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CURSO DE HABILITAÇÃO DE OFICIAIS

DISCIPLINA: TÉCNICA POLICIAL MILITAR III


MÓDULO – BLITZ POLICIAL
DOCENTE > Major PM WALTER LÚCIO

REFERÊNCIA > Caderno Doutrinário da PMMG

Missão

Assegurar a dignidade da pessoa humana, as liberdades e os direitos fundamentais,


contribuindo para a paz social e para tornar Minas o melhor Estado para se viver.

Visão

Sermos excelentes na promoção das liberdades e dos direitos fundamentais, motivo de


orgulho do povo mineiro.

Valores

a) Respeito aos direitos fundamentais e Valorização das pessoas.

b) Ética e Transparência.

c) Excelência e Representatividade Institucional.

d) Disciplina e Inovação.

e) Liderança e Participação.

f) Coragem e Justiça.

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2 CONCEITOS

1. Operação policial: é a conjugação de ações, executada por fração de tropa constituída,


que exige planejamento específico. Pode ter caráter estratégico, tático ou operacional,
combinadas com outras forças policiais ou militares, para o cumprimento de missões
específicas com a participação eventual de outros órgãos de apoio da Corporação e de órgãos
integrantes do sistema de Defesa Social. (MINAS GERAIS. Diretriz para produção de serviços
em segurança pública nº 1 – Emprego da Policia Militar de Minas Gerais na segurança pública).

2. Operação Policial do tipo BLITZ é uma interrupção parcial e temporária, do fluxo de


pessoas ou veículos em vias urbanas, rurais e rodoviárias, por meio de sinalização física, visual
e sonora, para abordar veículos e seus ocupantes, realizando checagens e vistorias em geral.

Pode ser executada por uma equipe composta somente por policiais militares ou por
policiais militares em conjunto com os integrantes de diversos órgãos, conforme o tipo de
policiamento envolvido, tais como:

geral – ênfase na identificação de pessoas procuradas, busca


de armas, drogas, veículos roubados, dentre outros.

- ênfase na verificação de documentos e condições do


condutor e do veículo.

– ênfase na verificação de documentos e condições de transporte de


produtos e animais protegidos por legislação específica.

-
fazendárias, sanitárias, dentre outros.

De acordo com os objetivos, as operações do tipo Blitz Policial se dividem em três


níveis3:

a) nível 1 - educativo: visa informar, orientar e conscientizar as pessoas sobre temas de


interesse público;

b) nível 2 - preventivo: visa realizar verificações após ocupação prévia de locais onde há
incidência significativa ou possibilidade de ocorrerem infrações e delitos;

c) nível 3 - repressivo: visa restaurar o quadro de tranquilidade pública, após a


constatação de prática de atos contrários à segurança.

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Serão efetivadas por ações devidamente planejadas e coordenadas e, como toda
intervenção policial, tem como objetivo genérico servir e proteger a sociedade, preservar a
ordem pública e incolumidade das pessoas e do patrimônio, garantindo a vida, a dignidade e
a integridade de todos.

Atendendo ao princípio da universalidade, na execução de uma operação do tipo Blitz,


em qualquer nível, o policial pode deparar-se com qualquer irregularidade (penal ou
administrativa) que, ainda que não seja o escopo primordial da operação nem situação
específica da atividade, a equipe deverá tomar providências que o caso demandar.

2.1 Blitz Policial – Categorias

A Blitz Policial poderá será desencadeada em três categorias que se diferem


basicamente quanto à estrutura de pessoal e material necessária para a sua execução (apoio
logístico e ao aparato policial), conforme tabela abaixo.

O policiamento ostensivo se desenvolve para a preservação da ordem pública, tomada


no seu sentido mais amplo. A natural e às vezes imposta tendência à especialização, não
constitui óbice à preparação do PM ser capaz de dar tratamento adequado aos diversos tipos
de ocorrências. Aos PM especialmente preparados para determinado tipo de policiamento,
caberá a adoção de medidas, ainda que as preliminares, em qualquer ocorrência policial-
militar. O cometimento de tarefas policiais-militares específicas não desobriga o PM do
atendimento de outras ocorrências, que presencie ou para as quais seja chamado ou
determinado. (MINAS GERAIS. Diretriz para produção de serviços em segurança pública nº 1
– Emprego da Policia Militar de Minas Gerais na segurança pública).

A classificação em categorias das diversas estruturas não guarda vínculo direto com os
objetivos específicos de uma determinada operação do tipo Blitz. A mesma estrutura pode ser
utilizada para diferentes objetivos.
Exemplo 1: Pode ser realizada uma operação que exige uma estrutura correspondente
a categoria 2, envolvendo todo o efetivo de um pelotão, com uma ou duas viaturas em apoio,

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realizando uma operação do tipo Blitz de caráter educativo (nível 1), por ocasião da
semana do meio ambiente.

Exemplo 2: Por outro lado, pode ser realizada uma operação do tipo Blitz, com estrutura
correspondente a categoria 1, quando dois ou três policiais de um destacamento no interior
do Estado fazem a interrupção de uma rodovia, utilizando uma viatura PM, com o objetivo de
capturar fugitivos de uma cadeia pública de um município vizinho (nível 3).
Da mesma maneira, os objetivos inicialmente planejados (educativo, preventivo ou
repressivo), poderão variar, ainda que temporariamente, em função dos riscos que se
apresentarem no desenvolvimento da operação, podendo implicar até em mudança de
categoria mediante reforço logístico e de efetivo policial.

Exemplo 3: Alteração de nível de risco – Durante uma Blitz preventiva, com estrutura
correspondente a categoria 1 ou 2, os policiais constatam entre os ocupantes do veículo, que
um deles porta ilegalmente arma de fogo e tem prontuário por prática criminosa. Isto
determinará a mudança imediata do estado de prontidão (laranja para vermelho) e
correspondente nível de força aplicado.

Exemplo 4: Alteração de categoria em função do nível de risco - Instalada uma operação


com estrutura correspondente a categoria 2, voltada para a fiscalização de trânsito rodoviário,
de caráter preventivo. É noticiado via rede de rádio um assalto a banco com tomada de reféns,
sendo o local da Blitz uma possível rota de fuga. A operação poderá migrar para a categoria 3
e assumir caráter repressivo, caso receba reforço de pessoal e logística (tropa especializada,
equipamentos de bloqueio de via, dentre outros).

2.2 Procedimentos operacionais - Blitz Categoria 1 e 2

Nessas operações do tipo Blitz a equipe responsável deve adotar as seguintes


orientações:

a) durante a operação, manter-se no estado de atenção (amarelo). Esteja precavido e


considere que a sua segurança deve ser priorizada tanto em relação ao fluxo do trânsito,
quanto a uma possível reação por parte do abordado ou de outras pessoas no veículo. Use
sempre os equipamentos de segurança;

b) no momento da abordagem, esteja no estado de alerta (laranja) e considere as etapas


da avaliação de riscos e o quarteto do pensamento tático. Identifique quais as ações de
respostas para o caso de uma ameaça e qual nível de força será necessário. Identifique,
preliminarmente, os possíveis locais de abrigo que sejam facilmente acessíveis e próximos ao
local da intervenção.

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c) procure atuar sempre privilegiando a segurança da equipe, evitando abordar veículos
com quantidade de ocupantes adultos em número superior ao de policiais na operação
(inclusive motocicletas);

d) caso ocorra parada de um veículo com número de ocupantes adultos superior ao de


policiais e, ainda, estejam presentes outros fatores da análise de risco que indiquem falta de
segurança para a guarnição PM seguir na intervenção, é recomendável liberar imediatamente
o veículo sem abordá-lo e recorrer a outros procedimentos técnicos e táticos, como apoio de
outras guarnições ou cerco e bloqueio para que a ação de resposta seja efetiva. Tal
procedimento traduz-se em profissionalismo com ênfase na segurança da equipe e não em
fragilidade da equipe.

e) se, em função da segurança da equipe, optar pela liberação do veículo, alerte ao


Centro Integrado de Comunicação Operacional (CICOp) ou correspondente, sobre o ocorrido,
transmitindo os dados (local, características do veículo/ocupantes e rota de deslocamento),
para uma possível abordagem posterior por uma guarnição PM reforçada;

f) no caso específico de operação Categoria 1 não aborde 2 (dois) veículos ao mesmo


tempo.

g) caso ocorra alguma eventualidade relevante, atualize rapidamente sua avaliação de


risco e decida por continuar a abordagem, ou não, e pedir reforços;

h) nos casos de fuga, a operação será mantida no local e um integrante da equipe deverá
repassar as informações ao (CICOp) ou correspondente, via rede-rádio, sobre o ocorrido
transmitindo os dados (local, características do veículo/ocupantes e rota de deslocamento),
para fins de rastreamento e abordagem, com maior segurança, por policiais de outras viaturas.
(Ver Evasão – Seção 3)

2.3 Procedimentos operacionais - Blitz Categoria 3

Em operações do tipo Blitz nesta categoria, existe uma probabilidade maior de


resistência por parte dos abordados. Dessa forma, os policiais devem considerar a hipótese
do uso de força em níveis mais elevados, permanecendo no estado de prontidão adequado
(estado de alerta – laranja, ou alarme - vermelho), conforme avaliação de riscos, para garantir
uma resposta de polícia adequada e, ao mesmo tempo, a segurança da equipe e a de terceiros.

A Blitz Categoria 3 exige um efetivo igual ou superior a 3 (três) policiais; armamento e


apoio logístico especial para possibilitar o bloqueio das vias de acesso com utilização de
dispositivos para furar pneus (se for o caso); cones pesados, dentre outros obstáculos.

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SEÇÃO 3
PLANEJAMENTO
E EXECUÇÃO
3 PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

A Blitz Policial deve ser precedida de planejamento elaborado pela Seção de Operações
da OPM (nos diversos níveis), por meio de ordens de serviço ou outros instrumentos, nos quais
estejam presentes todos os aspectos que, direta ou indiretamente, venham contribuir ou
prejudicar o sucesso da operação.
O local e o horário de instalação da Blitz policial são aspectos importantes a serem
observados no planejamento da operação. O local não pode ser escolhido aleatoriamente.
Deve ser definido a partir de dados obtidos na análise criminal e em conformidade com as
metas estabelecidas, tomando-se por base:

orme o objetivo da operação,


principalmente em relação ao horário. Ex: táxi, ônibus, motocicleta, etc.

io de outros órgãos públicos ou privados;

6 Zona Quente de Criminalidade (ZQC): local onde, estatisticamente, ocorre


concentração de crimes violentos.
Se o local e horário escolhidos para a execução da operação influenciarem no
desenvolvimento normal do tráfego, tornando-o intenso, devido ao estrangulamento do fluxo
de veículos, deverá ser avaliada a possibilidade de realizar a operação em local e horário
diversos, sem contudo perder o foco e o objetivo principal da operação.
Caso o comandante da operação decida pela alteração do local e do horário, solicitará
autorização ao coordenador do policiamento, dar ciência à Sala de Operações da Unidade e
fará constar no relatório quais os fatores que contribuíram para a tomada de tal decisão,
remetendo-o à Seção de Operações para planejamentos posteriores. Deverão ser
consideradas as etapas da avaliação de riscos e priorizar o quesito “segurança” dos policiais e
do público. (Ver Caderno Doutrinário 1)
Em caso de condições climáticas adversas, a operação será adiada ou cancelada, pois
nessa situação, o quesito segurança poderá ser comprometido, pela dificuldade de
visibilidade, pela frenagem e pela possibilidade da ocorrência de acidentes de trânsito.

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Nesses casos, é recomendável que o efetivo da operação permaneça em patrulhamento
nas imediações do local e cumpra parcialmente os objetivos estabelecidos.
O PM Comandante evitará a longa permanência em um mesmo local. O tempo previsto
para a execução da Blitz policial poderá ser de 30 (trinta) a 60 (sessenta) minutos, período
considerado suficiente para alcançar o objetivo sem comprometer a qualidade das operações
policiais. Esse tempo poderá ser definido de forma diversa mediante determinação do setor
de planejamento do Comando da Região ou da Unidade respectiva. Conforme a avaliação feita
pelo PM Comandante da operação no local, esse tempo poderá ser redefinido desde
anunciado ao CICOp ou correspondente.
Durante o Treinamento Tático7, serão transmitidas todas as informações e orientações
aos policiais envolvidos, de acordo com os objetivos e as características de cada operação.
7 Treinamento realizado em chamadas de lançamento de turno conforme Diretrizes da
Educação de Polícia Militar (DEPM)

3.1 Pessoal e Logística

a) Efetivo: de acordo com as tabelas 1 e 2, em função das categorias de cada operação,


definidos na seção 2.

b) Viaturas: de 4 (quatro) ou 2 (duas) rodas, na quantidade definida, conforme a


categoria da operação.

c) Armamentos e equipamentos:

– HT, quando disponível;

-face com faixas refletivas;

quando disponíveis.

d) Acessórios:

s, caneta e papel para anotações;

ta zebrada;
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3.2 Distribuição de Funções

Para um melhor entendimento e detalhamento das ações, são atribuídas funções


específicas aos policiais envolvidos na operação.

a) PM Comandante: é o militar de maior posto ou graduação ou o mais antigo,


responsável direto pela coordenação e controle da operação. Faz cumprir o planejamento,
orienta a equipe para que sejam atingidos os resultados propostos e corrige as falhas que
porventura possam ter ocorrido.
É o responsável pelas comunicações via rede-rádio e pela definição das funções de cada
um dos policiais, dentre elas, quem será o responsável pelo Box de Registro.

b) PM Selecionador: é o policial responsável por “escolher” os veículos que serão


vistoriados e fiscalizados, de acordo com os objetivos da operação. Estará com a atenção
voltada para o trânsito e para o comportamento dos condutores e, sinalizará através de gestos
e silvos de apito, previstos no Código de Trânsito Brasileiro, para que transitem em velocidade
de segurança, para onde o veículo deverá seguir ou em qual local estacionar no caso de
vistoria.

c) PM Vistoriador: é quem procede à abordagem e mantém contato visual e verbal com


o condutor do veículo e seus passageiros. Deve ser firme e educado no momento da
abordagem, transmitindo segurança e tranquilidade, atuando em conformidade com os
preceitos da verbalização policial e dos princípios e critérios de emprego dos níveis do uso de
força. É também o policial encarregado de sinalizar para que os veículos vistoriados retornem
à corrente de tráfego. (Ver Caderno Doutrinário 1)

d) PM Segurança: é o policial responsável pela integridade e segurança dos


componentes da equipe. Sua posição não é fixa no dispositivo, varia de acordo com a
quantidade de policiais envolvidos e o tipo de via em que a operação é realizada. Mantém
escuta ininterrupta da rede-rádio. Poderá utilizar arma portátil, dotada de bandoleira, de
acordo com a situação.

Atenção: Um policial poderá acumular duas ou mais funções descritas no item anterior,
conforme a categoria da operação Blitz, os objetivos a se atingir, ou devido ao número de
policiais integrantes da equipe.

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3.3 Montagem do Dispositivo (Boxes)

Na montagem do dispositivo, de acordo com o nível da intervenção, serão previstos


locais destinados para a atuação dos policiais, assim denominados Box de Abordagem e Box
de Registro.
O Box de Abordagem é o local demarcado na via de trânsito, por meio de sinalização
física, pelo posicionamento de viaturas, pela utilização de cones ou cavaletes, para onde os
policiais direcionarão os veículos que serão abordados.
Após a verificação do veículo, caso nenhuma irregularidade seja constatada, o condutor
será liberado do Box de Abordagem pelo PM Vistoriador e retornará à via de trânsito,
observando-se todas as regras de segurança (fluxo de veículos e pedestres).
No caso de o PM Vistoriador detectar alguma irregularidade que exija a adoção de
providências imediatas, deverá encaminhar o condutor e o veículo para o Box de Registro,
local definido na via para efetuar, dentre outros, as autuações de trânsito, o registro de
ocorrências, as retenções e as remoções de veículo, apreensões e prisões de infratores, se for
o caso. Nesses casos deverá ser aumentada a atenção em relação ao veículo para evitar
evasão. Dependendo da avaliação do risco e do tipo de infração constatada, como exemplo
uma visível embriaguez, na medida do possível, o veículo permanecerá parado onde estiver
os registros serão feitos mesmo fora do Box destinado a esse fim.
Uma ou mais viaturas poderão ser acionadas para apoio ao Box de Registro, nas
situações de risco ou no acúmulo de registros de defesa social (REDS).
Nas operações de Blitz Policial – CATEGORIA 1, serão instalados 1 (um) Box de
Abordagem e 1 (um) Box de Registro. Nas operações de Blitz Policial – CATEGORIA 2 poderão
ser instalados 2 (dois) ou mais Boxes de Abordagem e 1 (um) ou mais Boxes de Registro,
analisando as condições de segurança, de acordo com a avaliação de riscos, o número de
policiais disponíveis e os objetivos a serem atingidos.
O PM Comandante deverá observar permanentemente a organização do dispositivo da
operação, primando sempre pela segurança de todos (policiais, motoristas, passageiros,
pedestres e veículos). Em caso de acúmulo de pessoas no Box de Abordagem, o PM
Selecionador deverá interromper a parada de veículos enquanto o comandante da operação
reorganizará os espaços. Ocorrendo igual situação no Box de Registro, os motoristas e seus
veículos que aguardam as providências cabíveis, devem ser encaminhados para um local
seguro próximo a Blitz fora do dispositivo, ficando as chaves dos carros sob a guarda do policial
responsável pelo prosseguimento da ocorrência.

3.4 Tipos de Pistas

As vias públicas, rurais ou urbanas, possuem pistas que são sujeitas às blitz policiais.
Via é uma superfície por onde transitam veículos, pessoas e animais, compreendendo a
pista, a calçada, o acostamento, ilha e canteiro central.

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Vias rurais são estradas e rodovias.

Vias urbanas são ruas, avenidas, vielas, ou caminhos e similares abertos à circulação
pública, situados na área urbana, caracterizados principalmente por possuírem imóveis
edificados ao longo de sua extensão.
A pista compreende parte da via, normalmente utilizada para a circulação de veículo,
identificada por elementos separadores por diferença de nível em relação às calçadas, ilhas
ou aos canteiros centrais.
O local escolhido para realização de Blitz policial deve permitir a montagem da operação
sem prejuízo substancial ao fluxo do trânsito, com atenção à segurança dos militares e à de
terceiros, conforme avaliação de riscos.
As pistas podem ser classificadas como:

a) Pista simples ou única (com duplo sentido de circulação): possui faixa de rolamento
com dimensões que permitem a passagem de veículo em cada sentido de tráfego.

b) Pista dupla: permitem a passagem simultânea de mais de um veículo, em cada sentido


de tráfego, caracterizada pela presença de canteiro central.

3.5 Padrões de procedimentos

Durante a montagem do dispositivo da Blitz, os policiais deverão dispensar especial


atenção quanto à segurança do fluxo de trânsito da via, dos transeuntes e da própria equipe.
Importante ressaltar que, neste momento, o policial dispõe de condições favoráveis ao
contato e à interação com a população do local onde a operação está sendo instalada. Procure
informar aos cidadãos residentes, ou que exerçam atividades comerciais nas proximidades,
sobre a importância e os benefícios da operação para a promoção da segurança pública e da
prevenção da criminalidade.
O policial não deve fornecer dados de caráter reservado que possam ser prejudiciais ao
bom andamento do serviço, porém, pode prestar informações básicas, simples e objetivas
sobre a duração do empenho e a finalidade da operação. Tais ações servem como forma de
estreitar os laços entre a PM e a comunidade local, demonstrando educação e cordialidade,
porém sem permitir a aglomeração de pessoas no local de realização da Blitz.
A distribuição dos materiais e do efetivo na via pública obedecerá ao previsto nos
croquis estabelecidos a seguir, contemplando também os procedimentos a serem adotados
por cada policial na operação, de acordo com sua função.

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3.5.1 Montagem do dispositivo com dois policiais e uma viatura

Figura 1 – Dispositivo com dois Policiais e uma Viatura – Pista Simples de Mão Dupla.

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Figura 2 – Dispositivo com dois Policiais e uma Viatura – Pista Dupla.

Montado o dispositivo, o PM Selecionador postado à retaguarda dos cones 4 e 5,


sinalizará para o veículo e o orientará a seguir para o Box de Abordagem. (Ver Figuras 1 e 2)
O PM Comandante, que está sobre o passeio ao lado do cone 7, fará o veículo parar
próximo desse cone.
Após a parada, o PM Comandante se deslocará para a retaguarda do veículo, ficará sobre
o passeio e passará a atuar, também, como PM Segurança.
O PM Selecionador deslocará o cone 5 diagonal ao cone 4, fechando a entrada do Box
de Abordagem. Nesse momento, passará a atuar como PM Vistoriador, se aproximará do
condutor pela esquerda, fará a abordagem e iniciará a vistoria.
Se houver necessidade de busca, esta será feita pelo PM Vistoriador, primeiramente em
todos os ocupantes, e depois no interior do veículo. Nessa situação, o desembarque do
motorista será realizado, passando por trás do veículo, até chegar ao passeio.
Encerrada a fiscalização, o PM Vistoriador orientará o tráfego para fazer o veículo
retomar ao seu deslocamento com segurança, olhando para a pista e sinalizando ao condutor
para que siga em frente.
Assim que o veículo sair do Box de Abordagem, o PM Vistoriador recolocará o cone 5 na
posição descrita nas figuras 1 e 2 e retornará à sua posição inicial, para novamente atuar como
PM Selecionador.

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3.5.2 Montagem do dispositivo com três policiais e uma viatura

Figura 3 – Dispositivo com três Policiais e uma Viatura – Pista Simples

Figura 4 - Dispositivo com três policiais e uma viatura – Pista Dupla

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Montado o dispositivo, o PM Selecionador, postado à retaguarda dos cones 4 e 5,
sinalizará para o veículo, orientando-o a se dirigir para o Box de Abordagem (Ver Figuras 3 e
4).
O PM Comandante, que está sobre o passeio ao lado do cone 7 no caso de pista simples,
e do cone 8, em pista dupla, fará o veículo parar próximo a esse cone.
Após a parada, o PM Comandante se deslocará para a retaguarda do veículo, ficando
sobre o passeio e passa a atuar também como PM Segurança.
O PM Selecionador deslocará o cone 5 diagonal ao cone 4, fechando a entrada do Box
de Abordagem, e permanecerá próximo ao cone 5, com a atenção voltadas para o trânsito e
para a abordagem.
O PM Vistoriador, que se encontrava sobre o passeio no centro do Box de Abordagem,
contornará o veículo por trás, abordando o condutor e procedendo à vistoria.
Se houver necessidade de busca, será feita pelo PM Vistoriador, primeiramente em
todos os ocupantes e depois no veículo. (Ver Caderno Doutrinário 2)
Encerrada a fiscalização, o PM Vistoriador orientará o tráfego, fazendo o veículo retomar
seu deslocamento tão logo as condições estejam seguras, olhando para a pista e sinalizando
ao condutor para que siga em frente.
Assim que o veículo sair do Box de Abordagem, o PM Selecionador recolocará o cone 5
em sua posição inicial, conforme apresentado nas figuras 3 e 4, e ficará pronto para selecionar
outro veículo.
3.5.3 Montagem do dispositivo com cinco policiais e duas viaturas
Figura 5

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Figura 5 – Dispositivo com cinco Policiais e duas Viaturas – Pista Simples

Figura 6 – Dispositivo com cinco Policiais e duas Viaturas – Pista Dupla

Montado o dispositivo, o PM Selecionador, postado à retaguarda dos cones 4 e 5,


sinalizará para o veículo e o orientará para o Box de Abordagem (Figuras 5 e 6).
O PM Comandante, que está sobre o passeio ao lado do cone 8 fará o veículo parar
próximo desse cone.
O PM Comandante se deslocará para a retaguarda do primeiro veículo, ficando sobre o
passeio e atuando como PM Segurança do PM Vistoriador do Box de Abordagem 1.
O PM Vistoriador do Box de Abordagem 1 contornará o veículo por trás, abordando o
condutor e procedendo à vistoria.
O PM Vistoriador do Box de Abordagem 2 permanecerá no passeio, aguardando o
próximo veículo.
O PM Segurança permanecerá no passeio (ou em outra posição mais adequada) com a
atenção voltada para os dois Boxes de Abordagem, bem como para todo o perímetro da
operação.
O PM Selecionador sinalizará para um segundo veículo e o orientará para a entrada no
Box de Abordagem 2.
O PM Vistoriador do Box de Abordagem 2 fará o balizamento para a parada do segundo
veículo, de modo que este pare há aproximadamente 3 (três) passos do primeiro.

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O PM Selecionador deslocará o cone 5 para a diagonal ao cone 4, fechando a entrada
dos Boxes de Abordagem; permanecendo próximo ao cone 5 com a atenção voltadas para o
trânsito e para a abordagem do veículo.
O PM Vistoriador do Box de Abordagem 2 contornará o segundo veículo por trás,
abordando o condutor e procedendo à vistoria.
Se houver necessidade de busca, esta será feita pelo PM Vistoriador; primeiro em todos
os ocupantes e depois no veículo.
Encerrada a fiscalização, o PM Vistoriador orientará o condutor que foi abordado, para
fazer com que o seu veículo retorne à faixa de rolamento em segurança. Verificará, através de
contato visual com o PM Selecionador, as condições do fluxo de tráfego e, no melhor
momento, sinalizará para que o condutor siga em frente.
Assim que o veículo sair do Box de Abordagem, o PM Selecionador recolocará o cone 5
em sua posição inicial, conforme apresentado nas figuras 5 e 6, e selecionará outro veículo.

3.6 Comunicações Operacionais

Montado o dispositivo, o PM Comandante comunicará, via rede-rádio, ao Centro


Integrado de Comunicação Operacional (CICOp) ou correspondente e ao Coordenador de
Policiamento da área de atuação, o local, horário de início, efetivo e objetivo da operação.
O PM Segurança deverá manter escuta ininterrupta das comunicações operacionais, de
modo a captar informações importantes para a segurança do pessoal empregado, tais como:
notificação sobre veículos roubados ou furtados, veículos que evadiram de outras
intervenções policiais ou sobre envolvidos em crimes. Essas informações serão repassadas, de
imediato, a todos os militares envolvidos na operação.
As comunicações administrativas que dispensem urgência, como o registro de
ocorrências, a relação de pessoas e de materiais apreendidos, a solicitação de reboque, dentre
outras, serão realizadas com o CICOp ou correspondente, preferencialmente, via telefone,
para não sobrecarregar as comunicações na rede-rádio.
Eclodindo alguma situação adversa, como desobediência, resistência, tentativa ou
consumação de fuga, o PM Comandante cientificará, imediatamente, via rede-rádio, o CICOp
ou correspondente e o Coordenador do policiamento, e fornecerá informações para que as
medidas de proteção sejam adotadas, como o envio de unidades de apoio para o local, ou
para que sejam implementadas ações de cerco e bloqueio. No caso de detenções, estas
deverão ser executadas dentro dos parâmetros legais e com a preservação da integridade
física e dignidade do detido8.
O cuidado e a serenidade são essenciais ao realizar as comunicações na rede-rádio.
Muitos exemplos de ações mal sucedidas, já divulgadas na PMMG, foram decorrentes de
informações incompletas ou inadequadas transmitidas por policiais de serviço. As mensagens
alarmistas estimulam correria. Alardes em casos como simples evasões de veículos já
provocaram tensão exasperada e uso inadequado de força, em situações não caracterizada
como crime, tais como motoristas inabilitados ou sem documentação e outras infrações de
trânsito.
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Para estas situações de veículos em fuga, o PM Comandante da Blitz comunicará na
rede-rádio as informações, seguindo uma sequência lógica a ser transmitida:

(Citar características observadas dos ocupantes).

Atenção: a disciplina nas comunicações da rede-rádio é responsabilidade


compartilhada de todos os policiais de serviço. Trata-se de requisito
indispensável para garantir a qualidade da informação transmitida e a
legalidade das ações realizadas.

O encerramento da Blitz será realizado via rede-rádio ou por telefone (190), devendo
seu comandante comunicar ao CICOp ou correspondente e ao Coordenador das Operações de
Policiamento, a finalização e os resultados alcançados.
Nas operações das Unidades Especializadas, deve-se atentar para a utilização de um
Rádio Portátil HT na frequência da área de atuação, além do acompanhamento da rede-rádio
da unidade específica.

3.7 Busca

A realização de busca pessoal ou veicular na operação é uma decisão do policial quando


vislumbrar uma fundada suspeita, observando-se a discricionariedade e o pleno exercício de
sua autoridade legal.
A fundada suspeita constitui em pressuposto e requisito necessário à busca veicular e
pessoal realizada durante a Blitz policial. A disposição inserta no artigo 181 do Código de
Processo Penal Militar (CPPM) com correspondência semelhante no artigo 244 do Código de
Processo Penal (CPP) determina a busca pessoal diante da existência de fundada suspeita que
a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de objetos ou papéis que constituam corpo de
delito, ou quando a medida for determinada no curso de busca domiciliar9.
Conforme preconiza o artigo 180 do Código de Processo Penal Militar10, “a busca
pessoal consistirá na procura material feita nas vestes, pastas, malas e outros objetos que
estejam com a pessoa revistada e, quando necessário, no próprio corpo”.
O policial tem uma grande margem de análise subjetiva para identificar estas situações.
Não pode, entretanto, desprezar a existência de elementos concretos e plausíveis para
justificar uma busca. A decisão é tomada por meio do desenvolvimento de competências, do
tirocínio, da experiência, do discernimento adquiridos pelo policial durante a sua carreira.

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Procure ser discreto, oriente o cidadão, explique o que está fazendo, seja compreensivo
e procure contornar os eventuais conflitos, sem descuidar-se de sua segurança e dos seus
companheiros.
Com a finalidade de manter a postura mais técnica quanto ao emprego de armas e evitar
a exposição desnecessária durante a operação, apenas o PM Segurança deverá empunhar o
armamento portátil, ou de porte, de forma ostensiva. Ressalva-se que todo policial deve ter
atenção especial ao princípio da segurança e manter-se focado nos pontos de risco.
Após decidir pela realização da busca nos ocupantes no veículo, evite posicioná-los na
pista de rolamento. Realize a busca de forma a evitar constrangimentos e esteja atento às
determinações do comandante da Operação.
A busca veicular consiste na verificação interna e externa do veículo abordado, por meio
de revistas nos compartimentos suscetíveis a serem utilizados como esconder objetos ilícitos.
A busca estende-se a veículos automotores e a quaisquer outros objetos que estejam com a
pessoa, salvo se constituírem domicílio. Veículos não são domicílios, por isso devem ser alvo
de revistas toda vez que houver fundada suspeita.
A revista no veículo deverá ocorrer somente após o desembarque e a busca pessoal de
todos os ocupantes do veículo. É Iniciada pelo porta-malas, prossegue pela parte interna e
finaliza-se na região do motor (se for o caso).
Esteja atento para as seguintes orientações e procedimentos a serem adotados nas
buscas veiculares:

a) antes de iniciar a revista no veículo, pergunte aos ocupantes se há objetos de valor,


carteira, talões de cheques, joias, entre outros. Solicite que sejam recolhidos os objetos de
valor, mantendo atenção para que o indivíduo não acesse armas ocultas;

b) convide o condutor ou outro ocupante para acompanhar a busca. Inicie pela porta
dianteira direita do veículo e solicite ao PM Segurança que se mantenha atento e a uma
distância aproximada de 2 metros, a fim de visualizar a busca a ser realizada;

c) solicite ao condutor que destranque e abra vagarosamente o porta-malas, e proceda


à busca, observando o assoalho, as laterais, qualquer indício de pintura mal encoberta nos
cantos, o compartimento do guarda-estepe, entre outros;

d) para realizar a vistoria externa, inicie pela porta dianteira direita e, após, a lateral
traseira direita, traseira, lateral traseira esquerda, porta dianteira esquerda, capô. Esteja
atento para verificar:

das perfurações da placa, perfurações na lataria por disparos de arma de fogo, entre outros;

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e) com procedimento idêntico em todas as portas, ao começar pela dianteira direita, a
vistoria interna será realizada como segue:

do chassi (gravada no vidro), e confira o número existente com o do documento;

encoberta do veículo;

em seu interior;

com as mãos para escutar se o som é uniforme;

-luvas, quebra-sol, tapetes, embaixo do banco, entradas de ar,


cinzeiros, lixeiras, e todos os compartimentos que possam esconder objetos ilegais;

-a imaginariamente em
lado direito e lado esquerdo. Observe os assentos dos bancos, encostos, assoalho, lateral do
forro;

para vistoriar o lado esquerdo e verifique o assento do condutor em todo o seu


compartimento (assoalho, lateral, teto, atrás do assento);

-o com a documentação e verifique se existem


indícios aparentes de adulteração;

A busca deve ser procedida com respeito ao patrimônio do abordado e com o devido
cuidado, para não danificar objetos ou partes do veículo, sendo que os materiais retirados
deverão ser recolocados no mesmo local, sempre que possível.
Caso haja necessidade de uma busca mais minuciosa, outros recursos poderão ser
acionados, se disponíveis, tais como emprego de cães farejadores.

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Figura 7: Posicionamento a ser adotado no momento da vistoria veicular

3.8 Procedimento para utilização do etilômetro11

Texto adaptado da Resolução do CONTRAN nº 206, de 20 de Outubro de 2006,


O teste em aparelho de ar alveolar pulmonar (etilômetro) é um dos recursos utilizados
para confirmação de que o condutor encontra-se dirigindo sob a influência de álcool ou de
qualquer outra substância entorpecente. Caso o exame acuse concentração de álcool igual ou
superior a 0,3 mg por litro de ar expelido dos pulmões, configura-se em infração e deverá ser
lavrado a AIT e registrado na autuação o índice alcoolemia medido.
No caso de recusa do condutor a ser submetido ao teste de alcoolemia, a infração
poderá ser caracterizada mediante a obtenção de outras provas acerca dos notórios sinais de
embriaguez. Tais sinais deverão ser descritos na ocorrência ou em termo específico. O policial
deverá registrar a recusa do condutor em se submeter aos exames previstos no ordenamento
jurídico e descrever os sintomas que demonstram efeitos de álcool ou substância
entorpecente, tais como:

-se em acidente de trânsito;

soluços; desordem nas vestes; odor de álcool no hálito;

falante; dispersão;

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não sabe onde está, horário ou data);

capacidade motora e verbal, se o condutor apresenta dificuldade no


equilíbrio; fala alterada.

3.9 Evasão

Durante a operação, situações de evasão podem ocorrer, geralmente, de três maneiras


diferentes:

a) Quem evitou a Blitz

Ao visualizar a operação, o condutor pode evitar o bloqueio, evadir em marcha a ré,


atravessar o canteiro central ou, simplesmente, fazer conversão na via anterior ao dispositivo
policial e tomar sentido contrário ao da Blitz. Nesse caso, transmita as características que
foram observadas do veículo, via rede-rádio, para possível abordagem por outras viaturas.
Evite mensagens com conteúdo alarmista na rede. Procure mobilizar somente os policiais
necessários para realizar a abordagem posterior. Alerte-os para procedimentos de segurança,
mas considere que pode ser apenas um condutor inabilitado.

b) Quem não respeitou à ordem de parada

Esteja bem atento com esta situação. Se o condutor não respeitou a ordem de parada e
empreendeu fuga, a possibilidade de estar em conflito com a lei é grande. Por isso, a equipe
deve transmitir rapidamente as características do veículo (local, direção de fuga, marca,
modelo, cor, placa e características dos ocupantes) para o CICOp ou correspondente, no
intuito de que sejam realizadas as ações de cerco, bloqueio e interceptação, nas principais
rotas de fuga e vias de acesso do local. Nesses casos, as seguintes providências e precauções
devem ser tomadas:

-rádio, com
tranquilidade. Evite alarmismo que possa confundir e colocar em risco as outras guarnições;

não efetuar disparos intimidativos de qualquer natureza. Somente disparar sua arma
no caso em que o veículo em fuga represente um risco imediato à vida ou integridade dos
policiais ou de terceiros, por meio de atropelamentos ou acidentes intencionais (o motorista
utiliza o veículo como “arma”). A tentativa de interceptar o veículo por meio de disparos na
direção dos pneus e motor é uma prática perigosa e ineficiente, pois as chances de êxito são
mínimas, consideradas as condições em que ocorrem, e a possibilidade de atingir uma pessoa
inocente é muito grande (vítima no porta-malas ou transeuntes);

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condutor inabilitado ou embriagado;

as demais patrulhas, para abordagem posterior;

condutor em fuga, quando as possíveis consequências negativas da sua atuação policial forem
superiores aos objetivos a serem atingidos;

a de fogo direcionados contra a viatura partirem de dentro do


veículo em fuga, aumente a distância de acompanhamento e informe sobre a evolução da
gravidade da situação, via rede-rádio, para o resguardo das demais patrulhas;

rmente os procedimentos de Auto de Infração de Trânsito


(AIT).

c) Quem parou e resolveu fugir em seguida

Além de observar as orientações constantes do tópico anterior, neste caso, o risco de


atropelamento de militares da Blitz é maior por ser uma atitude normalmente inesperada por
parte do condutor. Mantenha-se atento, mesmo que o veículo abordado esteja parado e
desligado.
Caso seja possível identificar antecipadamente esta predisposição do abordado de fugir
ou dizer que simplesmente não permanecerá no local (autoridades, pessoas alcoolizadas,
entre outros), todos os policiais deverão atentar para este evento, interromper as abordagens
realizadas e adotar posturas preventivas, tais como:

-se das chaves de ignição de maneira discreta e rápida;

-choques
do veículo abordado;

prisão, entre outros).

Diante de uma evasão ou agressão armada, os policiais deverão estar prontos para
rapidamente buscarem um abrigo, a fim de não serem atropelados ou alvos dos disparos. A
conduta apropriada é abrigar-se e, posteriormente, avaliar o risco potencial de danos a

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terceiros no caso de fogo cruzado entre agressor e policiais. As vidas dos policiais e dos
cidadãos sempre serão prioridade.

3.10 Emprego de Armas de Fogo

Durante as operações, os policiais devem ter cuidados especiais com a utilização de


armas de fogo. Por obedecer a preceitos legais e técnicos (ver Caderno Doutrinário nº 1), a
utilização de armas de fogo durante a Blitz deverá seguir as seguintes orientações:

a) situação de normalidade (Abordado cooperativo):

A pessoa abordada acata todas as determinações do policial durante a intervenção, sem


apresentar resistência (Classificação de Risco nível I).
Os policiais com armamento de porte deverão manter suas armas nos coldres, em
condições de serem sacadas quando necessário. Somente o PM Segurança manterá o seu
armamento em posição de arma localizada ou empunhada, conforme a categoria da Blitz e as
características do local.
O responsável pela resposta imediata nos casos em que a situação se agrave deverá ser
aquele que estiver em melhor condição de agir prontamente; por isso, é importante que o PM
Segurança busque sempre a melhor posição tática.

b) situação de resistência ativa

Apresenta-se nas seguintes modalidades (Classificação de Risco nível III:

O abordado opõe-se à ordem agredindo os policiais ou pessoas envolvidas na


intervenção, contudo, tais agressões, aparentemente, não representam risco de morte.
Exemplo: o agressor que desfere chutes contra o policial quando este tenta aproximar-
se para efetuar a busca pessoal.
Em caso de reação do abordado, sem o uso de forca letal, a resposta imediata será do
PM que estiver mais próximo, ou em melhor posicionamento tático. Apenas o PM Segurança
estará com a arma empunhada. Desta forma os demais policiais permaneceram com as mãos
livre para efetuarem a imobilização e algemação do agressor.

O abordado utiliza de agressão que põe em perigo de morte o policial ou pessoas


envolvidas na intervenção.
Exemplo: o agressor, empunhando uma faca, desloca-se em direção ao policial e tenta
atacá-lo.
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Em caso de reação do abordado, com o uso de forca letal, a resposta imediata será do
PM Segurança, que estará com a arma empunhada. A primeira reação dos policiais deve ser
voltada para a preservação de suas vidas e dos cidadãos, por isso, deverão procurar abrigo e
somente disparar quando inexistirem outras alternativas.
Essas orientações são fundamentais para:

impacto desejado quando todos os policiais retiram as armas do coldre e as empunham, ou


quando as apontam para o abordado;

esse nível de força aplicado a cada


situação (arma na posição 1, 2, 3 ou 4).

imobilizar, entre outros) necessárias aos trabalhos da equipe;

sparo acidental quando existem várias armas apontadas em um


determinado local de abordagem;

eventual ação dos policiais, disparando suas armas para se defenderem.

Especial atenção deve ser dada quanto à direção dos disparos realizados contra o
agressor, com o intuito de defender-se, bem como quanto às características técnicas do
armamento e da munição (calibre, potência e alcance) que é utilizado pelo PM.
O PM Segurança da Blitz, caso seja necessário, poderá estar equipado com uma arma
portátil, dotada de bandoleira. Terá como benefício da utilização desse armamento, o seu
aspecto de impacto psicológico, inibindo uma possível reação. A escolha desse armamento
deve ser baseada nas suas características técnicas de emprego, alcance útil e calibre da
munição, obedecendo às restrições de disparos principalmente no ambiente urbano.

4 PROCESSO DE COMUNICAÇÃO

O processo de comunicação é um dos fatores mais importantes nas intervenções


policiais. Se bem realizado, constitui um importante facilitador do sucesso da abordagem e
evita o emprego de níveis de força superiores, facilitando o desempenho operacional.
A comunicação entre as pessoas é expressa por meio da linguagem falada ou escrita
(verbal) e por meio de gestos, sinais, expressões faciais, postura, dentre outros (não verbal).
O policial deve estar sempre atento à sua forma de se comunicar, preocupar-se com as
palavras utilizadas para que possa transmitir suas intenções, e com sua postura na condução
das ocorrências.

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Deve lembrar-se que o conjunto de condutas coerentes aos preceitos doutrinários
(Polícia Comunitária, Direitos Humanos e valores institucionais elencados na Identidade
Organizacional) traduz profissionalismo e transmitem segurança ao abordado. A boa
comunicação favorece a interação entre a polícia e a comunidade e auxilia na condução das
ocorrências policiais.
Por outro lado, posturas mais agressivas como apontar o dedo indicador, manter olhar
sisudo, sustentar o bastão tonfa nas mãos de forma ameaçadora, apontar ou empunhar a
arma de fogo desnecessariamente, causam uma sensação de medo, ideia de brutalidade, falta
de profissionalismo, arbitrariedade, abuso, além de serem incoerentes com os princípios
doutrinários da PMMG.

4.1 Sinalização

Na orientação do trânsito, os policiais utilizam sinais regulamentares para conduzir o


veículo na direção do Box de Abordagem.
Os sinais de orientação são sonoros e gestuais e devem ser executados com firmeza,
correção, determinação e objetividade, qualidades obtidas por meio de repetições e de
treinamento. Uma sinalização executada de maneira correta evitará que os condutores
tenham uma interpretação equivocada ou duvidosa quanto à obediência às ordens emitidas
durante a fiscalização. Desta forma, o PM
Sinalizador não pode apresentar timidez, embaraço ou dúvida na sua atuação. Deve
utilizar a comunicação como ferramenta que o auxilia na expressão da sua autoridade policial.

a) Sinais sonoros

Os sinais sonoros emitidos por meio de silvos de apito estão descritos no quadro 1
abaixo, conforme previsto no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).
Quadro 1: Sinais sonoros.

b) Sinais gestuais

Os gestos feitos pelos agentes de trânsito correspondem a movimentos convencionais


de braço, para orientar e indicar o direito de passagem dos veículos.
A sinalização feita pelos agentes prevalece sobre as regras de circulação e sobre as
normas definidas por outros sinais de trânsito, conforme quadro 2.

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Quadro 2: Sinais gestuais previstos no Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

SINAL SIGNIFICADO
Ordem de parada obrigatória para todos os veículos.
Quando executada em interseções, os veículos que já se
encontrem nela não são obrigados a parar.

Ordem de parada para todos os veículos que venham


de direções que cortem a direção indicada pelos braços
estendidos, qualquer que seja o sentido do seu
deslocamento.

Ordem de parada para todos os veículos que venham


de direções que cortem a direção indicada pelo braço
estendido, qualquer que seja o sentido do seu
deslocamento.

Ordem de diminuição da velocidade.

Ordem de parada para os veículos aos quais a luz é


dirigida.

Fonte: Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, instituiu o Código de Trânsito Brasileiro.


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braço direito e, como advertência, emite um silvo longo para que os veículos diminuam
a marcha;

aponta para o local onde ele deverá parar (Box de Abordagem).

Para fazer o veículo retornar à via com segurança, o PM Vistoriador deverá:

veículo inicie seu deslocamento;

do fluxo de
trânsito e indicar: “SIGA EM FRENTE”.

4.2 Verbalização policial durante a Blitz

Verbalizar significa expressar ou exprimir algo. A verbalização é a técnica utilizada pelo


policial militar durante sua atuação em intervenções, abordagens a pessoas e vistorias de
veículos, com a finalidade de emitir orientações e ordens. Para cada tipo de operação e,
dependendo do contexto no qual ela ocorre, a verbalização varia em alguns aspectos, porém
sempre com o objetivo de possibilitar uma comunicação efetiva entre a polícia e o cidadão.
Verbalizar corretamente minimiza os riscos e maximiza os resultados, durante uma
abordagem (Ver Caderno Doutrinário 1). Para uma verbalização eficiente durante uma Blitz
policial, é imprescindível observar os seguintes aspectos:

influenciando para que o cidadão acate as ordens e aceite as orientações recebidas durante a
abordagem;

nsão do cidadão
acerca dos objetivos da ação policial;

itura da situação, avaliando as características do abordado e


adotando linguagem coerente às condições dele, pois, você poderá abordar um estrangeiro,
ou pessoas com dificuldades auditivas ou de fala. Nesses casos, deve atentar para a utilização
de gestos e sinais que favoreçam a compreensão de sua intenção;
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pessoas ou podem ter significados diferentes em outras regiões, por isso seja flexível;

LEMBRE-SE: a utilização adequada da verbalização ao longo de toda a intervenção


policial reduz as possibilidades de confronto.

Em circunstâncias especiais:

segurança, deve verbalizar de forma a evitar que os pais sejam constrangidos perante os
filhos. Evitar exposição ostensiva desnecessária de armas de fogo. Além disso, deve observar
a capacidade de entendimento e interpretação das recomendações e a própria ação policial
em função das características emocionais e psicológicas típicas de cada faixa etária (criança e
adolescente)12.

possíveis dificuldades de compreensão,

12 Conforme Estatuto da Criança e do Adolescente.

minorias, o policial deve considerar as características individuais no processo de verbalização,


evitando situações que provoquem discriminações e abusos, visando à proteção e prevenção
à violação de direitos. (Ver Caderno Doutrinário 2).

4.2.1 Linguagem policial face ao comportamento do abordado

De modo geral, os tipos de comportamento a serem observados em um indivíduo, ao


ser abordado, são:

É importante observar que o abordado pode iniciar sua atitude com diferentes tipos de
comportamento e, a partir de determinado momento ou evento, poderá variar da forma
resistente, para a cooperativa (ou o inverso), exigindo do policial uma readaptação da sua
linguagem, imediatamente.
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Para otimizar a segurança e potencializar as ações, os policiais deverão manter contato
gestual entre si, sempre quando pertinente. Durante a realização de uma busca, por exemplo,
se for preciso um policial passar na frente da mira da arma de quem executa a segurança ou
cobertura, será necessário gesticular, a fim de indicar a sua intenção. Somente após verificar
a correta compreensão da mensagem é que o policial se deslocará e o outro direcionará sua
arma para uma posição segura.

13 Conforme Estatuto do Idoso


4.2.1.1 Abordado cooperativo

O abordado cooperativo é aquele que acata a todas as determinações do policial


durante a intervenção, sem apresentar resistência. (Ver Caderno Doutrinário nº 1) Nesse caso,
o policial deve atentar para os elementos da comunicação já descritos. Sugere-se, como
referencial, o seguinte diálogo:

- Bom dia! Eu sou o “Sargento ... (dizer posto / graduação e o nome)”, da


Polícia Militar. (utilize o complemento POLÍCIA MILITAR DE (seu Estado).

Aguarde a resposta do abordado, verifique se houve entendimento de sua mensagem e


qual o nível de cooperação demonstrado. Caso o abordado mantenha-se cooperativo, dê
continuidade ao diálogo:

-- Esta é uma operação policial preventiva. O procedimento durará apenas


alguns minutos. Para a sua segurança, siga minhas orientações, OK...?

Novamente, aguarde a resposta. No caso do abordado manter-se cooperativo,


mantenha-se no estado de alerta (laranja), advirta os demais integrantes da guarnição e
prossiga na abordagem, até que seja assegurada a minimização do risco de porte de armas ou
de possíveis reações do abordado.
Dê as primeiras orientações ao motorista:

- Desligue o veículo e coloque suas mãos sobre o volante.

(Os outros ocupantes também devem colocar as mãos em local visível)


Nesse momento da abordagem, a equipe policial deverá estar atenta para os seguintes
aspectos:

práticas delituosas;

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fim de certificar-se de que não esteja ocorrendo condução coercitiva de algumas dessas
pessoas por parte do motorista ou dos ocupantes, a exemplo de seqüestro, abuso de inocência
nos casos de crianças ou deficientes mentais ou outras condutas criminosas mais graves.

Caso não haja indícios das situações acima, dê sequência à abordagem ao motorista:

- Qual o seu nome...?

(Aguarde a resposta. Caso o abordado não forneça o nome, trate-o por cidadão. Se o
abordado fornecer o nome passe a tratá-lo da seguinte forma:)

- Senhor ... (nome), está portando a carteira de habilitação e o documento do veículo?


(Aguarde a resposta.).

- Senhor ... (nome), lentamente, pegue os documentos e me entregue. Não faça


movimentos bruscos.

Apenas os documentos devem ser aceitos pelo policial, ou seja, caso estejam dentro de
carteiras, bolsas ou outros porta documentos que possam conter dinheiro ou objetos
desnecessários, deve ser determinado ao condutor que lhe entregue somente o que foi
solicitado.
Após a entrega dos documentos, certifique-se de que o motorista recolocou as mãos
sobre o volante. Caso não o tenha feito, oriente-o novamente. Em seguida, confira os
documentos e solicite informações ao CICOp ou correspondente sobre prontuário e queixa-
furto. Para isso, alerte o abordado sobre seu procedimento, dizendo:

- Aguarde! Vou conferir os dados.

Durante a conferência dos dados, o PM Segurança estará no estado de alerta (laranja) e


manterá vigilância sobre os ocupantes.
Não será necessário realizar busca pessoal e veicular, se:

documentação;

o veículo e seus ocupantes; e

suspeição. Nesse caso, dirija-se ao motorista, devolva-lhe a documentação e informe-o sobre


o andamento da abordagem.

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- Senhor... (nome ou o trate por “cidadão”) a documentação está correta. (tratar a
pessoa pelo nome que consta na identidade apresentada)
Caso haja criança(s) no veículo, cumprimente-a(s) com amabilidade e cortesia:

- Bom Dia
- Qual o seu nome?
- Quantos anos você tem?

Caso haja animais no interior do veículo, aproxime-se com cuidado e solicite ao condutor
que o controle.
Terminada a abordagem, explique ao cidadão sobre a importância da pesquisa pós-
atendimento que se seguirá:

- Senhor (nome)! A Polícia Militar realiza uma pesquisa de pós atendimento para
verificação da qualidade e aperfeiçoamento do nosso trabalho.

- Preciso que indique o dia da semana, horário e número de telefone, para que possamos
entrar em contato, sem que cause incômodo.
(Aguarde, anote a resposta, agradeça e despeça-se)

- Agradeço pela colaboração e conte com o nosso serviço. Tenha um bom dia!
Na hipótese da verificação preliminar e avaliação de riscos levantar fundada suspeita
baseada na experiência e o tirocínio do policial, alertarem para a necessidade de efetuar a
busca no veículo ou no condutor e em seus ocupantes, sinalize para o PM Segurança (gesto
com as mãos simbolizando “suspeito”), que apoiará o desembarque e a busca pessoal e
veicular. (Ver Caderno Doutrinário nº 2)
Logo após, verbalize com os ocupantes:

- Senhor... (nome), será necessário que desça do veículo.

- Vamos dar sequência à abordagem policial.

- Retire lentamente o cinto de segurança e desembarque.

- Abra a porta e desça em direção à calçada/acostamento.

Nesse momento, afaste-se, de modo a permitir que o cidadão abra a porta do carro.
Mantenha constante monitoramento dos suspeitos (principalmente das mãos). A seguir: –
Intervenção Policial, Uso de Força e Verbalização. Para isso, verbalize conforme a necessidade.
Sugere-se como exemplo:
- Será necessário realizar uma busca pessoal.

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Se houver mais de uma pessoa no veículo, explique que todos deverão desembarcar do
veículo, um a um, para maior segurança.
Indique, a cada uma das pessoas embarcadas no veículo, quando deverão descer e quais
procedimentos deverão seguir, conforme os preceitos da técnica policial. Todos os
movimentos deverão ser orientados, seguindo a sua verbalização.
Nos casos de busca pessoal, o PM Vistoriador, dialogará com o abordado, de forma
pausada e conforme a seguinte sequência:
- Coloque as mãos sobre a cabeça. Cruze os dedos. Fique de costas para mim. Afaste os
pés e permaneça parado!
Se nada for constatado com a pessoa ou no veículo, encerre a abordagem e inicie o
procedimento para liberar o abordado.
Solicite ao cidadão seus dados para que possa ser realizada posterior pesquisa de pós-
atendimento, conforme já sugerido anteriormente.
Caso o abordado resista, passiva ou ativamente, ao ser submetido à busca, alerte-o
sobre as consequências da desobediência à ordem legal. Persistindo a desobediência, haja
com superioridade numérica, isole-o dos demais, e use o nível de força, conforme o nível da
resistência, para compeli-lo a cumprir a determinação legal.
Se detectar algum objeto ilícito durante a busca pessoal ou constatar indícios de infração
penal, imediatamente, separe o suposto infrator dos demais ocupantes do veículo e inicie uma
busca minuciosa. Confirmada a situação infracional e decidido pela condução, siga os
procedimentos legais quanto ao uso de algemas (se necessário), verbalização da ação e
condução até o interior da viatura policial.
Os policiais responsáveis pela condução deverão relacionar os objetos ilícitos
encontrados, qualificar o infrator e conferir o prontuário (caso ainda não o tenha feito).

LEMBRE-SE: Arrole e qualifique as testemunhas da prisão efetuada.


Preferencialmente oriundas do publico presente que tenha visto o incidente
ou acompanhado a ação policial, evitando tomar policias como
testemunhas.

Conforme o artigo 5º da Constituição Federal sugere-se que sejam fornecidas as


seguintes informações para o caso de prisão em decorrência de flagrante delito ou de
mandado judicial:
- (Citar o nome da pessoa presa). Sou o ... (citar o posto ou graduação e nome do policial
condutor da prisão).
- O senhor está preso pelo cometimento do crime de ... (citar o delito).
- O senhor tem o direito de permanecer calado.
- O senhor tem direito a assistência da sua família e de advogado
- O senhor será encaminhado à delegacia... (citar o local onde será feito o encerramento
do BO)
- Na delegacia a vossa família poderá ser comunicada da prisão.

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É conveniente fazer perguntas ao revistado, tais como:

- Por favor, confira seus pertences!


- Quer registrar algum fato referente a esta ação policial?

4.2.1.2 Abordado resistente passivo ou ativo

O abordado resistente passivo é aquele que não acata, de imediato, as determinações


do policial, ou opõe-se a ordens, reagindo com o objetivo de impedir a ação legal. Contudo,
não agride o policial nem lhe direciona ameaças. Por sua vez, o abordado resistente ativo
opõe-se à ordem com comportamentos agressivos que podem representar risco de morte
para o policial ou pessoas envolvidas na intervenção.
No caso do abordado resistente, após realizar avaliação de riscos, o policial deve
mensurar e avaliar as atitudes e adaptar sua linguagem, sendo mais imperativo e impositivo.
Comunique imediatamente com seus companheiros sobre o nível de reação do abordado,
para que a força empregada seja adequada, coerente com os princípios para uso de força,
com foco na segurança dos envolvidos na intervenção.
Considere que poderão existir diversas razões que levarão o abordado a resistir de
maneira passiva ou ativa às ordens dadas, por exemplo:

ação policial, tentando, assim, expô-lo a uma situação humilhante frente ao público, ou ainda,
provocar o uso excessivo de força;

quando busca conseguir a simpatia de pessoas a sua volta, colocando-as contra a


atuação da polícia, assumindo assim uma posição de vítima;

policial;

resistência ativa.

O policial deverá verificar por meio de verbalizações se o abordado compreende o que


está sendo dito:

- Você está me entendendo?


ou
- O que está acontecendo? Por que você não me obedece?
ou
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- Está tudo bem? Você está com algum problema?

Caso o abordado demonstre que entendeu as ordens, mas não acatou, o policial deverá
adverti-lo quanto ao seu comportamento, esclarecendo tratar-se de crime (desobediência,
art. 330 do Código Penal Brasileiro) e que, evoluindo o conjunto de recusa por sua parte, pode
redundar em outros crimes, tais como desacato, resistência ou agressão contra policiais.

- Obedeça! Desobediência é crime!


ou
- Cidadão, isto é uma ordem legal! Faça o que estou mandando!

No caso do abordado descer do veículo ou caminhar em direção a guarnição, o policial


deverá avaliar a situação conforme os preceitos de técnica policial para conter e controlar a
situação. Nessa hipótese, sugere-se como verbalização:

- Parado! Não se aproxime!


- Acate minhas ordens! Mantenha suas mãos onde eu possa ver (Coloque suas mãos
para cima!)
- Não faça movimentos bruscos. Obedeça a ordem policial!
- Vou empregar a força!

4.3 Procedimentos específicos

Diante da diversidade de situações com as quais o policial pode se deparar nas


abordagens, é importante atentar para algumas especificidades de ocorrências envolvendo
autoridades ou tentativa de corrupção14 por parte do abordado.

4.3.1 Abordagem a autoridades

Caso o abordado se apresente como autoridade titular de prerrogativas ou imunidades,


proceda da seguinte forma:

de tratamento adequados ao cargo ou à função alegados por ele;

-se, diga seu nome, posto ou graduação, e explique que se trata de uma
operação policial;

-lhe que por não conhecê-lo pessoalmente será necessário que apresente a
identidade funcional correspondente.

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Nesse caso, é sugerida a seguinte verbalização:

- Senhor, (Embaixador, Juiz, Promotor, Deputado, General, Delegado, etc.) eu sou o


(posto ou graduação, seguido de nome) estamos realizando uma operação preventiva para a
sua segurança..

- Necessito que o senhor apresente sua carteira funcional.

Constatada formalmente a identificação da autoridade, o policial avaliará, segundo o


grau de imunidades e prerrogativas, se é o caso de prosseguir na abordagem ou liberar o
veículo.
Havendo suspeição, solicite a colaboração no sentido de apresentar os demais
documentos do veículo ou facultar a busca veicular.
Caso a autoridade se negue a apresentar sua carteira funcional, ou diante situações de
indícios mais graves de suspeição, comunique o fato ao CPCia/CPU, solicitando ao CICOp ou
correspondente a presença de representante do órgão a que pertence a autoridade, para as
medidas decorrentes. Nesse caso, deverá dizer:

- Senhor... (nome), necessito que aguarde no local, pois o coordenador de policiamento


já está a caminho para solucionar esta situação.

Na solução dos conflitos ou desentendimentos que porventura possam surgir o policial


buscará atuar com comedimento e profissionalismo, evitando:

ou à imprensa;

e autoridade sobre autoridade, em uma disputa desgastante para ambos;

Conforme evolua a gravidade da situação, os contatos físicos (ou equipamentos) serão


restritos à contenção da pessoa e à defesa dos policiais.
Numa situação de descontrole da autoridade envolvida, que poderá utilizar a arma que
porta para ameaçar a equipe ou empreender fuga, deverá ser dada atenção especial à
segurança dos policiais, do público presente no local da ocorrência e do abordado.
Em caso de envolvimento de policial civil, federal ou militar em ocorrência policial de
qualquer natureza, o centro de operações, o Centro Integrado de Comunicações Operacionais
(CICOp) ou correspondente e a Central de Operações da Polícia Civil ou correspondentes às
forças armadas e à polícia federal, deverão ser imediatamente acionados e o(s) envolvido(s)
apresentado(s) à autoridade competente.
As eventuais escoltas e conduções posteriores serão realizadas por integrantes da
própria Instituição a que pertencer o abordado.

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Na impossibilidade, mediante prévia solicitação formal da respectiva chefia ou
comando, a condução poderá ser realizada em viatura da PM.
Na situação da autoridade querer forçar a saída da Blitz antes da solução final da
ocorrência, deverão ser adotadas as medidas legais.
A divulgação dos fatos aos órgãos de imprensa obedecerá aos preceitos estabelecidos
pelas normas da sua corporação.

4.3.2 Procedimento policial diante de tentativa de corrupção

Existem situações em que o abordado, para se ver livre de prisão ou sanção


administrativa, oferece alguma vantagem para o policial. Essas tentativas podem ser feitas de
inúmeras formas, mas o policial deve agir com profissionalismo.
Em outros casos, a experiência policial nos mostra que o abordado, por se sentir
nervoso, ou por descrédito com os órgãos responsáveis pela aplicação da lei, empregue
termos, palavras ou gestos, de maneira que possam gerar interpretações que configurem
situação semelhante à citada acima, ou seja, tentativa de corrupção.
Desse modo, pode ocorrer, por exemplo, a entrega de documentos pessoais (carteira de
habilitação, Certidão de Registro de Veículo), com alguma vantagem econômica, como
quantia em dinheiro “deixada” intencionalmente junto à documentação e entregue ao
policial.
Nesses casos, o PM deverá confirmar sua suspeita, podendo manter o seguinte diálogo:
- Senhor, por favor, retire os pertences particulares e me entregue somente os
documentos solicitados.
Há também os casos de insinuações feitas pelo abordado, utilizando falas do tipo:

- É para o cafezinho!
ou
- Dá para resolver de outra forma esta situação!
ou
- Como podemos administrar esse problema!
ou
- Como forma de agradecer pelo seu serviço!
ou
- O senhor merece!
ou
- Pela sua educação!
ou
- Este dinheiro estava aí dentro para o senhor!
ou
- Eu nem lembrava desse dinheiro, pode ficar com ele!
ou
- É só um agrado seu guarda!
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Nessas situações, o policial pode usar as seguintes frases:

- Senhor, não estou entendendo sua pergunta/colocação, por favor, repita!


ou
- Senhor, o que está propondo?
ou
- Senhor, o que está me dizendo?
ou
- Senhor, para que é este dinheiro?

Caso a conduta do abordado enquadre-se em crime de corrupção15, o policial deve


fazer valer os valores cultuados pela Polícia Militar, sobretudo o da ética, transparência e
justiça, devendo arrolar testemunhas idôneas e adotar as medidas legais.

4.4 Orientações Gerais

Em uma abordagem, o policial deve considerar:

a) diversas condições podem gerar insatisfação em uma pessoa abordada em uma Blitz
policial; seja pelo atraso para comparecer a algum compromisso, seja pelo constrangimento
frente ao público do local (às vezes vizinhos) ou aos demais passageiros do veículo (às vezes
familiares), ou ainda, pelo fato de o colocar na condição de suspeito. Diante dessas situações
pode ser que abordado tente argumentar ou questionar a ação policial, o que não configuraria
necessariamente resistência, ou desacato. Nesse caso, seja tolerante, prudente e sempre
atento a sua segurança, avalie cada situação para melhor definir suas ações;

b) nem todo cidadão se dispõe a colaborar espontaneamente. Mantenha o controle da


situação através da verbalização adequada e busque identificar as possíveis razões pelas quais
ele pode estar sendo resistente. Fique atento para não se deixar levar por provocações e cair
em armadilhas do abordado que procura se vitimar diante da ação do policial;

c) o abordado poderá ter dificuldades de escutar suas ordens, em decorrência de


barulho na rua, por estar com o aparelho de som ligado, por ter problemas auditivos ou ainda
por ser estrangeiro. Nessa situação, determine-o que desligue o som do veículo, seja tolerante
e expresse novamente sua intenção;

d) pessoas sob efeito de álcool ou drogas poderão ficar confusas e ter dificuldades de
entender suas colocações. Fique atento às reações do abordado e com a segurança dele, da
sua equipe e das pessoas próximas da ocorrência;

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e) a sua segurança e da sua equipe é fundamental. Assim, esteja atento às diversas
peculiaridades do ambiente no qual se desenrola a operação policial e proceda sempre à
avaliação de riscos.

f) se o abordado demorar a responder ou a acatar as determinações, mas não manifestar


resistência ativa, você deverá insistir na recomendação dada, e repetir a ordem ou a pergunta
por três ou mais vezes. A repetição firme das ordens é uma técnica que demonstra a
determinação do policial e poderá superar a resistência inicial com profissionalismo;

g) caso o abordado não responda e se torne resistente, mantenha-se atento e proceda


da seguinte maneira:

de crime;

unhas que estejam próximas ao


local;

legítima do policial e a resistência do abordado. É o caso de aparelhos telefônicos celulares


que tiram fotos, filmam, gravam áudio, ou outros equipamentos similares. Na utilização
desses recursos, o policial deve ter cuidado de maneira especial com relação à postura e
segurança, de maneira que não se torne vulnerável na intervenção. Esses registros eletrônicos
só poderão ser utilizados de maneira oficial, sendo vedada a divulgação ou distribuição à
imprensa ou a outros órgãos.
Quaisquer desses fatores, mal trabalhados, podem levar o responsável pela abordagem
a fragilizar sua demonstração de autoridade.

5 SITUAÇÕES ESPECÍFICAS

5.1 Abordagem a motocicletas

Durante a realização da operação, inevitavelmente, será necessário efetuar abordagem


a motocicletas e seus ocupantes. Este procedimento será alvo de maior atenção pela equipe,
pois a experiência operacional mostra que este tipo de veículo é largamente utilizado por
infratores para a prática de assaltos, devido à sua mobilidade, agilidade no trânsito das
grandes cidades e dificuldade de identificação do rosto da pessoa devido ao uso de capacetes.
Ao proceder à abordagem a motocicletas o policial agirá de maneira análoga à
apresentada para a abordagem de veículos de 4 (quatro) rodas e deverá estar atento às
seguintes orientações especificas:
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a) o PM Selecionador deverá proceder com cautela e avaliar o risco desta abordagem,
considerando que a motocicleta tem sido o meio mais utilizado para auxiliar na prática de
delitos;

b) no momento da parada, ordenará ao condutor que desligue a motocicleta, retire a


chave da ignição e permaneça com as mãos para cima apoiadas no capacete;

c) controle as mãos do passageiro e ordene que mantenha as mãos para cima, ou


apoiadas no capacete (muita atenção, pois geralmente esta é a pessoa que porta a arma de
fogo);

d) ordene que o passageiro desça primeiro e se desloque para a parede ou viatura (área
de segurança), proceda a uma busca ligeira na região de sua cintura; ordene que retire o
capacete e o coloque em local afastado de seu corpo e da moto. Mantenha vigilância
constante do abordado;

e) em seguida, ordene que o condutor desça, com as mãos para cima, ou apoiadas no
capacete e se desloque para a parede ou viatura (área de segurança), e da mesma forma
proceda a uma busca ligeira na região de sua cintura; ordene que retire o capacete, em local
afastado de seu corpo e da moto e então finalize a busca pessoal;

f) com segurança, você procederá então à checagem da documentação da motocicleta,


e dos passageiros (via rede-rádio); verifique, inclusive, as condições do veículo, o lacre da
placa, sob o assento, o compartimento do filtro de ar e outras partes desmontáveis da
motocicleta (comumente utilizados para o transporte de produtos ilícitos).

5.2 Blitz noturna

O período noturno propicia um ambiente favorável à ocorrência de crimes, visto que a


noite oferece uma sensação de camuflagem para os infratores, os quais acreditam que a
escuridão amplia a possibilidade de êxito de uma fuga diante da ação policial.
Por isso, a Blitz, neste período deve ser planejada e executada com adoção de
procedimentos já descritos para a Blitz diurna, porém com alguns cuidados especiais,
apresentados a seguir de modo a atender às peculiaridades inerentes à uma operação
noturna:

a) deve ser montada preferencialmente em local com boa iluminação artificial e que
proporcione segurança tanto no aspecto de visualização do dispositivo montado, quanto nas
condições de controle de perímetro. Os locais que, diante uma situação adversa, poderão ser
fatores complicadores à atuação policial, devem ser evitados como aqueles próximos a
desfiladeiros, pontes, aglomerados urbanos, rios, locais de grande concentração de pessoas,
dentre outros;
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b) a sinalização da via poderá sofrer algumas alterações para aumentar a segurança dos
envolvidos, pois desta forma é possível dar maior visibilidade à Blitz e evitar acidentes que
envolvam a equipe policial e os pedestres. Cones com dispositivo luminoso e balizadores
manuais luminosos poderão ser utilizados como meios de sinalização. Em casos emergenciais,
excepcionalmente, poderão ser utilizadas tochas ou latas com material combustível para
queima, dentre outros;

c) os sistemas luminosos tipo giroflex garantem maior efetividade visual, à distância, se


as viaturas estiverem posicionadas longitudinalmente em relação à mão de direção e de
passagem dos veículos; logo, poderá haver adaptação do posicionamento transversal descrito
nos croquis e a adoção de posição paralela ao meio-fio da rua, o que propiciará maior
visibilidade ao dispositivo da operação;

d) durante a abordagem noturna, tenha atenção redobrada, pois a baixa luminosidade


interfere diretamente na segurança do trânsito e na identificação de possíveis ameaças; o
policial deverá manter-se no estado de prontidão adequado para esta situação, o que é uma
medida de prevenção decisiva para a segurança da equipe;

e) a utilização de lanternas e dispositivos de iluminação manuais para esta operação é


imprescindível, seja para a correta iluminação dos abordados e monitoramento dos pontos de
foco e pontos quentes durante a abordagem, seja para efetuar a busca no interior dos
compartimentos do veículo e,

f) ao proceder à abordagem no período noturno, o policial deve agir de maneira análoga


às situações apresentadas para as abordagens citadas anteriormente, sempre atento às
seguintes orientações particulares:

ição, dialogue e tranquilize o abordado de forma


a evitar uma expectativa negativa em relação à atuação policial;

veículo e mantenha as mãos em local visível, preferencialmente sobre o volante;

-film), afaste-se e, sem bater no vidro,


solicite que o condutor abra a janela lentamente. Informe ao condutor que este procedimento
será necessário para segurança dos ocupantes e do próprio policial;

foco da luz diretamente para os olhos do condutor ou dos passageiros;

erá interferir
fisiologicamente na sua percepção visual e identificação rápida de um provável perigo.
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Anexo “A” – Modelo de Relatório do Comandante da Operação
POLÍCIA MILITAR DE .........................
XXX BPM
RELATÓRIO DE OPERAÇÃO - BLITZ POLICIAL
1 Local
(Rua/Av.):___________________Número:____Bairro: ________ Cidade ____________
Referência: ______________________________________
2 Ordem de Serviço: __________ Número BO: ____________________
3 Data/hora início: _____________ Data/hora término: ____________
4 Efetivo:
ORD POST/GRAD NOME FUNÇÃO

5 Viaturas
VIATURAS MODELOS MOTORISTA

6 RECURSOS LOGÍSTICOS (Viaturas, armamento, rádios portáteis, coletes balísticos,


coletes refletivos, cavaletes, cones, apitos, pranchetas, planilhas para registro, Lanternas,
Bloco de AIT).

7 MONTAGEM DO DISPOSITIVO (Escolha do local, Condições de visibilidade,


posicionamento das viaturas, cavaletes e cones no dispositivo, segurança dos policiais com
relação ao trânsito, previsão de abrigos para policiais nos casos de eventual emergência).

8 ABORDAGEM POLICIAL (Posicionamento, verbalização, Integração comunitária,


Postura e compostura dos policiais; preenchimento dos formulários específicos da Operação).

9 EXECUÇÃO OPERACIONAL
Quantidade de veículos abordados: ________________________
Quantidade de veículos vistoriados: ________________________
Quantidade de buscas pessoais realizadas: __________________
__________________________________________________________________________________________________
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10 OCORRÊNCIAS REGISTRADAS (BO e BOS)
NÚMERO NATUREZA RESUMO DOS FATOS RESISTÊNCIA PRISÃO

11 OBSERVAÇÕES E SUGESTÕES

ASSINATURA COMANDANTE DA OPERAÇÃO

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei n. 9.503, 23 set. 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. Diário Oficial
(da República Federativa do Brasil), Brasília, 1997.

BRASIL. Ministério do Exército. Estado-Maior do Exército. Inspetoria-Geral das polícias


militares. Manual Básico de Policiamento ostensivo. Porto Alegre, Brigada Militar, s.d. 114 p.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Comando Geral. Diretriz Auxiliar das Operações (DIAO)
_____________. Polícia Militar. Manual de Prática Policial n º. 1: Abordagem, Busca
e Identificação. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1984.
_____________. Polícia Militar. Manual de Prática Policial, Volume 1. Belo
Horizonte/MG, 2002.

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CURSO DE HABILITAÇÃO DE OFICIAIS
DISCIPLINA: TÉCNICA POLICIAL MILITAR III
MÓDULO – BLITZ POLICIAL
DOCENTE > Major PM WALTER LÚCIO

AVALIAÇÃO
DISCENTE: _____________________________________________

Observando os itens 3.5.1; 3.5.2 e 3.5.3 deste módulo, vê-se a montagem de blitz com
o uso, respectivamente, de dois PPMM e 1 VTR; três PPMM e 1 VTR e cinco PPMM e 2 VTRs.
Escolha uma dessas montagens e, considerando que VOCÊ é o comandante dessa operação,
apresente a postura tática e estratégica para a montagem do dispositivo, sempre
considerando a SEGURANÇA dos policiais.

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