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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro

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RESUMO DA DISCIPLINA: LOGÍSTICA EMPRESARIAL

Aula 1 - CONCEITOS INTRODUTÓRIOS DE LOGÍSTICA EMPRESARIAL

META: Apresentar os aspectos caracterizadores e introdutórios da Logística.

OBJETIVOS
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
1. identificar a importância da Logística ao longo da história;
2. caracterizar o gargalo logístico;
3. definir o termo Logística;
4. descrever as atividades da Logística.

INTRODUÇÃO
O conceito de Logística tem sido bastante difundido atualmente. Não obstante,
trata-se de uma ideia que está presente ao longo da história da humanidade. Vamos
construir aos poucos a noção do que vem a ser Logística para depois apresentarmos algumas
definições acerca do seu significado. O termo Logística é uma palavra de origem francesa
e significa alojar (origina-se do verbo francês loger), já com um sentido militar,
significa a ação de abastecer, transportar e alojar a tropa. É possível associar o
conceito de Logística com a ideia de fluxo, seja de pessoas, de materiais ou mesmo de
informações. A ação humana em sociedade, os modos de produção, as grandes migrações
populacionais, as descobertas de novas terras e, sobretudo, as atividades militar e
empresarial não podem prescindir da Logística para a sua efetivação.

BREVE HISTÓRICO
O texto destaca a importância histórica da Logística em diferentes períodos. No
Império Romano, a eficácia das Legiões (Legiões Romanas – frações de combatentes ou
Unidade militar da Roma Antiga) era garantida pela rede de estradas convergentes para
Roma. Na Idade Média, as Cruzadas enfrentavam altos custos logísticos para transportar
suprimentos, armas e combatentes. Nas grandes navegações, Portugal e Espanha consolidaram
seus impérios coloniais com uma estrutura logística de feitorias e fortalezas. Na Segunda
Guerra Mundial, a Logística desempenhou papel crucial com estratégias de bloqueio naval e
destruição de infraestrutura. Atualmente, o Brasil enfrenta desafios logísticos,
destacados como "apagão logístico" (gargalo logístico – um ponto de estrangulamento no
fluxo de suprimentos), prejudicando o desenvolvimento econômico e sendo alvo de reformas
necessárias (Modais de transporte: são as distintas formas pelas quais é possível realizar
o transporte de pessoas e cargas num país. Exemplos de modais: rodoviária, ferroviária,
aérea, dutoviária e hidroviária).

DEFINIÇÃO DE LOGÍSTICA
O texto apresenta várias definições de Logística, destacando três autores:
Christopher, Council of Logistics Management, e Ballou. Christopher define Logística como
o gerenciamento estratégico da compra, transporte e armazenagem visando maximizar a
lucratividade. O Council of Logistics Management a define como o processo de
planejamento, implementação e controle eficiente e custo efetivo do fluxo de materiais e
informações para atender às exigências do cliente. Ballou aborda a logística empresarial

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como o estudo da administração para fornecer rentabilidade na distribuição. Aspectos


comuns nas definições incluem referência ao fluxo de materiais e informações, a
importância de reduzir custos e a atuação da administração. Além disso, destaca-se a
dimensão estratégica da Logística, que influencia custos, preços finais, competitividade
e satisfação do cliente, sendo parte integral da estratégia empresarial.

AS ATIVIDADES DA LOGÍSTICA
Atividades primárias da logística - as atividades primárias da logística são aquelas que
envolvem o fluxo físico de mercadorias e informações. Elas são consideradas primárias
porque representam a maior parcela do custo total da logística e são essenciais para a
coordenação e o cumprimento da tarefa logística.

1ª - Transporte
O transporte é a atividade primária da logística que mais representa em termos de
custo. É responsável pelo deslocamento físico de pessoas, informações e bens de um ponto
para outro. Os principais modais de transporte são:
1. Ferroviário: adequado para grandes volumes e longas distâncias.
2. Rodoviário: adequado para flexibilidade e distâncias curtas ou médias.
3. Hidroviário: adequado para baixo custo e longas distâncias.
4. Dutoviário: adequado para líquidos e gases, em grandes volumes e longas distâncias.
5. Aéreo: adequado para rapidez, mas com alto custo.

2ª - Manutenção de estoques
A manutenção de estoques é a atividade responsável pelo armazenamento de produtos
ou materiais. É importante para garantir a disponibilidade dos produtos aos clientes,
além de evitar rupturas de estoque. Os principais objetivos da manutenção de estoques
são:
1. Garantir o atendimento à demanda dos clientes.
2. Evitar rupturas de estoque.
3. Minimizar os custos de estoque.

3ª - Processamento de pedidos
O processamento de pedidos é a atividade responsável por receber, processar e
atender aos pedidos dos clientes. É importante para garantir o atendimento às
necessidades dos clientes e evitar atrasos nas entregas. Os principais objetivos do
processamento de pedidos são:
1. Garantir o atendimento às necessidades dos clientes.
2. Evitar atrasos nas entregas.
3. Minimizar os custos de processamento de pedidos.

Atividades de apoio da logística


As atividades de apoio da logística dão suporte ao sistema logístico de forma a
garantir que as atividades primárias sejam desenvolvidas visando um nível de serviço
desejado.

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Armazenagem - a armazenagem é a atividade responsável pela gestão do espaço para manter


estoques. Envolve questões de localização, dimensionamento de área, arranjo físico e
configuração do armazém.
Manuseio de materiais - o manuseio de materiais é a atividade responsável pela
movimentação de cargas entre pequenas distâncias. É comumente executada tanto no interior
de armazéns como no transbordo entre modais de transporte.
Embalagem de proteção - a embalagem é a atividade responsável por proteger e facilitar o
manuseio do produto. É importante para reduzir a ocorrência de danos e perdas.
Obtenção - a obtenção é a atividade responsável pela aquisição de produtos ou materiais.
Envolve o processo de seleção de fornecedores, programação de compras, identificação de
necessidades e localização do produto.
Programação de produtos - a programação de produtos é a atividade responsável pelo
planejamento da produção. Envolve a definição das quantidades que devem ser fabricadas e
onde tal fabricação deve ocorrer.
Manutenção de informação - a manutenção de informação é a atividade responsável pelo
fornecimento de informações para o sistema logístico. É importante para o planejamento,
controle e desempenho das operações logísticas.

RESUMO GERAL
O termo Logística tem sua origem no verbo francês loger, cuja significação
aproxima-se, de uma forma geral, de alojar. Entretanto, tal termo possui também um
sentido militar de ação de abastecer, transportar e alojar a tropa. A História nos
apresenta alguns exemplos que ressaltam a importância da Logística para grandes
estrategistas em busca de sucessos econômicos e militares. O Império Romano conseguiu
consolidar e manter o seu poderio durante séculos em razão da disponibilidade de boas
redes de estradas que convergiam para Roma. Na Idade Média, o custo para deslocar os
meios de combate das Cruzadas era elevado. Esse custo era o resultado da necessidade de
transportar uma enorme quantidade de suprimentos, armas, combatentes e animais de
montaria, elementos que permitiam o desenvolvimento das ações militares contra os
muçulmanos. Esses múltiplos aspectos que envolviam o transporte e o suprimento das
Cruzadas representavam manifestações da Logística. A gestão logística assume uma dimensão
estratégica para os negócios porque atua sobre os custos dos produtos e serviços, o que
se reflete na formação dos preços finais e, consequentemente, na competitividade da
empresa. Além disso, ela é capaz de impactar diretamente o cliente final dos produtos e
serviços. Na medida em que os prazos e a qualidade do atendimento forem componentes da
função logística, esta assumirá um papel fundamental na estratégia do negócio. Tal
estratégia visa atender às necessidades dos seus clientes, a fim de manter fidelidade
deles. A Logística é composta por atividades primárias: transportes, manutenção de
estoques, processamento de pedidos; e atividades de apoio: armazenagem, manutenção de
informações, programação de produtos, obtenção, embalagem de proteção e manuseio de
materiais. Essas atividades oferecem a base e sustentação para o sistema logístico de uma
organização.

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Aula 2 - A GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

META: Apresentar o significado de Cadeia de Suprimentos

OBJETIVOS
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
1. Definir a Logística no contexto da Cadeia de Suprimentos;
2. definir Cadeia de Suprimentos;
3. analisar os aspectos da Cadeia de Suprimentos que impactam a competitividade das
empresas;
4. destacar as mudanças no ambiente competitivo que têm implicações no gerenciamento
logístico.

A INSERÇÃO DA LOGÍSTICA NO CONTEXTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS


Nesta análise, aprofundaremos a compreensão da logística, não apenas como uma
função isolada nas empresas, mas como um elemento integrante da gestão da cadeia de
suprimentos. A cadeia de suprimentos representa uma rede cooperativa que se estende desde
os fornecedores até os clientes finais, trabalhando em conjunto para gerenciar o fluxo de
materiais e informações de maneira eficiente. Esta abordagem vai além dos limites
tradicionais de uma única empresa, situando-se no contexto de diversas organizações
interligadas.
Desafios e Relevância Atuais na Gestão da Cadeia de Suprimentos
Diversos fatores contemporâneos destacam a importância da gestão da cadeia de
suprimentos:
● Transformações Globais: o cenário mundial passa por significativas mudanças tecnológicas,
econômicas, políticas e sociais, exigindo um aprimoramento constante na administração,
incluindo a gestão da cadeia de suprimentos.
● Limitações dos Recursos: a exploração de recursos, tanto renováveis quanto não-renováveis,
atingiu seus limites, demandando uma abordagem mais sustentável na gestão da cadeia de
suprimentos.
● Custos Crescentes de Insumos: a busca por novas fontes de energia e matérias-primas eleva os
custos desses insumos, com grandes consumidores como os Estados Unidos e a China
desempenhando papéis cruciais.
● Percepção de Risco e Competição Intensa: a percepção de risco nos mercados, denotada pelo
aumento da volatilidade, torna a tomada de decisão empresarial mais dependente de informações
e respaldo técnico. A competição acirrada exige atenção a fatores antes considerados
secundários.
● Competição por Mercado e Lucratividade: empresas competem intensamente por fatias de mercado
e lucratividade, tornando aspectos anteriormente subestimados fundamentais para alcançar
metas organizacionais.
● Importância Estratégica da Gestão da Cadeia de Suprimentos: a gestão eficiente da cadeia de
suprimentos emerge como um dos principais fatores de estratégia competitiva. Sua correta
operacionalização reduz custos para todos os participantes e, consequentemente, aumenta a
lucratividade global.
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Mudança Paradigmática na Gestão da Cadeia de Suprimentos


A gestão da cadeia de suprimentos implica uma mudança substancial de paradigma,
exigindo que as organizações superem a postura tradicional de relacionamentos distantes.
A cooperação e a confiança tornam-se cruciais, com o objetivo de administrar efetivamente
as relações entre os membros da cadeia e aumentar a lucratividade para todos.

Desafios na Implementação Efetiva da Gestão da Cadeia de Suprimentos


Superar as barreiras culturais à mudança é vital para a implementação bem-sucedida
da gestão da cadeia de suprimentos. Isso requer uma transição de relacionamentos
distantes e, por vezes, antagônicos, para uma postura de cooperação e confiança, onde
todos reconhecem os benefícios derivados da atitude colaborativa.

Diversidade de Perspectivas sobre o Conceito de Cadeia de Suprimentos


Gerenciamento da Cadeia de Demanda: sugestões propõem a melhoria do termo "gerenciamento
da cadeia de suprimentos" para "gerenciamento da cadeia de demanda", enfatizando a
orientação pelo mercado, onde o fluxo é "puxado" em vez de "empurrado".
Substituição de "Cadeia" por "Rede": outra proposta sugere substituir "cadeia" por
"rede", refletindo a complexidade das relações entre fornecedores, empresas e clientes.
Essa definição destaca uma rede de organizações conectadas, trabalhando cooperativamente
para controlar, gerenciar e aperfeiçoar o fluxo de materiais e informações.

Diversidade de Definições sobre Gestão da Cadeia de Suprimentos


Autores apresentam definições diversas sobre gestão da cadeia de suprimentos.
Simchi-Levi et al. (2003) destacam a integração eficiente de fornecedores, fabricantes,
depósitos e armazéns para produzir e distribuir mercadorias na quantidade certa, para o
local certo e no tempo certo. Ballou (2006) destaca a sobreposição entre gestão logística
e cadeia de suprimentos, enfocando interações logísticas entre funções de marketing,
logística e produção dentro de uma empresa e entre empresas no canal de fluxo de
produtos.

Considerações Finais sobre a Importância do Canal Logístico


A gestão efetiva da cadeia de suprimentos é crucial para otimizar o fluxo de
produtos desde a fonte até o cliente final. O canal logístico desempenha um papel
crucial, especialmente quando as fontes, fábricas e pontos de venda estão distantes. A
ação integrada de gerenciar os canais de suprimento e distribuição é conhecida como
gestão da cadeia de suprimentos.

Conclusão sobre a Complexidade e Integração na Cadeia de Suprimentos


Em resumo, a gestão eficiente da cadeia de suprimentos é vital em um mundo dinâmico
e desafiador. A sobreposição entre logística e gestão da cadeia de suprimentos destaca a
complexidade e a interdependência das atividades ao longo do canal. A integração
bem-sucedida não apenas reduz custos, mas promove a lucratividade para todos os
envolvidos, destacando seu papel como um dos principais impulsionadores da estratégia
competitiva nas organizações contemporâneas.

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Pontos-chave do texto:
● A logística é um conjunto de atividades que visam ao planejamento, implementação e controle
do fluxo de produtos e informações ao longo de uma cadeia de suprimentos.
● A GCS é a integração das atividades logísticas de todas as organizações que participam de uma
cadeia de suprimentos, com o objetivo de aumentar a eficiência e a eficácia do fluxo de
produtos e informações.
● A GCS é importante no contexto atual, marcado por uma crescente concorrência global, a
necessidade de redução de custos e a importância da satisfação do cliente.
● A GCS pode ajudar as empresas a atingir esses objetivos, pois permite que elas trabalhem de
forma mais eficiente e coordenada com seus parceiros.
● A relação entre logística e GCS é complexa e não há um consenso sobre o assunto. Alguns
autores consideram que a GCS é um conceito mais amplo que a logística, enquanto outros
consideram que a GCS é apenas uma forma de gestão da logística.
● A inserção da logística no contexto da GCS é uma tendência importante no mundo dos negócios.
As empresas que adotarem uma abordagem de GCS terão mais chances de sucesso no mercado
globalizado.

Algumas aplicações práticas da GCS:


● A GCS pode ser usada para reduzir custos de transporte, estoque e produção.
● A GCS pode ser usada para melhorar o atendimento ao cliente, fornecendo produtos e serviços
no momento certo, no lugar certo e com o preço certo.
● A GCS pode ser usada para aumentar a flexibilidade da cadeia de suprimentos, permitindo que
as empresas respondam rapidamente a mudanças nas demandas do mercado.

Verbetes:
Canal logístico – trata-se do meio pelo qual o fluxo de materiais, pessoas e informações transitam,
desde a origem até o destino, de tal maneira que seja atendida a necessidade de um usuário final.
Estoque de segurança – é um nível de estoque que as empresas costumam manter para evitar
imprevistos na demanda (aumento súbito das vendas) ou no suprimento (interrupção repentina do
fornecimento). Há para a empresa o custo de imobilizar capital nesse tipo de aplicação de recursos.
Volatilidade - caracteriza-se por uma frequente e aleatória variação de preços em ativos,
mercadorias e fatores de produção. Pode compreender também o mercado como um todo. Costuma ser
medida através do desvio-padrão da média das variações percentuais dos preços, e recebe o nome de
Risco, no contexto das finanças corporativas.
Sinergia - conceito originado da Teoria dos Sistemas e que traduz uma situação na qual o resultado
final da atuação de várias partes integrantes de um sistema, atuando em conjunto, é superior ao
resultado obtido com a soma das atuações isoladas dessas partes. Podemos dizer, de forma
simplificada, que o todo é maior do que a soma das partes tomadas isoladamente.
Montante e jusante - é realizada uma analogia em relação à cadeia de suprimentos com o sentido de
deslocamento de uma embarcação num rio. Dizemos que uma embarcação que segue rio acima avança a
montante do rio. Analogamente, uma embarcação que segue rio abaixo está avançando a jusante do
mesmo.

A CADEIA DE SUPRIMENTOS COMO FONTE DE VANTAGEM COMPETITIVA


Uma empresa conquista uma posição de destaque frente aos concorrentes ao
evidenciar, ao longo do tempo, características como a capacidade de manter preços
competitivos, uma reputação de qualidade no atendimento e nos produtos, preferência dos
clientes e lucratividade acima da média do setor. Essa vantagem competitiva resulta de
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circunstâncias complementares e interligadas, destacando a importância de se destacar na


percepção do cliente, proporcionando maior valor a custos menores. A chave para essa
vantagem está em oferecer valor aos clientes enquanto mantêm preços acessíveis. Para
sustentar uma vantagem competitiva, a administração deve manter uma orientação contínua
para o acompanhamento de mercado, identificando oportunidades e defendendo-se de
possíveis ameaças. Essa postura é o cerne de uma estratégia competitiva, fundamental para
o futuro e a continuidade das operações de negócio.

Fontes de Vantagem Competitiva e Sua Relação com os Lucros


A continuidade de uma vantagem competitiva depende da obtenção de uma vantagem de
custo, de valor, ou idealmente, da combinação de ambas. Essas fontes de vantagem devem
refletir-se nos lucros da empresa. Custos mais baixos possibilitam à empresa reduzir os
preços de venda sem comprometer as margens de lucro, permitindo que venda mais unidades
e, consequentemente, aumente o lucro total. A obtenção desses baixos custos muitas vezes
está associada às economias de escala, resultando em maior eficiência na produção à
medida que as quantidades aumentam.
Vantagem de custo - A vantagem de custo ocorre quando uma empresa consegue produzir ou
distribuir seus produtos ou serviços a um custo inferior ao de seus concorrentes. Pode
ser obtida por meio de economias de escala (pequenos ganhos obtidos com o aumento da
produção), curva de experiência (trabalhadores se tornam mais eficientes com a prática)
ou gerenciamento eficiente da cadeia de suprimentos.
Vantagem de valor - A vantagem de valor ocorre quando uma empresa oferece produtos ou
serviços que são percebidos pelos clientes como tendo maior valor do que os oferecidos
pelos concorrentes. Pode ser obtida por meio da diferenciação do produto, da melhoria do
atendimento ao cliente ou da oferta de serviços adicionais.

Gestão da Cadeia de Suprimentos e Redução de Custos


A gestão da cadeia de suprimentos desempenha um papel crucial na redução de custos.
Não se limita apenas aos custos internos da empresa, abrangendo todos os custos ao longo
do canal logístico. A eficiência nas etapas, combinada com a identificação de atividades
sem valor agregado, contribui para a redução dos custos logísticos. O gerenciamento
eficaz da cadeia de suprimentos vai além das fronteiras da empresa e se estende a todos
os parceiros comerciais ao longo do canal.

Vantagem de Valor e Estratégias de Segmentação


A vantagem de valor surge quando os clientes identificam aspectos que diferenciam
os produtos de uma empresa da concorrência. Esses aspectos estão relacionados a
benefícios adicionais percebidos pelos clientes, como praticidade, satisfação e
conveniência. A estratégia de segmentação de valor envolve a identificação de distintos
segmentos de clientes, cada um atribuindo importância a diferentes benefícios
relacionados ao produto. No mercado de automóveis, por exemplo, diversos modelos atendem
a diferentes segmentos, incorporando utilidades adicionais que refletem em preços
variados.

Serviços e Aumento de Valor

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O valor pode ser aumentado por meio de serviços, exigindo uma gestão logística mais
robusta. Serviços como entrega, suporte pós-venda, financiamentos e suporte técnico estão
vinculados ao relacionamento com o cliente e agregam valor ao produto. A logística é
responsável pelos valores de tempo e lugar, desempenhando um papel vital no transporte,
fluxo de informações e gerenciamento de estoques.

Quatro Tipos de Valor Criados pela Atividade Empresarial


A atividade empresarial cria quatro tipos de valor em produtos ou serviços: forma,
tempo, lugar e posse. A logística é diretamente responsável pelos valores de tempo e
lugar, contribuindo também para o valor de forma. A eficácia logística em disponibilizar
produtos no momento e local adequados é crucial para criar valor para o cliente.

Contribuição da Logística para Vantagem de Custo e Valor


O gerenciamento logístico desempenha um papel significativo na obtenção de
vantagens de custo e valor. Aumentar a produtividade por meio de uma gestão logística
eficaz, combinada com a gestão da cadeia de suprimentos, contribui para redução de
custos, melhor uso da capacidade instalada e integração das fases da cadeia. Além disso,
a logística contribui para a vantagem de valor ao proporcionar um excelente serviço de
suporte ao cliente.

Verbetes
Demanda elástica – situação caracterizada pelo comportamento dos consumidores com relação a uma
determinada variável da economia, tal como a renda recebida por eles ou o preço dos produtos. Em
geral, há uma relação negativa entre o preço e a quantidade demandada, haja vista que, quando o
preço de um produto diminui, a demanda por ele aumenta, ou seja, os consumidores tendem a comprar
mais esse produto. Dessa forma, um comportamento de demanda elástica em relação aos preços é
evidenciado por meio da seguinte situação: Supondo-se que os preços caiam 1%, a demanda aumenta em
mais de 1%. Porém, se os preços forem reduzidos em 1% e a demanda aumentar menos que 1%, ela será
considerada inelástica em relação aos preços. Caso a variação da demanda seja de exatamente 1%, e o
preço tenha diminuído 1%, a demanda será dita perfeitamente elástica. Esse conceito é de natureza
microeconômica e mede a sensibilidade da demanda em relação ao preço das mercadorias.
Convergência Tecnológica – fenômeno verificado cada vez mais intensamente, que significa a
incorporação, num mesmo produto, de vários outros produtos antes encontrados apenas isoladamente. O
exemplo mais emblemático nos dias de hoje é o aparelho de telefone celular, que é câmara digital,
agenda eletrônica, computador, MP3 e, inclusive, ”um telefone celular”!

A CADEIA DE SUPRIMENTOS E AS MUDANÇAS NO AMBIENTE COMPETITIVO


O texto aborda as mudanças no ambiente competitivo e as suas implicações para a
gestão da cadeia de suprimentos. O autor identifica quatro principais desafios: as novas
regras de competição, a globalização, a tendência de redução nos preços de vendas e a
maior influência dos clientes nas relações de mercado.

As novas regras de competição


No passado, as empresas competiam isoladamente, com foco na diferenciação de
produtos e serviços. Atualmente, o foco é na cadeia de suprimentos, com o objetivo de
criar valor para os clientes. Essa mudança de foco é necessária porque os clientes estão
cada vez menos fiéis a marcas específicas. Se um produto não estiver disponível no
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momento certo, o cliente provavelmente irá comprar uma marca concorrente. Além disso, o
encurtamento do ciclo de vida dos produtos exige que as empresas tenham lead times mais
curtos.

Tendências no Mercado e Desafios Logísticos


Uma tendência atual é a redução no número de clientes, que buscam restringir suas
bases de fornecedores, enquanto realizam negócios mais amplos e de longo prazo. As
empresas devem ajustar suas estratégias para oferecer maior valor a um número menor de
clientes, transitando de um crescimento baseado em volume para um baseado em valor. Esse
redirecionamento demanda uma gestão logística mais eficiente. Outro desafio enfrentado
pela logística é o encurtamento do ciclo de vida dos produtos. Inovações tecnológicas,
especialmente em setores como câmeras digitais, celulares e televisores LCD, resultam em
produtos obsoletos rapidamente após o lançamento. Empresas precisam lidar com ciclos de
vida mais curtos, o que exige menores lead times.

Globalização e Terceirização na Cadeia de Suprimentos


A globalização redefine o conceito de empresas globais, expandindo além das
multinacionais. Empresas globais terceirizam seus recursos materiais e componentes em
todo o mundo, permitindo customização local e venda em diversos países. A terceirização,
a entrega de produtos em vários mercados e a complexidade das cadeias de suprimentos
globais tornam-se desafios para a logística. Nesse contexto, o "aplainamento do mundo",
termo cunhado por Thomas Friedman, destaca a conectividade global possibilitada por
avanços tecnológicos. Empresas globais precisam gerenciar eficientemente as complexas
redes de suas cadeias de suprimentos para se manterem competitivas.

Tendências de Queda de Preços e Influência do Cliente


A tendência de queda nos preços, impulsionada por novos concorrentes globais e pela
abertura do comércio internacional, coloca pressão sobre as empresas para reduzir custos.
O gerenciamento logístico eficiente na cadeia de suprimentos é vital para enfrentar esse
desafio e manter a competitividade. A influência crescente dos clientes nas relações de
mercado é uma realidade, especialmente com o advento da Internet. Os consumidores agora
têm acesso fácil a comparação de preços e elevaram suas expectativas em termos de
qualidade e valor. Empresas precisam ajustar suas estratégias logísticas para atender a
essas demandas crescentes.

Conclusão: O Papel Crucial da Logística nas Adaptações Competitivas


Em síntese, as transformações no ambiente competitivo demandam adaptações
significativas na abordagem das empresas, destacando a importância estratégica da
logística e da gestão da cadeia de suprimentos. Desde a mudança nas regras de competição
até a influência do cliente, o gerenciamento eficiente da cadeia de suprimentos emerge
como um fator crítico para o sucesso. Empresas que compreendem e enfrentam esses desafios
logísticos têm a capacidade de se destacar em um ambiente empresarial cada vez mais
dinâmico e globalizado.

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Pontos-chave do texto
● As novas regras de competição exigem que as empresas foquem na cadeia de suprimentos para
criar valor para os clientes.
● A globalização está transformando as cadeias de suprimentos, tornando-as mais complexas.
● A tendência de redução nos preços de vendas está pressionando as empresas a reduzir custos.
● A maior influência dos clientes está exigindo que as empresas ofereçam produtos e serviços de
alta qualidade e com um bom nível de serviço.
Verbetes
lead time: O lead time, numa visão restrita, representa o tempo transcorrido entre o
recebimento do pedido e a entrega da mercadoria ao cliente. Não obstante, atualmente se
fala no lead time estratégico, que corresponde ao tempo contado desde a concepção do
projeto na prancheta, passando pela compra do material necessário à sua fabricação, sua
manufatura e montagem, até sua entrega ao cliente final.
Customização: é uma adaptação das características de um produto para os hábitos ou
singularidades de uma determinada região ou grupo de indivíduos.

RESUMO GERAL
A evolução do paradigma da gestão logística propõe uma ampliação do escopo de
atuação, que não mais estaria situado no âmbito de uma empresa apenas, mas, sim, no
contexto de várias organizações existentes no canal logístico, ou seja, os fornecedores,
os clientes (empresas ou consumidores finais) e a própria organização. Assim, o
gerenciamento do canal logístico como um todo é fundamental para a competitividade das
empresas. Uma empresa pode assumir uma posição de vantagem competitiva em relação aos
seus concorrentes quando evidencia, durante muito tempo, uma ou mais das seguintes
características: capacidade de manter um preço baixo em relação aos seus concorrentes;
reputação de qualidade no atendimento ou nos itens que produz e comercializa; preferência
por parte dos clientes; lucratividade acima da média do setor em que atua.
Os principais desafios a serem enfrentados pela logística são: as novas regras de
competição nos mercados; a globalização dos setores envolvidos; a tendência de redução
nos preços de vendas; e a maior influência dos clientes nas relações de mercado.
Existe hoje a percepção de que as empresas concorrem por meio das suas capacidades
e competências. Isso quer dizer que as empresas são competitivas na medida em que
conseguem criar valor para os consumidores, através de um gerenciamento mais eficiente de
seus processos internos em relação aos seus concorrentes. Assim, as organizações globais
que quiserem se manter competitivas vão ter que gerenciar muito bem as complexas redes
que caracterizam as cadeias de suprimentos.

Aula 3 - A CADEIA DE SUPRIMENTOS E A ESTRATÉGIA EMPRESARIAL

META:
Apresentar a importância da Gestão da Cadeia de Suprimentos para a estratégia das
empresas.

OBJETIVOS:
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1. elaborar uma análise swot com a função logística para as estratégias


organizacionais;
2. indicar os princípios que devem orientar a estratégia logística;
3. identificar os níveis de planejamento logístico;
4. caracterizar o sistema logístico como uma rede de mercadorias e informações.

O ALINHAMENTO DA ESTRATÉGIA CORPORATIVA COM A GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS


O gerenciamento logístico desempenha um papel crucial na implementação eficaz da
estratégia corporativa das organizações. Inicialmente, a definição da orientação
estratégica é conduzida pela liderança da empresa, estabelecendo objetivos e diretrizes
para alcançá-los. Essa estratégia é então desdobrada em planos específicos para
diferentes áreas funcionais, como Marketing, Produção e Logística. A estratégia
corporativa começa com a definição clara de objetivos, seguida pela criação de uma visão,
que serve como guia para as ações futuras. A visão incorpora considerações sobre
clientes, fornecedores, concorrentes e fatores ambientais, como oportunidades e ameaças.
A análise SWOT é uma ferramenta comumente usada para identificar esses elementos.
A estratégia corporativa se desdobra nas estratégias específicas de cada função
empresarial, incluindo Produção e Logística. A produção envolve decisões estruturais
(relacionadas ao projeto) e decisões infra estruturais (envolvendo a força de trabalho e o
controle operacional). Da mesma forma, a logística busca alinhar suas operações com a
estratégia organizacional, visando à redução de custos, capital empregado e melhoria dos
serviços aos clientes. A redução de custos na logística é alcançada otimizando os custos
de transporte e armazenamento, enquanto a redução do capital empregado visa minimizar os
investimentos em sistemas logísticos. As estratégias de melhoria de serviços logísticos
consideram que lucros dependem do nível de serviço oferecido aos clientes, e devem ser
equilibradas com os custos associados. Em resumo, o alinhamento entre logística e
estratégia corporativa é essencial para o sucesso organizacional, permitindo que as
operações logísticas contribuam efetivamente para os objetivos e diretrizes estabelecidos
pela liderança da empresa.

OS PRINCÍPIOS ORIENTADORES DA ESTRATÉGIA LOGÍSTICA


A estratégia logística deve se alinhar aos objetivos corporativos e abordar os
desafios de um ambiente competitivo, globalizado e volátil. Christopher (2007) propõe
quatro princípios-chave: responsividade, confiabilidade, resiliência e relacionamentos.
1. Responsividade: Refere-se à capacidade de atender às necessidades dos
clientes de forma ágil e flexível. A agilidade é essencial para responder
rapidamente às mudanças de mercado e demanda imprevista, superando a
importância das estratégias de longo prazo.
2. Confiabilidade: Envolve garantir que o canal logístico forneça produtos que
atendam às expectativas dos clientes, sem perda de qualidade ou desvio das
especificações. A visibilidade ao longo da cadeia logística é fundamental
para aumentar a confiabilidade, permitindo uma compreensão clara das demandas
dos clientes.

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3. Resiliência: Corresponde à capacidade da cadeia de suprimentos de se


recuperar rapidamente de perturbações ou eventos imprevistos. Em um ambiente
volátil, as cadeias de suprimentos resilientes podem resistir a interrupções,
identificando e mitigando vulnerabilidades ao longo da cadeia.
4. Relacionamentos: Os clientes tendem a reduzir sua base de fornecedores,
buscando relacionamentos de longo prazo baseados na confiança e na
colaboração. Parcerias sólidas permitem compartilhar inovações, reduzir
custos e integrar processos, promovendo uma interdependência mútua e
dificultando a entrada de concorrentes.
Esses princípios destacam a importância da logística na adaptação às demandas do
mercado, na garantia da qualidade e na construção de parcerias colaborativas ao longo da
cadeia de suprimentos. Em um cenário competitivo em constante evolução, as empresas que
adotam esses princípios estarão melhor posicionadas para enfrentar os desafios e obter
sucesso no futuro.

OS NÍVEIS DE PLANEJAMENTO DE LOGÍSTICA E CADEIA DE SUPRIMENTOS


O planejamento logístico e de cadeia de suprimentos é um processo estratégico vital
para empresas que buscam operar de forma eficiente e atender às demandas dos clientes.
Esse planejamento é composto por três níveis distintos: estratégico, tático e
operacional. No nível estratégico, de longo prazo, as decisões são tomadas com base em
uma visão ampla do mercado e das metas organizacionais. Aqui, o foco está em definir
objetivos gerais e diretrizes para a logística e a cadeia de suprimentos, como a expansão
para novos mercados, a introdução de novos produtos ou a otimização da rede de
distribuição. Já no nível tático, de médio prazo, as decisões são mais detalhadas e
direcionadas para a implementação das estratégias definidas no nível anterior. Questões
como a alocação de recursos, a gestão de estoques, a seleção de fornecedores e a escolha
de modalidades de transporte são abordadas neste estágio. O objetivo é traduzir as
estratégias em planos acionáveis e eficientes. Por fim, no nível operacional, de curto
prazo, o foco está na execução diária das operações logísticas. Aqui, as decisões são
tomadas em tempo real para lidar com questões imediatas, como o planejamento de rotas de
entrega, o controle de inventário e a gestão de pedidos. A precisão e agilidade são
essenciais neste estágio para garantir o funcionamento eficiente da cadeia de
suprimentos.
Além disso, o planejamento logístico abrange quatro áreas principais: níveis de
serviço ao cliente, localização de instalações, gestão de estoques e seleção de modais de
transporte. Essas áreas são interdependentes e influenciam-se mutuamente, destacando a
importância de uma abordagem integrada para o planejamento logístico. Em resumo, o
planejamento logístico e de cadeia de suprimentos é um processo multifacetado que requer
uma visão estratégica de longo prazo, bem como uma execução eficiente e precisa no curto
prazo para garantir o sucesso operacional e a satisfação do cliente.

O PLANEJAMENTO LOGÍSTICO SOB A ÓTICA DE REDE


O planejamento logístico, como descrito por Ballou (2006), é uma abstração de uma
rede composta por ligações e nós, onde as ligações representam o movimento de mercadorias
entre diferentes pontos de estocagem e os nós indicam esses pontos, como fábricas,

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armazéns e lojas varejistas. Essa representação abstrata abrange não apenas o fluxo
físico de produtos, mas também os fluxos de informações associados, como dados de vendas,
níveis de estoque e previsões de demanda. Na visão proposta, a rede logística é
considerada um sistema integrado, onde as atividades de transporte e armazenagem são
apenas parte do todo. A rede logística inclui também uma rede de fluxos de informação,
que são fundamentais para a tomada de decisões em todos os níveis da cadeia de
suprimentos. Essas informações são coletadas e processadas em diferentes pontos da rede,
seja por funcionários responsáveis pelo
​ processamento de pedidos ou por sistemas
computacionais.
Uma distinção importante é feita entre os fluxos de mercadorias e os fluxos de
informações. Enquanto as mercadorias fluem predominantemente do fabricante para o cliente
final, as informações tendem a fluir em direção oposta, do cliente para o fabricante. No
entanto, ambas as redes são interdependentes e devem ser integradas desde o planejamento
inicial. A integração efetiva dessas redes é fundamental para o sucesso do planejamento
logístico. Por exemplo, o projeto da rede de informações influencia diretamente os prazos
do ciclo de pedidos, que por sua vez afetam os níveis de estoque em cada ponto da rede.
Esses níveis de estoque influenciam o nível de serviço ao cliente, que retroalimenta o
ciclo de pedidos. Essas interdependências destacam a importância de um projeto abrangente
do sistema logístico, que otimize o equilíbrio entre o serviço ao cliente e os custos
operacionais da rede.
Portanto, o planejamento logístico não se limita apenas ao movimento físico de
mercadorias, mas também abrange a gestão eficaz dos fluxos de informação ao longo de toda
a cadeia de suprimentos. Uma abordagem integrada que considera tanto os aspectos físicos
quanto os aspectos informacionais da logística é essencial para garantir a eficiência e a
eficácia operacional de uma organização.

Verbetes:
Retorno sobre o investimento (ROI – Return on Investment) – é uma medida de performance
financeira. Mede a razão entre o lucro gerado por um investimento e o valor total deste.
Giro de estoque - representa o número de dias necessários para que todo o estoque seja
vendido ou empregado nas atividades operacionais da empresa. A empresa será tão eficiente
quanto maior for o giro dos estoques. Para se obter essa medida de desempenho, é preciso
identificar o total de vendas anuais (do Demonstrativo de Resultados) e dividi-lo pelo
saldo da conta estoques no mesmo período. Será obtido o número de vezes que o estoque
“girou” ao longo do ano. Para se obter o giro de estoque em termos de dias, basta dividir
o número de dias do ano (considerando-se um ano de 12 meses de 30 dias temos que o ano
tem 360 dias) pelo valor do giro do estoque.

RESUMO
A rede logística é fundamental para a estratégia da empresa como um todo. Os
princípios que devem orientar uma estratégia vencedora são: responsividade
(responsiveness); confiabilidade (reliability); resiliência (resilience); e
relacionamentos (relationships). O planejamento logístico tem como propósito responder
perguntas acerca do quê, quando e como, desenvolvendo-se em três níveis: estratégico,
tático e operacional. Por fim, a cadeia de suprimentos como uma rede de fluxos de

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materiais e informações. A chave do efetivo planejamento logístico consiste na elaboração


de um bom projeto de sistema logístico que seja capaz de integrar a rede de mercadorias
com a rede de informações.

TEXTOS AUXILIARES - MÓDULO I


TEXTO I - UMA ABORDAGEM INTRODUTÓRIA SOBRE A LOGÍSTIC REVERSA
A Logística Reversa é cada vez mais adotada pelas empresas como um diferencial
competitivo. Visa o desenvolvimento sustentável, considerando os impactos ambientais,
sociais e econômicos. Aborda a gestão dos produtos desde sua saída do consumidor até a
fábrica.
Conceito de Logística Reversa: Amplo, abrange o fluxo reverso da fabricação do produto.
Envolve planejamento, implantação e controle do retorno de materiais, reciclagem,
reutilização, reparação, entre outros.
Atividades e Classificação da Logística Reversa: Incluem retorno de materiais,
recuperação, reutilização, reciclagem e descarte correto. Classificação inclui logística
reversa de pós-venda, pós-consumo e de embalagem.
Ciclo de Atividades da Logística Reversa: Materiais podem retornar ao fornecedor, serem
revendidos, recondicionados, reciclados ou descartados.
Fatores impulsionadores da Logística Reversa no Brasil: Surgimento e fortalecimento de
ONGs ambientais. Implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Aumento
de cooperativas de reciclagem. Criação do Programa de Logística Verde Brasil (PLVB).
Proliferação de trabalhos acadêmicos e programas voltados à pesquisa socioambiental.
Benefícios da Logística Reversa: Criação de imagem empresarial sólida. Lucro com ações de
marketing positivas. Melhoria do processo de produção e redução de custos. Criação de
consumidores conscientes. Redução de resíduos descartados e geração de empregos. Melhoria
do meio ambiente e condições do planeta.

TEXTO II - CASE ROCK IN RIO


História do Rock in Rio: Criado em 1985 por Roberto Medina no Rio de Janeiro. Primeira
edição com dificuldades de patrocínio. Sucesso devido à presença de grandes estrelas
internacionais. Edições posteriores no Brasil, Portugal e Espanha.
Aspectos da Logística do Rock in Rio:
- Programação de Produtos e Aquisição: 700 itens licenciados em média por edição.
Seleção estratégica para garantir interesse do público e evitar estoque excessivo.
- Transporte e Armazenagem de Equipamentos: Waiver Logistics cuida da logística desde
1991. Transporte via modal marítimo/aéreo e rodoviário. Armazenagem de instrumentos
sensíveis à temperatura e umidade.
- Transporte do Público e Uso de Tecnologia de Informação: 810 mil passageiros no
aeroporto RIOgaleão. Estímulo ao transporte público com proibição de
estacionamento. Monitoramento e informação de trânsito por painéis, câmeras e apps
como Waze e Google Maps. Acessibilidade garantida com plataformas para pessoas com
necessidades especiais.
- Processamento de Pedidos: Compra de ingressos via Ingresso.com. Necessidade de CPF
válido e cadastro ativo. Entrega das pulseiras via Correios ou retirada em pontos
físicos.

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TEXTO III - ARTIGO LOGÍSTICA REVERSA - ROCK IN RIO


O artigo examina a logística do Rock in Rio 2011, um festival de música de grande
porte realizado no Rio de Janeiro. A logística de eventos é crucial para o sucesso de
tais eventos, e o Rock in Rio é um exemplo notável de planejamento e organização.
- Estrutura do Festival: A Cidade do Rock, local do festival, foi construída e desmontada
para o evento, com infraestrutura completa, incluindo palcos, iluminação, gramado e áreas
de apoio. A organização dos horários dos shows foi complexa, com diversos artistas e
equipe técnica se revezando nos palcos.
- Transporte: O transporte de artistas e seus instrumentos envolveu intermodalidade
(avião e caminhões/vans) e logística especializada. O público foi incentivado a usar
transporte público, com linhas especiais de ônibus e integração com outros modais. Houve
problemas com atrasos nos ônibus e falta de segurança nas áreas de acesso.
- Segurança: A segurança do festival foi realizada por empresa especializada, com equipe
de 500 profissionais. Apesar da segurança, ocorreram arrastões durante alguns shows e
furtos de objetos pessoais. A estrutura médica do festival foi completa, com seis postos
médicos, 40 leitos e 1.500 profissionais de saúde.
- Logística Reversa: O Rock in Rio 2011 teve um plano de sustentabilidade para a gestão
de resíduos. Foram coletadas 381 toneladas de lixo, com separação para reciclagem e
compostagem. O festival recebeu a certificação Selo 100R de evento sustentável.
- Considerações Finais: O Rock in Rio 2011 é um exemplo de sucesso na organização de
grandes eventos. A logística integrada, o planejamento detalhado e a preocupação com a
sustentabilidade foram fatores importantes para o sucesso do festival. O evento gerou
impacto econômico positivo e contribuiu para a profissionalização do setor de eventos no
Brasil.

Aula 4 - A LOGÍSTICA COMO DIRECIONADOR DE VALOR PARA O CLIENTE

META
Apresentar a importância da Logística para a geração de valor para o cliente.

OBJETIVOS
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
1. identificar as conexões entre o Marketing e a Logística na busca do valor ao
cliente;
2. descrever as dimensões do valor para o cliente;
3. descrever os elementos do serviço ao cliente.
4. caracterizar os elementos do serviço ao cliente.

AS CONEXÕES ENTRE O MARKETING E A LOGÍSTICA NA BUSCA DO VALOR AO CLIENTE


O texto aborda a crescente interdependência entre Marketing e Logística na busca
por valor ao cliente. Tradicionalmente, o Marketing concentrou-se nos 4 Ps (produto,
preço, promoção e praça), mas agora o serviço ao cliente emerge como um diferencial
competitivo fundamental. Isso se deve à sofisticação crescente dos consumidores e à

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"comoditização" dos produtos, onde a disponibilidade torna-se um fator-chave na decisão


de compra. No ambiente de negócios atual, a estratégia competitiva das empresas está cada
vez mais voltada para a agregação de valor ao cliente. Isso é motivado pela percepção de
que o serviço ao cliente é um meio potencial de diferenciação que pode distanciar uma
empresa de seus concorrentes. Enquanto os consumidores se tornam mais exigentes,
procurando não apenas produtos de qualidade, mas também uma experiência de compra
satisfatória, as empresas precisam ajustar suas estratégias para atender a essas demandas
em constante evolução.
A evolução tecnológica e a convergência tecnológica têm contribuído para a
"comoditização" dos produtos, reduzindo a diferenciação entre marcas e enfraquecendo o
poder das mesmas. Isso significa que os consumidores estão mais propensos a aceitar
produtos substitutos, tornando a disponibilidade e o serviço ao cliente fatores decisivos
na hora da compra. A disponibilidade imediata do produto agora é valorizada pelos
consumidores, especialmente em mercados onde a diferença entre produtos se tornou menos
perceptível. A qualidade do serviço ao cliente, juntamente com a disponibilidade do
produto, tem se destacado como um diferencial competitivo significativo. Os consumidores
estão dispostos a pagar mais por uma experiência de compra que atenda às suas
expectativas em termos de serviço e conveniência. Portanto, as empresas precisam adotar
uma abordagem centrada no cliente, onde cada interação visa fornecer benefícios tangíveis
ao cliente e promover a fidelidade à marca.
Nesse contexto, a Logística desempenha um papel crucial na entrega de valor ao
cliente. O gerenciamento logístico (qualidade, serviço, custo e tempo) impacta tanto a
disponibilidade do produto quanto os custos totais da transação para o cliente. A redução
de custos na logística é importante, mas apenas se não comprometer a qualidade do serviço
ao cliente. Uma estratégia logística eficaz não se concentra apenas na eficiência
operacional, mas também na eficácia em atender às necessidades e expectativas dos
clientes. Além disso, a integração entre Marketing e Logística é fundamental para
maximizar o valor entregue ao cliente. A cooperação estratégica entre essas duas áreas
permite que as empresas otimizem suas operações, desde a concepção do produto até a
entrega final ao cliente. A Logística não deve ser vista apenas como uma função
operacional, mas sim como uma parte integrante da estratégia de Marketing, contribuindo
para a criação de valor e diferenciação da marca.
Em resumo, a entrega de valor ao cliente tornou-se uma prioridade para as empresas
que buscam se destacar em um mercado cada vez mais competitivo e exigente. A integração
entre Marketing e Logística desempenha um papel fundamental nesse processo, permitindo
que as empresas atendam às necessidades e expectativas dos clientes de forma eficaz e
eficiente. Ao adotar uma abordagem centrada no cliente e priorizar a qualidade do serviço
ao cliente, as empresas podem fortalecer sua vantagem competitiva e construir
relacionamentos sólidos com os clientes ao longo do tempo.

AS DIMENSÕES DO VALOR AO CLIENTE


O valor ao cliente é uma perspectiva essencial para as empresas no atual cenário
competitivo, onde a satisfação do cliente e a percepção do valor oferecido são
determinantes para o sucesso. Conforme destacado por Simchi-Levi et al. (2003), o valor
ao cliente vai além do produto ou serviço isoladamente, englobando todo o conjunto de

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relações entre o cliente e a empresa. Nesse contexto, a medição da qualidade não se


limita mais à garantia interna, mas sim à satisfação externa do cliente. Inicialmente, a
qualidade era medida por indicadores como o número de defeitos dos produtos, porém, com a
mudança para uma abordagem orientada ao cliente, a ênfase passou a ser na satisfação dos
clientes atuais e no entendimento do porquê eles escolhem determinado produto ou serviço.
Isso levou ao reconhecimento da necessidade de ir além das características tangíveis dos
produtos, considerando também aspectos intangíveis, como a marca e a experiência do
cliente.
A gestão da cadeia de suprimentos (SCM) desempenha um papel crucial na entrega de
valor ao cliente, determinando a disponibilidade dos produtos, a rapidez da entrega e os
custos operacionais. A SCM precisa ser adaptável às necessidades dos clientes e às
diferentes dimensões de valor. Por exemplo, para produtos com demanda previsível, uma SCM
eficiente é aquela que reduz os custos por meio da otimização de estoques e transporte.
Por outro lado, para produtos sujeitos a demanda variável, uma SCM responsiva é
necessária para minimizar perdas de vendas e maximizar a satisfação do cliente. As
dimensões do valor ao cliente abrangem diversos aspectos, como conformidade com as
exigências, seleção de produtos, preço e marca, serviços com valor agregado,
relacionamentos e experiências.
● A conformidade com as exigências refere-se à capacidade da empresa de
oferecer o que o cliente deseja, influenciando as decisões de compra e a
lealdade do cliente.
● A seleção de produtos envolve a variedade e personalização dos produtos, com
estratégias que vão desde a especialização até a oferta de produtos
configuráveis.
● O preço e a marca são fatores-chave na percepção do valor pelo cliente.
Enquanto o preço pode afetar a decisão de compra, a marca pode agregar valor
ao produto e justificar preços mais altos. As empresas precisam equilibrar a
flexibilidade de preços com a manutenção da imagem de marca para garantir a
lucratividade.
● Os serviços com valor agregado, como suporte e manutenção, tornam-se cada vez
mais importantes para diferenciar os produtos e aumentar a fidelidade do
cliente.
● O relacionamento com o cliente é essencial para criar vínculos duradouros e
reduzir a probabilidade de mudança para a concorrência. Estratégias como o
relacionamento de aprendizagem e o empreendimento um-a-um permitem às
empresas entender as necessidades individuais dos clientes e oferecer
soluções personalizadas ao longo do tempo. Essas estratégias visam não apenas
aumentar as vendas, mas também fortalecer a lealdade do cliente e garantir
uma vantagem competitiva sustentável.
Em suma, o valor ao cliente é uma abordagem holística que considera todas as
interações entre a empresa e o cliente. Ao entender as diferentes dimensões do valor e
adaptar suas estratégias de acordo, as empresas podem oferecer uma experiência superior
ao cliente, aumentar a fidelidade e garantir sua competitividade no mercado. A gestão
eficaz da cadeia de suprimentos desempenha um papel fundamental nesse processo,

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garantindo a entrega oportuna e eficiente de produtos e serviços que atendam às


expectativas e necessidades dos clientes.

OS ELEMENTOS DO SERVIÇO AO CLIENTE


O serviço ao cliente é uma parte crucial das operações de uma empresa, com um
impacto significativo na criação de demanda e na manutenção da fidelidade do cliente. De
acordo com diversas definições apresentadas em Ballou (2006), o serviço ao cliente
abrange desde a formalização do pedido até a entrega das mercadorias, podendo incluir
também serviços de apoio e manutenção. Esse conceito tem evoluído para ser visto como um
processo completo de atendimento ao pedido do cliente, envolvendo uma série de etapas
interligadas. Kyj e Kyj observam que os serviços ao cliente, quando utilizados
eficazmente, podem ser uma variável de grande importância para a empresa, influenciando
diretamente a demanda e a fidelidade do cliente. Já Blanding destaca que os serviços ao
cliente englobam toda a cadeia de atividades relacionadas à satisfação de vendas, desde a
formalização do pedido até a entrega das mercadorias, podendo estender-se para serviços
de apoio ou manutenção.
O serviço ao cliente é uma interface crucial entre a função logística e a função de
marketing de uma empresa, uma vez que a entrega física do produto está intimamente ligada
à experiência do cliente no ponto de venda. Dessa forma, compreender e aprimorar o
serviço ao cliente é essencial para garantir a satisfação do cliente e manter a
competitividade no mercado.
Ballou destaca que muitas pesquisas têm sido realizadas para compreender os
elementos constitutivos do serviço ao cliente e seu impacto no comportamento dos
compradores. O serviço ao cliente é uma área complexa, sujeita a interpretações variadas
e em constante evolução devido às mudanças nas exigências dos clientes e no ambiente de
mercado.
Os elementos do serviço ao cliente podem ser categorizados em três grandes grupos:
pré-transação, transação e pós-transação. Cada grupo abrange uma série de aspectos que
influenciam a experiência do cliente desde o momento anterior à formalização do pedido
até o suporte pós-venda. Os elementos de PRÉ-TRANSAÇÃO incluem políticas formais de
serviço ao cliente, acessibilidade, estrutura organizacional e flexibilidade do sistema.
Esses elementos visam estabelecer um ambiente propício para um bom serviço ao cliente e
garantir que a empresa esteja preparada para atender às necessidades dos clientes. Os
elementos de TRANSAÇÃO estão diretamente relacionados à entrega do produto ou serviço ao
cliente e incluem o ciclo do pedido, disponibilidade de estoque, taxa de atendimento do
pedido e informações sobre a situação do pedido. Esses elementos influenciam diretamente
a confiabilidade e a eficiência do processo de entrega. Por fim, os elementos de
PÓS-TRANSAÇÃO estão relacionados ao suporte ao produto em campo e incluem disponibilidade
de peças de reposição, tempo de atendimento de chamada, acompanhamento/garantia do
produto e gestão de queixas e reclamações dos clientes. Esses elementos visam garantir
que o cliente receba o suporte necessário após a compra do produto ou serviço.
Em resumo, o serviço ao cliente é uma parte essencial das operações de uma empresa,
com uma influência significativa na satisfação e fidelidade do cliente. Compreender os
diferentes elementos do serviço ao cliente e sua importância relativa em diferentes

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contextos é fundamental para garantir uma experiência positiva para o cliente e manter a
competitividade no mercado.

RESUMO GERAL
É cada vez maior a interdependência entre o Marketing e a Logística, pois mais se
reconhece o poder do serviço ao cliente como um meio potencial de diferenciação entre as
empresas. O Marketing é apresentado em grande parte da bibliografia especializada como o
gerenciamento dos 4 “Ps”, designados por produto, preço, promoção e praça (também chamada
de ponto de venda). Até hoje, a ênfase do Marketing recai sobre os três primeiros “Ps”. A
praça, que pode ser descrita por intermédio do antigo clichê: “o produto certo, no lugar
certo, na hora certa”, de um modo geral, não era muito enfatizado nos esforços da função
Marketing. A disponibilidade dos produtos passou a ser determinante para a decisão de
venda. Se o produto está disponível agora, então o cliente compra, pois a disponibilidade
para venda passa a ser um diferencial atrativo para o cliente, visto que o produto já se
“comoditizou” (todas as marcas são similares). Não obstante, a disponibilidade é um
elemento do serviço de suporte ao cliente, bem como um dos aspectos tratados pelo
gerenciamento logístico. O valor ao cliente, por sua vez, pode ser compreendido como a
forma pela qual o cliente percebe as ofertas da empresa, aí incluídos os produtos, os
serviços e outros bens intangíveis. Essas percepções dos clientes podem ser classificadas
em múltiplas dimensões: conformidade com as exigências; seleção de produtos; preço e marca;
serviços com valor agregado; relacionamentos e experiências. Abordamos o conceito de
serviço ao cliente, que é bastante elástico, e necessita estar em constante
aperfeiçoamento, conforme se modificam as exigências dos clientes. De um modo geral, o
serviço ao cliente pode ser compreendido a partir dos seus elementos constitutivos,
criados a partir do momento em que se estabeleceu a transação fornecedor-cliente. Esses
elementos são elencados nas seguintes categorias: pré-transação; transação; e
pós-transação.

Verbetes:
Comoditização - termo originado de “commodities”, são títulos correspondentes a
negociações com produtos agropecuários, metais, minérios e outros produtos primários nas
bolsas de mercadorias. Esses negócios se referem à entrega futura de mercadorias, mas não
significa necessariamente que há movimento físico de produtos nas bolsas.

Aula 5 - OS CUSTOS LOGÍSTICOS - PARTE I

META: Apresentar a relação entre os custos logísticos e o resultado econômico das


organizações

OBJETIVOS: Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:


● avaliar o impacto do gerenciamento logístico no desempenho econômico;
● demonstrar a influência da Logística nos elementos determinantes do ROI (retorno
sobre o investimento);
● identificar os princípios de custeio de um sistema logístico.
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RESUMO DA DISCIPLINA: LOGÍSTICA EMPRESARIAL

1 – AS MÚLTIPLAS RELAÇÕES ENTRE O GERENCIAMENTO LOGÍSTICO E O DESEMPENHO


ECONÔMICO DAS EMPRESAS
O gerenciamento logístico desempenha um papel crucial no desempenho econômico das
empresas, contribuindo para a geração de vantagem competitiva. Embora os custos
associados à logística possam ser vistos como negativos, uma gestão eficaz desses custos
pode resultar em benefícios significativos. Em países desenvolvidos, os custos logísticos
representam uma parte substancial do Produto Interno Bruto (PIB), destacando sua
importância econômica.
Os recursos de logística, como capital de giro e imobilizado, afetam diretamente o
desempenho financeiro das empresas. Em um ambiente de mercado volátil, os gestores
enfrentam trade-offs ao tomar decisões, mas é essencial buscar um equilíbrio entre o
curto e o longo prazo. Ferramentas como a gestão do fluxo de caixa podem melhorar as
decisões de curto prazo, mas uma visão ampla do uso dos recursos é necessária.
O retorno sobre o investimento (ROI) é um indicador chave para avaliar a eficiência
dos ativos da empresa, e é influenciado pela margem e pelo giro dos ativos. A gestão
logística pode impactar o ROI através do aumento de receitas, redução de custos e
eficiência do capital empregado. A busca por isocurvas que promovam os maiores níveis de
ROI é um desafio para a gestão logística, envolvendo escolhas entre diferentes
combinações de margens e giro de ativos.
O gerenciamento logístico é um fator importante no desempenho econômico das
empresas, influenciando diretamente o ROI. Os direcionadores de ROI incluem variáveis
relacionadas à margem e ao giro dos ativos, destacando a necessidade de uma abordagem
estratégica e integrada para a gestão logística.

ROI = LUCRO / CAPITAL EMPREGADO ou ROI = (LUCRO/VENDAS) * (VENDAS/CAPITAL EMPREGADO)

2 – A INFLUÊNCIA DA LOGÍSTICA NOS ELEMENTOS DETERMINANTES DO ROI


O texto aborda a importância da logística na obtenção de um ROI (retorno sobre
investimento) mais elevado. A logística impacta os principais elementos que determinam o
ROI:
2.1. Receita de vendas:
● Nível de serviço logístico: alto nível de serviço impacta positivamente o volume de
vendas e a retenção de clientes.
● Ticket médio: clientes leais tendem a ter um ticket médio superior.
● Satisfação do cliente: fator fundamental para a retenção de clientes.
2.2. Custo:
● Redução de custos: a logística pode reduzir custos ao longo da cadeia de
suprimentos.
● Tempo com valor agregado: tempo despendido em atividades pelas quais o cliente está
disposto a pagar.
● Tempo sem valor agregado: tempo gasto em atividades que não agregam valor para o
cliente e devem ser reduzidas.
● Diagrama de processos na cadeia de suprimentos: ferramenta útil para identificar
oportunidades de ganhos de produtividade.

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RESUMO DA DISCIPLINA: LOGÍSTICA EMPRESARIAL

● Lead time logístico: tempo decorrido entre a compra da matéria-prima e a entrega do


produto ao cliente.
● Ciclo do pedido: tempo decorrido entre o pedido do cliente e o recebimento do
produto.
● Gap do lead time: diferença entre o lead time logístico e o ciclo do pedido.
● Redução do gap do lead time: pode ser obtida através da redução do lead time
logístico e dá maior visibilidade da demanda dos clientes.

2.3. Necessidade de caixa e contas a receber:


● Ciclo do pedido: menor tempo do ciclo do pedido significa maior rapidez na emissão
da fatura.
● Grau de atendimento dos pedidos: impacta o caixa, pois a fatura só pode ser emitida
quando os produtos estão prontos para serem enviados.
● Exatidão da fatura: erros na fatura podem atrasar o pagamento.

2.4. Estoques:
● Nível de estoques: a logística gerencia os estoques de matérias-primas, produtos em
processamento e produtos acabados.
● Política da empresa: influencia o tamanho e a localização dos estoques.
● Estratégias de minimização de estoques: reduzem os custos com estoques.

2.5. Grau de utilização dos ativos imobilizados:


● Sistema logístico: utiliza amplo uso dos ativos imobilizados, como fábricas,
armazéns e depósitos.
● Ativos fixos: incluem os equipamentos e veículos utilizados para armazenagem,
manuseio e transporte dos materiais.
● Aluguel ou arrendamento de ativos: pode ser uma forma de melhorar o grau de
utilização dos ativos.
● Valor para o acionista: impactado pela função logística e pela gestão da cadeia de
suprimentos.
● Fatores que agregam valor para o acionista: crescimento da receita, redução do
custo operacional, eficiência do capital imobilizado, eficiência do capital de giro
e minimização de tributos.

Conclusão: A logística é uma função estratégica que pode impactar significativamente o


ROI e o valor para o acionista. As empresas que gerenciam sua logística de forma
eficiente podem obter um ROI mais elevado e aumentar o valor para seus acionistas.

3 – OS PRINCÍPIOS DE CUSTEIO DE UM SISTEMA LOGÍSTICO


O texto discute a necessidade de um sistema de custeio adequado para o
gerenciamento eficiente dos custos logísticos. Destacam-se duas dificuldades principais:
a falta de informações detalhadas sobre os custos ao longo do canal logístico e a
limitação dos sistemas de contabilidade tradicionais em fornecer uma visão precisa dos
custos reais envolvidos.

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Para estabelecer um sistema de custeio logístico eficaz, dois princípios são


destacados: a necessidade de refletir os custos ao longo do fluxo de materiais e a
capacidade de análise separada de custos e receitas por produto, cliente ou canal de
distribuição. Isso requer uma orientação para o custeio focada nos resultados, onde se
define primeiro os resultados desejados do sistema logístico e depois se identificam os
custos associados a esses resultados.
O conceito de missão logística é introduzido como um conjunto de metas de serviço
ao cliente, associadas a um contexto específico de produto e mercado. Um sistema de
custeio baseado em missões logísticas depende de dados obtidos em várias áreas funcionais
da empresa e da identificação dos custos incrementais associados a cada missão logística
específica.
O uso de custos incrementais é sugerido para isolar os custos que poderiam ser
evitados caso uma missão logística específica fosse abandonada. Isso é fundamental para
determinar os custos de cada atividade em relação a uma missão logística específica. O
texto apresenta uma tabela que ilustra a relação entre missões logísticas e áreas
funcionais sob a ótica do custo atribuível.

RESUMO GERAL
O desempenho econômico da empresa pode ser observado a partir do retorno sobre os
investimentos – ROI. Por sua vez, evidenciamos que o retorno sobre os investimentos é o
resultado do produto de uma expressão conhecida como margem, que é a razão lucro/vendas,
e a expressão denominada giro dos ativos, representada por vendas/capital. No primeiro
caso, estamos buscando um aumento de lucratividade, e, no segundo, uma maior eficiência
do uso dos ativos.
O bom desempenho econômico da empresa é o resultado de ações de melhoria em vários
aspectos determinantes do aumento do lucro ou do aumento da eficiência dos ativos. Esse
desempenho se reflete no ROI. Para tanto, a logística deve ser capaz de impactar
favoravelmente os seguintes aspectos: receita de venda, custo, necessidade de caixa,
contas a receber, estoques e ativos imobilizados.
A Contabilidade de Custos tradicional não é um instrumento adequado para o
gerenciamento dos custos, porque os métodos de rateio que utilizam são arbitrários e
distorcem a visão do lucro. Como o gerenciamento logístico é um procedimento orientado
para fluxos, é preciso integrar os recursos ao longo do canal, avaliando custos e
desempenho ao longo do mesmo.
Assim, para estabelecer um sistema de custeio logístico, é preciso observar dois
princípios. O primeiro princípio determina que o sistema seja capaz de refletir as
ocorrências de custos ao longo do fluxo de materiais que compõem o nível de serviço ao
cliente. O segundo princípio impõe que o sistema deve ser capaz de possibilitar análises
separadas de custos e receitas, a serem feitas por tipo de cliente, segmento de mercado,
ou canal de distribuição.

Verbetes:
IPO – acrônimo de initial public offering ou oferta pública inicial, que representa o
registro e a oferta pública de ações de uma empresa que esteja abrindo seu capital,
listando suas ações na bolsa de valores. O IPO é feito por meio de um intermediário

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financeiro, tal como um banco múltiplo, corretora de valores ou distribuidora, que exerce
o papel de coordenador da operação.
Isocurva - é o lugar geométrico determinado num espaço cartesiano que contém todos os
pares ordenados representativos de variáveis de uma função, de tal forma que o valor
dessa função seja o mesmo da isocurva. No caso do ROI, podemos entender a isocurva como
sendo todas as distintas combinações de giro de ativos e de margens de lucro que gera um
determinado nível de ROI. É possível observar que, conforme aumentam tanto o giro quanto
a margem, níveis mais elevados de ROI também são atingidos, contudo gerando isocurvas
mais afastadas da origem.

Aula 6 - OS CUSTOS LOGÍSTICOS - PARTE II

META: Apresentar os diversos custos logísticos na rede logística.

OBJETIVOS: Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:


● analisar os elementos determinantes do custo da missão logística e calculá-los;
● identificar os custos relativos aos estoques.

INTRODUÇÃO
Vimos na aula anterior a relação existente entre a logística e o resultado
econômico das organizações, por intermédio dos múltiplos elementos direcionadores do ROI.
Por sua vez, verificamos também que o custeio logístico envolve alguns aspectos não
contemplados pela contabilidade de custos tradicional, tais como o foco na missão
logística, que pode ser considerada como um processo envolvendo as distintas áreas
funcionais da empresa. Nesta aula, vamos detalhar o processo de custeio nas várias etapas
da missão logística.

1 – OS ELEMENTOS DETERMINANTES DO CUSTO DA MISSÃO LOGÍSTICA


1. Desafios da Contabilidade Tradicional: A Contabilidade tradicional enfrenta
dificuldades em fornecer informações adequadas para o gerenciamento logístico.
Christopher (2007) identifica cinco problemas críticos não resolvidos pela Contabilidade
de Custos tradicional. Esses problemas incluem desconhecimento dos custos reais
relacionados aos diferentes tipos de clientes e segmentos de mercado, agregação excessiva
de custos, uso predominante de rateios arbitrários para custos indiretos, orientação por
funções em vez de resultados e falta de conhecimento do custo por cliente.

2. Proposta do Custeio Baseado em Atividades (ABC): O método do Custeio Baseado em


Atividades (ABC) surge como uma solução para os problemas enfrentados pela Contabilidade
tradicional. Ele procura identificar os elementos que consomem recursos ao longo do canal
logístico, oferecendo uma visão mais precisa dos custos associados aos serviços prestados
aos clientes. Ao contrário da contabilidade tradicional, que muitas vezes utiliza rateios

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arbitrários, o ABC busca atribuir os custos de forma mais direta, utilizando


direcionadores de custos específicos para cada atividade.

3. Implementação do Custeio de Missão Logística: O custeio de missão logística visa


identificar os custos gerados pelas estratégias específicas de logística e serviço ao
cliente, atendendo segmentos de mercado selecionados. São definidas quatro etapas para
implementar um processo eficaz de custeio de missão logística:
1. Definição do segmento de serviço ao cliente.
2. Identificação dos fatores que produzem variações no custo dos serviços.
3. Identificação dos recursos específicos empregados para atender determinados segmentos
de clientes.
4. Atribuição de custos de atividade por tipo de cliente ou segmento.
Essas etapas visam garantir que os recursos limitados da empresa sejam alocados de
forma eficiente para atender às necessidades dos diferentes segmentos de clientes.

4. Reestruturação do Sistema de Organização de Custos: É crucial reestruturar o sistema


de organização de custos para permitir a coleta e análise dos custos por cliente ao longo
de todo o processo logístico. O sistema de controle das contas contábeis deve ser capaz
de registrar os custos desde a geração do pedido até a entrega final e a cobrança. Essa
reestruturação é essencial para uma tomada de decisão informada e eficaz no gerenciamento
logístico, permitindo uma análise detalhada dos custos associados a cada cliente e
segmento de mercado.

5. Análise de Custos e Contribuição Específica do Cliente: Para realizar uma análise de


custos eficaz, é necessário partir do valor bruto das vendas e subtrair descontos, custos
diretos e indiretos. Os custos indiretos atribuíveis ao cliente são deduzidos do
resultado obtido, resultando na contribuição específica do cliente para o lucro da
empresa. Essa abordagem permite uma avaliação mais precisa do desempenho de cada cliente
em termos de lucratividade e contribuição para o sucesso geral da empresa.

Esses pontos fornecem uma visão abrangente dos desafios enfrentados pela
contabilidade tradicional no contexto logístico e da abordagem proposta pelo custeio
baseado em atividades e pelo custeio de missão logística para superar esses desafios e
tomar decisões mais informadas no gerenciamento logístico.

2. OS CUSTOS RELATIVOS AOS ESTOQUES:


A gestão eficaz dos custos de estoques é fundamental para a competitividade das
empresas. A compreensão dos diferentes tipos de custos de estoques e dos trade-offs
existentes permite que as empresas tomem decisões mais informadas sobre o nível de
estoque ideal. A utilização de informação e de projetos adequados de cadeias de
suprimentos pode ajudar as empresas a reduzir os custos de estoques e melhorar o nível de
serviço ao cliente.

Elenco de Custos de Estoques:


● Custo de Colocação de Pedido: relacionado às transações de reabastecimento,
incluindo atividades administrativas e encargos associados.
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● Custo de Desconto de Preços: decorrente de descontos para grandes quantidades,


resultando em custos extras para pequenos pedidos.
● Custo de Falta de Estoques: consequência da falha na previsão, levando à
interrupção da produção e possíveis danos à imagem da empresa.
● Custo do Capital de Giro: relacionado à fonte de financiamento dos estoques,
considerando prazos de pagamento e recebimento.
● Custo de Armazenagem: inclui despesas com locação de depósito, climatização e
iluminação.
● Custo de Obsolescência: custo incorrido quando estoques se tornam obsoletos ou
deteriorados.
● Custo de Ineficiência de Produção: abrange desperdícios relacionados à
superprodução, fabricação de produtos defeituosos e outros.

Categorias de Custos de Aquisição:


● Custos Fixos por Pedido: não variam com o tamanho do pedido.
● Custos Variáveis: dependem do tamanho dos pedidos e incluem transporte, produção e
manuseio dos materiais.

Custos de Manutenção:
● Custos de Espaço: relacionados ao volume ocupado no prédio de armazenagem.
● Custos de Capital: decorrentes do custo dos recursos imobilizados em estoques.
● Custos de Serviço de Estocagem: como seguros para cobertura dos estoques.
● Custos de Risco de Estocagem: associados à deterioração, furtos, danos e
obsolescência dos estoques.

Custos de Falta de Estoques:


● Custos de Venda Perdida: ocorrem quando um cliente cancela o pedido devido à falta
de estoque.
● Custos de Pedidos Atrasados: surgem quando o pedido é adiado devido à falta de
estoque.

Trade-offs Relacionados aos Estoques:


● Trade-off entre Tamanho do Lote e Estoques: conflito entre custos de preparação por
unidade e custos de manutenção de estoques.
● Trade-off entre Custos de Estoque e Custos de Transporte: escolha entre carga
completa e pequenas remessas, considerando o impacto nos estoques e nos custos de
transporte.
● Trade-off entre Variedade de Produtos e Estoques: balancear a variedade de produtos
com os custos de manutenção de estoques, utilizando estratégias como a
diferenciação adiada para reduzir o impacto nos estoques.

RESUMO GERAL
A contabilidade tradicional não é capaz de atender a algumas necessidades de
informações que são fundamentais para que o gestor possa ter êxito no gerenciamento
logístico. A maneira que permite resolver os problemas de custeio logístico não

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solucionados pela contabilidade tradicional é o custeio baseado em atividades, ou custeio


ABC (de activity-based costing). Como o núcleo do problema é representado pela falta de
visibilidade ao longo do canal logístico, a solução para a realização de um efetivo
custeio logístico passa pela capacidade do gerenciamento logístico captar os custos à
medida que os produtos fluem em direção ao cliente. O método ABC tem potencial para
resolver esses problemas. Essa metodologia teria o propósito de procurar, ao longo do
canal logístico, os elementos que consomem recursos. O custeio ABC deve ser adaptado para
permitir o custeio da missão, que procura identificar os custos gerados como resultado de
estratégias específicas de logística e de serviço ao cliente, com vistas a atender
segmentos de mercado selecionados. Porém, para que o custeio por missão seja eficaz, o
sistema de organização de custos precisa ser reestruturado. É preciso que o sistema de
controle das contas contábeis seja capaz de coletar os custos, a partir da sua incidência
por cliente, desde a geração do pedido, até o faturamento e a entrega final com a
posterior cobrança.
Os estoques acarretam uma série de custos. Para os autores Slack et Alii (2002, p.
386), os custos relevantes para a análise do custo total de manutenção de estoques são os
seguintes: custo de colocação de pedido, custo de desconto de preços, custo de falta de
estoques, custo de capital de giro, custo de armazenagem, custo de obsolescência e custo
de ineficiência de produção. Já para Ballou (2006, p. 278), existem três classes gerais
de custos para a determinação da política de estoques: os custos de aquisição, os custos
de manutenção e os custos de falta de estoques. O destaque fica por conta da percepção
de que existem custos que aumentam conforme o estoque aumenta, assim como existem custos
que, inversamente, diminuem com o aumento do estoque.

Verbetes:
A taxa mínima de atratividade (TMA) - representa o custo de oportunidade do capital
investido ou uma taxa definida pela empresa em função de sua política de investimentos.
Pode ser considerada como uma taxa de desconto correspondente à taxa mínima de
rentabilidade que uma empresa exige de seus projetos de investimentos porque o mercado
oferece tal taxa sem maiores esforços, como, por exemplo, a taxa básica de juros ou a
remuneração da caderneta de poupança (GALESNE, 1999).

Aula 7 - O FLUXO NA CADEIA DE SUPRIMENTOS GLOBAL

META: apresentar a dinâmica e a operação logística global.

OBJETIVOS: ao final desta aula, você deverá ser capaz de:


● identificar a tendência à globalização das cadeias de suprimentos;
● demonstrar as estratégias de logística global;
● identificar as particularidades da organização logística no canal global.

1 – A TENDÊNCIA À GLOBALIZAÇÃO DAS CADEIAS DE SUPRIMENTOS


A globalização das cadeias de suprimentos tornou-se uma tendência dominante no
cenário empresarial atual, impulsionada pela presença de marcas e empresas globais como

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IBM, Toyota e Coca-Cola, que buscam expandir seus mercados e reduzir custos por meio da
terceirização em diversos países. No entanto, esse processo enfrenta desafios
significativos, como a não-homogeneidade dos mercados globais e a possibilidade de
aumento nos custos e lead times mais longos.
Um dos principais trade-offs na globalização reside na busca pelo equilíbrio entre
a redução de custos e a necessidade de atender às demandas específicas do mercado global.
A extensão dos canais de suprimentos pode gerar custos adicionais que podem superar a
economia obtida na produção, destacando a importância de uma abordagem estratégica na
tomada de decisões.
Nesse contexto, a logística e o gerenciamento da cadeia de suprimentos desempenham
um papel fundamental para a lucratividade das organizações globais. A complexidade é
aumentada por fatores como a variedade de produção, os ciclos de vida curtos dos produtos
e o crescimento do mercado, exigindo uma abordagem integrada e eficiente. Os negócios
globais não se limitam à exportação, mas envolvem a obtenção de matérias-primas e
componentes em vários países, com múltiplos locais de montagem ou manufatura. No entanto,
é essencial customizar os produtos para atender às necessidades específicas dos
consumidores locais, pois a globalização não conseguiu promover uma convergência das
preferências dos consumidores.
Um exemplo emblemático é a Nike, que terceiriza quase totalmente sua produção e
depende fortemente da logística e da gestão da cadeia de suprimentos para garantir a
eficiência e a flexibilidade necessárias. A empresa enfrenta desafios devido à natureza
volátil dos mercados de moda, exigindo uma abordagem ágil e adaptativa na gestão
logística.

O caso da Nike:
● Reinventou o conceito do tênis.
● Terceirizou 100% da sua produção.
● Opera um empreendimento virtual que abrange todo o mundo.
● Prioriza remessas e atendimento aos pedidos com o menor custo possível.
● A flexibilidade é fundamental para o sucesso da empresa.
● O gerenciamento logístico é um fator determinante de sucesso ou fracasso.
Assim, as empresas globais precisam constantemente melhorar seus serviços e reduzir
custos para se manterem competitivas em um ambiente globalizado, onde a eficiência da
cadeia de suprimentos desempenha um papel crucial no sucesso ou fracasso do negócio.

2 – AS ESTRATÉGIAS DE LOGÍSTICA GLOBAL


As estratégias de logística global desempenham um papel crucial na capacidade das
empresas de atender às demandas dos clientes em diferentes mercados e alcançar eficiência
operacional por meio da padronização e da otimização dos processos. Essas estratégias,
que incluem fábricas focalizadas, estoques centralizados e adiamento/localização, são
fundamentais para maximizar a competitividade em um ambiente globalizado.
As fábricas focalizadas representam uma abordagem na qual a produção é concentrada
em um único local, com foco em um conjunto limitado de produtos. Essa estratégia visa
obter economias de escala, permitindo que as empresas respondam de forma ágil às demandas
do mercado global. Ao limitar a amplitude e o mix de produtos manufaturados em um local
específico, as empresas podem reduzir os custos de produção e se adaptar rapidamente às
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mudanças nas preferências do consumidor. No entanto, essa estratégia enfrenta desafios


relacionados aos custos de transporte e aos lead times longos, especialmente para
produtos de baixo valor agregado, onde o custo de despachar produtos ao longo de grandes
distâncias pode neutralizar as economias obtidas na produção.
Quanto aos estoques centralizados, essa estratégia é adotada visando a redução de
custos e a melhoria do atendimento ao cliente por meio da integração das operações de
produção e logística. A centralização dos estoques permite uma melhor gestão da demanda,
uma vez que os produtos podem ser distribuídos de forma mais eficiente para atender às
necessidades dos clientes em diferentes regiões. No entanto, a centralização dos estoques
pode gerar conflitos e requer uma análise cuidadosa para determinar o grau adequado de
centralização. Fatores como características dos produtos, padrões de demanda, exigências
do mercado e flexibilidade da produção influenciam as decisões sobre o grau de
centralização dos estoques.
Por fim, a estratégia de adiamento e localização envolve a customização final dos
produtos no momento da destinação ao mercado ou conforme a demanda do cliente. Isso
permite uma redução no estoque total, maior flexibilidade e a capacidade de oferecer
variedade a um custo mais baixo. Essa abordagem requer uma filosofia de "design para
localização", onde produtos e processos são projetados para permitir a montagem e a
configuração final com base nas necessidades específicas do cliente. Além disso,
diferentes tipos de adiamento, como adiamento de forma (rotulagem, embalagem, montagem e
fabricação) e adiamento de tempo, podem ser aplicados de acordo com as características da
cadeia de suprimentos e das demandas do mercado.
Em resumo, as estratégias de logística global são essenciais para equilibrar a
busca por eficiência operacional e a necessidade de atender às demandas específicas dos
mercados locais. Uma abordagem integrada, considerando os trade-offs entre custo, serviço
ao cliente, localização e transporte, é fundamental para o sucesso da cadeia de
suprimentos global.

3 - AS PARTICULARIDADES DA ORGANIZAÇÃO LOGÍSTICA NO CANAL GLOBAL


A globalização das cadeias de suprimentos representa um cenário de oportunidades e
desafios para as empresas que operam no mercado internacional. A gestão da cadeia de
suprimentos internacional, embora similar à doméstica em seus princípios básicos, assume
uma complexidade singular devido à amplitude geográfica e à multiplicidade de fatores
envolvidos.
Tipos de Cadeias de Suprimentos Internacionais: as empresas podem optar por diferentes
modelos de organização logística global, de acordo com suas necessidades e objetivos
estratégicos. Entre os principais modelos, podemos destacar:
Sistema de distribuição internacional: a produção é realizada domesticamente, enquanto o
marketing e a distribuição são realizados no exterior.
● Fornecedores internacionais: a empresa se abastece de matérias-primas e
subcomponentes de fornecedores estrangeiros, mas a montagem final do produto é
realizada domesticamente.
● Produção offshore: a produção do produto é concentrada em uma única fábrica no
exterior, e o produto final é despachado para os depósitos domésticos para venda e
distribuição.

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● Cadeia de suprimentos global completamente integrada: a empresa possui fábricas,


fornecedores e centros de distribuição em diversos países, com uma gestão logística
integrada em escala global.

Forças que Promovem a Globalização: a globalização das cadeias de suprimentos é


impulsionada por diversas forças, entre elas:
● Forças tecnológicas: a disponibilidade de tecnologias avançadas e a crescente
conectividade global facilitam a comunicação e o gerenciamento de operações em
diferentes países.
● Forças de custo global: a busca por mão-de-obra mais barata e recursos mais
acessíveis em diferentes partes do mundo é um fator determinante para a
globalização da produção.
● Forças do mercado global: a expansão dos mercados consumidores e a intensificação
da competitividade global pressionam as empresas a buscarem maior eficiência e
escala em suas operações.
● Forças políticas e econômicas: flutuações cambiais, acordos regionais de comércio e
outras variáveis políticas e econômicas influenciam as decisões das empresas sobre
a globalização de suas cadeias de suprimentos.

Desafios da Logística Global: a logística global apresenta desafios específicos que


exigem soluções inovadoras e eficientes. Entre os principais desafios, podemos destacar:
● Maior nível de incerteza sobre o status de uma remessa em trânsito: o maior número
de etapas e a diversidade de modais de transporte aumentam a incerteza sobre o
tempo de entrega e a segurança da carga.
● Retraso e variabilidade no lead time: fatores como trâmites aduaneiros, condições
climáticas e instabilidade política podem ocasionar atrasos e variabilidades no
tempo de entrega.
● Falta de confiabilidade: a complexidade da logística global pode levar a falhas na
entrega e rupturas na cadeia de suprimentos.

Gerenciamento de Eventos na Cadeia de Suprimentos (GECS): o Gerenciamento de Eventos na


Cadeia de Suprimentos (GECS) surge como uma ferramenta fundamental para lidar com os
desafios da logística global. O GECS consiste no monitoramento da sequência planejada de
atividades ao longo da cadeia de suprimentos e na comunicação em tempo real de qualquer
exceção ou evento inesperado. A internet viabiliza a integração dos diferentes parceiros
de negócios em uma única plataforma, permitindo o compartilhamento de informações e a
tomada rápida de decisões para resolver problemas e minimizar o impacto de eventos
disruptivos.

Constituição das Cadeias de Suprimentos Globais: a constituição de uma cadeia de


suprimentos global eficiente exige uma estrutura de organização logística bem definida. A
centralização da estrutura estratégica e do controle geral dos fluxos logísticos é
fundamental para garantir a otimização dos custos em escala global. Ao mesmo tempo, o
controle e gerenciamento do serviço ao cliente devem ser localizados, de forma a atender
às necessidades específicas de cada mercado e manter a vantagem competitiva da empresa.

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RESUMO DA DISCIPLINA: LOGÍSTICA EMPRESARIAL

Princípios Gerais da Organização Logística Global:


● Estrutura estratégica e controle geral dos fluxos logísticos centralizados.
● Controle e gerenciamento do serviço ao cliente localizados.
● Terceirização da coordenação global do canal logístico.
● Sistema de informação logística global indispensável.

Gestão de Serviços para o Cliente: a gestão de serviços para o cliente na logística


global exige uma atenção especial às necessidades e expectativas dos consumidores em cada
mercado. O monitoramento constante das necessidades de serviço e do desempenho da empresa
é essencial para garantir a satisfação dos clientes e a fidelização da marca. A
formulação de estratégias de marketing localizadas, em consonância com as diretrizes
globais da empresa, é fundamental para atender às características e preferências
específicas de cada mercado.

Terceirização e Parcerias: a terceirização da coordenação global do canal logístico é uma


tendência crescente, impulsionada pela necessidade de as empresas manterem o foco em suas
competências principais. A terceirização permite que empresas especializadas em logística
assumam a responsabilidade por atividades como transporte, armazenagem e controle de
estoque, liberando recursos internos para atividades estratégicas. O gerenciamento da
rede de parceiros e fornecedores exige uma combinação de esforços entre a gestão
centralizada, responsável pelas decisões estratégicas, e a gestão local, que realiza o
monitoramento dos parceiros e fornecedores.

Sistema de Informações Logísticas: um sistema de informações logísticas global eficaz é


fundamental para o sucesso da logística global. O sistema deve fornecer informações em
tempo real sobre o fluxo de peças de reposição, dados da demanda real, reabastecimento,
matérias-primas, produtos acabados e estoques. A disponibilidade de informações precisas
e atualizadas permite a tomada de decisões estratégicas e ágeis, otimizando os processos
logísticos e minimizando os custos.

O sucesso no controle do canal logístico global depende do equilíbrio entre o


controle central e a gestão local. A centralização garante a otimização dos custos e a
padronização dos processos, enquanto a gestão local permite a adaptação às necessidades
específicas de cada mercado. A logística é um fator crucial para o sucesso ou fracasso de
um negócio global. A gestão eficiente da logística global, com foco na minimização dos
custos e na maximização do serviço ao cliente, é fundamental para garantir a
competitividade e a permanência da empresa no mercado.

RESUMO GERAL
Uma empresa global procura crescer ampliando mercados e reduzindo seu custo,
economizando nas compras e na produção. A possibilidade da globalização das operações
também apresenta certos desafios, tais como a não homogeneidade dos mercados, a
possibilidade de aumento nos custos e lead times mais longos. Mostramos que as empresas

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RESUMO DA DISCIPLINA: LOGÍSTICA EMPRESARIAL

globais têm procurado implementar estratégias de logística global, a partir das seguintes
ações: fábricas focalizadas; estoques centralizados; adiamento e localização.
A ideia por trás das fábricas focalizadas é simples: ao limitar a amplitude e o mix
de produtos manufaturados em um único local, uma empresa global pode obter relevantes
economias de escala. Uma outra estratégia empregada pelas empresas com negócios globais é
a conduta de centralização de estoques. Isso ocorre porque existem diversos aspectos
motivadores que levam a uma busca pela integração das operações de produção e logística,
no âmbito da cadeia de suprimentos. Além das anteriores, existe uma estratégia de
logística global relevante que tem sido muito praticada e que consiste no adiamento e
localização. As redes logísticas internacionais oferecem muitas oportunidades adicionais
para as empresas, desde que elas sejam gerenciadas de forma eficaz. As forças que atuam
coletivamente para promover a tendência à globalização são: as forças tecnológicas, que
se relacionam com os produtos e são evidenciadas pelo fato de que muitos subcomponentes e
tecnologias estão disponíveis em diversas regiões ao redor do mundo, de tal forma que as
empresas globais de sucesso precisam ser capazes de utilizar esses recursos com rapidez e
eficácia; as forças do custo global, tais como a existência de mão-de-obra mais barata;as
forças do mercado global, que compreendem as pressões criadas pelos concorrentes
externos, assim como as oportunidades criadas pelos clientes externos; por fim, as forças
políticas e econômicas, tais como as flutuações das taxas de câmbio e os acordos
regionais de comércio.

Verbetes:
PONTO ÓTIMO - corresponde à melhor solução para determinado problema. Assim, o ponto
ótimo é factível, uma posição tangível, diferentemente do ideal, que representa “o melhor
dos mundos”, muitas vezes intangível.
OFFSHORE - Termo que se aplica a fábrica, sociedade ou produção que está fora das
fronteiras de um país. Assim, o sistema de produção offshore caracteriza-se em eleger um
país em que será fabricado determinado produto e distribuído para os depósitos domésticos
nos demais países.

Aula 8 - A INTEGRAÇÃO SISTÊMICA NA CADEIA DE SUPRIMENTOS

META: Apresentar a importância da integração e sincronia nas redes logísticas.

OBJETIVOS: ao final desta aula, você deverá ser capaz de:


● caracterizar as empresas que possuem sistemas logísticos avançados;
● identificar os processos centrais da organização logística integrada;
● identificar os indicadores de desempenho logístico.

1 – O NOVO PARADIGMA ORGANIZACIONAL DA LOGÍSTICA INTEGRADA


O texto discorre sobre a necessidade de as empresas se adaptarem às mudanças no
ambiente de negócios, como a concentração de mercados e a maior exigência dos clientes. A
logística e o gerenciamento da cadeia de suprimentos assumem um papel crucial na busca
por resultados, com ênfase na responsividade e no nível de serviço ao cliente.

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RESUMO DA DISCIPLINA: LOGÍSTICA EMPRESARIAL

Características das Empresas com Sistemas Logísticos Avançados:


● Priorizam o compromisso com o cliente.
● Possuem práticas de controle multifuncional.
● Estabelecem alianças com fornecedores de serviços.
● Possuem um processo logístico formalizado.
● Estimulam a flexibilidade operacional.
● Utilizam medidas abrangentes de desempenho.
● Investem em tecnologia da informação e comunicação (TIC).

Necessidade de um Novo Paradigma Organizacional: as empresas tradicionais, com estruturas


hierárquicas e burocráticas, não acompanham a velocidade das mudanças no mercado. Para
serem competitivas, precisam adotar um novo paradigma: a logística integrada.

Logística Integrada:
● Coordenação e gerenciamento sistêmicos dos fluxos de informação e de
matérias-primas.
● Otimização em cada etapa do processo, desde o fornecedor até o cliente.
● Maximização do serviço ao consumidor, minimização de custos e redução de
ativos.

Barreiras à Implementação da Logística Integrada:


● Estrutura organizacional tradicional, com foco em funções e departamentos.
● Falta de integração entre as áreas funcionais.
● Estoques desnecessários nas "fronteiras" funcionais.
● Custos do canal não transparentes.
● Processos fragmentados e estanques.
● Visão do cliente fragmentada, com diferentes áreas atendendo o mesmo cliente.

Organização Horizontal:
● Solução para os problemas da organização tradicional.
● Arquitetura em torno de processos, linear e com poucos níveis hierárquicos.
● Baseada em equipes multifuncionais e orientada por medidas de desempenho com
base no mercado.

Processos Centrais da Organização Horizontal:


● Inovação e desenvolvimento de novos produtos.
● Desenvolvimento do consumidor e criação de lealdade.
● Gestão das relações com o cliente.
● Desenvolvimento do fornecedor e fortalecimento de relacionamentos.
● Gerenciamento da cadeia de suprimentos.

Equipes Multifuncionais:
● Essenciais para o gerenciamento por processos.
● Compostas por especialistas de diversas áreas funcionais.

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RESUMO DA DISCIPLINA: LOGÍSTICA EMPRESARIAL

● Lideradas por indivíduos integradores com foco no alcance de metas.


● Desafios da Transição para uma Organização Horizontal:

● Mudança de cultura e mentalidade.
● Desenvolvimento de novas habilidades e competências.
● Adaptação do sistema de recompensas.

Logística como Orientação para o Planejamento:


● Vinculação entre planos de produção, necessidades de matéria-prima e
distribuição.
● Produção sob demanda, atendendo às necessidades do mercado.

Sistema de Gerenciamento de Pedidos:


● Estrutura de planejamento que integra o sistema de informação com o fluxo
físico de matérias-primas.
● Plano de necessidades orientado para o mercado.
● Processo para atendimento de pedidos correntes.
● Equipes multifuncionais focadas na conversão de pedidos em recursos
financeiros.

Integração com o Planejamento da Produção:


● Vinculação do sistema de gerenciamento de pedidos com o planejamento da
produção e o plano de necessidades de matéria-prima.
● Atividades de planejamento, programação e atendimento ao cliente sob a mesma
administração.

Conclusão: a mudança organizacional é crucial para as empresas se manterem competitivas


no mercado global. A logística integrada, com foco no atendimento ao cliente e na
otimização do canal logístico, é a chave para o sucesso. As tecnologias de informação e
comunicação e a terceirização de atividades periféricas facilitam esse processo de
mudança.

2 – OS INDICADORES DE DESEMPENHO NA GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS


O texto discorre sobre a importância da medição do desempenho na gestão da cadeia
de suprimentos, principalmente em um contexto de alta competitividade. O benchmarking
surge como uma ferramenta essencial para comparar o desempenho da empresa com as melhores
práticas do mercado, buscando a vantagem competitiva.
Benefícios do Benchmarking:
● Incorporação de melhores práticas.
● Motivação dos profissionais.
● Superação de resistências à mudança.
● Identificação e assimilação de avanços tecnológicos.
Princípio de Pareto: a regra 80/20 indica que 20% das causas são responsáveis por 80% dos
resultados.

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RESUMO DA DISCIPLINA: LOGÍSTICA EMPRESARIAL

Indicadores de Desempenho (IDs): é fundamental identificar os IDs que contribuem para o


sucesso da empresa.
Modelo SCOR: o modelo SCOR propõe cinco grandes processos para a cadeia de suprimentos:
planejamento, aquisição, fabricação, entrega e retorno.
Balance Scorecard (BSC): o BSC é uma metodologia que utiliza IDs não financeiros para
acompanhar o cumprimento das metas estratégicas.
● Quatro Perspectivas do BSC:
○ Financeira
○ Cliente
○ Processos Internos
○ Inovação e Aprendizagem
● Adaptação do BSC à Logística:
○ Articular a estratégia logística com a estratégia da cadeia de suprimentos.
○ Identificar os resultados mensuráveis do processo.
○ Identificar os processos que impactam esses resultados.
○ Identificar os direcionadores de desempenho dentro dos processos.
Revisão das Medidas de Desempenho: a revisão das medidas de desempenho é fundamental para
acompanhar as mudanças organizacionais.

RESUMO GERAL
As grandes transformações operadas no ambiente de negócios contemporâneo impôs
mudanças significativas nas empresas, sobretudo no âmbito da logística. As empresas que
possuem sistemas logísticos avançados convergem em algumas características: a idéia de
que o compromisso com cliente deve prevalecer, a incorporação de práticas difundidas de
controle multifuncional, o estabelecimento de alianças com fornecedores de serviços, a
formalização do processo logístico, o estímulo à flexibilidade operacional, o uso de
medidas abrangentes de desempenho, e a realização de investimentos na TIC.
As empresas, para conseguir adotar esse conjunto de ações necessitam incorporar o
novo paradigma organizacional de alterar a visão da organização vertical para a
organização horizontal, focada no cliente. Para possibilitar a melhor forma de planejar,
coordenar e controlar o processo de ponta a ponta, a nova organização deve possuir alguns
processos centrais, como:
● inovação, com o desenvolvimento de novos produtos;
● desenvolvimento dos consumidores;
● gestão das relações com os clientes;
● desenvolvimento dos fornecedores;
● gerenciamento da cadeia de suprimentos.
Para que se possa comparar, é preciso antes ser capaz de medir. Para tanto,
sugere-se a definição de indicadores de desempenho logístico que permitam melhor análise
e avaliação. Embora existam muitas medidas de desempenho possíveis, um número pequeno de
dimensões críticas contribuem para o fracasso ou sucesso no mercado. Uma proposta é o uso
do balanced scorecard, metodologia baseada nesse conceito, onde medidas não financeiras
proporcionam ferramentas mais adequadas para cumprir metas estratégicas. É sugerida a
adoção de um processo em quatro etapas para a construção do balanced scorecard adaptado à
logística:

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RESUMO DA DISCIPLINA: LOGÍSTICA EMPRESARIAL

1. Articular a estratégia logística e a estratégia para a cadeia de suprimentos.


2. Identificar quais são os resultados mensuráveis do processo.
3. Identificar quais os processos que impactam esses resultados.
4. Identificar os direcionadores de desempenho dentro desses processos.

Verbetes:
Custo de saída – somatório dos custos de transporte e de entrega dos produtos/serviços ao
cliente. Atualmente devem ser levantados, calculados e analisados em função da cadeia de
suprimentos, e não apenas da empresa.
Benchmarking - é a constante comparação da medida de indicadores relativos aos produtos,
processos, serviços e práticas de uma determinada empresa, em relação aos padrões dos
melhores concorrentes e de outras empresas reconhecidas como líderes no segmento de
atuação considerado.

AD1 DE LOGÍSTICA EMPRESARIAL


QUESTÃO 1 - Uma empresa assume uma posição de vantagem competitiva em face dos seus
concorrentes quando evidencia, durante um grande período de tempo, uma ou mais das
seguintes características:
A. Capacidade de manter um preço baixo em relação aos seus concorrentes; reputação de
qualidade no atendimento ou nos produtos que produz e comercializa; preferência por
parte dos clientes; e lucratividade acima da média do setor em que atua.
B. Capacidade de manter um preço baixo em relação aos seus concorrentes; reputação de
qualidade no atendimento ou nos produtos que produz e comercializa; e preferência
por parte dos clientes lucratividade na média do setor em que atua.
C. Capacidade de manter um preço médio em relação aos seus concorrentes; reputação de
qualidade no atendimento ou nos produtos que produz e comercializa; preferência por
parte dos clientes; e lucratividade acima da média do setor em que atua.
D. Capacidade de manter um preço médio em relação aos seus concorrentes; reputação de
qualidade no atendimento ou nos produtos que produz e comercializa; preferência por
parte dos clientes; e lucratividade na média do setor em que atua.

QUESTÃO 2 - Transporte intermodal compreende o emprego de múltiplos modos de transporte,


porém com a participação de um agente para a movimentação das cargas.
Verdadeiro
Falso

QUESTÃO 3 - A Logística consome recursos de capital de longo prazo e de capital


imobilizado.
Verdadeiro
Falso

QUESTÃO 4 - Segundo Slack e Alli, o custo de estoque que se refere as transações


relacionadas ao reabastecimento dos estoques é:
A. Custo da falta de estoque.

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B. Custo de capital de giro.


C. Custo de colocação do pedido.
D. Custo de obsolescência.

QUESTÃO 5 - Considere uma determinada operação logística na qual os fluxos de produtos de


diversas localidades e origens são combinados e encaminhados para entrega ao cliente sem
que haja estocagem. Esta operação é denominada:
A. Cross Docking
B. Transbordo
C. Unitização
D. Fracionamento
E. Transit Point

QUESTÃO 6 - Uma empresa pode ter um return on investimento (ROI) elevado, conquanto
pratique margens pequenas, desde que o capital empregado seja baixo em relação a sua alta
produtividade. Assinale a alternativa correta que exemplifica essa afirmativa:
A. Uso de imóveis próprios.
B. Just in Time.
C. Altos níveis de estoques.
D. Produção empurrada.

QUESTÃO 7 - Segundo pensamento entre autores da área logísticas, a Logística, deve atuar
na estratégia da organização de tal forma a promover os objetivos de redução de custos,
redução de volume de capital empregado e melhoria dos serviços ao cliente. Sobre o
objetivo redução de custos é correto afirmar:
A. A redução de custos consiste na minimização do nível dos investimentos realizados
nos sistemas logísticos, para aumentar o RETORNO SOBRE OS INVESTIMENTOS
B. Ocorre a redução dos custos, à medida que os níveis logísticos do serviço ao
cliente melhoram
C. A redução de custos pode ser alcançada na medida em que são otimizados os custos
variáveis relativos aos transportes e à armazenagem
D. A redução de custos pode ser alcançada na medida em que são otimizados somente os
custos fixos relativos aos transportes e à armazenagem.

QUESTÃO 8 - O Balanced Scorecard (BSC) é uma metodologia de medição e gestão estratégica


desenvolvida desenvolvida pelos professores da Harvard Business School, Robert Kaplan e
David Norton , integrando e balanceando os principais indicadores de desempenho
existentes em uma organização e permitindo o acompanhamento contínuo da organização.
Neste contexto, analise as afirmativas a seguir:
I. O Balanced Scorecard sinaliza como atender melhor os clientes e se os processos
internos estão gerando valor.
II. O Balanced Scorecard baseia-se no conceito de que a perspectiva financeira é o
direcionador das perspectivas do cliente e de crescimento da organização.

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RESUMO DA DISCIPLINA: LOGÍSTICA EMPRESARIAL

III. O Balanced Scorecard é adaptável ao gerenciamento da estratégia logística e para


isso deve articulá-la de maneira que contribua para o alcance global das metas
corporativas e de marketing.
IV. O Balanced Scorecard quando adaptado à logística sugere ser necessário identificar
os direcionadores de desempenho dentro dos processos logísticos, sendo que não
deverão ser menos do que 30 medidas, pois o objetivo é tratar o máximo de
direcionadores visando a excelência.
É correto o que se afirma em:
A. I, III e IV
B. I e II
C. II, III e IV
D. I e III
E. I,II,III e IV

QUESTÃO 9 - Christopher identificou que existem cinco problemas críticos no gerenciamento


logístico, os quais não são resolvidos pela contabilidade de custos tradicional. Um
destes problemas é que as empresas geralmente conhecem o custo do cliente, mas deixam a
desejar no que tange ao custo do produto.
Verdadeiro
Falso

QUESTÃO 10 - São elementos de pós-transação:


A. Disponibilidade de peças de reposição; tempo de atendimento de chamada;
acompanhamento/garantia do produto; e queixas e reclamações dos clientes.
B. Política formal de serviço ao cliente; acessibilidade; estrutura da organização e
flexibilidade do sistema.
C. Disponibilidade de peças de reposição; tempo de atendimento de chamada;
acessibilidade; e queixas e reclamações dos clientes.
D. Disponibilidade de peças de reposição; tempo de atendimento de chamada;
acompanhamento/garantia do produto; e ciclo do pedido.

AULA 9 - A GESTÃO DE RISCOS LOGÍSTICOS

META: Apresentar os riscos que envolvem as operações logísticas e demonstrar como fazer o
seu gerenciamento.

OBJETIVOS: ao final desta aula, você deverá ser capaz de:


● identificar os pontos vulneráveis das cadeias de suprimentos;
● identificar os riscos na cadeia de suprimentos;
● avaliar a eficácia do processo de gerenciamento de riscos na cadeia de suprimentos.

1 – A VULNERABILIDADE DAS CADEIAS DE SUPRIMENTOS POR CAUSA DAS PROFUNDAS MUDANÇAS


NO AMBIENTE DE NEGÓCIOS

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RESUMO DA DISCIPLINA: LOGÍSTICA EMPRESARIAL

O texto aborda a complexidade do atual ambiente de negócios, destacando as


incertezas e turbulências que caracterizam a era contemporânea. Greenspan (2008) descreve
esse cenário como um período de mudanças rápidas e profundas, impulsionadas pela revolução
da tecnologia da informação (TI) e pela globalização. A TI, com seu desenvolvimento desde
a Segunda Guerra Mundial até a explosão da internet, proporcionou às empresas uma
capacidade sem precedentes de coletar, analisar e disseminar informações em tempo real.
Essa capacidade de processamento de informações em tempo real reduziu as incertezas nas
decisões empresariais, permitindo respostas mais ágeis às demandas do mercado. No
entanto, paradoxalmente, a velocidade das transformações e a interconexão global geraram
novas camadas de incerteza e volatilidade. As cadeias de suprimentos, em particular,
tornaram-se mais vulneráveis a disrupções devido a uma série de fatores.
Um desses fatores é a busca incessante pela eficiência, que levou as empresas a
adotarem práticas como o just-in-time e a terceirização, visando reduzir custos e
otimizar recursos. Embora essas práticas tenham vantagens evidentes em condições
estáveis, como a redução de estoques e de despesas com pessoal, elas também aumentam a
vulnerabilidade das cadeias de suprimentos a falhas em qualquer um dos elos.
Além disso, a globalização das cadeias de suprimentos resultou em redes complexas
de fornecedores, distribuidores e parceiros em todo o mundo. Embora isso tenha trazido
benefícios em termos de acesso a mercados e redução de custos, também aumentou a
exposição a riscos, como a interrupção no fornecimento devido a desastres naturais,
conflitos políticos ou mudanças na estratégia de negócios.
As fábricas focadas e a distribuição centralizada são aspectos fundamentais que
contribuem para a vulnerabilidade das cadeias de suprimentos. Essa estratégia de produção
envolve concentrar a fabricação de produtos específicos em poucos locais, visando obter
economias de escala e reduzir custos de produção. Ao concentrar a produção em um número
limitado de locais, as empresas podem se tornar mais eficientes em termos de custos, mas
ao mesmo tempo ficam mais expostas a riscos operacionais. Além disso, a distribuição
centralizada, que envolve o uso de poucos centros de distribuição para atender a uma
ampla área geográfica, pode aumentar ainda mais a exposição a riscos. Embora isso possa
oferecer eficiências em termos de custos de transporte e armazenamento, também significa
que qualquer problema em um centro de distribuição pode afetar rapidamente toda a rede de
suprimentos.
Quanto à tendência à terceirização, ela se tornou uma prática comum em muitas
indústrias, com empresas contratando fornecedores externos para realizar uma variedade de
atividades anteriormente realizadas internamente. Isso pode incluir desde a fabricação de
componentes e produtos até serviços de logística e atendimento ao cliente. Embora a
terceirização possa oferecer benefícios, como redução de custos e acesso a
especialização, também apresenta desafios significativos em termos de gerenciamento de
riscos. Dependendo da natureza do relacionamento entre a empresa e seus fornecedores
terceirizados, pode haver uma perda de controle sobre a qualidade, prazos de entrega e
conformidade regulatória. Portanto, embora a terceirização possa oferecer vantagens em
termos de flexibilidade e eficiência, as empresas precisam estar cientes dos riscos
associados a essa prática e implementar estratégias robustas de gerenciamento de
fornecedores para mitigar esses riscos e garantir a resiliência de suas cadeias de
suprimentos.

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A concentração de fornecedores e a tendência à redução da base de fornecedores,


muitas vezes motivadas por fusões e aquisições, ampliam ainda mais essa vulnerabilidade.
A dependência de um número limitado de fornecedores aumenta o risco de interrupções na
cadeia de suprimentos, especialmente se esses fornecedores estiverem sujeitos a problemas
financeiros, desastres ou outros eventos imprevistos.
Portanto, as organizações enfrentam o desafio de equilibrar a busca por eficiência
e redução de custos com a necessidade de mitigar os riscos inerentes à complexidade e
interconexão das cadeias de suprimentos globais. Isso exige o desenvolvimento de
programas robustos de gerenciamento de riscos e a adoção de estratégias flexíveis que
possam se adaptar rapidamente a mudanças nas condições do mercado e do ambiente
empresarial.

2 – A CARACTERIZAÇÃO DOS RISCOS NA CADEIA DE SUPRIMENTOS


O texto ressalta que, apesar da crescente atenção dada às questões de continuidade
de negócios, muitas organizações tendem a focar apenas em aspectos específicos, como
tecnologia da informação e gestão de processos internos, negligenciando a perspectiva
mais ampla dos riscos na cadeia de suprimentos. Isso é considerado paradoxal, pois
qualquer negócio faz parte de uma rede mais ampla, o que por si só apresenta um grande
risco.
Christopher propõe uma abordagem para determinar o perfil de risco na cadeia de
suprimentos, que considera a interação entre a probabilidade de disrupção e seu potencial
impacto. Isso significa que as empresas precisam identificar os pontos críticos na
cadeia, onde a atenção gerencial deve ser focada. Para identificar esses pontos críticos,
é sugerida uma auditoria abrangente, examinando cinco fontes principais de risco:
fornecimento, demanda, processos, controle e ambiente externo. Isso envolve avaliar a
dependência de fornecedores globais, a volatilidade da demanda, a resiliência dos
processos internos, a eficácia dos controles e a exposição a fatores externos, como
desastres naturais ou mudanças regulatórias. Além disso, a proposta de Christopher inclui
o uso de cenários como modelos para avaliar o impacto potencial de crises na cadeia de
suprimentos. Com base nessa análise, as empresas podem desenvolver estratégias de
resposta e planos de mitigação de riscos, que podem envolver medidas de redundância, como
backups e estoques adicionais, e estratégias de flexibilidade, como design de produtos
adaptáveis e redes de fornecimento ágeis.
● Priorize os direcionadores: a empresa deve identificar e mapear os fatores críticos que
impulsionam a receita e dão suporte à estratégia geral do negócio. Isso pode incluir aspectos
como os processos de manufatura em indústrias específicas ou a eficiência da cadeia de
distribuição em setores de varejo. O objetivo é determinar quais elementos têm o maior
impacto na receita da empresa, caso ocorra uma interrupção na cadeia de suprimentos.
● Identifique a infraestrutura crítica: a empresa deve identificar todos os componentes
essenciais da sua infraestrutura, incluindo processos, relacionamentos, pessoas,
regulamentações e equipamentos, que são fundamentais para a geração de receita.
● Localize as vulnerabilidades: a empresa deve identificar os pontos fracos ou críticos na
cadeia de suprimentos, caracterizados pela dependência de outros elementos. Isso pode incluir
a dependência de um único fornecedor para um componente vital, a necessidade de atravessar
fronteiras para alcançar mercados-chave ou a concentração de conhecimento em um único
colaborador. O objetivo é identificar onde a cadeia de suprimentos é mais vulnerável a
interrupções.
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● Use cenários como modelos: a empresa utiliza cenários baseados em crises anteriores para
avaliar os pontos fortes e fracos da sua cadeia de suprimentos. Isso pode envolver a
modelagem de diferentes situações de crise para entender como elas afetariam a operação da
empresa. O objetivo é antecipar possíveis interrupções e desenvolver estratégias de resposta
adequadas.
● Desenvolva respostas: após avaliar os impactos potenciais das interrupções na cadeia de
suprimentos, a empresa deve desenvolver planos de mitigação de riscos. Isso pode incluir
medidas de redundância, como backups de sistemas e estoques adicionais, e estratégias de
flexibilidade, como design de produtos adaptáveis e parcerias com fornecedores alternativos.
O objetivo é preparar a empresa para lidar com interrupções de forma eficaz e minimizar os
impactos negativos na operação.
● Monitore o risco do ambiente de negócios: Por fim, a empresa deve estar preparada para
monitorar continuamente o ambiente de negócios e ajustar seus planos de contingência conforme
necessário. Isso envolve estar atento a mudanças nas condições econômicas, regulatórias e de
mercado, bem como às ameaças emergentes. O objetivo é garantir que a empresa permaneça ágil e
capaz de responder rapidamente a novas crises ou desafios na cadeia de suprimentos.

Por fim, destaca-se a importância do monitoramento contínuo do ambiente de negócios


para ajustar os planos de contingência conforme as mudanças ocorrem. Isso envolve estar
preparado para responder rapidamente a novas ameaças e adaptar-se às condições em
evolução para garantir a resiliência e a continuidade dos negócios.
Priorize os direcionadores: Neste passo, a empresa deve identificar e mapear os fatores
críticos que impulsionam a receita e dão suporte à estratégia geral do negócio. Isso pode
incluir aspectos como os processos de manufatura em indústrias específicas ou a
eficiência da cadeia de distribuição em setores de varejo. O objetivo é determinar quais
elementos têm o maior impacto na receita da empresa, caso ocorra uma interrupção na
cadeia de suprimentos.

BOXE EXPLICATIVO - Os Planos de contingenciamento têm o objetivo de descrever as medidas a serem


tomadas por uma empresa, incluindo a ativação de processos manuais, para fazer com que seus processos
vitais voltem a funcionar plenamente ou num estado minimamente aceitável o mais rápido possível,
evitando, assim, uma paralisação prolongada que possa gerar maiores prejuízos à corporação, como a
fuga de acionistas, perdas de receita, sanções governamentais, problemas jurídicos para os
dirigentes, abordagens maliciosas da imprensa, fuga de funcionários para os concorrentes e, até
mesmo, em casos extremos, o fechamento da empresa. Dada a grande importância desse processo, seu
custo deve estar incluído no escopo de novos projetos. O plano de contingência é também chamado de
planejamento de riscos, plano de continuidade de negócios ou plano de recuperação de desastres. Os
planos de contingência devem se concentrar nos incidentes de maior probabilidade e não nos
catastróficos que, normalmente, são menos prováveis de acontecer. Paralelamente, determinados tipos
de falhas com alta probabilidade de ocorrência podem, pelo tipo e duração de seus efeitos, não
justificar qualquer medida de contingência.

3 – O PROCESSO DE GERENCIAMENTO DE RISCOS NA CADEIA DE SUPRIMENTOS


O processo de gerenciamento de riscos na cadeia de suprimentos envolve várias
etapas cruciais para garantir a resiliência e a continuidade dos negócios. Aqui está um
resumo detalhado das etapas mencionadas:

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RESUMO DA DISCIPLINA: LOGÍSTICA EMPRESARIAL

1. Entenda a cadeia de suprimentos: É essencial compreender a complexidade e a


interdependência dos nós e vínculos na cadeia de suprimentos. Isso inclui
identificar os fornecedores de primeira, segunda e terceira camadas, pois uma
falha em qualquer ponto pode afetar toda a rede.
2. Aprimore a cadeia de suprimentos: Simplificar e aprimorar os processos da
cadeia de suprimentos pode reduzir a variabilidade e a complexidade, que são
fontes de risco. Métodos como Seis Sigma ajudam a reduzir a variabilidade e
melhorar a consistência dos processos.
3. Identifique os caminhos críticos (nós e vínculos): Identifique os nós e
vínculos críticos na cadeia de suprimentos que podem afetar
significativamente a continuidade do negócio. Use ferramentas como a Análise
de Modos e Efeitos de Falhas (AMEF) para avaliar os riscos associados a esses
pontos.
4. Gerencie os caminhos críticos: Desenvolva planos de contingência para lidar
com falhas nos nós e vínculos críticos. Considere a reengenharia da cadeia de
suprimentos e utilize técnicas como análise de causa e efeito para resolver
problemas e eliminar gargalos.
5. Melhore a visibilidade da rede: Utilize tecnologias como Identificação por
Radiofrequência (RFID) e rastreamento via satélite para melhorar a
visibilidade e o monitoramento da cadeia de suprimentos. Isso ajuda a reduzir
a incerteza e a responder rapidamente a eventos inesperados.
6. Crie uma equipe de continuidade na cadeia de suprimentos: Estabeleça uma
equipe dedicada ao gerenciamento de riscos na cadeia de suprimentos, com
habilidades multidisciplinares. Mantenha um registro de riscos e implemente
medidas para mitigar vulnerabilidades.
7. Trabalhe com fornecedores e clientes: Colabore com fornecedores e clientes
para implementar procedimentos de gerenciamento de risco em toda a cadeia de
suprimentos. Isso cria uma cadeia mais resiliente, capaz de se adaptar a
perturbações e eventos imprevistos.
Essas etapas são essenciais para construir uma cadeia de suprimentos robusta e
resiliente, capaz de enfrentar os desafios e turbulências do ambiente empresarial atual.

BOXE EXPLICATIVO - Metodologia Seis Sigma - o termo sigma representa o conceito de desvio-padrão, que
é a medida de dispersão usada em estatística para variações em relação à média. Por definição, o
valor desvio-padrão é dado pela raiz quadrada da variância. A variância, por sua vez, é a média dos
afastamentos quadráticos de cada ocorrência em relação à média da população. No contexto
organizacional, quanto menor for o valor de sigma, menor será a dispersão dos resultados obtidos e
maior será a capacidade do processo de gerar resultado dentro das especificações do cliente. A “meta
seis sigma” consiste em eliminar a variabilidade do processo até que se produza 3,4 ocorrências de
defeitos por milhão de atividades ou “oportunidades”, reduzindo desperdício, economizando dinheiro e
aumentando a satisfação do cliente. Em muitos casos, devido ao fato de ser inatingível, ela é
utilizada como ideal. O seis sigma é uma metodologia de aprimoramento contínuo que procura controlar
processos e melhorar sua capacidade. Ela segue o ciclo de etapas DMAAC: definir (o que estamos
procurando aprimorar?), medir (qual é a atual capacidade do processo?), analisar (mapeamento do
processo, análise de causa e efeito, ação), aprimorar (reengenharia do processo, simplificação),
controlar (melhorar a visibilidade do processo, usar controle estatístico e monitorar o desempenho).

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RESUMO DA DISCIPLINA: LOGÍSTICA EMPRESARIAL

RESUMO GERAL
O atual ambiente de negócios é caracterizado pela turbulência e pela incerteza,
fato que aumentou os riscos envolvidos nas atividades empresariais. Ao mesmo tempo,
verifica-se um aumento na vulnerabilidade das cadeias de suprimentos aos distúrbios ou às
disrupções. Existem algumas razões que determinaram o aumento dos riscos nas modernas
cadeias de suprimentos, que se tornaram mais vulneráveis. São elas: o enfoque na
eficiência, e não na eficácia; a globalização das cadeias de suprimentos; fábricas focadas
e distribuição centralizada; a tendência à terceirização e a redução da base de
fornecedores.
As empresas estão expostas a algumas fontes de risco no âmbito de suas cadeias de
suprimentos, que oferecem um potencial de rupturas no negócio a partir de cinco fontes
relevantes: risco no fornecimento, risco na demanda, risco no processo, risco no controle
e risco ambiental. Nesse sentido, utiliza-se um processo com seis etapas para identificar
os perfis de riscos e as estratégias adequadas para o seu gerenciamento. Os passos são:
1º - Priorize os direcionadores;
2º - Identifique a infra-estrutura crítica;
3º - Localize as vulnerabilidades;
4º - Use cenários como modelos;
5º - Desenvolva respostas;
6º - Monitore o risco do ambiente de negócios.
As etapas do processo de gerenciamento de riscos na cadeia de suprimentos são:
1ª Etapa: Entender a cadeia de suprimentos;
2ª Etapa: Aprimorar a cadeia de suprimentos;
3ª Etapa: Identificar os caminhos críticos (nós e vínculos);
4ª Etapa: Gerenciar os caminhos críticos;
5ª Etapa: Melhorar a visibilidade da rede;
6ª Etapa: Criar uma equipe de continuidade na cadeia de suprimentos;
7ª Etapa: Trabalhar com fornecedores e clientes.

Verbete
Disrupções - atos ou efeitos de romper (-se); ruptura, fratura, interrupção do curso
normal de um processo. (Houaiss, 2002)

AULA 10 – A CARACTERIZAÇÃO DO SERVIÇO AO CLIENTE

META: Apresentar a caracterização do componente logístico do serviço ao cliente.

OBJETIVOS: ao final desta aula, você deverá ser capaz de:


● identificar a importância da logística no serviço ao cliente;
● caracterizar o tempo de ciclo do pedido;
● identificar os efeitos do serviço logístico nas vendas.
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RESUMO DA DISCIPLINA: LOGÍSTICA EMPRESARIAL

1 – A IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA NO SERVIÇO AO CLIENTE


O texto destaca a importância da logística no serviço ao cliente, definindo-a como
o resultado de todas as atividades logísticas ou dos processos da cadeia de suprimentos.
O projeto de um sistema logístico deve estabelecer o nível do serviço ao cliente a ser
oferecido, considerando a receita gerada pelas vendas e os custos do sistema.
Definição de Serviço ao Cliente: O serviço ao cliente é um conceito amplo que abrange
desde a disponibilidade do produto até a manutenção pós-venda. Na ótica da logística, o
serviço ao cliente é a rapidez e a confiabilidade na entrega dos itens encomendados.
Importância do Serviço ao Cliente: O serviço ao cliente é a parte mais importante da
estratégia de marketing e é crucial para fidelizar os clientes. Elementos que
caracterizam o serviço ao cliente podem ser agrupados em três categorias:
● Pré-transação: propiciam o ambiente para um bom serviço ao cliente. Constitui um compromisso
formal sobre as modalidades de serviço. É durante essa fase (da pré-transação) que a empresa
permite ao cliente conhecer com exatidão o tipo de serviço que lhe será prestado.
● Transação: são os que resultam diretamente na entrega do produto ao cliente.
● Pós-transação: são os serviços necessários para dar suporte ao cliente.
Relação entre Logística e Serviço ao Cliente: A logística está diretamente relacionada ao
serviço ao cliente, especialmente no que diz respeito à entrega pontual, ao índice de
atendimento dos pedidos, às condições dos produtos e à exatidão da documentação.
Pesquisa sobre a Importância da Logística no Serviço ao Cliente: Estudos realizados nos
Estados Unidos mostraram que a maioria dos atributos do serviço ao cliente está
relacionada à logística. Em uma pesquisa com 254 compradores, os pontos mais importantes
do serviço ao cliente, sob o ponto de vista logístico, foram:
1. Entrega pontual;
2. Índice de atendimento dos pedidos;
3. Condições dos produtos;
4. Exatidão da documentação.
Conclusão: A logística é um fator crucial para o sucesso do serviço ao cliente. As
empresas devem investir em um sistema logístico eficiente para oferecer um serviço de
qualidade aos seus clientes.

2 – O TEMPO DO CICLO DO PEDIDO


O texto define o tempo do ciclo do pedido como o tempo decorrido entre o pedido do
cliente e a entrega do produto ou serviço. Esse tempo é crucial para o serviço ao cliente
e pode ser controlado pelo gestor logístico. O texto destaca a importância de se analisar
os componentes do tempo do ciclo do pedido e as restrições que podem afetá-lo, levando em
consideração o custo-benefício das decisões tomadas.

Componentes do Tempo do Ciclo do Pedido:


1. Tempo de Transmissão do Pedido: Tempo que leva para o pedido do cliente chegar à empresa.
Pode ser influenciado pelo método de pedido utilizado (telefone, e-mail, sistema online). O
tempo de transmissão pode ser reduzido com o uso de tecnologias como EDI (Electronic Data
Interchange).
2. Processamento e Montagem: Tempo que leva para processar o pedido, preparar a documentação,
verificar o estoque e montar o pedido. Esse tempo pode ser reduzido com a otimização dos

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processos internos e a automação de tarefas. Atividades que compõem o tempo de processamento


e montagem:
a. Preparação da documentação de embarque
b. Atualização dos registros de estoques
c. Coordenação da liberação de crédito
d. Checagem dos pedidos para verificação de erros
e. Atualização do status dos pedidos
f. Encaminhamento de informações para os setores de vendas, produção e contabilidade
g. Separação do pedido no estoque
h. Movimentação até a área de despacho
i. Colocação de embalagens
j. Consolidação com outros pedidos
3. Disponibilidade de Estoque: Tempo que leva para que o produto esteja disponível para entrega.
Se o produto não estiver em estoque, o tempo do ciclo do pedido aumenta significativamente. A
falta de disponibilidade de estoque força os fluxos de produtos e de informações a ocorrer
fora do canal estabelecido, o que pode gerar custos adicionais.
4. Tempo de Produção: Tempo que leva para produzir o produto, caso não esteja em estoque. Esse
tempo pode ser significativamente maior do que os outros componentes do ciclo do pedido. A
decisão de produzir o produto sob demanda deve ser tomada com cuidado, considerando o
custo-benefício.
5. Tempo de Entrega: Tempo que leva para transportar o produto do armazém até o cliente. É o
último e principal elemento do ciclo do pedido. O tempo de entrega pode ser influenciado pelo
modal de transporte utilizado, pela distância entre o armazém e o cliente e pelas condições
de tráfego. É de extrema importância que o profissional de logística tenha controle direto
sobre o tempo de entrega.

Restrições ao Tempo do Ciclo do Pedido:


Prioridades no Processamento de Pedidos: Clientes especiais podem ter seus pedidos
processados com prioridade, o que pode afetar o tempo de ciclo do pedido para outros
clientes. As regras de priorização devem ser claras e transparentes para evitar
conflitos.
Condições dos Pedidos: Pedidos com produtos danificados ou incompletos podem atrasar o
tempo de ciclo do pedido. Importante ter medidas de controle para garantir a qualidade
dos produtos e dos pedidos.
Restrições de Volume: A empresa pode estabelecer um tamanho mínimo de encomenda ou outras
restrições de volume para reduzir seus custos. Essas restrições podem afetar o tempo de
ciclo do pedido para pequenos clientes. A empresa deve avaliar o custo-benefício das
restrições de volume antes de implementá-las.
Análise de Custo/Benefício: importante se realizar uma análise de custo/benefício em
todas as decisões que afetam o tempo do ciclo do pedido. A empresa deve buscar um
equilíbrio entre o nível de serviço ao cliente desejado e os custos incorridos.
3 – OS EFEITOS DO SERVIÇO LOGÍSTICO NAS VENDAS
O texto destaca a importância da logística de serviço ao cliente e sua relação com
as vendas. A logística de serviço pode ser mais importante que fatores como preço ou
qualidade. O objetivo é verificar se os serviços logísticos afetam favoravelmente a
rentabilidade do negócio.

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3.1 Efeitos dos serviços sobre as vendas: A relação entre nível de serviço e vendas é
complexa e nem sempre linear. Os clientes nem sempre manifestam suas preferências em
serviços ou reagem constantemente à oferta de serviços. As empresas tendem a
pré-estabelecer níveis de serviço e projetar o canal de suprimento com base nesses
níveis. Pesquisas demonstram que os clientes percebem as diferenças de serviços entre os
fornecedores e penalizam falhas nos serviços. Um estudo de Ballou (2006) indica que:
● Diferenças no desempenho do serviço ao cliente podem ser responsáveis por 5 a 6% das
variações nas vendas de um fornecedor.
● Uma redução de 5% nos níveis de serviço pode resultar em uma queda de 24% nas compras
pela base habitual de clientes.
A reação do mercado de capitais aos problemas nas cadeias de suprimentos demonstra
a importância da logística de serviço. Um estudo com 861 empresas de capital aberto
mostrou que anúncios de problemas na cadeia de suprimentos podem levar a quedas de até
20% nos preços das ações em um período de seis meses. As cinco causas mais comuns de
falhas na cadeia de suprimentos são:
1. Mudanças exigidas pelos clientes
2. Dificuldades com expedição de novos produtos
3. Problemas na produção
4. Problemas com o desenvolvimento
5. Problemas relacionados à qualidade

3.2 Efeitos dos serviços na fidelização dos clientes: A fidelização dos clientes é
crucial para o sucesso de um negócio. A logística de serviço é fundamental para a
fidelização dos clientes. Cerca de 65% dos negócios de uma empresa são realizados com
clientes permanentes. É mais eficiente do ponto de vista financeiro investir em
atividades de serviço ao cliente do que em ações de atração de novos clientes. A relação
entre a logística do serviço ao cliente e a fidelização dos clientes pode ser expressa em
termos matemáticos.
Modelo de Curva de Vendas-Serviços: A curva de vendas-serviços apresenta três fases:
1. Retornos crescentes: Aumento do nível de serviço leva a um aumento nas vendas.
2. Retornos decrescentes: Aumento do nível de serviço leva a um aumento menor nas vendas.
3. Declínio: Aumento do nível de serviço leva a uma queda nas vendas.
A maioria das empresas opera na fase de retornos decrescentes. Aumentos nos níveis
de serviço nem sempre compensam os custos incorridos.
Explicação do comportamento da curva:
● Retornos crescentes: Melhores serviços significam custos menores de estoques para os
compradores. Os compradores são incentivados a aumentar sua fidelidade aos fornecedores com
melhor nível de serviços.
● Retornos decrescentes: Os compradores podem não ser capazes de tirar proveito de todos os
serviços oferecidos. Políticas de compras que exigem mais de uma fonte de suprimento podem
limitar o impacto dos serviços.

Outras modelagens da relação vendas-serviços:


- Método dos Dois Pontos:
● Estabelece dois pontos na fase de retornos decrescentes da curva.
● Une os pontos com uma reta para aproximar a curva real.
● Útil quando é difícil ou dispendioso obter dados para a curva completa.
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- Experimentos Antes-Depois:
● Observa a reação das vendas a uma mudança no nível de serviço.
● Mais simples que o método dos dois pontos, mas sujeito aos mesmos problemas.
- Jogos de Empresas:
● Simulações em laboratório que permitem a manipulação de variáveis.
● Úteis para explorar diferentes cenários e estratégias.
- Pesquisa Junto a Compradores:
● Método mais utilizado para obter dados sobre os serviços aos clientes.
● Questionários direcionados a compradores para avaliar a influência dos
serviços nas decisões de compra.

Relação entre nível de serviço e custos: O aumento do nível de serviço leva a um aumento
nos custos logísticos. A curva de custos totais assume taxas de crescimento crescentes.
Existe um nível de serviço que maximiza o lucro.
Variabilidade do desempenho dos serviços: A variabilidade no desempenho dos serviços é
mais importante do que o desempenho médio. Clientes planejam suas operações com base em
um desempenho médio esperado. A variabilidade gera incerteza e custos adicionais para os
clientes (estoques, transporte ágil, etc.). Minimizar a variabilidade é crucial para a
satisfação do cliente. Uma ferramenta para reduzir a incerteza é fornecer informações
precisas sobre o status do pedido ao cliente.
Nível de serviço como restrição: Em alguns casos, o serviço ao cliente é visto como uma
restrição no sistema logístico. O nível de serviço é baseado em fatores como:
● Níveis oferecidos pela concorrência
● Opinião da equipe de vendas
● Tradição da empresa
Esse método não garante o melhor equilíbrio entre receitas e custos logísticos. O
coeficiente de correlação pode ser usado para medir a relação entre vendas e nível de
serviço. A análise de sensibilidade ajuda a avaliar o impacto de mudanças no nível de
serviço no custo do sistema logístico.

*Coeficiente de Correlação (r) – medida do grau de associação entre duas variáveis ou


características, a partir de uma série de observações.
Grau de associação máximo:
r = 1 (diretamente proporcional)
r = -1 (inversamente proporcional)
-1 < r < 1

Mensuração do desempenho da logística de serviço ao cliente: Medir o desempenho da


logística de serviço é complexo devido às múltiplas dimensões do serviço. O tempo total
do ciclo do pedido e suas variabilidades são as melhores medidas. Outras medidas de
desempenho incluem:
● Processamento de pedidos: tempo mínimo, máximo e médio; percentual de pedidos
processados no prazo.
● Exatidão na documentação dos pedidos: percentual de documentos com erros.
● Transporte: percentual de entregas no prazo; percentual de pedidos entregues na data
solicitada; índice de danos e reclamações.

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● Disponibilidade de produto e estoque: percentual de itens em falta; percentual de


pedidos atendidos completamente; índice de atendimento de pedidos.
● Produtos danificados: número de devoluções em relação ao total de pedidos; valor das
devoluções em relação às vendas totais.
● Tempo de processamento da Produção/Armazém: tempo mínimo, máximo e médio de
processamento de pedidos.
Essas medidas podem estar centradas na empresa e não refletir as necessidades dos
clientes.

Contingências no planejamento logístico: Queda do sistema e recolhimento de produtos


(recall) são contingências comuns que afetam o planejamento. É impossível prever todas as
contingências. Estratégias para minimizar o impacto de problemas:
● Seguro contra riscos
● Rotas alternativas de suprimento
● Transporte alternativo
● Modificação da demanda
● Respostas rápidas a mudanças na demanda
● Estoques de segurança

Conclusão: O texto enfatiza a importância da logística de serviço ao cliente para as


vendas e a fidelização. As empresas devem buscar o equilíbrio entre o nível de serviço
oferecido, os custos associados e as necessidades dos clientes.

RESUMO GERAL
Uma política de serviço ao cliente compreende aspectos múltiplos que se combinam para
atingir o objetivo de transferir bens e serviços do vendedor ao comprador de maneira
ótima. Essa política inclui a disponibilidade de estoque, a velocidade de entrega e a
precisão e a presteza no preenchimento do pedido. De um modo geral, essa política está
intimamente ligada às políticas de transporte e de estoques.
Os elementos básicos dos serviços ao cliente que o gestor logístico consegue
controlar estão dentro do conceito de tempo de ciclo de pedido, que pode ser definido
como o tempo decorrido entre o momento do pedido do cliente, a ordem de compra ou
requisição do serviço, e aquele da entrega do produto ou serviço ao cliente.
O ciclo do pedido compreende todos os eventos mensuráveis em tempo ao longo do
prazo total para a entrega do produto.
Há muito tempo existe a suposição de que o nível de serviço proporcionado aos
clientes influencia as vendas. Foi verificado através de várias pesquisas que os clientes
percebem nitidamente as diferenças de serviços entre os seus fornecedores, de tal maneira
que, quando ocorrem falhas nos serviços, os compradores impõem algum tipo de penalidade
ao fornecedor responsável pela falha. Além disso, constatou-se que as vendas são
incrementadas com o aumento do nível de serviços.
É clara a importância da logística dos serviços ao cliente. Para que se possa
melhorar as decisões logísticas, é necessário conhecer com maior nível de precisão a
forma como se processam as mudanças em vendas em função das mudanças dos níveis da
logística de serviços ao cliente.

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AULA 11 – OS FUNDAMENTOS DO TRANSPORTE

META: Apresentar os fundamentos do transporte na Logística.

OBJETIVOS: Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:


● avaliar a performance econômica de um sistema de transportes;
● caracterizar as opções de serviço com único modal e com intermodal, principalmente
quanto à variável custo de transporte;
● identificar as questões relativas aos custos do transporte e da propriedade da
frota.

1 – A RELEVÂNCIA DE UM SISTEMA DE TRANSPORTES


O transporte de mercadorias é fundamental para as trocas comerciais e o
desenvolvimento econômico. O transporte marítimo, ferroviário e rodoviário foram
essenciais para o crescimento do comércio.
Importância do transporte na logística: O transporte é responsável por grande parte dos
custos logísticos das empresas. Os operadores logísticos precisam ter conhecimento sobre
os diferentes tipos de transporte.

2 – A PERFORMANCE DO SISTEMA DE TRANSPORTE


O transporte de pessoas e mercadorias desempenha um papel crucial no
desenvolvimento socioeconômico de qualquer região. Desde tempos remotos, o
aperfeiçoamento dos métodos de transporte impulsionou o crescimento do comércio e a
prosperidade das sociedades. O texto "A Performance do Sistema de Transporte" explora a
importância do transporte na logística e os diversos fatores que influenciam sua
performance.
Importância do transporte na logística: O transporte é um componente vital da logística,
representando uma parcela significativa dos custos logísticos das empresas. A eficiência
do transporte impacta diretamente na competitividade dos produtos, na economia de escala
e na redução dos preços finais. A escolha do modal de transporte adequado é fundamental
para otimizar o processo logístico e garantir a entrega das mercadorias de forma
eficiente e segura.
Desenvolvimento:
1 - Evolução dos sistemas de transporte: O texto destaca a evolução dos sistemas de
transporte ao longo da história, desde o transporte marítimo e ferroviário até o
rodoviário e aeroviário. Cada modal de transporte apresenta vantagens e desvantagens em
termos de custo, tempo de viagem, flexibilidade e capacidade de carga. A multimodalidade,
que combina diferentes modais de transporte em uma única rota, surge como uma solução
para otimizar as operações logísticas. Os transportes podem ser classificados em:
● hidroviário;
● ferroviário;
● rodoviário;
● aeroviário;
● dutoviário.
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2 - Impactos do transporte na sociedade: O transporte eficiente contribui para o


desenvolvimento social e econômico, facilitando o acesso a bens e serviços, impulsionando
o turismo e a geração de renda. Por outro lado, o transporte também pode gerar impactos
negativos, como a poluição ambiental, o congestionamento urbano e os acidentes de
trânsito. É necessário buscar soluções para minimizar os impactos negativos do transporte
e promover a sustentabilidade das operações logísticas.

3 - Fatores que influenciam a performance do transporte: A performance do sistema de


transporte é influenciada por diversos fatores, como:
● Infraestrutura: A qualidade da infraestrutura de transporte, como estradas, portos,
aeroportos e ferrovias, é fundamental para a eficiência do sistema.
● Tecnologia: A aplicação de novas tecnologias, como sistemas de rastreamento de
carga, gestão de frotas e otimização de rotas, pode melhorar significativamente a
performance do transporte.
● Regulamentação: A regulamentação do setor de transporte deve buscar um equilíbrio
entre a segurança, a eficiência e a competitividade.
● Integração: A integração dos diferentes modais de transporte é essencial para
otimizar as operações logísticas e reduzir custos.
4 - Desafios e perspectivas para o futuro: O sistema de transporte enfrenta diversos
desafios, como o aumento da demanda por transporte, a necessidade de reduzir as emissões
de carbono e a crescente urbanização. A inovação tecnológica e a adoção de práticas
sustentáveis serão essenciais para superar esses desafios e garantir a performance do
sistema de transporte no futuro.
Exemplos e Detalhes Adicionais: O texto menciona o caso do Brasil, onde o transporte
rodoviário é o modal dominante, mas enfrenta desafios como a má qualidade das estradas e
o congestionamento urbano. O desenvolvimento do transporte multimodal, como o uso de
ferrovias e hidrovias para longas distâncias e do transporte rodoviário para a última
milha, é apresentado como uma alternativa para melhorar a eficiência do sistema de
transporte. A importância da integração dos diferentes modais de transporte é ilustrada
com o exemplo dos portos secos, que permitem a interconexão entre o transporte marítimo e
o terrestre.

Conclusão: O sistema de transporte é um componente vital da economia e da sociedade. A


busca por um sistema de transporte eficiente, seguro e sustentável é fundamental para o
desenvolvimento socioeconômico e para a construção de um futuro mais próspero para todos.

3 – OPÇÕES DE SERVIÇO COM UM ÚNICO MODAL E INTERMODAL


O texto oferece uma análise abrangente das características, vantagens e
desvantagens de cada modal de transporte, explorando também as opções de serviço
intermodal que combinam diferentes modais para otimizar o processo logístico.

1. Análise dos Modais de Transporte:


1.1. Transporte Ferroviário:

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Características: Ideal para o transporte de grandes volumes de carga de baixo custo, como
commodities (carvão, madeira, produtos agrícolas e minérios), por longas distâncias.

Vantagens:
● Baixo custo variável por tonelada transportada.
● Alta capacidade de carga, permitindo o transporte de grandes quantidades de produtos de uma
só vez.
● Adequado para longas distâncias, tornando-se competitivo para rotas como Norte-Sul do Brasil.
Desvantagens:
● Baixa flexibilidade no trajeto, limitado aos trilhos existentes.
● Necessidade de transbordo em alguns casos, o que pode aumentar o tempo e o custo do
transporte.
● Tempo de viagem demorado e irregular, sujeito a atrasos por diversos motivos
(condições climáticas, manutenção da malha ferroviária, etc).
Exemplos: Transporte de minério de ferro da Serra do Carajás (PA) para o Porto de Itaqui
(MA), escoamento da produção agrícola do Centro-Oeste para os portos do Sul.

1.2. Transporte Rodoviário:


Características: Ideal para produtos semi prontos ou acabados de menor porte, com maior
frequência de serviço e flexibilidade, adequado para curtas e médias distâncias.
Vantagens:
● Possibilidade de transporte porta a porta, reduzindo a necessidade de manuseio da carga e
otimizando o tempo de entrega.
● Alta velocidade e flexibilidade, permitindo entregas rápidas e personalizadas.
● Adequado para curtas e médias distâncias, atendendo com eficiência demandas regionais.
Desvantagens:
● Fretes mais altos em alguns casos, especialmente em comparação ao modal ferroviário para
longas distâncias.
● Menor capacidade de carga em comparação aos modais ferroviário e hidroviário.
● Limitações por normas de segurança e infraestrutura precária no Brasil, com estradas em mau
estado que podem aumentar o tempo de viagem e os custos com manutenção dos veículos.
Exemplos: Distribuição de produtos de consumo em centros urbanos, transporte de cargas
perecíveis entre regiões próximas.

1.3. Transporte Aéreo:


Características: Indicado para mercadorias de alto valor agregado, com urgência na
entrega, em longas distâncias.
Vantagens:
● Rapidez imbatível, sendo o modal mais rápido para transporte de cargas.
● Menor manuseio da carga, reduzindo o risco de danos e perdas.
● Ideal para longas distâncias, permitindo entregas internacionais em prazos curtos.
Desvantagens:
● Menor capacidade de carga em comparação aos modais ferroviário e hidroviário.
● Valor do frete mais elevado, tornando-se inviável para muitos produtos de baixo valor.
● Sensibilidade a condições climáticas e de segurança, com atrasos e cancelamentos de voos em
situações adversas.
Exemplos: Transporte de medicamentos, peças de reposição para indústria, produtos
eletrônicos de alto valor.
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1.4. Transporte Hidroviário:


Características: Baixo custo operacional para longas distâncias, ideal para produtos de
mineração, commodities e produtos químicos, em grandes volumes.
Vantagens:
● Alta capacidade de carga, permitindo o transporte de grandes quantidades de produtos de uma
só vez.
● Baixo custo variável por tonelada transportada, tornando-se competitivo para longas
distâncias.
● Flexibilidade, adaptando-se a diferentes tipos de cargas e rotas.
Desvantagens:
● Velocidade inferior ao ferroviário, tornando-se menos competitivo para entregas urgentes.
● Dependência das condições climáticas, com interrupções em caso de tempestades ou outros
eventos climáticos.
● Exigência de embalagens reforçadas para proteger a carga contra umidade e outros elementos.
● Infraestrutura portuária precária no Brasil, com congestionamentos e longos tempos de espera
para atracação e descarga.
Exemplos: Transporte de minério de ferro da região Norte para o exterior, escoamento da
produção de soja do Centro-Oeste

1.5. Transporte Dutoviário:


Características: Ideal para o transporte de granéis (líquidos, gases e sólidos suspensos
em líquidos) de forma contínua e subterrânea, com baixo custo operacional.
Vantagens:
● Baixo custo variável por tonelada transportada, tornando-se vantajoso para longas distâncias.
● Transporte não poluente, reduzindo o impacto ambiental.
● Alto nível de segurança, pois os dutos ficam enterrados e protegidos.
● Operação contínua 24 horas por dia, 7 dias por semana, proporcionando alta frequência.
Desvantagens:
● Baixa velocidade nominal, sendo o modal mais lento entre os analisados.
● Limitação a poucos tipos de produtos (granéis).
● Alto custo fixo devido à infraestrutura necessária para construção e manutenção dos dutos.
● Infraestrutura limitada no Brasil, restringindo a aplicação do modal.
Exemplos: Transporte de petróleo e derivados (oleodutos), gás natural (gasodutos).

3. Opções de Serviço Intermodal:


Definição: Combinação de dois ou mais modais de transporte para otimizar o processo
logístico, aproveitando as vantagens de cada um.
Exemplos: Trem-caminhão (Piggyback) - utilizado para transportar semirreboques
rodoviários sobre vagões ferroviários em rotas de longa distância; Navio-caminhão
(Fishyback) - combina o transporte marítimo para longas distâncias com o transporte
rodoviário para rotas de curta e média distância na origem e destino final da carga.
Vantagens:

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● Aumento da flexibilidade e capilaridade do transporte, atendendo a rotas que não


possuem cobertura por um único modal.
● Otimização de custos, aproveitando as vantagens econômicas de cada modal em
diferentes trechos da rota.
● Redução do tempo de viagem total em alguns casos, por meio da combinação de modais
mais rápidos em trechos específicos.
4. Critérios para a Escolha do Modal de Transporte:
A escolha do modal de transporte mais adequado depende de diversos fatores, tais
como:
● Natureza da carga: Tipo de produto (perecível, perigoso, valor agregado, peso,
volume), necessidade de embalagem especial.
● Distância a ser percorrida: Longas distâncias favorecem modais como marítimo e
ferroviário, enquanto curtas e médias distâncias podem se beneficiar do rodoviário.
● Custo: Preço do frete, custos acessórios (armazenagem, seguros), investimento
necessário em embalagem.
● Tempo de entrega: Urgência na entrega pode tornar o aéreo mais vantajoso, apesar do
custo elevado.
● Disponibilidade: Infraestrutura disponível na origem, destino e rotas
intermediárias (rodovias, ferrovias, portos, aeroportos).

5. Desempenho Teórico dos Modais de Transporte:


Uma tabela comparativa apresenta o desempenho teórico dos modais de transporte em
cinco dimensões:

Velocidade: Aéreo > Rodoviário > Ferroviário > Aquaviário > Dutoviário.
Consistência: Dutoviário > Rodoviário > Ferroviário > Hidroviário > Aéreo.
Capacitação: Hidroviário > Rodoviário > Ferroviário > Aéreo > Dutoviário.
Disponibilidade: Rodoviário > Ferroviário > Hidroviário > Aéreo > Dutoviário.
Frequência: Dutoviário > Rodoviário > Ferroviário > Aéreo > Aquaviário.

6. Considerações Importantes:
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A escolha do modal de transporte deve ser feita de forma estratégica, considerando


as necessidades específicas de cada operação logística. O transporte intermodal pode ser
uma solução vantajosa para rotas complexas ou que exigem características distintas ao
longo do percurso. A infraestrutura de transporte no Brasil apresenta deficiências que
impactam o desempenho de alguns modais, como o ferroviário e o hidroviário.

Conclusão: O texto fornece uma visão abrangente dos modais de transporte disponíveis,
suas características, vantagens, desvantagens e critérios para a escolha do modal mais
adequado. A análise também destaca a importância do transporte intermodal como estratégia
para otimizar o processo logístico e atender a demandas complexas.

Verbete
CONTÊINERES - contêiner, do inglês container, é uma caixa, construída em aço, alumínio ou fibra,
criada para o transporte unitizado de mercadorias e suficientemente forte para resistir ao uso
constante. O contêiner é identificado pela marca do proprietário, local de registro, número,
tamanho, tipo e a definição do espaço e do peso máximo que pode comportar, entre outras. Foi
evoluindo na sua concepção e forma para apresentar diversos tipos, dependendo da exigência de cada
mercadoria. Podem variar de totalmente fechados a totalmente abertos, passando pelos contêineres
com capacidade para controle de temperatura e tanques.

4 – AS QUESTÕES RELATIVAS AOS CUSTOS DO TRANSPORTE E DA PROPRIEDADE DA FROTA


O texto mergulha em um exame aprofundado da importância crucial da gestão de custos
no transporte, especialmente na era da globalização e da acirrada competitividade entre
empresas. A análise se debruça sobre os seguintes aspectos:
1.1. Comparação dos Custos Logísticos: O Brasil apresenta um índice de 12,1% do PIB em
custos logísticos em 2003, enquanto nos EUA esse índice é de 8,19%, revelando um cenário
desafiador para as empresas brasileiras. Uma análise mais profunda dos gastos com
transporte por modal no Brasil revela que o modal rodoviário assume a liderança, com 66%
das cargas transportadas e um gasto anual de R$104,3 bilhões. Ao comparar o uso do modal
rodoviário no Brasil, EUA e China, observamos uma disparidade significativa: No Brasil, a
dependência excessiva do modal rodoviário é evidente, com 66% das cargas transportadas
por esse meio, enquanto nos EUA esse número é de apenas 26% e na China, apenas 8%. Essa
discrepância destaca a necessidade de diversificação da matriz modal de transporte no
Brasil para alcançar maior eficiência e competitividade.
1.2. Raízes dos Custos Logísticos Elevados no Brasil: A falta de investimentos em
infraestrutura de transporte emerge como um dos principais obstáculos à redução dos
custos logísticos no Brasil. A carência de investimentos em ferrovias, hidrovias e portos
limita a utilização de modais mais eficientes e competitivos. O estado precário das
rodovias brasileiras aumenta o tempo de viagem, o consumo de combustíveis e os custos de
manutenção dos veículos, impactando negativamente a eficiência da logística. O uso
inadequado dos modais de transporte também contribui para os altos custos logísticos. A
predominância do modal rodoviário para longas distâncias, mesmo com opções mais
econômicas como o ferroviário para grandes volumes, gera desperdícios e ineficiências. A
falta de planejamento e integração entre os modais de transporte dificulta a otimização
das rotas e a utilização dos recursos de forma eficiente.

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1.3. Estruturas de Tarifas de Transporte: O texto explora as diferentes estruturas de


tarifas de transporte, que variam de acordo com diversos fatores:
● Tarifas por Volume: Dependem do tamanho da carga, sendo mais vantajosas para grandes volumes.
Exemplo: Transporte de commodities agrícolas em granel por ferrovia.
● Tarifas por Distância: Variam de acordo com a distância percorrida, sendo mais adequadas para
cargas de alto valor e urgência. Exemplo: Transporte de produtos perecíveis por via aérea.
● Tarifas por Demanda: Determinadas por fatores externos como sazonalidade, demanda do mercado
e disponibilidade de transporte, podendo ser mais voláteis e menos previsíveis. Exemplo:
Transporte de produtos natalinos durante a alta temporada.

2. Frota Própria versus Frota Terceirizada: Uma Análise Detalhada


Após a escolha do modal de transporte mais adequado, a empresa se depara com a
crucial decisão de optar por uma frota própria ou terceirizada. A terceirização vem
despontando como a tendência dominante, mas a escolha ideal depende de uma análise
criteriosa de diversos fatores interligados:
2.1. Tamanho da Operação: O tamanho da operação de transporte influencia diretamente na
viabilidade da frota própria. Operações maiores podem se beneficiar de economias de
escala e justificar o investimento em uma frota própria. Exemplos: Grandes empresas de
varejo que operam em escala nacional e Empresas de mineração com grande volume de carga a
ser transportada em longas distâncias.
2.2. Competência Gerencial Interna: A expertise e capacidade da empresa em gerenciar uma
frota de transporte são fundamentais para o sucesso da operação. Aspectos a serem
considerados:
● Experiência na gestão de frotas, incluindo planejamento de rotas, controle de custos,
manutenção de veículos e gestão de pessoal.
● Disponibilidade de recursos humanos qualificados para gerenciar a operação da frota.
● Uso de ferramentas tecnológicas para otimizar a gestão da frota.
2.3. Competência e Competitividade do Setor: A competitividade do setor em que a empresa
opera também influencia a decisão da frota. Em setores altamente competitivos, a
terceirização pode oferecer maior flexibilidade e acesso a recursos tecnológicos
avançados. Exemplo: Empresas de transporte rodoviário de cargas em um setor altamente
competitivo podem optar por terceirizar a frota para obter tarifas mais vantajosas de
empresas especializadas.
2.4. Carga de Retorno: A possibilidade de obter carga de retorno para os veículos é um
fator crucial na redução de custos. Vantagens da carga de retorno:
● Otimização da utilização dos veículos, evitando viagens vazias e aumentando a receita.
● Redução do custo unitário de transporte por carga transportada.
Exemplo: Empresas de transporte rodoviário podem buscar parcerias com outras empresas
para transportar cargas de retorno em rotas similares.
2.5. Modal de Transporte Utilizado: O tipo de modal de transporte influencia na decisão
da frota própria versus terceirizada.
Modais Intensivos em Capital: Ferrovias e dutovias requerem altos investimentos iniciais
e escala operacional para serem eficientes. A terceirização tende a ser a opção mais
viável para a maioria das empresas.
Modal Rodoviário: A maior flexibilidade do transporte rodoviário torna a manutenção de
frota própria mais atrativa para algumas empresas, desde que haja volume suficiente para
justificar o investimento.
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2.6. Tendência Brasileira: O texto aponta a terceirização de frotas como a tendência


dominante no Brasil. Dados de 2003: Cerca de 83% das 500 maiores empresas privadas
brasileiras não possuíam frota própria; dentre as empresas que possuíam frota própria,
90% a combinavam com frota terceirizada para complementar sua capacidade.

Conclusão: O texto apresenta uma análise abrangente dos custos do transporte e da


propriedade da frota. A escolha do modal de transporte adequado, aliada a uma decisão
estratégica sobre a frota própria ou terceirizada, são fatores cruciais para que as
empresas brasileiras alcancem maior eficiência e competitividade no mercado globalizado.
O texto destaca a importância de investir em infraestrutura de transporte, diversificar a
matriz modal e buscar alternativas como a captação de carga de retorno para reduzir os
custos logísticos no país.

RESUMO GERAL
Atualmente, o transporte é a
atividade responsável por uma grande
parcela dos custos logísticos na maioria
das empresas. Os dados apontam no sentido
de que a movimentação de cargas absorve
entre um a dois terços desses custos. É
por essa razão que os operadores
logísticos precisam ter bastante
conhecimento sobre as especificidades dos
transportes para que as empresas possam manter suas vantagens competitivas.
Quando se escolhe um serviço de transporte, o operador logístico deve levar em
consideração fatores como preço, tempo de trânsito e sua variabilidade e perdas e danos.
A efetividade do emprego dos transportes, ou seja, a combinação da eficiência e da
eficácia na operação, depende da correta apreciação desses fatores.
Os critérios para a escolha dos modais devem considerar tanto os aspectos de custos
quanto as características dos serviços. Os diferentes modais de transporte possuem
estrutura de custos e características operacionais específicas, que os tornam mais
adequados para determinados tipos de produtos e de operações.
Na era atual dos mercados competitivos e globalizados, o aspecto custo vem cada vez
mais assumindo importância significativa na busca das empresas por maior eficiência e
produtividade. Porém, ao objetivarem a redução de custos, as empresas só percebem o custo
do produto e não dimensionam os custos relacionados à Logística. No complexo dos custos
logísticos, destaca-se o custo do transporte.
Após a escolha do modal mais adequado, a decisão estratégica mais importante no
âmbito do transporte é aquela acerca de se ter uma frota própria ou utilizar uma frota
terceirizada. Nesse sentido, a decisão passa pela avaliação de algumas características da
operação e do setor. Dentre elas destacam-se: o tamanho da operação, a competência
gerencial interna, a competência e competitividade do setor, a existência de carga de
retorno e os modais a serem utilizados.

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AULA 12 – A CARACTERIZAÇÃO DOS PRODUTOS E SEU FLUXO NA LOGÍSTICA

META: Apresentar as características dos produtos e seus fluxos na logística.

OBJETIVOS: ao final desta aula, você deverá ser capaz de:


● identificar a natureza do produto logístico;
● analisar o ciclo de vida dos produtos;
● caracterizar a importância dos produtos através da classificação A B C;
● caracterizar o produto quanto aos parâmetros orientadores da estratégia logística.

1 – A NATUREZA DO PRODUTO LOGÍSTICO


1. Definição e Importância do Produto Logístico: produto logístico é um conjunto de
características que o gestor logístico adapta aos seus objetivos. As características do
produto podem ser ajustadas para gerar uma vantagem competitiva e ampliar a preferência
dos clientes. O produto é o centro do foco no projeto do sistema logístico por ser a
entidade fundamental no fluxo da cadeia de suprimentos e a fonte de receitas da empresa.

2. Componentes do Produto Logístico: O produto logístico é composto por duas partes:


2.1. Parte Física:
● Peso
● Forma
● Volume
● Performance
● Durabilidade

2.2. Parte Intangível:


● Suporte pós-venda
● Reputação da empresa
● Adaptação às necessidades do cliente
● Comunicação eficaz
● Rastreamento de pedidos
● Assunção de responsabilidade por erros
A importância dos aspectos intangíveis vem crescendo, pois contribuem para a
fidelização do cliente e a manutenção de relacionamentos.

3. Oferta Total do Produto: A oferta total do produto final combina as características


físicas e intangíveis.

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4. Adaptação do Sistema Logístico ao Tipo de Consumidor: O padrão do sistema logístico


deve ser adaptado para atender às necessidades do cliente final.

5. Classificação dos Produtos:


Produtos de Consumo:
● Conveniência: Fácil acesso ao público, ampla estrutura de distribuição, custos
elevados, nível de serviço definido pela disponibilidade e acessibilidade.
● Concorrência: Pesquisa prévia do cliente, menor número de pontos de estocagem,
distribuição menos ampla, custos menores.
● Especialidade: Nichos de mercado, distribuição centralizada, níveis de serviço
menos sofisticados, custos de distribuição mais baixos.
Produtos Industriais:
● Integração ao Produto Final: Matérias-primas e componentes.
● Participação no Processo de Fabricação: Máquinas e equipamentos.
● Serviços Associados aos Negócios: Manutenção, consultoria, treinamento.
- Limitações da Classificação de Produtos Industriais: Não evidencia preferências por
níveis de serviço. As funções e utilidades não são as mesmas que as dos produtos de
consumo.

A natureza do produto logístico é complexa e envolve diversos aspectos. A escolha


da classificação adequada é fundamental para o planejamento da estratégia de vendas e
distribuição. Pontos Adicionais Relevantes:
● importância da embalagem e do preço como dimensões básicas do projeto de sistemas
logísticos.
● assertiva de Kotler sobre a importância de manter os clientes atuais e desenvolver
relacionamentos.
● produtos de especialidade são oportunidades a serem aproveitadas na estratégia de
marketing da empresa.
● relação inversa entre comprador e fornecedor nos produtos industriais.

Verbetes:
MATÉRIA-PRIMA: A principal característica da matéria-prima é poder ser transformada e integrar o
produto acabado. Para o fabricante de automóvel, ao moldar uma porta, está transformando a chapa de
aço na porta do veículo.
COMPONENTES: Os componentes integram o produto acabado por montagem, sem sofrer transformação em
seus característicos físicos. É o caso de uma bateria para o automóvel, que é instalada (montada).

2 - O CICLO DE VIDA DOS PRODUTOS:


1. A Trajetória do Produto - do Nascimento à
Maturidade: O ciclo de vida do produto é uma
narrativa empolgante que revela a evolução das
vendas de um produto ao longo do tempo. Como um
ser vivo, o produto nasce, cresce, se estabiliza
e, eventualmente, declina. Essa jornada, dividida
em quatro fases distintas, é repleta de desafios e
oportunidades para as empresas.
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A Fase de Lançamento - As vendas são modestas, a distribuição é cautelosa e os estoques


são limitados. É um momento crucial para construir awareness e gerar interesse no
produto, utilizando estratégias de marketing e comunicação direcionadas.
A Fase de Expansão - Crescimento - Se o produto for bem recebido pelo público, as vendas
começam a crescer em ritmo acelerado. A empresa precisa se preparar para essa fase,
ajustando sua estratégia de distribuição para atender à demanda crescente. Níveis de
estoque aumentam, novos canais de distribuição são explorados e a marca se consolida no
mercado.
A Fase de Maturidade - Após a fase de crescimento acelerado, o produto atinge a
maturidade. As vendas se estabilizam em um ritmo constante, permitindo que a empresa se
concentre em otimizar seus processos e aumentar a lucratividade. É um momento para
analisar o mercado, identificar oportunidades de diferenciação e aprimorar o produto para
atender às necessidades dos clientes de forma cada vez mais eficiente.
A Fase de Declínio - Com o passar do tempo, as vendas do produto começam a declinar. Esse
declínio pode ser causado por diversos fatores, como a saturação do mercado, a
obsolescência tecnológica ou a mudança nas preferências dos consumidores. A empresa
precisa se adaptar a essa nova realidade, ajustando suas políticas de estocagem e
distribuição, e buscando oportunidades de redirecionar ou redefinir o produto para
prolongar sua vida útil.

2. A Curva ABC
2.1 - Um Mapa para a Eficiência Logística: A curva
ABC é uma ferramenta poderosa que ajuda as empresas
a otimizar seus recursos e maximizar a
lucratividade. Essa ferramenta classifica os
produtos em três categorias, de acordo com sua
importância para a empresa:
• Classe A: Os produtos da Classe A representam 20%
do total de produtos, mas respondem por 80% das
vendas. São os produtos mais importantes para a
empresa. Eles exigem um tratamento logístico
especial, com ampla distribuição, muitos armazéns e
altos níveis de estoque.

*CURVA 80 - 20 - (ou curva ABC) também conhecida por


distribuição de Pareto, é baseada nas observações do
economista Vilfredo Paret. Num estudo sobre a renda e
riqueza, ele observou que uma pequena parcela da população,
cerca de 20%, concentrava a maior parte da riqueza,
aproximadamente 80%. A partir dessa observação, constatou
que vários fenômenos de distribuição de probabilidade
obedeciam a essa regularidade estatística. A curva ABC, no
controle de estoques, é um método de classificação de
informações que permite a separação dos itens de maior
importância ou impacto, os quais são normalmente em menor
número. Em uma organização, a curva ABC também é usada para
a definição de políticas de vendas, para o estabelecimento
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de prioridades, para a programação de produção etc. Para a administração de estoques, o administrador


a usa como um parâmetro que informa sobre a necessidade de aquisição de itens essenciais para o
controle do estoque, que variam de acordo com a demanda do consumidor. Ressalte-se que raramente se
observa uma proporção exata dessa relação 80-20, mas sim valores bastante próximos disso.
• Classe B: Os produtos da Classe B representam 30% do total de produtos e respondem por
15% das vendas. São produtos importantes, mas não tanto quanto os da Classe A. Eles
exigem um tratamento logístico intermediário, com distribuição moderada, níveis de
estoque adequados e boa gestão de pedidos.
• Classe C: Os produtos da Classe C representam 50% do total de produtos e respondem por
apenas 5% das vendas. São produtos menos importantes para a empresa, mas que podem ser
úteis para complementar a oferta e atender a nichos específicos de mercado. Eles exigem
um tratamento logístico simplificado, com distribuição centralizada, baixos níveis de
estoque e foco na otimização de custos.
2.2 - A Curva ABC em Ação: Exemplos Práticos
Imagine uma empresa que vende produtos de higiene pessoal. A Classe A pode incluir
produtos como shampoo, sabonete e creme dental, que são itens de uso frequente e alta
demanda. A Classe B pode incluir produtos como desodorante, perfume e maquiagens, que são
menos frequentes, mas ainda importantes para a empresa. A Classe C pode incluir produtos
como cotonetes, lenços de papel e sabonetes específicos para o corpo, que são menos
vendidos, mas podem ser interessantes para nichos específicos de mercado.
2.3 - Benefícios da Curva ABC:
● Alocação eficiente de recursos: A curva ABC ajuda a empresa a direcionar seus recursos para
os produtos mais importantes, otimizando o uso de capital, mão de obra e espaço de
armazenamento.
● Melhoria na rotatividade de estoque: A curva ABC permite identificar produtos com baixa
rotatividade, ajudando a empresa a reduzir custos e evitar per
● Melhoria no atendimento ao cliente: Ao focar nos produtos da Classe A e B, a empresa garante
níveis de estoque adequados para atender à demanda dos clientes, evitando rupturas e
garantindo a disponibilidade dos produtos mais procurados.
● Tomada de decisões estratégicas: A curva ABC fornece insights valiosos para a empresa tomar
decisões estratégicas sobre o ciclo de vida dos produtos. Por exemplo, a empresa pode
identificar produtos da Classe C com potencial para se tornarem Classe B ou A, investindo em
marketing e distribuição, ou pode decidir descontinuar produtos da Classe C com baixa demanda
e lucratividade.
2.4 - A Curva ABC - Uma Ferramenta Dinâmica: É importante ressaltar que a classificação
dos produtos na curva ABC não é estática. A demanda dos consumidores e as condições do
mercado podem mudar ao longo do tempo. Por isso, a empresa deve rever sua curva ABC
periodicamente para garantir que seus recursos estejam sempre alocados de forma
otimizada.

Compreender o ciclo de vida do produto e utilizar a curva ABC são ferramentas


fundamentais para as empresas que buscam alcançar a excelência em logística. Ao mapear a
jornada de seus produtos e otimizar seus recursos, as empresas podem garantir a
disponibilidade dos produtos certos no momento certo, maximizando a lucratividade e
conquistando a satisfação de seus clientes.

3. A CARACTERIZAÇÃO DO PRODUTO NA LOGÍSTICA E O USO DE EMBALAGENS:


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1. Quatro Pilares para o Sucesso Logístico: O sucesso na logística depende da análise de


quatro características cruciais do produto:
● Quociente Peso-Volume: Densidade do produto, influenciando custos de transporte e
armazenagem.
● Quociente Valor-Peso: Relação entre valor e peso do produto, impactando custos de
movimentação e armazenagem.
● Substituibilidade: Perda de vendas para produtos similares, exigindo estratégias de
disponibilidade.
● Características de Risco: Perecibilidade, inflamabilidade, valor, explosividade e furto,
impondo restrições e custos.

1.1 - O Quociente Peso-Volume:


Produtos Densos: Baixos custos de transporte e armazenagem. Exemplos: aço laminado, materiais
de impressão, alimentos enlatados.
Produtos de Baixa Densidade: Custos de transporte e armazenagem mais altos. Exemplos: bolas
infladas, batatas fritas, abajures.

1.2 - O Quociente Valor-Peso:


● Produtos de Baixo Valor-Peso: Baixos custos de armazenagem, mas altos custos de movimentação.
Exemplos: carvão, minério de ferro, bauxita, areia.
● Produtos de Alto Valor-Peso: Custos de armazenagem altos, mas baixos custos de movimentação.
Exemplos: equipamentos eletrônicos, jóias, instrumentos musicais.

1.3 - Substituibilidade e Estratégias Logísticas:


Produtos Altamente Substituíveis: Priorização da disponibilidade para evitar perda de
vendas. Exemplos: alimentos, medicamentos genéricos.
Planejamento Logístico para Neutralizar Substituibilidade: Negociação de tarifas de
transporte. Minimização de estoques.

1.4 - Características de Risco e seus Impactos:


Produtos com Alto Risco: Restrições e custos adicionais no transporte e armazenagem.
Exemplos: produtos perecíveis, inflamáveis, valiosos, explosivos ou com alto índice de furto.
Medidas para minimizar riscos: Embalagens especiais. Transporte e armazenagem com
refrigeração. Segurança reforçada contra furto.

2. Embalagem: Proteção Essencial e Valor Agregado:


Um conceito mais abrangente acerca de embalagem, proposto por Moura e Banzato
(2000, página 11), é o seguinte: Conjunto de artes, ciências e técnicas utilizadas na
preparação das mercadorias, com o objetivo de criar as melhores condições para seu
transporte, armazenagem, distribuição, venda e consumo, ou alternativamente, um meio de
assegurar a entrega de um produto numa condição razoável ao menor custo global.

Funções da Embalagem:
● Facilitar armazenagem e manuseio.
● Aumentar eficiência do transporte.
● Proteger o produto.
● Promover a venda.
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● Alterar densidade do produto.


● Facilitar o uso.
● Oferecer valor de reuso ao cliente.
Importância da Embalagem na Logística:
● Permite disponibilizar as mercadorias no tempo certo, nas condições adequadas e ao
menor custo.
● Interação com todas as funções da logística: armazenamento, manuseio, movimentação
de materiais e transporte.
● Redução de custos, tempo de entrega, perdas e aumento do nível de serviço ao
cliente.
3. Desafios e Oportunidades da Embalagem:
Alto Custo da Embalagem:
● Aproximadamente 2% do PNB.
● Perdas de 10% a 15% na receita de exportação por causa de embalagens deficientes.
Otimização da Embalagem:
● Facilitar operações de recebimento, descarga, inspeção e movimentação.
● Facilitar a estocagem.
● Facilitar o descarte e a reciclagem.
● Proteger o produto durante o armazenamento.
● Melhorar a utilização do espaço nos armazéns.
● Facilitar a identificação e separação dos produtos.

4. Considerações sobre o Transporte e a Embalagem:


Verificação do Ambiente de Transporte:
● Alterações de clima.
● Impactos com aceleração.
● Vibrações.
● Choque.
● Umidade.
Conhecimento das Limitações de Cada Modal:
● Peso.
● Dimensões da carga.
Embalagem e Sustentabilidade:
● Embalagens Ecológicas:
● Reduzem o impacto ambiental.
● Atendem às demandas dos consumidores.
Desafios da Sustentabilidade:
● Aumento do custo da embalagem.

5. Embalagens Ecológicas - Uma Opção Consciente: A crescente preocupação com o meio


ambiente impulsiona a demanda por embalagens ecológicas. Essas embalagens visam reduzir o
impacto ambiental ao longo do ciclo de vida do produto, desde a produção até o descarte.
Benefícios das Embalagens Ecológicas:
● Redução do impacto ambiental: Diminuição da quantidade de resíduos gerados e da poluição.
● Atendimento às demandas dos consumidores: Consumidores cada vez mais conscientes buscam
produtos com embalagens sustentáveis.
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Materiais Ecológicos:
● Materiais reciclados: Reduzem a necessidade de extrair recursos naturais e diminuem a
quantidade de resíduos nos aterros sanitários.
● Materiais biodegradáveis: Se decompõem naturalmente, diminuindo o impacto ambiental.
● Materiais renováveis: São provenientes de fontes renováveis, como madeira e bambu.
Desafios da Sustentabilidade:
● Aumento do custo da embalagem: As embalagens ecológicas podem ser mais caras que as
tradicionais.
● Dificuldade de encontrar fornecedores: A oferta de embalagens ecológicas ainda é limitada em
algumas regiões.
● Descarte adequado: As embalagens ecológicas exigem descarte adequado para garantir sua
sustentabilidade.
Superando os Desafios:
● Investimentos em pesquisa e desenvolvimento: Redução do custo das embalagens ecológicas.
● Ampliação da oferta: Aumento da quantidade de fornecedores de embalagens ecológicas.
● Educação dos consumidores: Conscientização sobre a importância do descarte adequado das
embalagens ecológicas.

As embalagens ecológicas representam uma importante mudança na indústria de


embalagens. Apesar dos desafios, a jornada em busca da sustentabilidade é essencial para
proteger o meio ambiente e garantir um futuro mais verde para as próximas gerações.

6. O Futuro da Embalagem:
A busca por soluções inovadoras e sustentáveis é constante. Novas tecnologias como
a impressão 3D e os materiais inteligentes estão abrindo caminho para embalagens mais
eficientes, ecológicas e personalizadas.

7. Conclusão
A caracterização do produto e a escolha da embalagem adequada são decisões
estratégicas que impactam diretamente os custos, a eficiência e a sustentabilidade da
logística. A análise criteriosa dos fatores mencionados neste guia é fundamental para o
sucesso das empresas na era da logística moderna.

RESUMO GERAL
A importância do produto é fundamental para a estratégia logística. A formulação
dessa estratégia se dá a partir de uma série de classificações para os produtos, para
explicar as razões que levam a um determinado tipo de distribuição logística.
Tradicionalmente, emprega-se a classificação que divide os produtos e serviços em:
produtos de consumo e produtos industriais.
Outro conceito importante é o de ciclo de vida dos produtos. Há uma evidência
empírica no sentido de que os produtos possuem um padrão evolutivo de seu volume de
vendas, que pode ser dividido em quatro etapas: lançamento, crescimento, maturidade e
declínio. Em cada etapa do ciclo de vida, é necessária a utilização de uma estratégia
diferente de distribuição física, para melhor aproveitar o volume de vendas do produto.
Como uma empresa possui diversos produtos, cada um em seu respectivo ciclo de vida.
A estratégia de distribuição é baseada na curva 80-20. O conceito da relação 80-20 é
bastante empregado no planejamento da distribuição, quando os produtos são agrupados ou
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classificados de acordo com as suas atividades de venda. Nesse caso, a relação 80-20
passa a ser designada por curva ABC.
Os aspectos referentes aos atributos naturais dos produtos são fundamentais para o
estabelecimento de estratégias: peso do produto, volume, perecibilidade, inflamabilidade
e substituibilidade. A partir do momento em que essas características passam a ser
consideradas de forma combinada, é possível obter os indicativos de necessidade de
armazenagem, estocagem, transporte, manuseio do material e processamento do pedido. Esses
atributos são verificados de forma mais eficiente com o emprego de quatro categorias:
quociente peso-volume, quociente valor-peso, substituibilidade e características de
risco.
A maioria dos produtos é distribuída com algum tipo de embalagem. Existem algumas
razões pelas quais as empresas incorrem em despesas com embalagem: facilita a armazenagem
e o manuseio, aumenta a eficiência dos equipamentos de transporte, protege o produto,
promove a venda, altera a densidade do produto, aumentando a eficiência do transporte
baseado em peso-volume, facilita o uso e proporciona ao cliente um valor de reuso.

Verbetes:
PALETIZAÇÃO: é apresentada como a técnica mais utilizada para a otimização da
movimentação e armazenagem de cargas ao longo das cadeias logísticas e essencial para a
integração intermodal. Os paletes são estruturas com a função de estocar, proteger e
facilitar o deslocamento de materiais. Sua importância da utilização de modelos
padronizados possibilita o intercâmbio dos paletes entre os diversos agentes da cadeia de
armazenagem-produção-distribuição.

AULA 13 – A GESTÃO DE ESTOQUES – ASPECTOS INTRODUTÓRIOS

META: Apresentar as principais características dos estoques e seu gerenciamento e


controle.

OBJETIVOS: ao final desta aula você deverá ser capaz de:


● identificar a importância dos estoques para a logística;
● classificar os tipos de estoques;
● descrever as atividades de gerenciamento e controle dos estoques;

1 - AS CARACTERÍSTICAS DOS ESTOQUES E SUA IMPORTÂNCIA PARA A LOGÍSTICA


O mundo da logística, intrincado e dinâmico, guarda segredos que, quando
desvendados, revelam o poder de otimizar operações, reduzir custos e impulsionar o
sucesso das empresas. Entre esses segredos, reside a gestão dos estoques, uma arte que
exige conhecimento, planejamento e análise meticulosa.

1.1 A Essência dos Estoques - O que são estoques? Mais do que simples acumulações de
materiais, eles representam a alma da logística, pulsando em diversos pontos da cadeia de
produção e distribuição.
Definições:

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RESUMO DA DISCIPLINA: LOGÍSTICA EMPRESARIAL

Ballou (2006): "Acumulações de matérias-primas, suprimentos, componentes, materiais em


processo e produtos acabados em diversos pontos do canal de produção e logística das
empresas."
Chiavenato (1991): "Composição dos materiais que não são utilizados em determinado momento
na empresa."
Funções Essenciais:
● Neutralizar oscilações na demanda:
○ Estoques garantem a entrega de produtos mesmo em picos de demanda.
○ Reduzem o risco de rupturas de estoque e evitam a perda de vendas.
● Permitir economias de escala:
○ Compra ou produção em grandes volumes reduz custos por unidade.
○ Maior flexibilidade no processo produtivo.
● Melhorar o serviço ao cliente:
○ Disponibilidade dos produtos gera satisfação e fidelização dos clientes.
○ Reduz o tempo de espera e aumenta a competitividade da empresa.

2. A Dualidade dos Estoques


● Argumentos a Favor:
○ Serviço ao cliente: garantem a disponibilidade dos produtos.
○ Economia de custos: otimizam compras e transporte.
● Argumentos Contra:
○ Custo de oportunidade: imobilização de capital.
○ Desvio de atenção de problemas de qualidade: foco na reposição, não na resolução.

3. A Evolução da Gestão de Estoques


Tendências Atuais:
● Redução dos níveis de estoque: foco na eficiência.
● Parcerias com fornecedores: otimização da cadeia de suprimentos.
● Contratação de prestadores de serviços logísticos: expertise e economia de escala.
● Adoção de tecnologias de informação e comunicação: agilidade e precisão na gestão.

Localização dos Estoques: Armazéns, pátios, chão de fábrica, equipamentos de transporte e


varejo. Custo de manutenção: 20% a 40% do valor anual.

4. A Integração com a Distribuição Física


Relação Intrínseca: Estoques viabilizam a distribuição eficiente. Distribuição física:
componente do composto mercadológico e vantagem competitiva.
Capítulo 5: Desvendando os Objetivos do Gerenciamento de Estoques

5. Funções Essenciais:
● Planejar e controlar as quantidades de entrada e saída.
● Cálculo de:
○ Lote mínimo.
○ Estoque de suprimento.
○ Estoque máximo.
● Recebimento, identificação, armazenagem, conservação, manutenção e organização.

6. Dominando os Modelos de Gestão de Estoques


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Estratégias Diversificadas:
● Alocação (empurrar) ou puxar (reabastecimento) os estoques.
● Localização estratégica dos itens.
● Revisão contínua de estoque.

7. Decisões Estratégicas para o Sucesso


Alinhamento Essencial:
● Alinhar o gerenciamento de estoque com a estratégia do negócio.
● Trade-off entre custo e disponibilidade.
Definir:
● Quanto pedir.
● Quando pedir.
● Como pedir.
● Quais tecnologias usar.

Considerações Finais: A gestão eficiente dos estoques se destaca como um pilar


fundamental para a competitividade das empresas. Dominar essa arte exige um mergulho
profundo nos conceitos, funções, desafios e tendências que moldam o mundo da logística.

Verbete:
CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO (CCL): é a diferença entre os saldos das contas do Ativo Circulante e do
Passivo Circulante. Trata-se de um indicador de solvência a partir dos saldos de balanço.
Entretanto, na medida em que não evidencia os fluxos de recursos nessas contas, não permite uma
análise mais acurada acerca da forma pela qual são financiados os ativos cíclicos da empresa, razão
pela qual tem sido preterido por outros indicadores.

2 – AS CLASSIFICAÇÕES DOS ESTOQUES


O texto original discute as classificações dos estoques e suas funções na gestão
empresarial. Este resumo detalhado abordará os principais pontos do texto, com adições e
explicações para melhor clareza.

1. Classificações dos Estoques:


1.1. Estoque de Antecipação:
● Objetivo: Atender à demanda sazonal de produtos.
● Funcionamento: Estoque prévio de produtos para consumo em momentos de pico de demanda.
● Exemplos: Fabricantes de sorvetes, ovos de Páscoa, calendários, equipamentos de
ar-condicionado.

1.2. Estoque de Flutuação ou Estoque de Segurança:


● Objetivo: Proteger contra imprevistos na demanda e no suprimento.
● Funcionamento: Aumento do estoque normal para suprir a demanda média e o tempo de reposição.
● Importância: Previsão precisa para minimizar o nível de estoque.
● Exemplos: Sabonetes, biscoitos, margarina.

1.3. Estoque por Tamanho de Lote ou Estoque de Ciclo:


● Objetivo: Atender à demanda durante o período entre sucessivos abastecimentos.
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RESUMO DA DISCIPLINA: LOGÍSTICA EMPRESARIAL

● Funcionamento: Estoque formado em função do tamanho dos lotes de produção e dos embarques.
● Fatores a considerar: Prazos de reposição, descontos em preços, custos de movimentação.
● Exemplos: Tijolo, produtos com alto custo de transporte em relação ao valor.

1.4. Estoque de Especulação ou de Proteção (Hedge):


● Objetivo: Proteger contra instabilidades do mercado, greves, aumento de preços, inflação.
● Funcionamento: Estoque excedente às necessidades previstas da operação.
● Gerenciamento: Responsabilidade do departamento financeiro ou da área logística.
● Similaridade: Semelhante ao estoque de segurança, mas temporário.

1.5. Estoque em Trânsito ou Estoque no Canal de Distribuição:


● Objetivo: Movimentação física de materiais e produtos entre os elos do canal de suprimentos.
● Características: Volume maior em longas distâncias ou muitos elos na rede.
● Exemplos: Petróleo transportado em navios, produtos em processo dentro da fábrica.

2. Fatores que Afetam os Estoques:


2.1. Sazonalidade e Variação da Demanda:
● Procura maior em determinados períodos.
● Produtos com ingredientes sazonais (ex: extrato de tomate).
2.2. Diversidade ou Variedade de Produtos:
● Maior fragmentação com maior diversidade.
● Balanceamento entre custos de preparação e formação de estoque.
2.3. Tempo de Vencimento ou Período de Vigência da Validade:
● Estoque menor para produtos com prazos de validade curtos.
2.4. Tempo de Produção:
● Maior tempo de produção, maior tendência de formação de estoque.

3. Categorias de Estoques:
● Matéria-prima: Item comprado ou extraído que sofre transformação durante o processo
produtivo (ex: óleos vegetais).
● Produto em Processo: Produto em seus diferentes estágios nos processos de
fabricação.
● Produto Semi-acabado: Produto armazenado aguardando operações adicionais.
● Produto Acabado: Produto finalizado, aprovado pelo controle de qualidade.
● Estoque de Distribuição: Item inspecionado e transferido ao centro de distribuição.
● Estoque em Consignação: Produto em posse do cliente, mas de propriedade do
fornecedor até ser consumido.
● Provisão de Materiais para Manutenção: Itens para reparos e operações produtivas.

Conclusão: Os estoques são elementos reguladores da cadeia de valor das organizações. A


decisão de mantê-los está relacionada aos níveis quantitativos necessários. Diversas
técnicas são utilizadas para gerenciar os níveis de estoque (ex: just in time). Os
estoques possuem funções distintas e estão relacionados à estratégia do negócio.

Verbetes:
TEMPO DE REPOSIÇÃO: ou tempo de ressuprimento ou, ainda, lead time correspondem ao tempo que
decorre da realização do pedido até o seu atendimento.
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HEDGE: Em uma tradução literal do inglês, hedge quer dizer “cerca”. Na prática, é uma forma de
“cercar” ou proteger uma aplicação ou operação contra as oscilações do mercado ou riscos. Então,
hedge passou a ter uma ideia de proteção. Manter estoques é uma forma de proteção ou de perspectiva
de ganho. Usada em investimentos, o hedge significa menos risco para a posição do investidor.
Apesar de ser muito usado em operações cambiais, o hedge é, também, muito comum na proteção de
preço de commodities, principalmente as agrícolas, que têm fortes oscilações de preços.

3 – O GERENCIAMENTO DOS ESTOQUES


O gerenciamento de estoques é crucial para solucionar problemas e otimizar o
desempenho da função logística. O texto original de Ballou (2006) e outros autores
fornecem uma visão abrangente sobre as diferentes categorias de métodos de gerenciamento
de estoques e suas aplicações.

1. Demanda e Padrões de Estoque: A natureza da demanda é um dos principais fatores que


influenciam o gerenciamento de estoques. Quatro tipos de padrões de demanda são
identificados:
● Perpétuo: demanda constante ao longo do tempo (ex: leite condensado).
● Sazonal: picos de demanda em determinados períodos (ex: árvores de Natal).
● Irregular: demanda aleatória e imprevisível (ex: peças de reposição).
● Terminal: demanda com término previsível (ex: livros didáticos).
A distinção entre os padrões de demanda é essencial para evitar excessos ou faltas
de produtos.

2. Métodos de Gerenciamento de Estoques:


2.1. Just in Time (JIT):
● Filosofia e metodologia que visa eliminar estoques desnecessários.
● Produção e reposição de materiais apenas quando há demanda.
● Método "puxar": a demanda dita a produção.
● Contraste com o sistema tradicional "empurrado": produção antecipada de produtos.

2.2. Método de Puxar:


● Cada ponto de estoque é independente.
● Previsão de demanda e reposição baseadas nas necessidades
específicas de cada armazém.
● Controle preciso dos níveis de estoque em cada local.
● Utilizado em 60% dos bens duráveis e 40% dos bens de consumo
nos EUA.

2.3. Método de Empurrar:


● Decisões sobre estoques independentes das especificidades dos
armazéns.
● Alocação de estoques com base em projeções de necessidades.
● Adotado quando as economias de escala superam os benefícios do
método de puxar.

2.4. Método Híbrido:


● Combinação dos métodos de puxar e empurrar.
● Decisões conjuntas entre gestores ao longo do canal logístico.
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● Maior flexibilidade e otimização do fluxo de produtos.

3. Número de Armazéns: A quantidade de armazéns impacta o serviço ao cliente e os custos


de transporte e estoque. Balanço entre os custos para minimizar o custo total.
Maior número de armazéns:
● Menor distância percorrida pelos produtos.
● Menor custo de transporte.
● Maior custo de estoque.
● Maior flexibilidade para o serviço ao cliente.

4. Decisões Inerentes aos Estoques:


4.1. Giro de estoque:
● Indicador financeiro que mede a velocidade
de renovação do estoque.
● Maximizar o giro dentro da gestão de
estoques.
● Cálculo do giro e dos dias em estoque.
● Ações específicas para diferentes níveis de giro.
● Fórmula de Cálculo:
DIAS EM ESTOQUE = (SALDO CONTÁBIL DOS ESTOQUES x 360) / CMV

4.2. Estoque de Segurança:


● Quantidade mantida para suprir demandas inesperadas ou atrasos no ressuprimento.
● Cálculo do estoque de segurança.
● Fórmula de Cálculo:
ESTOQUE DE SEGURANÇA = (GASTO MÉDIO MENSAL x DIAS DE ATRASO) / 30 DIAS

4.3. Estratégia Puxada ou Empurrada:


Puxada: orientada pela demanda.
Empurrada: orientada pela oferta.

4.4. Seleção de Métodos de Controle de Estoque: fatores a serem considerados:


● Variáveis independentes (consumo médio e tempo de ressuprimento).
● Parâmetros da política de estoque (estoque de segurança e intervalo de
ressuprimento).
● Variáveis dependentes (ponto de pedido, quantidade de ressuprimento e estoque
máximo).
● Parâmetros de controle (estoque real, pendente, potencial e excedente).
● Parâmetros de avaliação (custo médio, cobertura média e rotatividade).

5. Indicadores de Estoque: Estoque médio, rotação dos estoques (giro) e consumo médio de
cada item. Importantes para o controle e análise do comportamento do nível de estocagem.

Conclusão: O gerenciamento de estoques é um processo complexo que envolve diversos


fatores. A escolha do método de gerenciamento depende das características da empresa e da

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demanda dos produtos. A otimização do gerenciamento de estoques é fundamental para a


competitividade das empresas.

RESUMO GERAL
As características dos estoques têm as seguintes finalidades:
> garantir o funcionamento da empresa, neutralizando os efeitos da demora ou atraso no
fornecimento, da sazonalidade no suprimento e dos riscos de dificuldades no fornecimento;
> proporcionar economias de escala, através da compra ou produção de lotes econômicos ou,
ainda, em razão da maior flexibilidade no processo produtivo.
Há justificativas tanto para a existência de estoques quanto para a sua redução,
mas o fundamental consiste em alinhar as decisões relativas ao gerenciamento do estoque
com a estratégia do negócio. Alocar (empurrar) os estoques para os pontos de estocagem ou
puxá-los para o ponto de estocagem através de regras de reabastecimento representam duas
das estratégias mais empregadas.
Há vários tipos de estoques: estoque de antecipação, estoque de flutuação ou de
segurança, estoque por tamanho de lote ou estoque de ciclo, estoque de especulação ou de
proteção (hedge) e o estoque em trânsito ou estoque no canal de distribuição. Cada tipo
de estoque possui uma função específica.
Os seguintes fatores afetam os estoques: sazonalidade e variação da demanda;
diversidade ou variedade de produtos; tempo de vencimento ou período de vigência da
validade; e tempo de produção.
São categorias de estoques que estão vinculadas ao fluxo de material e à forma em
que seus itens podem ser encontrados nas diferentes etapas do processo do negócio:
matéria-prima, produtos em processo, produtos semi-acabados, produtos acabados, estoque
de distribuição, estoque em consignação e provisão de materiais para manutenção, reparos
e operações produtivas.
Os métodos de gerenciamento de estoques estão baseados na suposição de que são
conhecidos o nível de demanda e sua variabilidade, os prazos de entrega e respectiva
variabilidade, assim como os custos relativos aos estoques.
A natureza da demanda é um dos principais direcionadores para o controle dos
estoques. Para que se possa empregar a demanda corretamente no gerenciamento dos
estoques, é preciso conhecer o seu padrão.
As decisões inerentes aos estoques são múltiplas e combinadas, e envolvem: decisões
relativas ao giro do estoque, definição dos níveis de estoque de segurança, definição de
uma estratégia “puxada” ou “empurrada” e a seleção de métodos de controle.
Em razão da importância dos estoques, faz-se necessário o estabelecimento de
medidas de controle efetivas, de tal forma que não haja perda de competitividade ou
incremento desnecessário de custos nas operações.
Assim, a operacionalização dos métodos de controle se dá com base nos seguintes
fatores: variáveis independentes, parâmetros da política de estoque, variáveis
dependentes, parâmetros de controle e parâmetros de avaliação.
Por sua vez, os indicadores proporcionam dados relativos a posições de estoque,
consumo e outras variáveis necessárias à análise do comportamento do nível de estocagem,
face ao atendimento interno.

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AULA 14 – A GESTÃO DE ESTOQUES – O CONTROLE DOS ESTOQUES

META: Apresentar os tipos de controles de estoques e como operá-los.

OBJETIVOS: ao final desta aula, você deverá ser capaz de:


● caracterizar o controle de estoques por reação e por planejamento;
● operacionalizar o controle dos estoques com quantidade de pedido único;
● operacionalizar o controle dos estoques com demanda perpétua;
● operacionalizar o controle dos estoques com demanda incerta.

1 – A CARACTERIZAÇÃO DO CONTROLE DE ESTOQUES POR REAÇÃO E POR PLANEJAMENTO:


O texto original de Wanke (2003) explora as diferentes políticas de controle de
estoques: reagir à demanda real ou planejar com base em previsões de vendas. A escolha da
política depende da visibilidade da demanda, tempo de resposta das operações e estágio da
rede de suprimentos onde a informação é gerada.

1. Visibilidade da Demanda: O ponto de desacoplamento da


demanda (ponto até o qual a demanda real penetra numa
sequência de operações, em direção ao fornecedor inicial)
determina se a empresa deve reagir ou planejar. Se o
ponto está próximo ao consumidor final, o planejamento
total é necessário. Se o ponto está próximo ao
fornecedor inicial, a reação total é possível.

2. Tempo de Resposta:
● Tempos de resposta menores viabilizam a reação à
demanda real.
● Tempos de resposta mais longos exigem planejamento
das previsões de venda.

3. Estágio da Rede de Suprimentos:


● A reação à demanda inicia no estágio posterior (próximo ao cliente).
● O planejamento inicia no estágio anterior (próximo ao fornecedor).

4. Quantidade de Produto Movida:


● Igual às necessidades reais ou estimadas (ex: Just in Time).
● Desvinculada das necessidades reais ou estimadas (ex: lote econômico).

5. Políticas de Estoques:

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A. Reação: Movimentação de quantidades desvinculadas das necessidades reais.


B. Planejamento: Movimentação de quantidades iguais às necessidades estimadas.
C. Antecipação: Movimentação de quantidades desvinculadas das necessidades reais e
iguais ou desvinculadas das necessidades estimadas.
D. Postergação: Movimentação de quantidades iguais às necessidades reais.
6. Interação entre Políticas: As políticas de reação, planejamento, antecipação e
postergação interagem. Ser eficaz em um método exige abandonar o outro.

7. Termos e Abordagens: Procedimentos específicos para estoques empurrados e puxados.


● "Puxar": Políticas que reagem à demanda.
● "Empurrar": Políticas que se baseiam em previsões de vendas.

8. Controle de Estoques Empurrados:


● Apropriado quando produção ou compras excedem necessidades de curto prazo.
● Determinar nível de estoque ideal, alocação de pedidos e distribuição de
excedentes.

● Passos para operacionalizar o método:


○ Prever necessidades do período.
○ Verificar quantidades disponíveis.
○ Determinar nível de disponibilidade.
○ Calcular necessidades totais.
○ Determinar quantidades líquidas.
○ Distribuir excedente.

9. Controle de Estoques Puxados:


● Níveis reduzidos de estoques nos pontos de armazenamento.
● Métodos específicos para diferentes situações.
● Ideias centrais:
○ Demanda única ou perpétua.
○ Ordens de compra por nível de estoque ou revisão.
○ Grau de incerteza na demanda e tempo de reposição.

Conclusão: A escolha da política de controle de estoques depende de diversos fatores. O


texto oferece uma visão abrangente das diferentes políticas e seus métodos de aplicação.

Verbetes:
MRP – Materials Requirement Planning (Planejamento das Necessidades de Materiais): trata-se de um
sistema criado no início da década de 1960, nos EUA, para calcular as necessidades de materiais nos
estágios da indústria de manufatura.
DRP – Distribution Requirements Planning (Planejamento das Necessidades de Distribuição): trata-se
de um conceito análogo ao MRP, só que voltado para a
distribuição física dos produtos.

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2 - OPERACIONALIZAÇÃO DO CONTROLE DE ESTOQUES COM PEDIDO ÚNICO


O texto original de Wanke (2003) trata do controle de estoques para produtos
perecíveis com demanda única, como frutas, flores e jornais. A questão central é
determinar o tamanho ideal do pedido único (Q*) para maximizar a lucratividade.

2.1. Lucro Marginal e Prejuízo Marginal:


● O lucro marginal é a diferença entre o preço de venda e o custo unitário:
○ LUCRO = PREÇO UNITÁRIO - CUSTO UNITÁRIO
● O prejuízo marginal é a diferença entre o custo unitário e o valor residual por
unidade.
○ PREJUÍZO = CUSTO UNITÁRIO - VALOR RESIDUAL POR UNIDADE

2.2. Equilíbrio entre Lucro e Prejuízo: O


tamanho ideal do pedido (Q*) é encontrado quando
o lucro marginal se iguala ao prejuízo marginal.
A probabilidade cumulativa de vender ao menos
“n” unidades (CPn) deve ser igual ao quociente:
LUCRO / (LUCRO + PREJUÍZO).

Exemplo: Um restaurante natural estima uma venda semanal de 50 kg de salada de tomate. O


preço de venda é R$18/kg, o custo unitário é R$6/kg e o valor residual é zero. O desvio
padrão da demanda é de 5 kg. Cálculo do “Q*”: Calcular a frequência cumulativa de vender
ao menos n unidades (CPn). Assumir que a demanda segue uma distribuição normal. Encontrar
o “z” que corresponde a um intervalo de 67% sob a área da curva normal. Usar a fórmula Q*
= média + z * desvio padrão.
Resultado: O “Q*” ideal para a salada de tomate é 58,5 kg.

3 – OPERACIONALIZAÇÃO DO CONTROLE DE ESTOQUES COM DEMANDA PERPÉTUA


Esse tipo de demanda contrasta com a demanda única, e seus pedidos de reposição de
estoques se repetem ao longo do tempo. Esses pedidos podem ser atendidos instantaneamente
em sua totalidade, ou os itens dos pedidos podem ser repostos em períodos estabelecidos.
Chamamos de reposição instantânea os casos em que a taxa de demanda é relativamente
constante (número de itens por período), o controle dos estoques é obtido pela definição
dos seguintes parâmetros:
● 1º - Quantidade a ser empregada para a reposição periódica do estoque;
● 2º - Freqüência de reabastecimento do estoque.

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Esse caso é o típico gerenciamento do trade-off custo de aquisição (que diminui com
o tamanho da aquisição) x custo de manutenção do estoque (que aumenta com o tamanho do
estoque). Para resolver esse dilema, conforme nos registra Ballou (2006, página 284),
foi desenvolvido o modelo conhecido por quantidade econômica de pedido (EOQ, do inglês,
economic order quantity), conhecido no Brasil como lote econômico de compras (LEC).
Observe a figura a seguir, na qual fica evidenciado que uma parcela do custo total
aumenta enquanto a outra diminui. O LEC minimizaria o custo total.
A expressão do LEC é obtida a partir de uma
equação de custos, envolvendo os custos de aquisição e
de manutenção dos estoques:
CUSTO TOTAL = CUSTO DE MANUTENÇÃO + CUSTO DE AQUISIÇÃO

Onde:
● TC - custo total, em R$;
● D - demanda anual dos itens de demanda constante (unidades/ano);
● Q - tamanho do pedido para reposição do estoque, em unidades;
● S - custo pela realização de aquisição (R$/pedido);
● I - custo de manutenção como percentagem do valor do item (% valor/pedido) -
custo de oportunidade em manter o estoque como capital de giro do negócio;
● C - custo unitário do item (R$/item).
O termo D/Q significa quantas vezes durante o ano um pedido de reposição é enviado
para a sua fonte de suprimento. Já o termo Q/2 representa o total médio do estoque
disponível. É possível perceber na Figura 14.5 que, à medida que um custo aumenta, o
outro diminui, em função das quantidades. Encontrando a derivada daquela expressão em
relação à variável Q, e igualando-se essa função derivada a zero, encontramos um ponto de
mínimo custo total, cuja expressão nos dá a seguinte quantidade ótima de LEC.
Por sua vez, o intervalo ótimo entre os pedidos será: T* = Q*/D
O número ótimo de pedidos anuais é dado por: N = D/Q*

4 – OPERACIONALIZAÇÃO DO CONTROLE DE ESTOQUES COM DEMANDA INCERTA


O texto original de Wanke (2003) trata do controle de estoques com demanda e prazos
de entrega incertos. O método do ponto de pedido com estoque de segurança é utilizado
para garantir a disponibilidade de produtos.

4.1. Ponto de Pedido (ROP): nível de estoque que aciona a reposição.


● Fórmula: ROP = DDLT * L + Z * Sd
● Onde:
○ ROP = Ponto de Pedido
○ DDLT = Demanda Durante o Lead Time
○ L = Lead Time (prazo de entrega)
○ Z = Número de desvios-padrões para uma dada probabilidade
○ Sd = Desvio-padrão da demanda durante o lead time

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4.2. Estoque de Segurança (ES): quantidade extra adicionada ao estoque para evitar
rupturas.
● Fórmula: ES = Z * Sd

4.3. Quantidade a ser Pedida (LEC): quantidade a ser reordenada quando o estoque atinge o
ROP.
● Fórmula:

4.4. Nível Médio do Estoque (NME): média do estoque ao longo do tempo.


● Fórmula: NME = (ROP + Q*) / 2

4.5. Exemplo Numérico:


Demanda semanal normal com média de 200 unidades e desvio padrão de 5 unidades. Lead Time
de 3 semanas.
Demanda Durante o Lead Time (DDLT): 600 unidades (3 * 200)
Desvio padrão: 7,07 unidades (5 * √3)
Ponto de Pedido (ROP): 600 * 3 + 1,645 * 7,07 = 1846,95 unidades
Estoque de Segurança (ES): 1,645 * 7,07 = 11,62 unidades
Quantidade a ser Pedida (LEC): Q (valor a ser definido)
Nível Médio do Estoque (NME): (1846,95 + Q) / 2

Conclusão: O método do ponto de pedido é um método simples e eficiente para controlar


estoques com demanda incerta. A escolha do nível de estoque de segurança é uma decisão
importante que deve ser tomada com base em diversos fatores, como o custo de ruptura de
estoque e o nível de serviço desejado. O método do ponto de pedido pode ser adaptado para
diferentes situações, como por exemplo, quando a demanda não é normal ou quando o lead
time é variável.

RESUMO GERAL
Um dos principais aspectos a serem observados por ocasião da definição da política
de estoques é a visibilidade da demanda, e que há uma etapa importante na cadeia de
suprimentos que merece toda a atenção: o ponto de desacoplamento da demanda, que é
definido como o ponto até o qual a demanda real penetra numa seqüência de operações, em
direção ao fornecedor inicial.
Com relação às políticas de gestão de estoques, verificamos que, sempre que houver
movimentação de quantidades desvinculadas das necessidades reais e iguais ou
desvinculadas das necessidades estimadas, está sendo verificada uma política de
antecipação. A antecipação é possível tanto pela reação à demanda quanto pelo
planejamento do fluxo de produtos.
Por sua vez, vimos que será verificada uma política de postergação sempre que
ocorrer movimentação de quantidades iguais às necessidades reais. Em geral, emprega-se o
termo “puxar” quando são descritas políticas de gestão de estoques nos quais se reage à
demanda. Por sua vez, o termo “empurrar” é utilizado nos casos em que é necessário
descrever políticas nas quais se planeja com base em previsões de vendas.

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RESUMO DA DISCIPLINA: LOGÍSTICA EMPRESARIAL

Os pedidos de demanda única referem-se, geralmente, aos produtos perecíveis, como


frutas frescas, flores e alguns artigos farmacêuticos. Os jornais e revistas estão no
mesmo caso, pois são produtos que possuem vida útil curta e definida e não têm
disponibilidade para períodos subseqüentes de vendas. Nos casos de demanda perpétua, que
contrasta com a demanda única, os pedidos de reposição de estoques se repetem ao longo do
tempo. Esses pedidos podem ser atendidos instantaneamente em sua totalidade, ou os itens
dos pedidos podem ser repostos em períodos estabelecidos.
Há casos em que existe uma impossibilidade de determinar com exatidão a demanda e
os prazos de entrega. Nesses casos, para evitar uma situação em que não haja estoques
suficientes para atender às solicitações dos clientes, emprega-se uma quantidade extra
que é adicionada aos estoques. O volume desse estoque de segurança, também conhecido como
pulmão, vai determinar o nível da disponibilidade de estoque.

TEXTOS AUXILIARES - MÓDULO III


TEXTO - NÍVEIS DE SERVIÇO LOGÍSTICO
Conceito e Dimensões do Nível de Serviço Logístico: Nível de serviço logístico refere-se
à qualidade do gerenciamento do fluxo de bens, serviços e informações. Dividido em três
elementos: pré-transação, transação e pós-transação. Estratégias para obtenção da
lealdade do cliente incluem prestação do serviço básico, atendimento do pedido perfeito e
prestação de serviços de valor agregado. Dimensões do nível de serviço logístico:
consistência, responsividade, flexibilidade e disponibilidade.
Indicadores de Desempenho Logístico:
1. Desempenho no Atendimento do Pedido do Cliente: Pedidos completos, entregas no prazo,
taxa de atendimento e tempo de ciclo do pedido são os indicadores principais.
2. Desempenho na Gestão de Estoques: Acuracidade do inventário e estoque indisponível
para uso ou venda são os principais indicadores.
3. Produtividade da Armazenagem e Manuseio: Pedidos por hora e custo por pedido são os
indicadores-chave.
4. Desempenho na Gestão de Transporte: Custo do transporte como percentual das vendas e
entregas no prazo são os principais indicadores.

AULA 15 – A GESTÃO DE ESTOQUES – O CONTROLE DOS ESTOQUES

META: Apresentar os procedimentos de organização de uma cadeia de suprimentos.

OBJETIVOS: Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:


● identificar a importância da organização logística e da cadeia de suprimentos;
● descrever a evolução da função logística, identificando a melhor estrutura
logística para diferentes negócios;
● utilizar o lote econômico de compras para otimizar os custos da cadeia de
suprimentos;
● identificar as alternativas de posicionamento organizacional da função logística.

1. NECESSIDADE DA ORGANIZAÇÃO DOS ESFORÇOS LOGÍSTICOS E DA CADEIA DE SUPRIMENTOS


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RESUMO DA DISCIPLINA: LOGÍSTICA EMPRESARIAL

A organização administrativa é fundamental para a gestão da logística e da cadeia


de suprimentos (logística/C S). É necessário um arranjo organizacional formal ou informal
para viabilizar o fluxo de produtos e serviços.

Cinco objetivos da logística/C S:


1. Qualidade: Reduz custos e aumenta confiabilidade.
2. Rapidez: Reduz estoques e riscos.
3. Confiabilidade: Economiza tempo, dinheiro e dá estabilidade.
4. Flexibilidade: Agiliza resposta, economiza tempo e mantém confiabilidade.
5. Custo: Minimiza custos e maximiza lucro.

Desafios da organização da logística/C S: Diferentes prioridades e visões entre as áreas


da empresa. Falta de sincronia pode levar a decisões erradas.

Solução:
● Estruturação adequada da organização da logística/C S.
● Arranjo organizacional: definir a forma como as atividades logísticas serão
distribuidas nas áreas da empresa.
● Gerente de operações de movimentação: coordena o fluxo de produtos, garante o
equilíbrio entre serviço ao cliente e custos, e ajusta o ritmo da logística/C S.
● Coordenação entre as áreas: garante a coerência e a fluidez da logística/C S.

Estruturação da logística/C S: Correlacionada com a estrutura da organização. Empresas de


diferentes setores possuem necessidades logísticas distintas. Exemplos: indústria
extrativista, setor de serviços, setor de varejo.

Importância da organização da logística/C S:


● Eficiência: otimização dos recursos e processos.
● Redução de custos: minimização de despesas e desperdícios.
● Aumento da lucratividade: maximização dos resultados da empresa.

Conclusão: A organização da logística/C S é crucial para a eficiência e competitividade


das empresas. A forma organizacional ideal depende do tipo de indústria e das
necessidades específicas da empresa.

Verbete: MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO - é o valor ou percentual que sobra das vendas, menos o custo
direto variável e as despesas variáveis. A margem de contribuição representa o quanto a empresa tem
para pagar as despesas fixas e gerar o lucro líquido. A margem de contribuição é calculada da
seguinte forma:
Margem de Contribuição = Preço de Venda - CMV (Custo da Mercadoria Vendida) - Despesas Variáveis

2. EVOLUÇÃO ORGANIZACIONAL DA FUNÇÃO LOGÍSTICA


Estágios da Evolução:
1. Estágio I (Década de 70): Aglomeração de atividades para reduzir custos.
2. Estágio II (1985): Criação de estruturas formais com um único responsável pelas
atividades logísticas.
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RESUMO DA DISCIPLINA: LOGÍSTICA EMPRESARIAL

3. Estágio III: Integração das atividades de abastecimento e distribuição.


4. Estágio IV (Atualidade): Gestão da cadeia de suprimentos, integrando as atividades
logísticas à produção.
5. Estágio V (Em desenvolvimento): Gerenciamento da cadeia de suprimentos entre
empresas.

Melhoria da Cadeia de Suprimentos:


● Informações compartilhadas: Transmissão de informações para monitorar a demanda
real.
● Alinhamento de canal: Ajustar programação, movimentação de materiais, níveis de
estoque, preço e outras estratégias de vendas.
● Eficiência operacional: Reduzir a complexidade e custos das operações na cadeia.

Tipos de Organização Logística/C S:


● Informal: Clima favorável na empresa, sem mudanças
na estrutura organizacional.
● Semiformal: Coordenação de projetos que abrangem
diversas áreas funcionais.
● Formal: Criação de um gerente de logística/C S com
linhas de autoridade e responsabilidade definidas.

Fatores que Influenciam a Estrutura Organizacional:


● Personalidades na empresa.
● Tradições da organização.
● Importância das atividades logísticas.

Mudanças nas Estruturas Organizacionais:


● Gerentes supervisionando mais funcionários.
● Delegação de poderes e acesso à informação.
● Redes de informação e equipes de trabalho
autodirigidas.

Estratégias Corporativas:
● Processo: Maximizar a eficiência na transformação de
matérias-primas em produtos finais.
● Mercado: Orientar-se pelo serviço ao cliente e determinar o mercado-alvo.
● Informação: Coordenar as atividades logísticas em uma rede de representantes e
organizações de distribuição.

Tecnologia da Informação: Permite maior nível de automação. Integra as atividades de


concepção, produção, gerenciamento e comercialização. Proporciona maior produtividade e
flexibilidade às mudanças.

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RESUMO CRIADO E EDITADO POR: RENATO LAWALL LAGUARDIA
Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
RESUMO DA DISCIPLINA: LOGÍSTICA EMPRESARIAL

Verbetes:
LOGÍSTICA INTEGRADA - Pela definição do Council of Logistics Management, logística integrada é a
parte do Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e
armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais semi-acabados e produtos
acabados, bem como as informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo,
com o propósito de atender às exigências dos clientes.
MARKET SHARE - significa quanto é a participação da empresa no mercado. Outro conceito que se
apresenta nos dias de hoje é o client share, isto é, o pedaço da preferência de cada consumidor ao
produto ou serviço da empresa, individualmente.

3 - O POSICIONAMENTO ORGANIZACIONAL DA FUNÇÃO LOGÍSTICA


Centralização vs. Descentralização: A centralização das atividades logísticas implica em
agrupá-las próximas à alta administração, o que permite um controle mais rígido e a
obtenção de eficiências de escala. Por outro lado, a descentralização distribui essas
atividades ao longo das divisões da empresa, o que possibilita uma resposta mais ágil às
demandas dos clientes. Ambas as abordagens possuem vantagens organizacionais, e muitas
empresas adotam formas híbridas que combinam elementos de ambas.

Assessoria vs. Linha: Quanto à escolha entre uma estrutura de assessoria ou linha,
algumas empresas optam por criar organizações de assessoria em vez de conceder
responsabilidades diretas sobre movimentação ou estocagem de produtos. Essa abordagem é
útil para evitar conflitos entre equipes existentes ou quando as atividades logísticas
não são prioritárias em relação a outras funções da empresa, como marketing ou produção.

Empresas Grandes vs. Pequenas: Ao considerar a estrutura organizacional para empresas


grandes ou pequenas, é importante reconhecer que ambas enfrentam desafios logísticos,
embora em contextos diferentes. Enquanto empresas maiores podem se beneficiar de
economias de escala e possuem divisões mais complexas, as pequenas empresas enfrentam
desafios específicos devido à sua menor capacidade de compra e remessa em grande volume.

Gerenciamento Interfuncional: É importante notar que, embora uma função logística


integrada reduza conflitos internos, pode gerar conflitos com outras áreas funcionais.
Por isso, é essencial promover o gerenciamento interfuncional para otimizar o desempenho
da empresa como um todo.

Super Organização: o conceito de super organização destaca a convergência de processos de


negócios e objetivos mútuos entre empresas legalmente independentes. Decisões individuais
podem afetar o desempenho umas das outras, destacando a necessidade de cooperação para
maximizar os lucros coletivos e individuais. O gerenciamento eficaz da super organização
requer esforços cooperativos e uma distribuição equitativa dos benefícios

Gerenciamento da super organização: cooperação e distribuição equitativa dos benefícios.

RESUMO GERAL - A organização administrativa é a estrutura que viabiliza as condições para


a criação, implantação, controle e avaliação dos planos estabelecidos. Constitui-se no
organismo formal e informal que permite arregimentar e alocar os recursos humanos da

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RESUMO DA DISCIPLINA: LOGÍSTICA EMPRESARIAL

empresa, com vistas à realização de suas metas. Como a função logística também é parte
integrante da organização, e na medida em que a logística e o gerenciamento da cadeia de
suprimentos (logística/C S) constituem-se em atividades essenciais que precisam ser
desenvolvidas por todos os tipos de empresa ou instituição, é preciso que elas
desenvolvam algum tipo de arranjo organizacional, seja ele formal ou informal, para
viabilizar o fluxo de produtos e serviços. Assim, a estruturação da atividade logística e
de cadeia de suprimentos é, necessariamente, correlacionada com a estrutura da
organização. As atividades de desenvolvimento do projeto organizacional logístico se
desenvolveram em estágios evolutivos, que evidenciam diferentes níveis de integração. Uma
vez estabelecida a necessidade de alguma forma de estrutura organizacional, a empresa
pode lançar mão de várias opções disponíveis. Essas opções podem ser categorizadas como:
informal, semiformal e formal. Quando pretendemos conceber a estrutura organizacional que
dará o suporte às atividades logísticas, o primeiro passo consiste em definir qual será o
posicionamento das mesmas, tendo em vista a obtenção de um gerenciamento mais eficiente.
O termo posicionamento refere-se ao ponto em que devem ser situadas essas atividades na
estrutura organizacional. As principais questões envolvidas por essa consideração são as
opções de centralização versus descentralização, assessoria versus linha e a opção de
utilizar modelos para uma empresa grande ou uma empresa pequena.

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