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SUMÁRIO

1. A HISTÓRIA DA LOGÍSTICA......................................................................3

1.1. Importância histórica e evolução...............................................................3

2. COMPETÊNCIA E MISSÃO DA LOGÍSTICA............................................5

2.1. Competência da Logística...........................................................................5

2.2. Missão da Logística......................................................................................6

CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................8

REFERÊNCIAS ..................................................................................................9

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AULA 1 – DEFININDO A LOGÍSTICA

Nesta aula você vai conhecer a evolução da Logística ao longo da história, para compreender sua definição,
competência, missão e importância para as operações de qualquer empresa que pretenda alcançar a vantagem
competitiva.

Ao final da aula, você poderá responder às seguintes questões:

• Quais as competências da Logística?

• Qual é a missão da Logística?

• Qual a importância da Logística?

1. A HISTÓRIA DA LOGÍSTICA

1.1. Importância histórica e evolução

A Logística existe há muito tempo. Você sabia que existem registros relativos ao transporte de material de um
lugar para outro feito por galegos, fenícios, gregos, romanos e egípcios? Claro! É só pensar nas pirâmides. Que
exemplo de logística!

O Egito é um lugar onde o dia é muito quente e a noite é muito fria, por isso toda a movimentação de materiais
e a construção tinham de ocorrer em um curto espaço de tempo. Ainda é um mistério como tal deslocamento
acontecia, até para os mais experientes historiadores.

Para saber mais


O filme da Warner Bros 10.000 AC (EUA, 2008), dirigido por Roland Emmerich, conta a história
de D’Leh e Evolet em uma tribo remota na Cordilheira dos Andes. Em meio a diversas aventuras, o
filme mostra uma provável solução para o mistério da construção das pirâmides do Egito. Vale a pena
conferir!

Apesar de sua grande importância na Antiguidade, a Logística só foi vista como essencial por sua ligação
com as atividades militares. Diversos autores da área indicam que o próprio termo pode ter sido criado a partir
de Marechal de Logis, posição existente no exército francês, na Primeira Guerra Mundial. Ocupantes desse cargo
eram responsáveis pela movimentação de suprimentos das tropas, como comida, água, abrigo, telecomunicações,
além de todo o material bélico. O Marechal de Logis fazia o planejamento de quando, onde e como a tropa seria
abastecida.

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Esse planejamento foi essencial para as batalhas de Napoleão e para as duas grandes Guerras Mundiais.
Inclusive, foi a partir da Segunda Guerra, em 1945, que o termo ganhou notoriedade no mercado, passando a ser
utilizado pelas empresas.

Inicialmente, a área de logística das empresas exercia uma função operacional, realizando a armazenagem
e o transporte de materiais, sem integração com as demais áreas. Ao longo das décadas, porém, esse papel foi
modificado, com a integração da área à cadeia de suprimentos (SCM, sigla em inglês de supply chain management).

As autoras Faria e Costa (2005) destacam que a Logística evoluiu de um conceito essencialmente operacional,
dando suporte para vendas e marketing nas funções de transporte, armazenagem e distribuição, para uma
ferramenta que pode proporcionar sustentabilidade da vantagem competitiva nas organizações. A Figura 1
mostra a evolução dos conceitos anteriormente tratados de forma separada até serem consolidados pela Logística
e pela SCM.

Importante
O termo vantagem competitiva é definido por Christopher (2002) como “a posição de superioridade
sobre os concorrentes, em termos de preferência do cliente”. Ela somente será sustentável caso
seja duradoura. Segundo o autor, a logística é um dos elementos que permite alcançar a vantagem
competitiva.

Figura 1 – Evolução da Logísica e da SCM (Supply Chain Management)

Fonte: FARIA E COSTA (2005, p.19)

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É possível perceber como a Logística evoluiu ao longo do tempo, agregando valor de lugar, tempo, qualidade
e informação à cadeia produtiva.

Importante
O Valor na Logística não é definido como preço, que nesse caso seria entendido como custo. O
valor é visto pelos profissionais de logística como os fatores que são importantes para um consumidor
no momento da compra do produto ou do serviço. Um consumidor poder querer preço baixo, mas
outro quer qualidade e não se importa com o preço. A empresa deve se adaptar para oferecer aquilo
que seu cliente deseja.

Diante desse panorama, o Council of Supply Chain Management Professionals (em português, conselho de
gestão da cadeia de suprimentos), apud Novaes (2007), definiu a Logística como:

Logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e armazenagem de


produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto
de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor. (NOVAES, 2007, p. 35)

Para pensar
Visite o site do Council of Supply Chain Management Professionals, que apresenta notícias e
metodologias de gestão para a área. O endereço está disponível no ambiente virtual, item Material
Complementar..

A partir de agora, você vai entender qual é a competência da Logística e sua missão.

2. COMPETÊNCIA E MISSÃO DA LOGÍSTICA

2.1. Competência da Logística

Segundo Bowersox e Closs (2010), um bom desempenho logístico depende, inicialmente, do cumprimento de
algumas tarefas básicas. São atividades específicas que vão desde o recebimento até a expedição de materiais,
envolvendo um grande número de pessoas. Executar essa tarefa exige esforço e coordenação, uma vez que
podem ser executadas por pessoas e empresas diferentes, em localizações geográficas distantes.

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Cada uma das tarefas especializadas da Logística acontece em um determinado tempo entre o ponto de
origem e o ponto de consumo e cada uma delas é alvo de melhoria e simplificação, impactando nos custos da
empresa.

Imagine um cinéfilo compulsivo, que vai ao cinema toda semana e ainda assiste canais pagos a fim de
satisfazer sua ânsia por filmes. Esse consumidor está em um mercado em alteração, já que atualmente já existem
empresas, como a Netflix, queoferecem exibições de filmes pela internet, no conforto da casa do consumidor,
diretamente no aparelho de televisão ou no computador, via modem.

Essa mudança tecnológica fez com que as empresas tivessem de se adaptar e adequar seu desempenho
logístico de forma a apoiar as estratégias da empresa e atender ao consumidor. Quando a empresa consegue
realizar essa mudança, ela terá competências essenciais na logística.

Hitt et al. (2005) definem competências essenciais como um conjunto de habilidades ou tecnologias
de que a organização dispõe e que lhes serve de base para gerar benefícios aos clientes, como uma fonte de
vantagem competitiva, termo que já comentamos anteriormente. Barney e Hesterly (2011) indicam algumas
competências essenciais de empresas conhecidas mundialmente:

1. Coca-Cola® – controle da função marketing e capacidade de valorizar a marca;

2. Sony – miniaturização;

3. Petrobras – tecnologia de ponta na exploração do petróleo;

4. 3M – inovação e processo de desenvolvimento de produtos.

Cada uma dessas empresas conta com uma competência logística alinhada ao desejo de seus clientes, o que
faz delas sucesso em seu mercado.

Na prática
Acesse o site da empresa 3M e veja seu portfólio de produtos. Pense como cada um deles necessita
de uma competência logística diferente.

2.2. Missão da Logística

Depois de tudo que foi visto até aqui, a pergunta é “Qual é a missão da Logística?”.

A Logística existe para satisfazer às necessidades do cliente, facilitando as operações relevantes de produção
e marketing (BOWERSOX e CLOSS, 2010, p.23).

Ora, mas isso parece simples, não é mesmo? Nem tanto assim.

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Suponha que a sua empresa é uma fabricante de aeronaves.

Este tipo de produto possui uma fabricação lenta, que depende de vários fornecedores, além de inúmeras
pessoas trabalhando não somente no processo produtivo mas em todas as etapas de venda (realizada via
contrato), compra de material, contratação, verificação de qualidade, além, é claro, das etapas do processo
logístico. Produtos desse tipo são classificados, segundo Fisher (1997), como produtos funcionais.

Eles possuem um ciclo de vida longo, ou seja, o consumidor final pode utilizá-los por períodos mais longos,
como é o caso do avião. Como o custo de produção do produto é alto, o lucro da empresa é menor em relação
a outros produtos, ou seja, sua margem de contribuição para produtos funcionais é de 5% a 20%.

Em geral, as empresas que fabricam produtos funcionais oferecem pouca variedade ao mercado, a fim de
tentar padronizar seus processos e prazos de entrega do produto (lead-time1), que demoram de 6 meses a 1 ano.

E se falarmos agora de um restaurante? Será que ele também pode ser classificado como funcional? Vejamos:

O restaurante é um prestador de serviço, o que não significa que não tenha logística. Pelo contrário, empresas
que atuam na prestação de serviços necessitam de logística sempre.

Um restaurante que oferece um belo prato aos seus clientes deve renovar seu cardápio incluindo novas
combinações e tirando as que já não agradam aos seus clientes? Consegue cobrar valores mais altos pelo prato,
mesmo se seus custos forem menores para produzi-lo? Oferece diversas opções e combinações de refeições e
em vários horários do dia e da semana? Possui uma entrega rápida?

Tabela 1 – Diferenças na demanda de produtos funcionais e produtos inovadores

Produtos funcionais Produtos inovadores


Aspectos da demanda
(demanda previsível) (demanda imprevisível)
Ciclo de vida do produto Maior que 2 anos De 3 meses a 1 ano
Margem de contribuição 5% a 20% 20% a 60%
Variedade de produtos Baixa (10 a 20 variações) Alta (milhares de variações)
Lead-time 6 meses a 1 ano 1 dia a 2 semanas

Fonte: FISHER (1997, p.107).

Entendemos, portanto, que a Logística tem como missão satisfazer a necessidade dos clientes. Contudo,
ela deve levar em consideração as diferentes características dos produtos e/ou serviços oferecidos e, assim,
planejar suas operações da maneira mais eficiente.

1 O lead-time é um conceito amplamente aceito na área da Logística e significa o tempo de atendimento de um pedido, desde o seu envio e
recebimento, até a entrega ao consumidor final.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta aula entendemos o processo histórico de evolução da Logística, passando por sua influência em antigas
civilizações e nas operações militares, nas quais as batalhas eram vencidas graças ao planejamento do Marechal
de Logis.

A Logística também influenciou a forma como as empresas operavam, passando de um conceito operacional,
como suporte para as demais áreas em armazenagem, distribuição e transporte, para a participação decisiva na
criação de valor para o cliente, e habilitando a empresa a criar e manter uma vantagem competitiva sustentável.

Para pensar
A partir do exemplo de empresas que vimos na página 7, pense em outras que possuem vantagem
competitiva em seu mercado. Pode ser uma empresa da sua preferência. Responda: Por que prefere
adquirir o produto dela ao invés do oferecido pela empresa concorrente? Neste caso, o que é valor
para você, como consumidor final?

A Logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem


de produtos, serviços e informações associadas, desde o ponto de origem (fornecedor) até o ponto de consumo
(consumidor final) com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor.

É sua missão satisfazer às necessidades do cliente, facilitando as demais operações da empresa.

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REFERÊNCIAS

BARNEY, J. B., HESTERLY, W. S. Administração estratégica e vantagem competitiva. 3. ed. São Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2011.

BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimento.


São Paulo: Atlas, 2010.

CHRISTOPHER, M. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégia para redução de


custos e melhoria dos serviços. São Paulo: Pioneira, 2002.

FARIA, A. C; COSTA, M.F.G. Gestão de custos logísticos. São Paulo: Atlas, 2005.

FISHER, M. L. What is the Right Supply Chain for your Product? USA: Harvard Business Review. Reprint
number 97205, pp. 105 - 116, Março-Abril 1997.

HITT, M. A.; IRELAND, R.D., HOSKISSON, R.E. Administração Estratégica: competitividade e globalização.
São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.

NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.

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