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EB70-CI-11.

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CAPÍTULO VI
OPERAÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS

6.1 GENERALIDADES
- Este capítulo visa a orientar, em nível tático, o emprego de tropa em operações
de controle de distúrbios urbanos ou rurais, em atendimento ao prescrito no Ma-
nual de Fundamentos EB20-MF-10.102 – Doutrina Militar Terrestre e no manual
OPERAÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS - C 19-15, 3ª edição, 1997.

6.2 CONCEITOS
6.2.1 AGLOMERAÇÃO: grande número de pessoas temporariamente reunidas.
a) Geralmente, os membros de uma aglomeração pensam e agem como elementos
isolados e não organizados.
b) A aglomeração pode, também, resultar da reunião acidental e transitória de
pessoas, tal como acontece na área comercial de uma cidade no horário de tra-
balho ou nas estações ferroviárias em determinados instantes.
6.2.2 MULTIDÃO: .
- A formação da multidão caracteriza-se pelo aparecimento do pronome “nós”

estamos aqui pela cultura”, “nós estamos aqui para prestar solidariedade” ou

constituída e não se trata mais de uma aglomeração.


6.2.3 TURBA: multidão em desordem.
- Reunião de pessoas que, sob estímulo de intensa excitação ou agitação, per-
dem o senso da razão e o respeito à lei, e pensam em obedecer a indivíduos que

distúrbios, realizar saques ou estar em pânico e fuga.


6.2.4 TUMULTO: desrespeito à ordem, levado a efeito por várias pessoas, em
apoio a um desígnio comum de realizar certo empreendimento por meio de ação
planejada contra quem a elas possa se opor.
- O desrespeito à ordem é uma perturbação promovida por meio de ações ilegais,
traduzidas numa demonstração de natureza violenta ou turbulenta.
6.2.5 DISTÚRBIO: inquietação ou tensão que toma a forma de manifestação.
- Situação que surge dentro do país, decorrente de atos de violência ou desordem
prejudicial à manutenção da lei e da ordem. Poderá provir de uma ação de uma

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turba ou se originar de um tumulto.
6.2.6 MANIFESTAÇÃO: demonstração, por pessoas reunidas, de sentimento
hostil ou simpático a determinada autoridade ou alguma condição ou movimento
político, econômico ou social.
6.2.7 ANONIMATO: a pessoa se anonimiza, perde a identidade e, consequente-
mente, o senso de responsabilidade, o comportamento deixa de ser social para
se tornar coletivo.
6.2.8 AGENTES DE PERTURBAÇÃO DA ORDEM PÚBLICA: são pessoas ou
grupos de pessoas cuja atuação momentaneamente comprometa a preservação
da ordem pública ou ameace a incolumidade das pessoas e do patrimônio.
6.2.9 AMEAÇAS: são atos ou tentativas potencialmente capazes de comprometer
a preservação da ordem pública ou ameaçar a incolumidade das pessoas e do
patrimônio.
6.2.10 MASSA: grande quantidade de pessoas.
6.2.11 MASSAS PACÍFICAS:
própria característica do grupo não demonstra atitudes radicais. São exemplos:

6.2.12 MASSAS ORGANIZADAS: são grupos que possuem uma liderança mais

6.2.13 MASSAS VIOLENTAS: são grupos que, muito das vezes, não possuem

preocupação quanto à ordem pública.

6.3 CONCEPÇÃO DAS OPERAÇÕES


6.3.1 TAREFAS NORMALMENTE ATRIBUÍDAS A UMA FORÇA EMPREGADA
EM OCD
a) interditar uma área urbana ou rural, prevenindo a ação de grupos de manifes-
tantes;
b) evacuar uma área urbana ou rural já ocupada por manifestantes;
c) restabelecer a ordem pública em situações de vandalismo;
d) garantir a integridade do patrimônio público;
e) desobstruir vias de circulação;
f) investir sobre uma turba de manifestantes; e
g) evacuar prédios ou instalações ocupadas por manifestantes.

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6.3.2 PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA O EMPREGO
6.3.2.1 Massa

e obtendo sucesso rapidamente.


b) Quando forças forem empregadas parcelada e inadequadamente, podem não

atos de violência, agravando assim a situação.


6.3.2.2 Objetivo

dos elementos subordinados. A restauração da lei e da ordem deve nortear a


condução das operações em todas as suas fases.
6.3.2.3 Unidade de Comando
- O emprego de tropas exige unidade de comando, o que assegura convergência
de esforços por meio da coordenação de todas as forças empenhadas na manu-
tenção da lei e da ordem. A coordenação deve ser obtida pelos CENTROS DE
OPERAÇÕES (COp), de modo a assegurar a integração de todos os elementos
envolvidos.
6.3.2.4 Segurança
- Inclui as medidas necessárias para evitar surpresa, preservar a liberdade de ação
e se contrapor à tática do inimigo; a segurança é melhor obtida pela surpresa,
mobilidade, emprego judicioso da reserva e atividades de inteligência.
6.3.2.5 Surpresa
- Proporciona vantagem ou superioridade, mesmo com pouco esforço; ela é obtida
mediante ação oportuna no local, de maneira que a turba não esteja preparada

métodos e táticas são fatores que contribuem para a surpresa.


6.3.2.6 Manobra
- Consiste na adoção dos adequados dispositivos e formações para o enfrenta-
mento de APOP.
6.3.3 CONDICIONANTES PARA UMA TROPA EMPREGADA EM OCD
a) mínimo de danos à população e ao patrimônio;
b) mínimo de perdas em sua tropa;
c) rapidez no cumprimento da missão;

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d) preservação da imagem do Exército junto à opinião pública;


e) respeito aos preceitos legais vigentes; e

regras de engajamento para uso progressivo da força.

6.4 ORGANIZAÇÃO DA OCD


6.4.1 Conforme o manual OPERAÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS - C
19-15, 3ª edição, 1997, para a organização integral de uma tropa em OCD o
escalão mínimo a ser considerado é a Unidade, já que as capacidades exigidas
e as missões a serem cumpridas demandam, pelo menos, a estrutura desse
escalão de combate.
6.4.2 Em qualquer caso, as tropas que integram a Força de OCD e podem entrar
em confronto direto com a turba (principalmente a Força de Choque - F Chq), de-
vem ser constituídas por, no mínimo, uma fração nível Pelotão de Fuzileiros. Já
as demais equipes podem ser constituídas por frações nível GC. Eventualmente,
conforme a situação, a disponibilidade de tropa e as orientações emitidas pelo
escalão enquadrante, a estrutura poderá ser ajustada.
6.4.3 Sempre que necessário, essa estrutura será acrescida dos elementos que
incrementem capacidades e permitam um melhor cumprimento da missão, tais
como:
a) equipe de comunicação social;
b) equipe de assessoria jurídica;
c) equipe de neutralização de artefatos explosivos (Explosive Ordnance Disposal
– EOD), e
d) meios de combate a incêndio não orgânicos das Unidades, entre outros.
6.4.4 PROPOSTA DE ORGANIZAÇÃO DA TROPA (FORÇA DE OCD):
- A constituição geral da Força de OCD será variável, considerando a situação
tática, a disponibilidade de efetivos e a orientação do Escalão Enquadrante, mas
sempre irá priorizar o Princípio da Segurança.
a) Força de Isolamento;
b) Força de Cerco;
c) Força de Choque;
d) Força de Reação;
e) Equipe de Observação e Base de Fogos;

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f) Equipe de Apoio;
g) Equipe de Busca; e
f) Reserva.

6.5 MISSÕES DAS FRAÇÕES EM OCD


6.5.1 FORÇA DE ISOLAMENTO

Fig 130 - Exemplo de tropa no isolamento

6.5.1.1 Estabelece o isolamento da área de operações e é realizado mediante o


estabelecimento de Posto de Bloqueio e Controle de Vias (PBCV) e posições de
bloqueio nos principais acessos.
6.5.1.2
participação da população, desviando o tráfego de veículos e com isso evitando
prejuízos às operações.
6.5.1.3 Pode ser realizada por tropas do próprio Exército ou por agências que
estejam envolvidas na operação.
6.5.2 FORÇA DE CERCO
6.5.2.1 -
metro próximo ao núcleo do evento. Canaliza a turba para uma posição ou via
de escoamento desejada.

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6.5.2.2
impacto psicológico nos manifestantes.

Fig 131 - Exemplo de tropa no cerco

6.5.2.3 De acordo com o exame de situação do Comandante, em princípio deve ser


permitido que os manifestantes e/ou curiosos que desejarem abandonem a área.

em cometimento de crimes ou atos violentos se evadam da área.


6.5.2.4 Será ultrapassada pela Força de Choque em caso de insucesso das

da ordem pública.
6.5.3 FORÇA DE CHOQUE
a) Constituída por tropa (s) de choque, equipada(s) com material e munições espe-

dos APOP ou ameaças e canalizá-los para determinada via de escoamento/fuga.


b) Tropas de cavalaria hipomóvel podem compor a Força de Choque e são em-
pregadas para dissuadir, isolar lideranças ou dispersar manifestantes por meio
de cargas de cavalaria conforme a situação exija e haja disponibilidade.
6.5.4 FORÇA DE REAÇÃO
6.5.4.1 Constituída por tropas adestradas e equipadas para tal ação (normalmen-
te Inf Mec e C Mec), que atuarão caso a força de choque seja hostilizada com
armamentos que superem a ação.
- Exemplo: utilização de arma de fogo pela turba.
6.5.4.2 Agirá com reação pelo fogo real de acordo com as regras de engajamento
estabelecidas.

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6.5.5 EQUIPE DE OBSERVAÇÃO E BASE DE FOGOS
-

Fig 132 - Observação e apoio de fogo

6.5.6 EQUIPE DE BUSCA

Fig 133 – Exemplo de equipe de busca

6.5.6.1 Responsável pelo vasculhamento da área, após o investimento, visando


capturar líderes, elementos que cometeram atos violentos, contraventores, arma-
mento, munições e explosivos, além de prestar informações ao Cmdo da operação.

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6.5.6.2 -
nharia, podem reforçar esta equipe, pela capacidade de auxiliar a captura, faro/
detecção e neutralização de explosivos.
6.5.7 RESERVA
- Constituída de forças ECD ser empregada como qualquer fração da OCD, com
exceção da Força de Reação.

Fig 134 - Tropa para emprego em reserva

6.5.8 EQUIPE DE APOIO


a) Constituída pelo pessoal de saúde, bombeiros, assessoria jurídica, comuni-

Utilizada para dar suporte às ações da tropa. Poderá ser prevista uma viatura
cisterna de água, tanto para atuar no combate ao fogo imediato de barreiras
provocadas por vândalos, ou ainda, para dispersão de multidão, por meio do jato
direcional de água.
b) Equipes de serviços públicos e especiais serão utilizadas, SFC, para reparação
das redes elétrica, telefônica, de água e outros serviços.
c) Equipes de serviços gerais serão úteis para a recuperação do patrimônio

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6.5.9 EMPREGO DE OUTRAS AGÊNCIAS
- No caso de outras agências serem incorporadas à tropa da OCD, o Cmdo deve
avaliar as capacidades que podem ser utilizadas em proveito da missão e incor-
porar ou estabelecer ligações com a fração mais apropriada. Exemplo: guarda
municipal, bombeiros, polícia militar.

Fig 135 - Outras agências em apoio às OCD

6.6 ATIVIDADES A REALIZAR


6.6.1 A seguir são apresentadas as principais ações a realizar, referenciadas às
fases de uma OCD. No entanto, elas não se desenvolvem, necessariamente, na
ordem citada. Além disso, algumas ações desencadeadas inicialmente prosse-
guem ao longo de toda a operação, aumentando ou diminuindo de intensidade.
6.6.2 AS PRINCIPAIS FASES SÃO:
a) negociação;
b) isolamento da área de operações;
c) cerco da área conturbada;
d) demonstração de força;
e) investimento;
f) vasculhamento da área;
g) segurança da população e instalações; e
h) operações psicológicas.
6.6.3 As atividades ligadas à inteligência, comunicação social e operações psi-
cológicas ocorrem antes, durante e depois da OCD, permeando todas as fases e
sendo de fundamental importância para o sucesso da missão. Essas atividades,
normalmente, serão prestadas por equipes de apoio externo à Unidade.

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6.7 DESCRIÇÃO DAS FASES DA OPERAÇÃO
6.7.1 NEGOCIAÇÃO
6.7.1.1 A negociação deverá ocorrer “durante todas as fases da operação”,
valendo-se para isso dos recursos das operações psicológicas, da comunicação
social e de reuniões pessoais com as lideranças.
6.7.1.2 O êxito da negociação depende, em grande parte, do efeito dissuasório
da demonstração de força.
6.7.1.3
evitando-se o emprego da força.
6.7.1.4 Poderá ser estabelecido um prazo para que seja cumprida a determinação
da autoridade legal.
6.7.2 ISOLAMENTO DA ÁREA DE OPERAÇÕES

Fig 136 - Esquema contendo o cerco e o isolamento

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- O isolamento da área de operações é realizado mediante o estabelecimento de

movimentos, evitando o aumento da participação da população, desviando o


tráfego de veículos e, com isso, evitando prejuízos às operações. O exame de

da quantidade de meios disponíveis para a tarefa.


6.7.3 CERCO DA ÁREA
6.7.3.1 No caso de a operação caracterizar-se por uma ação de natureza OFEN-
SIVA, com o objetivo de dissolver uma manifestação ou desocupar uma área, o
cerco da área conturbada deve ser realizado mediante ocupação de posições de
bloqueio nos acessos imediatos ou mesmo ao redor da turba.
6.7.3.1.1 Em princípio, deve ser permitido que os manifestantes e/ou curiosos
que desejarem, abandonem a área.
6.7.3.1.2
impacto psicológico nos manifestantes. Em princípio, deve ser permitido que os
manifestantes e/ou curiosos que desejarem, abandonem a área e quando as ne-
gociações não surtirem o efeito desejado, o INVESTIMENTO, quando necessário,
será realizado por ultrapassagem em um ou mais setores da linha de cerco e,
nesse caso, o Cmt da tropa manobrará com as posições de bloqueio.
6.7.3.2 Durante o estabelecimento do cerco deve-se possibilitar que nos momen-
tos iniciais do investimento, os manifestantes que não desejarem o confronto se
evadam por um ou mais pontos da linha de cerco, devendo para isso ser(em)
prevista(s) ROTA(S) DE FUGA/ESCAPE.
6.7.3.3 Também durante o estabelecimento do cerco, conforme a situação, permitir
que os manifestantes que permaneceram na área se evadam, evitando impelir

prisão dos mesmos”. A ação de investimento incidirá sobre os manifestantes que


permaneceram na área e optaram pelo confronto (particularmente os líderes e
os que cometeram atos mais violentos).
6.7.3.4 No caso de a operação caracterizar-se por uma ação de natureza DEFEN-
SIVA, visando impedir o acesso de manifestantes a determinada área sensível,
as ações de cerco caracterizam-se por uma posição de defesa ao redor da área

as ações violentas dos manifestantes atinjam os pontos sensíveis no interior da


posição de defesa. As posições nessa linha de defesa devem ser mais fortes
nas vias de acesso mais favoráveis à ação da turba e valer-se de obstáculos e a
defesa deve ser organizada em princípio, em 2 linhas.
6.7.3.5 A primeira, com a função de COBERTURA, a algumas dezenas de metros

dos manifestantes; caso haja pressão, proceder conforme previsto nas regras

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de engajamento. Em algumas situações, em função do espaço para manobra,
poderá não existir a linha de cobertura;
6.7.3.6 A segunda posição é para ser defendida, não se cedendo espaço; deve
ser constituída pela Força de Choque que atuará de forma vigorosa, buscando,
em última instância, repelir a turba. Caso prossiga pressão sobre esta segunda
-
primento da missão de garantia da ordem pública, a Força de Choque deverá
passar então a uma atitude ofensiva, realizando o INVESTIMENTO sobre a turba.
6.7.3.7 Uma outra linha de cerco, semelhante à prevista para as ações de natu-
reza ofensiva, poderá ser estabelecida, buscando ocupar previamente posições
ao redor de toda a área onde estão sendo realizadas as manifestações. Esse

investimento.
6.7.4 DEMONSTRAÇÃO DE FORÇA
6.7.4.1 A demonstração de força é caracterizada, em primeira instância, pelo
próprio desembarque e tomada do dispositivo inicial pela tropa.
6.7.4.2 Deve-se buscar a dissuasão pelo efeito da massa.
6.7.4.3 Deve-se expor meios de grande poder de destruição, tais como helicópte-
ros, veículos blindados e outros armamentos pesados devem ser utilizados como
fator de intimidação.
6.7.4.4 Não se deve usar munição de festim em nenhuma hipótese.
6.7.5 INVESTIMENTO
6.7.5.1 O investimento é, normalmente, a ação decisiva, com o objetivo de controlar
um distúrbio quando se esgotam todas as medidas preventivas.
6.7.5.2 Com base na hipótese mais desfavorável, ou seja, a real necessidade de
se ter que desencadear a ação ofensiva - num cenário em que alguns APOP mais
radicais reajam com coquetéis “molotov” ou mesmo armas de fogo - devem ser
previamente posicionados os elementos ou equipes especializadas.
6.7.5.3 O investimento sobre uma turba de manifestantes será executado, Mdt
O, quando as negociações não surtirem o efeito desejado, realizando-se uma
ultrapassagem, em um ou mais setores da linha de cerco.
6.7.5.4 Durante a ultrapassagem do cerco, o Comandante da tropa
manobrará com as posições de bloqueio com vistas a:
6.7.5.4.1 Possibilitar que nos momentos iniciais do investimento, os manifestantes
que não desejarem o confronto se evadam por um ou mais pontos da linha de
cerco, devendo para isso ser(em) prevista(s) ROTA(S) DE FUGA/ESCAPE.

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6.7.5.4.2 Impedir que os manifestantes que permaneceram na área e optaram
pelo confronto se evadam (particularmente os líderes e os que cometeram atos
mais violentos).
6.7.5.4.3 Impedir o acesso de manifestantes à determinada área sensível
6.7.5.4 Proposta de equipes para o investimento:
6.7.5.4.1 Equipe de Observação e Base de Fogos

e aqueles que reagem violentamente à ação da tropa com pedras, coquetéis


“molotov
de borracha ou real (de acordo com as regras de engajamento estabelecidas).
6.7.6.4.2 Força de Choque
a) Constituída por tropas de choque, equipadas com trajes anti-tumulto, (EPI),
máscaras contra gases, escudos, cassetetes, munição lacrimogênea e de elastô-
mero, podendo ser apoiadas por viaturas blindadas e de remoção de obstáculos,
cães, cavalos etc.
b) Tropas de cavalaria hipomóvel podem compor a Força de Choque e são em-
pregadas para dissuadir, isolar lideranças ou dispersar manifestantes por meio
de cargas de cavalaria.
c) Deve caracterizar-se por executar uma ação vigorosa que tenha como objeti-
vo dispersar a turba. Em algumas situações de natureza defensiva, a Força de
Choque, numa 1ª fase, permanece estática, não devendo ceder espaço e, caso
pressionada pela turba, reage com vigor, tomando atitude ofensiva, buscando
dissolvê-la no mais curto prazo.
6.7.6.4.3 Força de Reação
a) Constituída de tropas do Exército, em especial de militares de Infantaria e
Cavalaria que permanecem em 2° escalão em condições de, caso a Força de
Choque seja hostilizada com armamentos que superem a capacidade de ação,
serem empregadas em substituição ou reforço a ela, utilizando meios mais trau-
matizantes, tais como munição de borracha e, em última instância, munição real.
b) Em princípio, a tropa não necessita portar escudos nem capacetes especiais,
tendo como armamento básico o armamento de dotação.
6.7.6.4.4 Equipes de controle de danos
- Serão úteis para a recuperação do patrimônio público, ou privado que for dani-

6.7.6.4.5 Poderão ser constituídas equipes de serviços públicos e especiais


- Serão utilizadas para reparação das redes elétrica, telefônica, de água e outros
serviços.
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6.7.6.4.6 Reserva
- Constituída de forças com características semelhantes à Força de Choque, em
condições de reforçar posições de cerco, reforçar a Força de Choque ou atuar
como força de cerco.
6.7.6.5 Conduta da tropa no investimento
6.7.6.5.1 O investimento sobre a turba deve se caracterizar por uma ação dinâ-
mica, evitando-se ações estáticas, passivas e que ofereçam liberdade de ação
e iniciativa ao oponente.
6.7.6.5.2 Normalmente, é realizado mediante avanço da Força de Choque sobre
a turba com dispositivo emassado, em linha, em passo acelerado, seguida por
equipes com atiradores com munição de borracha, lançadores de granadas de
mão, veículos blindados com jatos d’água e outros meios.
6.7.6.5.3 Equipamentos de som darão o suporte às operações psicológicas.
6.7.6.5.4 Atiradores com munição de elastômero e/ou química, de acordo com
as regras de engajamento, alvejarão aqueles que se valerem de armas mais
contundentes.
6.7.6.5.5 Caso a reação da turba seja com tal violência (tiros e coquetéis “molo-
tov”) que a Força de Choque não possa progredir ou as ações da base de fogos
sejam inócuas, a ação passará a ter as características de um combate urbano,
devendo ser empregada a Força de Reação.
6.7.6.5.6 Veículos blindados poderão acompanhar a Força de Choque em ação.
6.7.6.5.7 Provas materiais da violência deverão ser recolhidas para posterior

reais intenções, bem como as que se referem a planos, são particularmente


importantes. O emprego de elementos em trajes civis facilitará a obtenção de

em tais situações.
6.7.6.5.8

6.7.6.5.9 A reação pelo fogo real só deve ocorrer quando determinada pelo Cmt
e de acordo com as regras de engajamento estabelecidas.
6.7.7 VASCULHAMENTO DA ÁREA
6.7.7.1 É a operação que, normalmente, se segue ao investimento, em que pre-
ponderam as ações de busca e apreensão.

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a) capturar líderes, elementos que cometeram atos violentos e procurados pela
justiça ou polícia; e
b) neutralizar e apreender armas, munições, explosivos e outras provas materiais.
6.7.7.3 É executado por equipes de busca previamente designadas, compostas
por elementos de fora da Força de Choque que recebem normalmente encargos
por área ou grupos de pessoas a serem revistadas.
6.7.7.4 As tropas mais adequadas à execução do vasculhamento são as de PE,
podendo, em alguns casos, ser realizada, no todo ou em parte, por outras Unida-
des do Exército. As tropas PE podem ser reforçadas por Equipes ou elementos

de ameaças explosivas.
6.7.7.5 A Força de Reação e a Reserva podem receber a missão de realizar o
vasculhamento e, para isso, são reorganizadas em equipes de busca, cada uma

6.7.7.6 Quando em OCCA em Situação de Paz, as buscas, quando no interior de


residências, exigem mandado judicial e só podem ser realizadas durante o dia.

6.7.7.7 Todos os cômodos devem ser revistados na presença dos moradores e,

tempo de paz.
6.7.7.8 A revista de pessoas nas ruas é feita também pelas equipes que partici-
param do cerco, do isolamento e da segurança da população.
6.7.8 SEGURANÇA DE CIVIS E INSTALAÇÕES
6.7.8.1 Essas ações, apesar de preponderarem nas fases subsequentes ao in-
vestimento, podem ocorrer durante toda a OCD.
6.7.8.2 Caracterizam-se por um patrulhamento intensivo da área e o estabeleci-
mento de Postos de Segurança Estáticos (PSE).
6.7.8.3 Durante as ações, deve ser mantido o isolamento da área de operações
e, dependendo da situação, também as posições de cerco.
6.7.8.4 Caracteriza-se também pelo estabelecimento de um rigoroso controle da
população e, em grande parte, confunde-se com as próprias ações de vasculha-
mento da área.
6.7.8.5 Devem ser reprimidas quaisquer tentativas de aglomerações posteriores,
no local ou nas proximidades e, para tal, patrulhas motorizadas ou a cavalo devem
percorrer a área.
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6.8 FORÇA DE CHOQUE NAS OPERAÇÕES DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS
6.8.1 ORGANIZAÇÃO (PROPOSTA)
6.8.1.1 Força de Choque nível Pelotão (32 militares)
a) Grupo de Comando (Gp Cmdo); e
b) três Grupos de Choque (Gp Chq).
6.8.1.2 Grupo de Comando
6.8.1.2.1 Comandante de Pelotão: é responsável pela coordenação e controle
do Pelotão de Choque.
6.8.1.2.2 Sargento Adjunto: é o auxiliar do Comandante de Pelotão no controle
do efetivo.
6.8.1.2.3 Homem Extintor / Homem Saúde: opera o extintor no caso da

condições de executar os primeiros socorros até que equipes de apoio cheguem


ao local.
6.8.1.2.4 Radio-operador: realiza a comunicação do Pel-Cia.
6.8.1.2.5 Segurança: realiza a segurança coletiva do pelotão, utilizando
preferencialmente armamento calibre 5,56 mm.
6.8.1.3 Grupo de Choque
6.8.1.3.1 Sargento Comandante de Grupo de Choque: tem a responsabilidade
de controlar as ações de seu grupo, evitando seu isolamento ou fracionamento
durante a ação.
6.8.1.3.2 Escudeiro: executa a proteção do pelotão contra o arremesso de
objetos ou disparos de armas de fogo (quando dotado de escudo balístico).
6.8.1.3.3 Granadeiro: faz o lançamento de granadas de mão menos letais. Pode
acumular função ao conduzir espingarda calibre 12, aumentando o poder de
fogo do pelotão.
6.8.1.3.4 Atirador: realiza o lançamento de munição química e de elastômero
com espingarda calibre 12.
6.8.1.3.5 Lançador: realiza o lançamento de munição química e de impacto
controlado calibre 37/38 ou 40 mm por meio de Lançador de Granada.
6.8.2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)
6.8.2.1 Cada militar da fração deve utilizar caneleira, colete balístico (conforme
o risco e, neste caso, em substituição à parte de cima do traje anti-tumulto),
capacete com viseira, tonfa ou cassetete, traje de proteção e portar máscara
contra gases.

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6.8.2.2 Devido à possibilidade do emprego de armas de fogo e meios incendiários
por parte da turba, cresce de importância a proteção balística nos escudos e
capacetes, além de trajes anti-tumulto, luvas e balaclavas confeccionadas em
material antichama.

MATERIAIS

Capacete balístico nível II


Tonfa e cassetete Capacete com viseira com viseira

Colete balístico nível III A Colete balístico nível III


Traje anti-tumulto

Máscara contra gases


Escudo balístico nível II
Escudo policarbonato

Tab 12 – Materiais para controle de distúrbios


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6.8.3 VIATURA PARA TRANSPORTE DO PELOTÃO
- Deverá ser uma viatura que ofereça proteção à tropa e a dissuasão, como os
ônibus de choque orgânicos das OMPE. Na viatura será conduzida a munição
de ressuprimento.
6.8.4 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
a) A unidade de comando e a integridade tática do Pelotão de Choque deverão
ser mantidas.
b) Todos são responsáveis pela segurança do pelotão e do militar mais próximo.
c) Todo militar zela e conhece, perfeitamente, seu equipamento individual.
d) O escudeiro sempre tem prioridade sobre os demais integrantes do pelotão.
e) Todos os militares do pelotão devem conhecer a missão e os objetivos a se-
rem alcançados.
f) O pelotão só atua e desembarca mediante ordem de seu comandante.
g) O pelotão só atua quando há visibilidade do terreno e do oponente.
h) Deve-se procurar manter distância do oponente.
i) Atuar estritamente dentro da lei, demonstrando sempre autoridade, deixando
as questões sociais ou políticas a cargo das pessoas responsáveis.
j) Sempre que possível observará os critérios de prioridade de emprego de meios.
6.8.5 TÁTICAS DAS FORÇAS DE CHOQUE
6.8.5.1 O emprego da força deverá obedecer às regras de engajamento de cada
operação, observando os princípios de proporcionalidade e progressividade,
priorizando, preferencialmente, a sequência abaixo:
6.8.5.2 Prioridade de emprego dos meios da força de choque:
a) demonstração de força;
b) ordem de dispersão;
c) emprego de agentes químicos
d) emprego de munição de elastômero;
e) emprego de água;
f) carga hipomóvel (quando disponível); e
g) carga de cassetetes;
6.8.5.3 A Força de Choque pode atuar de duas maneiras:
a) entrar em posição para repelir uma turba já formada; ou
b) iniciar a operação estaticamente, defendendo uma posição.

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6.8.5.3.1 Tropa com iniciativa de movimento:
a) a Força de Choque deve entrar em posição a uma distância considerável da
turba, dentro do alcance de lançamento de granada do armamento AM 600 dos
Lançadores do Pelotão; e
-
tando o contato físico e o arremesso de objetos contra a fração, além de manter
as distâncias de segurança para utilização das munições de impacto controlado.
A tropa deve sempre procurar progredir, mantendo a distância da turba até que
essa possa ser repelida.
c) durante a progressão da F Chq, o escalão imediatamente superior destacará
uma fração (valor mínimo de uma esquadra) para progredir à retaguarda dessa
força, mantendo uma distância de segurança, com a função de capturar/deter os

para o cartório militar. Nesse caso, uma outra fração deverá substituí-la.

Fig 137 - Tática de OCD 1ª fase

6-19
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Fig 138 - Tática de OCD 2ª fase

6.8.5.3.2 Tropa em posição estática defensiva:

seja alvo de arremesso de objetos;


b) nesse sentido, é importante que se estabeleça uma linha de controle do limite
de avanço da turba à frente da F Chq de acordo com o fator da decisão terreno.
Essa linha, denominada linha de cobertura, pode ser constituída por tropas de
apoio ou barreiras físicas, devendo ser visíveis e não deixar dúvidas de que ela
não deve ser ultrapassada pela turba; e
c) o investimento sobre os agentes perturbadores da ordem se dará a partir do
momento em que a turba ultrapassar a linha de cobertura.
6.8.5.4 Possíveis ações a serem desencadeadas contra a tropa
a) dirigir impropérios contra a tropa com o objetivo de ridicularizar ou desmora-
lizá-la;

botijões de gás, fogos de artifício, pequenos incêndios, coquetel molotov;


c) realização de ataques a patrulhas ou viaturas;
d) realização de ações de pequeno vulto, às vezes simultâneas com o objetivo
de confundir a tropa;
e) lançamento de pequenos objetos, como: garrafas e latas cheias de água ou

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urina, bolas de gude ou ouriços miguelitos (contra a tropa a cavalo). atentar
para objetos lançados de edifícios ou pontos altos, estacionamento e viaturas,
pedras, frutas, madeira, rojões, etc;
f) impulsionar veículos ou objetos contra a tropa: emboscadas em pontos estra-
tégicos atingindo a tropa de surpresa;
g) realização de ações em pontos estratégicos ou de relevância como monu-
mentos, pontes, estradas, meios de transportes e estabelecimentos comerciais;

i) outras ações, como: linha de frente com a presença de crianças, idosos, mu-
-
ros de som bloqueando a via, dentre outras.
6.8.6 FORMAÇÕES DO PELOTÃO DE CHOQUE
6.8.6.1 Formações Básicas
6.8.6.1.1 Por três: normalmente utilizada para deslocamentos em geral, para a
enumeração das funções, conferência dos efetivos ou formaturas da Força de
Choque. Sugere-se empregar o 1º Grupo de Choque sempre ao centro do dis-
positivo, como uma base do Pelotão, de forma a balizar as entradas em posição
dos 2º e 3º Grupos de Choque à sua direita e à sua esquerda, respectivamente.

Fig 139- Formação por três

6.8.6.1.2 Por dois: esta formação é utilizada, normalmente, para o deslocamento


da fração por locais um pouco mais estreitos e para facilitar a tomada das de-
mais formações. Neste caso, sugere-se empregar o 1º Grupo de Choque sem-
pre à frente do dispositivo, como uma base do Pelotão, de forma a balizar as

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entradas em posição dos 2º e 3º Grupos de Choque à sua retaguarda, à direita


e à esquerda, respectivamente.

Fig 140- Formação por dois

6.8.6.2 Formações Ofensivas


6.8.6.2.1 Em Linha
- É a mais comumente utilizada e serve para bloquear o deslocamento de uma
massa, ou mesmo para empurrá-la com igual intensidade em toda a frente da
Força de Choque.

Fig 141- Formação em linha

6.8.6.2.2 Em Cunha
a) emprega-se essa formação quando o terreno não permitir a formação “em
linha” ou quando se pretende dividir a turba; e
b) deve-se atentar para que os escudos sejam mantidos para a direção 12 horas
em relação ao Pelotão, apesar das linhas diagonais adotadas pela frente da
tropa.
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Fig 142- Formação em cunha

6.8.6.2.3 Escalão à Direita

Fig 143- Formação de Escalão à direita

a) formação visa direcionar a movimentação da massa para a direita; e


b) deve-se atentar, assim como na formação “em cunha”, para que os escudos
sejam mantidos para a direção 12 horas em relação ao Pelotão, apesar da linha
diagonal adotada pela frente da tropa.
6.8.6.2.4 Escalão à Esquerda

Fig 144- Formação de Escalão à esquerda

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- Emprega-se os mesmos princípios da formação anterior, mas com o objetivo de
direcionar a massa para a esquerda.
6.8.6.2.5 Meia-lua

Fig 145- Formação de meia-lua

- A formação visa prover proteção durante .o deslocamento isolado (CARÁTER


EXCEPCIONAL) da Força de Choque para transpor um cruzamento de ruas e/

agressões, ou quando a via é muito estreita para a adoção de qualquer uma das
formações anteriores.
6.8.6.2.6 Formação em L
- A formação visa prover proteção durante o deslocamento isolado (CARÁTER
EXCEPCIONAL) da Força de Choque para transpor um cruzamento de ruas e/

agressões, na abordagem de vias que não permitem a adoção de qualquer uma


das formações anteriores.

Fig 146 - Formação em “L”


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6.8.6.3 Formações Defensivas
6.8.6.3.1 Formações Defensivas Dinâmicas
a) Guarda Alta:

Fig 147 - Guarda Alta

1) os escudeiros permanecem posicionados ombro a ombro, com os escudos


oferecendo proteção à parte superior do corpo;
2) todo o efetivo restante será posicionado à retaguarda dos escudeiros, de
forma a aproveitar aquela proteção contra eventuais arremessos de objetos; e
3) o cassetete empunhado pelo escudeiro efetua apoio na parte inferior do
escudo, enquanto os militares da retaguarda, o apoiam em sua parte superior,

b) Guarda Alta Emassada:


- Possui as mesmas características da formação anterior, diferenciando-se
pelo fato de que os quatro escudeiros de cada extremidade retrairão, formando

Fig 148 - Guarda Alta Emassada

c) Escudos Acima:
1) essa formação será utilizada quando o pelotão tiver que adentrar em algu-

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ma construção ou passar por locais em que a via de acesso seja estreita e haja
perigo de lançamentos de objetos sobre a tropa; e

6.8.6.3.2 Formações Defensivas Estáticas


a) Guarda Baixa:
- Todos se abaixam e os escudeiros colocam os escudos apoiados no solo,
unidos, protegendo o Pelotão contra objetos arremessados próximos ao chão.

Fig 149- Guarda Baixa

b) Guarda Baixa Emassada:


1) é adotada da mesma maneira que a anterior, no entanto, três escudeiros de
uma extremidade e quatro escudeiros da outra posicionam seus escudos acima
dos outros oito, que permanecerão mantendo a base da fração; e
2) quando dotados de escudos balísticos, é a principal formação em situações
de ameaça de emprego de arma de fogo contra a tropa.

Fig 150- Guarda Baixa Emassada

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6.8.6.4.1

mesmo tempo) ou pelo centro do dispositivo da tropa a pé.


6.8.6.4.2

tropa a cavalo não adota um dispositivo em linha para execução de uma carga.
6.8.6.4.3

de APOP, ou quando há o interesse em aumentar o efeito surpresa para posterior


execução de uma carga de cavalaria.
6.8.6.4.4 O ponto de ultrapassagem vai depender da formação adotada pela
tropa a pé.

b) No caso de formação em linha, a tropa deve agir da seguinte forma:


1) E5 se desloca para a esquerda, posicionando-se a retaguarda do E11;
2) ao mesmo tempo, E3 se desloca para a esquerda, posicionando-se a reta-
guarda do E5;
3) A1 repete a ação, posicionando-se atrás do E3;
4) os 4 fazem frente para o centro do dispositivo, levantam os escudos e delimi-
tando o lado esquerdo do corredor. Ação análoga para o E1, E2, E4 (permanece
na linha de frente), L1 e G1; e
5) demais elementos à retaguarda se deslocam para a esquerda.
6.8.7 COMANDOS A VOZ
6.8.7.1 Características
6.8.7.1.1 Os comandos para mudança de formações e deslocamentos devem
ser claros e emitidos com ênfase, para que todos consigam ouvir e executar ao
mesmo tempo.
6.8.7.1.2 A marcialidade na troca das formações serve para segurança e de-

os comandos.

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6.8.7.2 Comandos para mudança de formação sem deslocamento de tropa


- Advertência:
Pelotão Atenção!
- Direção:
12 horas!
- Formação:
guarda baixa!
- Execução:
posição!
6.8.7.3 Comandos para deslocamento de tropa
- Advertência:
Pelotão Atenção!
- Direção:
12 horas!
- Posição:
10 m à frente!
- Formação:
em linha!
- Execução:
Marche-marche! (acelerado) Marche! (normal)
6.8.7.4 Comandos para deslocamento de tropa marcando cadência
- Advertência:
Pelotão Atenção!
- Direção:
12 horas!
- Posição:
10 m à frente!
- Formação:
em linha!
- Execução:
Marcando cadência, marche!

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6.8.7.5 Comandos para a execução da carga de cassetete
- Advertência:
Pelotão Atenção!
- Direção:
12 horas!
- Posição:
10 m à frente!
- Execução:
Preparar para a carga!
Carga!
6.8.8 FORMAÇÕES DA COMPANHIA COMO FORÇA DE CHOQUE
6.8.8.1 Apoio Lateral
6.8.8.1.1 Essa formação será utilizada nas situações em ocorra a necessidade
de uma atitude defensiva temporária, durante o deslocamento da força de cho-
que, quando seja necessário transpor um cruzamento de ruas e exista a neces-
sidade de deslocamento por vias com a frente compatível de um pelotão, até a
adoção de uma nova formação.
6.8.8.1.2 Nessa formação será mantida a frente de um pelotão, nas seguintes
situações:
-
dade.

Fig 151- Companhia em apoio lateral a dois pelotões

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b) Companhia a três pelotões (todos em linha).

Fig 152- Companhia em apoio lateral a três pelotões

6.8.8.2 Em linha
- Nessa formação todos os pelotões estarão em linha.

Fig 153- Companhia em linha


6.8.8.3 Em cunha
- Essa formação poderá ocorrer nas seguintes situações:
a) Companhia a dois pelotões

Fig 154 - Companhia em cunha a dois pelotões


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b) Companhia a três pelotões

Fig 155 - Companhia em cunha a três pelotões

6.8.8.4 Apoio Central


- É a formação que deixa um pelotão na linha de frente e o(s) outro(s) a retaguarda
em formação coluna por três, pronto para ser empregado em qualquer outra
formação a critério do comandante de companhia.

Fig 156 - Companhia em apoio central

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6.8.8.5 Em Escalão
- Nessa formação todos os pelotões estarão em escalão.

Fig 157 - Companhia em escalão à direita ou à esquerda

6.8.8.6 Comandos a voz para a subunidade


6.8.8.6.1 Serão seguidos os mesmos tipos de comandos dados ao pelotão, con-
tudo os Cmt Pel deverão retransmiti-los.
6.8.8.6.2 Exceto na formação Apoio Lateral com a Cia a 2 (dois) pelotões, a base
será sempre o Pel do centro do dispositivo.
6.8.8.6.3 Os demais Pel adotarão as formações adequadas ao comando emitido,
agilizando a adoção da formação.

6.9 EMPREGO DE BLINDADOS


6.9.1 Os veículos blindados, sobre rodas ou lagartas, produzem maior efeito psi-
cológico e dissuasório sobre as turbas do que os outros tipos de viaturas.
6.9.2 A mobilidade, blindagem e armamento das unidades blindadas fazem com
que essas sejam particularmente capacitadas para remover barricadas e outros
obstáculos que tenham sido colocados nas ruas.
6.9.3 A blindagem protege a tropa do fogo e de projéteis das armas de pequeno
calibre.
6.9.4 Quando empregados em conjunto com as tropas a pé, estas deverão des-

6-32
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6.9.5 Os blindados devem se posicionar intercalados na formação.
6.9.6 As viaturas blindadas são também utilizadas como apoios de comunicações
no apoio tático à Infantaria e como viaturas de transporte.

6.10 EMPREGO DE TROPA HIPOMÓVEL


6.10.1 GENERALIDADES
a) O assunto é detalhado no Caderno de Instrução “O Emprego do Pelotão Hipo-
móvel em Operações de Garantia da Lei e da Ordem” (EB70-CI-11.427), Edição
Experimental, 2019. As informações apresentadas a seguir são uma preparação
para a utilização dessa publicação.
b) A imponência e a força do cavalo provocam forte efeito dissuasório e o em-
prego resulta em economia de meios. Além disso, o animal é imune aos agentes
químicos, porém sensível a estrondos e esporões metálicos (“miguelitos”) que
os desequilibram.
6.10.2 VANTAGENS DO EMPREGO DO CAVALO:
a) Observação sob posição mais elevada.
b) Mobilidade, pois possibilita deslocamentos rápidos, mesmo em terrenos difíceis.
c) Vantagem de posição no embate com manifestantes.
d) Efeito dissuasório.
e) Ação de choque do cavalo.
Obs: o efeito que se busca é a dispersão da multidão, desestimulando o enfren-
tamento em local apropriado (pista de dessensibilização de equinos).
6.10.3 VULNERABILIDADES
a) Necessidade de adequado adestramento dos cavaleiros e dos cavalos, o que
demanda tempo de treinamento em local apropriado (pista de dessensibilização
de equinos).
b) Artefatos diversos, que podem ser lançados sobre o cavalo e o cavaleiro em
movimento, particularmente devido à silhueta elevada e grande superfície do
conjunto cavaleiro-cavalo.
6.10.4 LOGÍSTICA RELACIONADA À TROPA HIPOMÓVEL:
a) Viaturas para o transporte de pessoal, equipamentos e cavalhada;
b) Apoio de saúde e veterinária;

6-33
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c) Forragem e água para os animais;
d) Material de combate a incêndios; e
e) Locais para a permanência dos animais.
f) Desembarque em local adequado, quanto ao espaço para os animais, bem
como em segurança para os ajustes iniciais.
g) Equipamentos para a proteção dos equinos, como caneleira, boleteira, manta
de proteção anti-chamas, ferradura de borracha, etc.
h) Previsão de militares com a missão de guarda-cavalos, para cuidar de animais
que sejam retirados do local de confronto, para animais em reserva etc.
i) Equipamentos rádio do tipo lapela para a comunicação entre os membros da
fração e seus Cmt.
6.10.5 O EMPREGO CONJUNTO COM A TROPA A PÉ:
a) Importância do estabelecimento de medidas de coordenação e controle, bem
como de um mínimo de treinamento integrado, de forma a maximizar os efeitos
de dissuasão.
b) Valorização dos princípios de guerra da ofensiva, da massa, da surpresa e da
economia de meios.
-
pomóvel, analisada a situação, devidamente assessorada pelo Cmt fração Hipo.

emprego da tropa hipomóvel a retaguarda da tropa a pé, em uma distância em


que não seja atingida por artefatos lançados pelos APOP.
e) É importante ressaltar que a tropa hipomóvel devido as sua características pos-
sui grandes condições para dispersar os APOP e conquistar o terreno necessário
a FT, porém necessita do avanço conjunto da tropa a pé, para manter o terreno
conquistado e realizar sua segurança no retraimento a posição inicial.
6.10.6 DOSAGEM DE EMPREGO:
6.10.6.1 O efetivo da tropa e as formações a serem empregadas devem ser
compatíveis com o número de manifestantes e a amplitude do local onde a ação
se desenvolverá.

a) 1 GC Choque hipomóvel para 1 Pel Choque a pé; e


b) 1 Pel Choque hipomóvel para 1 Cia Choque a pé.

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Fig 158 - Exemplo de emprego conjunto com tropa a pé

Fig 159 - Exemplo de dosagem de emprego

6-35
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Fig 160 - Exemplo de medidas de coordenação para emprego em conjunto

Fig 161 - Exemplo de emprego em conjunto com lançamento de jato d´água

6-36
EB70-CI-11.434
6.10.7 SOBRE O LOCAL DE ATUAÇÃO
-
jáveis.

d) Para permitir a carga a cavalo, além das condições do terreno serem propícias
para manobras a cavalo, é necessário que à retaguarda da massa existam vias
de escoamento para a dispersão dos manifestantes, devido ao pânico que pode
tomar a multidão.
e) A carga, lançada em locais cujas vias de escoamento não comportem a multidão,
pode ocasionar pânico incontrolável, originando depredações, pisoteamentos,
ferimentos e até mesmo mortes.
f) Pontos de reunião, embarque e desembarque devem estar em segurança.

6.11 EMPREGO DE CÃES DE GUERRA


6.11.1 Devido à elevada agressividade e grande efeito psicológico, o cão é muito

este possua o grau CPE II e seja conduzido por, no mínimo, um “Condutor de


Cães de Guerra”.
6.11.2 O cão somente será utilizado na equipe de busca ou equipe de apoio pela
capacidade de busca e captura de fugitivos em áreas abertas, varredura de am-
bientes diversos, por possuir treinamento especializado de obediência, ataque,
localização e detecção de explosivos e narcóticos.
6.11.3 Neste tipo de operação o cão estará preso a uma guia de 1,5 m e nunca
poderá ser solto, não importando a situação. Isso ocorre pela impossibilidade de

meio à multidão.
6.11.4 Não convêm que o cão seja utilizado junto à linha de escudeiros, ou utili-
zado junto à tropa responsável pelo investimento, zelando assim pela integridade
física do animal, evitando que o seja atingido por materiais incendiários, pérfuro
cortantes e/ou contundentes.
6.11.5 Este assunto está detalhado nos cadernos de instrução EB70-CI-11.002
(Emprego de Cão de Guerra) e EB70-CI-11.426 (Adestramento de Cães de Po-
lícia do Exército).

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