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BRIGADA MILITAR
DIRETRIZ GERAL DA BRIGADA MILITAR
Nº 003/2023
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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL


SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA
BRIGADA MILITAR

BRIGADA MILITAR

DIRETRIZ GERAL DA BRIGADA MILITAR


Nº 003/2023

Porto Alegre, RS, maio de 2023.


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Direitos exclusivos da Brigada Militar do Rio Grande do Sul


Reprodução proibida- circulação restrita.

Comandante-Geral da Brigada Militar


Coronel QOEM Cláudio dos Santos Feoli

Subcomandante-Geral
Coronel QOEM Douglas da Rosa Soares

Chefe do Estado-Maior
Coronel QOEM Luigi Gustavo Soares Pereira

Equipe de Colaboradores Elaboração


Major QOEM FABRÍCIO Rocha da Silveira
Capitão QOEM Leonardo Luizelli ALTAFINI
Capitão QOEM Carlos Alexandre Zuany FONTOURA
Capitão QOEM Ricardo NICOLOSO
Capitão QOEM DÉBORA Morais da Rocha

Formatação
Soldado QPM1 REISLA Alves Lopes

_______________________________________________
LUIGI Gustavo Soares Pereira - Coronel QOEM
Chefe do Estado-Maior da Brigada Militar
(Publicada no BG nº 096, de 23 de maio 2023)
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................................5
2. OBJETIVO............................................................................................................................6
2.1 Objetivo Geral.......................................................................................................................6
2.2 Objetivos Específicos............................................................................................................6
3. METODOLOGIA.................................................................................................................7
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................8
5. REFERÊNCIAS....................................................................................................................9
ANEXO ...................................................................................................................................10
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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho faz parte do escopo institucional de revisão e atualização metodológica das
normativas em vigor. Efetivamente, busca a modernização dos termos técnicos dentro de uma
nova ordem estratégica, tática, operacional e tecnológica, a partir de fundamentos de gestão,
planejamento e execução da atividade policial militar.
As metodologias de gestão e planejamento operacional, aliadas às constantes inovações
tecnológicas, demandam o aprimoramento dos conceitos até então difundidos e praticados.
Nesse sentido, a evolução dos métodos e estratégias de gestão e das soluções tecnológicas
disponíveis atualmente no mercado para a segurança pública, acaba por demandar constante
revisão e atualização dos arcabouços conceituais e metodológicos.
Assim, o presente trabalho visa à revisão e atualização da Diretriz Geral nº 03 que trata das
variáveis do Policiamento Ostensivo, no sentido de propor a atualização e a redefinição dos
termos já amplamente difundidos na cultura policial militar, a partir dos níveis organizacionais
– estratégico, tático e operacional.
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2. OBJETIVOS DA CORPORAÇÃO

2.1 OBJETIVO GERAL:

Conforme a Constituição Federal/1988, no §5º do Art. 144 cabe às polícias militares a polícia
ostensiva e a preservação da ordem pública. Nesse sentido, o conceito de polícia ostensiva é
entendido como a atividade preventiva e repressiva a atos relacionados com a segurança
pública, realizados a partir da identificação visual de seus integrantes e de seus veículos.
A execução propriamente dita das atividades de polícia ostensiva antevê a tarefa de
planejamento, o qual deve ser estabelecido a partir de estratégias voltadas a resolução de
problemas. Doutrina e método são componentes indispensáveis no processo de tomada de
decisão, seja no nível tático, seja no nível operacional,
O presente instrumento visa apresentar e definir as variáveis do policiamento ostensivo que
devem ser adotadas para fins de planejamento e execução da atividade de polícia ostensiva na
Brigada Militar.

2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO:

• Conceituar variável do Policiamento Ostensivo, identificando os tipos de policiamento,


os processos, modalidades, circunstâncias, lugar, efetivo, forma, duração, suplementação,
desempenho e fatores intervenientes básicos para o planejamento da atuação policial militar.

• Aplicar, com base nos princípios da economia, eficiência e eficácia, as variáveis no


processo decisório de planejamento e na atividade de execução do Policiamento Ostensivo.
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3. DIRETRIZ GERAL DA BRIGADA MILITAR Nº 003/2022 – VARIÁVEIS DO


POLICIAMENTO OSTENSIVO

A comissão foi nomeada no Boletim Geral nº 00233/2022, de 09/12/2022, com a finalidade de


analisar, discutir, reformular, atualizar, propor novas regulamentações ou manuais e apresentar
melhorias na doutrina Institucional. Para tanto foi definido entre os membros da comissão as
relatorias a partir das especialidades e qualificações individuais, com prazos de análise e parecer
a ser apresentado nas reuniões definidas para tal.
O conhecimento das variáveis do policiamento ostensivo, no nível tático, se faz necessário a
partir da necessidade de planejamento a ser realizada pelos oficiais Comandantes de Companhia
(Cia-PM) e de Batalhão (OPM). Já para o nível operacional, é relevante o conhecimento das
variáveis pelos executores para o perfeito entendimento da missão a ser cumprida, e que a
execução se dê com eficiência e eficácia.
Na revisão conceitual e atualização da Diretriz Geral Nº 003/BM/EMBM/2001 constatou-se a
necessidade da inclusão do planejamento em nível tático e operacional no texto normativo, onde
antes contemplava somente as ações de execução operacional. Viu-se também a necessidade de
atualização do texto de forma a adequá-lo à realidade da atividade policial militar.
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A constante evolução dos métodos e sistemas de gestão e controle, aliada à oferta cada vez
maior de soluções em tecnologia, demandam a necessidade de revisão e atualização do
arcabouço normativo institucional. Notadamente, durante a avaliação proposta, foi possível
identificar pontos defasados ou incompletos em comparação à prática atual que necessitam da
devida atualização.
O esforço voltou-se para a atualização de termos e instrumentos advindos da atualização
tecnológica e mudança metodológica e procedimental, incluindo as atividades de polícia
ostensiva nos três níveis institucionais – estratégico, tático e operacional.
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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS- ILUSTRATIVAS

Brigada Militar. Nota de Instrução Adm nº 033.2, Porto Alegre, 2013.

GUIMARÃES, Laerte; MOREIRA, Juceli dos Santos. MBPO Ampliado e atualizado. PolOst
Editora/APESP, Porto Alegre, 2001.
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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PORTO ALEGRE, RS,


SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA
BRIGADA MILITAR Em 29 jun 23.

DIRETRIZ GERAL DA BRIGADA MILITAR Nº 03/BM/EMBM/2023

Pol Ost - Variáveis

1. FINALIDADE
Adotar, para fins de planejamento na Brigada Militar, variáveis de policiamento
ostensivo.

2. BASE LEGAL
a. Constituição Federal – 1988;
b. Consituição do Estado do Rio Grande do Sul – 1989;
c. Decreto-Lei nº 667, de 2 de julho de 1969 – Reorganiza as Polícias Militares e os Corpos
de Bombeiros Militares dos Estados, dos Territórios e do Distrito Federal, e dá outras
providências.

3. EXECUÇÃO
a. Variáveis de Policiamento Ostensivo - conceituação
São critérios que norteiam o planejamento a nível tático e operacional e identificam os
aspectos principais da execução do policiamento ostensivo.
b. Tipos
São qualificadores do planejamento, ações e operações de Policiamento Ostensivo,
sendo classificados em:
1) Policiamento Geral
Tipo de Policiamento Ostensivo exercido com exclusividade pela Brigada Militar, que
visa satisfazer as necessidades basilares de segurança, inerentes a qualquer comunidade ou a
qualquer cidadão.

2) Policiamento de Trânsito
Tipo específico de Policiamento Ostensivo exercido pela Brigada Militar, executado nas
vias públicas urbanas abertas à livre circulação, visando prevenir e reprimir atos atentatórios a
segurança pública, a segurança viária e a prevenção de acidentes, exercendo a atividade de
fiscalização de trânsito nos termos das regras e normas de trânsito estabelecidas pelo Código
de Trânsito Brasileiro.
3) Policiamento Rodoviário
Tipo específico de Policiamento Ostensivo exercido pela Brigada Militar nas rodovias
estaduais e, mediante convênio, nas rodovias federais, visando prevenir e reprimir atos
atentatórios a segurança pública, a segurança viária e a prevenção de acidentes, exercendo a
atividade de fiscalização de trânsito nos termos das regras e normas de trânsito estabelecidas
pelo Código de Trânsito Brasileiro.
4) Policiamento Ambiental
Tipo específico de Policiamento Ostensivo exercido pela Brigada Militar, que visa garantir a
proteção da fauna, recursos florestais, recursos hídricos, o combate a caça e pesca ilegal e a
poluição em todas as suas formas, reprimindo os crimes e as infrações ambientais, além da
promoção da Educação Ambiental.
5) Policiamento de Guarda
Tipo específico de Policiamento Ostensivo exercido pela Brigada Militar, que visa a guarda de
aquartelamento, a segurança externa de estabelecimentos penais e sedes dos poderes estaduais,
assim como a custódia e a escolta de presos fora dos estabelecimentos penais.
c. Processos
São maneiras pelas quais utilizam-se os meios de locomoção, sendo classificados em:
1) a pé;
2) motorizado;
3) montado;
4) aéreo;
5) em embarcações;
6) em bicicleta;
7) em motocicletas.
d. Modalidades
São modos peculiares de execução do Policiamento Ostensivo.
1) Patrulhamento
É a atividade móvel de observação, fiscalização, reconhecimento, proteção e
atendimento a ocorrências policiais.
2) Permanência
É a atividade predominantemente estática de observação, fiscalização, reconhecimento,
proteção, custódia de presos e atendimento a ocorrências policiais, de maneira isolada ou não,
no espaço do posto.
3) Diligência
É a atividade específica que compreende a busca, captura ou apreensão de pessoas,
animais ou coisas, desempenhada em atividades rotineiras de polícia ostensiva, em flagrante
delito ou mediante cumprimento de mandado judicial, bem como no caso de resgate de vítimas.
4) Escolta
É a atividade destinada à custódia de pessoas ou bens, em deslocamento.
e. Circunstâncias
São condições que dizem respeito à frequência com que se torna exigido o Policiamento
Ostensivo.
1) Ordinário
É o emprego rotineiro de meios operacionais em obediência as Ordens de Polícia
Ostensiva (OPO) ou Planos de Policiamento Ostensivo (PPO), em ordem de prioridades
estabelecidas por tais instrumentos de gestão e controle da atividade policial.
2) Extraordinário
É o emprego eventual e temporário de meios operacionais face acontecimento
imprevisto, que exige manobra de recursos.
3) Especial
É o emprego temporário de meios operacionais, em eventos previsíveis que exijam
esforço específico.
f. Lugar
É o espaço geográfico em que se emprega o Policiamento Ostensivo:
1) Urbano
É o policiamento exercido nas áreas de edificação intensiva e de maior concentração
populacional dos municípios.
2) Rural
É o policiamento exercido em áreas que se caracterizam pela ocupação extensiva, fora
dos limites urbanizados dos municípios.
g. Efetivo
É a fração empenhada em uma ação ou operação:
1) Fração elementar
1 PM a 4 PM
2) Fração constituída
GPM, Pel PM, Cia PM/Esqd PMon, Batalhão PM/Regimento PMon.
h. Forma
É a disposição da tropa no terreno, com atribuições e responsabilidades, para execução
do Policiamento Ostensivo:
1) Desdobramento
Constitui a distribuição dos Comandos Regionais e OPM Especiais no terreno,
devidamente articuladas até o nível de GPM, com limites de responsabilidade perfeitamente
definidos.
2) Escalonamento
É o grau de responsabilidade dos sucessivos e distintos níveis da cadeia de comando, no
seu espaço geográfico.
i. Duração
É o tempo de empenho diário do PM no Policiamento Ostensivo.
1) Jornada
É o período de emprego em serviço do militar estadual, coincidente ou decorrente do
somatório dos turnos de serviço, quando agrupados ou não.
2) Turno
É o período temporal para emprego do militar estadual em escala ordinária, resultante
da divisão de um dia de trabalho em um conjunto de horas.
j. Suplementação
São recursos adicionais que aumentam a capacidade operacional em ações ou operações
rotineiras e/ou específicas:
1) cão;
2) rádio transceptor;
3) telefone celular;
4) armamento e equipamento peculiares;
5) aeronave remotamente tripulada - drone;
6) outros.
k. Desempenho
É a particularização do emprego do PM para cumprimento de atividade-fim no
Policiamento Ostensivo:
1) Atividade de linha
É o emprego diretamente relacionado com o público.
2) Atividade auxiliar
É o emprego em apoio imediato ao PM em atividade de linha. Não deve ser confundida
com o apoio mediato, próprio da atividade-meio.
l. Fatores intervenientes básicos
São os fatores que obrigatoriamente devem ser levados em consideração por ocasião
dos planejamentos operacionais, e dividem-se em:
1) Fatores determinantes:
Caracterizam-se pela tipicidade, gravidade e incidência de ocorrências Policiais
Militares, presumíveis ou existentes.
2) Fatores componentes:
Caracterizam-se pelos custos, espaços a serem cobertos, mobilidade, possibilidade de
contato direto objetivando conhecimento do local de atuação e relacionamento, autonomia,
facilidade de supervisão e coordenação, flexibilidade, proteção ao PM;
3) Fatores condicionantes:
Caracterizam-se pelo local de atuação, características físicas e psicossociais, clima, dia
da semana, horário, disponibilidade de recursos.

4. PRESCRIÇÕES DIVERSAS
Nenhum critério em si pode ser tomado como a melhor indicação ou a mais eficaz, já
que o pleno rendimento operacional será obtido pela associação das variáveis.

LUIGI Gustavo Soares Pereira - Coronel QOEM


Chefe do Estado Maior da Brigada Militar
(Publicada no BG n.° 096, de 23 de maio de 2023)

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