec

7-19
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(2) Quando uma companhia ocupa uma região capital de defesa,


ou tem observação deficiente e campos de tiro limitados, como em terreno
coberto ou acidentado, sua frente aproxima-se do menor limite citado.
Quando o terreno oferece maiores campos de tiro e melhor observação, a
frente pode aproximar-se do limite máximo. Em condições excepcionais,
como em terreno plano e limpo, ou quando houver obstáculos naturais ao
longo da frente, que venham reforçar a defesa, a companhia poderá receber
uma frente superior a 1.800 metros.
b. Profundidade
(1) A profundidade da área de uma companhia da área de defesa
avançada, normalmente, não excede a 1.000 metros. Esta profundidade
pode ou não englobar as instalações logísticas da companhia, dependendo
do terreno e das possibilidades do inimigo.
(2) A área de segurança aproximada à frente do LAADA raramente
vai além de 500 metros.
c. Limites
(1) O comandante do batalhão fixa a área de responsabilidade de
cada companhia de fuzileiros mecanizada da ADA por meio de limites. A
extensão destas linhas indica até onde se estende a responsabilidade da
companhia à frente e à retaguarda (Fig. 7-9). Os limites devem ser fixados
de sorte a favorecer a defesa e a colocar os acidentes capitais do terreno
(cristas, elevações) e as vias de acesso perigosas sob a responsabilidade
de um só elemento.
(2) No nível subunidade, não há uma divisão da Z Aç da
companhia para os Pel Fuz Mec, o que ocorre é uma distribuição de faixas
do terreno a defender, sob responsabilidade de cada comandante de
pelotão.
d. Pontos-limite
(1) Os pontos ao longo do LAADA onde cessa a responsabilidade
de um elemento e tem início a de outro chamam-se pontos-limite.
(2) Estes pontos fixados pelo comando superior, têm duas
finalidades principais para as companhias de fuzileiros mecanizada de
primeiro escalão: balizar o traçado geral do LAADA e designar o local, no
terreno, onde os comandantes vizinhos devem coordenar seus planos de
defesa a fim de assegurar o apoio mútuo de suas áreas.
(3) Não há necessidade de ocupar-se o ponto-limite com elemento
de tropa.

7-20
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

Mec
Mec
Mec

Mec
Mec

Mec
Mec
Mec
Mec

Fig 7-9. Limites laterais e de retaguarda das Cia Fuz Mec na ADA

7-16. ORGANIZAÇÃO DA ÁREA DE DEFESA AVANÇADA


a. Distribuição dos pelotões
(1) Os pelotões de fuzileiros mecanizados são empregados no
interior da área de defesa da companhia, de acordo com a mais correta
aplicação dos fundamentos de defesa. Via de regra, isso é conseguido com
o emprego de dois pelotões de fuzileiros no LAADA e um em reserva. Esses
pelotões são dispostos de modo a defenderem as vias de acesso e a cobrir
outras partes da área de defesa da companhia com fogos e com a
observação.
(2) Os elementos do pelotão de apoio são instalados dentro da
área de defesa da companhia, onde melhor possam cumprir suas missões
de tiro e serem protegidos pelos elementos de fuzileiros. Em geral ficam
localizados no interior dos núcleos de defesa dos pelotões.
b. Pelotões do limite anterior da área de defesa avançada
(1) Localização – As posições dos pelotões do LAADA devem ser
organizadas junto à crista militar da elevação a defender, de forma a obter-

7-21
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

se uma boa observação aproximada e campos de tiro rasantes para as


armas de tiro tenso. (Fig 7-10 e Fig 7-11)

Direção de
Aproximação do
Inimigo
A – Contra-encosta
B – Crista topográfica
C – Crista militar
Linha de observação e trajetória de tiro tenso

Fig 7-10. Rasância do armamento de tiro tenso obtida da crista militar.

Fig 7-11. Núcleo de posição defensiva.

(2) Frente a defender e ocupar


(a) A largura da frente a defender do núcleo de defesa do
pelotão de primeiro escalão é função de vários fatores, quais sejam: campos
de tiro, obstáculos e fogos de apoio. Normalmente, é de 700 a 900 m.
(b) Em virtude de sua possibilidade de cobrir uma zona pelo
fogo, um pelotão ocupa uma área de 400 metros (Fig 7-12)
(c) Quando armas de apoio são instaladas no interior da zona
de um pelotão, a frente ocupada pode ser aumentada de acordo com o
terreno. Normalmente para cada arma de apoio recebida a frente defendida
é aumentada em até 25 m.
(3) Intervalos
(a) Os intervalos entre os pelotões variam de acordo com o
terreno e com o fogo que os cobre. Estes intervalos são influenciados pelos

7-22
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

seguintes fatores: observação, campos de tiro, possibilidade do pelotão


reserva bater os intervalos, apoio mútuo entre pelotões vizinhos do LAADA
e dispersão.
(b) A fim de evitar que dois núcleos não sejam atingidos por
uma única concentração de artilharia ou de morteiro, via de regra, o
intervalo entre os pelotões de fuzileiros no LAADA terá uma distância
mínima de 200 metros (podendo ser menor caso a situação imponha), e
uma distância máxima de 500 metros a fim de permitir o apoio mútuo entre
estes núcleos.
(4) Responsabilidades
(a) O comandante da companhia deve evitar a divisão da
responsabilidade da defesa de uma via de acesso do inimigo entre dois
pelotões.
(b) Para que seja possível cobrir toda a área de defesa com os
fogos dos fuzileiros, estes recebem setores de tiro bem definidos. A
dimensão de cada setor depende: da frente da zona de defesa; da
existência de vias de acesso perigosas; das condições favoráveis do terreno
para os postos de observação do inimigo.

400 m 50 a
A 300 m
LAADA LAADA

Distâncias dos intervalos :


A – mínima de 200 m e máxima de 500 m

Fig 7-12 Dimensões e distâncias de apoio mútuo dos Pel Fuz Mec da
ADA

(5) Graus de resistência


(a) Generalidades - Os graus de resistência que podem ser
empregados na ADA, conforme o nível de engajamento admitido com o
inimigo são, do maior para o menor, defender, retardar e vigiar. Em uma
defesa de área, em princípio, deve-se adotar o “defender” em todas as vias

7-23
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

de acesso. Não caberá ao comandante da companhia definir qual grau de


resistência será adotado, entretanto ele poderá receber ordem do batalhão
para, em uma parte da sua zona de ação, empregar um grau de resistência
menor que o defender na região do contato, geralmente uma frente
secundária com terrenos restritivos ou impeditivos à frente do LAADA. Nas
posições ocupadas pelo pelotão reserva da companhia da ADA e na área
da companhia reserva deve sempre ser adotado o grau de resistência
defender.
(b) Retardar
((1)) Um pelotão de fuzileiros mecanizado que retarda o
inimigo em determinadas Via A combate através do fogo, procurando
desorganizar e deter o ataque inimigo, sem se engajar decisivamente em
combate. Isto ocorre quando o pelotão recebe mais de uma Via A de
companhia para bloquear.
((2)) A tropa que retarda só deve retrair quando estiver sob
ameaça de engajamento decisivo e mediante ordem do escalão superior. Ao
evitar este engajamento, o comandante retrai através de uma ou mais
posições de bloqueio mais à retaguarda onde a reserva possa barrar o
inimigo em melhores condições.
((3)) A frente ocupada pelo pelotão de fuzileiros mecanizado
que está retardando poderá variar de 1000 até 1500 metros, com a distância
entre os Fuz Mec aumentando substancialmente. Nesta situação, os Fuz
Mec não mais ocupam a crista militar das elevações; passam a guarnecer a
crista topográfica, visando engajar o inimigo o mais longe possível e
também facilitar o desengajamento próprio. É importante ressaltar a
necessidade de se manter as viaturas dos pelotões com o desenfiamento de
couraça ou torre dentro das possibilidades do terreno evitando se tornarem
alvos fáceis as armas AC do inimigo. Não sendo possível deve-se aproveitar
ao máximo a proteção das copas das árvores, para evitar observação de
aeronaves, e o restante da cobertura vegetal para camuflagem da posição
da viatura.
(c) Vigiar
((1)) Um pelotão de fuzileiros que vigia determinadas Via A
cumpre sua missão estabelecendo uma série de postos de vigilância
complementados por patrulhas, para detectar a presença do inimigo. A força
que vigia provê sua própria segurança e, se pressionada, retrai, mantendo
permanente contato com o inimigo.
((2)) Via de regra, esta tropa não ocupa uma posição
preparada à retaguarda da faixa do terreno que vigia devido às dificuldades
impostas pelo terreno, dispositivo disperso e pelo inimigo que avança.
Normalmente esta fração se reorganiza à retaguarda de uma zona de
reunião e reforça a reserva do batalhão.
((3)) Este grau de resistência geralmente será determinado
pelo batalhão face a existência de áreas passivas (exemplo: regiões

7-24
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

alagadiças) à frente do LAADA ou pela existência de regiões que não


favoreçam a ocupação de posições de bloqueio (inexistência de alturas
favoráveis).
((4)) Os pelotões de fuzileiros mecanizados, quando
recebem a missão de vigiar uma determinada VA, cumprem sua missão
ocupando uma frente de até 3 Km. Também ocupará a crista topográfica
das elevações e seguirá as mesmas orientações anteriores quanto ao
desenfiamento e camuflagem das viaturas.

c. Pelotão reserva
(1) A missão principal do pelotão reserva é apoiar pelo fogo os
pelotões do LAADA, limitando possíveis penetrações no dispositivo
defensivo da companhia. O terreno, raramente permite que o pelotão
reserva atire à frente desses pelotões. Por isso, o apoio de fogo consiste em
bater os intervalos entre os pelotões do LAADA, o interior dos seus núcleos
de defesa no caso de uma penetração do inimigo, os flancos e a parte
posterior da área de defesa.
(2) O pelotão reserva fica localizado no terreno que tenha maior
valor defensivo, atrás dos pelotões do LAADA e no interior da área de
defesa da companhia, de onde possa obter melhores vistas e campos de
tiro para o cumprimento de suas missões. A sua posição é organizada a
uma distância máxima de 500 metros entre a sua frente e a retaguarda dos
pelotões do LAADA, para permitir o apoio de fogos de fuzil, e a uma mínima
de 200 metros, entre a sua frente e a retaguarda dos últimos elementos dos
pelotões do LAADA, para evitar os tiros diretos do inimigo dirigidos contra
estes (Fig 7-12). A existência de áreas cobertas à frente e nos intervalos da
posição defensiva admite uma redução nestes intervalos. Estas variações
serão determinadas pelo comandante da companhia após a análise dos
fatores da decisão.
(3) Se o terreno permitir, o pelotão reserva organiza uma única
posição para cumprir sua missão (Fig 7-12). Entretanto se, devido às
condições do terreno, o pelotão reserva não puder cumprir a sua missão de
uma única posição e existirem itinerários cobertos (naturais ou artificiais)
dentro da zona de ação, mais de uma posição poderá ser organizada (Fig 7-
13). O pelotão, então, ocupará a posição preparada que fizer face à ameaça
mais provável do inimigo e fica em condições de deslocar-se para outras
posições, mediante ordem, particularmente para reagir face a linha de ação
mais perigosa do inimigo, levantada pelo S2 do batalhão.

7-25
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

Mec Mec

Mec Mec

Fig 7-13 – Companhia com mais de uma posição de aprofundamento

(4) Quando não for possível aprofundar toda a frente da posição


principal do Pel Reserva, o pelotão de fuzileiros mecanizado poderá, ainda,
organizar sua posição da seguinte forma (Fig 7-14):
(a) São preparadas posições suplementares nos flancos da
área de defesa da Cia e à retaguarda dos Nu Def de primeiro escalão,
(b) São preparados itinerários para as posições suplementares
e para os núcleos secundários;
(c) O Pel poderá destacar elementos para prepararem núcleos
independentes quando necessário;
(d) Normalmente o Pel reserva é empenhado em contra-
ataques limitados para restabelecer núcleos de GC (Fig 7-15);
(e) O Pel reserva poderá estar embarcado ou desembarcado,
mas deve estar sempre em condições de realizar as ações dinâmicas da
reserva.
(5) Quando o terreno exige a organização de mais de uma
posição, sem apresentar itinerários cobertos que as liguem, pode ser
arriscado o deslocamento do pelotão reserva após o início do combate pelo
fogo. Neste caso, pode ser necessário dividi-lo a fim de que ele ocupe mais
de uma posição. A integridade dos grupos de combate deve ser mantida.
(6) O batalhão poderá assumir a responsabilidade de preparar um
dos núcleos defensivos de aprofundamento e prever o emprego da reserva
para aprofundá-lo em caso de penetração inimiga. Em função do valor
defensivo da zona de ação atribuída à companhia, o batalhão poderá,
ainda, reforçá-la com um pelotão de fuzileiros para que a companhia ocupe,
simultaneamente, as duas posições de aprofundamento.

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

Fig 7-14 – O pelotão de fuzileiros mecanizado (reserva) aprofundando a


defesa

Fig 7-15 – Esquema de manobra do pelotão de fuzileiros reserva em um


contra-ataque para restabelecer o LAADA.

7-17. PREPARAÇÃO DA POSIÇÃO DEFENSIVA


a. A preparação da área de defesa da companhia é limitada apenas
pelo tempo e pelos meios disponíveis. A ordem do batalhão fixa a ordem de

7-27
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

urgência e os prazos para a execução dos trabalhos. Estes trabalhos podem


compreender:
(1) Posicionamento e camuflagem das VBTP, preparação de
espaldões para as armas e de abrigos individuais;
(2) Limpeza dos campos de tiro;
(3) Lançamento de minas anticarro, armadilhas e dispositivos de
vigilância e alarme;
(4) Construção de redes de arame e de outros obstáculos;
(5) Preparação de itinerários para suprimento, comunicações e
evacuação.
b. Na ausência de instruções especiais, os homens cavam
primeiramente seus abrigos individuais (para o homem de pé) e os
espaldões das armas coletivas. Enquanto estão sendo construídos os
espaldões, as VBTP e as armas coletivas ocupam posições de tiro
provisórias, nas proximidades das posições definitivas. Utilizam-se ao
máximo as cobertas e os abrigos naturais e artificiais contra a observação e
os tiros, tanto terrestre como aéreos. Uma rede de arame de proteção é
colocada em toda a volta de cada núcleo de defesa das pequenas frações e
uma rede de arame tática é instalada à frente da posição da companhia.
Normalmente, alguns desses trabalhos, como lançamentos de campos de
minas e construção de obstáculos, são executados ou fiscalizados por
elementos especializados de outras unidades ou frações.
c. A organização de zonas expostas ao fogo ou bombardeio aéreo
inimigo, muita vezes, só pode ser feita durante o dia, parceladamente e com
os homens bem dispersos. Se isso for impraticável, a organização das
posições é suspensa até o escurecer. Deve-se construir tetos para abrigos e
espaldões, a fim de dar proteção não só contra os fogos inimigos como
também dos fogos amigos de apoio imediato de artilharia e morteiros.
d. A eficácia das armas de tiro direto depende de seus campos de tiro.
O defensor deve procurar rasância e profundidade para uma melhor eficácia
de seus fogos. Quando esses não são bons, são melhorados, cortando-se
ou queimando-se moitas, arbustos e troncos, podando-se galhos e árvores,
destruindo-se edifícios e construindo-se “túneis de tiro” através dos
bosques. A limpeza dos campos de tiro não deve revelar ao inimigo a
localização da posição ou prejudicar sua ocultação. A organização do
terreno que oferece bons campos de tiro (terreno descoberto e plano) exige
menor número de homens e de meios do que a do terreno coberto, com
campos de tiro deficientes.
e. A prioridade de trabalhos estabelece um método para se controlar a
preparação da defensiva. A prioridade deve estar prevista nas NGA do Btl,
podendo ser alterada de acordo com a situação. Por ocasião da expedição
da ordem o comandante de companhia deve confirmar esta prioridade.

7-28
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

f. Segue abaixo um exemplo de prioridade de trabalhos:


- Estabelecimento de patrulhas de reconhecimento e segurança;
- Estabelecimento da segurança local para os trabalhos;
- Entrada em posição das VBTP e das armas coletivas e designação
dos setores de tiro;
- Designação da linha de proteção final;
- Limpeza dos campos de tiros;
- Ajustagem dos fogos de proteção final (tiro curvo);
- Estabelecimento das ligações fio;
- Lançamento de obstáculos e campos de minas;
- Preparação de espaldões e abrigos individuais;
- Preparação das posições de muda e suplementar;
- Estabelecimento de medidas de controle que se fizerem
necessárias;
- Ajuste e melhora das posições.

7-18. CONSTRUÇÃO DE OBSTÁCULOS NA ADA


a. Os obstáculos poderão ser construídos pelos engenheiros ou pelas
companhias de fuzileiros dos batalhões de 1o escalão a fim de apoiar a con-
cepção de defesa do comandante e de aumentar o efeito dos fogos da
companhia. Para obter melhores resultados, são empregados em profundi-
dade e os já existentes são reforçados para aumentar a sua eficiência. São
lançados com o objetivo de canalizar, dissociar, fixar ou bloquear as forma-
ções inimigas.
b. Obstáculos táticos são posicionados para aumentar a eficiência
dos fogos da companhia. A rede de arame tática é, usualmente, posicionada
ao longo da LPF, de maneira que a sua face exterior seja batida pelos fogos
das metralhadoras dos pelotões (Fig 7-16).
c. Os campos de minas táticos podem ser integrados com as redes
táticas ou usados separadamente, devendo ser demarcados. Devem ser
colocados guardas junto aos campos de minas para evitar acidentes com
tropas e VBTP amigas. O retraimento dos guardas localizados à frente do
LAADA é feito após o dos elementos de segurança.
d. A companhia constrói obstáculos de proteção local para destruir o
assalto final do inimigo. Assim como os obstáculos táticos, os de proteção
local são situados de acordo com o terreno e batidos por fogos. Certos tipos
de obstáculos são orientados contra a maior ameaça a ser enfrentada
quando do combate aproximado – os obstáculos antipessoal contra a
infantaria a pé e obstáculos anticarro contra uma força blindada.

7-29
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

Mec Mec Mec Mec

Mec Mec

Fig 7-16. Mtr dos Pel Fuz batendo a LPF balizada pelas redes táticas.
e. Os obstáculos de proteção local são, normalmente, posicionados
fora do alcance das granadas de mão (40 a 100 metros) a partir das
posições de combate dos soldados (tocas). A rede de proteção local deve
proteger todo o perímetro do pelotão (Fig 7-17). Deve-se ter em mente que
esta será a última linha de obstáculos que permitirá o bloqueio do assalto
inimigo. A rede de proteção local poderá ser ampliada por meio da
construção de obstáculos de arame entre as posições dos grupos de
combate, auxiliando, desta forma, a limitar lateralmente as possíveis
penetrações no núcleo de pelotão. Os campos de minas de proteção podem
ser utilizados em combinação ou usados separadamente.
f. Obstáculos de arame suplementares são usados para ligar as redes
de proteção de pelotão e de companhia e para disfarçar a linha da rede
tática, para evitar que o inimigo, ao identificar a rede tática, localize as
armas amigas (particularmente as metralhadoras).
g. Os obstáculos devem ser mantidos sob constante observação.
Durante os períodos de visibilidade limitada, deve ser previsto o
patrulhamento ao longo dos obstáculos e o reposicionamento dos soldados
para assegurar que os obstáculos estejam sendo batidos por fogos e que
não sejam ultrapassados em sigilo pelo inimigo. Para obter uma maior
eficiência, deverão ser empregados sistemas de alarme improvisados,
eletrônicos, luminosos, radares de vigilância terrestres, etc.
h. Ao planejar o emprego dos obstáculos, o comandante deve
considerar a quantidade de tempo requerido para a sua preparação, o
encargo que recai sobre o sistema logístico e a capacidade de trabalho da
tropa.

7-30
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

Mec Mec Mec Mec

Mec Mec

Mec Mec

Mec

Legenda:
xxxxxxxx – Rede tática
x–x–x–x– – Rede de proteção local
xx–xx–xx – Rede suplementar
- Direção de tiro das Mtr

Fig 7-17. Visualização dos obstáculos na área de defesa avançada.

7-19. DEFENSIVA SUMÁRIA


a. Quando há necessidade de rapidez na ocupação de uma posição,
as primeiras providências são: colocar a tropa em posição, estabelecer a
segurança aproximada e iniciar a organização do terreno.
b. Para proteger a organização da posição, faz-se o máximo uso dos
fogos de apoio disponíveis. As metralhadoras das VBTP da SU, os demais
elementos da companhia e quaisquer armas em reforço são dispostos de
maneira a proporcionar a defesa da área da companhia em todas as
direções. Quando há tempo, é feita uma coordenação mais pormenorizada
que poderá comportar um reajustamento da posição e de fogos.
c. Uma companhia de fuzileiros mecanizada da ADA pode ser forçada

7-31
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

a organizar suas posições em contato cerrado com o inimigo. Nesta


situação, o preparo da posição é condicionado pela ocorrência total ou
parcial das seguintes condições:
(1) Limitação de deslocamento dos homens;
(2) Exposição da tropa aos fogos observados;
(3) Ataques inimigos em uma ou em todas as fases da
organização;
(4) Ataques locais em acidentes do terreno necessários à
organização da posição;
(5) Retraimentos parciais para fortalecer a posição (com prévia
aprovação do comandante do batalhão).
d. Na organização de uma posição, nessas condições, são também
aplicáveis os fundamentos da defensiva. O grau de sua aplicação, do
mesmo modo que o das normas de comando varia com a situação.
e. O comandante da companhia depende muito da iniciativa de seus
comandantes subordinados, por serem necessárias decisões imediatas dos
comandantes de pelotão, antes que ele possa estabelecer uma
coordenação pormenorizada.

7-20. APOIO DE FOGO


a. Tipos de fogos
(1) Fogos longínquos
(a) Planejados para bater o inimigo o mais cedo possível com
a finalidade de causar-lhe baixas, retardar a sua progressão e desorganizá-
lo.
(b) São constituídos pelos fogos das armas de apoio
instaladas dentro da posição e que sejam capazes de executar fogos
longínquos eficazes, sem denunciar a organização da posição defensiva,
bem como pelos fogos das armas de apoio orgânicas ou colocadas em
reforço aos postos avançados de combate.
(2) Fogos defensivos aproximados
(a) Planejados para destruir a coesão das forças atacantes,
antes que possam lançar o assalto, infringindo-lhes o maior número possível
de baixas, rompendo-lhe o comando, o controle e as comunicações,
cegando-lhe a observação e neutralizando suas armas de apoio.
(b) São constituídos pelos fogos de todas as armas
individuais e de apoio que possam bater o inimigo em suas posições de
ataque e durante o desenrolar deste, até que o assalto seja lançado.
(3) Fogos de proteção final
(a) Planejados para repelir o assalto inimigo à posição de
defesa, mediante a colocação de uma rede de fogos precisos
imediatamente à frente do LAADA.

7-32
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(b) São constituídos pelos fogos previstos das armas de apoio


que podem ser desencadeados sob quaisquer condição de visibilidade e
representados pelas direções principais de tiro das armas AC e das
metralhadoras e barragens dos morteiros e da artilharia.
(4) Fogos no interior da posição
(a) Planejados para limitar as possíveis penetrações dentro da
posição de defesa, destruir as forças atacantes, evitar a chegada de seus
reforços e apoiar nossos contra-ataques.
(b) São constituídos pelos fogos das armas individuais e de
apoio que possam atirar sobre a área em que se deu a penetração, visando
aumentar a intensidade do fogo nesta parte da frente.
b. Na defesa, é o fogo que detém. O sucesso da defesa depende,
portanto, em grande parte, do cuidado com que os fogos são planejados,
coordenados e desencadeados. A subunidade é responsável pelo
planejamento e máxima coordenação de seus fogos, e cada plano de fogo
deve ser coordenado com o elemento vizinho.
c. A coordenação inclui a escolha de posição para os carros e armas
de apoio, eficaz controle de tiro, planejamento dos fogos sobre alvos
prováveis, preparando-os por meio de registro e levantamento desses alvos
sempre que o tempo o permita. Essa coordenação será traduzida por um
plano de apoio de fogo flexível que possibilite, instantaneamente e sob
qualquer condição de visibilidade, desencadear fogos nos locais
ameaçados.
d. Plano de apoio de fogo
(1) O plano de apoio de fogo deve permitir atirar sobre o inimigo,
logo que se possa observá-lo, sujeitá-lo a um volume crescente de fogos, à
medida que se aproxima, e destruí-lo ou repeli-lo por fogos no interior da
posição defensiva, caso nela penetre.
(2) O plano de apoio de fogo tem que ser elaborado, levando-se
em consideração:
(a) As vias de acesso mais favoráveis à aproximação do
inimigo (a pé, motorizado, mecanizado ou blindado), os locais de
instalações de seus postos de observação, postos de comando e zonas de
reunião e posições de armas de apoio.
(b) O local que se deseja deter o inimigo, imediatamente à
frente da área de defesa.
(c) Os fogos disponíveis (orgânicos e em apoio).
(d) O plano de barreiras
(3) A ordem do batalhão prescreve o emprego das armas de apoio
sob controle do batalhão. O comandante da companhia de fuzileiros utiliza
as armas que estejam sob seu controle direto para assegurar o máximo de
proteção à área de defesa da companhia, em coordenação com o plano de

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

fogos do batalhão. Os fogos dessas armas completam e reforçam os fogos


das armas de apoio do batalhão.
(4) Na defensiva, a não ser no momento que precede ao ataque,
raramente haverá dados detalhados quanto à manobra do inimigo. Assim
sendo, podem ser planejadas concentrações nas prováveis vias de acesso
do inimigo ou acidentes importantes do terreno. Neste caso, cresce de
importância o monitoramento destas regiões, o que permitirá o
desencadeamento oportuno de fogos a fim barrar qualquer progressão
inimiga.
(5) O comandante da companhia propõe a localização das barragens
da artilharia e morteiros que lhe são distribuídas, informa-se sobre os
setores e as missões principais das metralhadoras e armas AC das SU
vizinhas. De posse dessas informações atribui, então, missões a seus
morteiros, suas metralhadoras e armas AC para baterem as lacunas
existentes e reforçar os fogos de proteção final.
(6) Os pelotões de fuzileiros são dispostos de maneira a permitir o
apoio mútuo, a defesa em profundidade e a proteção em todas direções.
(7) Os planos de fogos dos pelotões são controlados para verificar
se o terreno à frente de seus núcleos de defesa é batido por fogo de armas
portáteis e se há zonas de recobrimento entre os seus setores de tiro.
(8) As medidas de controle do tiro são difundidas entre os
elementos da companhia e a observação é coordenada para que abranja,
completa e eficientemente, toda a frente e os flancos da área de defesa.
e. Defesa anticarro
(1) A preparação de um plano coordenado de defesa anticarro é
da responsabilidade dos comandantes do batalhão.
(2) Esse plano prevê a organização de um adequado sistema de
alerta, a instalação de armas anticarro no interior das áreas de defesa das
companhias de fuzileiros mecanizadas, o aproveitamento do terreno para
proteção contra blindados inimigos, o lançamento de campos de minas, a
construção de obstáculos artificiais e o reforço dos naturais.
(3) O comandante da companhia familiariza-se com esse plano e
emprega suas armas anticarro para proporcionar o máximo de proteção
aproximada à sua área de defesa. Instala essas armas em locais de onde
possam bater as vias de acesso dos blindados inimigos, com tiros de flanco,
os campos de minas e demais obstáculos não protegidos pelas armas de
outros elementos, ou então empregá-las para reforçar a defesa das partes
mais vulneráveis de sua área.
(4) O terreno deve ser analisado segundo sua influência sobre o
movimento de blindados e as facilidades que apresenta para a instalação
das armas AC. Os terrenos desfavoráveis podem restringir ou impedir o
emprego de grandes formações de blindados, levando essas unidades a se

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

concentrarem em pequenas áreas. Isto facilita o emprego das armas


anticarro.
(5) A fim de coordenar a ação das armas anticarro da SU, cada
comandante de companhia de fuzileiros mecanizada, baseado no Plano
DAC do batalhão, determina em sua ordem de defesa a localização, setores
de tiro e as missões pertinentes às armas AC colocados no LAADA e na
área de reserva (aprofundamento do Btl).
(6) A construção de obstáculos artificiais e o reforço dos naturais,
como uma parte do planejamento de organização do terreno (Plano de
Barreiras), vão facilitar e, por outro lado, impor missões de tiro às armas
anticarro. A integração, o mais detalhada possível, entre o plano de
barreiras e o apoio de fogo é indispensável ao sucesso da DAC.
(7) Os campos de minas e obstáculos AC são batidos por fogos,
com a finalidade de evitar que o inimigo os remova ou para destruir carros
inimigos imobilizados.
(8) Um sistema de alerta contra blindados inimigos é uma das
partes mais importantes de um plano de DAC e, portanto, um complemento
indispensável ao plano de apoio de fogo. Convém salientar a importância
das mensagens de alerta conterem a identificação dos blindados inimigos.
Estas mensagens têm precedência sobre as outras.
f. Morteiros
(1) Na defesa os morteiros serão empregados para:
(a) Auxiliar os pelotões de fuzileiros na defesa de suas
posições, proporcionando apoio imediato aos núcleos de defesa avançados,
por meio de concentrações sobre alvos inopinados, particularmente os
desenfiados, para deter o ataque inimigo antes que atinja sua posição de
assalto.
(b) Cooperar na limitação das penetrações. As concentrações
são planejadas para serem desencadeadas no interior da área de defesa da
companhia, para limitar uma penetração inimiga no LAADA.
(c) Apoiar os contra-ataques. As concentrações podem ser
usadas para isolar as penetrações e proporcionar apoio imediato às forças
de contra-ataque.
(2) Normalmente as posições de tiro dos morteiros localizam-se à
retaguarda, próximas ao pelotão de fuzileiros que aprofunda a defesa. Esta
medida permite uma melhor proteção e, principalmente, o apoio a todas as
fases do combate, inclusive o desencadeamento dos fogos no interior da
posição. Posições iniciais avançadas (inclusive à frente do LAADA, se
necessário) são previstas para a execução dos fogos longínquos em apoio
ao escalão de segurança.
(3) A duração e a cadência dos tiros dos morteiros dependem do
efeito desejado. Na barragem, o fogo deve ser mantido enquanto perdurar a
ameaça e deve cessar tão logo o inimigo se retire da zona de barragem ou

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

consiga ultrapassá-la, ocasião em que os morteiros devem se preparar para


o tiro no interior da posição. Nas concentrações, o fogo deve ser mantido
até que produza o efeito desejado, ou pelo espaço de tempo previsto no
plano de apoio de fogos. O regime de tiro deve constar dos planos, sempre
que necessário.
g. Armas AC
(1) A missão principal das armas AC na defesa é a proteção
imediata da área de defesa contra a atuação de blindados inimigos. Como
missão secundária, as peças podem fazer tiros contra armas anticarro e
outras armas coletivas. No cumprimento de sua missão principal, as armas
AC devem ser dispostas em profundidade e em condições de bater as
prováveis vias de acesso, de preferência em situação de flanqueamento.
(2) As missões das armas AC localizadas no LAADA consistem
em bater as vias de acesso favoráveis aos CC e blindados inimigos e
complementar o apoio de fogo das demais armas da área de defesa.
(3) As armas localizadas na área do pelotão reserva têm por
missão limitar possíveis penetrações de CC inimigos, bater as posições dos
pelotões do LAADA que forem submergidos e proteger os flancos da
companhia contra a atuação de CC. Para o cumprimento dessas missões,
normalmente, são necessárias posições suplementares.
(4) Uma das peças pode ser posicionada no núcleo do pelotão
reserva com a finalidade de bater os intervalos dos pelotões do LAADA e
aprofundar a defesa anticarro.
h. Carros de combate - Os carros não devem perder a sua
característica fundamental de elemento de manobra e são, por isto,
empregados em ações de contra-ataque para o que, inicialmente, são
conservados em reserva. Há situações, entretanto, em que poderão ser
empregados, inicialmente, como elemento de apoio de fogo e de
aprofundamento da DAC. De posições com desenfiamento de couraça,
cooperarão, então na execução dos fogos longínquos, defensivos
aproximados e de proteção final. O mais aconselhável emprego, nesta
situação, será no aprofundamento da defesa anticarro.
i. Emprego do pelotão de apoio
(1) Seção AC
(a) A seção AC pode permanecer em ação de conjunto ou, em
função dos fatores da decisão, o comandante da companhia pode empregar
uma ou duas peças em apoio direto ou reforço aos pelotões do LAADA,
ocupando posições dentro dos núcleos de defesa. Esta conduta ocorre
também, freqüentemente, para evitar acúmulo de peças de apoio na mesma
região.
(b) A descentralização das peças em apoio direto ou reforço
pode ocorrer quando: os setores de tiro e de observação forem

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

compartimentados; uma parte do dispositivo for mais vulnerável à ataques


de blindados; ou for determinada uma direção mais provável de
aproximação do inimigo.
(c) Normalmente as peças são colocadas em reforço aos
pelotões de fuzileiros em cujo núcleo de defesa se instalaram quando: o
tempo para instalação for limitado, não permitindo uma coordenação
segura; os meios de comunicações são precários; ou a tropa se instala
defensivamente em contato com o Ini.
(d) Quando houver necessidade de proteção anticarro, uma ou
mais peças podem ser colocadas em reforço aos postos avançados de
combate.
(2) Seção de morteiros
(a) Sempre que possível, quando os setores de tiro e a
observação não são limitados, o fogo e o controle mais eficazes são obtidos
pelo emprego dos morteiros em ação de conjunto. Assim, o comandante de
companhia pode dispor da seção a qualquer momento, obtendo fogos mais
eficazes.
(b) Quando a companhia for responsável pelos postos
avançados de combate a seção pode ser empregada no apoio aos mesmos.
A principal consideração que irá condicionar a forma de emprego e a
ocupação de posições suplementares para apoiar os postos avançados de
combate é o alcance de utilização do material e a necessidade de bater o
inimigo o mais à frente possível:
((1)) Quando estes postos estiverem muito distantes da
ADA, a seção poderá reforçá-los, para assegurar melhor apoio e permitir o
desencadeamento dos fogos longínquos. Nesta situação, a seção se
instalará no interior das posições dos postos avançados de combate.
((2)) Quando os postos avançados de combate estão
próximos da ADA, a seção pode ser instalada em posições suplementares,
na orla da posição defensiva. Essa missão deve terminar a tempo de
permitir que as peças sejam deslocadas para as suas posições de tiro, a fim
de apoiar a defesa da ADA.
j. Emprego de fumígenos - Na defesa os fumígenos podem ser
empregados para:
(a) Cegar a observação inimiga;
(b) Reduzir a eficácia dos tiros diretos inimigos;
(c) Dificultar a ajustagem dos fogos indiretos inimigos;
(d) Reduzir a eficiência de equipamentos optrônicos;
(e) Reduzir a velocidade ou desorientar progressão inimiga;
(f) Causar baixas (apenas quando for utilizado o fósforo branco);
(g) Permitir nosso desengajamento ou retraimento;

7-37
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(h) Designar alvos ou balizar posições amigas para as unidades


de apoio de artilharia, de morteiros ou de força aérea, preferivelmente com
fumaça colorida.

7-21. COMANDO E CONTROLE


a. O sistema de comunicações na defesa de área é influenciado pelo
tempo disponível para montagem dos meios de comunicações. A maior
estabilidade das operações amplia o emprego de meios físicos, porém, nas
ações dinâmicas da defesa, os meios rádio e mensageiro são largamente
empregados.
b. Meios de comunicações - As peculiaridades da defesa de área
influem diretamente nos meios de comunicações mais empregados pelo Btl,
a saber:
(1) Meio físico - Deve ser o mais completo possível, dependendo
do tempo de preparação da posição defensiva. Devem ser lançados
circuitos alternativos entre dois assinantes para que os fogos de preparação
do inimigo não interrompam nossas ligações. A primeira prioridade para a
construção dos circuitos é dos PAC, seguindo-se os elementos da ADA e,
por último, a reserva.
(2) Meio rádio - Os fatores segurança e sigilo são preponderantes
na defesa de área. Logo, as prescrições rádio devem seguir, em princípio, a
seguinte seqüência:
(a) antes do contato com o inimigo - rádio em silêncio;
(b) durante as ações dos PAC (inclusive o acolhimento) - rádio
restrito; e
(c) após o início do ataque inimigo - rádio livre
(3) Meio mensageiro - É largamente empregado na defesa de área.
Antes do contato com o inimigo, os mensageiros de escala são os mais
utilizados. Após o início do ataque inimigo, os especiais têm maior emprego.
Durante nossas as dinâmicas da defesa, os mensageiros são muito
utilizados.
(4) Outros meios (visuais e acústicos) são empregados na defesa
de área para suplementar os meios acima descritos. Os visuais devem ser
utilizados da frente para a retaguarda e seguirão códigos preestabelecidos.
Os acústicos podem ser empregados a título de alarme (contra ataques
blindados ou aéreos, por exemplo).
c. Posto de Comando
(1) O comandante da companhia localiza seu posto de comando
onde melhor possa controlar as ações, na parte posterior da área de defesa.
Deve também considerar os aspectos referentes à segurança e às
comunicações.
(2) O posto de comando deve estar em posição desenfiada e oculta

7-38
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

da observação aérea. Convém que disponha de itinerários cobertos que


conduzam à frente e à retaguarda, para facilitar as comunicações com os
pelotões e com o posto de comando do batalhão.
(3) O posto de comando provê a sua própria segurança com os
integrantes do grupo de comando. Entretanto, maior segurança é obtida
posicionando-o no interior ou próximo da posição do pelotão reserva.
(4) A companhia pode estabelecer um posto de comando
alternativo para coordenar as ações caso o principal seja destruído ou torne-
se ineficiente.
(5) O posto de comando é organizado de forma a funcionar como
centro de coordenação, mesmo na ausência do comandante da companhia.
d. Posto de Observação
(1) Quando forem limitados os acidentes do terreno que ofereçam
boa observação sobre toda a zona de ação, o comandante deve valer-se da
observação realizada pelos comandantes de pelotão. Os meios de
comunicações são coordenados e utilizados ao máximo, a fim de permitir
que todo comandante de fração possa observar, pedir e regular os tiros de
qualquer arma de apoio.
(2) O posto de observação da companhia deve ter vistas sobre a
maior parte possível da zona de defesa e de suas vias de acesso. Se a
observação for limitada, deve ser escolhido um posto de observação que dê
vistas sobre as vias de acesso mais perigosas. A observação nos flancos é,
também, importante. O posto de comando mantém-se informado sobre sua
localização.

7-22. MEDIDAS DE SEGURANÇA


a. Segurança aproximada
(1) O fato de postos avançados gerais ou de combate terem sido
instalados pelo comandante do escalão superior não exime a companhia da
responsabilidade de providenciar sua própria segurança aproximada.
(2) Durante o dia, observadores são destacados para vigiarem o
terreno à frente da posição e alertarem da aproximação inimiga, são os
Postos de Vigia. Os itinerários previstos para o retraimento dos postos
avançados são incluídos nos setores de vigilância desses observadores.
(3) Vigias são colocados nos acidentes do terreno mais próximos,
permitindo a observação da frente da companhia, geralmente não afastados
além de 400 metros da posição. O comandante da companhia pode
determinar que cada pelotão de primeiro escalão estabeleça a sua própria
segurança aproximada ou atribuir essa missão ao pelotão reserva.
(4) Os postos de vigia, normalmente, são constituídos de dois a
quatro elementos de segurança aproximada que dão alerta e procuram
determinar o efetivo, as atividades e a direção do avanço inimigo. À noite,
nas prováveis vias de acesso do inimigo, são instalados Postos de Escuta,

7-39
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

os quais podem ser ligados por patrulhas.


(5) Em cada posição de grupo de combate ou peça há, no mínimo, a
permanência de um vigia em situação de alerta. À noite, eles são duplos. Os
vigias devem ser substituídos de duas em duas horas ou menos para que o
cansaço não prejudique a atenção.
(6) A companhia de fuzileiros completa sua segurança por meio de
medidas passivas que abrangem o controle de movimento, o disfarce, a
ocultação e a disciplina de luzes e de ruídos.
b. Contra-reconhecimento
(1) Contra-reconhecimento é um conjunto de medidas, ações e
técnicas destinadas a negar aos elementos de reconhecimento inimigo
dados sobre nossas tropas, mediante a destruição do reconhecimento
inimigo (medidas ativas) ou pelo emprego de medidas passivas.
(2) Raramente é possível negar ao inimigo todas as informações. Por
isso, o comandante da companhia deve determinar as prioridades para o
contra-reconhecimento e focar seus esforços para negar essas informações
ao inimigo. Baseado no que se espera das ações de reconhecimento do
inimigo e em consonância com o planejamento do batalhão, o comandante
de companhia decide quais as informações e as posições que deve
proteger. Também considera quais são as informações que fariam o inimigo
atuar da maneira que o comandante da companhia deseja, induzindo-o, por
exemplo, a desenvolver-se prematuramente, desenvolver-se tardiamente,
atacar um objetivo falso, ou entrar em uma zona de matar.
(3) A companhia de fuzileiros poderá receber a missão de compor a
força de contra-reconhecimento do batalhão. O plano de contra-
reconhecimento da companhia é integrado ao conceito da operação e
coordenado com o plano do batalhão. Um exemplo do uso de contra-
reconhecimento é a execução de uma defesa ao longo de um curso d’água
contra uma força motorizada. O comandante da companhia determina a
importância de negar ao inimigo informações sobre os pontos de
ultrapassagem ao longo do rio. Por conseguinte, direciona seus esforços de
contra-reconhecimento nos pontos do rio que permitem passagem a vau,
utilizando emboscadas, minas, obstáculos, posições de combate simuladas,
patrulhas de segurança, postos de observação, fogos indiretos,
camuflagem, demonstrações e outras medidas para destruir ou enganar os
elementos de reconhecimento inimigo.
(4) Uma companhia de fuzileiros mecanizada da ADA, normalmente,
apoiará as ações da força de contra-reconhecimento do batalhão.
c. Defesa durante a noite ou períodos de visibilidade reduzida
(1) A defesa durante os períodos de visibilidade reduzida depende
dos tiros preparados e amarrados e do combate aproximado. Em virtude da
possibilidade de realização de infiltrações por parte do inimigo, os postos de
escuta, que vigiam os caminhamentos e as vias de acesso que conduzem à

7-40
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

área de defesa, são essenciais para a obtenção, em tempo oportuno, de


dados sobre os deslocamentos do inimigo. Os equipamentos de visão
noturna ou mesmo termal, disponíveis nas VBTP, deverão ser utilizados
sempre que possível para aumentar a visibilidade. Os sensores de vigilância
e os dispositivos de alarme servem como economia de tropa, que seriam
usadas em postos fixos e patrulhas. As patrulhas devem atuar à frente e
nos intervalos entre as frações.
(2) Via de regra, são necessários, à noite, reajustamentos para
atender às condições de visibilidade reduzida, devendo ser coordenados
pelo comandante do batalhão. Todos os homens da companhia são
notificados sobre as posições que serão ocupadas durante o período da
noite ou mesmo de pouca visibilidade, ocasionado pelas condições
atmosféricas. Para a companhia de fuzileiros mecanizada esses
reajustamentos compreendem:
(a) Apontar os morteiros para suas barragens, o armamento
anticarro para as direções principais de tiro e as metralhadoras para a linha
de proteção final, amarrando-se a pontaria;
(b) Reajustar a tropa e armas de apoio para que possam bloquear
as áreas que favorecem os ataques noturnos e que, por serem geralmente
descobertas e expostas nos períodos de boa visibilidade, são somente
cobertas por fogos. Elementos da reserva das companhias podem ser
empregados para este fim ou os pelotões de primeiro escalão podem ser
estendidos além de seus flancos;
(c) Aumentar as medidas para segurança aproximada durante a
noite;
(d) Colocar minas anticarro para bloquear prováveis vias de
acesso. Essas minas devem ser removidas ao clarear do dia;
(e) Preparar a iluminação do terreno à frente da posição por meio
de artifícios iluminativos, sob coordenação do batalhão.
(3) Quando os pelotões ocuparem as posições defensivas durante o
dia deverão preparar posições para situações de pouca visibilidade. Esta
preparação inclui novas posições para os fuzileiros e VBTP. Para os
fuzileiros seguem-se as mesmas técnicas da infantaria a pé. Os caminhos a
serem percorridos pelas VBTP durante uma possível mudança de posição
deverão ser reconhecidas e ensaiadas durante o dia.

7-23. CONDUÇÃO DO COMBATE DEFENSIVO


a. À medida que o inimigo se aproxima, é submetido aos fogos dos
postos avançados de combate e das armas que executam os fogos
longínquos. Estes são controlados por patrulhas e observadores terrestres.
As VBTP e as armas de apoio podem ocupar posições suplementares para
os tiros iniciais, e se deslocam para sua posição principal ou de muda antes
que o inimigo chegue ao alcance de utilização do fuzil.

7-41
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

Fig 7-18 Posição de observação diurna e noturna para a VBTP


b. Os fuzileiros empregados nos postos avançados de combate,
permanecem em posição o maior tempo possível, e retraem cobertos pelos
fogos de morteiro e artilharia, utilizando itinerários previamente
reconhecidos e balizados.
c. Mediante ordem da companhia, as VBTP e as armas de tiro tenso
podem ocupar temporariamente posições suplementares para realizar fogos
longínquos. Tais posições devem estar, no mínimo, a 200 metros dos
núcleos de defesa avançados, para que estes não sejam revelados
prematuramente. Deve haver um itinerário coberto que conduza à sua
posição principal. As VBTP e as peças ocupam posições suplementares
para os tiros iniciais e se deslocam para a sua posição principal ou de muda
antes que a força atacante chegue ao alcance útil do fuzil.
d. À medida que o inimigo avança, os fogos se tornam mais densos.
As VBTP e as armas de apoio abrem fogo nos alvos que apareçam nos
seus setores, a partir do momento que entrem em seus alcances de
utilização, balizados pelas linhas de acionamento.
e. Os pedidos de fogos de apoio são feitos diretamente ao observador
avançado da artilharia ou dos morteiros pesados. Esses pedidos podem,
também, ser feitos pelo comandante da companhia ao comandante do
batalhão.
f. Os caçadores do batalhão podem, muitas vezes, preparar e
disfarçar posições principais e secundárias adequadas que lhes permitam
atuar para impedir a remoção dos obstáculos à frente do LAADA e produzir

7-42
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

baixas entre os quadros que dirigem o ataque.


g. Quando o inimigo chega ao alcance útil das armas portáteis do
LAADA, os comandantes comandam e controlam os tiros de suas frações,
dirigindo-os contra os elementos inimigos que mais ameacem a posição.
h. À medida que o inimigo se aproxima da posição defensiva e
desencadeia os fogos para apoiar seu assalto, os homens que ocupam os
núcleos de defesa avançados abrigam-se em seus abrigos individuais ou
espaldões.
i. Quando os fogos em massa do inimigo são suspensos, todas as
armas localizadas no interior dos núcleos de defesa dos pelotões do LAADA
abrem fogo para produzir o máximo de baixas e deter o ataque inimigo.
j. Os fogos de proteção final são desencadeados mediante o
lançamento de artifícios de sinalização pelos comandantes dos elementos
do LAADA ou por ordem do escalão superior.
l. No momento em que elementos atacantes atingirem a zona em que
estão previstas as barragens, os morteiros e a artilharia as desencadeiam. A
relação dos comandantes autorizados a pedir os fogos de barragem consta
do plano de fogos do batalhão. Essa autorização, em geral, é delegada aos
comandantes subordinados até o escalão pelotão, inclusive, para que os
fogos sejam abertos na ocasião em que se tornem necessários. Quando
pedidos, eles são desencadeados prontamente. Os comandantes dos
escalões superiores imediatamente verificam a necessidade desses fogos e
pedem reforços, se necessário. Se a barragem de qualquer morteiro estiver
fora da zona onde os fogos de proteção final se fizerem necessários, ele
deve desencadear as concentrações que tenham mais possibilidades de
reforçar os fogos da área ameaçada.
m. Quando os elementos atacantes atingirem a linha de proteção final
(LPF), as metralhadoras transportam seus tiros para seus alvos principais e
as outras armas aumentam a intensidade do tiro contra os alvos mais
ameaçadores. Os fuzileiros passam a desencadear fogos individuais, nos
setores oblíquos. (Fig 7-19)
n. Quando uma fração do LAADA pede o desencadeamento dos fogos
de proteção final, somente os executam as armas que apoiam esse
elemento. Se a visibilidade é boa, o comandante das frações de apoio
determinam o número de tiros e a duração dos fogos de proteção final.
Caso contrário, segue as prescrições contidas no plano de fogos da
companhia.
o. Se o inimigo desencadear o assalto, será hostilizado pelo fogo,
inclusive com granadas, travando-se o combate corpo a corpo. Os homens
dos núcleos ameaçados só retraem mediante ordem.

7-43
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

Fogos Tiro das armas de apoio


Longínquos Conforme alcance
do armamento

Fogos
Defensivos
Aproximados Tiro de fração
Setor de tiro frontal

50 a 200 m

LPF (Mtr)
Fogos Tiro individual
Proteção Setor de tiro oblíquo
Final
LAADA

Fogos no
Interior da
Mec
Posição

Fig 7-19. Setor de tiro frontal e obliquo do pelotão de fuzileiros.


p. As armas localizadas na área de defesa do pelotão reserva
recebem a missão de barrar qualquer penetração no LAADA, de sustar um
desbordamento ou de apoiar contra-ataques, atirando sobre a força inimiga
que se apresente em seus setores de tiro. À medida que o inimigo vai sendo
forçado a recuar, abandonando o terreno conquistado, é perseguido pelo
fogo.
q. Se o inimigo conseguir penetrar na área de defesa, a sua
progressão deve ser detida pelo fogo dos núcleos de defesa dos pelotões
vizinhos, da reserva, dos carros e das armas de apoio.
r. O pelotão reserva, em alguns casos, pode receber ordem do
comandante da companhia para executar um contra-ataque local. Contudo,
em virtude de seu efetivo e do fato de estar, quase sempre, engajado pelo
fogo no mesmo combate que os pelotões do LAADA, raramente lhe é
atribuída essa missão. O contra-ataque, quando ordenado, se reveste da
forma de um ataque rápido e inopinado e de uma ação de limpeza para
eliminar um inimigo de pequeno valor, que tenha feito uma pequena
penetração no dispositivo defensivo e será feito somente no caso do pelotão
reserva não estar sendo empregado para limitar a penetração.
s. Quando o contra-ataque for desencadeado pela companhia reserva
do batalhão, as companhias da ADA apoiam sua manobra, desencadeando
fogos sobre o inimigo no interior da posição, sob coordenação do comando

7-44
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

do batalhão.
t. No caso da companhia ficar cercada, seu comandante reajusta o
dispositivo da tropa e as posições das armas instaladas na sua zona, de
acordo com as necessidades para uma defensiva prolongada em todas as
direções.
u. Conduta face a ataque com carros
(1) Quando a força atacante é constituída de carros e infantaria, a
companhia bate com as armas portáteis a infantaria de acompanhamento e
com armas anticarro, os carros inimigos. Deve-se procurar separar os
carros dos elementos a pé por meio do fogo. Em casos excepcionais,
quando a infantaria inimiga ou outro elemento exposto não oferece bom
alvo, o fogo das armas portáteis é dirigido contra as escotilhas e as janelas
de visada dos carros inimigos. Os defensores também hostilizam a tropa a
pé que se aproxima, montada nos carros ou seguindo de perto outra vaga
de carros.
(2) Ao alerta do aparecimento de carros inimigo, as guarnições de
armas AC ocupam prontamente suas posições de combate, e só atiram
quando os carros estiverem dentro do alcance de utilização de suas armas,
ao atingirem as linhas de acionamento pré-determinadas.
(3) Deve ser evitada a abertura prematura de fogos contra carros
isolados, lançados pelo inimigo como “iscas” para provocar a revelação
prematura das posições de tiro, a não ser que a peça (ou peças) tenha por
missão principal destruir ou inutilizar tais carros, o que deverá ser feito de
posições de muda, a fim de não denunciar prematuramente a posição
principal. As demais armas anticarro permanecem em vigilância e só devem
atirar quando o ataque de carros é efetivamente desencadeado. Cada peça
atira sobre o carro que lhe tenha sido designado como alvo principal.
(4) Sempre que possível, deve-se bater o CC de flanco, uma vez
que deste modo o alvo apresentado é de maior extensão, a blindagem do
flanco é mais vulnerável e há possibilidade de danificar a lagarta.
(5) Quando uma força blindada é lançada ao assalto ou se encontra
sob fogo, normalmente está de escotilhas fechadas, sofrendo restrições de
visibilidade; em conseqüência, o esforço inicial da defesa deve ser bater
estas forças o mais à frente possível do LAADA com os fogos anticarros.
(6) Durante o assalto inimigo, se os blindados inimigos dirigirem-se
diretamente para a posição da arma AC, a guarnição procurará abrigar-se
para fugir ao esmagamento. Uma vez que o blindado tenha ultrapassado a
posição, a peça atira contra a sua retaguarda.
(7) Se os blindados inimigos penetrarem na posição, as unidades de
primeiro escalão permanecem em posição para repelir a infantaria de
acompanhamento e deixam a destruição dos carros a cargo das armas
anticarro localizadas no interior da posição.

7-45
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

v. Condução do combate defensivo noturno


(1) Dentro das possibilidades permitidas pelo emprego de meios
optrônicos individuais e das VBTP ou pela iluminação do campo de batalha,
será adotada conduta semelhante à observada durante o dia, salvo a
peculiaridade de haver maiores possibilidades de combate aproximado e
infiltração de alguns elementos inimigos na posição.
(2) Embora os morteiros estejam preparados para a pronta
execução de sua barragem e as metralhadoras se achem apontadas para a
LPF, se a visibilidade permitir, as guarnições dessas armas poderão
transportar seus fogos para alvos mais compensadores ou perigosos,
quando não receberem ordem de executar os fogos de proteção final.
(3) Artifícios pirotécnicos podem ser utilizados à frente da posição
para auxiliar a localização de alvos.
(4) Os nevoeiros e fumaça criam situações semelhantes à noite.
Ambos reduzem a eficácia da observação dos defensores, mas não afetam
os tiros que tenham sido amarrados, prejudicando, contudo, a regulação
desses fogos.

7-24. APOIO LOGÍSTICO


a. O apoio logístico normalmente atenderá às seguintes
necessidades: máxima centralização dos meios; amplo desdobramento das
instalações; maior segurança (dispersão); e flexibilidade para atender
rapidamente a uma operação ofensiva.
b. O consumo e o ressuprimento atenderá as seguintes
particularidades:
(a) Classe I - Consumo sempre que possível de ração normal.
Os núcleos de defesa poderão estocar a reserva orgânica de posse da Cia
e água.
(b) Classe III - Esta categoria inclui os lubrificantes e
combustíveis. Seu ressuprimento ocorrerá na instalação de suprimento ou
por meio de processos especiais de ressuprimento tais como os postos de
suprimento móvel. Os pedidos de Sup Cl III, são realizados diariamente e
visam atender a necessidades variadas das operações estáticas ou de
movimento.
(c) Classe IV - O consumo de material para fortificações será
elevado e normalmente o material será recebido pelo processo de entrega
na subunidade, mediante um planejamento e pedido antecipado.
(d) Classe V(Mun) - O consumo será elevado para a manutenção
da posição defensiva, porém os núcleos de defesa poderão estocar alguma
quantidade de munição.
(e) Classe IX - Esta categoria inclui materiais de
motomecanização e aviação como as peças de reparo e documentos
necessários para as operações de manutenção de equipamentos. Peças de

7-46
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

reparo são fornecidas em resposta a um pedido específico ou são obtidas


por troca direta de peças reparáveis. Em situações de combate, o
intercâmbio e a canibalização são formas comuns para obter os itens da
classe IX.
c. Devido à estabilidade da operação, a manutenção é realizada de
forma mais completa e cuidadosa. As inspeções planejadas podem ser
executadas sem prejuízo das atividades. A manutenção apropriada é a
chave para manter os veículos, equipamentos e outros materiais em
condições de funcionamento. É um processo contínuo, começando com
medidas preventivas tomadas por cada tripulação e continuando com os
esforços de recuperação e reparação por pessoal de manutenção de nível
superior. Serviços de manutenção incluem inspeção, testes, manutenção,
reparação, requisição, e evacuação dos veículos e equipamentos.
d. Deve-se zelar pela manutenção do moral da tropa e higidez do
estado sanitário, executando-se sempre que possível as atividades de
banho, lavanderia, suprimento reembolsável, serviço postal e vagas em
centros de recreação, área de repouso e recuperação.
e. O desdobramento do apoio logístico deve atender às necessidades
de:
(1) Apoiar a defesa com maior densidade na região capital da
defesa;
(2) Evitar congestionamento nas áreas avançadas;
(3) Reduzir a possibilidade de perda de elementos de apoio
logístico como resultado de uma penetração inimiga; e
(4) Possibilitar segurança às instalações logísticas e manter o
sigilo sobre sua localização.
f. As cozinhas podem se encontrar centralizadas na área de trens de
combate ou descentralizadas nas áreas de trens das SU, conforme as
condições do terreno, a distância entre os núcleos de defesa, a situação
tática e a situação logística e o grau de organização do terreno. A existência
de sapas e caminhos desenfiados, que permitam levar a refeição quente
aos homens que se encontram em posição influi na decisão sobre a
localização das cozinhas. Sempre que possível, deve-se preferir a refeição
quente (ração R/1) pelos efeitos positivos que produzem sobre o moral da
tropa.

g. A localização dos trens leva em conta a manobra, o terreno, a


situação logística e principalmente a segurança necessária à operação
defensiva. Na defesa, os trens são localizados normalmente mais à
retaguarda do que nas operações ofensivas. Isto evita o congestionamento
nas áreas avançadas e reduz a probabilidade de perda de elementos de
apoio logístico. Os trens devem ser localizados preferencialmente dentro

7-47
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

dos limites de retaguarda da companhia, atrás do posto de comando e dos


núcleos de aprofundamento, para não interferir na manobra.

ARTIGO VI
A COMPANHIA DE FUZILEIROS MECANIZADA RESERVA

7-25. GENERALIDADES
a. O batalhão de primeiro escalão na defensiva, normalmente, dispõe
de duas companhias de fuzileiros mecanizadas no limite anterior da área de
defesa avançada e uma em reserva. O comandante do batalhão emprega a
companhia reserva de acordo com o prescrito na conduta da defesa.
b. A ordem do batalhão determina as missões da companhia reserva
e a respectiva prioridade de execução. Após receber a ordem, o
comandante da companhia reserva executa as normas de comando que
forem aplicáveis.

7-26. MISSÕES
As missões apropriadas para a reserva do Btl incluem:
a. Guarnecer os PAC na frente que corresponde ao Btl, quando for o
caso;
b. Preparar e ocupar as posições de aprofundamento, limitando as
penetrações inimigas na posição;
c. Executar contra-ataques para expulsar o inimigo e restabelecer a
posição;
d. Apoiar ou reforçar as companhias de primeiro escalão, quando
possível, pelo emprego de seus meios orgânicos de manobra e de apoio de
fogo;
e. Executar as missões de segurança de flanco e de área de
retaguarda, quando necessário;
f. Assumir, mediante ordem, a missão das companhias de primeiro
escalão;
g. Executar patrulhamento; e
h. Cobrir os intervalos e brechas na frente.

7-48
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

7-27. LOCALIZAÇÃO E SITUAÇÃO DE COMANDO


a. Na ordem de defesa do comandante do batalhão, constará como a
reserva estará disposta no terreno a defender. A reserva deve ser localizada
de tal forma a proporcionar flexibilidade para o seu emprego. Pode se
encontrar em uma das seguintes situações:

(1) Centralizada aprofundando desde já;


(2) Centralizada em uma Z Reu;
(3) Descentralizada e articulada; ou
(4) Descentralizada e fracionada.
b. A reserva estará centralizada, aprofundando desde já, quando
seus pelotões ocuparem posições de aprofundamento, permanecendo todos
a comando da companhia. Deve ser empregada quando a frente for normal,
existirem poucas posições de aprofundamento e a área de reserva se
caracterizar por um ponto chave da defesa. (Fig 7-20)

c. A reserva estará centralizada em Z Reu, quando seus pelotões


ficarem reunidos num único local, sob comando do comandante da
companhia. Tal situação verifica-se quando a defesa é realizada em larga
frente, existirem muitas posições de aprofundamento, a área de reserva se
caracterizar por uma região capital de defesa extensa e as condições de
transitabilidade permitirem o deslocamento da reserva para qualquer parte
da frente. (Fig 7-21)

Fig 7-20. Reserva centralizada, aprofundando desde já

7-49
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

Fig 7-21. Reserva centralizada em zona de reunião

d. A reserva estará descentralizada e articulada, quando seus


pelotões ocuparem mais de uma Z Reu, ou parte deles se encontrarem em
Z Reu e outra parte estiver ocupando posições de aprofundamento, porém
todos os pelotões sob comando do comandante da companhia. Deve ser
empregada quando a frente do batalhão for bastante larga ou existir um
obstáculo dissociador na área de reserva, restringindo o movimento da
reserva. (Fig 7-22)

Fig 7-22. Reserva descentralizada articulada

7-50
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

e. A reserva estará descentralizada e fracionada, quando seus


pelotões ocuparem mais de uma Z Reu, permanecendo um ou mais
pelotões a comando do batalhão. Deve ser empregada quando existir um
obstáculo dissociador na área da reserva que impeça ao comandante da
reserva exercer o controle, acompanhar a manobra e prestar o apoio
necessário às suas peças de manobra. (Fig 7-23)

Fig 7-23. Reserva descentralizada fracionada

f. Quando ocupar zona de reunião, a companhia deverá ficar disposta


por pelotões convenientemente dispersos e abrigados contra os bombardei-
os aéreos e os fogos longínquos do inimigo.

7-28. ORGANIZAÇÃO DA POSIÇÃO


a. As posições de aprofundamento do batalhão, na área de reserva,
são escolhidas de modo a assegurar a defesa em profundidade e em todas
as direções, localizadas nos acidentes do terreno que barram as Via A em
profundidade e nos flancos.
b. A companhia reserva organiza núcleos de aprofundamento em
acidentes do terreno, normalmente com três pelotões em linha, de modo a
cobrirem toda a parte posterior da área de defesa do batalhão. Essas
posições ficam situadas, sempre que possível, dentro da distância de apoio
mútuo (500m) dos pelotões reservas das companhias do LAADA, e, no
mínimo, a 200 metros afastadas desses pelotões, para que fiquem fora da
zona de dispersão do fogo dirigido contra aquelas companhias.

7-51
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

c. As posições dos pelotões são organizadas de modo semelhante às


dos pelotões do LAADA. Suas posições e fogos são estreitamente
coordenados com os das armas de apoio instaladas atrás da área do
batalhão.

7-29. PREPARAÇÃO DA POSIÇÃO DEFENSIVA


a. A companhia reserva prepara suas posições de acordo com a
ordem de urgência prescrita pelo comandante do batalhão e, havendo
tempo disponível, melhora os itinerários até suas linhas de partida para os
contra-ataques. A organização de cada posição compreende a limpeza dos
campos de tiro, a construção e o camuflagem de abrigos individuais, de
espaldões e de obstáculos (conforme previsto no manual de campanha C 5-
15 – FORTIFICAÇÕES DE CAMPANHA).
b. Turmas de trabalho da companhia reserva podem ser enviadas às
áreas de defesa do LAADA para auxiliarem a limpeza de campos de tiro,
construção de obstáculos, lançamento de minas anticarro, armadilhas
iluminativas, na execução do disfarce, e de outros trabalhos semelhantes.
c. Quando a companhia reserva recebe a missão de preparar núcleos
defensivos dentro da zona de ação de uma companhia de fuzileiros de
primeiro escalão, estes deverão ser preparados prioritariamente em relação
às posições dos demais núcleos de aprofundamento.
d. Além de aumentar a profundidade da defesa, a companhia reserva
protege os flancos e a retaguarda do batalhão. Como essa proteção
raramente pode ser proporcionada a partir das posições principais, torna-se
necessária a preparação de posições suplementares para os pelotões.

7-30. PELOTÃO DE APOIO


a. As armas da subunidade reserva não ficam inativas. Podem ser
empregadas para a execução de fogos longínquos e no interior da posição.
De qualquer forma, devem reverter à sua subunidade a tempo de serem
empregadas nas missões a esta atribuída.
b. Seção AC - A localização e as missões atribuídas à seção AC são
indicadas na ordem de defesa da companhia e coordenadas pelo
comandante da companhia. Normalmente, visam aprofundar a DAC nas
principais Via A para carros das Cia Fuz do LAADA, além de cobrir as Via A
que incidem na posição defensiva pelos flancos e pela retaguarda.
c. Seção de morteiros - As missões que podem ser prescritas para a
seção de morteiros, são:

7-52
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(1) Apoiar os postos avançados de combate - Se a companhia


reserva for responsável pelos postos avançados de combate, a seção
poderá ficar em reforço ou apoio direto àqueles elementos.
(2) Apoiar a área de defesa avançada - Os morteiros podem ser
instalados próximos à posição de tiro do pelotão de morteiros da Cia C Ap e
utilizados para reforçar os fogos destes últimos no apoio à ADA. O emprego
e a localização dos morteiros em reforço a essa área são coordenados de
modo que sua atuação com a companhia reserva não fique comprometida.
(3) Limitar penetrações - Quando a companhia reserva estiver
ocupando suas posições preparadas, os fogos dos morteiros se destinam a
limitar as penetrações, batendo o interior da zona penetrada ou o limite
avançado da penetração, para bloqueá-la.
(4) Apoiar os contra-ataques - Se a companhia reserva receber
missão de contra-atacar, a seção de morteiros deverá fornecer-lhe apoio de
suas posições preparadas.

7-31. COMANDO E CONTROLE


a. Posto de Observação - A localização inicial do posto de
observação da companhia reserva deve acompanhar o posto de observação
do batalhão, de modo a assegurar o máximo de vistas sobre a zona de ação
do batalhão. O comandante da companhia necessita dispor a tempo de
informações acerca da situação no âmbito da zona do batalhão, e manter
estreita ligação com o seu comandante. Posteriormente, o posto de
observação será localizado de maneira a proporcionar a melhor observação
sobre a zona de emprego da companhia.
b. Posto de Comando - O posto de comando da companhia reserva
fica localizado atrás de suas posições principais, de preferência próximo do
posto de comando do batalhão. Inicialmente, quando a companhia ocupa
uma zona de reunião, o posto fica localizado dentro desta posição.

7-32. AÇÕES DA COMPANHIA RESERVA


a. Quando a companhia reserva estiver mobiliando o PAC e for
pressionada pelo inimigo procede conforme previsto no Parágrafo 7-11,
retraindo quando autorizada.
b. À medida que o ataque inimigo prossegue, o comandante da
companhia mantém-se informado da situação. O provável emprego da
reserva é planejado de modo que a tropa seja alertada em tempo oportuno
para cumprir sua missão.
c. Se o inimigo penetrar na posição e a companhia reserva receber
ordem para defender as posições preparadas que bloqueiam a zona
ameaçada, a conduta da defesa é semelhante à das companhias da ADA,

7-53
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

sendo prescritas direções principais de tiro para as armas de tiro tenso


baterem as vias de acesso no interior da posição.
d. Os elementos de tiro das armas de tiro curvo são preparados e
estreitamente coordenados com as frações do LAADA para facultar o rápido
e preciso desencadeamento das concentrações no interior da posição.
e. Dependendo da situação, a companhia pode receber ordem
apenas de reforçar uma companhia da ADA com um pelotão, para que esta
realize a limitação da penetração em sua zona de ação.
f. Proteção dos flancos e da retaguarda
(1) Se surgir uma ameaça nos fIancos ou à retaguarda do batalhão,
seu comandante poderá determinar que a companhia reserva ocupe uma
combinação de posições de pelotão que proporcione melhor proteção à
região ameaçada.
(2) Quando o batalhão tem um flanco descoberto, a companhia
reserva pode, inicialmente, ser disposta para protegê-lo como um todo ou
destacar um pelotão para defender aquela posição.
g. Contra-ataques
(1) O contra-ataque é uma ação decisiva do combate defensivo. O
elemento básico da força de contra-ataque do batalhão é a companhia
reserva. Depois de decidir executar um contra-ataque, o comandante do
batalhão, para dar maior potência ao mesmo, põe em reforço ou em apoio
direto à companhia todos os elementos disponíveis.
(2) A ordem do batalhão prevê as prováveis penetrações, contra as
quais os planos de contra-ataque devem ser preparados. O comandante da
companhia reserva prepara esses planos simultaneamente com a
organização dos núcleos de defesa e submete-os à aprovação do
comandante do batalhão.
(3) A companhia reserva deverá realizar ensaios de todas as
possibilidades de contra-ataque. Para tal, as regiões de passagens pelos
obstáculos de proteção local deverão ser reconhecidas e balizadas.
(4) Normalmente, a companhia reserva ocupa as posições
preparadas, antes que o inimigo desencadeie seu ataque. Caso o
comandante de batalhão determine que a companhia reserva realize um
contra-ataque, a companhia se desloca de suas posições ocupadas até a
linha de partida, já definida nos ensaios, por itinerários previamente
reconhecidos e balizados pelos elementos de engenharia que irão abrir as
passagens nos obstáculos.
(5) A ação de contra-atacar tem características nitidamente
ofensivas, é temporária e local, e é desencadeada por parte ou pela
totalidade de uma força defensiva, com uma das seguintes finalidades:
(a) Restabelecimento do LAADA;
(b) Destruição de forças inimigas;

7-54
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(c) Desaferramento de tropas amigas;


(d) Desorganização de ataque inimigo.

(6) O contra-ataque para restabelecimento do LAADA visa,


primordialmente, à reconquista do terreno perdido e à ocupação dos
núcleos anteriormente ocupados por nossas tropas. Seu objetivo,
normalmente, é um acidente do terreno cuja conquista e manutenção
materializem o restabelecimento daquele limite.
(7) O contra-ataque de destruição tem por finalidade principal a
destruição das forças inimigas contidas na penetração. Seu
desencadeamento concretiza a intenção inicial do comandante, ao planejar
a manobra. O objetivo é representado pelo inimigo, ou por regiões do
terreno que cuja conquista caracterize sua destruição.
(8) O contra-ataque de desaferramento tem por finalidade básica
permitir o desengajamento de forças amigas cerradamente engajadas. Os
objetivos podem ser acidentes do terreno ou as próprias forças inimigas.
(9) O contra-ataque de desorganização serve para desorganizar a
montagem e retardar o desembocar de ataques inimigos. É realizado,
normalmente, à frente do LAADA e desencadeado contra forças inimigas
que estejam cerrando ou reunindo meios para o ataque.
(10) Os planos de contra-ataque são detalhadamente preparados
pelo comandante da Cia reserva e visam fazer face às possíveis
penetrações na ADA. Os planos são elaborados levando-se em
consideração:
(a) A provável zona de penetração do inimigo;
(b) A situação do inimigo no interior da posição (avançando,
detido ou perdendo a impulsão);
(c) A localização da reserva.
(11) A forma mais de comum de emprego da companhia reserva em
um contra-ataque será o de restabelecimento de um núcleo de pelotão que
submergiu no contato.
(12) Normalmente, após a realização de um contra-ataque para
restabelecer um núcleo de defesa submergido, a companhia reserva reforça
a companhia da ADA que teve o núcleo submergido com um pelotão de
fuzileiros para que este ocupe a posição restabelecida. Os remanescentes
daquele núcleo são incorporados à companhia reserva, que retorna para
suas posições iniciais ou ocupa nova posição determinada pelo comandante
do batalhão.
(13) Quando forem feitos prisioneiros de guerra, a companhia
reserva deverá assumir a responsabilidade sobre estes e cumprir o previsto
nas diretrizes do batalhão para a conduta com os PG.

7-55
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

ARTIGO VII
TÁTICAS E TÉCNICAS ESPECIAIS DE DEFESA

7-33. GENERALIDADES
Os princípios expostos nos artigos I a VI deste capitulo regulam a
organização e a defesa normais de uma companhia de fuzileiros
mecanizada. Freqüentemente, a companhia de fuzileiros participa de uma
operação defensiva onde a situação particular exige considerações
especiais. Sendo o batalhão a unidade tática básica, a companhia de
fuzileiros mecanizada, raramente, é empregada isoladamente. Em todas
essas situações, os fundamentos do combate defensivo, anteriormente
tratados, deverão ser adotados, se possível. A aplicação ou adaptação
destes fundamentos depende dos fatores da decisão: missão recebida,
inimigo existente, terreno a ocupar, meios disponíveis e tempo.
Considerações complementares, particularmente aplicadas à companhia de
fuzileiros mecanizada em tais situações, são descritas nos parágrafos
seguintes.

7-34. DEFESA ELÁSTICA


a. A defesa elástica é uma técnica especial de defesa utilizada nos
escalões brigadas e inferiores, permitindo uma penetração do inimigo em
uma região previamente selecionada para destruí-lo pelo fogo conduzido ao
longo de todo seu dispositivo. É uma técnica que combina procedimentos de
defesa de área e defesa móvel, sendo que a posição é ocupada por tropas
em profundidade, para permitir que o inimigo seja atacado pelo fogo em
toda sua extensão. Essa tática se assemelha a uma grande emboscada.
b. A adoção de uma defesa elástica está condicionada,
preponderantemente, às características do terreno, o qual permita a defesa
em profundidade e o estabelecimento de uma área de engajamento.
c. A defesa elástica pode ser executada pelo batalhão, quando
autorizado, em uma parte da posição defensiva do escalão superior,
enquanto no restante da frente é realizada uma defesa de área.
d. A companhia de fuzileiros mecanizada realizará uma defesa
elástica inserida na manobra do batalhão. Em geral será empregada para
deter o inimigo à frente do LAADA ou em profundidade, adotando conduta
semelhante a uma companhia de fuzileiros da ADA em uma defesa de área.
(a) A missão da companhia de fuzileiros mecanizada quando
empregado na ADA é participar da canalização do inimigo para a AE e
realizar a contenção do inimigo dentro da AE para destruí-lo.

7-56
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(b) Inicialmente, os pelotões de fuzileiros mecanizados poderão


estar instalados em posições avançadas próximas ao LAADA, engajando os
blindados inimigos no alcance máximo de seu armamento, procurando
retardar o ataque, desorganizar e forçar a infantaria inimiga a desembarcar.
Mediante ordem, deslocar-se-á para posições já reconhecidas de onde
participará da destruição do inimigo na AE.

Fig 7-24 Defesa elástica


e. Maiores considerações acerca do planejamento e da execução da
defesa elástica constam do manual C 7-20 BATALHÕES DE INFANTARIA.

7-35. DEFESA EM LARGA FRENTE


a. Quando o batalhão defende uma larga frente pode adotar um
dispositivo linear ou em profundidade, podendo dar maior importância à
ocupação dos principais acidentes capitais. As companhias podem ser
empregadas para ocupar posições de bloqueio valor subunidade ou adotar
um dispositivo linear.
b. Quando uma companhia de fuzileiros de primeiro escalão recebe a
missão de ocupar uma posição de bloqueio, deve:
(1) Ocupar uma posição de defesa forte, com seus pelotões com
apoio mútuo em largura e profundidade. Caso não seja possível, deve-se
buscar, no mínimo o apoio mútuo em profundidade;
(2) Dispensar particular consideração às disposições para a defesa
do acidente capital contra um ataque vindo de qualquer direção;
(3) Cobrir os intervalos, por meio do fogo e de obstáculos, devendo
também serem observados e percorridos por patrulhas lançadas pela
reserva do batalhão;
(4) Familiarizar seus homens de funções mais importantes com os
planos dos escalões superiores relativos à cobertura dos intervalos pelo

7-57
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

fogo.
c. No caso do dispositivo linear, a companhia emprega todos os
pelotões em primeiro escalão, ficando a cargo da companhia reserva a
ocupação dos núcleos de ruptura. Em algumas situações, quando o terreno
permitir, um dos pelotões poderá estar com um grau de defesa menor que o
“defender” e poderá retrair, quando pressionado, para a posição de
aprofundamento da companhia. Neste último caso, há pouca possibilidade
do estabelecimento dos fogos de proteção final contínuos em toda a frente,
principalmente porque as armas recebem extensos setores de tiro.
d. A companhia de fuzileiros reserva, em uma defensiva em larga
frente, pode preparar um maior número de núcleos defensivos que os
pelotões do LAADA e, neste caso, devido ao terreno e meios disponíveis,
ocupará, a princípio, uma zona de reunião, ao invés de ocupar os núcleos
desde já.
e. A companhia de fuzileiros mecanizada, defendendo em larga
frente, poderá ocupar uma frente de até 1.800m com uma profundidade de
até 2.00m (dispositivo em profundidade) ou uma frente de até 2.700m caso
adote o dispositivo linear.

7-36. DEFESA CIRCULAR


a. Quando a companhia de fuzileiros mecanizada cumpre uma
missão independente ou se acha destacada do batalhão e a situação do
inimigo é obscura, via de regra, estabelece uma defesa circular.
b. Uma companhia pode ocupar um dispositivo de defesa circular
quando em Z Reu isoladamente, quando estiver ocupando uma base de
combate ou em outras situações (interior de localidade, terreno
montanhoso, terreno de selva, etc). Este dispositivo é freqüentemente
adotado na realização de operações aeromóveis e aeroterrestres.
c. A Defesa circular se caracteriza, particularmente, por
(1) Máxima potência de fogo a frente da posição defensiva
(2) Apoio mútuo
(3) Pequeno espaço de manobra
d. Organização da posição - Cada pelotão de fuzileiros recebe uma
parte do perímetro da posição para organizar e defender. O interior da
posição é organizado pelos elementos de comando da companhia e do
pelotão de apoio. O comandante da companhia pode empregar, quando
necessário, parte de um pelotão de fuzileiros, normalmente um grupo de
combate, para reforçar o interior da posição. (Fig 7-25)
e. Apoio de fogo
(1) O comandante da companhia coordena a utilização das armas

7-58
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

por parte dos comandantes de pelotão de fuzileiros para assegurar a defesa


eficaz da área da companhia em todas as direções.
(2) Dispõe as armas AC no perímetro da companhia de modo a
bater as vias de acesso mais prováveis para carros e determina que os
comandantes de pelotão façam o mesmo com suas AC orgânicas, dentro de
seus setores.
(3) Os comandantes de pelotão devem colocar suas
metralhadoras em posição no perímetro da área de defesa, explorando ao
máximo os tiros rasantes de modo a proporcionar a maior cobertura
possível de fogos à frente dos pelotões. As metralhadoras instaladas no
núcleo de defesa do pelotão devem, se possível, bater os intervalos e à
frente dos pelotões vizinhos.
(4) Os morteiros médios são instalados no interior da área da
companhia, próximo ao centro do dispositivo para que o alcance mínimo
não restrinja o tiro em qualquer direção. Devem estar apontados para a
melhor Via A do inimigo.
(5) Quando a posição defensiva estiver além do alcance eficaz das
armas de apoio dos escalões superiores, outras armas poderão ser postas
em reforço à companhia.
f. Segurança
(1) A segurança externa da área de defesa é assegurada por
pequenos postos de vigilância, localizados em pontos que dominam e
controlam as prováveis vias de acesso e por meios passivos, como
armadilhas, dispositivos de alarme e de vigilância eletrônica.
(2) Em terreno com vegetações densas, os elementos de
segurança local podem retrair para o interior da posição durante os períodos
de pouca visibilidade ou à noite.
e. Preparação
(1) As posições são preparadas dispersando a companhia em uma
configuração circular com segurança em todas direções.
(2) O comandante da companhia define para o pelotão que cobre
a via de acesso mais provável do inimigo um setor menor do que o dos
outros. O comandante da companhia também pode determinar a
preparação de posições de muda e suplementar dentro do perímetro
defensivo.
(3) Devem ser preparados obstáculos de proteção local e, caso
tenha disponibilidade, lançados campos de minas em profundidade ao longo
do perímetro defensivo.
(4) O apoio de fogo fora do perímetro defensivo deve ser
preparado e planejado.
(5) Os elementos de apoio ao combate podem apoiar do interior
da posição ou de outro local. O suprimento e a evacuação devem ser feitos,
sempre que possível, com a utilização de meios aéreos.

7-59
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

Br N 81
Br E 81
Br E 81

Fig 7-25 A companhia de fuzileiros mecanizada na defesa circular

f. A companhia de fuzileiros mecanizada ocupando parte do


dispositivo de um batalhão em defesa circular – Nestas situações a
companhia deverá tomar as medidas defensivas semelhantes a uma defesa
de área, esteja ela empregada na ADA ou como reserva. (Fig 7-26)

7-37. DEFESA EM PONTO FORTE


a. Uma defesa em ponto forte caracteriza-se por um dispositivo de
defesa em todas as direções, com avançados trabalhos de organização do
terreno, denso e eficiente sistema de barreiras e meios de apoio de fogo e
logístico que permitam à tropa suportar ações prolongadas, ainda que
ultrapassada pelo inimigo. Um ponto forte é defendido até que a tropa seja
substituída ou receba ordem do escalão superior para retrair.
b. Um ponto-forte pode ser parte de um plano defensivo, obrigando o
inimigo a emassar-se, constituindo-se um alvo compensador ou a
desgastar-se na ultrapassagem do sistema de barreiras, enfraquecendo,
desta forma, seu poder de combate e tornando-o vulnerável ao contra-
ataque.
c. A companhia de fuzileiros mecanizada pode ser designada a
construir um ponto forte como parte da defesa do batalhão ou ainda,
excepcionalmente, em uma missão isolada. Também pode ser construído
para proteger unidades vitais ou instalações. Via de regra, para cumprir

7-60
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

essa missão a companhia será reforçada com elementos de engenharia,


armas de apoio e apoio logístico.

PAC
PAC

LAADA
Mec Mec
LAADA
Mec

Mec
Mec
Mec
Mec

Mec
Mec

LAADA

PAC

Fig 7-26 A Cia integrando o dispositivo de defesa circular do Btl.

d. A posição específica dos pelotões no ponto forte depende do estudo


detalhado do terreno e possibilidades do inimigo. Devem ser aproveitados a
camuflagem, as cobertas, os abrigos e os obstáculos naturais
proporcionados pelo terreno, principalmente por montanhas, rios, pântanos
e florestas
e. Cada posição defensiva deve ser reforçada (incluindo as posições de
muda e suplementares das armas coletivas) para resistir a fogos de armas
de tiro direto e indireto. Os melhoramentos devem ser conduzidos até a
companhia ser substituída ou retirar-se.
f. Devem ser feitos estoques de comida, água e munição em cada
posição. Outros itens de suprimento julgados como necessários para
aumentar a capacidade de sobrevivência do ponto forte devem ser

7-61
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

levantados.
g. Devem ser estabelecidos itinerários cobertos e abrigados entre as
posições (se necessários construídos com trabalhos de sapa) e prevista sua
utilização para ressuprimento, ligação, manobras e contra-ataques no
interior do ponto-forte.
h. O ponto-forte deve ser dividido em várias posições ou setores
independentes, respeitando-se o apoio mútuo entre os mesmos. Isto deve
permitir que, se uma das posições ou setores tiverem que ser evacuados ou
forem ultrapassados, a penetração inimiga seja limitada com obstáculos
(escalonados em profundidade) e fogos, permitindo a realização de um
contra-ataque.

7-38. DEFESA À RETAGUARDA DE UM CURSO D’ÁGUA


a. Generalidades
(1) Em regra, são os comandos superiores que decidem qual o
tipo de ação defensiva a ser usado em um curso de água. Esta defesa pode
ser estabelecida de duas maneiras:
(a) LAADA ao longo da margem do curso de água; e
(b) LAADA à retaguarda da margem do curso d’água, em
terreno favorável a defesa.
(2) Na ação defensiva, à retaguarda da margem do curso d’água,
isto é, quando o curso de água constitui um meio auxiliar para atacar o
inimigo na ocasião em que esteja realizando a travessia, a companhia de
fuzileiros mecanizada pode receber a missão de estabelecer postos de
vigilância ao longo do mesmo para alertar a tropa amiga, retardar e
desorganizar as tentativas de travessia do inimigo. A companhia de
fuzileiros mecanizada pode, também, fazer parte de uma força móvel de
contra-ataque, cuja missão é destruir o inimigo quando ele estiver dividido
pelo curso de água ou logo após havê-lo transposto.
(3) Na ação defensiva ao longo da margem do curso de água em
que o rio é utilizado como obstáculo imediatamente à frente da área de
defesa (Fig 7-27), a companhia de fuzileiros pode receber uma área definida
para organizar e defender, na margem do curso de água ou em suas
proximidades, ou ficar como reserva do batalhão.
b. Frente
(1) Na defesa de um curso de água, uma companhia de fuzileiros
mecanizada pode receber uma frente maior que em terreno normal,
aproveitando-se o aumento do valor defensivo do terreno proporcionado
pelo rio obstáculo. Esta frente é defendida alargando-se os intervalos entre
os pelotões, em vez de aumentar-se o afastamento entre os homens ou
grupos.

7-62
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

Mec
Mec

Mec
Mec
Mec
Mec

Fig 7-27. Defesa ao longo da margem do curso de água em que o rio é


utilizado como obstáculo.

(2) Quando o batalhão realiza uma defesa ao longo da margem


com a maioria dos meios em reserva, a companhia poderá receber como
frente, toda a zona de ação do batalhão. Neste caso deverá priorizar o
controle dos pontos favoráveis a transposição e buscar a organização de
posições de bloqueio que permitam, no mínimo, o retardamento do Ini para
que a reserva do batalhão possa contra-atacar de forma eficiente antes que
o inimigo complete o desembarque do grosso de suas forças na margem
amiga.
c. Apoio de fogo
(1) Quando o LAADA é organizado na margem do curso de água,
as concentrações e barragens dos morteiros são planejadas para bater as
possíveis vias de acesso à margem oposta e os prováveis locais de
travessia.
(2) As metralhadoras e outras armas de tiro direto recebem
grandes setores de tiro e batem vias de acesso e áreas sobre as quais
possam ser feitos tiros rasantes eficazes, de modo a estabelecer uma linha
de fogos sobre o rio e a margem oposta.
(3) As granadas de fuzil, os morteiros e as armas anticarro podem
ser utilizados contra os grupos de homens e materiais inimigos na margem
oposta e no rio. Durante a travessia do curso d’água, o inimigo deve ser
batido por granadas com espoletas de tempo.
(4) Os fogos de proteção final são aplicados sobre a margem
amiga, para destruir o inimigo quando este esforçar-se por tomar pé na
mesma.

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(5) Quando o LAADA é organizado nas elevações situadas atrás


da margem, as armas de apoio são empregadas como na defensiva normal.

7-39. DEFESA EM BOSQUES


a. A defesa em bosques caracteriza-se por campos de tiros limitados
e observação deficiente. Tendo em vista esta peculiaridade, a defesa
baseia-se em fogos defensivos planejados com antecedência e
estreitamente coordenados, obstáculos, patrulhamento constante, amplo
emprego de elementos de segurança imediata, e na preparação de
itinerários para um rápido deslocamento dos elementos de apoio ou de
reserva.
b. Os campos de tiro limitados, no interior da posição, exigem a
redução das distâncias e dos intervalos entre os homens e entre as frações.
Constroem-se tetos nos abrigos e espaldões para darem proteção contra os
fogos do inimigo e os de apoio imediato da artilharia e morteiros amigos. O
pelotão reserva prepara-se para contra-atacar pequenos elementos de
infiltração que penetrem na posição. É mantido um patrulhamento constante
à frente, nos flancos e no interior da posição. Os elementos de segurança
local são dotados de meios de comunicações rápidos para darem o alerta
imediato da progressão inimiga.
c. O êxito da defesa depende da vigilância, de informes precisos
sobre os movimentos inimigos (monitoramento das RIPI), da eficácia dos
fogos de proteção final e de contra-ataques imediatos para eliminar os
elementos inimigos que se infiltrem na posição.
d. O batalhão pode empregar seus caçadores na zona de ação das
companhias. Eles podem evitar a utilização pelo inimigo de certas zonas,
desorganizar suas comunicações e atuar como observadores.

7-40. DEFESA CONTRA OS ATAQUES AEROTERRESTRES


a. Generalidades
(1) Ataques aeroterrestres são conduzidos em grandes
profundidades. As companhias de fuzileiros mecanizadas integrantes dos
batalhões empregados na área de defesa avançada podem ser incluídas no
sistema de alarme quanto a aproximação de aeronaves, devendo manter
suas posições e missões na defesa caso o inimigo realize um ataque
aeroterrestre.
(2) As companhias empregadas nas zonas da retaguarda podem
receber o encargo de organizar uma determinada área contra as ações de
forças aeroterrestres; podem organizar, ocupar e defender acidentes
capitais do terreno; ou fazer parte de uma força móvel de choque.
b. Princípios da defesa contra os ataques aeroterrestres
(1) Para frustrar o reconhecimento aéreo inimigo, o disfarce e a
ocultação são aperfeiçoados. Preparam-se posições de muda para as

7-64
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

armas e homens, a fim de dar flexibilidade à defesa. Posições simuladas


são preparadas para confundir o inimigo;
(2) O alerta oportuno dos desembarques inimigos é obtido por um
sistema de vários postos estabelecidos nas possíveis zonas de
desembarque e providos de meios rápidos de comunicações. Muitas vezes,
é necessário completar a ação desses postos com patrulhas mecanizadas.
(3) Para proporcionar proteção inicial contra desembarques
inimigos, são instalados pequenos elementos em locais próximos das zonas
de desembarque, que sejam prováveis objetivos da tropa aeroterrestre e
nos acidentes do terreno de vital importância (acidentes capitais). Esses
elementos constituem a força de segurança local, cuja missão é retardar,
desorganizar e deter o inimigo até que a força móvel de choque possa
contra-atacá-lo. O valor de cada elemento é função da importância da zona
a proteger e pode variar de um grupo de combate a um pelotão de fuzileiros
mecanizado, reforçado com armas de apoio. São construídos obstáculos,
dando-se prioridade às zonas de desembarque mais próximas dos
prováveis objetivos da tropa aeroterrestre;
(4) Para dar o máximo de flexibilidade à defesa, é organizada uma
força móvel de choque com a missão de destruir o inimigo por meio de
contra-ataques. De preferência, são empregadas tropas mecanizadas
dotadas de grande potência de fogo, sendo mantida em um ponto central,
em posição coberta e abrigada. Os planos para seu emprego são
preparados com antecedência e ensaiados.
c. Conduta da defesa contra os ataques aeroterrestres - Durante o
reconhecimento aéreo inimigo, a tropa permanece oculta. Por ocasião dos
bombardeios aéreos inimigos, os homens ocupam posições abrigadas e
preparam-se para resistir ao ataque inimigo. Durante os desembarques
iniciais a defensiva é agressiva. Se os aviões-transporte, em vôo baixo,
chegam ao alcance útil das armas, todas elas atiram. Os postos de alerta e
a força de segurança local procuram determinar a zona de desembarque
principal e a direção do deslocamento das forças inimigas e batem-nas com
o máximo de fogos. Os contra-ataques locais infligem o maior número
possível de baixas e retardam a reorganização das forças já
desembarcadas. Logo que sejam recebidos dados seguros sobre o efetivo e
a localização de um desembarque inimigo, a força móvel de choque é
empregada entre a zona de desembarque e o provável objetivo da tropa
aeroterrestre, para destruir ou deter o inimigo. A fim de assegurar uma
defesa eficaz contra um ataque aeroterrestre, torna-se necessária uma
vigorosa ação ofensiva.

7-41. DEFESA EM CONTRA-ENCOSTA


a. A defesa em contra-encosta visa utilizar uma crista topográfica
para proteger o defensor da observação terrestre e do fogo direto inimigo.

7-65
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

Essa técnica tira o máximo proveito da surpresa e obriga o inimigo a


empregar parceladamente seus meios na crista topográfica da elevação.
Além disso reduz o efeito das armas de longo alcance inimigo e tira o
máximo proveito das armas de curto alcance das unidades em posição.
b. Organização da defesa em contra-encosta - A posição em
contra-encosta, geralmente, é organizada de acordo com os fundamentos
defensivos com as seguintes particularidades:
(1) São empregadas medidas de simulação para levar o inimigo a
crer que a posição defensiva está na encosta da elevação e se desdobre
para atacá-la.
(2) Postos de observação são localizados na crista topográfica ou
imediatamente à sua frente e ocupados pelos comandantes de fração e
observadores avançados e são protegidos por pequenas frações de
fuzileiros e peças de armas de apoio, via de regra, fornecidos pelo pelotão
reserva. À noite, eles são reforçados para evitar a infiltração e a surpresa do
inimigo;
(3) Quando possível, a encosta e os flancos são batidos por fogos
diretos de flanqueamento de armas desenfiadas da frente;
(4) Um judicioso lançamento de campos de minas anticarro e
armadilhas, pode ser feito na encosta e na contra encosta para retardar e
desorganizar o ataque inimigo;
(5) A tropa e as armas, na contra-encosta, são localizadas de
modo a proporcionarem o máximo de fogos sobre a crista, suas vias de
acesso e as encostas das elevações vizinhas;
(6) A crista militar da elevação imediatamente atrás, quando
dentro do alcance útil, é o local indicado para instalação das armas
anticarro;
(7) Os fogos de proteção final são planejados para destruir o
inimigo quando ele tentar transpor a crista. O LAADA, em geral, fica
localizado, no mínimo, a 200 metros da crista, para proporcionar campos de
tiro convenientes e permitir o desencadeamento dos fogos de proteção final
sem por em perigo a tropa amiga.
c. Conduta da defesa em contra-encosta - Os elementos de
segurança localizados na encosta dão o alerta da aproximação do inimigo e
procuram retardá-lo ou desorganizá-lo com fogos longínquos. Durante os
períodos de pouca visibilidade utilizam-se dispositivos de vigilância e
alarme, associados a armadilhas e artifícios iluminativos para dar maior
segurança à frente. Se o inimigo repelir os elementos de segurança e
continuar sua progressão, as concentrações planejadas são desencadeadas
sobre a encosta pelas armas de tiro curvo da defesa, a fim de desorganizar
a articulação do inimigo para o ataque. As armas de tiro direto, instaladas no
interior da posição, só abrirão fogo quando surgirem alvos compensadores,
no momento que estes transpuserem a crista da elevação. Se o inimigo

7-66
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

transpuser a crista em massa, os fogos de proteção final serão


desencadeados. Se ocorrer uma penetração limitada no LAADA e for
ordenado um contra-ataque, serão aplicados os princípios normais que
regem essa operação. Em virtude da necessidade de evitar a observação
inimiga feita de pontos que dominam a área de defesa, a força de contra-
ataque procura restabelecer os elementos de segurança na encosta.

Fig 7-28. Exemplos de defesa em contra-encosta.

7-67
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

7-42. OUTRAS AÇÕES DE DEFESA


a. Bloqueios de Estradas
(1) A companhia de fuzileiros mecanizada, muitas vezes, recebe a
missão de bloquear estradas. O efetivo necessário para essa missão varia
de um pelotão a uma companhia de fuzileiros reforçada.
(2) Em função da situação, o comandante do batalhão pode
determinar que a defesa seja mantida a todo custo, até uma determinada
hora, ou até que a pressão inimiga ameace conquistar ou flanquear a
posição.
(3) A tropa e armas são instaladas de maneira que possam cobrir
eficazmente, pelo fogo, a estrada, o terreno situado ao longo da mesma e
as vias de acesso à posição. Quando há boa visibilidade, essas posições
são suficientemente afastadas de modo a ficarem fora da zona de dispersão
dos fogos inimigos dirigidos contra a estrada.
(4) Durante os períodos de pouca visibilidade, são ocupadas posições
mais próximas da estrada, porém, além do alcance das granadas de mão.
Um posto de vigilância é instalado onde possa dar o alerta oportuno da
aproximação de uma força inimiga.
b. Defesa das Instalações da Retaguarda
(1) Uma companhia de fuzileiros mecanizada pode ser designada
para proteger uma instalação da retaguarda da zona de combate.
(2) As ações inimigas contra as quais ela deve proporcionar proteção
compreendem ataques terrestres, ataques aeroterrestres, incursões,
revoltas de civis e sabotagens. Geralmente, ela pode prover melhor essa
proteção, instalando elementos de vigilância em toda a zona e mantendo
um elemento móvel – Força de Reação – constituído do grosso de seu
efetivo.
(3) O efetivo dos elementos de vigilância pode variar desde simples
vigias até um grupo de combate reforçado. Eles podem consistir de postos
de vigias, postos de vigilância e de patrulhas a pé ou mecanizadas. Seu
número e localização devem permitir sufocar rapidamente pequenos
distúrbios ou dar o alerta oportuno à Força de Reação no caso de ameaça
mais séria. A Força de Reação fica em condições de defender a instalação,
quer atacando a força inimiga, quer ocupando posições defensivas
previamente preparadas.

ARTIGO VIII
MOVIMENTOS RETRÓGRADOS

7-43. GENERALIDADES
a. Movimento retrógrado é qualquer movimento tático organizado de
uma força, para a retaguarda ou para longe do inimigo, seja forçado por

7-68
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

este, seja executado voluntariamente, como parte de um esquema geral de


manobra.
b. O movimento retrógrado visa a preservar a integridade de uma
força, a fim de que, em uma ocasião futura, a ofensiva seja retomada. Uma
força somente o executa voluntariamente, quando uma vantagem marcante
possa ser obtida. Em qualquer caso, deve ser aprovado pelo comandante
do escalão imediatamente superior e é planejado com a antecedência
devida.
c. Finalidades - Os movimentos retrógrados são executados com
uma ou mais das seguintes finalidades:
(1) Inquietar, desgastar, retardar e infligir baixas ao inimigo;
(2) Conduzir o inimigo para uma situação desfavorável;
(3) Permitir o emprego de uma força, ou parte da mesma, em
outros locais;
(4) Evitar o combate sob condições desfavoráveis;
(5) Ganhar tempo sem se engajar decisivamente em combate;
(6) Desengajar-se do contato com o inimigo;
(7) Reajustar o dispositivo; e
(8) Encurtar as vias de transporte.

7-44. FORMAS DE MANOBRA


Os movimentos retrógrados são classificados em três formas de
manobra básicas:
a. Retraimento
b. Ação retardadora
c. Retirada

7-45. FATORES DE ÊXITO


Os principais fatores que influem no sucesso de um movimento
retrógrado são:
a. Planejamento centralizado e execução descentralizada (é
necessário ter uma completa compreensão da operação por meio de planos
bem detalhados do escalão superior e possuir liberdade suficiente na
execução de suas missões específicas);
b. Aproveitamento adequado do terreno e das condições
meteorológicas com especial atenção para o máximo aproveitamento das
redes de estradas, principalmente pelas forças mecanizadas e blindadas;
c. Liberdade de ação, rapidez e mobilidade (igual ou superior a do
inimigo);

7-69
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

d. Largo emprego de medidas de coordenação e controle;


e. Manutenção do moral, que poderá ser obtido pelo exercício
vigoroso da liderança efetiva de seus comandantes, visando minimizar os
possíveis efeitos negativos causados pelo movimento para a retaguarda;
f. Planos flexíveis, baseados em hipóteses, com ênfase na iniciativa;
g. Emprego adequado do apoio de fogo e obstáculos;
h. Emprego oportuno de ações ofensivas; e
i. Sigilo, segurança e simulação.

7-46. APOIO LOGÍSTICO


a. O planejamento de apoio logístico para um movimento retrógrado
deve dispor sobre:
(1) Destino a ser dado aos suprimentos e equipamentos em
excesso;
(2) Evacuação das VBTP danificadas e em pane;
(3) Execução do suprimento durante toda a operação;
(4) Evacuação das baixas;
(5) Destruição dos suprimentos e equipamentos, exceto os de
saúde (classe VIII), caso seja necessário;
(6) Controle de trânsito; e
(7) Controle de civis.
b. Deve ser feito todo o esforço para impedir que os suprimentos de
qualquer espécie, caiam em mãos do inimigo.
c. O controle de trânsito é de capital importância para o êxito da
operação. Deste modo as prioridades, horários e condições de utilização
das estradas devem ser planejados, a fim de assegurar um ordenado
deslocamento, levando-se em consideração as missões e as possibilidades
dos elementos do batalhão. As probabilidades de interdição das estradas
por ação do inimigo, por modificações nas condições meteorológicas e por
congestionamento dos itinerários, exigem a previsão de itinerários
alternativos.
d. Uma operação retrógrada raramente pode ser realizada sem que a
população civil seja envolvida na ação, assim, o controle e a evacuação de
civis devem ser considerados em todos os planos para um movimento
retrógrado, a fim de evitar-se desordem e o congestionamento do trânsito.
e. O plano de destruição contém instruções referentes ao que
destruir, e a quando destruir os suprimentos, para que o inimigo não possa
aproveitá-los. Em princípio, tudo que não for possível evacuar será

7-70
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

destruído. No plano deve ficar bem claro quem está autorizado a realizar a
destruição e a partir de que momento deverá executá-la.
f. As operações retrógradas são caracterizadas pelo alto consumo de
combustíveis e lubrificantes. A natureza da operação poderá exigir um
consumo igualmente alto de munição. Os suprimentos de todas as classes
são previamente colocados em posições determinadas de modo a
assegurar um apoio contínuo aos elementos de combate, uma vez que o E
Sup Ev é vulnerável a ataques do inimigo. O movimento das viaturas de
suprimento é, normalmente, sob fogo do inimigo. Deve ser sempre
considerada a possibilidade do apoio logístico ser realizado por meio aéreo.
g. Não há previsão de desdobramento dos trens, devendo
permanecer embarcados.

ARTIGO IX
RETRAIMENTO

7-47. GENERALIDADES
a. O retraimento é um movimento retrógrado, por meio do qual a
companhia de fuzileiros mecanizada rompe o contato com o inimigo, de
acordo com a decisão do escalão superior. Pode ser seguido de uma
retirada ou da ocupação de uma posição ou zona recuada de onde será
conduzida uma subseqüente ação ofensiva ou defensiva.
b. O retraimento poderá ser diurno ou noturno. O retraimento diurno,
sempre que possível, deverá ser evitado, pois os fogos observados inimigos
podem resultar em pesadas baixas e na perda da liberdade de ação. Em
contrapartida, os retraimentos noturnos proporcionam maior liberdade de
ação, facilitam a dissimulação e reduzem a eficiência da observação e dos
fogos inimigos.
c. Em qualquer retraimento, todos os meios capazes de reduzir a
observação inimiga (fumígenos, etc), bem como os períodos em que esta
observação ficar prejudicada (nevoeiros e chuvas intensas, por exemplo)
devem ser bem empregados e aproveitados.
d. Os retraimentos se classificam em dois tipos:
(1) Retraimento sem pressão do inimigo; e
(2) Retraimento sob pressão do inimigo.

7-48. PLANEJAMENTO
a. No planejamento de um retraimento são consideradas as
possibilidades do retraimento sob pressão e sem pressão, dando-se

7-71
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

prioridade ao planejamento do primeiro. Nas normas gerais de ação da


unidade podem constar as medidas para execução dos dois tipos de
retraimento.
b. As ordens e planos da companhia devem constar das seguintes
instruções:
(1) Informações sobre as forças amigas e inimigas;
(2) Medidas de coordenação aplicáveis a toda a companhia,
inclusive itinerários ou zonas de retraimento; nova posição a ser ocupada e
missão após o retraimento; linhas de controle; dispositivos; e localização do
ponto inicial ou zona de reunião da companhia;
(3) Missões dos elementos integrantes da força de segurança ou
destacamento de contato, compreendendo: sua composição, seu
comandante e hora de assunção do comando, bem como o itinerário e a
hora do retraimento;
(4) Missões dos demais elementos, inclusive designação de
frações postas em reforço aos pelotões de fuzileiros mecanizados; zonas de
reunião de cada pelotão; itinerários; e hora de retraimento de todos os
elementos;
(5) Planejamento do apoio de fogo, se houver necessidade de
ruptura do contato;
(6) Medidas de disfarce e de controle das comunicações;
restrições, se for o caso, no uso do rádio e artifícios de sinalização
especiais; locais atual e futuros dos postos de comando, inclusive horas de
abertura;
(7) Prescrições relativas ao transporte, evacuação de mortos,
feridos e prisioneiros de guerra;
(8) Prescrições para suprimentos da força de segurança
(destacamento de contato) e demais elementos, bem como para remoção
ou destruição do excesso de suprimento; e
(9) Se for o caso, medidas para preparação e ocupação da nova
posição, incluindo a organização da defesa, dispositivo da companhia (que
deve ser o mesmo para facilitar a operação), localização dos trens e PC e
instruções para os elementos que se deslocarão dentro da área.
c. Se o retraimento implica em movimento através de uma posição
defensiva ocupada por outra Unidade ou Subunidade, é necessário uma
cerrada coordenação. O comandante da companhia designa um elemento
de ligação para executar a coordenação com o comando da tropa que fará o
acolhimento. As medidas de coordenação e controle devem ser
disseminadas por todos os pelotões. O planejamento deve incluir a previsão
de guias a serem fornecidos pela tropa que acolhe, estabelecimento de
ligação e comunicações e sinais de reconhecimento. Após o acolhimento, o
movimento para a retaguarda caracteriza-se como uma Retirada.

7-72
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

d. Os comandantes de fração, até grupo de combate e peça,


inclusive, com alguns guias escolhidos, realizam o reconhecimento durante
o dia dos itinerários que conduzem as suas zonas de reunião. Se a
companhia, após o retraimento, vai organizar e ocupar uma nova posição à
retaguarda, deve ser feito o reconhecimento dessa posição.

7-49. RETRAIMENTO SEM PRESSÃO DO INIMIGO


a. Na preparação de um retraimento sem pressão, devem ser
tomadas medidas táticas especiais para confundir e desorganizar o inimigo,
como por exemplo ataques a objetivos limitados, incursões e modificações
dos planos de fogos. O êxito do retraimento sem pressão, normalmente,
está condicionado a períodos de escuridão ou de visibilidade reduzida ou a
terrenos cobertos. A visibilidade reduzida e o terreno coberto dificultam o
controle. A utilização da fumaça e de itinerários cobertos auxilia na redução
da possibilidade inimiga de observar os movimentos das forças amigas.
Deve ser prevista a possibilidade de interferência do inimigo, por meio do
emprego de forças aeroterrestres, aeromóveis ou infiltradas.
b. A companhia de fuzileiros mecanizada irá realizar seu retraimento
de acordo com ordem de retraimento do batalhão, que obedece a seguinte
seqüência:
(1) Instalações de apoio logístico;
(2) Elementos de apoio de fogo, imediatamente antes do
deslocamento da companhia reserva;
(2) Companhia reserva;
(3) Companhias de 1º escalão
(4) Destacamento de contato
c. Destacamento de contato
(1) O destacamento de contato é a parte dos elementos de
manobra e de apoio da companhia que permanece em contato com o
inimigo com o objetivo de simular as atividades normais na frente e, dentro
de suas possibilidades, prover segurança ao retraimento do grosso. Este
destacamento tem limitada possibilidade de resistência e depende,
principalmente, da simulação para cumprir a sua missão.
(2) O retraimento deste destacamento ocorre em uma hora
determinada, mediante ordem, ou na ocorrência de uma contingência
específica.
(3) O comando do batalhão coordena o emprego dos
destacamentos de contato das companhias, bem como o fornecimento do
apoio de fogo necessário ao cumprimento da missão, determinando também
a ação que deve ser realizada em caso de ataque inimigo.
(4) O efetivo e a composição do destacamento de contato são
fixados pelo comandante do batalhão. Em geral, não excede a um terço do

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

efetivo de fuzileiros da companhia, acrescido de um terço a metade das


armas de apoio. Via de regra, um grupo de combate é deixado em cada
núcleo de defesa de pelotão das companhias de fuzileiros mecanizadas de
primeiro escalão.
(5) As armas de apoio da companhia e do batalhão, que
permanecerem em posição, são colocadas em reforço ao destacamento de
contato, se necessário, em condições de baterem as vias de acesso que
possam ser utilizadas pelo inimigo.
(6) Em geral, o subcomandante da companhia comanda os
elementos integrantes do destacamento de contato. Neste caso, ocupa o
posto de comando da companhia e utiliza mensageiros, telefone e rádio
para manter as comunicações.
(7) Um pelotão de fuzileiros mecanizado geralmente permanece
em posição na zona de ação da companhia reserva com a missão de
patrulhar; proteger o posto de comando do destacamento de contato;
bloquear as mais prováveis vias de acesso do inimigo à zona da retaguarda
do batalhão; atuar como elemento de segurança, cobrindo o retraimento do
destacamento; e manter o contato com o inimigo após o retraimento dos
elementos de 1º escalão do destacamento.
d. Execução (Fig 7-29)
(1) O êxito do retraimento depende do emprego eficaz da contra-
inteligência, do controle, da segurança e da dissimulação. O deslocamento
da tropa e sua subseqüente reunião são realizados o mais silenciosamente
possível. Por meio de fogos, de tráfego rádio e de patrulhas, o
destacamento de contato simula as atividades normais dos elementos que
ocupam a posição.
(2) As instalações logísticas precedem o movimento, podendo até
mesmo iniciar seu deslocamento durante o dia, se não comprometer o
sigilo;
(3) As armas de apoio devem permanecer em posição até que os
elementos do grosso já tenham completado sua reunião. Entretanto, os
elementos de apoio de fogo devem, em princípio, preceder os elementos de
manobra no movimento.
(4) O retraimento de todos os elementos da companhia de
primeiro escalão, menos os do destacamento de contato, inicia-se
simultaneamente na hora fixada. Os homens retraem dentro dos grupos de
combate, para a zona de reunião de pelotão e, a seguir, para a da
companhia. O movimento é regulado de modo a não haver demora alguma
nas zonas de reunião dos pelotões e da companhia. Quando a companhia
opera em larga frente, é desejável que cada pelotão receba seu próprio
itinerário.
(5) As VBTP da companhia vão ao encontro de suas frações o
mais à frente possível, sendo seu limite de avanço prescrito pelo

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

comandante do batalhão. As viaturas deslocam-se isoladamente ou em


pequenos grupos e um número suficiente é deixado com o destacamento de
contato para o transporte de suas armas de apoio.
(6) Logo que os pelotões tenham retraído, como medida de
simulação, os homens do destacamento de contato reajustam seu
dispositivo para dar a impressão de que a posição se encontra realmente
ocupada. Deslocam-se para locais que lhes permitam bater as mais
prováveis vias de acesso do inimigo à posição do pelotão e, ao mesmo
tempo, proporcionem proteção aproximada às armas de apoio. O grupo de
combate que permanece no núcleo do pelotão reserva de cada companhia
de primeiro escalão, patrulha a zona da retaguarda. As armas de apoio
simulam os fogos normais, utilizando os diversos materiais e calibres.
(7) O destacamento de contato retrai protegido pela respectiva
reserva e no momento prescrito pelo batalhão. Após ter acolhido os
elementos de primeiro escalão do destacamento de contato, a reserva deste
retrai até ser acolhida. A hora de retraimento é determinada, em princípio,
de modo a permitir que o destacamento de contato seja acolhido por um
elemento de cobertura antes do alvorecer
(8) Caso a companhia seja a reserva do batalhão ela se deslocará
como um todo, imediatamente antes das companhias de primeiro escalão,
podendo deslocar-se diretamente para a sua zona de reunião. Havendo
possibilidade do inimigo pressionar durante a operação, ela poderá ser
mantida em posição, como uma força de segurança, até que seja
ultrapassada pelos elementos de primeiro escalão.
e. Medidas de coordenação e controle
(1) Zona de reunião - A zona de reunião da companhia deve ser
localizada o mais à frente possível para agilizar a reorganização.
Normalmente, é situada imediatamente à retaguarda do pelotão reserva.
Deve possuir espaço suficiente para a manobra de viaturas em seu interior
ou nas proximidades. O tempo de permanência nela deve ser mínimo. A
critério do comandante as frações podem ser liberadas para a retaguarda, à
medida que cheguem à Z Reu, sem necessidade de aguardar as demais
frações.
(2) Itinerários de retirada – A SU recebe do batalhão o itinerário de
retirada a ser seguido. Nele são designados: ponto inicial (PI), por onde a
SU deve passar no horário prescrito; ponto de embarque (P Emb); postos
de controle de trânsito (PC Tran), nos pontos do itinerário críticos para o
movimento, onde mais de uma subunidade deva passar ou onde itinerários
se entroncam ou se cruzam; e ponto de liberação (P Lib), no local onde a
companhia tomará destino para nova missão. Guias podem ser utilizados,
da frente para a retaguarda, caso seja necessário.
(3) Zonas de retraimento e de retirada - Normalmente, o
comandante do batalhão designa zonas de retraimento para os elementos

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

de primeiro escalão, coincidentes com as áreas de defesa que lhes cabia


defender. Designa, também, zonas de retirada para as companhias de
primeiro escalão, por meio de limites que entrarão em vigor mediante
ordem, ao longo de toda a zona de retirada do batalhão. As zonas de
retraimento e de retirada das companhias serão as zonas de ação das
respectivas subunidades, caso o inimigo venha a atuar sobre o grosso,
durante o movimento retrógrado.
(4) Linhas de controle - O comandante de companhia recebe do
batalhão um número de linhas de controle para facilitar a coordenação da
operação. Caso haja necessidade, poderá designar linhas para a sua SU.
Estas linhas devem ser de fácil identificação e normalmente são localizadas
em linhas de interesse tático, tais como linhas de força de segurança, linhas
de PAC e LAADA das novas posições, cristas de compartimentos
transversais, rios obstáculos e outros acidentes nítidos no terreno.
f. Apoio Logístico - Antes do início do retraimento, o comandante
assegura que o nível de suprimento seja adequado à operação. A munição
destinada ao destacamento de contato deve atender à possibilidade de
emprego como força de segurança. Os primeiros elementos a retraírem
podem, se necessário, transferir munição e outros suprimentos para o
destacamento de contato. O remuniciamento para as companhias é
realizado antes do retraimento. A turma de evacuação da companhia pode
permanecer junto com o destacamento de contato.
g. Comando e controle
(1) No retraimento sem pressão, o posto de comando da
companhia continua funcionando no seu local inicial, até que a companhia,
menos o destacamento de contato, deixe suas posições. O comandante da
companhia desloca-se junto com o grosso da companhia para a zona de
reunião.
(2) O destacamento de contato utiliza as linha telefônicas já
existentes na antiga posição. O subcomandante adota o PC inicial da
companhia como posto de comando do destacamento de contato. Se
possível deve ser estabelecida a ligação fio com a zona de reunião da
companhia. Com a finalidade de iludir o inimigo, o destacamento de contato
mantém o tráfego normal de comunicação rádio e, após o seu retraimento,
corta as linha telefônicas e retira os fios para impedir sua utilização pelo
inimigo.
(3) Durante o deslocamento as linhas telefônicas existentes para a
retaguarda são utilizadas ao máximo. O silêncio rádio deve ser mantido, de
acordo com as ordens do batalhão. Os mensageiros especiais são
empregados em larga escala após o início do retraimento.

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

LAADA LAADA

(Z Reu) (Z Reu)

(Z Reu)

(Z Reu)

Fig 7-29. Retraimento sem pressão

7-50. RETRAIMENTO SOB PRESSÃO DO INIMIGO


a. O retraimento sob pressão deve ser evitado, sempre que possível.
Ocorre quando há séria interferência do inimigo, sendo desencadeado
mediante autorização do escalão superior.
b. O retraimento ocorre com o emprego de forças de segurança.
Cada escalão protegerá o retraimento do que está imediatamente à sua
frente. O desengajamento será realizado por meio da combinação do fogo e
movimento, só que nesse caso para a retaguarda. Na companhia, o pelotão
reserva protegerá o retraimento dos pelotões de primeiro escalão. A
companhia reserva do batalhão protegerá o retraimento dos pelotões
reservas das companhias de primeiro escalão.
c. O êxito do retraimento sob pressão, particularmente durante o dia,
depende em grande parte da superioridade aérea local, mobilidade, apoio
de fogo, utilização de fumígenos, controle e do emprego eficiente das forças
de segurança.

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

d. Força de segurança
(1) A força de segurança é a parte dos elementos de manobra e
de apoio que permanece em contato com o inimigo com o objetivo de,
dentro de suas possibilidades, prover segurança ao retraimento dos
elementos de 1º Escalão. Esta força tem limitada possibilidade de
resistência e retrairá em uma hora determinada, mediante ordem ou na
ocorrência de uma contingência específica. Deve constantemente monitorar
o inimigo, informando o escalão superior sobre suas ações.
(2) A força de segurança da companhia é o pelotão reserva
reforçado por elementos de apoio de fogo. A missão principal do pelotão é
apoiar o retraimento dos pelotões de primeiro escalão.
(3) Caso a companhia esteja na reserva, constituirá a força de
segurança do batalhão. Nesse caso, a missão principal é apoiar o
retraimento das companhias de primeiro escalão, acolhê-las e cobrir-lhes a
retirada. Se estiver reforçada com carros de combate, esta fração poderá
executar contra-ataques de desaferramento para criar condições de
retraimento de um elemento engajado decisivamente com o inimigo. Para
melhor cumprir sua missão receberá em reforço elementos de apoio de fogo
do batalhão.
(4) Em princípio, a força de segurança ocupará as posições de
aprofundamento já preparadas. Entretanto, poderá haver situações em que
o dispositivo deva ser reajustado ou preparadas novas posições de onde
melhor se possa cumprir a missão.
e. Execução (Fig 7-30)
(1) A fase inicial do retraimento consiste em diminuir a densidade
de tropa da área de defesa. Os trens da subunidade são os primeiros a
retraírem. Seguem os pelotões de primeiro escalão e o pelotão reserva.
(2) O retraimento dos pelotões de primeiro escalão é realizado
diretamente para a retaguarda, sob a proteção de todos os fogos
disponíveis. Quando o terreno e a situação o permitirem, os pelotões
retraem simultaneamente. Podem deslocar-se inicialmente para as Z Reu
de pelotão, designadas pela companhia, imediatamente à retaguarda do
pelotão reserva, ou de preferência, diretamente para a Z Reu da companhia,
designada pelo batalhão, à retaguarda da posição da companhia reserva.
Caso não seja possível o retraimento simultâneo, o menos engajado retrai
primeiro e protege o retraimento do elemento mais engajado.
(3) Embora a força de segurança do batalhão tenha por missão
apoiar o retraimento dos elementos de primeiro escalão, acolhê-los e cobrir-
lhes a retirada, em alguns casos a companhia pode ter que cobrir seu
próprio retraimento, deslocando seus pelotões por escalões.
(4) Caso a SU seja a força de segurança do batalhão, ela iniciará
seu retraimento à hora determinada por este, mediante ordem, ou na
ocorrência de uma contingência especificada pelo comando. Ela retrairá

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

diretamente para a retaguarda da força de segurança do escalão superior,


ou por escalões, cobrindo seu próprio retraimento até ser acolhida por
elementos amigos.
f. Medidas de coordenação e controle - As medidas de
coordenação e controle são, de um modo geral, idênticas às estabelecidas
para um retraimento sem pressão.
g. Apoio de fogo
(1) Todos os fogos disponíveis devem ser planejados contra as
posições inimigas conhecidas, particularmente, Z Reu, posições de ataque e
reserva. O apoio de fogo deve ser planejado para dissociar o inimigo,
impedindo sua rápida reação ao pressentir o retraimento.
(2) As armas de apoio do batalhão que estiverem na zona de ação
da companhia, via de regra, são postas em reforço à subunidade.
(3) Fumígenos são empregados para ocultar o dispositivo das
forças amigas e o movimento no retraimento ou para desorganizar
momentaneamente o inimigo, criando condições para desengajar os
elementos em contato e impedir ou retardar sua perseguição.
(4) As armas AC que estiverem junto aos pelotões são postas em
reforço aos mesmos, sendo empregadas para bater os blindados inimigos
que tentem penetrar nas posições. Normalmente passam a reforçar a força
de segurança, após os pelotões serem acolhidos por esta.
h. Apoio Logístico - Os elementos de primeiro escalão, ao retraírem,
podem transferir suprimentos para a força de segurança, ao serem
acolhidos por esta. Os suprimentos, exceto de saúde, que não puderem ser
evacuados, devem ser destruídos. Na fase do desengajamento dos pelotões
de 1º escalão deve se prever um maior consumo de munição.
i. Comando e controle - Durante as fases iniciais do retraimento, os
meios de comunicações devem ser mantidos em operação por um período
tão longo quanto possível. O itinerário de movimento do PC da companhia
será prescrito nas ordens do Btl, de modo a facilitar a utilização dos
sistemas físicos já existentes. As prescrições quanto a remoção e
destruição dos circuitos são as mesmas do retraimento sem pressão,
contudo, no retraimento sob pressão o rádio é utilizado em larga escala.

ARTIGO X
AÇÃO RETARDADORA

7-51. GENERALIDADES
a. A ação retardadora é um movimento retrógrado no qual uma força
troca espaço por tempo, infligindo o máximo de perdas e retardamento ao

7-79
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

inimigo, sem se engajar cerradamente em ações decisivas, criando


condições para que outras forças amigas se preparem ou executem outras
operações. A ação retardadora é mais eficientemente executada pelas
tropas altamente móveis (blindadas, mecanizadas ou aeromóveis), apoiadas
por aviação tática.

LAADA LAAD
A

Mec Mec Mec Mec

Mec Mec

1
1 2
1
2
1

Mec
Mec Mec

Fig 7-30. Seqüência do retraimento sob pressão


b. As forças de retardamento devem apresentar contínua resistência
a fim de obrigar o inimigo a se desdobrar e manobrar, perdendo tempo.
Entretanto, o combate aproximado decisivo deve ser evitado, exceto quando
indispensável para o cumprimento da missão. O contato com o inimigo deve
ser mantido permanentemente, bem como deve ser imposto um contínuo
retardamento.
d. Características
(1) Formações dispersas, liberdade de ação, apoio de fogo eficaz
e movimentos oportunos, a fim de causar o máximo de perdas ao inimigo e
evitar o combate aproximado;

7-80
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(2) As posições são organizadas para serem mantidas por um


período de tempo limitado;
(3) Os contra-ataques são empregados, principalmente, para
desengajar elementos amigos ou para manter temporariamente uma
posição até que surjam condições mais favoráveis para o retraimento;
(4) O máximo poder de fogo é colocado à frente; e
(5) As posições possuem frentes maiores e profundidades
menores.
e. A segurança dos movimentos retrógrados é feita através de: um
contínuo reconhecimento do terreno nos flancos e à retaguarda; forças de
segurança; movimentos rápidos sob proteção da escuridão; forte defesa
antiaérea e de uma permanente defesa anticarro em todas as direções.
Obstáculos devem ser usados para proteger os flancos e retardar a
progressão inimiga.

7-52. PROCESSO DE EXECUÇÃO


a. Retardamento em uma única posição - Resume-se a uma defesa
de área com tempo de permanência limitado;
b. Retardamento em posições sucessivas - No retardamento em
posições sucessivas a unidade se desenvolve como um todo em cada
posição retardadora, ocupando-as sucessivamente, após retrair da
imediatamente anterior;
c. Retardamento em posições alternadas - No retardamento em
posições alternadas, a unidade ocupa simultaneamente duas posições de
retardamento sucessivas, empregando uma ou mais companhias em cada
uma. A companhia que ocupa uma posição, após retrair e se retirar coberta
pelos elementos da posição seguinte, ocupa a próxima posição à
retaguarda e assim sucessivamente;
d. Misto - Admite-se a combinação dos processos acima.

7-53. ESCALONAMENTO DAS FORÇAS


a. Elementos de segurança - Executam, em linhas gerais, as
mesmas missões do escalão de segurança de uma defesa de área, através
da ocupação de posto de observação, realização de patrulhas e lançamento
de algumas frações à frente com a missão específica de realizar o contra-
reconhecimento. Na posição inicial de retardamento, normalmente, estes
elementos serão lançados pela subunidade reserva, pois esta não está
cumprindo nenhuma ação tática. Nas demais posições, o encargo será,
normalmente, dos elementos de 1º escalão, pois a reserva perderia em
flexibilidade e poder de combate durante o retardamento contínuo.

7-81
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

Fig 7-31. Ação retardadora em posições sucessivas

Fig 7-32. Ação retardadora em posições alternadas

7-82
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

b. Companhias de 1º escalão - O grosso da força retardadora é,


normalmente, empregado em 1º escalão, adotando um dispositivo linear
semelhante ao da defesa em larga frente. As companhias de 1º escalão
têm, normalmente, as seguintes missões:
(1) Retardar ou deter a progressão inimiga pela execução de
fogos;
(2) Manter a posição de retardamento até que receba ordem de
retrair;
(3) Evitar um engajamento decisivo;
(4) Ser empregada no retardamento contínuo do inimigo, entre as
posições de retardamento, caso a reserva não tenha condições de executá-
lo.
c. Companhia reserva
(1) A companhia reserva, normalmente, reforça os elementos de
primeiro escalão, permanecendo com um mínimo de fuzileiros para limitar
as penetrações e restabelecer as posições e, no mínimo, um pelotão de
carros ou de cavalaria mecanizada por eixo de retraimento para o
retardamento contínuo. A situação da reserva (centralizada, articulada ou
fracionada), dependerá de sua mobilidade, largura da zona de ação e
transitabilidade do terreno.
(2) A reserva cumpre, normalmente, a mesma missão de uma
defesa de área, exceto quanto à natureza dos contra-ataques, que podem
ter as seguintes finalidades:
(a) Restabelecer a posição, quando a missão exige um tempo
de permanência maior na posição;
(b) Desaferrar um elemento de primeiro escalão (contra-ataque
de desaferramento), quando um elemento se engajar decisivamente com o
inimigo, criando condições para o seu retraimento; e
(c) Desorganizar o inimigo, para ganhar mais tempo.
(3) A reserva pode constituir uma força de segurança para apoiar,
acolher e cobrir os elementos de primeiro escalão, no caso do retraimento
destes realizar-se sob pressão.
(4) Após o retraimento dos elementos de primeiro escalão, a
reserva ou parte dela, normalmente, se constitui em destacamento
retardador, com a missão de executar o retardamento contínuo do inimigo,
até a próxima posição de retardamento do batalhão. Para esta missão, a
reserva pode ser reforçada por elementos que estavam em primeiro
escalão, após o acolhimento destes. Ela irá ocupar linhas no terreno
favoráveis, que possuam bons campos de tiro para suas armas.
Normalmente, as tropas mais aptas ao retardamento contínuo serão as de
carros de combate, infantaria blindada, infantaria mecanizada e cavalaria
mecanizada.

7-83
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

7-54. ORGANIZAÇÃO DAS POSIÇÕES


a. A ordem de operações do batalhão estabelecerá quais as posições
de retardamento que serão ocupadas, o prazo a retardar o inimigo em cada
posição, o processo de retardamento a ser empregado, o dispositivo do
batalhão em cada posição e a organização para o combate do batalhão.
(Fig 7-33)
b. A companhia de fuzileiros mecanizada pode ser empregada para
organizar uma posição de bloqueio forte em cima de um eixo penetrante.
Para tanto, receberá uma frente mais estreita, dispondo pelotões nas alturas
que dominam o eixo com apoio mútuo em largura e/ou profundidade.
Sempre que possível, deverá ser reforçada com elementos de cavalaria.
c. A companhia que mobilia uma frente secundária, de difícil
aproximação pelo inimigo e que não contenha eixos penetrantes deverá
dispor seus pelotões de forma linear. O apoio mútuo lateral deve ser sempre
buscado, contudo, devido à conformação do terreno ou a falta de meios,
nem sempre esta situação será possível, devendo-se prever vigilância para
estes intervalos. Nas áreas passivas e menos favoráveis à progressão do
inimigo, o batalhão poderá prever a adoção de menor grau de resistência
(retardar ou vigiar).
d. A associação de conjuntos topotáticos e a atribuição de mais de
um grau de resistência para uma companhia, apesar de não serem
desejáveis, ocorrem com maior freqüência na ação retardadora, devido as
largas frentes que são atribuídas ao batalhão.
e. Os obstáculos naturais das posições de retardamento devem ser
aproveitados e os obstáculos artificiais são utilizados para melhorar a posi-
ção. Ambos devem ser batidos pelo fogo direto ou indireto para produzir o
máximo de retardamento.
f. Caso o batalhão possua um dos seus flancos exposto, poderá ado-
tar uma das seguintes medidas: designar uma companhia com a missão
específica de proteger este flanco ou determinar que a companhia que se
encontra mais próxima ao flanco exposto faça a proteção do mesmo, refor-
çando-a com os meios necessários para cumprir esta missão.
g. Cavalaria mecanizada - Os elementos mecanizados são utilizados
em princípio em 1º escalão barrando os principais eixos que, vindo da dire-
ção do inimigo, penetrem no dispositivo do batalhão. Admite-se reforçar
uma subunidade com um pelotão de cavalaria mecanizado, ou um pelotão
provisório VBR, caso possua em sua zona de ação um eixo penetrante.

7-84
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

Fig 7-31. Dispositivo das companhias em uma posição de retardamento


h. Outros elementos de cavalaria – Carros de combate, por sua
natureza, permanecem com a companhia reserva, com missões de
aprofundar a defesa anticarro e realizar contra-ataques. Poderão ainda ser
empregados em 1º escalão, preferencialmente reforçando as SU que
possuírem eixos penetrantes em sua zona de ação. Os carros são os meios
mais aptos para realizar o retardamento contínuo.
i. Medidas de coordenação e controle - Deve ser feito o máximo de
emprego de medidas de coordenação e controle para todas as fases da
operação. Entre outras medidas de controle estão incluídas: linhas de
controle; ponto de liberação; zona de reunião; itinerários, zonas de ação,
pontos de embarques e outras medidas que se façam necessárias seguem
as mesmas prescrições do previsto para os retraimentos, lembrando que o
tempo para manutenção de cada posição deve estar claramente
especificado. Linhas de controle serão estabelecidas especialmente em
regiões que possam ser utilizadas como posições de retardamento
alternativas.

7-85
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

7-55. EXECUÇÃO
a. Os elementos de reconhecimento inimigos devem ser destruídos
ou neutralizados pelos fogos das armas de tiro indireto ou pela ação direta
da força de contra-reconhecimento O inimigo que se aproxima é
inicialmente batido por fogos longínquos e à medida que se aproxima é
submetido a um crescente volume de fogo. Todo o esforço deve ser feito
para infligir o máximo de perdas ao inimigo, desorganizá-lo, detê-lo e obrigá-
lo a se reorganizar ou a emassar-se para um assalto.
b. As ações do inimigo devem ser constantemente monitoradas e o
comandante de companhia deve manter o comandante do batalhão
informado, a fim de que este possa decidir convenientemente sobre o
melhor momento de iniciar o retraimento para a próxima posição.
c. O combate decisivo deve ser evitado, exceto se indispensável para
o cumprimento da missão, fazendo tudo para manter a integridade da força.
d. Quando o retraimento da companhia for autorizado, a companhia
reserva posiciona-se no terreno de maneira que possa engajar o inimigo e
passa a atuar como destacamento retardador, apoiando o retraimento,
acolhendo e cobrindo a retirada dos elementos de primeiro escalão.
e. O destacamento retardador mantém o contato com o inimigo com o
cuidado de não ser desbordado e nem tão pouco ficar decisivamente
engajado, efetuando o retardamento do inimigo ao longo dos eixos.
f. Quando a situação for insustentável e o prazo a ganhar em
determinada posição não tiver sido atingido, a companhia pode receber
ordem de ocupar uma linha de controle, como posição de retardamento
alternativa, a fim de ganhar o tempo que resta antes de dirigir-se à próxima
posição de retardamento.
g. Durante o retraimento, o pessoal designado executa as destruições
previstas, fecha as passagens nos campos de minas e prepara outros
obstáculos dentro das disponibilidades de tempo e material.
h. As companhias de primeiro escalão, ao atingirem a próxima
posição de retardamento realizam a ocupação da mesma e ficam
monitorando a aproximação do destacamento retardador.

7-56. COMANDO E CONTROLE


a. Durante a ação retardadora, a continuidade das comunicações é o
princípio mais importante na fase de execução da manobra. Os meios rádio
devem, em princípio, permanecer com a prescrição livre para os elementos
em contato, restrito para os que se deslocam entre as posições e em

7-86
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

silêncio na próxima posição à retaguarda. Os meios físicos devem ser


estabelecidos nas posições retardadoras com a maior antecedência
possível, aproveitando-se os recursos já existentes. Quanto ao mensageiro,
é empregado em maior número durante o deslocamento entre as posições
retardadoras, principalmente o mensageiro especial.
b. Para o deslocamento do posto de comando da companhia devem
ser observadas as mesmas prescrições previstas para as ações de
retraimento.

7-57. APOIO DE FOGO


a. Para as ações nas posições de retardamento devem ser seguidas
as mesmas condutas e formas de emprego inerentes à defesa de área, com
a ressalva que, devido às grandes distâncias é comum o emprego de armas
e frações em reforço.
b. As ações do destacamento retardador são caracterizadas por
fogos longínquos, sobre eixos ou regiões de passagem obrigatória. As
posições de tiro estarão próximas à crista topográfica das elevações,
favorecendo a realização de fogos em profundidade e o retraimento.

7-58. APOIO LOGÍSTICO


a. Na ação retardadora, o controle e a segurança dos elementos do
apoio logístico são de vital importância. O planejamento da operação deverá
prever um adequado apoio durante o deslocamento para cada posição de
retardamento e na sua ocupação.
b. O suprimento dos elementos de combate é executado
imediatamente após sua chegada às novas posições de retardamento, em
seguida, os trens se deslocam para a retaguarda imediata da posição de
retardamento, de onde apoiarão eficientemente a operação, sem interferir
com a manobra. O batalhão pode, conforme o caso, pré-posicionar
suprimentos ao logo do itinerário.
c. As cozinhas devem estar centralizadas para proporcionar maior
rapidez de movimento. O homem carrega, além de sua reserva individual,
uma ração operacional (reserva orgânica da brigada, de posse da
companhia). Se a situação permitir deverá ser fornecida uma refeição
normal ao combatente, quando da ocupação das posições subseqüentes.
d. O consumo de combustível será elevado e as oportunidades para
reabastecimento serão restritas, desta forma, o batalhão pode deixar tonéis
com combustível ao longo do itinerário ou nas posições de retardamento.
e. O consumo de munição será elevado. Poderá ser recebida
munição especificamente destinada para a manutenção da posição inicial

7-87
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

de retardamento (munição para consumo imediato), a fim de que a


companhia aborde a próxima posição com sua dotação completa. Poderão
ser estabelecidos postos de remuniciamento do batalhão ao longo dos eixos
ou nas posições de retardamento subseqüentes.
f. A evacuação dos baixados segue o processo normal. Deve ser
considerada a possibilidade de evacuação aeromédica. Para o início das
operações é interessante que as baixas existentes já tenham sido
previamente evacuadas.

ARTIGO XI
RETIRADA

7-59. GENERALIDADES
a. Uma retirada é o movimento ordenado de tropas para longe do
inimigo, realizado de acordo com um planejamento e sem contato com o
inimigo, a fim de evitar um combate em condições desfavoráveis. A retirada,
quando precedida de um retraimento, só terá início quando o contato com o
inimigo achar-se completamente rompido e as colunas de marcha estiverem
formadas, normalmente cobertas por um destacamento de contato ou força
de segurança.
b. Uma retirada pode ser realizada com as seguintes finalidades:
(1) Aumentar a distância entre o defensor e o inimigo;
(2) Encurtar as distâncias para o apoio logístico;
(3) Ocupar um terreno mais favorável à defesa; e
(4) Permitir seu emprego em outro setor.

7-60. EXECUÇÃO
a. Em uma retirada, a companhia de fuzileiros mecanizada pode atuar
como força de proteção (vanguarda, retaguarda ou flancoguarda) do
batalhão ou enquadrada no grosso da Unidade. Quando a retirada é
precedida de um retraimento, a SU na função de retaguarda deve ser
reforçada. Quando o inimigo atua ou ameaça atuar sobre a retaguarda do
batalhão, a companhia encarregada de proteger esse flanco passa a
realizar as ações de uma operação retardadora.
b. Dependendo da disponibilidade da rede de estradas, rapidez
desejada, distância a percorrer e do grau de segurança existente, a
companhia poderá se deslocar por um itinerário diferente do batalhão,
cabendo a ela prover a sua própria segurança.

7-88
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

CAPÍTULO 8

OPERAÇÕES COM CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS

ARTIGO I
INTRODUÇÃO

8-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS


a. As operações com características especiais correspondem àquelas
que, por sua natureza, condições particulares em que podem ser
conduzidas e características da área de operações, exigem cuidados
especiais em seu planejamento e execução, ou ênfase particular sobre
outras considerações relativas às técnicas, táticas, procedimentos ou ao
material empregado.
b. Quando as operações táticas se estendem por períodos
prolongados, será necessária a substituição periódica de unidades
empregadas, tendo em vista conservar o poder de combate; manter a
eficiência operacional; atender as imposições dos planos táticos; e
reequipar, reinstruir e ensaiar as forças para operações com características
especiais.

ARTIGO II
OPERAÇÕES EM ÁREAS EDIFICADAS (LOCALIDADES)

8-2. GENERALIDADES
a. Ao longo da história os estrategistas militares viram as cidades como
centros de gravidade e de fontes de força nacional. Tais aspectos induziram
a ações em ambientes urbanos a se tornarem cada vez mais freqüentes. As

8-1
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

operações urbanas servem para uma variedade de propósitos táticos e


estratégicos, dentre eles, neutralizar ou estabilizar uma situação política
volátil, derrotar uma força inimiga que utilizou a proteção conferida pelo
terreno urbano para abrigar-se ou dominar um importante nó rodoferroviário.
b. As operações em ambiente urbano são caracterizadas por uma
combate não linear e a curta distância, com domínio do emprego das
pequenas frações de infantaria mecanizada, grande dificuldade na avaliação
do inimigo e identificação de seu valor, além da existência de muitos civis
situados na área de combate.
c. Nas condições que se apresentam no ambiente urbano crescem de
importância a população e a mídia, levando a um maior nível de controle
político até mesmo nas ações de nível tático acarretando regras de
engajamento mais restritivas.
d. Além disso, para o soldado, continuará havendo uma combinação
de extremo perigo, rápidas mudanças de situação e condições de caos e
incertezas. Com a presença cada vez maior de civis não-combatentes, será
fator importante para o planejamento, conhecer posturas e peculiaridades
da população de determinada área. Por outro lado, as operações de
inteligência continuarão a desempenhar papel extremamente importante.
e. É importante ressaltar que as batalhas de desgaste estão ocorrendo
nas cidades e o inimigo pode se esconder junto à população, assim cabe
aos comandantes em todos os níveis da SU tratarem as cidades como
“terreno com pessoas”, entendendo o efeito disso em suas armas e
operações. Destaca-se também que a inteligência deve ser a mais
agressiva possível, sob todos os aspectos (humanos e sinais), mas o mais
importante é a busca de resultado pela exploração da sincronização. As
operações de informações, mesmo no âmbito do pelotão e companhia,
devem ser conduzidas para levantar as forças adversas, os não-
combatentes e os meios de comunicação existentes.
f. Dentro desse contexto complexo, assimétrico, dinâmico e
extremamente perigoso tem destaque o emprego de tropas mecanizadas,
especialmente aptas a operar em áreas edificadas e localidades.
g. O planejamento para o combate em áreas edificadas e localidades
requer alguns cuidados especiais, com ênfase para:
(1) dificuldade de localização do inimigo (devido à pequena
visibilidade e à ampliação e reflexão de som nas áreas edificadas),
predominando o combate aproximado;
(2) limitados campos de tiro e limitada observação;
(3) canalização do movimento das VBTP pelas ruas longitudinais;
(4) dificuldade de coordenação e controle das tropas, devido à
grande dificuldade de comunicações;

8-2
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(5) descentralização máxima, até os mais baixos escalões de


comando;
(6) dificuldade de apoio cerrado de artilharia e aéreo (por ser
pequena a margem de segurança, devido à proximidade do inimigo e às
dificuldades de observação e de comunicações);
(7) emprego frequente do tiro aproximado, mesmo para canhões de
tiro tenso, causando reduzida eficiência de tiro indireto;
(8) maiores necessidades de limpeza e de segurança em todas as
direções;
(9) plenitude dos obstáculos artificiais, provocando grande lentidão
nas operações;
(10) necessidade de controle de incêndio de apoio cerrado de
saúde;
(11) determinação judiciosa da posição dos materiais e pessoal de
engenharia.
h. As companhias de fuzileiros mecanizadas conduzem operações
ofensivas ou defensivas em localidades enquadradas no batalhão de
infantaria mecanizado, podendo ou não ser reforçadas com elementos de
cavalaria (constituindo forças-tarefa), elementos de engenharia, dentre
outros.
i. A companhia de fuzileiros mecanizada pode participar de um ataque
a uma localidade seja compondo a força de isolamento ou a força de
investimento, progredindo no interior da localidade, envidando esforços para
eliminar o inimigo ou expulsá-lo da localidade, deixando em condições de
ser ocupado pela tropa atacante.
(1) No primeiro caso, a companhia de fuzileiros mecanizada deve
isolar a localidade em sua zona de ação, conquistando regiões que
permitam destruir as forças inimigas que tentem entrar ou sair na localidade,
apoiando a força de investimento e dando condições para condução da
progressão dentro do interior da localidade.
(2) Durante a fase inicial do investimento à localidade, os fuzileiros
mecanizados, em princípio, deverão realizar o ataque embarcados até a
conquista da orla anterior, onde irão desembarcar e prosseguir juntamente
com as VBTP por entre as edificações, proporcionando segurança e
designando alvos para o armamento coletivo das mesmas.

8-3. ÁREA DE OPERAÇÕES


a. A área de operações urbana apresenta características singulares. As
áreas edificadas, contendo estruturas resistentes de alvenaria ou de
concreto armado e aço, podem ser modificadas para fins de defesa,
assemelhando-se às áreas fortificadas, permitindo condições necessárias
para a proteção das instalações, tornando-se capazes de construir
casamatas para a atuação de caçadores.

8-3
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

b. O terreno onde serão desencadeadas as operações compreende


não apenas a parte superior e os diversos andares das edificações, a
superfície (nível das ruas) e o subterrâneo (túneis, metrôs, sistemas de
esgoto, etc) da área considerada.
c. A conformação geral da localidade e de seus quarteirões, a
densidade das construções, os tipos das edificações, os materiais
empregados nas construções, a conformação geral interna dos prédios,
dentre outros fatores, exercem grande influência sobre o efetivo emprego
dos diversos sistemas operacionais.
d. As operações urbanas são, na maioria das vezes, conduzidas em
regiões onde há presença de população civil, que pode ser utilizada de
diversas formas pelas forças oponentes. Tal fato faz com que o
estabelecimento de medidas de controle da população claras e detalhadas
seja essencial à condução das operações
e. Uma das grandes preocupações no combate urbano deve ser o
dano colateral. O dano colateral é um prejuízo à população ou ao material
nas vizinhanças dos alvos, não intencional e indesejável, produzido pelos
efeitos das armas amigas. Devem ser estabelecidos procedimentos para
prevenir ou minimizar os danos colaterais. Por exemplo, podem ser
adotadas medidas restritivas para o uso de armas de tiro indireto.
f. O ataque, normalmente, começa com um intenso fogo de artilharia e
com a colocação de uma cortina de fumaça, se as condições forem
favoráveis. É aconselhável também um bombardeio aéreo às fortificações.
Enquanto a artilharia está atirando, os itinerários são limpos de minas
antipessoal, pelo emprego de granadas ou outros meios. Meios especiais de
demolição podem ser empregados para destruir campos minados. Quando
as passagens estiverem abertas, os elementos de assalto se deslocam para
a frente, tão rapidamente quanto possível, cobertos pelos fogos de apoio.
g. Os grupamentos de flanco dirigem seus fogos contra qualquer
posição nos flancos da fortificação. As metralhadoras das VBTP e dos
elementos de cavalaria em reforço atiram contra as seteiras para mantê-las
fechadas. Se a fortificação está protegida por arame, uma passagem
através da cerca deve ser feita pelas equipes de demolição, pelos carros ou
por meio de cargas explosivas. Se possível, o grupo de assalto avança
sobre o terreno não batido pelos fogos das seteiras das fortificações. Os
carros cessam de fazer fogo ao sinal do comandante do elemento de
assalto e as metralhadoras dos elementos a pé cessam o fogo quando o
fator segurança da tropa atacante o determinar.
h. O tiro de armas anticarro e lança-chamas (quando disponível)
dirigidos contra as seteiras dos abrigos podem ser empregados pelos
elementos de assalto para auxiliar na proteção do avanço de uma equipe de
demolição. Após o rompimento da fortificação, o grupo de assalto avança

8-4
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

sobre a posição e com granadas de mão e lança-chamas destrói toda a


resistência inimiga. Os grupos de apoio e de flanco se deslocam e cobrem
rapidamente a reorganização dos elementos de assalto.

ARTIGO III
ATAQUE A LOCALIDADE

8-4. FASES DO ATAQUE


a. Fases do ataque a uma localidade:
(1) Isolamento da localidade;
(2) Conquista de uma área de apoio na periferia da localidade; e
(3) Progressão no interior da localidade.
b. A primeira fase se destina ao isolamento ou ao cerco da localidade.
O isolamento compreende o bloqueio das vias terrestres e aquáticas de
entrada e saída da área considerada, tem por finalidade impedir a chegada
de reforços e suprimentos para os elementos isolados, bem como impedir o
retraimento destes. O cerco difere do isolamento pelo grau de controle
exercido sobre os movimentos de entrada e saída da área. Caracteriza-se
pelo controle total do perímetro da localidade por meio da observação de
possíveis vias de acesso de infiltração/exfiltração, quer por meio da
ocupação de postos de observação, emprego de patrulhas ou uma
combinação de ambos, além do bloqueio das vias terrestres e aquáticas
(realizado tal como o isolamento). O atacante ocupará, então, posições de
bloqueio fora da área edificada, mas das quais poderá apoiar pelo fogo a
entrada nessa área e a progressão através desta.
c. A segunda fase consiste na progressão para a área edificada e na
conquista de acidentes capitais (área de apoio) na orla anterior da
localidade, para eliminar ou reduzir a observação terrestre e o tiro direto do
defensor sobre as vias de acesso à mesma. Normalmente constitui-se de
alguns prédios (aproximadamente 1 (um) quarteirão). As cobertas e abrigos
oferecidos por esses prédios permitem ao atacante descentralizar o controle
e deslocar para a frente as armas de apoio, reservas e reajustar o
dispositivo.
d. A terceira fase consiste na progressão no interior da localidade.
Nesta fase, adquire particular importância a coordenação e o controle das
frações empenhadas. A progressão poderá ser sistemática, de casa em
casa, quarteirão por quarteirão, através da área edificada ou a companhia
pode receber a missão de conquistar diretamente seus objetivos no interior
da localidade, ficando a limpeza da área edificada a cargo da reserva do
batalhão ou escalão superior, de acordo com a missão deste.

8-5
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

8-5. ISOLAMENTO
a. A ordem de operações do comandante do batalhão determinará
quais objetivos a companhia deve conquistar e manter para o isolamento ou
cerco da localidade e pode impor a direção de ataque a ser adotada.
b. Os objetivos no isolamento dominam as vias terrestres ou fluviais que
conduzem ao interior da localidade. No cerco, dominam além destas, as
vias de acesso que conduzem ao interior da localidade.
c. A companhia geralmente pode receber mais de um objetivo de
isolamento/cerco. O ideal é que cada via terrestre ou via de acesso que
conduza à localidade seja mantida por um pelotão de fuzileiros mecanizado.
Caso isto não seja possível, o batalhão pode determinar como a companhia
empregará seus meios para bloquear o acesso inimigo nessas posições.
Caso o batalhão não determine, o comandante de companhia deverá
procurar posições em que os pelotões consigam barrar mais de uma via
terrestre ou via de acesso, economizando meios. Se isso não for possível,
deverá empregar frações menores reforçadas por armas de apoio.
d. O planejamento do apoio de fogo assemelha-se a um ataque normal,
com a ressalva que, inicialmente, deve-se prever o apoio à conquista dos
objetivos de isolamento. Quando da manutenção destes, devem ser
previstos fogos tanto para apoiar o isolamento/cerco da localidade como
para evitar a saída ou contra-ataques do inimigo que se encontra no interior
desta. Face às grande distâncias e independência das zonas de ação, é
comum a companhia receber frações de apoio em reforço ou apoio direto,
particularmente a seção de mísseis anticarro. Da mesma forma as frações
ou peças do pelotão de apoio poderão ser empregadas em apoio direto ou
reforço aos pelotões de fuzileiros mecanizados.
e. A companhia realiza os preparativos para o isolamento/cerco da
localidade como um ataque normal, com a observação das normas de
comando pelo comandante de companhia.

8-6. INVESTIMENTO
a. A ordem de operações do comandante do batalhão determinará
quais objetivos que a companhia deve conquistar, dentre estes os que deve
manter, a direção de progressão e demais medidas de coordenação e
controle, tais como, pontos e linhas de controle, pontos de ligação, pontos
de coordenação e limites.
b. Tipos de investimento em localidade
(1) Quando o comandante tático determina o objetivo a ser atingido
por uma força ao atacar uma localidade é decidido o tipo de investimento a
ser empregado de acordo com os fatores da decisão.
(2) Os tipos de investimento são:

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(a) Sistemático - caracterizado pela necessidade de controle total


de uma área ou região. Nesta modalidade são realizadas operações de
limpeza casa a casa, onde o emprego de tropas de infantaria e de viaturas
blindadas será extremamente necessário para o desenvolvimento das
atividades.
(b) Seletivo - destinado à conquista de um acidente capital
dentro da localidade (aeroporto, refinaria, dentre outros). Deve ser utilizada
uma tropa altamente móvel e com relativa proteção blindada.
c. Durante a fase inicial do investimento da localidade os fuzileiros
mecanizados, em princípio, deverão realizar o ataque desembarcados. Na
progressão no interior da localidade os fuzileiros devem avançar protegidos
pelas VBTP e pelos elementos de cavalaria, quando for o caso.
d. Na progressão no interior da área edificada, os elementos de
cavalaria devem atirar no segundo andar de casas e prédios, abrindo
passagem para os fuzileiros mecanizados que, subindo nas VBTP, podem
acessar as edificações pelo segundo pavimento e realizar a limpeza das
resistências inimigas, impedindo a ação de atiradores de elite.
e. As missões dos fuzileiros mecanizados no combate urbano são:
(1) Localização de alvos para o engajamento das armas das VBTP
e dos elementos de cavalaria.
(2) Neutralização e destruição de armas anticarro do inimigo.
(3) Assalto e redução de posições e limpeza dos edifícios, sob a
proteção dos fogos das VBTP e dos elementos de cavalaria.
(4) Proteção das VBTP e dos elementos de cavalaria contra as
medidas individuais anticarro.
(5) Realização da segurança e da defesa de área, uma vez limpa.
f. A companhia de fuzileiros mecanizada receberá objetivos nas orlas
anterior e posterior da localidade, podendo receber ou não objetivos no
interior da mesma.
(1) Objetivos na orla anterior permitem à companhia reajustar seu
dispositivo, cerrar à frente as armas de apoio e descentralizar o controle,
tendo em vista a progressão na localidade.
(2) Objetivos na orla posterior caracterizam a ultimação da limpeza
da localidade, possibilitando, de acordo com a situação, o reajustamento e
os reconhecimentos para o prosseguimento das operações, fora da
localidade.
(3) Objetivos no interior da área edificada buscam atender às
necessidades de segurança, limpeza e coordenação.
(a) Quanto à segurança, podem estar situados sobre regiões na
localidade que, em virtude de seu comandamento e situação face à
progressão do escalão de ataque, exerça marcante ameaça sobre as tropas

8-7
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

que progridam por vias de acesso adjacentes. Sua conquista, portanto,


proporciona a segurança necessária a outras peças de manobra.
(b) Quanto à limpeza de área, podem ser localizadas em
instalações de administração e utilização pública (serviços essenciais), cuja
manutenção seja importante para o prosseguimento das operações como
controle populacional, segurança da tropa e utilização de recursos locais.
(c) Quanto à coordenação, são marcados em regiões que
imponham mudança de dispositivo, direção e ritmo da operação, bem como
atendam às necessidades do comandante do batalhão em sincronizar as
posições das peças de manobra com as possibilidades e necessidade do
apoio de fogo (segurança do escalão de ataque), reservas e apoio logístico.
g. Direções - No interior da área edificada as direções podem ser
balizadas por ruas ou edifícios destacados. Normalmente, as ruas serão
utilizadas para esse balizamento quando sua orientação longitudinal assim o
indique e quando a localidade for densamente construída. Os edifícios ou
pontos nítidos mais destacados serão referenciados em zonas menos
densamente edificadas, as quais permitam sua boa visualização a distância,
assim como em zonas onde o arruamento não apresente uma mínima
regularidade geométrica.
h. Linhas de controle - Em virtude da extrema compartimentação,
diferença de densidade e grau de profundidade da área edificada, e das
consequentes dificuldades de observação e de ligações, o controle tende a
descentralizar-se até os menores escalões de comando, como pelotão e,
por vezes, grupo de combate, transformando-se o combate em uma série de
pequenas ações independentes. O escalão superior assegura o controle
das operações marcando linhas de controle, geralmente em eixos
transversais ao movimento (ruas, avenidas, ferrovias e cursos d’água). A
companhia informa ao atingir uma linha de controle e dela só parte para a
seguinte, mediante ordem. As linhas de controle têm papel preponderante
no controle do ataque e serão fixadas pelos diversos comandos até o
escalão companhia, inclusive, que deverá marcar linhas de controle a cada
quarteirão, para melhor coordenação de suas frações.
i. Zona de ação - A zona de ação a ser fixada dependerá do valor do
inimigo, dimensões e densidade dos edifícios e da resistência esperada.
Uma companhia de fuzileiros mecanizada, no ataque a uma localidade bem
defendida, tem como frente normal a largura de 1 (um) a 2 (dois)
quarteirões. Pelas características peculiares do combate em localidade, o
pelotão de fuzileiros também recebe uma zona de ação, com a largura de 1
(um) quarteirão. Considera-se para determinação das frentes normais um
quarteirão com a frente aproximada de 180 (cento e oitenta) metros.
j. Limites - A observação restrita e as dificuldades de controle e
coordenação tornam necessário marcar limites até o escalão pelotão

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

inclusive. A marcação de limites facilita o apoio mútuo, assegura o


vasculhamento de todas as construções da área edificada e evita o
fratricídio. Na zona densamente construída, os limites passarão,
normalmente, por um dos lados da rua, ficando a área da rua incluída na
zona de ação de um dos pelotões vizinhos. Nas demais zonas da área
edificada, os limites passam por dentro dos quarteirões, pelos quintais, de
sorte que ambos os lados da rua ficam incluídos na zona de ação de um
pelotão.
k. Poder de combate - Quando a companhia receber um objetivo no
interior da localidade, seja ele de limpeza ou segurança, deverá receber o
reforço de mais um pelotão de fuzileiros mecanizado, haja vista que haverá
a necessidade de manutenção deste objetivo. Se isto não for possível, o
comandante de companhia deve manter esta região com uma fração menor,
normalmente reforçada por armas de apoio para que tenha condições de
cumprir sua missão.
l. Progressão no interior da localidade
(1) Nesta fase as ações se descentralizam para os comandos
subalternos até o escalão pelotão e, muitas vezes, grupo de combate ou
esquadra.
(2) A progressão é lenta e coberta pelo fogo. Se possível, o escalão
de ataque evita progredir pelas ruas, porque são batidas pelos fogos
inimigos. Sua progressão poderá ser feita através dos quintais ou dos
quarteirões, através dos prédios, por brechas nas paredes, ou pelos
telhados.
(3) As ruas transversais, mesmo que não tenham sido designadas
como linhas de controle, apresentam, às pequenas unidades, uma ocasião
de reajustamento do dispositivo, antes de prosseguir para a conquista do
quarteirão seguinte. As reservas devem progredir o mais à frente possível
para maior segurança do escalão de ataque, não apenas nos flancos, mas
também à retaguarda, ocupando prédios já conquistados, para impedir a
sua retomada pelo inimigo.
(4) Esta fase oferece possibilidade de surpresa e de riscos para o
atacante, não só pela existência de armas da defesa em locais imprevisíveis
e difíceis de determinar, como também, pelo abundante emprego, por parte
do defensor, de minas, armadilhas e demolições preparadas e ainda, pela
utilização de vias de acesso subterrâneas, ao nível do solo, através dos
andares dos prédios e, mesmo, pelos telhados.
(5) O atacante deve seguir de forma rígida as medidas de
coordenação e controle impostas na manobra, isso evitará fratricídio e
diminuirá a possibilidade de alguma fração defensora envolver ou desbordar
o atacante podendo atacá-la pela retaguarda ou isolá-la do apoio das outras
frações.

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

m. Limpeza da área edificada


(1) Nas localidades fortemente defendidas, a limpeza é feita casa a
casa, quarteirão por quarteirão, pelo escalão de ataque, à medida que
progride, permitindo, assim, que a reserva esteja em condições de emprego
numa missão qualquer.
(2) Nas localidades fracamente defendidas, as subunidades de
primeiro escalão progridem rapidamente através da área edificada para
conquistar as saídas na orla posterior. As subunidades que seguem à
retaguarda (reservas) tomam a seu cargo a limpeza da área.
(3) Este tipo de ação deve ser bem coordenado evitando o fratricídio
e o ataque da força defensora nos flancos e retaguarda do atacante, a fraca
resistência pode ser planejada com esse objetivo.
(4) Quer se penetre num prédio pelo telhado, por um andar do
edifício (através de brechas nas paredes, por exemplo) ou ao nível do solo,
o vasculhamento deverá se processar da parte mais alta da edificação para
a mais baixa, salvo se isso tornar-se inviável.
n. Reserva
(1) As missões básicas da reserva no investimento são repelir
contra-ataques e realizar a limpeza das resistências desbordadas. Além
disso, a reserva pode receber a missão de atuar de flanco contra uma
resistência inimiga que detenha uma das peças do escalão de ataque,
beneficiando-se da progressão da peça vizinha, corrigir erros de direção e
substituir uma das peças do escalão de ataque.
(2) Para a determinação do poder de combate da reserva, as
restrições no combate no interior da localidade e as dificuldades de
movimento, observação e comunicações podem tornar maiores as
necessidades de reserva junto aos escalões mais avançados (companhia e
batalhão). Desta forma, uma companhia de fuzileiros mecanizada reforçada
poderá ser reserva de uma brigada. Uma companhia menos (com 2 (dois),
ou até mesmo 1 (um) pelotão de fuzileiros mecanizado) será a reserva do
batalhão e cada companhia do escalão de ataque terá um pelotão de
fuzileiros mecanizado como reserva.
(3) Considerando a grande disponibilidade de cobertas e abrigos
em áreas urbanas, conclui-se que as reservas terão condições de se
deslocar imediatamente à retaguarda do primeiro escalão em condições de
prontamente intervir no combate. A companhia reserva da brigada, em
princípio, segue o escalão de ataque defasada de 1 (um) a 3 (três)
quarteirões, a do batalhão de 1 (um) a 2 (dois) quarteirões e o pelotão
reserva da companhia normalmente progride no mesmo quarteirão dos
pelotões que realizam a limpeza.
o. Conduta do ataque a uma localidade
(1) O ataque se desenvolve na sequência das três fases que
comporta o seu planejamento. Não há, quanto à execução, demora

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

prolongada entre a segunda e terceira fases. Uma vez conquistada a área


de apoio e cerrados os meios à frente, tem início a terceira fase, como
natural prosseguimento da segunda.
(2) Um plano de ataque detalhado pode ser confeccionado com
base em plantas atualizadas da cidade e por intermédio de informações
complementares fornecidas por desertores e civis que tenham vivido na
localidade.
(3) As operações em áreas edificadas podem tomar uma
característica dimensional favorável ao atacante. Pode-se, algumas vezes,
ultrapassar quarteirões fortemente defendidos, progredindo por baixo dos
mesmos, utilizando adegas, redes de esgotos, metrôs ou outras passagens
subterrâneas. Outras vezes poderão ser utilizados os tetos, terraços ou
sótãos dos edifícios. O processo a utilizar varia em cada caso, pois se deve
esperar que o defensor tome as medidas para bloquear vias de acesso as
suas posições.
(4) Conquista da área de apoio.
(a) Processa-se de maneira semelhante ao ataque a uma
posição organizada em qualquer terreno.
(b) A fim de neutralizar as vantagens do defensor quanto à
observação, campos de tiros e abrigos, a progressão para a orla da cidade
se fará sob a proteção de fogos intensos de metralhadoras, morteiros,
carros de combate, artilharia e fogos aéreos, se disponíveis. Empregam-se
fumígenos com frequência, seja para cegar observatórios, seja para
encobrir movimentos em terrenos descobertos.
(c) Após a conquista da área de apoio, na orla, o escalão de
ataque deve ser reorganizado, de sorte a permitir:
1) o reajustamento do dispositivo das pequenas unidades,
particularmente no nível pelotão, visando a constituir as equipes de
fuzileiros – armas de apoio – VBTP – elementos de cavalaria;
2) deslocamentos das armas de apoio e das reservas para a
orla da localidade;
3) reajustamento dos planos feitos para a terceira fase.
(d) A demora na área de apoio deve ser reduzida ao estritamente
necessário a essa reorganização.
p. Apoio de fogo
(1) Armas anticarro
(a) Em geral, as armas anticarro são empregadas em reforço aos
pelotões de fuzileiros mecanizados. As construções dificultam o emprego
das armas AC, devido à necessidade de uma área de segurança para o
sopro da arma.
(b) As armas anticarro devem atirar dos telhados ou regiões
dominantes e são usadas em tiros diretos contra edificações em seteiras de
tiro ou para abrir passagens em paredes. Os canhões sem recuo podem

8-11
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

atirar em tropas abrigadas atrás de muros com granadas alto-explosivas e


espoleta de tempo.
(2) Morteiros
(a) A seção de morteiros do pelotão de apoio normalmente
permanece em ação de conjunto.
(b) Os morteiros têm grande importância, pois atiram nas zonas
desenfiadas criadas pelos edifícios, em melhores condições que a artilharia.
(c) Quando estiver atirando em alvos sobre telhados, utilizam
espoleta instantânea, já em alvos no interior de edificações, utilizam
espoleta de retardo. Além disso, podem ser utilizados para provocar
incêndios.
(3) As posições de tiro devem ser escolhidas atendendo às seguintes
peculiaridades:
(a) Armas que atiram pelas janelas ou grandes aberturas são
colocadas bem recuadas no interior das edificações.
(b) Os atiradores mudam frequentemente de posição para iludir o
inimigo e as guarnições devem estar preparadas para mudanças rápidas
para posições de muda e suplementares.
(c) Os edifícios destruídos, paredes e escombros podem ser
utilizados como posições de tiro.
(d) Posições avançadas são utilizadas para neutralizar o fogo
inimigo e apoiar a progressão dos elementos de assalto.
q. Lança-chamas - Tanto portáteis como conduzidos em carros, os
lança-chamas podem ser empregados pelo escalão de ataque. São
particularmente úteis na destruição do inimigo abrigado em porões, esgotos,
subterrâneos ou casamatas. Também são empregados na redução de
barricadas nas ruas. O seu uso deve ser restrito ao necessário, haja vista a
possibilidade da proliferação de incêndios.
r. Elementos de cavalaria
(1) Para a conquista dos objetivos da orla anterior, os elementos de
cavalaria são empregados para bater pelo fogo os prédios ou posições
afastadas, de modo a aumentar o poder de fogo das VBTP.
(2) Na progressão no interior da localidade, em virtude da diminuição
da sua capacidade de manobra, os elementos de cavalaria reforçam a
companhia, constituindo forças-tarefa. O comandante da companhia pode
centralizar seu emprego ou empregar uma e até mesmo as duas seções em
reforço aos pelotões de fuzileiros mecanizados. (Fig 8-1)
(3) Devido às características do terreno, que possibilitam que os
inimigos dotados de armas anticarro portáteis se aproximem dos carros por
itinerários cobertos, os carros de combate devem permanecer a uma
distância tal do escalão de ataque que lhes possibilite apoiá-lo sem
comprometimento da própria segurança. À medida que os fuzileiros

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

mecanizados avançam e proporcionam condições de segurança pela


limpeza das sucessivas edificações, as VBTP e elementos de cavalaria
progridem por lanços. (Fig 8-2)

Fig 8-1. A FT Cia Fuz Mec no Atq Loc

(4) No interior da localidade, os carros de combate normalmente


atuam como armas autopropulsadas, realizando tiro direto, à curta distância.
Devem acompanhar o escalão de ataque, raramente precedendo a
infantaria mecanizada, o que somente ocorre quando o inimigo não possuir
armamentos anticarro.

Fig 8-2 Progressão das VBTP e de Elm Cav por lanços

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(5) Se o terreno impuser, por condições de segurança, os elementos


de cavalaria apoiam pelo fogo a manobra dos fuzileiros mecanizados
ocupando uma única posição de tiro. Nesta situação, os elementos de
cavalaria permanecem em uma posição coberta à retaguarda, indo à frente
apenas para realizar o tiro, conduzido por um observador à frente.
(6) Independente da forma de emprego das VBTP e dos elementos
de cavalaria, deve-se destacar fuzileiros a pé para realizar sua proteção
aproximada, tendo em vista o limitado campo de observação dos mesmos e
as características do terreno facilitarem a aproximação de elementos
inimigos isolados.
q. Engenharia – A companhia poderá contar com apoio dos elementos
de engenharia para limpeza dos obstáculos, destroços e barreiras lançados
nas principais ruas e estradas e execução de demolições.

8-7. EXECUÇÃO
a. O ataque se desenvolve nas três fases em que foi planejado.
Entretanto, não há, quanto à execução, separação nítida nem demora
prolongada entre a segunda e a terceira fase. Uma vez conquistada a área
de apoio e cerrados os meios à frente, tem início a terceira fase, como
natural prosseguimento da segunda.
b. Isolamento da localidade (primeira fase) - A conquista dos
objetivos de isolamento é feita nos mesmos moldes que um ataque em
terreno normal. O comandante da companhia deve prever um dispositivo,
nos objetivos de isolamento, que permita a segurança em todas as direções,
a fim de que possa cumprir eficientemente a sua missão.
c. Conquista da área de apoio (segunda fase)
(1) Processa-se de maneira semelhante ao ataque a uma posição
organizada em terreno normal.
(2) A fim de neutralizar as vantagens do defensor quanto à
observação, campos de tiro e abrigos, a progressão para a orla da cidade
se fará sob a proteção de fogos intensos de morteiros, metralhadoras,
artilharia, carros de combate, mísseis e aviação, observando-se as medidas
restritivas de execução e coordenação dos fogos porventura estabelecidos
pelo escalão superior. Emprega-se fumígenos com frequência, seja para
cegar observatórios, seja para encobrir movimentos em terreno descoberto.
(3) Após a conquista da área de apoio, na orla, a companhia deve
reorganizar-se, de sorte a permitir:
(a) O reajustamento do dispositivo das pequenas unidades,
particularmente no nível pelotão, visando a constituir as equipes de
infantaria-carros-armas de apoio.

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(b) O deslocamento das armas de apoio e das reservas do


batalhão para a orla da localidade.
(4) A permanência na área de apoio deve ser reduzida ao mínimo
estritamente necessário a essa reorganização.
d. Progressão no interior da localidade (terceira fase)
(1) Nessa fase, as ações se descentralizam para os comandos
subalternos, até o escalão pelotão e, muitas vezes, grupo de combate. A
progressão é lenta e coberta pelo fogo. O escalão de ataque, normalmente,
evita progredir pelas ruas, porque estas são batidas pelos fogos inimigos.
Sua progressão será feita através de quintais ou de quarteirões, através dos
prédios, por brechas abertas nas paredes, ou pelos telhados. As ruas
transversais apresentam às pequenas frações uma ocasião de
reajustamento do dispositivo, antes de prosseguir para a conquista do
quarteirão seguinte.
(2) Se a rota de progressão de uma fração estiver barrada com
escombros ou existirem obstáculos lançados, tenta-se inicialmente
desbordá-los, buscando manter a impulsão do ataque. Caso não seja
possível, uma segurança deverá ser estabelecida no local, observar a
existência de armadilhas e então tentar reduzir o bloqueio da via.
(3) A reserva deve progredir o mais à frente que for possível, para
permitir maior segurança ao escalão de ataque, não apenas nos flancos,
mas, também, à retaguarda, pela ocupação de prédios já conquistados,
para impedir a sua retomada pelo inimigo.
(4) Esta fase oferece inúmeras possibilidades de surpresa e de
riscos para o atacante, não só pela localização das armas da defesa em
locais imprevisíveis e difíceis de determinar, como também pelo abundante
emprego, por parte do defensor, de minas, armadilhas e demolições
preparadas e pela possibilidade de deslocamentos subterrâneos, ao nível
do solo, através dos andares dos prédios e, mesmo, pelos telhados.
(5) O emprego de fumígenos é essencial para a progressão,
especialmente quando as frações tiverem que atravessar ruas e áreas
descobertas. Podem ser desencadeados pela artilharia, morteiros ou
canhão sem recuo, quando destinar-se a cegar observatórios distantes da
tropa. Contudo, o mais comum é o emprego de granadas de mão pelos
fuzileiros mecanizados, proporcionando a cobertura aproximada da fração.
(5) As técnicas, táticas e procedimentos que os pelotões e grupos
de combate selecionarão para o movimento através da área urbana e a
limpeza das construções individuais e cômodos devem estar bem definida.
(6) A conquista de objetivos no interior da localidade pode levar á
companhia a inicialmente cercar a instalação ou quarteirão para, em
seguida, investir sobre o mesmo. Para tanto, especial coordenação deve ser
feita para regular a progressão das frações e prevenir-se o fratricídio.

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

e. Limpeza
(1) Nas localidades fortemente defendidas, a limpeza é feita, casa a
casa, quarteirão por quarteirão, pelo escalão de ataque, à medida que
progride, permitindo assim que a reserva esteja em condições de emprego
numa missão qualquer.
(2) Todos os prédios devem ser completamente vasculhados para
evitar que focos de resistência não eliminados venham a constituir ameaça
ou envolver as linhas de comunicações, suprimento, evacuação bem como
reservas de apoio.
(3) Poderão ocorrer situações em que a limpeza da área edificada
não será realizada pela companhia, e sim pela reserva do batalhão ou
escalão superior. Como exemplos, pode-se citar a conquista de um acidente
capital no interior da localidade como ponte ou nó rodoviário, o qual poderia
ser destruído pelo inimigo caso houvesse tempo suficiente após o início do
ataque ou em localidade fracamente defendida, cujo interesse maior é a
conquista de objetivos na orla posterior. Uma forma de se cumprir essa
missão é o movimento em força do escalão de ataque embarcado, no
interior da localidade, por dois eixos de progressão. As frações-testa de
cada elemento reconhecem seus eixos imediatamente antes da passagem
dos demais. Ao ser estabelecido o contato, parte dos elementos
desembarcam para garantir o prosseguimento dos demais. Uma vez
conquistado o objetivo o escalão de ataque estabelece um dispositivo de
defesa circular, ampliando suas dimensões até a conquista do terreno
adjacente que permita sua segurança. As resistências desbordadas são
limpas pela reserva, caso a missão do batalhão assim imponha.

8-8. ASSALTO A UMA CONSTRUÇÃO


a. Execução - Os elementos de assalto deverão executar rapidamente
e violentamente o assalto e as subsequentes operações de limpeza. Uma
vez tendo conseguido sucesso na entrada da instalação, mantém a
progressão para evitar que o inimigo organize uma resistência em outros
pisos ou em outros cômodos. Numa construção de vários pavimentos, as
frações devem progredir limpando todo o piso antes de prosseguir. Isto
possibilita um rápido descanso para as tropas antes de seguirem para outro
piso.
b. Entrada na construção
(1) A entrada por cima é o método preferível para limpar uma
construção. Esse método é somente praticável, contudo, quando o acesso
ao piso superior ou telhado for conseguido por escadas, cordas, pelas
janelas e sótãos, ou quando as armas de defesa aérea puderem ser
suprimidas e as forças amigas dispuserem de helicópteros para alcançar a
parte superior das construções. Os telhados devem ser tratados como
perigosos quando as construções em volta forem mais altas e os elementos

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

estiverem expostos. As tropas abrem buracos nos telhados ou paredes,


possibilitando então usar cordas, escadas ou outros meios para entrar nos
pisos mais baixos. Se a exposição das tropas aos fogos inimigos puder ser
minimizada, as escadas podem ser usadas para conduzir um assalto
exterior aos andares superiores,
(2) A entrada por baixo é comum e pode ser a única opção viável.
Neste caso, a fração deve dirigir-se rapidamente ao piso superior e iniciar o
vasculhamento de cima para baixo. Quando a entrada for por baixo, buracos
na parede devem ser preferidos porque as portas e janelas podem estar
armadilhadas e batidas por fogos de dentro da construção. Se os elementos
de assalto tiverem que entrar através de uma porta ou janela, a entrada pela
retaguarda ou lateral é preferível. Em certas situações, o uso de explosivos
pode ser restrito, tornando a entrada através de portas e janelas a única
opção viável. As VBTP podem ser especialmente utilizadas em apoio à
entrada no nível da rua.
c. Abertura de buracos nas paredes e muros - Os grupos de
combate e pelotões poderão ter que abrir buracos nas construções.
Engenheiros preferencialmente serão designados como responsáveis pelas
aberturas dos buracos. Dependendo dos fatores da decisão, o comandante
de companhia precisará designar a localização específica das brechas ou
delegar aos comandantes das frações subordinadas. A forma como a
abertura será procedida, se por explosivos, meios mecânicos ou balísticos
pode ser determinada pelo escalão superior. Por exemplo, se um carro de
combate estiver em apoio a subunidade e não houver restrição do escalão
superior, eles poderão abrir um buraco numa parede para ser o ponto de
entrada inicial numa construção, utilizando seu canhão.
d. Ações dentro da construção
(1) Uma vez dentro da construção, as atividades iniciais serão
cobrir as escadas e apoderar-se dos cômodos que fazem face às rotas de
aproximação do objetivo. Essas ações têm o objetivo de isolar as forças
inimigas dentro da construção e prevenir contra-ataques vindos de fora. Os
elementos do assalto limpam cada cômodo do piso de entrada e então
procedem a limpeza dos demais pisos, incluindo o subterrâneo, se for o
caso.
(2) Se a entrada não for feita por cima, deve-se considerar alcançar
rapidamente o piso mais alto e limpar de cima para baixo, dependendo da
situação tática. Caso haja um piso subterrâneo ou porão deverá ser limpo
tão rapidamente quanto possível, preferencialmente ao mesmo tempo do
piso da rua.
(3) O procedimento para limpar um porão será o mesmo para um
cômodo ou piso, mas algumas peculiaridades existem, pois porões podem
conter entradas de túneis, assim como, sistemas de esgoto e

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

comunicações. Estes devem ser limpos e seguros para prevenir infiltrações


de volta do inimigo em áreas limpas.
(4) O comandante de companhia deve assegurar que os pelotões
de limpeza conduzam o material para marcar os cômodos, planejando
assinalar aqueles que estiverem limpos para as forças amigas. Ainda que as
operações ocorram durante visibilidade limitada, a identificação deverá ser
compreendida pelas forças amigas.
(5) Os elementos de apoio deverão entender quais marcações
serão empregadas, de modo a assegurar que os fogos de apoio não
atingirão os cômodos e pisos limpos. A manutenção do entendimento da
situação no que concerne a localização das equipes de assalto e quais
cômodos/pisos estão limpos é imperativo e o ponto crucial do comando e
controle da companhia. Pelo rádio poderá ser determinado, se necessário,
com que prioridade os grupos de combate e pelotões limparão os cômodos.
Quando existirem construções limpas as tropas amigas notificarão os
elementos de apoio usando o rádio ou outro sinal anteriormente planejado.
(6) Após a conquista de um piso (andar), elementos do escalão de
ataque são designados para cobrir potenciais rotas de contra-ataques
inimigos para a construção. Especial atenção deve ser dedicada a posições
inimigas escondidas entre prédios vizinhos, rotas cobertas para o prédio e
rotas subterrâneas no porão e de aproximação sobre os telhados.
Prioritariamente, deve ser provida a segurança da direção de ataque. Ao
identificarem a aproximação da construção pelas forças inimigas, alertam o
escalão de ataque e aplicam grande volume de fogos.
e. Fogos de apoio
(1) Antes do assalto - As instruções para os elementos de apoio de
fogo que apoiam o assalto deverão ser especificas. Uma vez iniciados os
fogos, eles deverão ser mantidos até o avanço dos elementos do assalto.
Alvos podem ser marcados e identificados com munição traçante, munição
alto-explosiva, sinais de voz, gestos, sinalizador laser, ou outros artefatos.
Um preciso e bem dirigido volume de fogo poderá suprimir o inimigo. O
volume de fogo e o tipo de armas empregadas serão estabelecidos pelo
batalhão em sua ordem de operações.
(2) Durante o assalto - Uma vez iniciado o assalto, os fogos são
dirigidos para as lajes e janelas e continuarão até as forças de assalto
entrarem na construção. Os elementos de apoio provêem fogos de apoio
enquanto os elementos de assalto sistematicamente limpam a construção.
Também desencadeiam fogos nas construções adjacentes para prevenir
reforços ou retiradas do inimigo. Os fogos de apoio devem focar as posições
inimigas conhecidas ou suspeitas ou, até mesmo, conforme determinação
do batalhão, somente serão empregados sobre alvos identificados ou para
revidar os fogos inimigos. Da mesma forma, veículos armados podem ser
especialmente usados para aplicar fogos precisos, pesados e contínuos.

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

f. Munição e equipamento - Os fatores da decisão e a ordem de


operações do batalhão determinarão como os elementos de assalto estarão
equipados e armados. Os elementos do assalto carregarão tanto
equipamento e munição quanto possível, especialmente granadas
(fragmentação e fumígenas).
g. Os elementos de apoio mantêm o controle da munição e
equipamentos adicionais que não sejam imediatamente necessários ao
assalto. Uma falta frequente de munição em uma batalha urbana é a das
armas anticarro leves, como o AT4. Os soldados podem usar estas armas
para uma variedade de propósitos, tais como supressão de posições e
abertura de brechas.
h. O ressuprimento poderá ser conduzido para os elementos de
assalto pelos elementos de apoio. Os comandantes deverão gerenciar
cuidadosamente o remuniciamento dos soldados durante o assalto.
Normalmente munição, água, armas especiais, equipamentos de assalto e
suprimentos médicos são os principais itens de suprimentos empregados.

ARTIGO IV
DEFESA EM LOCALIDADE

8-9. GENERALIDADES
a. A companhia de fuzileiros mecanizada, normalmente, irá conduzir
operações defensivas em uma localidade como parte do dispositivo
defensivo de um batalhão. Tais operações serão desencadeadas para
manter o terreno ou destruir as forças atacantes do inimigo. O dispositivo
adotado pela subunidade dependerá da missão imposta e da intenção do
escalão superior.
b. Durante a realização de operações defensivas, os escalões
superiores à companhia de fuzileiros mecanizada (batalhão e brigada)
procurarão: evitar serem isolados pelo inimigo; defender apenas o terreno
decisivo; e usar o fogo e a manobra para manter a iniciativa. Tais posturas
irão influir diretamente na missão a ser cumprida pela subunidade.
c. Em uma área urbana o defensor deverá tirar proveito das cobertas e
abrigos abundantes, considerando, ainda, as restrições na capacidade de
observar e manobrar do inimigo. Por meio de uma correta utilização do
terreno e combatendo em posições bem preparadas e com apoio mútuo, o
defensor poderá infligir pesadas perdas, destruir, retardar, bloquear ou fixar
uma força atacante muito maior.

8-19
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

8-10. ORGANIZAÇÃO DA DEFESA


a. A defesa de uma localidade, assim como a defesa de área, é
organizada em três áreas:
(1) Área de segurança.
(2) Área de defesa avançada.
(3) Área de reserva.
b. Traçado do LAADA - O limite anterior da área de defesa avançada
de uma defesa em zona edificada pode ser situado na orla da localidade ou
à retaguarda da orla anterior da localidade. Sempre que possível, o limite
anterior deve passar na orla da localidade, evitando que o inimigo atinja a
primeira linha de edificações e concentre suas tropas e armas de apoio sob
a proteção da área edificada. Em qualquer um dos casos, a defesa será
estruturada de forma a aproveitar o terreno da localidade mantendo a
segurança em todas as direções.
c. A companhia na área de segurança
(1) Quando o limite estiver localizado na orla da localidade, a
companhia pode ser encarregada de mobiliar os postos avançados de
combate, localizados nas elevações que dominam a localidade e impedem
seu isolamento.
(2) Quando o limite anterior estiver localizado à retaguarda da orla
anterior da localidade, todas as vias de acesso às áreas edificadas e sua
orla anterior devem ser ocupadas por elementos de segurança lançados
pela companhia que assegurem observação, o alerta oportuno da
aproximação do inimigo e a regulação e condução do fogo de apoio.
d. A companhia de fuzileiros mecanizada na área de reserva - Poderá
cumprir missões de segurança de instalações, de elementos de apoio ao
combate ou ainda constituir a reserva do escalão superior (batalhão ou
brigada) com a missão de realizar contra-ataques, limitar a penetração no
dispositivo defensivo e realizar a segurança dos flancos.

8-11. A COMPANHIA DA ÁREA DE DEFESA AVANÇADA


a. Uma companhia de fuzileiros mecanizada em terreno urbano será
empregada na área de defesa avançada para defender quarteirões ou
grupos de edifícios. A companhia conduzirá as operações com base no
esquema da manobra defensiva do batalhão.
b. A ação deverá ser coordenada com os elementos que compõem as
forças de segurança que irão retardar o inimigo à frente da posição da
companhia.
c. O comandante da subunidade posicionará seus pelotões de forma
a tirar o máximo proveito da proteção oferecida pelas edificações que

8-20
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

dominam as vias de acesso que incidem no limite anterior da área de defesa


avançada.
d. A companhia de fuzileiros mecanizada é a tropa mais apta para o
cumprimento desse tipo de missão uma vez que o inimigo será obrigado a
manobrar com a sua infantaria no interior da localidade para controlar os
acidentes capitais.
e. A tabela abaixo descreve as frentes e profundidades normais a
serem ocupadas quando da realização de uma defesa em terreno urbano.
Tais dimensões poderão variar em razão da densidade das construções, da
quantidade de escombros, da disposição das ruas, do tamanho e tipo dos
edifícios, existência de passagens subterrâneas, entre outros fatores. Após
a análise do terreno, de acordo com os fatores da decisão, as frentes
poderão ser expandidas.

ESCALÃO FRENTE PROFUNDIDADE


Batalhão de Infantaria 4a8
3 a 6 quarteirões
Mecanizado quarteirões
Companhia de Fuzileiros 2a4
2 a 3 quarteirões
Mecanizada quarteirões
Pelotão de Fuzileiros 1a2
1 quarteirão
Mecanizado quarteirões
Considera-se para determinação das frentes normais a serem ocupadas
um quarteirão com a frente de 180 metros

f. Em função da frente atribuída e das diretrizes do comandante do


batalhão, a companhia pode adotar um dispositivo com um pelotão reserva
aprofundando a defesa ou empregar os três pelotões em primeiro escalão.
Neste último caso, o batalhão se encarregará de aprofundar a defesa,
limitando penetrações e conduzindo contra-ataques.
g. Uma companhia de fuzileiros mecanizada ocupando uma posição
defensiva organizada em terreno urbano terá as seguintes missões:
(1) Impedir o acesso inimigo às ruas e quarteirões da cidade com a
utilização do fogo e de obstáculos.
(2) Destruir o inimigo por meio de emboscadas e do fogo direto de
posições preparadas nos edifícios de maior valor defensivo.
(3) Repelir o inimigo do terreno conquistado no dispositivo
defensivo, bem como eliminar os seus remanescentes por meio de contra-
ataques.
h. Reconhecimento e segurança – A execução de uma defesa em
terreno urbano será mais efetiva se o terreno for minuciosamente
reconhecido e se forem preparados obstáculos e setores de tiro. Devem ser

8-21
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

lançados postos de vigia/escuta suplementados por patrulhas á frente e nos


intervalos dos núcleos dos pelotões, principalmente nos períodos de
visibilidade limitada. Cada pelotão poderá receber a missão de instalar um
posto de vigia/escuta com o objetivo de informar, em tempo oportuno, sobre
o efetivo, localização, direção e velocidade de movimento, além da natureza
do inimigo que se dirige à posição defensiva da subunidade.
i. Organização da companhia – A análise dos fatores da decisão irá
determinar qual a melhor forma de organizar a companhia para o
cumprimento da missão.
j. Engenharia - Elementos de engenharia apoiando a companhia
terão como missões prioritárias a construção de obstáculos, a preparação
de destruições, a preparação de itinerários entre as posições (para emprego
da reserva) e o auxilio aos fuzileiros mecanizados na preparação da posição
defensiva.
k. Elementos de cavalaria - Poderão prover um pesado apoio de
fogo direto à subunidade caso seja organizada uma força-tarefa, engajando
carros de combate inimigos e apoiando contra-ataques. Os elementos de
cavalaria podem, inicialmente, realizar o apoio de fogo e depois reverter à
situação de reserva, conferindo uma maior mobilidade à mesma.
l. Execução
(1) A companhia de fuzileiros mecanizada conduzirá a defesa de
uma localidade combinando a realização de emboscadas nas principais vias
de acesso à área de defesa avançada com um eficaz sistema de
obstáculos, cobertos pelo fogo das armas dos pelotões, e uma preparação
adequada da posição defensiva no interior das edificações. A reserva
deverá estar próxima aos elementos de primeiro escalão em posições
cobertas e abrigadas para, com rapidez, realizar contra-ataques, se
necessário. Essas ações devem ser ensaiadas pela reserva exaustivamente
tanto de dia como à noite.
(2) Quando as forças inimigas estiverem manobrando para
conquistar seus objetivos iniciais, o defensor deve empregar todo o volume
de fogo disponível para destruir o inimigo e neutralizar as suas armas de
apoio. As viaturas blindadas e os carros de combate inimigos devem ser
engajados o mais cedo possível, tão logo entrem no alcance do armamento
anticarro.
(3) Em razão das características do ambiente urbano, o inimigo
será forçado a descentralizar os seus meios, em consequência, crescem de
importância as ações das pequenas frações na defesa do terreno. Os
comandantes dos grupos de combate e pelotões, frequentemente, estarão
conduzindo o combate de suas frações de forma isolada, por isso é de
fundamental importância que os comandantes, em todos os níveis, tenham

8-22
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

a correta compreensão da sua missão, do conceito da operação da


companhia e da intenção do comandante.
(4) Quando a companhia adotar um dispositivo com um pelotão
reserva poderá empregá-lo para desencadear contra-ataques para
restabelecer posições no limite anterior da área de defesa avançada de
forma mais frequente que em uma defesa em terreno aberto. Tal decisão
será em função dos fatores da decisão, particularmente o valor e a situação
do inimigo no interior da posição e as condições para barrar sua progressão
em profundidade.
m. Comando e controle
(1) O meio fio deverá ser empregado como o principal meio de
comunicações conforme o tempo para a sua instalação permitir. No entanto,
o meio fio poderá ser comprometido caso seja interceptado pelo inimigo.
(2) As estruturas e a grande concentração de linhas de energia
elétrica poderão degradar, substancialmente, as comunicações rádio.
(3) O mensageiro poderá ser largamente utilizado como
complemento aos demais meios de comunicações.
(4) Meios visuais deverão ser empregados de forma
minuciosamente planejada, tendo em vista as características do terreno
urbano que podem limitar a observação e em consequência a sua eficácia.
(5) Os meios auditivos tornam-se ineficientes em função do intenso
barulho do combate em terreno fechado.

8-12. DEFESA DURANTE PERÍODOS DE VISIBILIDADE LIMITADA


a. O inimigo poderá utilizar-se de períodos de pouca visibilidade para
realização das suas operações, buscando, principalmente, ganhar
vantagem para ações diurnas subseqüentes.
b. O comandante da companhia de fuzileiros mecanizada realizando
uma defesa em localidade deve utilizar as seguintes medidas para fazer
face a um ataque em períodos de pouca visibilidade:
(1) As áreas desocupadas entre os núcleos defensivos, que podem
ser cobertas pelo fogo e observação durante o dia, devem ser ocupadas,
bloqueadas ou patrulhadas durante os períodos de pouca visibilidade.
Podem ser estabelecidas posições para ocupação no período da noite
diferentes das posições diurnas, com o objetivo de iludir o inimigo.
(2) Devem ser instalados dispositivos de alarme e obstáculos à
frente da posição.
(3) Radares, sensores remotos e dispositivos de visão noturna
devem ser empregados na vigilância das ruas e áreas abertas no interior da
localidade.
(4) Dispositivos sonoros, obstáculos de arame e postos de escuta
devem ser posicionados nas principais vias de acesso para proporcionar o

8-23
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

alerta da aproximação do inimigo o mais cedo possível, bem como detectar


uma possível infiltração.
(5) A iluminação artificial deve ser planejada incluindo a utilização
das luzes das ruas e instalações, artifícios pirotécnicos, infravermelhos ou
outros meios disponíveis.
(6) Elementos de cavalaria em reforço à subunidade devem
conhecer detalhadamente o posicionamento dos fuzileiros mecanizados. A
utilização do equipamento de visão termal dos carros associado a sinais de
reconhecimento pode limitar a possibilidade de fratricídio.
c. Os fogos de proteção final, com visibilidade limitada, deverão ser
iniciados por meio de um sinal preestabelecido, a partir do qual todas as
armas da subunidade realizarão tiro amarrado em setores previamente
determinados.
d. Antes do início do crepúsculo matutino náutico, a subunidade deve
adotar o dispositivo diurno de forma a utilizar a escuridão para os
movimentos e reajustes necessários no dispositivo.

8-13. DEFESA DE UMA INSTALAÇÃO


a. A companhia de fuzileiros mecanizada poderá receber a missão de
defender, isoladamente, por exemplo: instalações da infraestrutura de
utilidade pública como centrais de energia elétrica e de tratamento de água;
instalações de comunicações (rádio e televisão); centros de transporte;
anéis rodoviários; postos de comando; bases de combate; entre outras.
b. Normalmente, estas instalações estarão dispostas dentro da
localidade de acordo com a conveniência para o tipo de serviço que
proporcionam e não em função do valor defensivo do terreno. Tal fato
exigirá da subunidade a ocupação de um dispositivo fora do referido
acidente capital.
c. O comandante de subunidade, para o cumprimento dessa missão,
posicionará seus pelotões no perímetro do objetivo, em terreno que possua
valor defensivo, de forma a bloquear as principais vias de acesso para
carros e para a tropa a pé que incidem no objetivo.
d. As metralhadoras e armas anticarro devem ser posicionadas onde
possam, em melhores condições, bater as vias de acesso para a infantaria
mecanizada e os carros de combate, respectivamente.
e. Deve-se fazer o máximo de emprego de obstáculos (campos de
minas, obstáculos de arame, escombros) de forma a impedir a aproximação
inimiga do objetivo.
f. Para o cumprimento da missão deverão ser consideradas as
seguintes atividades:

8-24
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(1) Realizar patrulhamento na área interna e externa do objetivo.


(b) Conduzir ações de contrarreconhecimento.
(3) Estabelecer postos de vigia/escuta.
(4) Estabelecer pontos de controle e bloqueio de ruas.
(5) Controlar a população civil e realizar a sua evacuação, se for o
caso.
(6) Coordenar as ações com as autoridades locais.
(7) Prevenir danos colaterais às instalações, decorrentes da
operação.
(8) Supervisionar funções específicas associadas à operação da
instalação que está sendo protegida.
g. As medidas defensivas a serem adotadas irão variar em função da
situação, da natureza e forma de atuação do inimigo e da missão imposta.
Com base nesses fatores, o dispositivo adotado poderá variar desde a
ocupação de um posto de segurança estático até a ocupação de um ponto
forte.

8-14. DEFESA DE UM PONTO FORTE EM ÁREA URBANA


a. Áreas urbanas podem facilmente ser convertidas em pontos fortes.
As estruturas de pedra, tijolos ou de metais proporcionam cobertas e
abrigos, itinerários desenfiados e as ruas podem ser obstruídas por
escombros.
b. A subunidade poderá receber a missão de estabelecer um ponto
forte em algum acidente capital, que pode ser uma grande construção, um
ponto dominante ou uma instalação essencial. Para que ela possa cumprir
essa missão, normalmente será reforçada por elementos de engenharia,
armas de apoio e elementos de apoio ao combate.
c. O dispositivo a ser adotado pela companhia de fuzileiros
mecanizada na defesa de um ponto forte dependerá da análise da missão e
da situação feita pelo seu comandante. Geralmente assemelha-se a uma
defesa circular.
d. Na ocupação de um ponto forte devem ser considerados os
seguintes aspectos:
(1) As posições individuais devem ser reforçadas (incluindo as
posições alternativas e suplementares) para evitar o fogo das armas
inimigas.
(2) Cada posição de pelotão, e até mesmo no nível grupo de
combate, deve estocar comida, água, munição, ferramentas de sapa e
material de saúde, para facilitar o ressuprimento das frações.
(3) Buscar o máximo de apoio mútuo entre as posições defensivas,
em todos os níveis. Itinerários cobertos e abrigados devem ser preparados

8-25
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

entre as posições e ao longo das rotas de suprimento e comunicações. Tais


itinerários deverão ser utilizados na realização de contra-ataques e para os
movimentos no interior do ponto forte.
(4) Dividir o ponto forte em posições independentes, porém com
apoio mútuo. Se uma dessas posições tiver que ser evacuada ou retrair pela
ação do inimigo, a sua penetração deverá ser limitada pelos obstáculos e
pelo fogo das outras posições que, também, apoiarão as ações de contra-
ataque.
(5) Construir obstáculos de arame e campos de minas para
dissociar e canalizar o inimigo para áreas de engajamento e para proteger o
ponto forte do assalto inimigo. Estes obstáculos devem ser posicionados o
mais afastado possível do ponto forte, desde que possam ser batidos por
fogos da posição defensiva.
(6) Realizar o planejamento minucioso e a amarração dos fogos de
todas as armas.
(7) Planejar e testar todos os meios de comunicações no interior do
ponto forte e sua ligação com o escalão superior, empregando todos os
meios disponíveis: rádio, fio, mensageiros, meios pirotécnicos e outros.
(8) Continuar o melhoramento da posição defensiva até que a
subunidade venha a ser substituída em posição ou receba ordem para se
retirar da mesma.

8-26
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

CAPÍTULO 9

OUTRAS OPERAÇÕES

ARTIGO I
SUBSTITUIÇÃO

9-1. GENERALIDADES
a. Conceito - Substituições são operações de combate realizadas por
uma unidade, ou parte dela, quando assume a zona de ação ou a missão de
outra unidade em qualquer missão de combate.
b. Substituições requerem um planejamento detalhado, pois
representam momentos críticos de emassamento temporário de tropas.
Essa vulnerabilidade deve ser reduzida com a realização de uma estreita
coordenação de planos e cerrada cooperação entre as tropas que executam
a substituição.
c. Finalidades - A substituição periódica de unidades empregadas em
operações táticas duradouras pode ter uma das seguintes finalidades:
(1) Conservar o poder de combate;
(2) Manter a eficiência combativa;
(3) Reequipar, reinstruir e ensaiar as forças para operações
especiais; ou
(4) Mudar o ritmo da operação, aumentando a impulsão em
operações ofensivas.
d. Tipos de operações de substituição
(1) Ultrapassagem
(2) Acolhimento
(3) Substituição em posição

9-1
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

9-2. ULTRAPASSAGEM
a. Conceito – A ultrapassagem é uma operação que consiste na
passagem da companhia que ataca através do dispositivo de outra força
que está em contato com o inimigo.
b. Finalidade - A companhia pode realizar uma ultrapassagem:
(1) Integrando o escalão de ataque do batalhão, para iniciar um
ataque;
(2) Como companhia reserva, para:
(a) Manter a impulsão do ataque do batalhão;
(b) Realizar uma mudança da direção de ataque; ou
(c) Explorar pontos fracos da posição do inimigo.
c. Recebimento da missão - A companhia recebe a missão e inicia
seu planejamento quando do recebimento da ordem preparatória ou ordem
de operações do batalhão. Nelas devem estar especificados:
(1) Duração da operação;
(2) Assuntos a serem coordenados com a tropa a ser ultrapassada;
(3) Regiões de passagem a serem utilizadas;
(4) Prioridade na utilização de estradas – normalmente da unidade
que ultrapassa;
(5) Responsabilidade no controle de trânsito – normalmente da tropa
a ser ultrapassada;
(6) Hora de passagem de comando da zona de ação;
(7) Apoios a serem prestados e responsabilidades; e
(8) Missão da companhia após a ultrapassagem
d. Assuntos a serem coordenados
(1) Troca de planos (inclusive o de comunicações) e designação de
elementos de ligação;
(2) Troca de informações acerca do inimigo e do terreno, com
localização de tropas, armamento coletivo, obstáculos e campos
de minas;
(3) Medidas de segurança, a fim de evitar a vulnerabilidade nas horas
de maior concentração de tropas;
(4) Planejamento de reconhecimentos;
(5) Definição precisa dos locais de passagem – devem ser os
intervalos e os flancos da tropa em contato;
(6) Fornecimento de guias pela tropa ultrapassada;
(7) Apoio de fogo a ser proporcionado pela tropa que é ultrapassada
e transmissão das listas de alvos;
(8) Coordenação de utilização do terreno para zonas de reunião,
posições de ataque, desdobramento do armamento coletivo e
trens da subunidade; e
(9) Coordenação das atividades logísticas.

9-2
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

e. A ultrapassagem é uma operação realizada como um meio para se


obter um melhor resultado em uma ação principal subsequente. Seu
planejamento é dependente do planejamento da operação que seguirá à
mesma. Com isso, o posicionamento da maioria dos meios será em função
da ação futura, podendo não utilizar, necessariamente, os melhores locais
de passagem.
f. Hora da passagem de comando - Normalmente, o comandante da
companhia que substitui assume a responsabilidade da zona de ação na
hora do ataque, no momento do desencadeamento dos fogos de
preparação, ou mais cedo, de acordo com as ordens do comandante do
batalhão. Esta assunção de comando implica em assumir o controle
operacional dos elementos dos pelotões substituídos que estiverem em
contato naquele momento e a responsabilidade pela conduta face a ações
inimigas.
g. Execução (Fig 9-1)
(1) As ações preparatórias ao movimento não devem revelar a
operação de ultrapassagem. Sempre que possível deve-se conduzir a
ultrapassagem e executar as ações preparatórias da operação sob
condições de visibilidade restrita. A companhia a ser ultrapassada deverá
manter as atividades que normalmente estavam sendo realizadas até o
término da operação, para não denunciá-la para o inimigo.
(2) Os elementos da subunidade ultrapassada permanecem em
posição e apoiam o ataque até que seus fogos se tornem perigosos à tropa
atacante, ocasião em que devem ser suspensos ou empregados em outra
missão.
(3) Com o objetivo de reduzir a concentração de tropas, cálculos de
marcha são realizados visando que a companhia chegue à LP na hora
prevista, eliminando paradas desnecessárias, que aumentariam o
adensamento de tropas.
(4) À hora marcada, a companhia deve atingir o seu ponto de
liberação, onde deixa a sua posição na ordem de movimento do batalhão,
recebe seus guias da tropa a ser ultrapassada e prossegue no seu
deslocamento. Os guias e o balizamento empregados pela tropa a ser
ultrapassada conduzem a companhia pelos locais de passagem no
dispositivo da tropa a ser ultrapassada e nos obstáculos à frente. Os guias
podem ser empregados até a posição de ataque ou até mesmo até a linha
de partida.
(5) As VBTP da Cia Fuz Mec devem permanecer na última posição
coberta e abrigada, sem comprometer, com o ruído, o sigilo da operação. No
momento oportuno e de acordo com o processo a ser empregado, as VBTP
cerrarão à frente, utilizando os itinerários balizados.

9-3
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(6) A companhia deve procurar:


(a) Conduzir a ultrapassagem o mais rapidamente possível;
(b) Utilizar-se da proteção dos fogos da tropa que está posicionada;
(c) Maximizar seus apoios com a utilização de meios disponíveis da
tropa que será ultrapassada.
(7) A tropa que estará sendo ultrapassada poderá auxiliar a companhia na
execução dos trabalhos logísticos, podendo encarregar-se, por exemplo, da
evacuação de pessoal, material e prisioneiros de guerra.

Fig 9-1 A companhia de fuzileiros mecanizada na ultrapassagem.

9-3. ACOLHIMENTO
a. Conceito - Acolhimento é uma operação na qual uma força que
realiza um movimento retrógrado passa através da zona de ação de uma
outra força que ocupa uma posição defensiva ou de retardamento à
retaguarda.
b. Esta operação é normalmente realizada em uma defesa de área no
retraimento das forças de segurança através da área de defesa avançada.
Ocorre também no contexto de uma ação retardadora quando forças de
segurança ou tropas de primeiro escalão são acolhidas nas diversas
posições de retardamento.

9-4
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

c. O acolhimento perdura até que as forças que retraem se coloquem


sob proteção dos fogos do elemento à retaguarda. A força em posição apoia
ao máximo a força que retrai e assume a missão de defesa ou de
retardamento desta última, quando o retraimento for completado.
d. Por ser uma operação complexa, é necessário que haja uma
coordenação de todos os detalhes da manobra. As áreas ou pontos
selecionados para a passagem da tropa que retrai devem estar
desocupados, balizados e localizados entre os elementos da subunidade em
posição, ou em seus flancos.
e. A localização do posto de comando da companhia em posição deve
proporcionar as melhores condições de observação, controle e permitir
assistir os comandantes das frações envolvidas na operação.
f. Para o sucesso da operação é necessário que sejam utilizadas
algumas medidas de coordenação e controle pela tropa que executa o
retraimento, conforme observado no parágrafo 7-47, letra e., deste manual.
g. Aspectos a serem coordenados entre as tropas:
(1) Troca de planos de comunicações, estabelecimento de sinais de
reconhecimento, senhas e sinais convencionados;
(2) Utilização de guias e pessoal de ligação;
(3) Estabelecimento de itinerários a serem utilizados e balizamento;
(4) Sequência e horário do acolhimento de cada fração;
(5) Horário e circunstâncias em que ocorrerá a transmissão da zona
de ação;
(6) Medidas de segurança e controle;
(7) Apoio de fogo a ser proporcionado pela tropa em posição;
(8) Transferência ou troca de equipamentos e suprimentos.
h. Execução
(1) Na hora prevista, elementos da tropa que retrai iniciam o
deslocamento diretamente para retaguarda, dentro de sua zona de ação.
Esses deslocamentos, preferencialmente, devem ser realizados durante os
períodos de visibilidade reduzida.
(2) Os itinerários de retraimento, se possível, devem estar balizados,
porém é importante lembrar que este balizamento estará sendo feito visando
uma tropa que virá da mesma direção que o inimigo, fato este que obriga
uma perfeita coordenação, de modo que seja usado um sistema de
balizamento discreto e que este seja retirado, pela tropa que retrai, à medida
que for sendo utilizado. Os itinerários podem ser balizados por fitas ou fios.
A utilização de sinais luminosos (lanternas) torna-se ineficaz em virtude da
direção de aproximação ser a mesma do inimigo.
(3) Quando o retraimento for sem pressão do inimigo, podem ser
planejadas linhas de controle e pontos de ligação na área de segurança da

9-5
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

tropa que realizará o acolhimento. Estas medidas visam possibilitar que nos
pontos de ligação sejam fornecidos guias para a subunidade que realizará o
retraimento.
(4) Elementos da tropa que acolhe devem estar posicionados junto às
trilhas e brechas existentes nos obstáculos lançados à frente da posição em
condições de, após a passagem do último homem da tropa que retrai,
realizar o fechamento dos mesmos.
(5) O comandante da tropa que retrai é responsável pela identificação
do último elemento de sua tropa a passar através da unidade em posição.
(6) A transferência de responsabilidade pela zona de ação deve
ocorrer quando a subunidade que retrai completa a passagem por uma
determinada linha do terreno (linha de controle de fogo, LAADA ou linha de
controle) ou a uma hora determinada.
(7) O comandante da tropa que retrai deverá transmitir à tropa em
posição todos os dados disponíveis em relação à situação do inimigo à
frente.

9-4. SUBSTITUIÇÃO EM POSIÇÃO


a. Conceito - A substituição em posição é uma operação na qual, por
ordem do escalão superior, uma força ou parte dela é substituída por outra
em uma área de combate.
b. A substituição em posição dá-se quando a força a ser substituída
ocupa uma posição defensiva. É realizada para o prosseguimento da defesa
ou para preparação de um ataque subseqüente. As responsabilidades pela
missão de combate e pela zona de ação da força substituída são assumidas
pela força que substitui.
c. Para continuar a defesa a substituição realizar-se-á homem a homem
e arma por arma. A companhia que substitui utiliza o mesmo dispositivo da
companhia que está sendo substituída, realizando as alterações que julgar
necessárias somente após a substituição estar concluída. Todo o esforço
deve ser feito para realizar a substituição sem enfraquecer a integridade
tática da posição.
d. Para a preparação do ataque será realizada por área e a subunidade
que substitui poderá realizar alterações no dispositivo mesmo antes da
substituição estar concluída.
e. As substituições devem ser realizadas em períodos de visibilidade
reduzida, normalmente à noite, com o objetivo de manter o sigilo da
operação.
f. O planejamento de uma substituição é centralizado, enquanto sua
execução é descentralizada. A ordem de substituição do Batalhão prescreve
a sequência e o processo de substituição a serem empregados, o intervalo

9-6
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

de tempo no qual a operação deva ser realizada, medidas de coordenação e


controle, como itinerários de substituição, P Lib Pel, P Lib GC e Z Reu, e
prescrições relativas a comando e controle, apoio de fogo e logística.
g. Sequência da substituição - A subunidade poderá ser substituída
da frente para a retaguarda ou da retaguarda para a frente. Caso não seja
especificada pelo comando do batalhão, a sequência de substituição dos
pelotões, ambos os comandantes de subunidade devem considerar: a
missão subseqüente da subunidade que substitui, a capacidade combativa
da subunidade que vai ser substituída, a possibilidade de interferência do
inimigo, as características do terreno, a necessidade de variar o
procedimento e a natureza e o valor dos elementos envolvidos na operação.
h. Processos de substituição – Os pelotões de 1º escalão podem ser
substituídos simultaneamente, aumentando a concentração de tropas na
área, mas diminuindo o período de tempo sob exposição ao fogo inimigo, ou
sucessivamente, diminuindo a concentração de tropas na área e
aumentando o período de tempo sob exposição ao fogo inimigo. Numa
situação em que três elementos são empregados à frente a substituição
poderá ser feita um a um, ou simultaneamente (neste último caso, primeiro
os elementos dos flancos e, posteriormente, o do centro, ou vice-versa).
i. Intervalo de tempo da substituição - Normalmente, o comando do
batalhão determinará os horários de início e término da substituição,
observando os seguintes aspectos:
(1) Em uma só noite: aumenta a concentração de tropas na área e
diminui a possibilidade de quebra de sigilo.
(2) Em mais de uma noite: diminui a concentração de tropas na área e
aumenta a possibilidade de quebra de sigilo.
j. Por ser uma operação complexa, exige uma ampla coordenação entre
os comandos das subunidades substituída e substituta, principalmente nos
seguintes assuntos:
(1) Troca dos planos de defesa ou ataque, plano de apoio de fogo,
plano de barreiras e demais planos que estejam em vigor, assim como
informações sobre os mesmos.
(2) Itinerários de substituição – A exemplo das ultrapassagens estes
itinerários devem estar balizados e reconhecidos, com o estabelecimento
dos pontos de liberação e zonas de reunião. Observa-se também a
utilização de guias cedidos pela subunidade substituída.
(3) Apoio logístico – As subunidades envolvidas, conforme orientação
do batalhão, devem coordenar medidas para transferência de suprimentos,
uso das instalações, desdobramento dos órgãos de apoio, uso dos meios de
transporte e controle de trânsito.

9-7
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

k. Reconhecimento - Devem ser tomadas providências para o


reconhecimento diurno do comandante de companhia e dos comandantes
de fração que se fizerem necessários à subunidade que substitui. Os
reconhecimentos incluem as posições de defesa, itinerários, zonas de
reunião, posições de armas e instalações de apoio. O reconhecimento
aéreo, se for o caso, deve ser feito pelos mesmos aviões ou helicópteros
que atuam em proveito do elemento substituído. As necessidades de
inteligência adicionais da subunidade substituta devem ser obtidos pela
companhia a ser substituída.
l. Medidas de segurança – Todo esforço deve ser feito para evitar
revelar a operação ao inimigo, com o emprego de medidas tais como:
(1) Limitação dos efetivos para os reconhecimentos;
(2) Manutenção da fisionomia da frente pela subunidade substituída
(patrulhas, fogos, comunicações e outros); e
(3) Sistema rádio da tropa substituta deverá permanecer em silêncio.
n. Execução
(1) A subunidade substituta, com o auxílio de guias cedidos pela
subunidade a ser substituída, percorre os itinerários de substituição,
previamente balizados até atingir as posições da tropa substituída,
realizando-se a substituição de acordo com o processo e a seqüência
determinados.
(2) A prioridade de utilização das estradas será da subunidade
substituta e o controle de transito será de responsabilidade da subunidade
substituída.
(3) Após a substituição, as tropas que saíram de posição utilizam-se
dos itinerários de retraimento, que podem ser os mesmos utilizados pela
tropa que entrou em posição, e ocupam uma Z Reu preestabelcida.
(4) A passagem de comando ocorrerá após a substituição completa
dos pelotões de primeiro escalão e quando também estiverem estabelecidos
os sistemas de comunicações necessários. Até a passagem de comando, o
responsável pela defesa da área e por solucionar qualquer situação de
conduta é o comandante da subunidade substituída, estando os elementos
da subunidade substituta, que já tiverem completado sua parte na operação,
sob seu controle operacional.
(5) A companhia substituída deixa na posição todo ou parte do
suprimento, tais como munição, material de fortificação ou campanha, e
outros suprimentos e equipamentos de difícil transporte. Também deixa no
local os circuitos telefônicos.
(6) A companhia substituída transmite todas os dados e
conhecimentos disponíveis acerca do inimigo e da área de operações à
subunidade substituta.

9-8
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(7) Apoio de fogo


(a) No tocante ao apoio de fogo, continuará em vigor o plano de
apoio de fogo da tropa substituída, que repassa as listas de alvos e roteiros
de tiro. Os observadores avançados e comandantes de frações de apoio da
companhia que substitui poderão levantar novos alvos.
(b) Normalmente os elementos de apoio de fogo que serão
substituídos permanecem em posição até que as subunidades de primeiro
escalão tenham sido substituídas.
(c) Se houver posições de tiro suficientes, os elementos de apoio de
fogo substitutos podem escolher novas posições das quais as missões de
tiro de uma subunidade substituída possam ser cumpridas. Caso contrário,
os elementos de apoio de fogo serão substituídos nas posições que
ocupam, realizando-se a substituição fração a fração, para evitar o
congestionamento.
(d) Quando a substituição é feita em mais de uma noite, uma peça
por arma de apoio da subunidade substituta entra em posição na primeira
noite, coma finalidade de colher os dados de tiro.
(e) O tempo disponível e outros fatores podem exigir a troca de
certas armas e equipamentos. Devido às dificuldades de uma correta
ancoragem das armas à noite, os reparos das metralhadoras e placas-base
dos morteiros devem ser permutados pelas subunidades.
(f) As armas coletivas podem ser trocadas se não puderem ser
facilmente deslocadas ou quando não houver prejuízo para a eficácia do
tiro. Se houver permuta, ela deve ser feita arma por arma e sua execução
de acordo com a ordem do comandante do batalhão.

ARTIGO II
JUNÇÃO

9-5. GENERALIDADES
a. A Operação de Junção envolve a ação de duas forças terrestres
amigas que buscam o contato físico. Pode ser realizada entre uma força em
deslocamento (força de junção) e uma outra estacionária, ou entre duas
forças em movimentos convergentes. A companhia participa de operações
de junção, normalmente, enquadrada no batalhão.
b. A junção ocorre, normalmente, durante a execução das seguintes
operações:
(1) Operações aeroterrestres, aeromóveis e anfíbias;
(2) Substituição de uma unidade isolada;
(3) Ataque para juntar-se a forças de infiltração;
(4) Ruptura do cerco a uma força;
(5) Encontro com forças irregulares amigas;

9-9
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(6) Convergência de forças independentes;


(7) Auxílio a uma força dividida
c. Preferencialmente, as tropas blindadas ou mecanizadas são
empregadas como força de junção, em virtude da sua mobilidade,
velocidade e potência de fogo.
d. É uma operação extremamente dinâmica na sua execução, complexa
e que exige grande flexibilidade no planejamento e na realização das
missões previstas. As medidas adotadas no planejamento inicial poderão
evoluir no decorrer da operação, exigindo um meticuloso estudo de situação
continuado e permanente coordenação.
e. As fases do movimento que precedem o contato entre as forças
devem ser caracterizadas pela intensificação das medidas de coordenação
e controle. Neste sentido, restrições são impostas a ambas as forças. O
sucesso da operação depende do planejamento detalhado, controle e
coordenação, sendo o fator tempo, normalmente, crítico.

9-6. COMANDO E CONTROLE


a. O estabelecimento de um sistema de comunicações para a operação
de junção impõem a coordenação feita pelo escalão superior por meio de
uma diretriz e das instruções para exploração das comunicações e
eletrônica (IEComElt).
b. O estabelecimento eficaz e a correta exploração das comunicações
são de extrema importância em uma operação de junção, onde prepondera
a utilização do meio rádio.
c. Sempre que possível são empregados meios aéreos em apoio às
forças, não só para ampliar o alcance das comunicações rádio como
também para lançamento de mensagens.
d. Durante as operações são estabelecidas redes rádio de junção para a
ligação entre as forças, desde o comando das mesmas até os pelotões de
primeiro escalão diretamente envolvidos. Também deve ser estabelecida
uma rede de controle de tiro, para coordenação da realização dos fogos.
e. Sistema de identificação mútua - Por ocasião da troca dos
esquemas de manobra e dos planos de comunicações são estabelecidas
medidas de reconhecimento mútuo para todas as forças envolvidas na
operação para evitar a possibilidade de fratricídio. Tais medidas constam do
plano ou ordem de junção, do anexo de comunicação, do calco de
operações ou das instruções para exploração das comunicações (IECom) e
incluem:
(1) Senhas e contra-senhas;
(2) Códigos de mensagens pré-estabelecidas;

9-10
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(3) Autenticação de redes rádio e mensagens;


(4) Identificação terra-terra de viaturas e de pessoal (diurno e
noturno) e ar-terra de viatura (diurno);
(5) Sinalização dos pontos de junção e dos itinerários que a eles
conduzem; e
(6) Utilização de fumígenos, painéis e artifícios pirotécnicos.

9-7. MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE


Os esquemas de manobra devem ser permutados e medidas de
controle estabelecidas com antecedência, pelas forças que participam da
junção. Tais medidas compreendem, entre outras:
a. Ponto de junção – Local onde ocorre o contato físico entre as duas
forças. Deve ser facilmente identificável no terreno e localizado no
cruzamento do eixo de progressão da força de junção com a linha das
forças de segurança da força estacionária. Caso as forças de segurança já
tiverem retraído, o ponto de junção pode ser estabelecido no próprio
LAADA. Deverão ser estabelecidos pontos de junção alternativos.
b. Linhas de controle – Empregadas para facilitar o controle, a
localização e a aproximação da força de junção pela força estacionária.
Devem ser estabelecidas a uma distância que permita a abertura das
diversas redes-rádio, compatível com os meios de comunicações
disponíveis pelas duas forças;
c. Eixos de progressão – Devem ser estabelecidos para a força de
junção possibilitando que a mesma evite engajamentos decisivos antes da
junção;
d. Zonas de reunião – A força estacionária, por já estar no terreno deve
prever e preparar zonas de reunião para a reorganização das forças de
junção.

9-8. EXECUÇÃO
a. Generalidades
(1) A operação de junção inicia-se em seguida a um ataque executado
pela Força de Junção, que, após romper a posição inimiga interposta, lança-
se em busca do contato com a força isolada.
(2) Os objetivos e eixos de progressão da força de junção poderão ser
modificados para facilitar o contato físico das tropas.
(3) Os elementos da testa da companhia, diretamente envolvidos na
junção, devem ser mantidos constantemente informados da evolução da
situação.

9-11
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(4) Os militares com responsabilidade de guarnecer os pontos de


junção devem estar familiarizados com as normas de identificação mútua e
com os planos para evitar retardos na passagem da força em movimento.
(5) Durante a junção, serão previstas medidas que possibilitem reduzir
vulnerabilidades aos ataques QBN e ao emassamento de fogos por parte do
inimigo. Neste sentido, procura-se o não adensamento de tropas e
equipamentos numa mesma área.
b. Junção de uma força em deslocamento com uma força
estacionária.
(1) Ao aproximar o momento da junção e quando a força que realiza o
movimento atinge as linhas de controle, as redes rádio vão sendo abertas e
observados os sistemas de reconhecimento mútuo até os pontos de junção.
(2) Guias são fornecidos pela força estacionária, os quais conduzirão
a forca de junção até as zonas de reunião.
(3) A localização dos campos de minas, locais de passagem e
barreiras são informados aos comandantes dos escalões que compõe a
Força de Junção.
(4) Caso o inimigo estabeleça posições de bloqueio, que venham a
dificultar a progressão da força de junção, a força estacionária poderá
empreender ações ofensivas em auxílio à força de junção.
(5) Realizada a junção com a força estacionária, a companhia
integrante da força de junção pode reforçar ou assumir a defesa da área de
uma outra SU, prosseguir em um ataque, ultrapassar ou contornar a força
estacionária e continuar o ataque para objetivos mais distantes. Serão
baixadas prescrições para a substituição ou ultrapassagem, sempre que
necessárias.
(6) Planos alternativos são elaborados, tendo em vista a possibilidade
de a força de junção ficar incapacitada de atingir a força estacionária no
tempo determinado. Em tal contingência, os planos devem prever o apoio de
fogo, cobertura e suprimento aéreo para a força estacionária.
c. Junção de duas forças em movimento.
(1) Torna-se bastante complexa a junção de duas forças em
deslocamento, haja vista a possibilidade de fratricídio.
(2) O êxito da operação depende do estabelecimento e manutenção
das comunicações.
(3) Deve-se procurar acrescentar medidas de coordenação e controle
em número suficiente para garantir a perfeita condução dos fogos e das
tropas.

9-12
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

ARTIGO III
OPERAÇÕES DE MANUTENÇÃO DA PAZ

9-9. GENERALIDADES
a. Operação de Manutenção da Paz é uma ferramenta político-militar
que possui a Organização das Nações Unidas (ONU) para manter a paz e
segurança Internacional. É estabelecida por meio de Resolução do
Conselho de Segurança daquela organização, após o consentimento das
partes em conflito e com o apoio internacional.
b. O planejamento do emprego da companhia de fuzileiros mecanizada
em operações de força de paz está condicionado às peculiaridades
inerentes a cada Missão de Paz estabelecida pela ONU, o que torna
complexa e bastante abrangente a sua forma de atuação.
c. Em princípio, a companhia cumprirá missões de Manutenção de Paz
enquadrada em um Batalhão de Infantaria brasileiro, reforçado com
elementos de engenharia, comunicações e apoio logístico. No entanto,
poderão ocorrer situações, em face aos fatores diversos, que a SU seja
empregada neste tipo de missão de forma isolada, sendo para isto, auto-
suficiente nos meios de apoio necessários ou utilizando-se da estrutura de
uma unidade de outro país que possa estar enquadrando-a.
d. As considerações doutrinárias, legais e técnico-operacionais sobre o
emprego da companhia nas operações de manutenção da paz encontram-
se no manual C 95-1 – OPERAÇÕES DE MANUTENÇÃO DA PAZ.

9-13
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

CAPÍTULO 10

PELOTÃO DE APOIO

ARTIGO I
INTRODUÇÃO

10-1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS


a. Missão - O pelotão de apoio é uma fração orgânica da companhia
de fuzileiros mecanizada. Sua missão é prover apoio de fogo contínuo e
imediato aos pelotões de fuzileiros mecanizados.
b. Organização
(1) O pelotão de apoio é constituído por um grupo de comando,
uma seção de morteiros a duas peças e uma seção anti-carro a três peças
(Fig 10-1).
(2) No total, o pelotão de apoio possui o efetivo total de 36 (trinta e
seis) homens, distribuídos em 05 (cinco) VBTP (Fig 10-2).
c. O pelotão de apoio é o principal componente do sistema apoio de
fogo da subunidade. O emprego das suas seções será determinado pelo
comandante da companhia, assessorado pelo comandante do pelotão de
apoio.
d. Este capítulo apresentará a concepção geral de emprego do
pelotão de apoio, independente do armamento de dotação a ser utilizado.
Informações detalhadas sobre a organização, atribuição dos componentes e
maneabilidade encontram-se no manual C 7-5 EXERCÍCIOS PARA A
INFANTARIA. As informações sobre o armamento serão encontradas nos
manuais técnicos específicos.

10-1
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

···
Ap

· ·· AC ··
Cmdo Me

· ·
·· ····
Me

84
Fig 10-1. Estrutura Organizacional do Pel Ap

VBTP 01 - Mtr .50 (REMAX)


Gp Cmdo + 1ª Peç / Seç Mrt Me

Ten Cmt 3º
Pel Sgt Sd
Ch 1ª Mun

Cb Cb
Cb
At Mrt Mot
OA
Me VBTP

Sd
Sd Rop Cb
Aux
At .50
At

Fig 10-2A. Organização da VBTP 01

10-2
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

VBTP 02 - Mtr .50 (REMAX)


2ª Peç / Seç Mrt Me

2º Sgt 3º Sgt
Sd
Cmt Ch 2ª
Mun
Seç Pç

Cb
- Cb At
- Mot
Mrt Me
VBTP

Sd Cb
Sd Rop
Aux At At .50

Fig 10-2B. Organização da VBTP 02

VBTP 03 - Mtr .50 (REMAX)


Adj + 1ª Peç / Seç AC

Cb Ch Cb
2º Sgt
1ª Pç Mot
Adj Pel
CSR VBTP

- Cb -
- -
Aux At

Sd Sd Cb
Aux Mun At .50

Fig 10-2C. Organização da VBTP 03

10-3
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

VBTP 04 - Mtr .50 (REMAX)


2ª Peç / Seç AC

3º Sgt Cb Ch Cb
Cmt 1ª Pç Mot
Seç AC CSR VBTP

- Cb -
- -
Aux At

Sd Sd Cb
Aux Mun At .50

Fig 10-2D. Organização da VBTP 04

VBTP 05 - Mtr .50 (REMAX)


3ª Peç / Seç AC
Cb Ch
Sd Cb
3ª Pç
Mun At .50
CSR

Cb
Cb
Mot - -
Aux At
VBTP

ARTIGO II
CARACTERÍSTICAS DO EMPREGO

10-2. ALVOS
a. Alvos apropriados para os canhões:
(1) Carros de combate e demais viaturas blindadas.
(2) Armas coletivas.
(3) Seteiras de casamata.

10-4
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(4) Pequenos grupos inimigos.


(5) Postos de observação e seteiras de casamatas empregando
granadas fumígenas (tiros de cegar).
(6) Tropas posicionadas em abrigos sem teto, atrás de muros ou
outros obstáculos, com granadas alto-explosivas e espoleta tempo.
b. Alvos apropriados para os morteiros:
(1) Alvos de médias dimensões, como armas coletivas e grupos
inimigos, particularmente os que ocupam posições desenfiadas.
(2) Alvos-zona, utilizando o tiro com ceifa em profundidade.
(3) Alvos desenfiados que sejam considerados muito próximos da
tropa amiga para serem batidos pela artilharia.
(4) Postos de observação e seteiras de casamatas empregando
granadas fumígenas (tiros de cegar).
c. Os canhões e morteiros também podem disparar granadas
iluminativas e fumígenas.

10-3. POSIÇÕES DE TIRO


a. Inicialmente, o comandante da fração deverá tomar conhecimento
da zona de posição determinada pelo comandante da companhia, a zona de
ação da subunidade e as vias de acesso a serem utilizadas pelos pelotões
de fuzileiros mecanizados, identificando alvos revelados e prováveis. Em
função das missões de tiro, escolherá as posições procurando satisfazer, ao
máximo, as condições desejáveis para cada tipo de armamento.
b. As posições das armas AC devem permitir a execução do tiro direto
sobre os alvos ou setor de tiro designados, sem interferência de tropas
amigas, vegetação e outros obstáculos. Quando possível, deve possuir
espaço suficiente para permitir o tiro em blindados inimigos, com ligeiras
mudanças de posição. O comandante do pelotão anticarro pode coordenar
com os comandantes dos pelotões de apoio das SU o posicionamento das
armas AC para obter o máximo de eficácia dos fogos anticarro do batalhão.
A escolha de posições de tiro nas zonas de ação das companhias vizinhas
será possível desde que não interfira se não interferir no tiro e no
movimento dos elementos destas companhias. Condições desejáveis às
posições de tiro das armas AC:
(1) Quanto às possibilidades técnicas de tiro:
(a) Bater alvos dentro do alcance de utilização.
(b) Permitir tiro de flanco contra carros.
(c) Oferecer segurança para a tropa amiga.
(d) Oferecer condições de segurança adequada à retaguarda
(zonas perigosas e de precaução), inexistência de obstáculos e tropas
amigas.

10-5
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(2) Quanto à proteção:


(a) Protegida contra os tiros de trajetória tensa das armas
inimigas. Sempre que possível, dispor de abrigo à retaguarda para facilitar o
remuniciamento e para proporcionar proteção à guarnição da peça, quando
fora de ação.
(b) Coberta da observação terrestre e aérea do inimigo.
(c) Dispor de máscara para a chama da culatra.
(d) Localizadas em terreno não poeirento.
(e) Possibilitar a dispersão entre as peças, desde que permita a
condução do tiro pelo comandante de seção a voz ou gestos.
(f) Não ser referenciada por pontos notáveis.
(3) Quanto à facilidade de acesso:
(a) Apresentar itinerários desenfiados para acesso à posição,
remuniciamento e mudanças de posição.
(b) Permitir acesso para as VBTP.
(4) Quanto à observação e campos de tiro:
(a) Boa observação sobre os setores de tiro e as posições da
tropa amiga.
(b) Campos de tiro amplos e profundos (procurar partes altas do
terreno) que permitam bater obstáculos AC (defensiva).
c. As posições de tiro dos morteiros devem permitir que os alvos
sejam eficazmente batidos (dentro do alcance útil) e o controle do tiro pela
voz, telefone ou rádio de um local onde se observe os alvos e a tropa de 1º
escalão. Condições desejáveis às posições de tiro dos morteiros:
(1) Quanto às possibilidades técnicas de tiro:
(a) Bater alvos dentro do alcance de utilização.
(b) Segurança para realização do tiro em relação à tropa amiga.
(c) Posição o mais avançada possível e central em relação à
frente a bater.
(d) Ausência de obstáculos que interfiram na execução do tiro.
(2) Quanto à proteção:
(a) Proteção contra as vistas e fogos inimigos.
(b) Dispersão entre as peças para evitar que duas posições de
morteiro sejam atingidas pela mesma granada. Esta dispersão é limitada
pela necessidade do controle pela voz ou por sinais (40 m).
(c) Não referenciada por pontos notáveis.
(d) Dispor de posições de muda. Este fator é de fundamental
importância, pois possibilita as mudanças de posição para evitar fogos de
contramorteiro.
(e) Afastada de instalações logísticas.
(f) Na defensiva, estar protegida por elementos de manobra
(pelotão reserva).
(3) Quanto à facilidade de acesso:

10-6
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(a) Itinerários desenfiados para acesso à posição,


remuniciamento, mudança de posição e circulação de mensageiros.
(b) Se possível possuir acesso para as VBTP.
(4) Quanto à observação e campo de tiro:
(a) Posto de observação o mais próximo possível das peças.
(b) Posto de observação que ofereça vistas sobre a tropa
amiga.

10-4. CONDUTA DO FOGO


a. Seção AC
(1) O planejamento dos fogos de armas AC inclui direções principais
de tiro (missão principal) e setores de tiro (missão secundária).
(2) Quando a seção atua em ação de conjunto, seu comandante
designa os alvos e conduz o tiro da seção de acordo com os setores
estabelecidos pelo comandante da companhia.
(3) Quando uma peça estiver atuando em apoio direto ou em
reforço a um pelotão de fuzileiros mecanizado, o seu chefe, de acordo com
a ordem do comandante da fração apoiada, designa os alvos e conduz o tiro
da peça.
b. Seção de morteiros
(1) Os fogos planejados de morteiros consistem em concentrações
e barragens.
(2) As concentrações podem ser executadas por apenas um
morteiro, porém são mais eficazes quando desencadeadas por toda a
seção. Elas devem ser planejadas com antecedência para, quando
necessário, serem desencadeadas o mais rápido possível. Entretanto, fogos
não planejados podem ser pedidos para bater alvos inopinados.
(3) Quando a seção de morteiros está em ação de conjunto, as
peças recebem e batem alvos, de acordo com a determinação do
comandante de companhia.
(4) Quando a seção estiver em apoio direto a um pelotão de
fuzileiros mecanizado, seu comandante bate alvos de acordo com as
necessidades do pelotão apoiado.
(5) Um controle cuidadoso do consumo de munição é essencial,
especialmente quando o emprego das VBTP para remuniciamento é difícil e
limitado. Uma quantidade suficiente de munição deve estar disponível na
posição, para permitir que sejam batidos os objetivos importantes que
apareçam.

10-5. OBSERVAÇÃO
a. Normalmente o comandante do pelotão de apoio utiliza o posto de
observação do comandante da companhia.

10-7
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

b. Um bom posto de observação deve:


(1) Ter boas vistas sobre os objetivos ou setor de tiro e posições
das tropas amigas.
(2) Ser coberto e abrigado.
(3) Ter itinerários cobertos e desenfiados e possibilitar boa
comunicação com a posição de tiro.
c. Seção AC - O comandante da seção estabelece seu posto de
observação num local de onde possa observar seus alvos ou setor de tiro e
controlar suas peças. Os chefes de peça colocam-se onde melhor possam
observar os seus setores de tiro ou alvos e realizar o controle do tiro a voz
ou por gestos.
d. Seção de morteiros - Para que a condução dos fogos possa ter
uma maior eficiência a observação do tiro é realizada pelo observador
avançado, que permanece junto ao comandante de companhia. O posto de
observação do observador avançado deve permitir vistas sobre toda a zona
de ação da companhia.
e. Deve ser previsto um posto de observação alternativo, que será
ocupado caso o principal seja cegado ou receba fogos inimigos.

10-6. CONTROLE
a. O comandante do pelotão de apoio permanece onde sua presença
seja mais necessária, assessorando o comandante da companhia ou junto
às suas seções. O grau de controle exercido pelo comandante de pelotão
sobre suas frações depende dos seguintes fatores:
(1) Tempo disponível para reconhecimento e expedição de
ordens;
(2) Possibilidades de observação da zona de ação;
(3) Forma de emprego das seções; e
(4) Possibilidade de ligar-se com suas frações, velocidade e
intensidade da ação.
b. O comandante de pelotão procura proporcionar o máximo de apoio
de fogo aos fuzileiros. Para isso utiliza seu grupo de comando para auxiliá-lo
na escolha das posições de tiro, localização de objetivos, na obtenção de
dados de tiro, no remuniciamento e no deslocamento das VBTP. O controle
do tiro faculta ao comandante de pelotão abrir fogo quando necessário,
ajustá-lo sobre o alvo, transportar o tiro de um alvo para outro e suspender
ou comandar a abertura do fogo. Controla o tiro por meio de ordens verbais,
rádio, telefone ou sinais convencionados.
c. As atribuições do comandante de seção dizem respeito,
principalmente, ao controle do tiro e ao remuniciamento.

10-8
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

d. Na seção de morteiros, normalmente, o comandante de seção


permanece próximo às posições de tiro para permitir que os comandos
sejam dados à voz. Ele recebe os pedidos de tiro, calcula os dados e envia
comandos para as peças. Os chefes de peça auxiliam no controle do tiro,
quer como observadores auxiliares, quer como comandante da linha de
fogo. As comunicações entre o comandante, observador avançado e os
chefes de peça, que ficam nas posições dos morteiros, são feitas à voz, por
sinais, telefone ou rádio.

10-7. REMUNICIAMENTO
a. A munição necessária à operação é distribuída para as frações
ainda na zona de reunião. Devido ao peso e volume da munição de
morteiros e armas AC, as VBTP são empregadas o máximo possível no
remuniciamento. Sempre que possível, a munição é transportada nas
mesmas até as proximidades das posições de tiro. Normalmente, a posição
de descarregamento é determinada pelo comandante do pelotão de apoio.
b. Os encarregados da execução do remuniciamento das peças são
os municiadores. Quando a seção atua em ação de conjunto os
municiadores das peças formam uma turma de remuniciamento que é
comandada pelo sargento adjunto. Esta turma se reúne quando necessário
em local pré-determinado, após ser acionada.
c. Do posto de remuniciamento da companhia até a posição de
descarregamento, o remuniciamento, via de regra, é realizado pelo adjunto
de pelotão, auxiliado pelos motoristas e municiadores. Os municiadores são
encarregados do remuniciamento da posição de descarregamento até as
posições de tiro.
d. Quando uma fração está em reforço a um pelotão de fuzileiros
mecanizado, o remuniciamento pode ser providenciado mediante ligação do
comandante do pelotão reforçado com o comandante do pelotão de apoio.
e. Na marcha para o combate, após cada ação em que tenham sido
empregadas, as seções do pelotão de apoio dão ciência ao adjunto sobre o
consumo de munição. O comandante do pelotão de apoio é mantido
informado sobre a munição existente e a ele cabe decidir sobre a
necessidade de remuniciamento do pelotão. Quando for necessário o
remuniciamento, determina que o adjunto desloque-se com uma viatura até
o posto de remuniciamento da companhia.
f. No ataque, as VBTP transportam armas, munição e equipamento
até a posição de descarregamento, junto à posição inicial de tiro ou suas
proximidades. Nesta posição, ou mesmo na zona de reunião (quando a
situação impuser), as armas de apoio e uma dotação inicial de munição,
necessários à operação, são descarregadas das VBTP, para serem

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

transportadas a braço. Nas VBTP permanece o restante da munição. As


mesmas fazem o remuniciamento ininterrupto durante o ataque, podendo
ser empregada uma viatura para cada uma das seções.
g. Na defensiva, a munição é guardada em nichos próximos às
posições de tiro. Uma quantidade maior de munição pode ser estocada
nestas posições conforme determinação do escalão superior. Na instalação
de posições defensivas, com forças de segurança à frente e o inimigo ainda
distante, o material e a munição podem ser conduzidos de viatura até as
posições de tiro, mesmo que seja pela frente do LAADA.

10-8. NORMAS DE COMANDO DO COMANDANTE DO PELOTÃO DE


APOIO
a. Quando da emissão da ordem de operações do batalhão o
comandante do pelotão de apoio, normalmente, acompanha o comandante
da companhia de fuzileiros mecanizada. Antes de se dirigir ao posto de
comando do batalhão, o comandante do pelotão de apoio, se possível,
emite uma ordem preparatória para os comandantes de seção, que ficam, a
partir daí, em condições de receber a ordem de operações do pelotão de
apoio. Da mesma forma, os comandantes de seção emitem uma ordem
preparatória para suas peças, que iniciam a preparação com o máximo de
antecedência possível.
b. O comandante do pelotão de apoio acompanha o comandante de
companhia durante todo o estudo de situação. Assim, antes mesmo da
transmissão da ordem de operações do comandante SU, o comandante do
pelotão de apoio já terá conhecimento da decisão do comandante da
companhia, permitindo-lhe emitir sua ordem tão logo o comandante de SU
finalize a sua. Com isso, os comandantes de seção e chefes de peça terão
mais tempo para fazer os seus reconhecimentos, escolherem as posições
exatas de tiro, observarem o terreno, ocuparem as posições iniciais e
completarem os preparativos para o cumprimento da missão.
c. O comandante da companhia faz-se acompanhar do comandante
do pelotão de apoio em seu reconhecimento, para auxiliá-lo em seu estudo
de situação. Pode também determinar que este faça um reconhecimento
próprio para obter determinados dados. O comandante do pelotão de apoio
é acompanhado pelo adjunto de pelotão e um mensageiro. O adjunto, como
substituto eventual do comandante de pelotão, o acompanha para estar a
par de todos os detalhes da missão.
d. Baseado em seu próprio reconhecimento e nas propostas feitas
pelo comandante do pelotão de apoio, o comandante da companhia informa
em sua ordem as zonas de posições das frações do pelotão. Se o

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

comandante SU não houver designado a posição de descarregamento, esta


será escolhida pelo comandante de pelotão.
e. As normas de comando do comandante do pelotão de apoio
obedecem à seguinte seqüência:
(1) Recebimento da ordem preparatória do comandante de
companhia;
(2) Emissão da ordem preparatória do pelotão de apoio;
(3) Preparativos para a operação;
(4) Recebimento da ordem de operações do comandante de SU;
(5) Apresentação das frações ao comandante do elemento apoiado
e recebimento da ordem deste, no caso das armas em reforço;
(6) Reconhecimento e estudo de situação;
(7) Emissão da ordem de operações; e
(8) Fiscalização.
f. Durante os entendimentos do comandante da companhia com os
outros elementos do batalhão, o comandante do pelotão de apoio toma
ciência de aspectos importantes para o emprego de suas frações. Com os
elementos em contato procura informar-se de posições de armas
automáticas, postos de observação, armas AC, campos de minas e OT
Inimigas. Com os elementos de apoio do batalhão informa-se das zonas de
posição e alvos a serem batidos.
g. Em seu reconhecimento, o comandante do pelotão escolhe um
posto de observação que ofereça o máximo de vistas sobre a zona de ação
da companhia e levanta:
(1) Posições inimigas identificadas;
(2) Posições inimigas prováveis;
(3) Posição das armas de apoio do batalhão;
(4) Posição das armas de apoio dos elementos em contato, se for o
caso;
(5) Alvos a serem batidos pelas armas do batalhão;
(6) Objetivos, linha de partida e limites da companhia;
(7) Vias de acesso, eixo de progressão e itinerários;
(8) Posição defensiva dos fuzileiros (ou postos avançados); e
(9) Obstáculos a serem batidos (na defesa).
h. Após levantar estas informações o comandante do pelotão de
apoio realiza seu estudo de situação, devendo:
(1) Planejar o emprego das frações para apoiar a manobra da
companhia;
(2) Propor ao comandante da companhia o emprego das seções;
(3) Determinar que armas irão bater os alvos identificados;

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(4) Determinar as zonas de posição, posição de descarregamento e


de espera e postos de observação, caso o comandante da companhia não
tenha designado tais posições;
(5) Determinar os itinerários para ocupação das posições e
remuniciamento;
(6) Identificar os setores de tiro das armas
(7) Definir como se processará o deslocamento do pelotão;
(8) Verificar as necessidades de mudança de posição;
(9) No ataque, verificar os locais além dos quais a progressão dos
fuzileiros torna-se perigosa pelo fogo das armas de apoio e concluir sobre a
necessidade de alongar os fogos;
(10) Coordenar com os fuzileiros a segurança aproximada.
(11) Coordenar hora e local das patrulhas nos setores de tiro.
(12) Prever os sinais de alarme e medidas para desencadeamento
dos fogos.
j. Após seu planejamento, enviar um mensageiro para guiar os
comandantes de seção até o posto de observação, onde receberão a ordem
de operações.

10-9. NORMAS DE COMANDO DO COMANDANTE DE SEÇÃO


a. Recebimento da ordem do comandante de pelotão.
(1) O comandante de seção poderá receber a O Op no posto de
observação do comandante do pelotão ou na zona de reunião. Neste último
caso, o comandante de seção, inicialmente, estudará os itens da ordem
baseado na carta e, em seguida, se deslocará para um posto de
observação, a fim de efetuar seu reconhecimento e estudo de situação.
(2) Quando o comandante de seção for chamado para receber a O
Op, o chefe de peça mais antigo fica no comando da seção.
(3) A forma de emprego das frações é recebida na ordem de
operações do pelotão. Se a forma de emprego for em reforço, o
comandante de seção deve apresentá-la ao comandante do pelotão
reforçado, recebendo deste a ordem de operações.
(4) Quando a missão exigir um deslocamento imediato à frente, o
comandante de seção ordenará isso, antes de iniciar o seu reconhecimento.
(5) Quando os morteiros e os canhões estiverem em ação de
conjunto à companhia, os comandantes de seção, após receberem a ordem
do comandante do pelotão, deslocam-se antes de sua fração para a zona
de posição e identificam seus alvos ou setores de tiro e a localização da
tropa de primeiro escalão. Após terem escolhido a localização exata das
armas, das posições de espera e do posto de observação, determinam os
deslocamentos das peças para as posições de tiro.
(6) Quando alguns elementos do pelotão de apoio são empregados
em reforço aos pelotões de fuzileiros mecanizados, os comandantes de

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

seção fazem, pessoalmente, a entrega de suas peças que passaram em


reforço aos pelotões de fuzileiros mecanizados.
b. Reconhecimento e estudo de situação do comandante de seção:
(1) Identificar a zona de posição de tiro designada e escolhe a
posição exata das armas;
(2) Identificar o setor de tiro, os alvos e as posições inimigas
ocupadas ou prováveis;
(3) Identificar o dispositivo das tropas amigas;
(4) Identificar locais para posto de observação da seção;
(5) Planejar o emprego de sua seção;
(6) Determinar dados de tiro para alvos, posições inimigas ou
pontos característicos do terreno;
c. Emissão de Ordens:
(1) A ordem preparatória e a ordem de operações do comandante
de seção são extraídas das ordens do comandante do pelotão. São
transmitidas aos chefes de peça no que lhes interessar, acrescidas dos
detalhes do escalão seção. Cada chefe de peça, por sua vez, extrai delas o
que interessar aos seus soldados e emite suas ordens determinando
também aqueles detalhes inerentes ao seu escalão.
(2) Os itens da ordem não são rígidos. Outras prescrições julgadas
necessárias poderão ser incluídas, tendo-se, porém, o cuidado de só incluir
na ordem o que realmente interessar a quem for recebê-la.
(3) As ordens do comandante de seção e chefe de peça são
verbais. Normalmente são emitidas no posto de observação da seção e
devem ser precedidas de um giro do horizonte.
(4) A fração empregada em reforço a um pelotão de fuzileiros
mecanizado receberá ordem para apresentar-se ao comandante daquele
pelotão e receberá dele a ordem de operações.
(5) As ordens emitidas posteriormente pelo comandante de seção
devem conter somente as informações necessárias ao cumprimento das
missões futuras.

10-10. DOCUMENTAÇÃO
a. Generalidades
(1) A documentação do pelotão de apoio é constituída pelo plano de
fogos do pelotão de apoio, pelos roteiros de tiro das seções e pelos cartões
de alcance das armas AC.
(2) Estes documentos são preparados pelos comandantes de fração
durante os preparativos da operação. Eles têm por finalidade: possibilitar à
guarnição determinar rapidamente os dados necessários à execução de
qualquer missão de tiro, inclusive à noite ou em condições de pouca
visibilidade; transmitir dados em caso de substituição ou recompletamento;

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

e informar ao escalão superior os detalhes da instalação das posições e dos


alvos a serem batidos.
(3) A documentação é sempre confeccionada em duas vias: a
primeira via é enviada ao comandante do pelotão. A segunda, permanece
com quem a confeccionou.
b. Plano de fogos do pelotão de apoio - Normalmente constituído
por dois calcos. Um do plano de DAC, baseado no roteiro da seção AC e
outro relativo aos fogos de morteiro, que é baseado no calco e na lista de
alvos que foram confeccionados pelo observador avançado da seção de
morteiros junto ao comandante de companhia. O comandante do pelotão
organiza-o e remete ao comandante da companhia, que aprova ou introduz
as modificações necessárias, consolidando o plano de fogos do pelotão de
apoio. Em seguida, o comandante do pelotão de apoio distribui cópias aos
pelotões de fuzileiros mecanizados.
c. Roteiro de tiro
(1) É o documento que contém todos os dados necessários ao
cumprimento da missão da seção. Pode ser um calco ou um esboço,
confeccionado pelo comandante de seção, tão logo as posições de tiro
sejam escolhidas e determinados os alvos ou setores de tiro. Caso seja
necessário, deve ser preparado para as posições de muda e suplementares.
(2) O roteiro de tiro deverá conter:
(a) A localização das posições principais, de muda e
suplementares.
(b) O setor de tiro da seção ou peça.
(c) A localização de obstáculos AC, no caso da seção AC ou
a localização das barragens e concentrações para a seção de morteiros.
(d) As prescrições quanto à conduta do tiro.
(e) A prioridade dos trabalhos de organização do terreno.
(f) Outras informações importantes.
(3) No caso dos morteiros pode ser feita uma regulação prévia
para que sejam tomados dados de tiro. Esta regulação somente pode ser
desencadeada de acordo com as ordens recebidas do comandante de
pelotão, autorizado pelo escalão superior.
(4) Quando uma peça for empregada em reforço, seu chefe
também confeccionará um roteiro de tiro.
d. Cartão de alcance das armas AC – Este documento será
confeccionado pelo chefe de peça. Nele serão registradas as distâncias de
pontos nítidos do terreno que servirão de referência para o rápido
desencadeamento dos fogos em alvos que estejam próximos à estes
pontos. Quando necessário registra-se os azimutes das direções de tiro,
com vistas a identificá-las facilmente.

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

ARTIGO III
O PELOTÃO DE APOIO NA OFENSIVA

10-11. MARCHA PARA O COMBATE


a. O pelotão de apoio da companhia de fuzileiros mecanizada que
constitui o escalão de combate na marcha de aproximação (3ª Fase) adota
os dispositivos e processos de deslocamento semelhantes aos dos pelotões
de fuzileiros mecanizados. Ao mesmo tempo, mantêm-se ligados pela vista
ou pelo rádio, com o comandante do pelotão de apoio ou comandante do
escalão de reconhecimento que se desloca à testa do pelotão.
b. Durante a marcha, os comandantes de fração realizam um estudo
contínuo do terreno, procurando identificar locais de possíveis resistências
inimigas, posições de tiro para batê-las, posições de descarregamento, se
for o caso, e itinerários para a ocupação das posições de tiro. Assim, ficam
em condições de, caso seja estabelecido o contato com o inimigo e tão logo
seja determinado pelo comandante de pelotão, colocar suas armas em
posição com a máxima rapidez.
c. Quando a coluna é detida por imposição do inimigo, os
comandantes das seções que estejam em ação de conjunto ao escalão de
combate e os chefes de peça em reforço ao Esc Rec devem, por iniciativa,
cerrar para um posto de observação junto do comandante do pelotão ao
qual estão subordinados e procuram se inteirar da situação. Em caso de
emprego de sua fração, após receber ordem do comandante de pelotão,
analisam, durante seu reconhecimento e estudo de situação, os seguintes
aspectos:
(1) Missão – Apoiar a progressão dos pelotões de fuzileiros
mecanizados, destruir ou neutralizar a resistência inimiga e fazer a
segurança de um flanco ou face a uma direção.
(2) Inimigo – Valor e localização das resistências identificadas e
outras possíveis resistências.
(3) Terreno – Zonas de posição que satisfaçam às condições
desejáveis para os morteiros e armas AC. Locais em que os pelotões de
fuzileiros mecanizados estão detidos, itinerários de progressão dos mesmos
e posições a serem ocupadas por frações da companhia de comando e
apoio em reforço.
d. Após o reconhecimento e estudo de situação, emitem sua ordem.
Para isto, ocupam um posto de observação que deve permitir observar o tiro
das peças, o itinerário de progressão dos pelotões de fuzileiros
mecanizados e manter ligação com o comandante de pelotão.
e. Os comandantes de fração observam o desenrolar da ação, de
modo a estarem em condições de modificar ou detalhar a ordem inicial, se

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

for necessário. Neste caso, imediatamente submetem a modificação ao


comandante do pelotão de apoio ou do escalão de reconhecimento. Se a
sua ligação com este for interrompida, empregam as peças por iniciativa
própria, tendo sempre em vista a segurança dos pelotões de fuzileiros
mecanizados, e o informam na primeira oportunidade. Ao término da ação,
se houver baixas, os comandantes reorganizam suas frações e informam
aos comandantes do pelotão de apoio ou escalão de reconhecimento.

10-12. ATAQUE
a. Preparativos para o ataque
(1) Antes do ataque, normalmente, o pelotão ocupa uma zona de
reunião onde realiza os preparativos para o ataque. A fiscalização destas
atividades é atribuição do comandante de pelotão. Esses preparativos
incluem as medidas administrativas constantes na ordem de operações do
comandante da companhia, tais como:
(a) Reconhecimentos e planejamentos são realizados e ordens
são emitidas;
(b) O material desnecessário é reunido com o encarregado de
material;
(c) O material permanece nas VBTP caso haja possibilidade de
deslocamento até a posição de ataque ou suas proximidades; e
(d) Se não houver possibilidade de deslocamento do material
em viatura, o mesmo é desembarcado e preparado para o transporte a
braço.
(2) Enquanto o pelotão se prepara para o ataque, seu comandante,
acompanhado do adjunto de pelotão e do mensageiro, vai à frente com o
comandante da companhia para planejar o ataque. O sargento mais antigo
fica com a tropa, coordenando os preparativos.
(3) O pelotão de apoio pode receber ordem para ocupar posições
de tiro para proteger a zona de reunião, quando a companhia ocupar uma
zona de reunião isolada ou quando ocupar um flanco da zona de reunião do
batalhão.
(4) A seção de canhões, ou parte dela, pode ocupar uma posição
provisória, seja para reforçar um pelotão de fuzileiros mecanizado
incumbido da segurança, seja para bater vias de acesso perigosas,
particularmente quando a companhia ocupa uma zona de reunião isolada ou
uma posição no flanco da zona de reunião do batalhão, e há probabilidade
de ataque de CC inimigo.
(5) A seção de morteiros normalmente não ocupa posições de tiro
quando a companhia ocupa parte da zona de reunião do batalhão. Quando
a companhia ocupa uma zona de reunião isolada, seu comandante pode
determinar que os morteiros sejam instalados para bater as vias de acesso
favoráveis ao inimigo.

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(6) Se não receber nenhuma dessas missões, as seções realizam


os preparativos para o ataque, permanecendo suas peças nas VBTP.
b. Ocupação das posições de tiro
(1) No deslocamento da zona de reunião para a linha de partida, o
comandante do pelotão de apoio determina que cada seção ocupe suas
posições de tiro para apoiar o ataque;
(2) Os comandantes de seção reúnem-se com o comandante do
pelotão ou comandante da fração que apoiam para receber ordens,
devendo antes, ter mostrado aos chefes de peça mais antigos um local
coberto próximo às posições de tiro.
(3) As armas de apoio devem estar em condições de realizar o tiro
antes da companhia abandonar a posição de ataque.
(4) Seção Anticarro
(a) Sempre que possível, as armas, munição e acessórios da
seção são transportados nas VBTP até uma posição de descarregamento.
O transporte da posição de descarregamento até a posição de tiro inicial é
feito a braço, ocupando antes, se houver, uma posição de espera.
(b) Os chefes de peça fiscalizam a preparação e a ocupação
das posições de tiro, que deve ser feita utilizando ao máximo as cobertas e
os abrigos existentes, de maneira a não denunciar a entrada em posição.
Quando não houver posições desenfiadas, as armas entram em posição
imediatamente antes do início do seu tiro, normalmente aproveitando os
fogos de preparação ou a intensificação de fogos que antecede o ataque.
(c) Quando os municiadores não estiverem sendo empenhados
no remuniciamento, na segurança aproximada, como mensageiro, ou em
qualquer outra missão, devem permanecer abrigados nas proximidades da
peça sem perder a ligação com seus chefes de peça.
(5) Seção de morteiros
(a) Antes do ataque, o comandante seção faz um calco de
alvos, mostrando as posições das peças, o ponto de vigilância (PV) na zona
inimiga e determina todos os dados de tiro necessários.
(b) Como normalmente ocupam posições desenfiadas, as
guarnições deslocam-se nas VBTP, da zona de reunião até uma posição de
descarregamento, localizada próximo das posições de tiro.
(c) Na posição de descarregamento as armas, acessórios e um
suprimento inicial de munição são descarregados e, posteriormente,
transportados a braço até as posições de tiro.
(d) Após o reconhecimento, o comandante de seção leva os
chefes de peça à frente, mostra as zonas de posições e fornece a direção
geral de tiro e o azimute sobre o qual devem ser apontados os morteiros.
(e) O chefe de peça escolhe a exata posição de tiro, ordena a
entrada em posição e fiscaliza a preparação e ocupação. Determina que a
munição fique bem camuflada, bem como a peça. Informa ao comandante

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

de seção e este ao comandante de pelotão, quando a fração está pronta


para o tiro.
(f) O comandante de seção e os chefes de peça são os
responsáveis pela segurança nas zonas de posição.
c. Fogos de apoio durante o ataque
(1) Seção AC
(a) As peças da seção AC normalmente não participam da
preparação ou intensificação de fogos.
(b) As seções apóiam pelo fogo as frações de fuzileiros de sua
companhia.
(c) Freqüentemente, a seção segue um pelotão de fuzileiros
mecanizado ou uma direção geral ao longo de um flanco da companhia,
ocupando posições de tiro sucessivas.
(d) Os comandantes de seção ou chefes de peça observam
continuamente a progressão dos fuzileiros e os alvos, a fim de evitar que
seus fogos se tornem perigosos para as tropas amigas. Procuram posições
para as suas peças de onde possam desencadear tiros sobre os carros de
combate e sobre as resistências inimigas situadas em espaldões e
casamatas, que interferem na progressão do escalão de ataque. Outras
missões que a seção pode receber durante o ataque são:
((1)) Bater as vias de acesso favoráveis à aproximação dos
blindados inimigos.
((2)) Proteger os flancos da companhia.
((3)) Proteger a reorganização da companhia.
((4)) Repelir os contra-ataques.
(2) Seção de morteiros
(a) As peças da seção de morteiros podem participar dos fogos
de preparação, caso os fogos de outras armas de apoio sejam julgados
insuficientes.
(b) No desenrolar do ataque, os morteiros executam fogos a
pedido para bater resistências inimigas que interfiram na progressão dos
pelotões do escalão de ataque.
(c) Quando os fogos se tornarem perigosos para os pelotões de
fuzileiros mecanizados que se aproximam da zona do alvo, serão
transportados para alvos mais distantes ou outros localizados nos flancos.
(d) Durante o assalto, os fogos são desencadeados sobre alvos
nos flancos ou além do objetivo.
(3) Conduta dos comandantes de seção durante o ataque
(a) Comandar e determinar a abertura dos fogos.
(b) Dirigir os fogos de sua fração.
(c) Determinar as mudanças de posição.
(d) Observar constantemente a progressão dos fuzileiros.

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(e) Determinar a suspensão, transporte ou alongamento dos


fogos.
d. Mudança de posição
(1) Quando a missão dada não puder mais ser cumprida com
eficiência, de determinada posição de tiro, será feita uma mudança para
nova posição a fim de que haja um mínimo de interrupção no apoio.
(2) As peças em reforço mudam de posição mediante ordem do
comandante do pelotão reforçado. As frações que se encontrarem em apoio
direto devem informar ao comandante do pelotão apoiado sobre a mudança
de posição e o período em que haverá impossibilidade de execução do tiro.
(3) Seção AC
(a) A seção AC pode mudar de posição, toda de uma vez,
durante uma pausa do combate ou quando não for necessário um apoio
continuo.
(b) Quando for necessário o apoio de fogo contínuo, o
deslocamento é feito por peças.
(c) A peça que permanece em posição toma a seu cargo as
missões de tiro das que se deslocam.
(d) Os estudos preliminares para a mudança de posição
começam logo que as peças ocupem as posições de tiro e estejam prontas
para atirar.
(e) Quando a mudança de posição é feita por peça, o
comandante da seção, seguido da peça que se desloca em primeiro lugar,
vai à frente para escolher as novas posições e determina a hora ou sinal
para o deslocamento das outras peças.
(f) Quando a seção for mudar de posição toda de uma vez, seu
comandante, acompanhado do mensageiro, desloca-se antes, a fim de
reconhecer as novas posições, na zona designada pelo comandante do
pelotão, ordena depois, por sinais ou mensageiro, o deslocamento da
seção, o que é feito com as peças aproveitando os abrigos, as cobertas e os
itinerários desenfiados.
(4) Seção de morteiros
(a) O comandante da seção e os chefes de peça devem estar
sempre prevendo e planejando mudanças para novas posições a fim de
continuarem a prestar apoio eficaz aos pelotões que progridem. As novas
posições e os itinerários desenfiados até as mesmas são escolhidos por
meio de reconhecimento pela vista ou no local.
(b) Quando a seção estiver em ação de conjunto ou apoio
direto, mudará de posição mediante ordem do comandante do pelotão de
apoio, sob o controle do comandante seção. A mudança é feita por
escalões, para que haja continuidade de fogos. Se uma peça estiver
atuando em reforço a um pelotão de fuzileiros mecanizado, o comandante
deste pode dirigi-lo.

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(c) As armas e a munição são levadas nas VBTP. Contudo, se


isso não for possível, serão transportadas a braço.
(d) O observador avançado desloca-se para o posto de
observação de muda por iniciativa, quando o posto de observação inicial
estiver ameaçado pelo inimigo, ou quando uma cortina de fumaça atrapalhe
a observação.
(e) O comandante de seção pode deslocar seus morteiros para
a posição de muda quando os tiros inimigos ameaçam a posição principal.
Quando o comandante de seção estiver no posto de observação, será
delegada ao chefe de peça mais antigo a atribuição de fazer a mudança de
posição da seção.
(f) As posições suplementares normalmente serão ocupadas
mediante ordem do comandante do pelotão de apoio.
e. Reorganização
(1) Logo que a posição inimiga seja conquistada, ou o ataque fique
detido por qualquer motivo, os comandantes das seções agem prontamente,
mesmo na falta de ordens. As armas são instaladas em posições para
proteger a reorganização da companhia e repelir os contra-ataques
inimigos, à frente e nos flancos dos pelotões de fuzileiros mecanizados do
escalão de ataque. Os morteiros são imediatamente regulados e as
concentrações registradas. O planejamento dos fogos para a proteção dos
objetivos conquistados tem características defensivas, normalmente,
barragens são previstas.
(2) As peças que estejam em apoio direto ou em reforço aos
pelotões de fuzileiros mecanizados ocupam posições nas respectivas zonas
de ação. As que se achem em ação de conjunto à companhia são
instaladas a fim de barrarem as vias de acesso mais prováveis do inimigo
na zona de ação da companhia.
(3) Após as armas entrarem em posição, em condições de repelir
contra-ataques, o comandante do pelotão dá início aos preparativos para o
prosseguimento do ataque, se for o caso. Determina que os chefes de peça
substituam, no âmbito suas frações, os homens que desempenham funções
importantes e tenham sido postos fora de combate, substitui os
comandantes que tenham sido feridos ou mortos, verifica as condições de
funcionamento das armas, reúne e completa a munição. Os chefes de peça
informam o efetivo de suas frações e a necessidade em armas. Por sua vez,
o comandante do pelotão dá conhecimento de suas necessidades à
companhia. Dadas as ordens para o prosseguimento do ataque as ações
decorrem da mesma maneira que no ataque inicial.

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

ARTIGO IV
O PELOTÃO DE APOIO NA DEFENSIVA

10-13. OCUPAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DAS POSIÇÕES DE TIRO


a. Os chefes de peça ou comandante de seção organizam os roteiros
para cada posição de tiro. Deve-se tomar cuidado para evitar que os tiros
ponham em perigo os elementos lançados à frente do LAADA, em missão
de segurança, patrulha ou construção de obstáculos. A defesa depende, em
grande parte, dos tiros amarrados. Isto permite o desencadeamento de
fogos eficazes mesmo à noite ou em condições de visibilidade reduzida. Por
isso devem ser previstos tiros para pontos de travessia obrigatória pelo
inimigo (vaus, pontes, etc) ou pontos onde provavelmente o inimigo instalará
posições de armas de apoio. Os fogos de proteção final devem ser
preparados para serem desencadeados das posições de tiro principal e de
muda.
b. Na defensiva, normalmente, as frações do pelotão de apoio são
instaladas nas proximidades ou no interior dos núcleos de defesa dos
pelotões de fuzileiros mecanizados. Estas posições por si só já oferecem
alguma segurança. Contudo, o comandante de seção é o responsável, pela
segurança aproximada de sua fração. As guarnições constroem espaldões e
abrigos individuais nas proximidades da posição da peça bem como utilizam
o armamento individual para sua própria proteção e para a proteção das
armas coletivas.
c. Após a chegada aos locais designados, as posições e os setores
de tiro das armas são indicados aos chefes de peça. Durante a preparação
das posições, as armas são instaladas em posições de tiro provisórias e
ficam prontas para abrir fogo a fim de bater os setores designados. Quando
as posições de tiro principais estiverem prontas as armas são transferidas
para elas. Simultaneamente são preparados os postos de observação das
seções e das peças.
d. Os abrigos naturais, as linhas de água e outros caminhos cobertos
são utilizados nas comunicações e nos movimentos para as posições de
muda e suplementares, e para o remuniciamento. Os comandantes de
seção inspecionam os abrigos e os disfarces de seus homens e armas. O
disfarce acompanha a execução dos trabalhos defensivos. Deve-se evitar,
ao máximo, o aparecimento de novas pistas, que denunciem as posições.
e. Após a preparação das posições principais, dos postos de
observação e das posições de muda e suplementares, são construídos os
abrigos individuais e os nichos de munição. Esses nichos devem estar no
interior ou próximo dos espaldões, em lugares secos, abrigados e

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Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

disfarçados. As posições simuladas são coordenadas com as dos pelotões


de fuzileiros mecanizados localizados nas proximidades.
f. Seção Anticarro
(1) Sempre que possível, os canhões devem entrar em posição no
interior dos núcleos de defesa para a execução de suas missões.
(2) Na seção AC a preparação das posições é iniciada com a
limpeza de campos de tiro, a construção dos espaldões das posições
principais e a construção de tocas.
(3) Quando a posição principal for concluída, serão preparadas as
posições de muda (no mínimo, uma para cada peça) e, em seguida, as
posições suplementares (se for o caso).
(4) Dentro de cada núcleo de defesa, o comandante da fração de
apoio ali localizada deve entrar em ligação com o comandante pelotão de
fuzileiros mecanizado, os comandante GC e outros chefes de peças para:
(a) Inteirar-se da missão dos elementos vizinhos.
(b) Coordenar com os fuzileiros a execução da segurança
aproximada que estes devem proporcionar às guarnições.
(c) Preveni-los sobre as zonas perigosas e de precaução
ocasionadas pelo sopro das armas AC.
(d) Coordenar medidas de apoio mútuo com vizinhos.
(5) Normalmente, as armas AC do LAADA não são empregadas na
execução de fogos longínquos. Se receberem a missão de realizar tais
fogos, deverão fazê-lo de uma posição suplementar.
g. Seção de morteiros
(1) Normalmente a seção é instalada nas proximidades do pelotão
que aprofunda a defesa.
(2) As posições principais e os postos de observação são
preparados em primeiro lugar e em seguida as tocas para os municiadores.
As posições de muda são preparadas de acordo com a ordem de urgência
dos trabalhos.

10-14. CONDUTA DA DEFESA


a. Ações antes do ataque inimigo
(1) Todos os dados de tiro são determinados e amarrados. A
documentação das frações é confeccionada e é estabelecida uma escala de
serviço de vigilância junto às armas.
(2) Todas as oportunidades devem ser aproveitadas para que sejam
reforçados e melhorados os espaldões e abrigos individuais. As armas
coletivas devem estar guarnecidas tão logo as tropas inimigas estejam
dentro do seu alcance.

10-22
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

(3) Os fogos para bater prováveis zonas de reunião do inimigo e


vias de aproximação para posição defensiva devem ser previstos e, quando
possível, regulados antes do ataque.
(4) As armas coletivas são apontadas para bater alvos previstos e
cujo aparecimento seja mais provável. Depois do inimigo conseguir repelir
os elementos de segurança, os morteiros ficam apontados para suas
barragens, quando não estiverem cumprindo outras missões de tiro, e as
armas AC apontadas para suas direções principais de tiro.
b. Ação durante ataque inimigo
(1) Seção AC - O comandante da seção e os chefes de peça nos
seus setores, ficam atentos à aproximação inimiga de quaisquer direções e,
uma vez assinalado o inimigo, não devem perdê-lo de vista. Ao alerta do
aparecimento de blindados inimigos, as guarnições ocupam prontamente
suas posições e só atiram quando os carros estiverem dentro do alcance de
utilização de suas armas ou após atingida uma linha do terreno pré-
determinada, procurando batê-los com tiros de flanco ou enfiada
desencadeados de surpresa. Durante a progressão inimiga, a seção AC
bate os alvos adequados em seu setor de tiro, não interessando, por
exemplo, atirar sobre alvos não compensadores que precedem o ataque
inimigo
(2) Seção de morteiros - Enquanto o inimigo progride, os
observadores pedem os tiros que se fizerem necessários nos seus setores.
Se os fogos de proteção final forem pedidos, os morteiros desencadeiam
suas barragens. Se a barragem de um morteiro estiver fora da zona onde os
fogos de proteção final se fizerem necessários, ele deve desencadear as
concentrações que tenham mais possibilidades de reforçar os fogos da área
ameaçada. Se o inimigo penetrar em qualquer parte da área de defesa, os
morteiros atiram na zona de penetração para desorganizá-lo ou destruí-lo,
evitando o alargamento da brecha.
c. Prescrições para a noite e condições de pouca visibilidade
(1) À noite os morteiros permanecem apontados para sua barragem
normal e as armas AC para suas direções principais de tiro. A utilização de
artifícios de iluminação e de sinalização deve ser prescrita pelo escalão
superior.
(2) O comandante de seção e os chefes de peça providenciam para
que parte da guarnição esteja preparada para desencadear os tiros
previstos, a qualquer momento, a fim de bater as vias de acesso mais
prováveis que possam ser utilizadas pelo inimigo à noite. Se possível deve
permanecer um homem observando o setor de tiro e outro junto às armas.
(3) Durante a noite, as pecas do pelotão de apoio da companhia
podem ocupar posições suplementares para dar apoio imediato ao LAADA
contra prováveis infiltrações inimigas.

10-23
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

10-15. MUDANÇAS DE POSIÇÃO


a. Via de regra, as mudanças de posição são realizadas nas pausas
do combate e excepcionalmente sob fogo, dependendo, neste caso, das
cobertas e abrigos existentes. As mudanças para as posições de muda ou
suplementares são, normalmente, realizadas mediante ordem do
comandante do pelotão de apoio ou dos núcleos de defesa em cujo interior
as peças estejam instaladas. Estas mudanças são realizadas quando a
missão de tiro de qualquer das armas coletivas não puder mais ser
cumprida com eficiência das posições de tiro principais, ou quando a
quantidade de tiros efetuados tenha denunciado a localização das posições
principais.
b. Quando as seções atuam em ação de conjunto, sempre que
possível, as mudanças de posição devem ser realizadas por escalões para
preservar a continuidade do fogo. Em casos de emergência, a decisão de
deslocar uma arma coletiva da posição principal para a de muda, a fim de
evitar sua destruição pelo fogo ou por elementos de infiltração, é tomada
pelo comandante mais graduado e mais próximo da arma. Neste caso, esta
decisão é participada, logo que possível, ao comandante do núcleo de
defesa onde estiver localizada a arma e ao comandante pelotão de apoio.

10-24
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

ANEXO A

EXEMPLOS DE ORDEM DE OPERAÇÕES

A-1. GENERALIDADES
A ordem de operações do comandante de companhia é emitida em um
posto de observação ou caixão de areia. O exemplo a seguir trata-se
apenas de um roteiro que pode ser observado.

A-2. ORDEM DE OPERAÇÕES DE ATAQUE

EXEMPLAR Nr 5 de ___ cópias


1ª Cia Fuz Mec
R P Cot 549 (8239)
D-1/2200
PAA - 32

ORDEM DE OPERAÇÕES YAGUARU


Rfr: Crt PR, Esc 1/50.000, Fl GUARANIAÇU

1. SITUAÇÃO
a. Forças Inimigas
1) O Ini presente em nossa zona de ação tem valor aproximado de um
Pelotão de Infantaria Leve, orgânico da Cia Inf L/ RIL.
2) Foram levantadas 4 posições de metralhadoras 7,62 M60 em
nossa zona de ação, duas a mais que a dotação normal do Ini, estas armas
batem eficazmente obstáculos de proteção local na porção N de R Altu P
Cot 515 (8039).

A-1
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

3) O Inimigo encontra-se a 5 dias na posição e encontra-se bastante


adiantado na preparação de suas posições.
b. Forças Amigas
1) A intenção do Cmt 33º BI Mec é
......................................................................................................
2) A 2ª Cia Fuz Mec atacará no nosso flanco N;
3) A 1ª/ 34º BI Mec atacará no nosso flanco S;
4) Elm do 16º RC Mec encontram-se em contato com o inimigo e
apoiará o desembocar de nosso ataque.

2. MISSÃO
a. A fim de permitir ao 33º BI Mec a conquista da região de Altu de P
Cot 564 (8039) – P Cot 537 (8040) – P Cot 576 (8040), Ultr Elm do 16º RC
Mec, atacar em D/0700, na direção P Cot 526 (8238) – P Cot 599 (8039),
para conquistar a R Altu P Cot 564 (8039), ficando ECD Pross para W ou
Mnt para Ap Ultr. Tudo com a finalidade de permitir ao

3. EXECUÇÃO
a. Conceito da operação
1) Manobra
a) A 1ª Cia Fuz Mec, Ultr Elm do 16º RC Mec, realizará um Atq, na
direção P Cot 526 (8238) – P Cot 599 (8039), com o 1º Pel Fuz Mec ao S,
realizando o Atq Pcp, para Conq porção S de R Altu P Cot 515 (8039) (O1)
e com o 2º Pel Fuz Mec ao N para Conq porção N de R Altu P Cot 515
(8039) (O2).
b) Após a Conq de O1 e O2, a SU prosseguirá no Atq, com o 1º
Pel Fuz Mec ao S, para Conq porção S de P Cot 564 (8039) (O3) e com o 2º
Pel Fuz Mec ao N, Rlz o Atq Pcp, para Conq porção N de P Cot 564 (8039)
(O4).
c) Após a Conq de O3 e O4, a SU ficará ECD Pross para W ou
Mnt para Ap Ultr.
d) Anexo “B” - Calco de Operações
2) Fogos
a) Haverá fogos de preparação entre D/0645 e D/0700;
b) Prio F
(1) Até a Conq de O1 e O2: 1º Pel Fuz Mec
(2) Após a Conq de O1 e O2: 2º Pel Fuz Mec

b. 1º Pel Fuz Mec

c. 2º Pel Fuz Mec

d. Apoio de Fogo
1) Pel Ap

A-2
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

a) Seç AC
(1) Seç AC (-2ª e - 3ª Pç CSR): Ref ao 1º Pel Fuz Mec
(2) 2ª Pç CSR: Ref 2º Pel Fuz Mec
(3) 3ª Pç CSR: Ref 3º Pel Fuz
b) Seç Mrt Me: Aç Cj
2) An C: Plano de fogos da SU (omitido)
e. Reserva
- 3º Pel Fuz Mec.
- Limpar a R Altu P Cot 515, após a conquista de O1 e O2 pelo Esc
Atq SU.
- Limpar a R Altu P Cot 564, após a conquista de O3 e O4 pelo Esc
Atq SU.
h. Prescrições Diversas
1) Elm do 16º RC Mec apoiarão o desembocar do nosso ataque.
2) Durante a progressão entre a LP e a posição de assalto, a SU
adotará a formação em escalão com o 2º Pel Fuz Mec a NW, com o 1º Pel
Fuz Mec ao centro e com o 3º Pel Fuz Mec a SE.
3) Mvt para a P Atq: An D (Q Mvt) (omitido).
4) Hora de assunção do comando da Z Aç: D/0500.
5) An E: Plano de ultrapassagem (omitido).
6) Os Pel Fuz Mec deverão informar a abordagem e a ultrapassagem
do Rio COLORADO (8138).
6) EEI:
- Existem obstáculos no corte do Rio do SALTO?
- Existem Pa Ini patrulhando o vale do SALTO?
- Foi identificada alguma outra fração Ini que não esteja constante
no item de possibilidades do Ini?

4. LOGÍSTICA
a. Generalidades
1) Organização do apoio
- AT/ 33º BI Mec desdobrado na R Faz MASCARELLO (7636)
2) Desdobramento do apoio
a) Área de Trens de Subunidade
(1) Localização
- R encosta E P Cot 577 (8038)
(2) Composição
- Área de Manutenção de Viaturas e Armamentos, Posto
de Remuniciamento, Refúgio de Feridos, Área de Cozinha e Posto de
Distribuição de Suprimentos.

b. Suprimento
1) Classe I
a) Posto de Distribuição de Suprimento Classe I
A-3
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

- Localizado na AT, na Região de Enc E P Cot 504 (7045)


- Aberto a partir de D-1/ 1800
2) Classe III
a) Posto de Distribuição de Suprimento Classe III
- Localizado na AT, na Região de Enc E P Cot 678 (7440)
- Aberto a partir de D-1/ 1800
3) Classe V
a) Posto de Remuniciamento Avançado
- Localizado na AT
- Aberto a partir de D-1/ 1800

c. Transporte
1) Circulação e Controle de Trânsito
a) P C Tran Nr 1/ 15ª Bda Inf Mec
..........................................................................................................
b) Restrições
(1) Linha de Escurecimento Parcial
..........................................................
(2) Linha de Escurecimento Total
..........................................................
(3) Velocidades
..........................................................
(4) Prioridades: Tropa, suprimento e evacuação.
c) Eixo de Suprimento e Evacuação/ 33º BI Mec: Rdv 01.
d. Saúde
1) Posto de Socorro/ 33º BI Mec
- Localizado na ATC.
2) Posto de Refúgio
- Localizado na R Enc E P Cot 599 (8039).
e. Manutenção
1) Prio Mnt
- Armamento leve, armamento pesado e Vtr.
2) Material Salvado e capturado
- Informar a Cia C Ap sobre o material que tenha excedido às
possibilidades de evacuação do Btl.
3) Posto de Coleta de Material Salvado e Capturado
- Localizado na AT.
f. Pessoal
1) Controle de efetivos
- Mensagem diária de efetivo (MDE) para o S1 até 1900 horas,
com término do período às 1800.
- Deverá ser informado imediatamente ao S1 quando a perda
de efetivo dos pelotões for superior a 30%.

A-4
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

5. COMANDO E COMUNICAÇÕES
a. Comunicações
1) Índice das IECom Elt: 1-1
2) Rádio
a) An __ - QRR
b) Prescrições Rádio
1) Silêncio
2) Restrito
- Para o Pel Ap, 1º Pel Fuz Mec, 2º Pel Fuz Mec a partir
de D/ 0630.
3) Livre
- Para o Pel Ap, 1º Pel Fuz Mec, 2º Pel Fuz Mec após o
desembocar do ataque.
- Para a reserva, quando empregada.
- Demais Elm Mdt O
3) Mensageiros
a) An __ - Crt Itn Msg Esc
b) Os Msg deverão ser duplos, percorrerem Itn diferentes e
escoltados quando próximos a Loc e a noite.
c) As Msg ultra-secretas e secretas e as volumosas que tenham
precedência U e UU poderão ser conduzidas por Msg Mtz, Mdt solicitação
dos Elm responsáveis.
d) Durante a montagem do ataque deverão ser utilizados Msg
de Escala
e) Após o início do Atq deverão ser utilizados Msg especiais.
4) Outros Meios
a) Proibido o uso de artifícios pirotécnicos até D/0530.
b) Liberado a utilização de meios acústicos somente para
alarme nas áreas de PC e nos Esc SU e Infr a partir de D/0530.
c) O emprego de meios diversos está liberado antes de D/0530
só a mais de 4 Km da LP/LC.
b. Postos de Comando
- PC 1ª Cia Fuz Mec na R IGREJA (8340).
c. Outras Prescrições
1) MPE/Com
- NGA Com Elt
2) Dispc Com pronto em D/0300.

A-5
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

A-3.ORDEM DE OPERAÇÕES DE DEFESA

Exemplar Nr 4 de __ cópias
1ª Cia Fuz Mec
Faz 3 IRMÃOS (4009)
D-4/0800
GJR – 55

ORDEM DE OPERAÇÕES SANTA HELENA


Ref: Crt PR, Esc 1/50.000, Fl CÉU AZUL

1. SITUAÇÃO
a. Forças Inimigas
1) Linha de Ação provável do inimigo: o Ini abordará nossa posição
com uma FT RI Mec apoiado por fogos de morteiros 120 mm e artilharia 155
mm. Inicialmente deverá lançar uma forte preparação, enquanto aproxima
suas VBC YW 531 H e seus CC AMX 13 da contra-encosta da elevação a
nossa frente. Terminada a preparação as VBC e os CC já ocupando
posições de ataque pelo fogo iniciarão os fogos diretos sobre nossas
posições enquanto a engenharia tentará abrir passagens nos obstáculos
lançados a frente do rio ALTANEIRO. Caso a engenharia inimiga obtenha
sucesso, será inicialmente lançado um assalto com tropa a pé apoiada
pelos fogos diretos das VBC e CC.
2) O Ini poderá abordar nossa posição a partir de D/ 2100
3) O Ini possui dificuldade de ressuprimento principalmente Cl III e V;
suas tropas perderam aproximadamente 10% de sua dotação de pessoal e
material.
b. Forças Amigas
1) A intenção do Cmt 33º BI Mec é
...................................................................................
2) A 2ª Cia Fuz Mec encontra-se a N de nossa posição;
3) A 3ª Cia Fuz Mec mobilia o P Avç C
4) A 16º Esqd C Mec encontra-se a S de nossa posição;
5) Elm da 2ª Bda C Mec encontram-se em contato com o Ini.

2. MISSÃO
a. Com a finalidade de impedir, em sua Z Aç, o acesso Ini às R De Altu
P Cot 363 (3909) – P Cot 366 (3909) e Mo do CURRAL (3910), defender no
corte do rio das ANTAS (4108), a frente compreendida entre Corg do
CEMITÉRIO (4008), inclusive e o Corg da MATA (4009), inclusive. Acolher
Elm da 2ª Bda C Mec (F Cob) e da 3ª Cia Fuz Mec (P Avç C) que retraírem
em sua Z Aç.

A-6
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

3. EXECUÇÃO
a. Conceito da Operação
1) Manobra
a) A 1ª Cia Fuz Mec Rlz uma Def A, no corte do rio das ANTAS,
na frente compreendida entre o Corg do CEMITÉRIO (4008), inclusive, e o
Corg da MATA (4009), inclusive; com o 1º Pel Fuz Mec a E e com o 2º Pel
Fuz Mec a W.
b) Acolherá Elm da 2ª Bda C Mec (F Cob) e da 3ª Cia Fuz Mec
que retraírem em sua Z Aç.
c) Anexo “B” – Clc Op.
2) Fogos
- Prio F para o 1º Pel Fuz Mec.
- Distribuição das barragens:
- 1º Pel Fuz Mec: 1 Br N GAC 105
- 2º Pel Fuz Mec: 1 Br N Mrt Me
3) Barreiras
- Anexo “C” – Extrato do Plano de Barreiras.

b. 1º Pel Fuz Mec

c. 2º Pel Fuz Mec


- Retardar na frente compreendida entre o Corg do CEMITÉRIO
(4008), exclusive, e o Corg da MATA, inclusive.

d. Apoio de fogo
1) Pel Ap
a) Seç AC: Aç Cj
b) Seç Mrt Me: Aç Cj
2) An C: Plano de fogos da SU (omitido)
e. Reserva
- 3º Pel Fuz Mec
- Preparar e ocupar Nu Def à retaguarda do Nu Def do 2º Pel Fuz
Mec.
- Preparar Nu Def à retaguarda do Nu Def do 1º Pel Fuz Mec.
- Ficar ECD ocupar Nu Def à retaguarda do Nu Def do 1º Pel Fuz
Mec.
- Apoiar pelo fogo os pelotões do LAADA, batendo o intervalo
existente entre estes.

f. Prescrições diversas
1) Dispositivo pronto no LAADA em D/1800.
2) Após o dispositivo realizado, os Pel Fuz Mec deverão lançar Pa Lig
entre seus Nu Def e promover intenso patrulhamento à frente do LAADA.

A-7
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

3) Os Elm de 1º Esc devem acolher Elm do P Avç C que retraírem em


sua Z Aç.
4) Durante a noite e nos períodos de visibilidade reduzida os pelotões
do LAADA devem patrulhar o C Mna para impedir o trabalho da engenharia
inimiga.
5) Anexo “E” – Plano de acolhimento
6) Anexo “F” – Q Mvt (omitido)
7) Os Pel Fuz de 1º Esc deverão estabelecer P Vig/PE, no valor de
uma esquadra por pelotão.
8) EEI:
- Quando o Ini atuará?
- Qual a natureza e o valor do Ini abordando os P Avç C?
- Qual a natureza e o valor do Ini abordando o LAADA?
- O Ini emprega carros no Esc Atq?
- Existem civis auxiliando como força adversa?
9) Prio Trab:
- Estabelecimento Pa Rec e Seg.
- Estabelecimento Seg local para os trabalhos.
- Entrada em Pos das armas coletivas e designação dos setores
de tiro.
- Designação da LPF.
- Limpeza dos campos de tiro.
- Estabelecimento das ligações fio.
- Construção de abrigos e espaldões.
- Lç de obstáculos e campo de minas.
- Preparação das Pos de muda e suplementar.
- Estabelecimento de medidas de Ct que se fizerem necessárias.

4. LOGÍSTICA
a. Generalidades
1) Organização do apoio
a) ATE/ 33º BI Mec desdobrado na R Faz IMBITUVA (3207)
b) ATC/ 33º BI Mec desdobrado na R Enc W P Cot 601 (3609)
2) Desdobramento do apoio
a) Área de Trens de Subunidade
(1) Localização
- R PONTE QUEIMADA (3807)
(2) Composição
- Área de Manutenção de Viaturas e Armamentos, Posto
de Remuniciamento, Refúgio de Feridos, Área de Cozinha e Posto de
Distribuição de Suprimentos.

A-8
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

b. Suprimento
1) Classe I
a) Posto de Distribuição de Suprimento Classe I
- Localizado na ATE
- Aberto a partir de D-1/ 1800
2) Classe III
a) Posto de Distribuição de Suprimento Classe III
- Localizado na ATC
- Aberto a partir de D-1/ 1800
3) Classe V
a) Posto de Remuniciamento Avançado
- Localizado na ATC
- Aberto a partir de D-1/ 1800

c. Transporte
1) Circulação e Controle de Trânsito
a) P C Tran Nr
.............................................................................................................
b) Restrições
(1) Linha de Escurecimento Parcial
..........................................................
(2) Linha de Escurecimento Total
..........................................................
(3) Velocidades
..........................................................
(4) Prioridades: Tropa, suprimento e evacuação.
c) Eixo de Suprimento e Evacuação/ 33º BI Mec: Estrada do
LODO (3508).
d. Saúde
1) Posto de Socorro/ 33º BI Mec
- Localizado na ATC
2) Posto de Refúgio
- Localizado na R Enc W P Cot 623 (3909)
e. Manutenção
1) Prio Mnt
- Armamento leve, armamento pesado e Vtr.
2) Material Salvado e capturado
- Informar a Cia C Ap sobre o material que tenha excedido às
possibilidades de evacuação do Btl.
3) Posto de Coleta de Material Salvado e Capturado
- Localizado na ATE

f. Pessoal
1) Controle de efetivos
A-9
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

- Mensagem diária de efetivo (MDE) para o S1 até 1900 horas,


com término do período às 1800.
- Deverá ser informado diretamente ao S1 quando a perda de
efetivo dos pelotões for superior a 30%.
g. Diversos
.................................................................................................................

5. COMANDO E COMUNICAÇÕES
a. Comunicações
1) Índice das IECom Elt: 1-1
2) Rádio
a) An __ - QRR
b) Prescrições Rádio
1) Silêncio
- Até o contato com o inimigo
2) Restrito
- Durante as ações dos Postos Avançados de Combate
e acolhimento destes
3) Livre
- Após o retraimento dos Postos Avançados de
Combate
3) Meios Físicos
a) An ___ - D Cirt
b) Explorar ao máximo antes do Dbc ataque.
c) As Tu Cnst devem ser Ref quando estiverem trabalhando a
noite.
4) Mensageiros
a) An __ - Crt Itn Msg Esc
b) Os Msg deverão ser duplos, percorrerem Itn diferentes e
escoltados quando próximos a Loc e a noite.
c) As Msg ultra-secretas e secretas e as volumosas que tenham
precedência U e UU poderão ser conduzidas por Msg Mtz, Mdt solicitação
dos Elm responsáveis.
d) Durante a montagem do ataque deverão ser utilizados Msg
de Escala
e) Após o início do Atq deverão ser utilizados Msg especiais.
5) Outros Meios
a) Proibido o uso de artifícios pirotécnicos até D/1800.
b) Liberado a utilização de meios acústicos somente para
alarme nas áreas de PC e nos Esc SU e Infr a partir de D/0530.
6) Recursos Locais
- Não está autorizada a utilização
7) Prescrições Diversas
a) P Obs 1 - P Cot 363 (3909)

A-10
Proposta do Anteprojeto do Manual da Cia Fuz Mec EB20-MC- XX.XXX

- Abertura: D-2/0600
- Fechamento: Mdt O
b. Postos de Comando
- PC 1ª Cia Fuz Mec: R PALHOÇA (3807)
c. Outras Prescrições
1) Dispc Com pronto em D/1600.

A-11

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