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MINISTÉRIO DA DEFESA

EXÉRCITO BRASILEIRO
COMANDO DE OPERAÇÕES TERRESTRES

DIRETRIZ NORMATIVA PARA A EXECUÇÃO DO ACORDO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA 07/2022 ENTRE


O MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA E O EXÉRCITO BRASILEIRO.
(EB70-D-11.011)

1. FINALIDADE
A presente Diretriz tem por finalidade orientar o planejamento no âmbito dos Comandos Mili-
tares de Área para a execução do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) 07/2022 entre o Ministério
do Trabalho e Previdência e o Exército Brasileiro.

2. REFERÊNCIAS
a. Acordo de Cooperação Técnica 07/2022.
b. Plano Estratégico do Exército (PEEx) 2020-2023.
c. Sistema de Instrução Militar do Exército Brasileiro (SIMEB) 2019.
d. Programa de Instrução Militar (PIM) 2022.

3. INFORMAÇÕES GERAIS
a. No início de 2022, foi celebrado um Acordo de Cooperação Técnica entre o Exército Brasileiro
(EB) e o Ministério do Trabalho e Previdência, com a finalidade de reconhecer e validar determina-
das qualificações militares (QM), ministradas no âmbito da Força Terrestre, para cabos e soldados
do efetivo variável, como curso de qualificação alinhado à ocupação prevista na Classificação Brasi-
leira de Ocupações (CBO).
b. A base para o reconhecimento e a validação pelo MTP das qualificações militares contempla-
das, conforme previsto no Plano de Trabalho do ACT, é a remessa dos Planos de Cursos para aquele
Ministério, os quais são constituídos por um resumo da carga horária de instrução militar geral e
peculiar de cada QM.
c. Encontram-se enquadrados pelo ACT, até a presente data, o reconhecimento e validação da
certificação profissional das seguintes Qualificações Militares do EB, com ocupação análoga na CBO:
- Qualificação Militar 09-51 (Auxiliar de Mecânica Auto) – CBO 9144-05;
- Qualificação Militar 09-47 (Auxiliar de Mecânica Elétrica) – CBO 9531-15;
- Qualificação Militar 10-61 (Cozinheiro) – CBO: 5132-05; e
- Qualificação Militar 10-63 (Garçom e Copeiro) – CBO: 5134-05 / 5134-25.

(Diretriz Normativa do ACT 07/2022 EB70-D-11.011, de 11 FEV 22 ........................................................................ Fl 1/5)


- Qualificação Militar 09-54 (Operador Metalúrgico – Soldador) – CBO: 7243-15
- Qualificação Militar 10-55 (Motorista) – CBO: 7823-05
d. O presente ACT contempla, exclusivamente, os militares que prestam o Serviço Militar Inicial.
Isto se deve ao fato de o Acordo estar calcado na execução do ciclo completo de instrução e ades-
tramento aplicado aos militares do Efetivo Variável (EV), a partir da vigência do presente Instru-
mento (2022). Cabe ressaltar que o ciclo completo de instrução compreende os períodos da Instru-
ção Individual (Básica e de Qualificação) e o período de Adestramento.
e. Nesse contexto, cabe ainda mencionar que especial atenção recai sobre Instrução Individual
de Qualificação, visto que esta guarda íntima analogia à formação profissional das ocupações pre-
vistas na CBO e abarcadas por este ACT.
f. Os benefícios decorrentes deste ACT não alcançam os militares já qualificados em ciclos de
formação anteriores ao ano de instrução 2022, ainda que matriculados nos programas de requalifi-
cação.
g. A execução contempla o fiel cumprimento da carga horária que já se encontra em vigor decor-
rente das atividades de formação dos militares do Efetivo Variável – CFC e CFSd – previstas no PIM
COTER 2022. Não há necessidade de ser elaborado e acrescido qualquer cronograma e quadros de
trabalhos extras.
h. Os Planos de Cursos remetidos ao MTP contêm os tempos de instrução dos Períodos Básico,
de Qualificação e de Adestramento. O Período de Instrução Individual Básica deve ser usado, pre-
ponderantemente, como base para a avaliação dos Conteúdos Atitudinais. O Período da Instrução
Individual de Qualificação constitui-se na base para a formação profissional em sua área específica.
O período de adestramento, quando o militar desempenhará suas funções enquadrado por diferen-
tes frações, destina-se à prática profissional.
i. Os Planos de Cursos das qualificações compreendidas pelo ACT serão elaborados com base no
SIMEB, no PIM e nos PP das QM a serem propostas para certificação junto ao MTP.
j. Após o encerramento do ano de instrução, as Organizações Militares (OM) participantes do
ACT, concluirão o processo de seleção e avaliação dos militares julgados aptos a terem seus currí-
culos profissionais certificados em conjunto pelo MTP e EB.
k. O Comando de Operações Terrestres (COTER) poderá incluir outras QM no âmbito do ACT,
desde que aprovados os Planos de Cursos pelo Ministério do Trabalho e Previdência.

4. PROCEDIMENTOS PARA A EXECUÇÃO DO ACT


a. A emissão do certificado de conclusão constitui-se em ato chancelado pelo comandante das
Organizações Militares e requer a efetiva formação teórica e prática do militar demonstrada pelo
aproveitamento ao longo de todo o ano de instrução. O certificado, além de um instrumento para
facilitar a empregabilidade do jovem que prestou serviço militar, representa um dos produtos da
Instituição e o resultado formal do processo de formação e preparação da reserva.
b. O estabelecimento de critérios objetivos para a avaliação dos militares selecionados para
serem matriculados nos Cursos de Formação das Qualificações Militares nas OM do Exército Brasi-
leiro é imprescindível. Os indicadores usados para a seleção, avaliação e aprovação dos militares

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que concorrem ao processo de validação profissional são a assiduidade nas atividades de instrução,
comportamento e conduta moral, aproveitamento, condição física compatível e estado de saúde.
c. As observações acima deverão estar registradas por meio publicações em Boletim Interno da
OM, no início e término de cada período/fase da instrução militar, a fim de respaldar de forma ob-
jetiva a concessão ou não do certificado de conclusão do curso.
d. Assim, estarão registrados, nas alterações do militar, os fatos mais relevantes relacionados a
sua qualificação como: matrícula, resultados obtidos, eventuais faltas à instrução ou períodos em
que esteja baixado, resultados de avaliações, conclusão com ou sem aproveitamento, dentre outros
aspectos julgados relevantes.
e. As Fichas previstas para o controle e a avaliação dos instruendos (Ficha de Controle da Ins-
trução Individual de Qualificação e Ficha de Avaliação de Atributos), conforme os PP das QM,
deverão ser utilizadas como ferramenta para a avaliação e aprovação dos militares aptos a serem
certificados.
f. Outras qualificações militares que forem propostas futuramente e tiverem seus Planos de
Curso aprovados pelo MTP serão divulgadas aos C Mil A para execução da certificação no âmbito
das Organizações Militares.

5. INDICADORES PARA AVALIAÇÃO E CERTIFICAÇÃO DOS MILITARES ABRANGIDOS PELO ACORDO


a. Os indicadores empregados para a avaliação e certificação dos militares a serem abrangidos
serão:
1) A assiduidade nas atividades de instrução. Este requisito será observado por intermédio
da frequência às atividades de instrução. A frequência mínima de 75% da carga horária total será
condição obrigatória para viabilizar a certificação dos currículos dos militares por ocasião da conclu-
são do curso.
2) O comportamento e conduta moral. Este requisito será observado por intermédio do
comportamento ao longo do ano de instrução. As observações deverão estar registradas nos docu-
mentos disciplinares, em particular na Ficha Disciplinar e nas publicações de eventuais punições em
BI. Os militares matriculados nos cursos deste Acordo deverão estar no comportamento “BOM”.
3) O aproveitamento. Este requisito será observado por intermédio do resultado das avalia-
ções e observações registradas na documentação de instrução ao longo de todo o ano de instrução.
Os militares matriculados nos cursos deste Acordo deverão concluir a grade curricular completa
prevista nos Planos de Trabalho com aproveitamento igual ou superior à 70% em cada Fase/Período
(IIB, IIQ e Adestramento).
4) A condição física compatível. Este requisito será observado por intermédio do resultado
dos Testes de Avaliação Física (TAF). O TAF deverá ser aplicado normalmente nas datas previstas no
curso do ano de instrução. As menções “REGULAR” ou “INSUFICIENTE” constituir-se-ão critério de
insuficiência para a certificação do currículo do candidato junto ao MTP.
5) O estado de saúde. Este requisito será observado por intermédio do resultado das inspe-
ções de saúde anterior ao ato da incorporação e por ocasião da conclusão do ano de instrução. Esta
última inspeção poderá ser aquela realizada para o licenciamento ou engajamento. No resultado

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das inspeções deverá ser atestado “Apto para o Serviço”. Complementarmente, o resultado dos TAF
deverá ser usado como indicador do estado de saúde e higidez dos militares matriculados.
b. O não aproveitamento nos indicadores acima, juntos ou isoladamente, será critério suficiente
para inviabilizar a certificação curricular dos militares matriculados nas qualificações contempladas
por este Acordo.

6. CERTIFICAÇÃO DIGITAL
Por solicitação do Gabinete do Comandante do Exército, em coordenação com o Estado-Maior
do Exército e o COTER, o Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT), por intermédio do Centro de
Desenvolvimento de Sistemas do Exército (CDS) está elaborando um Sistema para a emissão digital
dos certificados por ocasião do término do serviço militar inicial.
A elaboração do certificado digital obedecerá ao seguinte cronograma:
PERÍODO (2022) OBJETIVO
JUL/SET Desenvolvimento
OUT Testes
NOV Ajustes
DEZ Emissão

Também está sendo visualizada a possibilidade da execução de uma capacitação para os ope-
radores do novo Sistema por meio de tutorial em vídeo e palestra ministrada pelo CDS. Visualiza-se,
ainda, a possibilidade da realização de palestra, por ocasião da Reunião de Planejamento Anual do
Adestramento Avançado e Outras Atividades 2023, destinada a apresentar o novo Sistema.
Além disso, vislumbra-se a criação de um link, a ser disponibilizado na página do COTER, para
o acesso à toda a documentação de referência que ampara o ACT. Neste link, também será possível
verificar a veracidade dos certificados expedidos e realizar a impressão dos certificados.

7. ATRIBUIÇÕES
a. COTER
- Submeter os Planos de Cursos à apreciação do MTP por intermédio do Gabinete do Coman-
dante do Exército.
- Divulgar as medidas a serem adotadas pelos C Mil A para a execução do acordo mencionado.
- Acompanhar a execução da Instrução Militar e o atingimento dos objetivos do ACT.

b. C Mil A
- Acompanhar o cumprimento da carga horária prevista nos Planos de Cursos.
- Ficar ECD receber Visita de Orientação Técnica do COTER.
- Promover a divulgação do ACT junto aos seus Grandes Comandos/Grandes Unidades/OM.
- Planejar mecanismos de acompanhamento e supervisão da execução do ACT junto às suas
OMDS.

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- Participar/Organizar reuniões de coordenação, planejamento e monitoramento da execução
das atividades quando julgado pertinente.
- Designar relatores responsáveis pelo acompanhamento da execução do ACT capazes de pres-
tar esclarecimentos e fornecer dados quando solicitados.
- Consolidar as informações dos militares concludentes dos cursos (CFC/CFSd), com aprovei-
tamento, e remeter ao COTER ao final do ano de instrução.
- Elaborar relatório e remeter ao COTER contemplando o número de militares abrangidos por
QM, aspectos positivos, oportunidades de melhoria e sugestões.
- Ficar em condições de, mediante coordenação anterior do MTP com o COTER, receber visitas
de acompanhamento daquele Ministério.

8. OUTRAS CONSIDERAÇÕES
a. As Qualificações Militares que serão alvo de certificação pelo MTP não se encontram no con-
junto das habilitações reguladas pela Lei do Ensino do Exército, regida pelo Sistema de Educação e
Cultura do Exército (SECEx).
b. De forma distinta à linha do Ensino, as mencionadas QM encontram-se inseridas na Instrução
Militar e são parte do cronograma anual de Instrução vocacionado, prioritariamente, para a prepa-
ração dos cabos e soldados à ocupação dos cargos previstos nas OM.
c. Dessa forma, as QM a serem certificadas junto ao MTP não estão enquadradas para fim de
pagamento do Adicional de Habilitação Militar.
d. É imprescindível a manutenção da base de dado do SiCaPEx atualizada. Deve-se ter em mente
que os dados deste Sistema serão utilizados na alimentação do banco de dados dos militares certi-
ficados.

Gen Ex ESTEVAM CALS THEOPHILO GASPAR DE OLIVEIRA


Comandante de Operações Terrestres

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