Você está na página 1de 8

LOGÍSTICA – A evolução

Antes da década de 50 as empresas executavam suas atividades logísticas de


maneira puramente funcional. Não existia nenhum conceito ou teoria formal de logística
integrada.
Na década de 50 a combinação entre tecnologia e pressão econômica resultou numa
transformação da prática logística que continua ate hoje. Cronologicamente podemos
colocar os principais movimentos ocorridos na gestão empresarial que tiveram influencia
na modernização dos conceitos que levaram a nova era da Logística ou em outras
palavras ä Cadeia de suprimentos colaborativa. Entre eles podemos citar:

 A adoção, nos anos 70, de práticas como “Melhoria Continua e a Gestão da


Qualidade Total”, que foram sem duvidas importantes mecanismos que
provocaram grandes transformações na logística. A qualidade dos produtos e dos
serviços oferecidas a clientes diferentes, também devem ser diferentes, ou seja, o
mesmo desempenho logístico pode não satisfazer as exigências de todos os
clientes. Assim, de acordo com Bowersox “A preocupação com a qualidade
reorientou o raciocínio logístico de um enfoque voltado para a eficiência para uma
visão em que a logística é considerada um recurso estratégico”.
 Nos anos 80 tivemos a busca da excelência na manufatura com a adoção de
conceitos como o JIT, Kamban, células de produção, estoque zero etc. Nesta
fase a logística conseguia dar suporte a todos as novidades surgidas com a
evolução dos processos produtivos buscando sempre otimizar o uso dos recursos
disponíveis.
 No final da década de 80 a globalização, que já vinha pressionando os
mercados, se instala definitivamente com a consolidação dos blocos
econômicos e dos negócios internacionais entre empresas. Observa-se assim
uma nova fase no desenvolvimento do capitalismo com o reposicionamento das
grandes corporações e conglomerados de todo mundo. As operações e mercados
tornam-se globais com conseqüências nos níveis de competição e diminuição do
ciclo de vida dos produtos. Os desafios para a logística nesta fase são mais
complexos e envolvem outras variáveis antes inexistentes como barreiras culturais,
geográficas, religiosas, só para citar algumas.
Com o aumento da competição pelo mesmo mercado, a concorrência faz com que
pessoas e empresas mantenham um esforço crescente para se tornarem competitivas. É
preciso desenvolver novos produtos, ser inovador nas relações comerciais e eficiente na
produção e distribuição de bens de consumo. Este é o novo desafio a ser vencido.
Garantir valor para o cliente e rentabilidade em longo prazo para a empresa, ou em outras
palavras, garantir sustentabilidade nos negócios. Assim se faz necessário desenvolver
uma nova visão da logística onde a palavra de ordem passa a ser integração e
colaboração entre os participantes do processo e que efetivamente deixam de ser
coadjuvantes e precisam compartilhar suas funções e processos em um grande
sistema que leva o nome de cadeia de abastecimento integrada ou Supply Chain
management.
Paralelamente ao avanço da logística como ferramenta estratégica para incrementar
competitividade e agregar valor ao produto estamos acompanhando o enorme avanço na
tecnologia da informação e comunicação que cada vez mais se mostra capaz de
responder com precisão as necessidades das empresas neste campo. Atualmente a
produtividade, a busca de visibilidade dos inventários na cadeia de abastecimento, a
velocidade da comunicação e a habilidade para se adaptar às condições de mudança são
fatores fundamentais para o sucesso.

LOGÍSTICA – Sua evolução nos últimos anos

Para Bowersox e Closs (2001), o setor logístico ganhou atenção, após a década de
1980, em diversas áreas, pelas mudanças tecnológicas e de regulamentação que
influenciaram de modo significativo o setor logístico. Pode-se citar como exemplo:

 Mudança significativa nas regulamentações do setor logístico, tanto na questão da


importação quanto na da exportação;
 Informatização;

 Revolução da informação;

 Adoção em grande escala, dos movimentos da qualidade;

 Desenvolvimento de parcerias e alianças estratégicas.

As empresas sempre realizaram atividades como as de suprimento, estocagem,


transporte e distribuição de produtos, mas a novidade foi quando começaram a realizar
todas as atividades de forma integrada e coordenada. Tal situação levou as empresas e
indústrias a reconhecerem que a logística tem potencial para agregar valor aos serviços e
produtos.

Segundo Chiavenatto (2005), a evolução dos processos e estudos de logísticas,


depois da Segunda Guerra Mundial, se deu graças às mudanças implantadas pelas
empresas japonesas após a década de 1960. Tal evolução envolveu os processos
produtivos conhecidos como:

 Kaizen - (melhoria continua);


 Controle Estatístico de Qualidade - (metodologia estatística na inspeção de
qualidade – qualidade assegurada);

 Controle Total da Qualidade - (conceito estratégico de qualidade envolvendo não


só a empresa como também fornecedores e indo até o cliente final);

 Kanban - (sistema de controle da ordem das atividades em um processo


seqüencial);

 Just-in-time - (sistema de produção que procura agilizar a resposta da produção às


demandas do cliente por meio da eliminação do desperdício e do aumento da
produtividade).

Segundo Bowersox e Closs (2001) pode-se definir a logística como um conjunto de


atividades de compra, movimentação e armazenagem, que pode ser definido como
fluxo de produtos desde a aquisição da matéria prima até seu ponto final de
entrega. Ainda podemos citar algumas atividades primárias da logística, as quais são:

• Gerência de estoques: neste ponto a empresa prioriza o valor do tempo, que significa
colocar o produto no momento da necessidade.

• Gerência de transportes: prioriza o valor do lugar, disponibiliza o produto no local


necessário.

• Gerência de informações: prioriza o valor do acompanhamento do processo do produto,


tratam-se da coleta, processamento e transmissão das informações relativas aos pedidos
dos clientes, internos e externos, e de todas as informações sobre produção e distribuição
aos clientes.
A logística engloba um grande conjunto de atividades que são realizadas, muitas vezes,
em diversas áreas dentro da empresa ou são executadas em locais e tempos diferentes o
que aumenta a complexidade deste setor.

LOGÍSTICA – Conceitos e Definições

O conceito de Logística existe desde a década de 40, sendo utilizado,


primeiramente, pelo exército dos EUA. Sua principal função era de abastecer, ou
melhor, garantir o abastecimento de toda a tropa norte-americana na 2ª Guerra Mundial,
compreendia desde a aquisição dos materiais, até sua distribuição no local correto na
hora desejada. Imagine uma tropa sem munição ou comida? Perderia a guerra sem lutar.

Com os avanços tecnológicos conquistados nas últimas décadas e com a abertura


econômica do mercado mundial (Globalização), a logística se tornou importante para
redução de custos e para conquista da tão almejada competitividade. A teoria desde seu
início, sempre passou por várias transformações, tiveram seus conceitos ampliados e se
mostrou como elemento fundamental para o sucesso das organizações.

Segundo o Council of Logistic Management, entidade americana, que possui milhares


de associados em todo o mundo, "logística é o processo de planejar, implementar e
controlar eficientemente, ao custo correto, o fluxo e armazenagem de matérias-
primas, estoques durante a produção e produtos acabados. Além das informações
relativas a estas atividades, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com
o propósito de atender aos requisitos do cliente".

Com o passar dos anos, esse conceito foi evoluindo, e, na empresa, passou a existir a
integração de diversas áreas tais como: produção, transportes, comunicação, estoques,
surgindo um novo conceito que é o Supply Chain ou logística integrada.

Em um ambiente altamente competitivo, os fatores qualidade e preço já não fazem tanta


diferença, pois existe certa semelhança entre os concorrentes, mas a entrega certa a um
custo baixo determina quem continuará no comércio e quem sairá dele. Daí as empresas
começarem a voltar a aplicar conceitos logísticos para transporte e distribuição, ou seja,
para continuarem competindo e sobrevivendo.
A Logística é a área da gestão responsável por prover recursos, equipamentos e
informações para a execução de todas as atividades de uma empresa.

Entre as atividades da logística estão o transporte, movimentação de materiais,


armazenamento, processamento de pedidos e gerenciamento de informações.

Uma das principais ferramentas da logística é o WMS, Warehouse Management System, do inglês,
em português - literalmente: sistema de automação e gerenciamento de depósitos, armazéns e linhas
de produção) é uma parte importante da cadeia de suprimentos (ou supply chain) e fornece a rotação
dirigida de estoques, diretivas inteligentes de picking, consolidação automática e cross-docking para
maximizar o uso do valioso espaço do armazéns.

LOGÍSTICA - Objetivos

O principal objetivo da Logística é fazer com que produtos e serviços estejam


disponíveis onde são necessários e no momento em que são desejados com o
menor custo possível e com o nível de serviço exigido pelo cliente.
Historicamente o desafio de disponibilizar produtos e serviços para atender demandas
sazonais ou padronizadas sempre exigiu uma grande capacidade de planejamento da
utilização dos recursos logísticos para movimentação de bens. Esses recursos se
baseavam principalmente em transporte e armazenagem. Atualmente a troca de
informações entre os participantes do processo e a utilização de modernas tecnologias é
a base do sucesso do sistema logístico tanto para o suprimento de materiais à produção
como para o abastecimento do ponto de venda na interface com o mercado.
Para ajudar a entender melhor o assunto usaremos como referencia inicial a
definição clássica da Logística dada pelo “Council of Logistics management” que
diz: Logística é o planejamento, implementação e controle eficiente e eficaz do fluxo
e armazenagem de mercadorias, serviços e informações desde o ponto de origem
até o ponto de consumo com o objetivo de atender as necessidades do cliente.
Observa-se claramente nesta definição que a responsabilidade da logística posiciona-se
tanto com relação a materiais em movimento (fluxo) quanto a materiais parados
(armazenagem) e também a gestão das informações geradas neste processo. Outro
aspecto relevante para o entendimento da logística é o conhecimento do nível de
abrangência de sua área de influencia e de seu escopo funcional e operacional que vai do
suprimento de materiais à produção até a colocação do produto acabado no ponto de
venda na distribuição, atuando assim como apoio indispensável e estratégico a toda as
ações de marketing das empresas.

LOGÍSTICA - Aplicação

As atividades de retaguarda são fundamentais para que o representante possa


desempenhar com tranqüilidade seu trabalho junto aos clientes. A compra com garantia
de entrega assegura ao cliente que o desenvolvimento do seu negócio não será
prejudicado pela falta de mercadoria.

Preocupados com o contínuo aprimoramento da qualidade no atendimento é


necessário implementar a automação completa nos depósitos, modernizando os
controles de entrada e saída de mercadorias através da utilização de ferramentas da
mais avançada tecnologia tais como rádio freqüência, coletores de dados, etc.

Novas tecnologias de tratamentos logísticos também devem ser implementadas visando


assegurar controles eficientes no manuseio de mercadorias, consolidação e expedição de
cargas, administração dos retornos e recebimentos de mercadorias provenientes dos
fornecedores.

A principal preocupação é fazer com que a estrutura se torne funcional, estudando


os fluxos dos clientes e avaliando a melhor maneira de organizar as cargas, afim de
otimizar o espaço e a rotação dos produtos.

Um exemplo é o centro de distribuição integrado, os produtos acabados armazenados e


retirados automaticamente, de acordo com os pedidos registrados no sistema, para a
posterior distribuição no mercado nacional e internacional. Em uma estrutura de
armazenagem, a identificação das caixas ocorre já na saída da produção onde através de
cintas transportadoras ou empilhadeiras, as caixas e outros paletes prontos chegam à
área de paletização. Na saída da produção, os paletes e caixas são identificados como
estoque em trânsito, até que sejam definitivamente passados para o estoque. Isso gera
uma economia e agilidade indispensáveis para as grandes demandas sazonais, e sua
automação também permite a expedição dentro do sistema Fifo (First in, First out),
garantindo uma maior integridade dos produtos até o consumidor final.
Na definição de sistema de armazenagem onde a perfeita disposição das partes de um
todo, coordenadas entre si, e que devem funcionar como estrutura organizada é que para
caracterizarmos um sistema é necessária uma perfeita integração entre estruturas
metálicas, equipamentos de movimentação, prédio/armazém, produtos a serem
estocados, etc. Tudo isso para satisfazer as necessidades de cada cliente.

Um sistema de armazenagem é fundamental para promover a organização interna


dos depósitos, controle de entrada e saída de mercadorias e um maior cuidado e
segurança com os produtos. A facilidade no manuseio do recebimento e expedição
resulta em um maior controle de permanência de estoques, mas a principal
vantagem na utilização dos sistemas é realmente o ganho de tempo obtido com o
processo.

LOGÍSTICA – Desempenho Operacional

Em princípio, é possível alcançar qualquer nível de serviço logístico se a empresa


estiver disposta a alocar os recursos necessários. No ambiente operacional atual, o
fator restritivo é econômico e não tecnológico. Por exemplo, é possível manter um
estoque dedicado geograficamente próximo a um cliente importante. É possível
disponibilizar uma frota de caminhões em estado de permanente prontidão para
pronta entrega a clientes. Para facilitar o recebimento de pedidos, é possível manter
comunicações exclusivas em tempo real entre a empresa cliente e a operação
logística do fornecedor.

Com essa prontidão logística, um produto ou componente pode ser entregue até em
questão de minutos após a colocação do pedido por parte do cliente. A disponibilidade de
estoque pode ser ainda mais rápida se o fornecedor concordar em consignar estoque no
endereço do cliente. A consignação elimina a necessidade de desempenho logístico em
resposta às necessidades do cliente. Esse compromisso extremo com o serviço talvez
seja o “state of art”, mas é onoroso e, geralmente não é necessário para dar apoio à
maioria das operações de produção e marketing.

Em última análise, o serviço logístico representa um equilíbrio entre prioridade de


serviço e custo. Um material que não esteja disponível no momento necessário
para a produção pode forçar uma paralisação da fábrica, causando transtornos
significativos em termos de custos e possível perda de clientes.

O impacto sobre os lucros com esse tipo de falha pode ser substancial. Por outro lado, o
impacto sobre os lucros, causado por um atraso inesperado de dois dias na entrega de
produtos para reabastecer um armazém pode ser mínimo ou mesmo insignificante ao
considerarmos o desempenho operacional geral. Na maioria das situações, o impacto de
uma falha logística sobre o custo-benefício está diretamente relacionado com a
importância da execução do serviço para o cliente envolvido. Quanto mais significativo for
o impacto da falha do serviço sobre o cliente, maior será a prioridade dada ao
desempenho logístico.

Você também pode gostar