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INTRODUÇÃO
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A HISTÓRIA DA LOGÍSTICA
Até essa época, a logística era apenas associada com atividades militares,
mas, com o passar do tempo, teve um significado mais amplo, tanto para o uso
militar como para o industrial. Passou a abranger também, o suprimento de matérias
e componentes, controle de produtos e o apoio nas vendas dos produtos finais até o
consumidor. Todas as movimentações de bens para um lugar certo no momento
certo podem engradar-se nos termos “logística” ou “distribuição”, dentro ainda
desses termos temos também: atendimento ao cliente, previsão da demanda, gestão
de matérias, suporte de serviços, compras vendas, transporte e tráfego:
A Logística é processo que gera valor a partir da configuração do tempo e
do posicionamento do inventário; é a combinação da gestão de pedido de
uma empresa, do inventário, do transporte, do armazenamento do manuseio
e embalagem de materiais, enquanto os procedimentos integrados em uma
rede de instalações.
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A logística está cada vez mais em evidência no mundo empresarial. Alguns
fatores explicam essa tendência, atribuindo este interesse a uma maior preocupação
com os custos da empresa, e a decorrência de uma maior competição do mercado
consumidor, trazendo com isso, a necessidade de garantir prazo de distribuição e
oferecer melhor nível de serviços. A diversificação de produtos e o uso intensivo de
informação são alguns aspectos que favorecem o desenvolvimento das modernas
técnicas da logística, sendo considerada, portanto, como a última fronteira ainda não
explorada.
Com a globalização e exigência do consumidor, as empresas foram
percebendo a necessidade de transportar seus produtos da fábrica para o depósito
ou para seus clientes de maneira adequada em prazos mais curtos e custos
menores, assim, viu-se a importância da logística tanto para a empresa como para o
consumidor final.
Todas as exigências da logística passam pelo maior controle de identificação
de oportunidades de redução de prazos de entregas, aumento da qualidade do
cumprimento do prazo, redução de custos, facilidade na gestão de pedidos e
programação das entregas.
Com isso, as organizações vêm buscando, cada vez mais, atingir melhores
resultados em suas operações através da melhora da logística, com maior enfoque
no transporte. Dessa maneira, acabam por diferenciarem-se das demais empresas.
A logística trata-se de uma combinação de atividades de processamento de
pedidos de uma empresa, incluindo transporte, manutenção de estoque,
armazenagem e manuseio de matérias, programação de produto e manutenção de
informação:
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Ballou em Logística Empresarial: Transporte e Administração de Matérias
Distribuição Física (1993), ressalta a importância da logística para o comércio, nos
moldes que se vê atualmente. Para o autor, sem logística não há comércio, e a
melhoria das empresas depende da melhoria na área de logística. Com o
fortalecimento dessa área, as despesas com a movimentação de cargas têm
influenciado diretamente no potencial competitivo, afinal, qualquer gasto a mais
representa aumento nos preços e a consequente perda de clientes.
O mesmo autor enfatiza na obra Gerenciamento da Cadeia de
Suprimentos/Logística Empresarial (2006), que para a logística alcançar seus
objetivos, três atividades primárias devem ser realizadas: transporte de mercadoria,
manutenção de estoque e processamento de pedidos. Segundo Novaes, 2004, p35:
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Diferentes. Enquanto que para Ballou a administração do transporte tem como
objetivo a maximização do lucro, assim como as atividades principais da
organização, para Novaes, a logística tem por foco todas as atividades, desde o
ponto de origem até o consumidor, envolvendo todo o planejamento necessário.
Destoando destes, Severo diz, por sua vez, que ela é a organização do fluxo de
materiais
EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA
A LOGÍSTICA REVERSA
LOGÍSTICA DO TRANSPORTE
EVOLUÇÃO DO TRANSPORTE
Desde o início da civilização humana, o homem sente a necessidade de se
deslocar para grandes distâncias e enviar bens de consumo entre vários lugares.
Tinha - se quer criar algum meio que o permitisse deslocar. Como nessa época o
transporte era extremamente devagar, o homem demorava muito tempo a
locomover-se de um lado para o outro, chegando a durar anos quando precisava
percorrer longas distâncias. Os deslocamentos além de demorados eram muito
perigosos, pois se tinha que enfrentar animais ferozes, acidentes geográficos quase
intransponíveis como rios, pântanos ou montanhas, como, ainda, condições
atmosféricas adversas. Com isso, muitos comerciantes perdiam dinheiro com a
lentidão com que as mercadorias chegavam, não cumprindo a hora marcada.
Quando a mercadoria era perecível acabava estragando nos cargueiros e barcos, já
que não tinham as devidas condições de armazenagens.
Antigamente, muitos dos meios de transporte mais utilizados hoje em dia, não
existiam, mas, com o decorrer dos tempos e a evolução natural, atualmente
estão cada vez mais rápidos e com condições melhores de armazenamento.
Essa transformação já vinha ocorrendo nas décadas do pós-guerra com o
avanço das novas tecnologias para o transporte.
O veículo de tração animal, foi o primeiro método utilizado para transporte
terrestre, porém, as longas distâncias e a limitação de carga que o animal aguentava
não satisfaziam e nem atendiam as necessidades do homem.
Até a Revolução Industrial, as comunicações e os transportes eram lentos e
pouco seguros, mas, com sua chegada, surgem os primeiros engenhos com motores
a vapor. Uma das grandes invenções para a criação dos meios de transporte foi a
roda, e a invenção dos motores a explosão, por Rudolf Diesel, deu um enorme
incremento no transporte rodoviário. Criou-se também um comboio que já conseguia
transportar mais carga andando em uma velocidade maior. A evolução dos
transportes tem sido tão rápida que quase podemos afirmar que o ser humano vence
as distâncias.
Em 1870 aparece o primeiro carro motorizado, com pouca capacidade de
carga e desenvolvendo uma velocidade média de 5 Km/h. Foi necessário
desenvolver tudo o que incorporava um carro, aparecendo o autocarro que chegava
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a muitos locais onde o comboio não tinha possibilidades de chegar. Mais tarde,
Henry Ford lança o Modele T, dando assim definitivamente início à era do comércio
de automóveis, já que antes, o veículo era produzido artesanalmente e visto com
desconfiança pelos americanos.
Desde então, vivemos numa constante mudança, tendo também surgido o
avião e o barco. Em termos mundiais, o petróleo torna-se um bem cada vez mais
escasso, e por isso mesmo se procuram energias alternativas ao combustível fóssil,
responsável pela maior evolução conhecida pelo homem em um tão curto período de
tempo.
A modernização dos transportes modificou a noção de distância. A maior
velocidade permitiu diminuir a relação distância-tempo e a maior capacidade de
transportes e diminuição dos custos permitiram reduzir a relação distância-custo.
Com o desenvolvimento da rede de estradas, os transportes rodoviários
começaram a ganhar terreno face ao seu mais direto concorrente, o comboio. Hoje
em dia, com uma rede de autoestradas bastante desenvolvida, as redes de
transportes rodoviários chegam a todos os pontos do país.
O transporte rodoviário, num futuro não muito distante, terá que passar por
uma mudança que já se começa a ser notada hoje, nos então chamados “amigos do
ambiente”, movidos por biodiesel ou mesmo elétricos. Portanto, se faz necessário
para isso uma evolução que estará, certamente, ditando o futuro dos meios de
transporte mundo.
MODAIS DO TRANSPORTE
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Figura 1 – Modais básicos de transporte
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deslocamento de cargas.
Figura 2 - Aviões
Dutoviário
Figura 3 – Dutoviário
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Ferroviário
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Hidroviário
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Figura 5 – Hidroviário
Rodoviário
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Comparação entre os modais de transporte
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transportar grande quantidade
de tonelagem)
Dutoviário
Custo variável mais baixo Custo fixo mais elevado
(Nenhum custo com mão-de- (direitos de
obra de Acesso, construção, requisitos
grande importância) para
Controle de estação e
capacidade de
bombeamento)
Aeroviário Rapidez
Custo fixo alto (aeronaves e
manuseio e
Sistemas de cargas);
Custo variável alto
(combustível,mão-de-
obra, manutenção)
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Gráfico 2 – Matriz de transporte dos Estados Unidos (2009)
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O USO DA LOGÍSTICA NA GESTÃO DE ESTOQUES
LOGÍSTICA INTEGRADA
Em nosso sistema capitalista, onde praticamente tudo é realizado através da
informática, na logística não será diferente, mesmo porque é praticamente
impossível gerenciar o fluxo de entrada e saída de produtos, a distribuição dos
mesmos, a previsão para não sobrar e nem faltar produtos e garantir o recebimento
por parte do cliente em tempo hábil, satisfazendo assim as suas necessidades.
Segundo FLEURY (2000, p.29), para que possa ser gerenciada de forma
integrada, a logística deve ser tratada como um sistema, ou seja, um conjunto de
componentes interligados, trabalhando de forma coordenada, com o objetivo de
atingir um objetivo comum. A tentativa de otimização de cada um dos componentes,
isoladamente, não leva à otimização de todo o sistema. Ao contrário, leva à
subotimização. Tal princípio é normalmente conhecido como trade-off, ou seja, o
princípio das compensações, equilíbrio, conciliação ou perdas e ganhos.
A logística integrada segundo BOWERSOX (2001, p.43), é vista como a
competência que vincula a empresa a seus clientes e fornecedores. As informações
recebidas de clientes e sobre eles fluem pela empresa na forma de atividades de
vendas, previsões e pedidos. As informações são filtradas em planos específicos de
compras e de produção. No momento do suprimento de produtos e materiais, é
iniciado um fluxo de bens de valor agregado que resulta, por fim, na transferência de
propriedade de produtos acabados aos clientes.
Assim, o processo tem duas ações inter-relacionadas, que são o fluxo de
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materiais e fluxo de informações, os quais serão comentados a seguir:
A ESTRATÉGIA LOGÍSTICA
A utilização de estratégias para os diversos segmentos das empresas é muito
importante visto que sem um direcionamento ou um objetivo dificilmente chegará a
permanecer por muito tempo no mercado ou logrará êxito em seus negócios.
Segundo CHOPRA e MEINDL (2003, p.27), para que uma empresa seja bem-
sucedida, a estratégia logística e a estratégia competitiva devem estar alinhadas, ou
seja, ambas devem convergir para os mesmos objetivos. Se esse alinhamento não é
alcançado, surgem conflitos entre os diferentes objetivos funcionais.
A estratégia competitiva define o conjunto de necessidades do consumidor
que a empresa pretende satisfazer através de seus produtos e serviços.
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Já a estratégia logística de uma empresa está relacionada com a redução de
custos diante do fluxo de materiais e informações do processo logístico. O
alinhamento estratégico ocorrerá quando a empresa estabelecer o equilíbrio entre
ambos os objetivos, redução de custos e nível desejado de atendimento ao cliente,
ou seja, expansividade x eficiência.
Quanto maior for o nível de atendimento aos clientes em uma empresa, mais
responsiva ela será, porém, maior serão os custos gerados pela mesma. Ao
contrário da expansividade, que aumenta os custos, está a eficiência, que visa à
redução dos mesmos.
A figura 1 demonstra a busca pelo equilíbrio entre eficiência e expansividade.
RESPONSIVIDADE
Alta
Baixa
Baixo Alto
CUSTO
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O PAPEL DOS ESTOQUES
Gestão de Estoques
A gestão de estoques é uma atividade integrada com o gerenciamento da
cadeia de suprimentos.
Conforme WANKE, 2000, p.177 “A definição de uma política de estoques
depende de definições claras para quatro questões: (1) quanto pedir, (2) quando
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pedir, (3) quanto manter em estoques de segurança e (4) onde localizar. A resposta
para cada uma dessas questões passa por diversas análises, relativas ao valor
agregado do produto, a previsibilidade de sua demanda e às exigências dos
consumidores finais em termos de prazos de entrega e disponibilidade de produto”
Uma boa gestão de estoques consiste em manter nos depósitos, mercadoria
suficiente para o giro do negócio, sem problemas causados por sobras ou falta de
produtos.
Como consequência da falta de mercadorias as empresas podem sofrer com
a queda nas vendas e a perda de clientes para o concorrente. Já, quando, pela má
gestão existirem sobras de estoque estas consequências podem ser ainda mais
graves, como:
• Ocupação de espaço: aumento nos custos de armazenagem;
• Risco de desvalorização do estoque: obsolescência e
• Capital empatado: perda de oportunidades financeiras e
indisponibilidade de recursos para novos investimentos
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demais fatores de custos, como a própria armazenagem, o manuseio e as perdas.
Com a demonstração das fórmulas acima se pode verificar que quando não
há planejamento, organização e controle nos estoques a empresa poderá ter um
acréscimo nos custos sem necessidade.
Indicadores de Produtividade
A gestão dos estoques constitui uma série de ações que permitem ao
administrador verificar se os estoques estão sendo bem utilizados, bem localizados
em relação aos setores que deles se utilizam, bem manuseados e bem controlados.
Existem vários indicadores de produtividade na análise e controle dos
estoques, sendo os mais usuais exemplificados a seguir.
Inventário físico – consiste na contagem física dos itens em estoque
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periodicamente. O inventário não deve ser efetuado em excesso, qualquer custo
pode ser reduzido se bem gerenciado.
I tens A - essa classe, é mais importante, uma vez que consome um volume
bastante alto de capital, exige maior atenção na administração e no controle dos
estoques com relação a estimativas e perdas em qualquer etapa da cadeia de
abastecimento, seja transporte, produção ou armazenagem.
I tens B - A administração dessa categoria de itens recebe uma atenção
média, com enfoque rotineiro, sem a mesma dedicação dada aos itens da classe A.
Esforços adicionais são, contudo, exercidos quando se efetua estimativas de vendas
e de consumo.
I tens C - esses itens recebem um esforço pequeno no momento das
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estimativas. No entanto, os itens estratégicos, mesmo classificados como C, devem
receber maior cuidado.
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em decisões de planejamento e estratégicas. Eles são ótimos para informar aos
gerentes o que está acontecendo, mas não em informar o que deve estar
acontecendo. Os sistemas ERPs podem informar qual o nível de estoque atual de
um produto em determinado depósito, por exemplo, mas são fracos para determinar
o quanto de estoque é necessário para se atingir determinado nível de serviço”
Os ERPs são sistemas transacionais que possibilitam a integração de toda a
empresa, tornando-a mais eficiente.
Já os softwares de SCM, são ferramentas analíticas, que armazenam dados e
processam tarefas através de sofisticados algoritmos e análise de cenários. Esses
softwares possibilitam tornar as operações mais eficientes, permitindo a tomada de
decisões estratégicas mais rapidamente.
“O conceito de Suply Chain Management surgiu como uma evolução natural
do conceito de logística integrada. Enquanto a Logística Integrada representa uma
integração interna de atividades, o Suply Chain Management representa sua
integração externa, incluindo uma série de processos de negócios que interligam os
fornecedores aos consumidores finais” (FIGUEIREDO e ARKADER, 2000, p.49).
A gestão da cadeia como um todo pode proporcionar uma série de maneiras
pelas quais é possível aumentar a produtividade e, em conseqüência, contribuir
significativamente para a redução de custos, assim como identificar formas de
agregar valor aos produtos.
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