MINISTÉRIO DA DEFESA

MARINHA DO BRASIL
11/081.9
61001.002229/2021-04

N° 1
Brasília, DF, 17 de janeiro de 2024.

MEMORANDO

Do: Comandante da Marinha

Aos: Chefe do Estado-Maior da Armada
Diretor-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha
Comandante de Operações Navais
Diretor-Geral de Navegação
Diretor-Geral do Pessoal da Marinha
Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais
Secretário-Geral da Marinha
Diretor-Geral do Material da Marinha

Assunto: Revisão da Redução dos efetivos autorizados da Marinha do Brasil

1. O efetivo da Marinha do Brasil (MB) possui um limite estabelecido pela Lei

n° 9.519, de 26 de novembro de 1997, alterada pela Lei n° 12.216, de 11 de março de 2010, em
80.507 militares.

2. Em 2015, a MB havia alcançado um efetivo próximo ao definido em lei, quando

a economia do País entrou em retração, impactando a continuidade dos programas e projetos
em andamento e a manutenção dos meios da Força. A situação à época levou a Força a iniciar
um processo de redução de pessoal, visando à contenção de despesas e, ainda, à preservação
de uma reserva, quantificada em 4.886 militares, destinada à futura ampliação dos recursos
humanos necessários à criação de novas Organizações Militares (OM) e aos programas e
projetos prioritários da Força Naval.

3. Esse processo se traduziu, posteriormente, no Memo n° 2/MB/2017, que

determinou a diminuição dos efetivos da MB em mil militares no ano de 2018 e uma redução
anual, no período de 2019 a 2030, de oitocentos militares, fixando ainda a Força de Trabalho do
CFN em 736 Oficiais e 16.400 Praças.

4. A redução do pessoal da MB voltou a ganhar ênfase durante as negociações

que levaram à aprovação da Lei n° 13.954, de 16 de dezembro de 2019, a qual reestruturou a
carreira militar e dispôs sobre o Sistema de Proteção Social dos Militares das Forças Armadas. O
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trâmite da citada lei foi acompanhado de diversas medidas de economia, dentre as quais se
encontrava a redução de pessoal.

5. Em 2020, a MB realizou uma revisão do processo de redução do efetivo, cujo

resultado se traduziu no Memo n° 4/MB/2021, que manteve a diminuição anual de oitocentos
militares até 2032, determinou o corte de 7.132 cargos nas Tabelas Mestras de Força de
Trabalho (TMFT), estabeleceu parâmetros para o planejamento de pessoal e orientou que se
fizesse uma nova revisão do processo a cada dois anos.

6. Sendo assim, o EMA coordenou, ao longo de 2023, uma apreciação dos

resultados das medidas do Memorando, cujo resultado, apresentado na 61 a reunião do
Conselho de Planejamento de Pessoal (COPLAPE), trouxe fatos e conclusões que devem ser
observados em um novo dimensionamento dos efetivos necessários à MB.

7. Inicialmente, ficou evidenciada a expressiva redução de pessoal alcançada no

período de 2017 a 2023, com reflexos positivos para a eficiência do emprego dos recursos
humanos da força e para o controle das despesas de pessoal.

8. Adicionalmente, foi demonstrada a evolução da MB em diversas vertentes,

nestes oito anos que decorreram desde 2015. Nesse período, a MB atualizou e aprimorou seu
planejamento estratégico, traduzido no PEM-2040; alcançou novos marcos na condução de seus
programas e projetos estratégicos; obteve novas capacidades; e ampliou sua presença e
articulação no território nacional. Como exemplo, pode-se citar a reestruturação de inteiros
setores da Força e a criação de 39 novas OM, das quais 38 já se encontram ativadas.

9. Por fim, o estudo realizado apontou a necessidade de se fazer a correlação da

contração dos recursos humanos com suas consequências à MB, notadamente a aptidão da
Força para a continuidade do cumprimento de suas tarefas, bem como para a manutenção das
capacidades operativas necessárias.

10. Dessa forma, considerando a redução de pessoal já alcançada desde 2015, as

alterações efetuadas na organização da Marinha nos anos recentes, bem como o ambiente
externo presente, é necessário fazer a atualização dos parâmetros que norteiam nosso
planejamento de pessoal, bem como prosseguir em estudos que amparem uma definição
precisa das necessidades da Força, de modo a balizar os próximos ciclos de planejamento.

11. Ante o exposto, em consonância com as propostas apresentadas pelo

COPLAPE, determino ao ODG, aos ODS e demais OM, a(o):
11.1. manutenção da redução em oitocentos militares, para o ano de 2024;
11.2. inclusão, no efetivo autorizado, da reserva de pessoal anteriormente
preservada para a criação de novas OM e para os programas prioritários da MB, resultando em
novo limite de 73.904 militares, de forma a atender a presente demanda de pessoal, fruto da
evolução da MB nos últimos oito anos e evitando que a manutenção da redução da obtenção
de pessoal nos níveis atuais, venha a gerar falta, quantitativa, no atendimento das TMFT em
futuro próximo;

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11.3. limite em um total de 69.576 cargos e incumbências (Número de

Elemento Organizacional - NEO) a serem distribuídos, considerando o limite de efetivo
apresentado no subitem 11.2 acima e as deduções previstas para a Escola Virtual e agregados;
11.4. manutenção da FT de 17.273 militares Fuzileiros Navais, permanecendo a
previsão de adoção de medidas compensatórias para o atendimento dessa demanda;
11.5. continuidade dos estudos para a apresentação de um Plano de Redução
de Cargos e Incumbências, pela DGPM;
11.6. acompanhamento do resultado financeiro das medidas adotadas por
ocasião da aprovação da Lei n° 13.954, de 16 de dezembro de 2019, a cargo da SGM; e
11.7. realização de estudo, sob coordenação do EMA e com base no
Planejamento Estratégico da MB e nos estudos realizados no âmbito do SISFORÇA, que proponha
o dimensionamento dos recursos humanos necessários à Força Naval, com a finalidade de
subsidiar a próxima revisão deste Memorando, em 2025.

MARCOS SAMPAIO OLSEN

Almirante de Esquadra
Comandante da Marinha
RODRIGO LAMOGLIA ARAUJO
Capitão-Tenente (AA)
Encarregado da Divisão de Secretaria e Comunicações
AUTENTICADO DIGITALMENTE
Cópias:
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ASMESG-RIO
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GM-11
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GM-12.1
Arquivo

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