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Autoria:
Capitão-Tenente (Intendente da Marinha) Luiz Henrique Ferreira da Costa
Capitão de Mar e Guerra (RM1 - Intendente da Marinha) Jean-Marc Costa
Capitão de Corveta (Intendente da Marinha) Thiago Fernandes Lima

IMPLEMENTAÇÃO DO APOIO
LOGÍSTICO INTEGRADO EM
COMPRAS DE OPORTUNIDADE:
ESTUDO DE CASO DA
AQUISIÇÃO DO NAVIO DOCA
MULTIPROPÓSITO (NDM) “BAHIA”
Resumo: Este estudo buscou analisar a implementação do Apoio Logístico Integrado (ALI) dos novos meios operativos adquiridos em compras
de oportunidade, visando aumentar a disponibilidade do meio e reduzir o custo de manutenção. Para atingir esse propósito, foi verificada a
qualidade das informações necessária; e, se houve, no contrato de aquisição, as cláusulas referentes às listas que compõem o Apoio Logístico,
verificando ainda, se estas foram cumpridas. Ao final da análise, o presente trabalho também sugere melhorias nos processos de obtenção para
futuras compras de oportunidade.
Palavras-chave: Implementação. Apoio Logístico Integrado. Compras de oportunidade. Disponibilidade, custo de manutenção.

1 INTRODUÇÃO precisa de Meios Navais confiáveis a fim de


melhor cumprir sua missão.
A Marinha do Brasil (MB), conforme pre-
O Livro Branco de Defesa Nacional, apro-
visto em seu sítio eletrônico, tem como missão
vado em dezembro de 2012, prevê, dentre
“Preparar e empregar o Poder Naval, a fim outras metas, que a MB deve renovar a frota
de contribuir para a Defesa da Pátria”, e de superfície prioritariamente pela construção,
visão de futuro como “...ser uma Força mo- no Brasil. Nesse contexto, a MB planeja a:
derna, equilibrada e balanceada, e deverá [...] substituição gradual das plataformas de
dispor de meios compatíveis com a inserção combate navais, aeronavais e de fuzileiros
político-estratégica de nosso País no cenário navais, que têm prazo para ser desativadas
internacional e, em sintonia com os anseios em função do desgaste e do limite de re-
da sociedade brasileira...”, para isso a MB sistência dos meios. O limite dos ciclos de

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vida dos materiais já está estabelecido, a necessidade do meio; e identificar oportu-
o que torna o cumprimento do programa nidades de melhoria para futuras compras de
essencial. Trata-se da ampliação da capa- oportunidade.
cidade operacional da Marinha brasileira. No que tange à estruturação do artigo, o
(BRASIL, 2012, p.195). mesmo inicia-se por esta introdução e segue
Segundo a publicação EMA-420 - Normas com os referenciais teóricos, onde serão apre-
para Logística de Material (BRASIL, 2002) sentados os principais conceitos da Logística,
existem três formas de obtenção de meios. do Apoio Logístico Integrado, as formas de
Por construção, na qual se pode desenvolver obtenção de um meio, a Análise do Apoio
o projeto ou comprar um pronto e, a partir Logístico e do ALI em compras de oportunida-
deste, construir o Navio; por conversão, na de. Esses conceitos são importantes para ser-
qual se tem como pré-requisito a disponibili- virem de arcabouço teórico para a aplicação
dade de um navio, que poderá ter sido ad- da metodologia e análise de dados.
quirido com esse fim ou já estar anteriormente Na seção seguinte, será apresentada a
disponível na Força; ou por aquisição, sendo metodologia aplicada ao estudo e as técnicas
a forma mais comum a compra de oportuni- de pesquisa empregadas. A seção posterior
dade, por ser uma solução imediata para a apresenta os dados colhidos e é feito o trata-
necessidade da MB. Este trabalho teve como mento dos dados, a fim de atingir os objetivos
foco a compra de oportunidade, analisando propostos. Por fim, na última seção, serão
os pontos positivos e negativos atrelados a apresentadas as conclusões finais do autor.
esta forma de aquisição no que tange a im-
plementação do ALI. 2 REFERENCIAL TEÓRICO
Sabendo que, de acordo com a publi- O referencial teórico tem por objetivo trazer
cação DGMM-0130 - Manual do Apoio conceitos que possam subsidiar as análises
logístico Integrado (BRASIL, 2013), o ALI tem dos dados coletados durante a pesquisa. Nas
o propósito de compatibilizar o máximo de seções serão abordados conceitos relaciona-
disponibilidade com o mínimo de custos de dos à Logística, ao Apoio Logístico Integrado,
operação e manutenção do novo item, me- ao Plano de Apoio Logístico Integrado, à
diante a abordagem do aspecto logístico. O Análise do Apoio Logístico e ao ALI em com-
processo de obtenção por oportunidade, por pras de oportunidade.
ser mais expedita, pode ocasionar a não im-
plementação adequada do ALI. 2.1 Logística e Funções Logísticas
Este trabalho realizou uma análise da O termo logística admite várias defini-
aquisição por oportunidade do Navio Doca ções, as quais dependem do contexto e da
Multipropósito (NDM) Bahia, tendo como ob- aplicação. Segundo o Concil of Supply
jetivo geral identificar as dificuldades para a Chain Management Professionals (1995), a
implementação do seu Apoio Logístico. Como logística pode ser definida como o processo
objetivos específicos, verificar se o proces- de planejar, implementar e controlar o fluxo
so de aquisição ocorreu de acordo com as e o armazenamento, eficiente e capaz em
normas da MB; se os documentos fornecidos termos de custos, de matérias-primas, estoque
pela Marinha francesa estão de acordo com em processo, produtos acabados e as infor-
o Ajuste Técnico (AT); e finalmente se o ALI foi mações correlatas, desde o ponto de origem
implementado. Analisar se os requisitos de até o ponto de consumo, com o propósito de
apoio estão estruturados e prontos pra atender obedecer às exigências dos clientes.

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Em consonância, Ballou (2006) define a necessidades das forças navais”. (BRASIL,


logística como todas as atividades de movi- 2003, p. 1-3).
mentação e armazenagem, visando facilitar o Apesar da crescente tendência de desen-
fluxo de produtos desde a compra de maté- volvimento de trabalhos, os quais apresentam
ria-prima até ao consumidor final, assim como a logística de forma integrada, observando
dos fluxos de informação, com o propósito de os seus processos e não as áreas da logística
providenciar níveis de serviço adequados aos separadamente, é importante a observação
clientes a um custo razoável. e o estudo das funções ou atividades típicas
Já Jones (2006), traz uma nova visão para da logística de forma diferenciada. Desta
logística, definindo-a como a ciência aplica- forma, de acordo com a publicação Manual
da, para definir sistemas apoiáveis, planejar de Logística da Marinha (EMA-400), as fun-
e implementar a obtenção e emprego dos ções logísticas são: a) Recursos Humanos;
recursos, onde existem três fases básicas, b) Saúde; c) Suprimento; d) Manutenção; e)
ou estágios, na aplicação da logística a um Engenharia; f) Transporte e g) Salvamento.
determinado item de equipamento: desenvol-
vimento dos requisitos funcionais, identificação 2.2 Apoio Logístico Integrado (ALI)
dos requisitos físicos (definições) e utilização. Inicialmente, a logística focava em atender
No campo militar, por exemplo, o as necessidades que surgissem por parte do
Ministério da Defesa define logística em sua usuário, ou seja, a partir da avaria no equi-
Doutrina de Logística Militar, em seu item 1.1, pamento ou mau funcionamento. De acordo
como “o conjunto de atividades relativas à com Jones (2006), a partir da II Guerra
previsão e à provisão dos recursos e dos ser- Mundial (1939-1945) essa interpretação co-
viços necessários à execução das missões das meçou a ser alterada. Com o desenvolvimen-
Forças Armadas” (BRASIL, 2002, p. 15). to das tecnologias, que eram incorporadas
Trazendo para o âmbito da MB, através aos meios e sistemas militares, equipamentos
do contido na publicação EMA-400, no item eram produzidos e enviados diretamente ao
1.2, que trata sobre o ALI dentro da institui- combate com testes insuficientes, com isso
ção, verificamos a definição a seguir: muitos experimentos incorreram em falhas.
Logística é a componente da arte da Ainda segundo o autor, não havia peças de
guerra que tem como propósito obter e reposição, a documentação era inapropria-
distribuir às Forças Armadas os recur- da e inexistiam ferramentas e conhecimentos
sos de pessoal, material e serviços em suficientes dos operadores.
quantidade, qualidade, momento e lugar Segundo De Farias (2012), até meados da
por elas determinados, satisfazendo as década de 80, o ALI não dispunha de uma
necessidades na preparação e na exe- metodologia que proporcionasse a incorpora-
cução de suas operações exigidas pela ção dos requisitos logísticos na fase de con-
guerra. (BRASIL, 2003, p. 1-3). cepção dos projetos. Assim, as atividades de
O Manual de Logística da Marinha ALI focavam apenas o desenvolvimento da in-
(EMA–400), no item 1.2, ainda, devido à fraestrutura de apoio logístico para um projeto
peculiaridade em cada Força, define logística já prontificado. O desenvolvimento do ALI só
naval como: “O ramo da logística militar con- foi possível com a implantação da Análise de
cernente aos meios, efetivos e organizações Apoio Logístico (AAL). O AAL, de acordo com
de comando, controle, comunicações e apoio Galloway (1996), envolve a produção de
empregados pela Marinha para atender às uma base de dados que suportará processos

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analíticos voltados a três aspectos principais: meio ou sistema, desde sua concepção e ao
o planejamento da manutenção; as interfaces longo de sua vida útil, compatibilizando o
do projeto, com foco no relacionamento entre máximo de disponibilidade com o mínimo de
os parâmetros de projeto (confiabilidade e custos de operação e manutenção, mediante
manutenabilidade) e a definição dos recur- a abordagem dos aspectos logísticos desde o
sos de apoio logístico; e a padronização e início do processo de obtenção.
a interoperabilidade de sistemas, visando a Releva mencionar que o Sistema de Apoio
redução de custos e ao aumento da disponibi- a um sistema/meio deve estar prontificado,
lidade dos mesmos. antes de o meio entrar em efetiva operação.
A efetividade da implementação do ALI Assim, é de vital importância que todas as
repercute na qualidade da gestão logística. informações necessárias à implantação desse
Amparamos essa proposição afirmando que Sistema de Apoio sejam obtidas em tempo
o ALI decorre de toda a orientação estraté- hábil para que se consiga prontificá-lo.
gica e operacional, para a implantação do
apoio logístico adequado aos meios da MB, 2.3 Metas do ALI e Custos Durante o
ao longo de todo o ciclo de vida projetado Ciclo de Vida
ou sistema produzido, com a finalidade de Segundo a DGMM-0130, as metas princi-
reduzir o custo de manutenção e aumentar a pais a serem atingidas pelo ALI são:
disponibilidade. • Influenciar o projeto de engenharia tão
Balancear os requisitos operacionais e os cedo quanto possível, nos aspectos referen-
requisitos de apoio é uma difícil arte, na qual tes ao apoio logístico, considerando todo
o fator custo é a variável de equilíbrio. A MB o ciclo de vida do sistema;
tem ampla autonomia no que se refere à defi- • Quantificar e qualificar os recursos necessá-
nição dessas exigências dos sistemas. O fator rios ao apoio logístico pretendido;
custo, contudo, foge à competência exclusiva • Estruturar o sistema de apoio ao novo siste-
da instituição e depende do poder político. É ma, de modo a garantir que todos os recur-
nesse aspecto que observa-se a contribuição sos necessários ao apoio logístico estejam
estratégica do ALI como ferramenta indispen- disponíveis no início de sua operação; e
sável à produção de soluções que satisfaçam • Estabelecer uma metodologia de monitora-
às demandas operacionais e sejam financeira- ção e controle do desempenho do sistema
mente suportáveis, logisticamente adequadas de apoio, ao longo do seu emprego, em
e tecnicamente justificáveis. particular dos custos de manutenção, os
Segundo Jones (2006), ALI é a gerência quais deverão ser comparados com os pre-
unificada e normatizada das disciplinas técni- vistos por ocasião do desenvolvimento do
cas logísticas para o planejamento e desenvol- projeto. O sistema a ser implantado deverá
vimento do apoio às forças militares. Em geral, possibilitar a sua contínua realimentação,
isto significa que o ALI é a organização ge- causada por quaisquer alterações, com re-
rencial que planeja e dirige as atividades de lação às inicialmente previstas, sejam moti-
muitas disciplinas técnicas associadas com a vadas pela execução das ações de apoio
identificação e o desenvolvimento de requisitos logístico, sejam oriundas de alteração na
de apoio logístico para os sistemas militares. configuração do sistema, a fim de manter
Segundo DGMM-0130 (BRASIL, 2013), o o PALI atualizado. (BRASIL, 2013, p 1-7).
processo de ALI visa a planejar e orientar a Nas compras de oportunidade, o ALI parti-
implementação do apoio logístico a um novo cipa das fases de obtenção dos novos meios

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considerando os aspectos logísticos e anali- por oportunidade, uma vez que o Navio
sando os custos totais ao longo de seu ciclo estudado por este trabalho foi adquirido
de vida. Por se tratar de aquisição por opor- desta maneira.
tunidade, onde o Navio já está pronto, não é Segundo Jones (2006), os processos de
possível influenciar no projeto, o ALI deve fo- obtenção de equipamentos e sistemas comple-
car nas segunda e terceira metas, abordadas xos envolvem o desenvolvimento de atividades
acima, para garantir que esteja estruturado e sequencialmente distribuídas ao longo de três
disponível no início de operação. fases. A primeira fase é a pré-obtenção, na
Os custos durante o ciclo de vida de um qual ocorre o detalhamento da necessidade
sistema vão muito além do custo de aquisição. e o levantamento das alternativas para aten-
Segundo a publicação DGMM-0130 (BRASIL, dê-la; a segunda é a obtenção, na qual a
2013), a figura abaixo ilustra a participação alternativa mais aceitável é selecionada e se
dos diversos custos durante o ciclo de vida procede à aquisição; e a terceira é a susten-
s acima, para garantir que esteja estruturado
dos navios, onde pode ser observado que e disponível no
tação,início de à operação e ao apoio do
relativa
. sistema ou equipamento obtido.
aqueles associados à operação e à manuten-
s custos durante o ciclo de vida de um sistema vão muito além do custo de
A publicação EMA-420 (BRASIL, 2002, p.
. Segundo a ção ficam normalmente
publicação DGMM-0130 ocultos no processo
(BRASIL, 2013), de
a figura abaixo ilustra
obtenção,
pação dos diversos custosembora
duranterepresentem
o ciclo de uma
vida parcela 1-3),pode
dos navios, onde item ser
1.5.2, estabelece que a obtenção
o que aqueles maior associados
no “iceberg à operação e à manutenção ficam de
de custos”. meios “poderá ocorrer por construção, con-
normalmente
o processo de obtenção, embora representem uma parcela maior no “iceberg
versão ou de
aquisição, tendo como propósito
suprir as necessidades militares decorrentes do
Figura 1 - Representação
Figura 1 Representação dos de
dos custos do Ciclo custos
Vida do SistemaPlano Estratégico da Marinha (PEM)”.
do Ciclo de Vida do Sistema
A obtenção por aquisição, será o foco
deste trabalho, na sua modalidade de aqui-
sição por oportunidade. Esta forma de aqui-
sição visa obter uma solução imediata para
uma necessidade da MB. Segundo Moreira
(2002), se, por um lado, a obtenção por
oportunidade é, normalmente, efetuada por
um valor bastante inferior à construção de um
novo meio, por outro apresenta uma série de
inconvenientes, a saber:
a) elevado custo de posse e baixa disponibi-
lidade, uma vez que, muitas das vezes, o
vendedor está se desfazendo de um meio
Fonte: DGMM-0130,
Fonte: DGMM-0130, 2013.
2013. que já se encontra no final de sua vida útil,
e os sistemas/equipamentos encontram-se
as Formas de Aquisição de Meios descontinuados pelos seus fabricantes,
2.4 O ALI e as Formas de Aquisição sendo seus sobressalentes de difícil e cara
co destina-sede a apresentar
Meios como o ALI influencia nas mais variadas obtenção; formas de
meios navais, as quais são amplamente utilizadas no âmbito da MB, sendo
Este tópico destina-se a apresentar como
e especial, às aquisições por oportunidade, uma vez que o Navio b) dificuldade de manutenção, devido à ob-
estudado por
o ALI influencia
foi adquirido desta maneira. nas mais variadas formas solescência dos sistemas/equipamentos,
de aquisição
Jones (2006), os processos de meios navais, asde
de obtenção quais são
equipamentos einexistência
sistemas de Apoio Logístico Integrado
nvolvem o desenvolvimento
amplamente utilizadas de atividades sequencialmente
no âmbito da MB, distribuídas ao de padronização com os de-
(ALI) e falta
s fases. A primeira fase é a pré-obtenção,
sendo dado enfoque especial, às aquisiçõesna qual ocorre o detalhamento da
mais meios existentes;
e o levantamento das alternativas para atendê-la; a segunda é a obtenção, na
ativa mais aceitável é selecionada e se procede à aquisição; e a terceira é a
elativa à operação e ao apoio do sistema ou equipamento obtido.
ação EMA-420 32 (BRASIL, 2002, p. 1-3), item 1.5.2, estabelece que a obtenção
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oderá ocorrer por construção, conversão ou aquisição, tendo como propósito
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c) dificuldades no adestramento e operação por conversão ou construção. Este processo
devidos à falta de padronização com ou- devido às suas peculiaridades, e total impos-
tros meios existentes; e sibilidade de alteração do projeto, possui ca-
d) desestímulo à indústria de defesa nacional. racterísticas bem distintas das demais formas
A obtenção por conversão tem como pré- que serão vistas posteriormente.
-requisito a disponibilidade de um meio, que
poderá ter sido adquirido com esse fim ou 2.5 Análise do Apoio Logístico (AAL)
já estar anteriormente disponível na Força. e Registro da Análise de Apoio
A conversão tem como objetivo modificar
Logístico (RAAL)
o sistema com a finalidade de atender aos
O AAL, segundo a DGMM-0130, em seu
quesitos necessários para o cumprimento da
nova missão. Normalmente é executada num item 3.1, é um processo destinado a coorde-
prazo de tempo mais curto do que a constru- nar as atividades de planejamento do apoio
ção, porém apresenta um elevado risco de logístico de um item, de modo a obter o me-
não atender às premissas exigidas. Esse risco lhor pacote de apoio logístico possível, tendo
será tanto maior quanto mais rigorosos forem como principais objetivos:
os requisitos. • fazer com que as considerações de apoio
A construção pode ser efetuada a partir de logístico influenciem o projeto;
um projeto pronto, muitas vezes adquirido no • identificar os problemas de apoio e os ele-
exterior, ou utilizando um desenvolvido a par- mentos formadores de custos, o mais cedo
tir dos requisitos estabelecidos para o meio. possível;
Segundo a MATERIALMARINST 33-01
• desenvolver os requisitos de apoio logístico
(BRASIL,2010), a execução do ALI para meios,
para a vida do sistema; e
sistemas e equipamentos a serem adquiridos
• Registrar os resultados da análise no banco
depende do tipo de processo de obtenção,
de dados do SISALI. (BRASIL, 2013, p. 3-1).
conversão ou modernização. Distinguem-se
quatro tipos, conforme a Tabela 1. Segundo Jones (2006), a implantação e
A MB, através de sua publicação EMA- a implementação do programa de análise de
420 (BRASIL,2002) define compra de oportu- apoio logístico é um requisito estabelecido
nidade como a que visa obter uma solução nos contratos governamentais para o proje-
imediata para uma necessidade planejada, to e desenvolvimento de sistemas e outros
quando a conjuntura não permitir a obtenção equipamentos.

Tabela 1 - Aplicabilidade do ALI nos processos de obtenção da MB


TIPO DE OBTENÇÃO APLICABILIDADE DO ALI
Meios e sistemas a serem projetados e construídos. Influencia diretamente o projeto.
Meios e sistemas a serem construídos, a partir de um Apenas influencia a identificação dos recursos
projeto disponível. necessários de apoio logístico.
Apenas orienta as exigências, junto ao vendedor, de
Meios e sistemas por oportunidade.
documentação necessária à implantação do apoio logístico.

Equipamentos comerciais prontos (COTS). Influencia a seleção do material e identifica os


recursos necessários ao apoio logístico.
Fonte: MATERIALMARINST 33-01, 2010.

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Segundo a DGMM-0130 (BRASIL, 2013), são oriundos, basicamente, de duas tarefas:


em seu item 3.3, as tarefas do AAL podem (1) “Identificação das tarefas de manuten-
ser agrupadas em cinco seções sendo elas: ção” (rotinas de bordo) e (2) “Análise das
(1) planejamento e controle do programa, (2) tarefas de manutenção” (executadas pelas
definição da missão e do apoio aos sistemas, OMPS-I).
(3) preparação e avaliação das alternati- Outro resultado do AAL é o Plano de
vas, (4) determinação das necessidades de Apoio Logístico Integrado (PALI) que, segun-
recursos de apoio logístico e (5) avaliação do a publicação MATERIALMARINST, em
quantitativa da suportabilidade, podendo ser seu item 5, “é o plano, formalizado pela
definidas como: Equipe de ALI, com instruções relativas ao
• Planejamento e controle do programa – O planejamento, à coordenação, à implemen-
propósito da seção é prover um método tação e ao acompanhamento do ALI referen-
padronizado de iniciação, controle e ge- te a um determinado projeto de obtenção,
renciamento do programa de AAL; modernização ou conversão de meio.”
• Definição da missão e do apoio aos sis- (BRASIL,2010, p. 15).
temas – Tem como objetivo a analisar a Não é exagero mencionar que a AAL é
missão e quantificar os objetivos do apoio a alma do ALI. É de onde surgem todo o
ao novo item, sistema ou meio; complexo de informações necessárias à im-
• Preparação e avaliação das alternativas plantação do adequado Sistema de Apoio a
- O objetivo desta seção é identificar a um Meio/Sistema.
alternativa de apoio que melhor atenda ao
novo projeto; 2.6 Estrutura do Diagrama de Produto
• Determinação das necessidades de recur- Detalhado e Estrutura do Diagrama
sos de apoio logístico - Esta seção consi- Logístico Detalhado
dera a identificação dos recursos de apoio A Estrutura do Diagrama de Produto
logístico, a quantificação do impacto que o Detalhado, do conceito em inglês Product
novo sistema de apoio produzirá sobre os Breakdown Structure (PBS), segundo o Guia
sistemas já existentes e a análise pós-produ- PMBOK (2008), consiste em uma árvore hie-
ção do novo item. rárquica de todas as peças que constituem
• Avaliação quantitativa da suportabilidade o equipamento, ou um entregável do projeto
- é essencial para o desenvolvimento de através de uma relação parte-todo. A PBS é
melhorias no sistema e para o registro de uma ferramenta eficaz que detalha os com-
problemas crônicos de apoio para o uso ponentes físicos de um determinado meio, ou
em programas futuros e consiste em realizar sistema, sob consideração, começando no
testes, verificação e avaliação dos siste- topo com o produto final seguido dos elemen-
mas. (BRASIL, 2013, p. 3-2) tos sub-categorizados do produto.
Como resultado do AAL, obtém-se os Em concordância, Jones (2006) visualiza
Registros da Análise de Apoio Logístico um navio de guerra como um “super- sistema”,
(RAAL), que, segundo DGMM-0130 (BRASIL, formado por equipamentos combinados. Este
2013), é um banco de dados único com autor prevê ainda divisões subsequentes, de
capacidade para processar os dados de maneira a individualizar cada parte, tornando-
maneira uniforme e organizada para identifi- -o mais simples de ser manipulável. As sub-di-
car, desenvolver e controlar os requisitos de visões são: subsistema, conjunto, subconjunto,
apoio logístico. Esses dados para o RAAL grupo, unidade, componente, subcomponente

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e peças. Os conceitos do ALI se associam à disponíveis no início de sua operação”, apon-
teoria do PBS. tando como os principais elementos do ALI:
O conceito de diagrama detalhado tam- o planejamento de manutenção, força de
bém foi associado à logística de manuten- trabalho e pessoal, apoio ao abastecimento,
ção, chamada Logistic Breakdown Structure equipamentos de apoio e teste, treinamentos
(LBS), traduzida para Estrutura do Diagrama e equipamentos para treinamentos, docu-
Logístico Detalhado, e que, segundo Durand mentação técnica, recursos computacionais,
(2001), é a espinha dorsal de todos os da- acondicionamento, manuseio, armazenagem,
dos do apoio logístico. transporte e instalação de apoio.
A intenção principal da LBS é manter uma Corroborando, a MATERIALMARINST 33-
repartição padrão única e utilizável ao longo 01 (BRASIL, 2016), relata que nos casos de
do ciclo de vida útil do meio, incluindo todos aquisições de meios por oportunidade, em
os tipos de manutenção (preventivas, prediti- que não se terá o completo controle do custo
vas ou corretivas), e que ainda seja compatí- ao longo do seu ciclo de vida, e, portanto,
vel com os outros pontos de vista do produto não se aplica o processo de ALI em todos os
(WBS, PBS, FBS, GBS etc.). A quebra da seus aspectos, todo esforço deve ser empreen-
cadeia hierárquica é feita do ponto de vista dido para exigir do fornecedor do meio a
da manutenção, objetivando identificar os documentação completa que permita identifi-
sobressalentes substituíveis, bem como os car e quantificar os recursos de apoio logístico
elementos e serviços de manutenção neces- necessários, adaptando-os, na medida do
sários a cada parte do sistema (CHALAL & possível, à sistemática estabelecida. Esses
ALQUIER, 2003). documentos visam facilitar a implementação
Dentro do conceito de ALI, a PBS e LBS são do ALI ao Navio adquirido, tornando possível
partes integrantes e fundamentais da AAL de identificar os recursos que deverão estar dispo-
um sistema, juntamente com outras entregas, níveis quando for incorporado a MB.
quais sejam o Plano de Manutenção, as Listas A DGMM-0130 (BRASIL, 2013), ainda
de Sobressalentes, as Listas de Consumíveis e reforça que, em compras de oportunidade,
a Lista de Ferramentas. Também fazem parte o Setor do Material, ao longo do processo
da LSA, outras entregas secundárias, como licitatório ou de negociação, constituirá um
dados para documentação, catalogação, grupo de inspeção, contendo um núcleo de
PHS&T (acondicionamento, manuseio, arma- ALI para: avaliar as condições operacionais e
zenagem e transporte), instalações, treinamen- de obsolescência dos sistemas em geral, com
tos e outros conjuntos de dados do sistema. base no histórico de manutenção do meio/
Todas estas entregas ajudam a compor uma sistema/equipamento; verificar a existência
base de dados logísticos (Logistic database) de documentação técnica que permita a im-
necessária ao ALI do sistema. plementação do ALI; analisar o atendimento
aos requisitos estabelecidos pelos RANS, nos
2.7 ALI em Compras de aspectos relativos ao apoio logístico; e estimar
Oportunidade a vida útil remanescente e a possibilidade de
De acordo com a DGMM-0130 (BRASIL, modernização ou conversão. Estas informa-
2013), em seu item 1.2.4, uma das metas do ções serão consolidadas em um Relatório de
ALI é “estruturar o sistema de apoio ao novo Obtenção (RO), que deverá incluir a análise
sistema, de modo a garantir que todos os re- dos riscos associados à implementação do
cursos necessários ao apoio logístico estejam ALI (incluindo a necessidade de investimento

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em infraestrutura para apoio e manutenção e uma Lista de Equipamentos do Meio, com os


a dificuldade de obtenção complementar de correspondentes números de referência.
armas, equipamentos, acessórios, ferramentas
especiais e sobressalentes), custos de aqui- 3 METODOLOGIA
sição e de posse (operação e manutenção),
Segundo GIL (2002), pode-se definir méto-
atendimento aos RANS consolidados, acei-
do como “caminho para se chegar a determi-
tabilidade do investimento e outros aspectos
nado fim”. E método científico como o “con-
julgados pertinentes.
junto de procedimentos intelectuais e técnicos
A DGMM-0130 (BRASIL, 2013), ainda
adotados para se atingir o conhecimento”.
menciona que deve constar no AT uma cláu-
Este trabalho terá a sua metodologia divi-
sula de catalogação, onde solicita todos os
dida em três partes. Na primeira parte será
dados dos itens de sobressalentes, como por
abordada o tipo de pesquisa e como foi rea-
exemplo, denominação, código do fabrican-
lizada. Na segunda parte será exposto como
te, manuais técnicos de reparo e funcionamen-
foram coletados e tratados os dados. Por úl-
to, aplicabilidade do item em equipamentos
timo, serão apresentadas algumas limitações.
de bordo, dentre outras. Está previsto no
mesmo documento a formação de um Grupo 3.1 Tipo de Pesquisa
de Apoio Técnico à Catalogação, com a
Este trabalho se propôs a realizar uma
participação de um Oficial e dois auxiliares,
pesquisa exploratória com abordagem quali-
selecionados pela Central de Operação e tativa, que, como defendido por GIL (2002),
Arquivo (COA) da MB, com experiência em objetiva proporcionar maior familiaridade com
catalogação, com a responsabilidade de um problema; envolve levantamento bibliográ-
realizar todos os procedimentos afetos a ca- fico, realizando entrevistas com pessoas que
talogação de sobressalentes, equipamentos e tiveram experiências práticas com as questões
sistemas de bordo. pesquisadas e análise de exemplos; assume
Por sua vez, a MATERIALMARINST 33-01 em geral a forma de pesquisas bibliográficas,
(BRASIL,2016), aborda Obtenção de Meios documental e estudos de caso.
e Sistemas por Oportunidade, definindo que A pesquisa bibliográfica foi elaborada com
a Diretoria Especializada (DE) contratante de- base em material publicado, como livros, teses,
verá exigir do vendedor todos os documentos normas da Marinha do Brasil bem como ma-
técnicos que possibilitem a identificação dos teriais disponibilizados na internet, referentes
recursos necessários ao apoio logístico e a sua aos temas logística e Apoio Logístico Integrado.
implementação, de acordo com a sistemática Segundo Lakatos e Marconi (2003), a pesqui-
estabelecida. Ainda menciona que, para cada sa bibliográfica tem como finalidade “colocar
equipamento instalado no meio a ser adquiri- o pesquisador em contato direto com tudo o
do, deverão ser fornecidas informações logísti- que foi escrito, dito ou filmado sobre determina-
cas tais como: Lista de Itens por Equipamento; do assunto, inclusive conferencias seguidas de
documentação técnica; equipamentos de debates que tenham sido transcritos por alguma
apoio e teste; facilidades necessárias ao forma, quer publicadas, quer gravadas”.
apoio; qualificações exigidas de operadores Também se encontram presentes caracterís-
e mantenedores; sugestão de sobressalentes, ticas típicas de uma pesquisa documental, que
reparáveis ou não, a serem estocados a bordo segundo Gil (2002), “vale-se de materiais que
e ações de manutenção formalizadas além de não recebem ainda um tratamento analítico,

36 ACANTO EM REVISTA
artigo selecionado
ou que ainda podem ser reelaborados de Em seguida, foi verificado junto ao Arsenal
acordo com os objetos da pesquisa”, citando- de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ) e
-se aqui como exemplos os documentos afetos ao Centro de Manutenção de Sistemas da
a compra de oportunidade (Ajuste Técnico e Marinha (CMS) as dificuldades relacionadas
Relatório Final de Aceitação). à manutenção dos sistemas do Meio, abor-
Outro tipo de pesquisa utilizada foi um dando principalmente os aspectos relativos
estudo de caso realizando uma pesquisa ex- aos requisitos físicos das Organizações, aos
post-facto, que segundo GIL (2002) envolve o equipamentos de apoio e teste, à capacidade
estudo profundo e exaustivo de um ou poucos do pessoal em efetuar reparos nos sistemas e
objetos de maneira que se permita o amplo e à disponibilidade de sobressalentes.
detalhado conhecimento e quando o experi- Com base no estudo de caso, será ela-
mento se realiza depois dos fatos. borada uma comparação dos documentos
solicitados no contrato de aquisição do meio
3.2 Coleta e Tratamento dos Dados e os documentos que as normas listam como
Inicialmente, foram realizadas entrevistas essenciais para implementação do ALI. Em se-
abertas com os setores responsáveis pela aqui- guida serão sugeridas algumas oportunidades
sição de meios na Diretoria Geral de Material de melhorias pela ótica do autor.
da Marinha (DGMM), Diretoria de Engenharia Por fim, a última seção do trabalho visa
Naval (DEN), Diretoria de Abastecimento da apresentar, com base em todo arcabouço teó-
Marinha (DAbM) e militares que compuseram rico e na análise dos dados, algumas consi-
a Equipe de Apoio Logístico Integrado (EALI) e derações atinentes ao assunto e contribuições
receberam o NDM Bahia, buscando coletar desse estudo, além de algumas sugestões
dados da compra de oportunidade do referi- para pesquisas futuras.
do meio naval.
Em seguida, foi realizada uma análise 3.3 Limitações do Estudo
documental dos seguintes documentos: Este trabalho, por se tratar de um estudo de
Relatório de Representante (Realizado pelo caso, tem como principal limitação o tamanho
CT Vinícius Barcelos, num intercâmbio com a da amostra. Uma análise feita nos diversos
Marinha francesa de 27JAN a 26ABR2015), contratos de aquisição realizados pela MB
Termos do contrato do Ajuste Técnico de nos últimos anos seria recomendada para ob-
transferência de propriedade do NDM Bahia, ter informações mais consistentes.
Relatório Final de Aceitação do Meio, e das Como segundo limitador, pode-se observar
normas internas em vigor da MB no que tan- que este trabalho analisou diversos documen-
ge ao processo de obtenção de Meios e ao tos entre Brasil e França com teor reservado,
Apoio Logístico Integrado. portanto, não podendo se valer dos dados
Foi realizado também um questionário com em seu aspecto quantitativo, tratando os da-
os principais Oficiais que trabalham no Navio dos apenas de forma qualitativa. Porém esta
desde o recebimento do mesmo. Tal questioná- limitação não foi restritiva para as conclusões
rio foi elaborado visando identificar possíveis realizadas ao longo do mesmo.
falhas na entrega de documentos contidos no A terceira limitação está relacionada ao
acordo de Ajuste Técnico, as principais difi- tempo que o Navio foi incorporado à MB. O
culdades encontradas quanto à: manutenção, Meio ainda não passou por um grande reparo
aquisição de sobressalentes e operacionaliza- no Brasil, não sendo possível assim efetuar
ção dos equipamentos de bordo. uma análise mais fidedigna do ALI.

ACANTO EM REVISTA 37
artigo selecionado

4 ANÁLISE DOS DADOS ciclo de manutenção e relação de equipamen-


tos inoperantes ou com limitações.
A presente seção se divide em três partes. A
primeira parte visa analisar os termos dos docu- 4.1.2 Ajuste Técnico (AT)
mentos de obtenção do NDM Bahia, no âmbito
No tocante ao tema ALI, o AT de cessão
da implementação do ALI, traçando um compa-
de propriedade do NDM Bahia trata de
rativo com as normas da MB quanto à aquisição
como será realizada a transferência de infor-
por oportunidade, identificando os problemas já
mações e documentos técnicos necessários
ocorridos no período em que o Navio está incor-
para a condução e manutenção do Navio.
porado à MB. A segunda parte visa comparar
As cláusulas são superficiais, tratando ape-
as normas com o que foi observado no estudo
nas de elencar todos os documentos que de-
de caso, analisando os aspectos relevantes e
veriam ser fornecidos pela Marinha Nacional
necessários para que um processo de compra Francesa (MNF), não sendo taxativo quanto
de oportunidade obtenha maiores chances de à transmissão de informações e, em algumas
sucesso quanto à implementação do ALI e, por situações, deixando dúvida de qual docu-
fim, serão elencadas algumas oportunidades de mento o AT estava se referindo.
melhorias sugeridas pelo autor. Em seus anexos, estão contemplados dois
documentos que listam a relação dos itens for-
4.1.1 Estudo de Caso do NDM Bahia
necidos pela parte francesa e da relação de
Neste tópico serão analisados os documentos documentos contratuais, ambos abordando os
que subsidiaram a compra do NDM Bahia, os principais sistemas do meio, os materiais cons-
termos do contrato de transferência de proprie- tantes na dotação do Navio, os itens de sobres-
dade do Meio, o Relatório Final de Aceitação salentes de bordo e de base, os documentos
do Meio e uma análise in loco no meio visando versando sobre as operações e a manutenção,
identificar as dificuldades encontradas. até o grau de manutenção intermediário, equi-
Relatório de Estudo de Exequibilidade (REE) pamentos médicos e odontológicos de bordo,
Devido ao exíguo tempo para ser realizada lista de combustíveis, graxas, lubrificantes e
a compra do meio junto à Marinha francesa, fluidos hidráulicos e facilidades de serviços.
não foi possível elaborar um REE, conforme
prevê as orientações preconizadas pela MB. 4.1.3 Relatório Final de Aceitação
A compra foi subsidiada pelo Relatório de NDM “Bahia”
Representante, no qual um oficial da MB O Relatório Final de Aceitação (RFA) foi divi-
fez uma comissão de intercambio, de JAN a dido em oito capítulos, abordando os principais
ABR de 2015, a bordo do Navio, tendo a aspectos da transferência do NDM “Bahia” à
oportunidade de verificar em loco a condição MB. Este trabalho analisou principalmente os
dos equipamentos e a capacidade opera- dados referentes ao apoio logístico do meio.
tiva. Neste relatório, foram abordadas as O relatório descreve alguns reparos que de-
atividades operativas realizadas no período veriam ser realizados nos anos 2016, 2017
da comissão, verificando o estado de conser- e 2018, separando-os em serviços críticos,
vação e as condições de funcionamento dos a princípio somente realizados pela DCNS
principais sistemas e equipamentos do navio, (atual NAVAL GROUP, grupo industrial francês
principalmente no que se refere à propulsão especializado em defesa naval e energia
e às operações de lastro. Este relatório ainda renovável marinha que é responsável por rea-
contém anexos com os principais dados do lizar a manutenção dos Navios da Marinha

38 ACANTO EM REVISTA
artigo selecionado
francesa) e serviços realizados por empresas existiam a bordo nos paióis e compartimentos
no Brasil (AMRJ, CMS e outras empresas civis). onde o material encontrava-se armazenado.
Após a análise da lista de sobressalentes for-
4.1.3.1 Qualificação do Pessoal da MB
necida pela MNF, não foi possível identificar
Apesar de formalmente cumprido o es-
se os sobressalentes transferidos seriam de
tabelecido no AT, a formação da tripulação
bordo ou de base, bem como identificar na
não foi satisfatória, devido à ausência e in-
totalidade, em qual equipamento ou sistema
disponibilidade de militares mais antigos da
seriam empregados. A falta de uma relação
Marinha francesa e com grande conhecimento
definitiva e antecipada dos equipamentos,
para apresentação dos principais sistemas
sobressalentes e manuais que ficariam no
do Navio. Houve exemplos de equipamen-
navio dificultou a verificação do recebimento
tos em que não havia militares franceses
e a catalogação destes itens, uma vez que
com conhecimento suficiente para explicar o
nem sempre os militares franceses estavam
funcionamento.
dispostos a fornecer informações sobre tarefas
4.1.3.2 Documentação Técnica não definidas formalmente nos documentos da
Em relação à documentação técnica, to- transferência.
dos os manuais, diagramas, planos e fichas
4.1.3.4 Manutenção de Sistemas/
de manutenção referentes aos sistemas e Equipamentos
equipamentos, para a condução e manuten-
Os principais óbices encontrados para
ção do meio, foram repassadas para a MB,
realização dos serviços de manutenção do
no momento da entrega definitiva do navio,
navio são, até o presente momento, a falta de
porém, apesar de previsto o fornecimento de
manuais técnicos de segundo e terceiro esca-
documentação técnica até o nível intermediá-
lão, além das listas de sobressalentes associa-
rio, conhecido na MNF como nível de inter-
dos. Apesar de terem sidos contemplados no
venção técnica NTI-2 (Soutien Intermediaire),
AT, alguns manuais e listas de sobressalentes
foram recebidos 86 manuais de nível inter-
ainda não foram entregues, como o caso dos
mediário, o que não contemplam todos os
manuais dos equipamentos que serão tratados
sistemas e equipamentos do navio. Esta
no próximo tópico.
pendência foi incluída no anexo do Termo de
Recebimento Provisório. 4.1.4 Questionário Respondido
Em complemento aos manuais e documen- pelo Navio e Organizações Militares
tações oficialmente recebidos, foram obtidos Prestadoras de Serviços
informalmente, junto ao pessoal da DCNS,
O questionário foi elaborado abordando
manuais complementares de operação de
as principais dificuldades encontradas pelo
alguns sistemas e um número significativo de
Navio, desde quando foi incorporado à MB
planos estruturais em meio digital, tais docu-
até os dias atuais, observando a capacita-
mentos deveriam ser contemplados no AT.
ção realizada na França pela tripulação, as
4.1.3.3 Suprimentos e Equipamentos de listas de sobressalentes de bordo e de base,
Apoio os manuais e documentos técnicos forneci-
Todos os sobressalentes e ferramentas dos pela MNF e oportunidade de melhorias
especiais referentes ao meio e seus equipa- observadas pelo Navio quanto à compra de
mentos deveriam ter sido entregues pela MNF oportunidade no tocante a implementação do
à MB. Esses itens contemplavam todos os que ALI ao novo Meio.

ACANTO EM REVISTA 39
artigo selecionado

4.1.4.1 Qualificação do Pessoal da MB sobressalentes com itens utilizáveis pelo meio,


A respeito da qualificação, os adestra- estocados nos paióis de sobressalentes e no
mentos realizados durante o recebimento do Hangar de Veículos no navio. Ainda em re-
Navio foram apenas para a preparação da lação aos sobressalentes, foi observado que
tripulação na condução dos equipamentos de a maioria dos sobressalentes não é encon-
bordo. Quanto às manutenções de 1º esca- trada no Brasil, podendo exemplificar o item
lão, não houve um processo de qualificação “SENSOR DA PLATAFORMA ELEVATÓRIA” (PI
para a maioria das rotinas. Alguns reparos BR 3276658 – CODEMP B0078 – CODEQ
que estavam previstos, foram cumpridos ao C52A620057403), adquirido na Bélgica.
longo da transferência do Navio pelos mili- Mesmo com a atuação do SAbM, pode-se
tares da MNF, podendo ser acompanhadas afirmar que, o fato da obtenção de sobres-
pelo grupo de recebimento. salentes depender de aquisição no exterior,
Para melhor subsidiar o Apoio Logístico, reduz a disponibilidade do meio e aumenta o
existe a necessidade de um maior período custo de seu ciclo de vida.
de qualificação, envolvendo não só a tripu- Em relação a carta de lubrificantes do
lação do Navio, mas também com a partici- Navio, a Diretoria de Engenharia Naval
pação de outros setores da Marinha, como conseguiu estabelecê-la para todos os equi-
Organizações Militares Prestadoras de Serviço pamentos. A principal dificuldade foi a iden-
(OMPS), DE e Sistema de Abastecimento da tificação dos lubrificantes e fluidos hidráulicos
Marinha (SAbM). compatíveis (possíveis de serem misturados em
quaisquer proporções), principalmente para
4.1.4.2 Documentação Técnica aqueles equipamentos em que a substituição
Os documentos de manutenção de 2º e total demanda altos custos ou mesmo doca-
3º escalões foram recebidos parcialmente, gem, como o óleo hidráulico do Hélice de
o que tem dificultado a confecção dos docu- Passo Controlado (HPC) e o óleo lubrificante
mentos do Sistema de Manutenção Planejada (OL) das redutoras e Motor de Combustão
do Navio pelas diversas DE. Não houve um Principal (MCP). Com relação à nacionaliza-
processo de qualificação das OMPS para a ção, ainda não foi necessária a aquisição de
manutenção de 2º e 3º escalões, com com- todos os óleos lubrificantes, pelo estoque que
plementação de cursos nos equipamentos foi recebido, de forma que ainda podem ser
específicos do navio. O Navio realizou um identificados OL que tenham que ser importa-
Período de Manutenção na França, porém não dos por ausência no mercado nacional.
foi de caráter geral, principalmente porque o
4.1.4.4 Manutenção de Sistemas/
navio não realizou nenhuma docagem neste
Equipamentos de Apoio
período, virtude o exíguo tempo destinado a
Em contato com o CMS (Organização
mesma, dessa forma, serão complementado
Militar que realiza reparos nos sistemas de
os serviços não executados com a realização
Navegação e de Armas), foi constatado que
de um Período de Docagem para Reparo
além dos manuais dos equipamentos ainda
(PDR) em 2018.
estão em francês, fato que faz ter uma perda
4.1.4.3 Suprimentos de tempo na manutenção do equipamento,
As listas de sobressalentes (bordo e base) alguns manuais dos equipamentos, como
não foram entregues de acordo com o AT, por exemplo do Hodômetro e Watimetro,
sendo entregue apenas uma relação de não foram entregues pela MNF, tornando

40 ACANTO EM REVISTA
artigo selecionado
a manutenção do equipamento difícil de ser estabelecido nos RANS e o fluxo de desem-
executada. Os mantenedores não fizeram bolso com o apoio logístico ao longo do ciclo
os devidos cursos, os quais os tornariam de vida do meio/sistema, associados a cada
capazes de realizar manutenção de 2º e 3º uma das alternativas estudadas.
escalões. Outro problema constatado, foi a De acordo com a DGMM-0130
não transferência de alguns equipamentos de (BRASIL,2013), deve-se ter uma cláusula de
apoio, como por exemplo do equipamento catalogação no AT e formar um Grupo de
Miliwatímetro, fazendo com que não seja sen- Apoio Técnico à Catalogação. Porém, ne-
do possível aferir o equipamento. nhum desses itens foi observado, apenas cons-
Foi realizado um estudo pelas DE com- tava no AT que as listas de sobressalentes que
petentes e as mesmas identificaram alguns deviam ser identificados por NNO (número
sistemas obsoletos. O CMS ficou encarregado de nomenclatura Organização do Tratado do
de efetuar substituição de alguns sistemas do Atlântico Norte - OTAN).
Navio, dentre os sistemas substituídos pode- Em concordância com a DGMM-0130,
mos citar como exemplo: Radar FT-250, an- o RFA abordou os aspectos que deveriam
tena KU-BAND para recepção de TV, Estação ser apresentados, analisou os riscos associa-
móvel Banda X, Transceptor HFSSB-RT 9000- dos à implementação do ALI (necessidade
E, M7X VHF/UHF Transceiver e Cripto Vox - de investimento em infraestrutura para apoio
Criptofone - VCR M10. e manutenção e a dificuldade de obtenção
Já o AMRJ (OMPS que realiza reparos complementar de armas, equipamentos, aces-
no sistema de propulsão e na estrutura do sórios, ferramentas especiais e sobressalentes),
Navio), foi observado que os militares e custos de aquisição e de posse (operação e
civis desta instituição tem a capacidade de manutenção), atendimento aos RANS con-
realizar a manutenção do meio mas devido a solidados, aceitabilidade do investimento e
dificuldade de adquirir sobressalentes ainda outros aspectos julgados pertinentes.
não foi realizado nenhum reparo de grande
monta. Foram abertos projetos para Inspeção 4.3 Oportunidades de melhorias
e revisão das linhas de eixo, dos Hélices de Analisando os dados acima apresentados,
Passo Controlado e da engrenagem redutora, foram observadas algumas possibilidades de
mas todos estão em fase de aquisição de melhorias.
sobressalente. i) Conforme citado anteriormente, tanto o
EMA-420 quanto a DGMM-0130, orienta
4.2 Comparação das Normas com o o que deve ser feito em uma compra de
Estudo de Caso oportunidade, sem contudo estabelecer uma
O Relatório de representação, que serviu metodologia para se alcançar o resultado
de base como REE, apresentou a configu- pretendido. É importante que sejam criados
ração do meio, atendendo às necessidades processos bem definidos, com listas de ve-
da MB expressas nos Requisitos de Estado rificação detalhadas, contendo o “modus
Maior (REM) e Requisitos Ade Alto Nível operandi”de como o Grupo de Inspeção
de Sistemas (RANS)1, porém, segundo a deve atuar.
MATERIALMARINST 33-01 (BRASIL,2016), Como melhoria, este autor acredita
o REE também devem abordar as exigências que, um “Manual de Apoio Logístico para
para o ALI, a previsão do custo ao longo do aquisições de Meios por Oportunidade”,
ciclo de vida relativo ao perfil operacional poderia suprir essa necessidade e agilizaria

ACANTO EM REVISTA 41
artigo selecionado

a implementação do ALI ao novo meio. Tal entende-se que uma formação de equi-
manual, desenvolvido pelo Núcleo de Apoio pe fixa de ALI na Diretoria de Gestão
Logístico Integrado da Marinha (NALIM), de Programas Estratégicos da Marinha
poderia também contemplar todos os proce- (DGePEM), inserida no setor responsável
dimentos a serem adotados antes da compra, pela Gestão do Ciclo de Vida do Meio,
documentos solicitados, estabelecimento contribuiria para uma maior interação com
dos requisitos mínimos para recebimento do as atividades do ALI, o que agilizaria a im-
Navio. plementação do mesmo e, sem dúvida, por
ii) Como vimos anteriormente, a Análise se tornar uma equipe fixa, o conhecimento
de Apoio Logístico pode ser considera- solidificado em uma aquisição serviria de
da a “alma” dos estudos de ALI que vão experiências para ser utilizada em futuras
proporcionar o estabelecimento da ade- compras de oportunidade.
quada estrutura de Apoio Logístico ao v) Em relação ao adestramento da tripula-
meio/sistema. Podemos também dizer, ção, é recomendável, que em outros rece-
como vimos, que a AAL é realizada com bimentos, seja previsto no AT de formação
a definição da PBS/LBS do meio. Numa uma programação de adestramentos com
Compra de Oportunidade, não existe AAL, planejamento, qualificação mínima dos
mas, em algum momento ela foi realizada instrutores, fornecimento de material didático
e é FUNDAMENTAL que a Estrutura de e contratação de tradutores. Em relação às
Desmembramento do Meio, em Sistemas, possibilidades de realização de cursos pro-
Subsistemas, Instalações, Equipamentos e vidos pelos fabricantes e representantes dos
suas partes, juntamente com a informação equipamentos existentes a bordo. Além da
de todos os recursos logísticos associados participação das OMPS nos adestramentos
a essa estrutura (manuais, sobressalentes, afetos aos reparos de 2º e 3º escalões.
ferramentas especiais, etc) sejam parte das vi) Foi identificado ainda que as OMPS
entregas do Vendedor do Meio. não possuem todos os equipamentos de
iii) De acordo como constatado no estudo apoio e teste, não sendo possível realizar
de caso, a MB não adquiriu a dotação manutenção de 2º e 3º escalões. Propõe-
inicial, apenas foram adquiridos os sobres- se que sejam adquiridos os equipamentos
salentes que vieram com o Navio em seus de apoio e teste contidos na lista fornecida
paióis. Como melhoria, sugere-se que a MB pela Marinha que vendeu o meio, de forma
aloque recursos para a formação de um que as OMPS consigam realizar reparos
“pool” mínimo de sobressalentes e para a quando necessário.
aquisição, no país da obtenção, de itens de
elevado volume e de baixo valor agregado,
bem como de itens de baixa complexidade,
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
a fim de reduzir gastos com tráfego de car- Este estudo se propôs a atingir seu objetivo
ga e excessivo gasto de mão de obra. por meio de resposta ao seguinte problema
iv) Foi observado, que na composição do de pesquisa: Quais as dificuldades enfren-
EALI, as DE indicam militares para formar tadas na implementação do Apoio Logístico
tal equipe, mas estes não ficam somente Integrado (ALI) nos meios adquiridos em com-
pelo ALI, continuando com as suas ativi- pra de oportunidade pela MB?
dades rotineiras, tornando aquela tarefa Para tal, foi necessário iniciar o estudo
uma atividade colateral. Como sugestão, traçando uma breve revisão da literatura,

42 ACANTO EM REVISTA
artigo selecionado
que pudesse, de forma sucinta, explicitar as de oportunidade pela MB, ainda que, por
peculiaridades do tema em questão, forman- se tratar de um assunto muito extenso, não
do a base para entendimento dos demais é exaustivo. Propõe-se como estudos futuros
aspectos abordados. a serem realizados: (i) uma análise em mais
O ALI é uma abordagem logística relati- casos de obtenção por oportunidade na MB
vamente moderna, que provou ser, talvez, a nos últimos anos, aumentando a amostra,
ferramenta mais importante no planejamento sendo possível obter informações mais consis-
logístico para apoio a novos meios e sistemas tentes; (ii) a identificação dos processos que
militares complexos. A evolução da ferramenta devem ocorrer antes de uma aquisição por
proporcionou a obtenção de soluções ade- oportunidade; (iii) identificação de método
quadas e logisticamente sustentáveis, concebi- matemático adequado para estipular as Listas
das para se estender por toda a vida útil dos de dotação de base e de bordo.
sistemas projetados. O objetivo principal foi atingido, pois
Na MB, em que pese o histórico de obten- foram identificadas as dificuldades da imple-
ções conduzidas pela instituição, a abordagem mentação do ALI, além de terem sido abor-
do assunto ainda é limitada, demandando um dados outros assuntos em tela. Os objetivos
maior detalhamento dos processos que compõe específicos também foram alcançados, sendo
as suas fases, desde a concepção até a ope- verificado se o processo de aquisição ocorreu
ração do meio, o que faz, por muitas vezes, de acordo com as normas da MB, analisan-
que o Apoio Logístico não esteja pronto antes do os documentos fornecidos pela Marinha
de o Navio entrar em operação. Nas compras francesa, e se estes estavam de acordo com
de oportunidade, que é o foco principal deste o Ajuste Técnico. Da mesma forma, também
trabalho, foi vista a dificuldade de executar o se constatou que o ALI foi realizado, identifi-
ALI, devido aos diversos fatores explanados cando oportunidades de melhoria para futuras
neste artigo, portanto faz-se necessário uma compras de oportunidade.
melhor abordagem pelas DE, visando agilizar Por fim, sem esgotar as inúmeras possi-
sua prontificação para os novos meios da MB. bilidades de estudo na área, esse trabalho
Na implementação do ALI no NDM espera contribuir para o aumento do interesse
Bahia, foram apontados alguns casos que relativo ao tema, buscando estimular o deba-
poderiam ter sido evitados se este fosse de- te e estudo do mesmo; além de poder auxiliar
vidamente realizado antes do meio ter sido a MB a alcançar a eficiência e eficácia nos
incorporado à MB. Problemas desde a falta contratos de obtenção de novos meios.
de sobressalentes (por ter dependência de
compra no exterior) até a falta de adestra- REFERÊNCIAS
mento de pessoal das OMPS (os adestra- BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de su-
primentos: logística empresarial. 5. ed. Porto Alegre:
mentos contratados no AT não contempla- Bookman, 2006.
ram os manutenedores) deveriam ter sidos BRASIL. Diretoria Geral do Material da Marinha.
previstos e analisados no intuito de mitigar DGMM-0130: manual do apoio logístico integrado. Rio
o problema vivido hoje pelo Navio, fazendo de Janeiro, 2013.
com que aumentasse sua disponibilidade e ______. Diretoria-Geral do Material da Marinha.
MATERIALMARINST Nº 33-01: apoio logístico integra-
que diminuísse o custo de manutenção.
do (ALI). Brasília, 2010.
Este trabalho é relevante, contribuindo
______. Estado-Maior da Armada. EMA-400: manu-
para aumentar a eficiência na efetivação al de logística da Marinha. Rev. 2, Mod. 1. Brasília,
do ALI dos meios adquiridos em compra 2003.

ACANTO EM REVISTA 43
artigo selecionado

______. Estado-Maior da Armada. EMA-420: normas GALLOWAY, Iain. Design for support and support the
para logística de material. Rev. 2, Mod. 1. Brasília, design: integrated logistic support: the business case.
2002. Logistics Information Management. v. 9, 1996.
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do Comandante da Marinha. Brasília, DF, 2005. São Paulo: Atlas, 2010.
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Defesa: Paz e Segurança para o Brasil. 2. ed. Brasília, McGraw-Hill: New York, 2006a. 528 p.
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