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JOÃO PESSOA – PB
2022
1
1ª COMPANHIA DE POLICIAMENTO
DE CHOQUE
Módulo de Abordagem
PATAMO
JOÃO PESSOA – PB
1º Edição - 2022
SUMÁRIO
1 ABORDAGEM POLICIAL
2.1 APROXIMAÇÃO
local para a abordagem não apresenta perigo para a integridade física dos policiais.
2) SURPRESA: Ato ou efeito de surpreender. O elemento surpresa
pode ser de grande ajuda, ao passo que diminui a possibilidade de uma ação por
parte dos abordados.
3) RAPIDEZ: Este princípio está aliado à surpresa. Tomada a
decisão de abordar, os policiais devem executá-la com maior rapidez possível a fim
de aproveitar o elemento surpresa. Uma ação rápida contribui para dissuadir
possíveis resistências. O princípio da rapidez, dentro da progressão policial, visa
impossibilitar uma reação por parte do abordado.
4) AÇÃO ENÉRGICA OU VIGOROSA: É a forma como se comporta
o policial militar durante toda a abordagem, demonstrando seu poder de negociação
e persuasão. Deve estar presente tanto na verbalização quanto na busca pessoal.
Não deve ser confundido com violência e nem truculência; é a utilização de força
necessária para conter e imobilizar uma pessoa violenta ou que queira fugir.
5) UNIDADE DE COMANDO: Na abordagem, assim como em outras
ações policiais, é necessário que haja um elemento responsável pela coordenação
da guarnição. Seu papel é definir funções e estabelecer os contatos com o alvo da
abordagem, isto é, somente um policial se comunica, pois ao realizar uma
abordagem, certos comandos verbais devem ser emitidos visando o entendimento
por parte da pessoa abordada. Quando apenas o Cmt emana as ordens, isto denota
um alto grau de organização por parte daquela guarnição de serviço. Dessa forma,
mantendo-se a unidade de comando, será bem mais fácil para o abordado entender
e obedecer aos comandos.
6) SIMPLICIDADE: As ordens emanadas aos abordados devem ser
curtas e claras, evitando palavras de difícil compreensão, bem como não devem ser
adotadas posturas pelos policiais que gerem reações dos abordados, isso é, fazendo
com que os mesmos saiam de uma situação de cooperação/positiva para a situação
não cooperativa/negativa.
7) CONTROLE: Manter o total domínio sobre os abordados do início
ao fim da abordagem.
Obedecendo os princípios elencados acima, os riscos à integridade
dos policiais serão minimizados. Além disso, outros fatores técnicos devem ser
observados visto que cada abordagem tem suas particularidades e o dinamismo do
policiamento ostensivo exige do comandante a observância dessas variáveis. Esses
2.2 BUSCA
2.3 CONCLUSÃO:
Nesse caso, verificando que se trata de uma pessoa que não está
cometendo nenhum ato ilícito e foi submetida ao constrangimento LEGAL da
abordagem policial, surge uma excelente oportunidade para a guarnição policial
conquistar um cidadão amigo. Para isso, os policiais devem ser solícitos em
responder aos questionamentos relacionados à motivação da abordagem, deixando
o cidadão consciente dos fatos e que esse procedimento ocorre visando o bem da
coletividade e a garantia da Ordem Pública. É nessa hora que a performance técnica
e respeitosa da guarnição possibilita a criação de um entendimento entre a PM e a
sociedade, fortalecendo uma imagem positiva e, de fato, protetora.
policial competente. Além disso, o máximo de provas possíveis devem ser recolhidas
evitando uma prisão com poucos elementos de configuração de flagrante.
Funções administrativas:
Funções Operacionais:
Funções administrativas:
Funções Operacionais:
Funções administrativas:
Funções Operacionais:
Funções administrativas:
Funções Operacionais:
Busca preliminar
Posicionamento da viatura
Posição do Motorista
Com calma e educadamente, mas com energia, em tom de voz
suficiente para ser ouvido, o comandante determina que o condutor desligue o
veículo e desça, juntamente com os seus acompanhantes, com as mãos na cabeça
e se coloquem na parte traseira do veículo, sem que nada peguem, com as costas
voltadas para a viatura, alinhados, com as pernas afastadas e olhando para frente. O
comandante da equipe determinará ao passageiro ou motorista (quando houver
apenas um ocupante), que abra as portas do lado direito do veículo quando
estiverem deslocando para a parte traseira, auxiliando, desta forma, na varredura
que será realizada pelo policial 01.
Posição do policial 03
Varredura no veículo
Verificação do porta-malas
Posição da equipe
Abordagem
Varredura Frontal
Após vistoria visual na cabine, o policial 01 assume seu
posicionamento de segurança na abordagem e sinaliza para que seja iniciada a
busca preliminar pelo policial 04. Logo após, determina aos abordados que se
coloquem sobre a calçada ou local seguro, alinhados, voltados para a rua, mãos
para trás, para que seja realizada uma busca pormenorizada pelo Policial 04.
Busca Preliminar
Busca Pormenorizada
Posteriormente, o policial 01 informará ao condutor do veículo que
será realizada a revista veicular e que ele poderá acompanhar visualmente e
questiona sobre a existência de irregularidades no interior do caminhão.
Busca veicular
Posteriormente, o policial 01 informará ao condutor do veículo que
será realizada a revista veicular e que ele poderá acompanhar visualmente. O
policial 03 realiza a vistoria do lado direito do veículo (boleia), iniciando pela porta e,
em seguida, passando à parte interior, desde o teto descendo até o assoalho,
minuciosamente. Em seguida, passa a realizar a vistoria da mesma forma no lado
esquerdo do veículo.
Posicionamento da viatura
Deslocamento e Posicionamento
Busca no Motorista
Busca Preliminar
Busca Pormenorizada
Busca Veicular
demais.
Nenhum transeunte deve cruzar a área da abordagem, excetuando-
se quando for impossível contornar. Sempre há a possibilidade de um cidadão
“inocente” ser pego como refém e, neste caso, após revista superficial no transeunte
a procura de armas, realizada pelo comandante de equipe ou policial 03
(dependendo da direção aonde venha), deve passar o mais longe possível dos
suspeitos.
A boa educação é fundamental, pois este tipo de ação, por mais
bem realizada e discreta que seja, causa constrangimentos aos cidadãos. Mas a
energia é sempre necessária, pois uma atitude firme, bem coordenada e treinada,
impede que inicie uma reação que seria tentada se os policiais militares agissem
displicentemente ou com falta de atenção.
Também é fundamental a postura de cada componente da equipe.
Os policiais militares devem sempre estar com o corpo ereto, cabeça erguida e
pernas afastadas. O semblante sério e a voz calma e firme.
Uma equipe bem treinada e com boa postura, por si só desestimula
reações e demonstração de contrariedade com a abordagem e revista, por transmitir
alto grau de profissionalismo, conhecimento e adestramento.
Caso existam mulheres, estas deverão ser posicionadas a direita
dos demais abordados e permanecer como os outros suspeitos, com as mãos na
cabeça, de costas para a equipe e olhando para frente. Na ausência de policial
militar do sexo feminino, o policial 03 deve determinar que a abordada realize a auto
busca, procedimento no qual o policial militar realiza a busca pessoal em pessoa do
sexo feminino sem tocá-la, apenas orientando os procedimentos que devem ser
adotados, assim como deve realizar uma busca nos objetos que esta transportar
consigo (bolsas, mochilas, sacolas, etc).
A Busca pessoal em LGBT segue o mesmo padrão da busca
pessoal em mulheres. Ao iniciar a verbalização, perguntar qual o nome do indivíduo
abordado, diante dessa identificação o policial tomará o procedimento para o gênero
que for identificado (homem ou mulher). Nunca fazer piada quanto ao gênero
mencionado pelo abordado, independente do sexo ser diferente do que consta em
sua identidade.
Se surgirem situações em que um suspeito alegar impossibilidade
física de desembarcar, o comandante da equipe manda-o colocar as mãos para fora
do veículo pela janela e assim permanecer até que a equipe se aproxime e verifique
a veracidade de sua impossibilidade. Mesmo assim, dentro das possibilidades, deve
ser revistado, bem como o local que ocupa no veículo.
Algumas abordagens podem ser menos “rigorosas”. Dependendo da
situação, pessoas idosas, mulheres e crianças, por exemplo, podem permanecer no
veículo com a equipe fazendo o controle visual de suas mãos. Se algo de anormal
for constatado, desembarcam para uma revista completa. É importante estar atento
a esse perfil, pois, por despertarem menos suspeitas, são utilizadas para transporte
de material ilícito, produto de crime, ou mesmo ainda, serem reféns.
É comum o suspeito cooperativo perguntar o motivo da abordagem.
Neste caso, o comandante da equipe poderá explicar o serviço e atitude da equipe
ao final da abordagem.
Cuidado com suspeitos agressivos que recusam se submeter à
revista e ameaçam a equipe. Podem ser simples ignorantes desconhecedores da
atividade policial ou estarem tentando intimidar os policiais militares, desviando a
atenção do policial para algo escondido em seu veículo ou vestes.
A busca pessoal e abordagem devem ser de forma enérgica e
educada, alertando todos os abordados para os crimes de desobediência, desacato
e resistência ao se opuserem ao exercício discricionário do poder de Polícia e a
vistoria que está sendo realizada.
o delinquente tem vários fatores a seu favor como a falta de cobertura, construções
irregulares, cômodos pequenos, desconhecimento da planta do local, possibilidade
de emboscada, baixa luminosidade, possibilidade de múltiplos alvos, entre outros,
tornando este tipo de modalidade uma das mais arriscadas da atividade policial.
Desta maneira, este módulo tem o intuito de trabalhar
movimentações e entradas táticas em edificações onde a probabilidade de
confronto a curta distância é maior, requerendo do operador preparo técnico e
psicológico, só alcançados com o treinamento exaustivo.
Podemos exemplificar a atuação em ambientes confinados em
ocorrências de roubo a residência, criminoso que na fuga entra em ambiente
fechado, roubo a banco, ações em áreas edificadas, cumprimento de mandado,
combate ao crime organizado, crises dinâmicas, entre outros.
É importante ressaltar que o CQB policial está em constante
evolução, adaptando-se as diversas situações e ocorrências vividas. Logo, não é
intuito deste módulo ser “o dono da razão” devendo ser revisado para incluir novas
técnicas e táticas nas próximas edições.
Entrada em Gancho
Entrada Mista
Entrada Limitada
Entrada Israelense
Tomada de ângulo
Quick Look
6 USO DE ALGEMAS
O Código de Processo Penal (CPP) dispõe em seu art. 284, que não
será permitido o emprego de força, salvo o indispensável no caso de resistência ou
tentativa de fuga de preso.
É entendimento do Superior Tribunal Federal que, se houver
necessidade, o uso de algemas poderá ser feito, mesmo nas autoridades elencadas
no art. 242 do CPP, independente do cargo/função/posição social do preso.
A Súmula Vinculante nº 11, publicada em 22 de agosto de 2008,
assim discorre: Só é lícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado
receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso
ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de
responsabilidade disciplinar civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade
da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade
civil do Estado (BRASIL, 2008).
Ao empregar as algemas é indispensável que o policial militar
justifique tal medida por escrito no Boletim de Ocorrência, conforme determina a
Súmula Vinculante, sob pena de responsabilização nas esferas civil, penal e
administrativa.
A formalização escrita dos motivos que ensejaram a algemação é o
grande diferencial que a Súmula traz para a prática policial e decorrerá de três
situações específicas:
a) resistência do preso à ação policial;
b) fundado receio de que o preso possa empreender fuga;
c) comportamento do preso que ofereça risco à integridade física do
policial militar, de terceiros ou para si mesmo.
O quadro a seguir apresenta um rol exemplificativo de situações e
informações complementares que possam ser inseridas no Boletim de Ocorrência
para se justificar o uso de algemas:
SUGESTÃO DE JUSTIFICATIVA
O preso resistiu à ação policial, durante a intervenção.
Foi necessário o uso de algemas para contê-lo;
O preso com sintomas de embriaguez ou sob efeito de
RESISTÊNCIA
substâncias entorpecentes, demonstrou indignação ou
resistência à prisão, investindo contra a guarnição (chutes,
socos, pontapés, cuspiu no policial, empurrões e outros).
Há caso de tentativa de fuga nos registros policiais do
preso;
Trata-se de preso foragido;
No momento da prisão, o preso tentou fugir do local,
RECEIO DE FUGA
sendo necessário persegui-lo;
Trata-se de cidadão considerado de alta periculosidade,
pelo envolvimento com quadrilhas/bandos;
O preso possui grande número de registros policiais e
processos judiciais em andamento.
Situação verificada em razão da possibilidade do preso ser
PERIGO À
agredido pela vítima e seus familiares ou por populares;
INTEGRIDADE
Situação verificada por meio do comportamento agressivo
FÍSICA DO PRESO
do preso (autolesão, possibilidade de quedas, fraturas);
Situação verificada em razão do comportamento agressivo
do preso em relação aos policiais militares;
Houve necessidade de conduzir o preso algemado, em
razão da viatura não possuir compartimento fechado
PERIGO À (xadrez), e havia possibilidade de fuga e/ou necessidade
INTEGRIDADE de segurança no transporte;
FÍSICA DO Existe histórico de agressões perpetradas pelo preso;
POLICIAL MILITAR O preso apresentava sintomas de embriaguez e
OU DE comportamento agressivo; parecia estar sob efeito de
TERCEIROS substâncias entorpecentes ou análogas;
Trata-se de cidadão considerado de alta periculosidade,
em virtude de registros policiais com emprego de violência;
A agressividade do preso foi demonstrada na execução do
fato suspeito.
6.2 ALGEMAÇÃO EM PÉ
Descrição do procedimento:
1ª Forma de CONDUÇÃO:
Com a mão forte, o policial irá segurar a algema com punho voltado
para as costas e entre os antebraços do suspeito. Com a mão fraca, fazer uma
“pinça” e segurar energicamente o cotovelo do suspeito que fica ao mesmo lado da
mão fraca do policial;
REFERÊNCIAS