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CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS

DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB


VOLUME ÚNICO

COMUM

CAS

IMPRESSO NA GRÁFICA DA EEAR


MINISTÉRIO DA DEFESA
COMANDO DA AERONÁUTICA
ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA

DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB

VOLUME ÚNICO

Texto Dialogado da Disciplina Doutrina e Planejamento


da FAB (DPL) do Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos
(CAS).

Edições(es):
1a Edição: SO BMA Refm De Lima – 2019
2a Edição: SO BMA Refm De Lima – 2020

Revisor(es) Pedagógico(s):
Ten PED Frederico – 2020

SO BMA REFM DE LIMA


Revisor(es) de Diagramação:
SO BFT Diniz – 2020
SO BET Mendes Jr – 2020

GUARATINGUETÁ - SP
2020
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.........................................................................................................................1
CAPÍTULO 1 - DOUTRINA MILITAR.....................................................................................3
TÓPICO 1.1 - DOUTRINA MILITAR BRASILEIRA.............................................................4
TÓPICO 1.2 - PRINCÍPIOS DA DOUTRINA MILITAR AEROESPACIAL........................9
TÓPICO 1.3 - FONTES DA DOUTRINA MILITAR.............................................................12
CAPÍTULO 2 - PODER AEROESPACIAL.............................................................................18
TÓPICO 2.1 - INÍCIO DO PODER AEROESPACIAL.........................................................18
TÓPICO 2.2 - EVOLUÇÃO DO PODER AEROESPACIAL................................................22
TÓPICO 2.3 - CONTEXTUALIZAÇÃO.................................................................................24
TÓPICO 2.4 - RELEVÂNCIA DO PODER AEROESPACIAL............................................27
TÓPICO 2.5 - A DISSUASÃO...................................................................................................30
TÓPICO 2.6 - PODER AEROESPACIAL BRASILEIRO.....................................................32
CAPÍTULO 3 - PLANEJAMENTO INSTITUCIONAL DA AERONÁUTICA...................40
TÓPICO 3.1 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................40
TÓPICO 3.2 - FASES DO PLANEJAMENTO INSTITUCIONAL......................................43
TÓPICO 3.3 - DEFINIÇÃO DA MISSÃO...............................................................................46
TÓPICO 3.4 - DEFINIÇÃO DA VISÃO DE FUTURO..........................................................49
TÓPICO 3.5 - DEFINIÇÃO DOS VALORES NA FORÇA AÉREA BRASILEIRA...........51
CAPÍTULO 4 - ÁREA DE ATUAÇÃO: DIMENSÃO 22.......................................................57
TÓPICO 4.1 - A DIMENSÃO 22...............................................................................................57
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................63
REFERÊNCIAS...........................................................................................................................65
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APRESENTAÇÃO

Prezado Aluno(a), parabéns por sua matrícula neste Curso de Aperfeiçoamento de


Sargentos. Trata-se de um grande momento em sua carreira.

Possivelmente, você já teve contato com parte dos assuntos que serão tratados nesta
apostila, entretanto, o que se pretende é sistematizar este conhecimento de forma a capacitá-lo
para exercer as atribuições de um graduado em sua posição hierárquica, em que serão exigidos
conhecimentos e habilidades para assessorar superiores e orientar equipes compostas por
militares mais modernos.

Estudaremos como se estrutura a Doutrina Militar, o Poder Aeroespacial, o Planejamento


Institucional da Aeronáutica e a Área de Atuação: Dimensão 22.

No primeiro capítulo abordaremos os aspectos que envolvem a Doutrina Militar, como


essa doutrina é executada em nosso território nacional, os princípios da doutrina militar
aeroespacial e suas fontes.

No segundo capítulo trabalharemos o Poder Aeroespacial, desde o início à sua evolução e


demais aspectos importantes sobre esse assunto.

O terceiro capítulo está pautado no Planejamento Institucional da Aeronáutica, sua


fundamentação, fases e definições da missão, visão e valores de futuro.

Para finalizarmos, realizaremos algumas reflexões a respeito do tema Dimensão 22 e as


três principais ações executadas pela FAB.

Parabéns novamente e votos de sucesso em seus estudos!

AD ASTRA ET ULTRA!

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CAPÍTULO 1 - DOUTRINA MILITAR


Olá! Ao longo da leitura você observará algumas estratégias das quais
utilizamos para facilitar a sua compreensão. Queremos que nosso contato
seja proveitoso, agradável e que essa fase da sua vida seja lembrada pelo
sucesso alcançado por meio de seu esforço e dedicação. Passaremos
algumas horas juntos e a todo momento dialogaremos sobre assuntos os
quais você convive diariamente. É importante destacar que você será o
“ator” nesta construção da própria aprendizagem, leia e responda todos
os questionamentos, respeite os marcadores, pois a metodologia utilizada
na confecção do material busca minimizar dúvidas, produzir reflexões e
desenvolver a sua aprendizagem e habilidades necessárias. Compreender,
interpretar, analisar e avaliar são pontos importantes para a sua
aprendizagem. Esperamos que nossa convivência contribua ainda mais
para seu aperfeiçoamento e habilidades necessárias para seu sucesso
profissional.

Texto1 – Compilação de textos e notícias do


site do Ministério da Defesa (MD) com
assuntos ligados à Defesa Nacional. Disponível
no AVA [16 p.].

Texto2 – Doutrina Militar de Defesa – DMD.


Disponível em:
<https://www.defesa.gov.br/arquivos/File/legisl
Veja isso!
acao/emcfa/publicacoes/
md51_m_04_doutrina_militar_de_defesa_2a_e
d2007.pdf>.

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TÓPICO 1.1 - DOUTRINA MILITAR BRASILEIRA


O que a Força Aérea pensa sobre determinado assunto? Você já se fez esta
pergunta? A Doutrina de uma Força se encarrega de sistematizar esse
pensamento. Vamos fazer um “voo rasante” para conhecer um pouquinho
mais sobre este tema?

A Doutrina Militar Brasileira é estabelecida pelo Ministério da Defesa (MD) em


consonância com a política do Estado Brasileiro. Para facilitar a compreensão da amplitude da
aplicação dos conceitos de Doutrina nos diversos contextos das Forças Armadas (FA), propõe-se
visualizar o tema em forma de uma “espiral”, ou seja, ao mesmo tempo em que suas partes estão
alinhadas, há uma hierarquia entre os conceitos, semelhante a uma visão em camadas. Para
facilitar ainda mais seu entendimento e não perdermos tempo, seguem as definições de Doutrina,
Doutrina Militar e Doutrina Militar de Defesa encontradas no MD35-G-01, 5ª edição (MD,
2015), que dispõe sobre o Glossário das FA.

DOUTRINA – Conjunto de princípios, conceitos, normas e procedimentos, fundamentadas


principalmente na experiência, destinado a estabelecer linhas de pensamentos e a orientar
ações, expostos de forma integrada e harmônica.

DOUTRINA MILITAR – Conjunto harmônico de ideias e de entendimentos que define,


ordena, distingue e qualifica as atividades de organização, preparo e emprego das Forças
Armadas. Englobam, ainda, a administração, a organização e o funcionamento das instituições
militares.

DOUTRINA MILITAR DE DEFESA – Parte da doutrina militar brasileira que aborda as


normas gerais da organização, do preparo e do emprego das Forças Armadas, quando
empenhadas em atividades relacionadas com a defesa do País. Seus assuntos relacionam-se
diretamente com a garantia da soberania e da integridade territorial e patrimonial do país, além
da consecução dos interesses nacionais.

Além das definições supracitadas, o MD51-M-04 (MD, 2007), que dispõe sobre a
Doutrina Militar de Defesa (DMD) afirma que:

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A Doutrina Militar de Defesa brasileira aborda os fundamentos doutrinários, que visam ao


emprego de forças militares na defesa da Pátria e em outras missões previstas na Constituição
Federal, nas leis complementares e em outros diplomas legais. As concepções para a
organização e o preparo das FA não constituem objeto desta publicação, tendo em vista que
esses fundamentos são estabelecidos pelos respectivos Comandos de Força. Dessa forma, esta
publicação deve ser complementada por documentos operacionais que contenham conceitos,
normas e procedimentos. (Item 1.4.5).

Agora que você já possui o entendimento da definição de Doutrina e suas variações, veja
que esse recorte da DMD, que versa sobre Doutrina Militar de Defesa brasileira, mostra um
conceito mais amplo, envolvendo os Comandos de cada Força. Embora a proposta deste texto
dialogado consista em chegar à Doutrina Básica da FAB (DBFAB), neste serão vistas também as
definições que tratam da Doutrina Básica da Marinha do Brasil (MB) e do Exército Brasileiro
(EB) segundo o Glossário das FA e a fim de facilitar a correlação destas (uma visão em camadas)
com a DBFAB Cabe observar que o MD estabelece os fundamentos doutrinários e, a partir daí,
cada Força estabelece SUA doutrina com base em suas peculiaridades, porém, alinhada com a
DMD. A seguir encontram-se, respectivamente, as definições da Doutrina Básica da Marinha do
Brasil (MB) e do Exército Brasileiro (EB) segundo o Glossário das FA.

DOUTRINA BÁSICA DA MARINHA – Documento da Marinha do Brasil, que tem o


propósito de estabelecer conceitos, princípios e, de forma ampla, os métodos de emprego em
combate, ou em outras participações não relacionadas à atividade-fim, com o propósito de
orientar o planejamento, o preparo e a aplicação do Poder Naval brasileiro, servindo de base
para a elaboração dos demais documentos doutrinários da Marinha do Brasil.

DOUTRINA MILITAR TERRESTRE – Conjunto de valores, fundamentos, conceitos,


concepções, táticas, técnicas, normas e procedimentos da F Ter, estabelecido com a finalidade
de orientar a Força no preparo de seus meios, considerando o modo de emprego mais provável,
em operações terrestre e conjuntas. A Doutrina Militar Terrestre estabelece um enquadramento
comum para ser empregado por seus quadros como referência na solução de problemas
militares.

Paralelo às Doutrinas da MB e do EB, o MCA 10-4 (EMAER, 2001), Manual do


COMAER que dispõe sobre o Glossário da Aeronáutica, traz as seguintes definições:

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DOUTRINA AEROESPACIAL – Conjunto de princípios e normas orientadores do preparo e


emprego do Poder Aeroespacial da Nação, em tempos de paz ou em período de conflito.

DOUTRINA BÁSICA DA FORÇA AÉREA BRASILEIRA – Conjunto de princípios e normas


fundamentais que orientam o preparo e o emprego da Força Aérea Brasileira. A formulação da
Doutrina Básica da Força Aérea Brasileira é um processo que evolui em função da conjuntura
nacional e internacional, dos objetivos nacionais, das novas concepções de emprego das Forças
Armadas e dos novos desenvolvimentos tecnológicos. Situa-se em um quadro mais amplo da
Doutrina Militar, uma vez que deve guardar coerência com os princípios de emprego conjunto
ou combinado das Forças Armadas.

FIGURA 1: ESPECTRO DAS DOUTRINAS MILITARES

FONTE: (NSCA 1-1, 2013, P. 11).

Após as reflexões mencionadas e a leitura da imagem anterior, você


saberia explicar a utilização da expressão Doutrina Militar?

Como primeira resposta temos que a expressão Doutrina Militar é utilizada para se referir
ao “conjunto harmônico de ideias e de entendimentos que define, ordena, distingue e qualifica as

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atividades de organização, preparo e emprego das FA. Englobam, ainda, a administração, a


organização e o funcionamento das instituições militares”. Deve-se observar a amplitude do
termo, visto que abrange tanto o preparo quanto o emprego, além das diversas atividades
conduzidas em tempo de paz.

Os conceitos de preparo e emprego estão associados ao Poder Militar Nacional, e para


auxiliar na compreensão, observe as definições constantes no Glossário das FA que se seguem:

PODER NACIONAL – É a capacidade que tem a Nação para alcançar e manter os Objetivos
Nacionais, em conformidade com a Vontade Nacional. Manifesta-se em cinco expressões: a
política, a econômica, a psicossocial, a militar e a científico-tecnológica.

PODER MILITAR – Expressão do Poder Nacional, constituída de meios predominantemente


militares de que dispõe a nação para, sob a direção do Estado, promover pela dissuasão ou pela
violência a conquista dos objetivos nacionais ou sua manutenção.

No tocante ao Poder Militar Nacional, a Doutrina Militar de Defesa (DMD) é o


documento de nível estratégico que estabelece os fundamentos doutrinários, que visam ao
emprego de forças militares na defesa da Pátria e em outras missões previstas na Constituição
Federal, leis complementares e em outros diplomas legais.

Dentro da proposta inicial de se visualizar o tema em camadas, a DMD é uma partição da


doutrina militar que aborda as normas gerais:

✔ da organização;

✔ do preparo; e

✔ do emprego das FA, quando empenhadas em atividades relacionadas com a defesa do


país.

Os assuntos contidos na DMD estão associados à garantia da soberania, da integridade


territorial e patrimonial do país, e com a conquista e manutenção dos interesses nacionais.

Conforme visto na Figura 1, que trata do espectro das doutrinas militares, a Doutrina
Militar de Defesa se decompõe nas doutrinas de cada Força. No âmbito da FAB, a DCA 1-1, que
dispõe sobre a Doutrina Básica da Força Aérea Brasileira – DBFAB (EMAER, 2012) – alinhada
com as diretrizes da DMD, tem a finalidade de fixar princípios e conceitos que orientam o
preparo e o emprego da FAB (Doutrina Militar Aeroespacial), os quais são norteados pelos

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elementos: Missão, Visão e Doutrina. (NOTA: Considerando-se que Doutrina é algo “dinâmico”,
é importante destacar que, em uma visão macro, outros documentos estratégicos no âmbito da
FAB corroboram com a formação do conceito de Doutrina da FAB).

Conforme a DBFAB, Doutrina “[...] é o conjunto de princípios, conceitos, normas e


procedimentos, expostos de forma integrada e harmônica, destinado a estabelecer linhas de
pensamentos e a orientar ações”. O texto prossegue afirmando que “A formulação doutrinária é
fundamentada principalmente na experiência e deve refletir as melhores práticas até então
conhecidas e aprovadas”.

A partir desses conceitos, surge destaca-se que, conforme a DBFAB, a Doutrina Militar
Aeroespacial divide-se em três níveis: estratégico, operacional e tático. (NOTA: diferente
daquilo que normalmente é encontrado em outras literaturas, que apresentam o nível tático como
intermediário). No âmbito das FA o escalonamento entre os níveis decisórios estão dispostos na
ordem: Estratégico, Operacional e Tático, conforme Figura 2.

FIGURA 2: NÍVEIS DA DOUTRINA

FONTE: (NSCA 1-1, 2013, P. 14).

Para que você melhor possa compreender esses níveis de planejamento,


estes serão discutidos com maiores detalhes nos parágrafos a seguir.

Segundo a DBFAB (EMAER, 2012), no campo da Doutrina Aeroespacial, a Doutrina em


Nível Estratégico é de competência do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER) e abrange os
princípios e os conceitos que orientam o preparo e o emprego da FAB.

A Doutrina em Nível Operacional é de competência dos Órgãos de Direção Setorial e de


Assessoria do Comando da Aeronáutica (ODSA). (NOTA: são os órgãos conhecidos como

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Grandes Comandos e Departamentos). Essa doutrina define os conceitos, as normas e os


procedimentos que orientam o planejamento, a execução e o controle das Ações de Força Aérea
em uma operação militar ou em uma operação aeroespacial, e deve ser estabelecida em
concordância com os princípios e conceitos da Doutrina em Nível Estratégico.

A Doutrina em Nível Tático, também sob a responsabilidade dos ODSA do COMAER,


deve definir as normas e os procedimentos a serem seguidos na execução das Ações de Força
Aérea que sustentam o emprego do Poder Militar Aeroespacial, devendo estar em concordância
com os conceitos, as normas e os procedimentos preconizados na Doutrina em Nível
Operacional. Quando se fala de Poder Militar Aeroespacial, a DBFAB afirma que:

É a projeção do Poder Nacional resultante da integração dos recursos de que a


Nação dispõe para a utilização do espaço aéreo e do espaço exterior, quer
como instrumento de ação política e militar quer como fator de
desenvolvimento econômico e social, visando conquistar e manter os objetivos
nacionais. (DCA 1-1, EMAER, 2012, p. 10).

Tudo bem até aqui? Tenho certeza de que você saiu inteiro desse nosso
primeiro voo sobre este tema tão apaixonante!

Texto3 – DCA 55-40, Adjudicação de meios de preparo e


emprego (veja o cap. 2). Disponível
em:<http://www.cendoc.intraer/sispublic/publicacoes/oste
Veja isso! nsivas/DCA55-40.pdf>.

TÓPICO 1.2 - PRINCÍPIOS DA DOUTRINA MILITAR AEROESPACIAL

Você saberia responder qual é o papel de sua Unidade no contexto macro


da FAB? Que tal prosseguirmos em nossa jornada, no sentido de
conhecermos melhor a Doutrina de nossa própria Instituição? Vamos
juntos?

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Texto4 – NSCA 1-1, Sistema de Doutrina


Aeroespacial. Disponível em:
<http://www.cendoc.intraer/sispublic/publicaco
es/ostensivas/NSCA1-1.pdf>.
Veja isso!

A DBFAB (EMAER, 2012) define Princípio como “[…] a base orientadora da Doutrina,
alicerçada na teoria e nas convicções éticas da FAB”. Essa base orientadora são os fundamentos
(no sentido de um referencial que se admite como “ponto de partida”) da Doutrina Aeroespacial.
Quando se afirma que a Doutrina da FAB é um conjunto de “princípios” e normas que orientam
o preparo e o emprego da FAB, a Doutrina (como conceito) pode ser descrita como um conjunto
de fundamentos (de referenciais) que se constituem no “ponto de partida” para o estabelecimento
das normas doutrinárias, e apoia-se em dois pilares: base teórica e convicções éticas da
Instituição (o “core de valores”, no sentido de Valores Centrais da Força).

A Doutrina estabelece como deve ser executado o preparo do pessoal, aeronaves,


plataformas espaciais, armamentos, instalações, equipamentos e sistemas (Meios de Força
Aérea). A Doutrina também sistematiza orientações com foco em como agir, portanto, não são
um conjunto de regras imutáveis, isso pela sua própria característica dinâmica. Ela se vale da
experiência acumulada, constituindo algo semelhante a um “caderno de boas práticas” além de
tornar-se uma referência que contribui para a educação e para o treinamento.

De acordo com o MD51-M-04 (MD, 2007), que dispõe sobre a DMD, as concepções para
a organização e o preparo das FA são estabelecidos pelos respectivos Comandos de cada Força.
Dessa forma, a DMD é complementada por documentos que delineiam conceitos, normas e
procedimentos conforme as especificidades de cada Força. No caso da FAB, os principais
documentos estratégicos que expandem a doutrina relativa ao seu preparo e emprego são a DCA
1-1 (DBFAB – Doutrina Básica da FAB); DCA 11-45 (Concepção Estratégica – Força Aérea
100); PCA 11-47 (PEMAER – Plano Estratégico Militar da Aeronáutica); e NSCA 1-1 (Sistema
de Doutrina Militar Aeroespacial – SIDMAE), dentre outros documentos de nível estratégico.
São desdobramentos da Doutrina Militar de Defesa com aplicação específica no contexto da
FAB.

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Quando se trata do Poder Aeroespacial utiliza-se o termo Doutrina Aeroespacial, que


designa o conjunto de princípios e normas que orientam o preparo e o emprego do Poder
Aeroespacial da Nação, em tempos de paz, sob crise ou em período de conflito. Pode-se
visualizar na Figura 3 que o Poder Militar Aeroespacial está contido no Poder Aeroespacial. O
emprego do Poder Militar Aeroespacial é conduzido pela Doutrina Militar Aeroespacial
(DMAE), que se refere à “[…] parte da Doutrina Militar de Defesa e da Doutrina Aeroespacial
que aborda os valores, princípios, conceitos, normas, métodos e processos para organização,
preparo e emprego do Poder Militar Aeroespacial, em tempos de paz, crise ou guerra”. (NSCA 1-
1, EMAER, 2013, p. 11).

FIGURA 3: EXPRESSÕES DO PODER NACIONAL

FONTE: PRÓPRIO AUTOR

O Poder Aeroespacial é composto por um conjunto de elementos. Você saberia mencionar


quais são esses elementos? A FAB é um deles! Vamos conhecê-los elencando-os a seguir:

• Força Aérea Brasileira;

• Aviação Civil;

• Infraestrutura Aeroespacial;

• Indústria Aeroespacial;

• Complexo Científico-tecnológico Aeroespacial; e

• Recursos Humanos Especializados em Atividades relacionadas ao Emprego Aeroespacial.

Em virtude do caráter dinâmico da Doutrina, de acordo com a NSCA 1-1, que dispõe
sobre o Sistema de Doutrina Militar Aeroespacial (SIDMAE) é previsto que:

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O processo de elaboração, revisão e atualização de publicações doutrinárias


do SIDMAE deverá ter como premissa a capacidade de interoperabilidade com
os princípios, conceitos, normas e procedimentos constantes de publicações
correlatas produzidas no Sistema de Doutrina Militar Conjunta (SIDOMC),
garantindo assim a capacidade e integração sistêmica. (NSCA 1-1, EMAER,
2013, p. 12).

E então? Você observou que os conceitos estão relacionados entre si?


Conseguiu identificar o papel de sua Unidade no contexto do preparo e do
emprego da FAB?

- Procure no conteúdo estudado as palavras-


chave que melhor representam o que foi
estudado até aqui.

- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida


de um breve comentário.
Vamos fazer
algumas - A partir da leitura delas, tente reconstruir o que
anotações!
foi visto.

TÓPICO 1.3 - FONTES DA DOUTRINA MILITAR


Você deve estar se perguntando: “tá, mas de onde surgiu isso? Baseado em
que isso tudo está sendo afirmado”? Aí é que entram as fontes da
Doutrina.

As fontes da Doutrina Militar são uma ampla gama de vetores que fomentam o processo
de desenvolvimento doutrinário. Estas fontes são teorias e estratégias vigentes, a análise das
experiências históricas, alterações na política nacional, o surgimento de novas tecnologias e a
influência de fatores contextuais e operacionais. Como já se afirmou, a Doutrina é um processo
dinâmico, encontrando-se em constante evolução. Sua elaboração e atualização é composta por

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diversos níveis (Figura 4), devendo ser observado que a Doutrina Aeroespacial encontra-se
alinhada a outros documentos de nível superior.

FIGURA 4: ENCADEAMENTO DOS NÍVEIS PARA ELABORAÇÃO E ATUALIZAÇÃO DA DOUTRINA

FONTE: PRÓPRIO AUTOR

Conforme introduzido em tópico anterior, a Doutrina Militar Aeroespacial é o


delineamento da Doutrina Aeroespacial no contexto específico da FAB, desmembrando-se nos
níveis estratégico, operacional e tático. (Ver quadro seguinte que replica os itens 2.1.4 e 2.1.5
da DBFAB).

Estreitando-se o entendimento da Doutrina Militar, no âmbito da FAB, a Doutrina Militar


Aeroespacial aborda os princípios, os conceitos, as normas e os procedimentos relacionados ao
emprego do Poder Militar Aeroespacial em tempos de paz, crise ou guerra, e divide-se em três
níveis: estratégico, operacional e tático.

A Doutrina em Nível Estratégico é de competência do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER)


e abrange os princípios e os conceitos que orientam o preparo e o emprego da FAB. A
Doutrina Básica da FAB (DBFAB) é o documento estratégico da Doutrina Militar
Aeroespacial, sendo estabelecida em concordância com a DMD.

Prosseguindo no escopo das fontes da Doutrina Militar, a DMD não se fundamenta


apenas nas próprias experiências, ela se atualiza regularmente por meio da apropriação e
adequação de experiências e práticas de outras nações à realidade brasileira.

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Outra fonte permanente para estabelecimento da Doutrina são as teorias desenvolvidas


por estudiosos das guerras e, no caso da Doutrina Aeroespacial, do emprego do Poder Aéreo.
Essas teorias agregam novos conceitos e, via de regra, são experimentadas em exercícios e
operações militares para validar sua sistematização.

De modo retroalimentado, os exercícios e operações militares também compõem o


escopo de atualização do conjunto doutrinário da Força, principalmente no contexto atual, em
que a FAB tem marcado presença em exercícios combinados, com a participação de Forças de
nações amigas, e em diapasão com as novas tecnologias embarcadas nas novas aeronaves
incorporadas à FAB.

Com o avanço de tecnologias aplicadas ao ambiente militar, os jogos de guerra e as


simulações também vêm sendo incorporados ao rol de fontes doutrinárias. Cabe destacar que o
avanço tecnológico é exponencial e tem sido um forte agente de mudanças (agente portador de
futuro). No contexto da Doutrina Aeroespacial, esse avanço vai além das Tecnologias da
Informação e Comunicação (TIC).

Para ampliar a percepção do conceito e das fontes da Doutrina e suas influências nos
destinos da Força, as Figuras 5 e 6 demonstram os principais fatores que influenciam e que são
influenciados pela Doutrina, e isso ocorre nos diversos níveis. No caso da Doutrina Militar
Aeroespacial, isso não é diferente, daí se afirmar que a Doutrina é um ente dinâmico e que deve
ser atualizada constantemente, valendo-se de experiências que combinam prática e teoria.

FIGURA 5: FATORES QUE INFLUENCIAM A FORMULAÇÃO DA DOUTRINA

FONTE: (MD35-D-02, P. 13).

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FIGURA 6: FATORES INFLUENCIADOS PELA DOUTRINA

FONTE: (MD35-D-02, P. 13).

- Procure no conteúdo estudado as palavras-


chave que melhor representam o que foi
estudado até aqui.
- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida

Vamos fazer de um breve comentário.


algumas - A partir da leitura delas, tente reconstruir o que
anotações! foi visto.

Parabéns por ter avançado até aqui! Está na


hora de fazer uma pausa.
Lembre-se de que o descanso e a reflexão fazem

Agora, que tal parte do estudo.


uma pausa?

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A partir de suas anotações, reconstrua com suas


palavras todo o estudo em um ou dois
parágrafos, ou se referir, elabore um mapa
mental ou um infográfico sobre o texto.
Está na hora de
resumir!

Exercícios para Aprendizagem do Capítulo.

Bem, agora que você já cumpriu uma etapa da missão, que tal avaliar seu
grau de assimilação em relação ao conteúdo que foi visto neste capítulo?
Não se preocupe caso não saiba responder prontamente. A proposta é que
você consulte as suas anotações ou produza um debate com algum
companheiro. Vale consultar o texto dialogado. O importante é que você
resolva as questões a seguir.

1. O que você compreendeu sobre o tema Doutrina Militar Brasileira? Como você
explicaria esse conceito para alguém? Quais argumentos e quais partes do texto você
usaria para firmar seu parecer? Imagine que você fosse explicar o assunto para um
“novinho”, o que você lhe diria? Use o espaço abaixo para colocar suas ideias.

2. Como você explicaria o link que há entre a Doutrina Militar e a Doutrina Aeroespacial? E
por falar em Doutrina Aeroespacial, existe diferença entre ela e a Doutrina Militar
Aeroespacial? Qual é (ou quais são)? Utilize o espaço abaixo.

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3. Se você fosse ministrar uma aula sobre os Princípios da Doutrina Militar Aeroespacial e
dispusesse de apenas cinco minutos, utilizando no máximo três slides. Quais seriam os
conteúdos destes slides? Indique no espaço abaixo.

4. Construa um mapa mental que possibilite uma visão macro das fontes da Doutrina
Militar. Insira neste seu mapa mental, os fatores que influenciam e que são influenciados
pela Doutrina. Como ficou? Discuta sobre ele no fórum da Disciplina.

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CAPÍTULO 2 - PODER AEROESPACIAL

TÓPICO 2.1 - INÍCIO DO PODER AEROESPACIAL


Este tópico tem o capítulo 3.4 da DBFAB (EMAER, 2012) como base
textual (com adaptações para adequação do conteúdo).

Você gosta de história? Se sua resposta for “sim”: você se deu bem…
Caso contrário, terá que se abrir para uma varredura pela história da
aviação, tudo bem? Conto com seu esforço.

Voar sempre fez parte do sonho humano, e o emprego do ambiente aéreo para fins
militares indica ter sido um conceito que sempre esteve presente nas diversas fases da História.
Pode ser citado como exemplo, as mitologias grega e romana, repletas de deuses, guerreiros e
animais alados travando heroicas batalhas. Outro exemplo é encontrado na China antiga, onde as
pipas eram utilizadas como dispositivo de sinalização para transmitir mensagens a distância entre
destacamentos militares.

No Século XVIII, os experimentos do padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão (1685-


1724, sacerdote, cientista e inventor brasileiro) (Figura 7), dos irmãos Montgolfier, Joseph
Michel e Jaques Étienme (1740-1810 e 1745-1799, inventores franceses), de Júlio César Ribeiro
Souza (1843-1887, inventor brasileiro), de Augusto Severo de Albuquerque Maranhão (1864-
1902, político, jornalista, inventor e aeronauta brasileiro), de Charles Renard (1847-1905,
engenheiro militar, aeronauta e inventor francês), de Arthur Constantin Krebs (1850-1935,
militar e engenheiro francês) e de Alberto Santos-Dumont (1873-1932, aeronauta e inventor
brasileiro) (Figura 8), dentre outros cientistas e aeronautas, inspiraram o desenvolvimento da
aerostação e, posteriormente, o emprego de balões e dirigíveis para fins militares. Há registros de
uso de balões de observação durante a guerra civil norte-americana (1861-1865), a guerra
franco-prussiana (1870) e nas campanhas norte-americanas em Cuba contra os espanhóis (1898).

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FIGURA 7: BARTOLOMEU DE GUSMÃO APRESENTA SEUS PROTÓTIPOS À CORTE DE


D. JOÃO V, EM AGOSTO DE 1709.

FONTE: PORTAL UOL.

Depois do balão e do dirigível, inventores como Otto Lilienthal (1848-1896, inventor


pomerano), Santos-Dumont, os irmãos Wright, Orville e Wilbur (1871-1948 e 1867-1912,
inventores norte-americanos) e Gustave Albin Whitehead (Gustav Albin Weisskopf; 1874-1927,
imigrante alemão precursor da aviação nos Estados Unidos) tentaram criar máquinas mais
pesadas que o ar que pudessem voar por meios próprios. O avião passou a ser usado em
atividades militares pouco tempo após sua invenção.

FIGURA 8: PRIMEIRO VOO DO 14 BIS, DE SANTOS-DUMONT, NO CAMPO DE


BAGATELLE – PARIS, EM 23 DE OUTUBRO DE 1906.

FONTE: PORTAL AEROIN.

A Guerra Ítalo-turca e a Primeira Guerra dos Bálcãs, ocorridas entre 1911 e 1913,
tornaram-se campos de provas para o emprego de aeronaves e dirigíveis em ações militares de
reconhecimento e de bombardeios aéreos. Apesar das limitações técnicas e operacionais na
época, como pouca confiabilidade dos aparelhos, falta de material de apoio e baixa eficiência dos
pilotos, foi possível constatar o grande potencial de aeronaves como arma aérea.

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20 / 75 CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAR

Todavia, a Primeira Guerra Mundial foi o primeiro conflito no qual os meios aéreos
foram amplamente empregados como armas de guerra, apresentando reflexos evidentes nas
manobras das forças de superfície e no desenrolar da guerra. As ações iniciais de reconhecimento
de posições inimigas e a regulagem de tiros de artilharia rapidamente deram lugar aos
bombardeios táticos e estratégicos.

Inicialmente, as aeronaves e os aeróstatos agiam com liberdade, pois a oposição inimiga


era praticamente inexistente. Contudo, os estrategistas militares logo perceberam a necessidade
de restringir o uso do espaço aéreo aos seus antagonistas. Desse modo, as aeronaves foram
aperfeiçoadas no tocante a melhorias aerodinâmicas, motores mais potentes e armas de
autodefesa, dando origem ao combate aéreo, ao emprego do avião em formações e à defesa
aérea.

O emprego militar de meios aéreos no Brasil teve sua origem durante a Guerra do
Paraguai, quando Duque de Caxias (Luís Alves de Lima e Silva), empregou balões cativos para
reconhecer as posições inimigas em 1867, (SILVA FILHO, 1994). Posteriormente, em 1915, o
Tenente do Exército Brasileiro Ricardo João Kirk (1874-1915) e o civil italiano Ernesto Darioli
realizaram missões aéreas, basicamente de reconhecimento, em apoio às operações terrestres
durante a Campanha do Contestado a serviço do Ministério da Guerra. Também cabe citar a
participação de aviadores navais brasileiros em operações de patrulha, durante a Primeira Guerra
Mundial, integrando o Grupo de Operações de Guerra da Royal Air Force (RAF).

Após a Primeira Guerra Mundial, os pensadores militares criaram o termo “Poder


Aeroespacial”, sugerindo que a arma aérea havia proporcionado uma nova forma de vencer
conflitos armados. Contudo, o debate entre os estudiosos sobre a melhor opção para aplicação
das suas capacidades (como extensão tática das forças de superfície ou como arma estratégica,
capaz de, isoladamente, decidir um conflito) continuou até a Segunda Guerra Mundial.

A experiência da Primeira Guerra Mundial, por exemplo, levou os Ingleses a criarem a


Royal Air Force (1918), a partir da união do Royal Flying Corps com o Royal Naval Air Service,
(respectivamente, do Exército e da Marinha Britânica). Outras nações, como a Itália, a França, o
Chile e a União Soviética também criaram suas forças aéreas independentes (como Força)
durante o período entre a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais.

A aviação militar desempenhou importantes papéis nos diferentes contextos da Segunda


Guerra Mundial. Nas campanhas da África e do Mediterrâneo, por exemplo, os meios aéreos

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EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 21 / 75

foram empregados de maneira tática, predominantemente em apoio às forças de superfície. Por


outro lado, na fase inicial da guerra no Pacífico, houve o claro intento de empregar a aviação
estrategicamente, tanto pelos japoneses quanto pelos norte-americanos.

As experiências decorrentes da Segunda Guerra Mundial foram importantes para


demonstrar a necessidade de se passar a considerar o controle do ar como uma ação para
proporcionar segurança e liberdade de manobra para as forças de superfície amigas.

A rápida evolução da arma aérea, inicialmente subjugada às marinhas e aos exércitos


nacionais, suscitou calorosas discussões sobre a necessidade de criação de um componente
militar independente responsável pelas operações aéreas.

O Ministério da Aeronáutica (MAER) e a Força Aérea Brasileira (FAB), seguindo essa


tendência mundial, nasceram em 1941, a partir da fusão das aviações do Exército Brasileiro, da
Marinha do Brasil e do componente civil, consolidando a ideia de centralizar os meios aéreos do
País sob um único comando. A recém-criada FAB teve seu batismo de fogo durante a Segunda
Guerra Mundial, participando das campanhas antissubmarino no Atlântico Sul e no Teatro de
Operações da Europa, na frente italiana. (Figura 9).

Nos conflitos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, a aviação militar consolidou
suas funções táticas e estratégicas, além de ter adquirido um caráter dissuasório importante,
devido ao valor que as forças aéreas obtiveram no equilíbrio de poder entre as nações.

FIGURA 9: 1º GRUPO DE AVIAÇÃO DE CAÇA DA FAB DURANTE A


SEGUNDA GUERRA MUNDIAL.

FONTE: PORTAL FAB.

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22 / 75 CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAR

Apesar de a História do Poder Aeroespacial ser relativamente recente, a aviação


desempenhou papel revolucionário em todos os conflitos armados ocorridos desde a Primeira
Guerra Mundial. O Poder Aeroespacial não modificou a natureza da guerra, porém introduziu
elementos inovadores nos métodos de se fazer a guerra. Capazes de operar sobre a terra e o mar,
os meios aéreos ampliaram as perspectivas dos comandantes militares, projetando a guerra em
alcance e velocidade, e criando ambiente tridimensional, com um grande número de
possibilidades.

Interessante conhecer (ou relembrar) tudo isso, não é mesmo? Após essa
viagem no tempo e seleção de tantos fatos importantes para a evolução da
Força Aérea e a proteção do território nacional, passamos a compreender
e a significar nosso trabalho diário, dando continuidade e
aperfeiçoamento ao trabalho iniciado por essas figuras históricas, as
quais são lembradas por suas condutas inovadoras nos conflitos. Na
posição de integrantes da Força Aérea Brasileira, precisamos saber
recontar essa história.

TÓPICO 2.2 - EVOLUÇÃO DO PODER AEROESPACIAL


Este tópico tem o capítulo 3.6 da DBFAB (EMAER, 2012) como base
textual (com adaptações para adequação do conteúdo).

Cassiano(a), é assim que lhe chamam em sua Unidade não é? Vamos


prosseguir. Apesar de toda discussão histórica do progresso da Força
Aérea Brasileira que realizamos no texto anterior, você sabia que o papel
da FAB na Defesa Nacional não se restringe ao espaço aéreo destinado ao
voo? “Arregalou os olhos”?

O desenvolvimento científico-tecnológico proporcionou melhor desempenho e maior


letalidade aos meios aéreos. A partir do final do Século XX, diversos conflitos armados
demonstraram o avanço alcançado, incluindo novos tipos de armamento e formas de emprego, a
utilização de aeronaves remotamente pilotadas e o uso de plataformas espaciais. A atmosfera

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EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 23 / 75

deixou de limitar o ambiente de emprego da arma aérea, e o espaço passou a ser um ambiente de
utilização militar.

Nesse contexto, o termo “Poder Aeroespacial” passou a ser usado, unindo as diferentes
características do segmento aéreo (“Poder Aéreo”) e do espacial (“Poder Espacial”). O segmento
aéreo envolve os componentes do Poder Aeroespacial que utilizam a atmosfera terrestre para
desenvolver suas ações. O segmento espacial abrange os componentes do Poder Aeroespacial
que fazem uso do ambiente situado além da atmosfera terrestre (por intermédio da exploração do
ambiente cósmico).

Contudo, é importante esclarecer que não há uma linha divisória entre os ambientes
atmosférico e cósmico, ainda que as diferenças físicas sejam nítidas. Uma das referências
consideradas no meio científico, mas não adotada por todos os países signatários do “Tratado
sobre Princípios Reguladores das Atividades dos Estados na Exploração e Uso do Espaço
Cósmico” (1967), estabelece a altitude de 100-110 Km, conhecida como a Linha Karman, acima
da qual seria considerado o espaço exterior. (NOTA: O Brasil é signatário desse Tratado).

Os principais benefícios do segmento espacial para as operações militares são a


durabilidade e a abrangência das ações, visto que as plataformas espaciais permanecem longo
tempo em órbita e não existem fronteiras nacionais no espaço exterior. Essas características, no
entanto, são contrabalançadas pelas limitações inerentes aos engenhos espaciais: órbitas
previsíveis, manobrabilidade limitada e alto custo de aquisição e operação.

Desse modo, para que as operações possam ser integradas, o planejamento quanto ao uso
do segmento espacial em coordenação com o segmento aéreo deve ser preciso e detalhado. A
interdependência entre os dois segmentos é observada em áreas como: enlaces de comunicações
por satélites; sensoriamento por meio de plataformas espaciais; sistemas de referência para
posição, navegação e tempo; capacidade de comando e controle mais abrangente; e precisão para
emprego de armamentos.

Vídeo1 – FAB TV – Modernização da Indústria


Aeroespacial Brasileira. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?
v=Qn8bFIQlnKU>.
Veja isso!

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24 / 75 CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAR

- Procure no conteúdo estudado as palavras-chave


que melhor representam o que foi estudado até
aqui.
- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida de
um breve comentário.
Vamos fazer
- A partir da leitura delas, tente reconstruir o que
algumas anotações!
foi visto.

TÓPICO 2.3 - CONTEXTUALIZAÇÃO


Este tópico tem o capítulo 2.2 da DCA 11-45 (EMAER, 2018), que dispõe
sobre a Concepção Estratégica da FAB, como base textual (com
adaptações para adequação do conteúdo).
Vamos retomar um pouco de história? Desta vez faremos um recorte,
enfatizando a FAB na história da aviação.

Vídeo2 – FABTV - FAB na História - Década de 40.


Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?
v=Mmuz5pYk4LE>.
Vídeo3 – FAB TV - FAB na História - déc 50 e 60.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?
v=AwQL5Bqikco>.
Vídeo4 – FAB na História - Décadas de 70 e 80.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?
Veja isso!
v=DTAg1Eos0ts>.
Vídeo5 – FAB na História - Décadas de 90 e 2000.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?
v=2IPmNMa6mqA>.

Os eventos ocorridos na Europa, que resultaram na Segunda Guerra Mundial, serviram de


base para a criação do Ministério da Aeronáutica em 1941 (pelo Presidente Getúlio Vargas). Na
década de 1940, a FAB participou da Campanha da Itália com o 1º Grupo de Aviação de Caça e a
1ª Esquadrilha de Ligação e Observação (com o Exército Brasileiro). No Brasil, em coordenação

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com a Marinha do Brasil, a FAB realizou ações de patrulha da costa do litoral brasileiro, inibindo
a ação de submarinos alemães.

No final dos anos 1960, fruto da implantação de vários institutos no Centro Técnico da
Aeronáutica (CTA), como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), foi criada a Empresa
Brasileira de Aeronáutica (EMBRAER), uma proposta brasileira para o desenvolvimento e a
produção de aeronaves, vindo a tornar-se uma das principais fomentadoras no desenvolvimento
de tecnologias de ponta e exemplo de projeto de fortalecimento da Indústria Nacional.

No limiar dos anos 1970, o Sistema de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo,
(SISDACTA) veio como solução técnica para superar as dificuldades de implantação do serviço
de proteção ao voo, sendo apontado como modelo integrado de forma criativa e eficiente pela
Organização da Aviação Civil Internacional (OACI). O SISDACTA foi substituído pelo Sistema
de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) que, em coordenação e com o Sistema de
Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA), cumprem as atividades de defesa e controle
integrado do espaço aéreo.

Nos idos de 1990, foi concebido o Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM), sob a
responsabilidade do então Ministério da Aeronáutica. Em 2002, o SIVAM passou a atuar com o
SISDACTA, integrando-se ao Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM), a partir da sua
criação.

A FAB, nos últimos setenta e cinco anos, estabeleceu e desenvolveu um Sistema de


Vigilância e Controle do Espaço Aéreo que é referência internacional. À medida que avança para
completar 100 anos, a FAB também progride na fronteira espacial, proporcionando soluções ao
País para uso do espaço exterior, adequadas à realidade brasileira, utilizando o modelo de
parcerias dentro e fora do Brasil, com ênfase no compartilhamento dual dos sistemas e
equipamentos disponibilizados.

No século XXI, a FAB atualizou os conceitos de Comando e Controle para operações


aéreas e terrestres, mediante uma reestruturação funcional e introdução de novas doutrinas de
emprego dos Meios da Força Aérea. Alguns desses meios já foram renovados ao longo da última
década e outros deverão passar por processo similar em breve.

Nas últimas duas décadas o COMAER criou inúmeras organizações militares com o
objetivo de aprimorar as atividades de suporte. No entanto, decorrido algum tempo, foi
observado que, além de não se obter o efeito desejado, as atividades-meio avolumaram-se em

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26 / 75 CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAR

comparação com as atividades-fim da Força Aérea, resultando no desequilíbrio da utilização dos


recursos humanos e material no suporte, em detrimento ao efetivo emprego da “ponta da linha”
operacional.

Reforçado pelas características intrínsecas do poder aéreo, como a pronta resposta, a


velocidade, a penetração, o alcance, a mobilidade e a flexibilidade, verificou-se que muitos
conceitos, no âmbito da FAB, necessitavam ser revistos como forma de adequar-se ao cenário
vigente.

Diferente das outras Armas, a Força Aérea admite, com maiores possibilidades, uma
estrutura mais centralizada, podendo-se lançar mão de seus meios de forma descentralizada,
conforme a ação requerida. Sendo assim, é pertinente ressaltar que a presença das Forças
Armadas ao longo de todo território é importante para a integração nacional. Entretanto, apesar
de ser desejável, a presença física da FAB em todas as principais localidades do País muitas
vezes é operacionalmente dispensável, quando houver estruturas leves e que sirvam de suporte
ao desdobramento operacional do Poder Aéreo.

No futuro as ameaças serão difusas. Os conflitos poderão envolver Estados, mas a


tendência aponta para embates assimétricos e irregulares, muitas vezes, disfarçados de crimes
internacionais, atos terroristas, e xenofobia, dentre outras formas. Logo, ficou evidente a
importância de uma completa reavaliação da estrutura existente, de modo a direcionar a Força
Aérea para o foco operacional, ou seja, restringindo as atividades-meio àquelas efetivamente
necessárias. Tal reorganização passou, inclusive, pela discussão da quantidade de organizações
militares necessárias para o atendimento das futuras demandas e sua articulação no território
nacional, a fim de atender, principalmente, às atividades eminentemente operacionais. Isso
resultou no estabelecimento de uma Comissão de Reestruturação a fim de promover as mudanças
que se mostraram necessárias, o que vem ocorrendo na atualidade.

- Procure no conteúdo estudado as palavras-chave que


melhor representam o que foi estudado até aqui.
- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida de um
breve comentário.
Vamos fazer algumas - A partir da leitura delas, tente reconstruir o que foi
anotações! visto.

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Parabéns por ter avançado até aqui! Está na


hora de fazer uma pausa.

Lembre-se de que o descanso e a reflexão fazem

Agora, que tal parte do estudo.


uma pausa?

TÓPICO 2.4 - RELEVÂNCIA DO PODER AEROESPACIAL


Este tópico tem o capítulo 2.1 da DCA 11-45 (EMAER, 2018), que dispõe
sobre a Concepção Estratégica da FAB, como base textual (com
adaptações para adequação do conteúdo).

Você “curte” filmes de guerra? Mesmo que não aprecie, imagino que você
já tenha assistido a pelo menos um deles. Você chegou a notar o quanto o
poder aéreo é decisivo no resultado da guerra?

A história mostra que controlar os pontos elevados do terreno sempre foi vital para o
sucesso das ações militares no cenário terrestre. A evolução das guerras trouxe os meios aéreos
para este contexto. Os primeiros pensadores do emprego do Poder Aéreo identificaram
rapidamente o valor da arma aérea e sua influência decisiva sobre as demais armas. O Poder
Aéreo não modificou a natureza essencial da guerra, porém introduziu elementos inovadores nos
métodos de combate.

Pela sua capacidade de atuar em diferentes ambientes operacionais, a Força Aérea


ampliou as possibilidades de suas ações, evoluindo significativamente. A integração das
capacidades relacionadas com os meios aéreos e espaciais (velocidade, alcance e liberdade
tridimensional), proporciona um campo de atuação mais abrangente, possibilitando aos Meios de
Força Aérea operar de forma diferenciada em relação às outras Forças.

O Poder Aeroespacial pode ser utilizado pelo País para expressar sua vontade, no
momento e no local determinado, necessitando, porém, de capacidades adequadas para isso. É

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28 / 75 CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAR

fato que, em várias situações, a presença física no terreno continuará sendo necessária, mas a
quantidade de meios estimada poderá ser menor, facilitando sobremaneira o deslocamento para
as áreas de interesse. Portanto, o emprego de Meios de Força Aérea é mais do que apenas lançar
determinado armamento, ou mesmo disparar mísseis em algum alvo identificado, ou tão somente
coletar inteligência, sendo, ao contrário, uma ação essencial da expressão militar do Poder
Nacional.

A FAB, como elemento constitutivo do Poder Aeroespacial Brasileiro, também está


presente nas situações de calamidade pública, naturais ou induzidas, sendo capaz de levar auxílio
rápido e preciso para as vítimas, representando boa parte da capacidade do País, em termos
logísticos. Por suas características, a FAB possui um grau de versatilidade diferenciado das
demais Forças.

As operações, sejam conjuntas, interagências ou mesmo independentes, cada vez mais


dependerão de sistemas espaciais. As áreas de comando e controle, navegação, vigilância,
comunicações, inteligência, meteorologia, entre outras aplicações, são essenciais para o sucesso
dessas operações. Considerando que a tecnologia vem possibilitando a miniaturização das
plataformas espaciais, tornando sua construção e lançamento mais acessíveis, no futuro os
sistemas espaciais poderão ser uma combinação de sistemas de parceiros, sistemas comerciais
alugados e ativos militares nacionais.

Paralelamente, a Força Aérea vem capacitando militares e civis para atuarem no emprego
dos meios espaciais à disposição do MD e que são operados pela FAB. Ressalta-se que os meios
espaciais possuem, na maioria dos casos, uso dual. Portanto, sua utilização baseia-se em acordos
técnico-operacionais com outros órgãos governamentais.

No futuro, o contínuo avanço da tecnologia, a reorganização de estruturas de apoio e de


emprego e a melhoria dos processos em todas as áreas de aplicação da FAB deverão tornar ainda
mais complexa a identificação dos limites de aplicação do Poder Aeroespacial. Um exemplo
desta reorganização pode ser visto na Figura 10, que mostra a aeronave ANV E-99 em processo
de modernização.

Os pensadores que viabilizam o emprego do Poder Aeroespacial, normalmente,


consideram a aplicação de força não de forma geográfica, mas sim funcional. Desta forma, não
dividem uma área de operações, como frentes estratégicas ou táticas, propondo uma visão mais
completa das possibilidades e restrições de emprego na área de interesse. Sendo educados dessa

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EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 29 / 75

maneira, seu olhar de tempos e movimentos admite diferenças na aplicação deste Poder, quando
comparado aos integrantes de outras Forças.

FIGURA 10: MODERNIZAÇÃO DA AERONAVE ANV E-99.

FONTE: PORTAL FAB.

Os dias atuais são muito dinâmicos, principalmente devido à propagação de tecnologias


avançadas, às pressões econômicas, às restrições de recursos naturais e às constantes revoluções
do conhecimento, representando um desafio para a FAB. Assim, a despeito das melhores análises
e projeções sobre quando e onde ocorrerá a próxima crise, isso já não é tão previsível quanto foi
no passado e raramente apresenta os desdobramentos esperados. No entanto, os militares e civis
da FAB devem desenvolver uma instituição não apenas flexível e adaptável aos desafios atuais,
capaz de proteger os interesses nacionais, mas também com um custo que seja adequado às
possibilidades do Brasil.

A FAB vem compreendendo que precisa focar seus esforços em atender a esta realidade,
oferecendo cooperação nas ações com as demais Forças Singulares e eventuais aliados, e ainda
auxiliar as autoridades civis, quando necessário, por meio da integração das capacidades
militares em atendimento à visão futura para a Defesa do País. Por conta de suas próprias
características, a FAB deve considerar não somente a era industrial, reconhecendo a necessidade
de ingressar definitivamente nesta era da informação e do conhecimento.

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Vídeo6 – Vídeo especial relembra 50 anos de


história do COMPREP. Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=Gmbt5g_2INo>.
Vídeo7 – Reestruturação da FAB. Disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?
Veja isso!
v=KyP6sTBJgpo>.

- Procure no conteúdo estudado as palavras-


chave que melhor representam o que foi
estudado até aqui.
- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida

Vamos fazer de um breve comentário.


algumas - A partir da leitura delas, tente reconstruir o que
anotações! foi visto.

TÓPICO 2.5 - A DISSUASÃO


Este tópico tem o capítulo 4.1 da DCA 11-45 (EMAER, 2018), que dispõe
sobre a Concepção Estratégica da FAB, como base textual (com
adaptações para adequação do conteúdo).

Você conhece o significado de “franzir o cenho”? Prefere consultar no


Google ou que eu lhe responda já? Vou lhe adiantar: é quando uma pessoa
uni as sobrancelhas, franzindo a testa, aparentando um semblante fechado.
Já observou que este gesto é bastante usado para dissuadir?Tenho a
certeza de que já utilizou desse gesto em algum momento.

Na esfera internacional, o Brasil atua em conformidade com os princípios listados no Art.


4º da Constituição Federal, dentre eles a “defesa da paz” e a “solução pacífica dos conflitos”. A
política externa brasileira considera o diálogo e a cooperação internacionais como instrumentos

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EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 31 / 75

essenciais para a superação de obstáculos e para a aproximação e o fortalecimento da confiança


entre os Estados.

Em alinhamento com esses princípios, todos os documentos de alto nível editados pelo
MD, em todas as suas edições e versões, quer seja no desenho da Concepção Política de Defesa,
quer seja no estabelecimento de diretrizes, abordam o tema “Capacidade de Dissuasão das
Forças Armadas”. No Glossário das FA (MD, 2015) consta que dissuasão é a “Atitude estratégica
que, por intermédio de meios de qualquer natureza, inclusive militares, tem por finalidade
desaconselhar ou desviar adversários, reais ou potenciais, de possíveis ou presumíveis propósitos
bélicos.”

Segundo André Beaufre (estrategista militar francês) “A dissuasão tende a impedir que
uma potência adversa tome a decisão de empregar suas armas ou, mais genericamente, que atue
ou reaja frente a uma situação dada, mediante a existência de um conjunto de dispositivos que
constituam uma ameaça suficiente. Portanto, o que se busca com esta ameaça é um resultado
psicológico”. (Itálico no corpo do texto conforme consta na DCA 11-45, EMAER, p. 25).

No emprego militar da palavra, a dissuasão não reprime fisicamente um inimigo, mas cria
um bloqueio psicológico. A dissuasão baseia-se na criação de um efeito psicológico que funciona
em dois tempos:

✔ ao obrigá-lo a fazer um cálculo das reais possibilidades de vencer, que surge na


comparação de suas capacidades com as do seu adversário; e

✔ no temor aos riscos de um possível conflito, que emerge de uma combinação do cálculo
anterior com outros elementos intangíveis, tais como o prestígio militar do seu adversário
e sua determinação de afrontar a ameaça.

Somam-se a isso os custos de uma guerra prolongada e a instabilidade criada na


Comunidade Internacional durante e após o conflito.

Pode-se dizer também que o êxito da dissuasão depende de três fatores: um técnico,
um político e um psicológico. O fator técnico varia com o avanço tecnológico dos armamentos;
o fator político baseia-se na análise das consequências da ação ou inação; e o fator psicológico
significa que quem dissuade convence o potencial agressor de que sua ameaça é real.

A Capacidade de Dissuasão, por sua vez, configura-se como aspecto essencial para a
Segurança Nacional, na medida em que tem como propósito desestimular possíveis agressões.

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32 / 75 CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAR

Sustenta-se nas condições que a Nação possui de congregar e aplicar suas Capacidades de
Proteção e de Pronta-resposta no caso de eventuais ações hostis contra a soberania e os legítimos
interesses nacionais. A Capacidade de Dissuasão, portanto, é uma ferramenta da diplomacia.

A Capacidade de Proteção exprime a essência da Defesa Nacional: garantir a soberania, o


patrimônio nacional, a integridade territorial e a incolumidade da população brasileira. Ela
contempla os sistemas de vigilância nas áreas de interesse e de controle sobre o território
nacional, as Águas Jurisdicionais Brasileiras, o espaço aéreo sobrejacente e o espaço exterior,
além do espaço cibernético e outras áreas relevantes.

Por sua vez, a Capacidade de Pronta-resposta visa prevenir o agravamento de uma


situação de crise ou a encerrar, de forma célere, uma contenda já deflagrada, evitando o
engajamento do País em um conflito armado prolongado. Quanto maior for o reconhecimento
internacional da capacidade de pronta-resposta de um país, mais expressiva será a dissuasão
gerada. Dessa forma, a contribuição da FAB para a consolidação da Capacidade de Dissuasão
das FA concentra-se no fortalecimento de suas Capacidades de Proteção e de Pronta-resposta.

“Pegou” a ideia de dissuadir? Muitas vezes, basta franzir o cenho, não é


mesmo?

Vídeo8 – FAB realiza fase ostensiva da


Operação Ostium III. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?
Veja isso! v=Cl18dpyfABw>.

TÓPICO 2.6 - PODER AEROESPACIAL BRASILEIRO


Este tópico tem o capítulo 4.2 da DBFAB (EMAER, 2012) como base
textual (com adaptações para adequação do conteúdo).

Você sabia que em uma situação de “guerra declarada”, o país pode


lançar mão de todos os recursos disponíveis para fins de defesa? Ou seja,
você sabia que o Poder Aeroespacial vai além da Força Aérea?

EEAR – DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS FORMAÇÃO (DEPF)


EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 33 / 75

Conforme já visto, as Expressões do Poder Nacional, o Poder Aeroespacial Brasileiro é a


projeção do Poder Nacional resultante da integração dos recursos de que a Nação dispõe para a
utilização do espaço aéreo e do espaço exterior, quer como instrumento de ação política e militar
quer como fator de desenvolvimento econômico e social, visando conquistar e manter os
objetivos nacionais.

Os elementos que constituem o Poder Aeroespacial Brasileiro são o conjunto de recursos


que são disponibilizados pelo país: a Força Aérea Brasileira; a Aviação Civil; a Infraestrutura
Aeroespacial, a Indústria Aeroespacial e de Defesa; o Complexo Científico-tecnológico
Aeroespacial; e os Recursos Humanos Especializados em Atividades Relacionadas ao Emprego
Aeroespacial. Para seu melhor entendimento, na sequência, serão vistos cada um desses
elementos.

• Força Aérea Brasileira

É o conjunto de organizações, instalações, recursos humanos e materiais empenhados no


cumprimento da missão militar atribuída à Aeronáutica e que compõe o esforço principal da
Defesa Nacional no campo militar aeroespacial.

• Aviação Civil

É o conjunto das empresas de transporte aéreo, regular e não regular, das empresas de
serviços aéreos especializados e dos meios da aviação desportiva e da aviação privada do Brasil.
A Aviação Civil é fundamental para o desenvolvimento econômico e social do País e representa
uma importante fonte de recursos humanos e materiais que podem ser mobilizados, em casos de
crises ou de conflitos armados, para atender às necessidades complementares da Aeronáutica.

• Infraestrutura Aeroespacial

É o conjunto de instalações e serviços, militares e civis, que proporciona o apoio


necessário às atividades aeronáuticas e espaciais do País. Essa infraestrutura é essencial para
promover o controle e a vigilância do espaço aéreo, a segurança da navegação aérea e a operação
segura e eficiente da aviação no espaço aéreo brasileiro. Ademais, o conjunto de aeródromos
civis, somado à infraestrutura aeronáutica militar, aumenta a mobilidade dos Meios de Força
Aérea, à medida que permite seu emprego nas diversas regiões do País. A Figura 11 mostra uma
imagem Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), a segunda base de lançamento de foguetes
da Força Aérea Brasileira. Esta consiste de uma estrutura aeroespacial.

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FIGURA 11: INFRAESTRUTURA AEROESPACIAL: CENTRO DE


LANÇAMENTO DE ALCÂNTARA

FONTE: PORTAL EBC (AGÊNCIA BRASIL).

• Indústria Aeroespacial e de Defesa

É o conjunto das empresas do parque industrial brasileiro que oferecem produtos e


serviços aos setores aeronáutico, espacial e de defesa. Trata-se de um importante instrumento de
soberania, à medida que possibilita a progressiva nacionalização de equipamentos e de serviços
requeridos pela Aeronáutica, objetivando reduzir a dependência externa.

• Complexo Científico-tecnológico Aeroespacial

É o conjunto das organizações brasileiras que executam atividades de pesquisa e de


desenvolvimento nos setores aeronáutico e espacial, e realizam formação e aperfeiçoamento de
recursos humanos para o Poder Aeroespacial. Tais atividades são essenciais para que o país
amplie sua soberania no campo científico-tecnológico aeroespacial e domine as tecnologias
requeridas pela Aeronáutica com vistas ao cumprimento de sua destinação constitucional e suas
atribuições subsidiárias.

• Recursos Humanos Especializados em Atividades Relacionadas ao Emprego


Aeroespacial

São o contingente de militares e civis que desempenham atividades relacionadas ao Poder


Aeroespacial. Essa força de trabalho é essencial para a Aeronáutica e precisa estar qualificada
para desenvolver as tecnologias aeronáuticas e espaciais compatíveis com as exigências
decorrentes da destinação constitucional e das atribuições subsidiárias.

Deve-se observar que dentre os elementos que compõem o Poder Aeroespacial, um deles
é a Força Aérea Brasileira (FAB), devendo ser compreendido que o elemento FAB e os meios

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EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 35 / 75

aeroespaciais adjudicados pelos Poderes Naval e Militar Terrestre, quando vinculados ao


cumprimento de missão da FAB e submetidos a algum tipo de comando e controle de autoridade
militar aeroespacial passa a ser designado como Poder Militar Aeroespacial. Desse modo, cabe
destacar que o preparo dos elementos do Poder Aeroespacial brasileiro para atender às
necessidades da Aeronáutica será executado à luz da Constituição Brasileira e da legislação sobre
a Mobilização Nacional. Esse preparo consiste na realização de ações estratégicas por parte do
Estado brasileiro, planejadas, coordenadas e desenvolvidas de modo metódico e permanente
desde a situação de normalidade, que viabilizem a capacitação da FAB para fazer frente as
situações decorrentes da efetivação ou da iminência da concretização de uma hipótese de
emprego.

A Mobilização Nacional será decretada por ato do Poder Executivo autorizado pelo
Congresso Nacional ou referendado por ele. Esse ato deverá especificar o espaço geográfico do
território nacional em que será realizada a Mobilização e as medidas necessárias à sua execução.

Cessados os motivos que determinaram a decretação da Mobilização Nacional, devem ser


iniciadas as ações de Desmobilização Nacional, executando-a de modo gradativo e conciliando-
se a necessidade decrescente do esforço de mobilização com a volta à normalidade.

O emprego dos elementos do Poder Aeroespacial Brasileiro em proveito da Missão da


Aeronáutica ocorrerá de acordo com a Doutrina Militar Aeroespacial, respeitadas as imposições
legais, as limitações técnicas, as nomas e os procedimentos específicos de cada elemento.

Ao final deste tópico há uma relação de documentos que detalham a Doutrina relativa à
Mobilização Nacional, recomenda-se a familiarização com os principais tópicos destes
documentos com a finalidade de facilitar a compreensão da decomposição dos Elementos do
Poder Aeroespacial.

Cassiano(a), vou aproveitar o momento para lhe perguntar sobre a


disciplina: como está sua assimilação do conteúdo até aqui? Lembre-se de
que não basta “decorar” o conteúdo.

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36 / 75 CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAR

Site1 – Lei nº 11.631, de 27 de dezembro de 2007.


(Dispõe sobre a Mobilização Nacional e cria o
Sistema Nacional de Mobilização – SINAMOB).
Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2007/Lei/L11631.htm>.

Site2 – Mobilização Nacional. Disponível em:


<https://www.defesa.gov.br/mobilizacao-nacional>.
Veja isso!
Site3 – Sistema Nacional de Mobilização
(SINAMOB). Disponível em:
<https://www.defesa.gov.br/mobilizacao-nacional/sist
ema-nacional-de-mobilizacao-sinamob>.

Vídeo9 – FAB & Indústria de Defesa – Paraquedas.


Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?
v=y99V6O8Gpqc>.

Vídeo10 – FAB & Indústria de Defesa – Ração


Operacional. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=g5xCDO7ph8w>.
Veja isso! Vídeo11 – FAB em Ação – Tecnologia Aeroespacial.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?
v=Edu7rFCLAhc>.

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EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 37 / 75

Vídeo12 – FAB presente na vida dos brasileiros –


Indústria Aeroespacial. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=s54hORn6WjA>.

Vídeo13 – FAB em Ação – Centro de Lançamento de


Alcântara. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=9glKrJLGGQA>.

Vídeo14 – FABTV – Bastidores do lançamento do


Veja isso!
primeiro Satélite Geoestacionário Brasileiro. Disponível
em: <https://www.youtube.com/watch?
v=RTf6SHNDItw>.

- Procure no conteúdo estudado as palavras-chave


que melhor representam o que foi estudado até
aqui.
- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida de
um breve comentário.
Vamos fazer
- A partir da leitura delas, tente reconstruir o que
algumas anotações!
foi visto.

Parabéns por ter avançado até aqui! Está na hora


de fazer uma pausa.
Lembre-se de que o descanso e a reflexão fazem

Agora, que tal uma parte do estudo.


pausa?

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38 / 75 CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAR

A partir de suas anotações, reconstrua com suas


palavras todo o estudo em um ou dois parágrafos,
ou se referir, elabore um mapa mental ou um

Está na hora de infográfico sobre o texto.


resumir!

Exercícios para Aprendizagem do


Capítulo.

Avançamos mais um degrau acerca da Doutrina da FAB. Podemos


verificar sua compreensão acerca do conteúdo desse capítulo? Como nos
exercícios anteriores, a proposta é que você consulte as suas anotações, o
fórum de debates ou outro recurso, desde que responda as questões a
seguir.

1. Quais fatos você anotou como mais relevantes na história da aviação que podem ser
associados ao seu emprego como Arma? Quais fatos poderiam ser citados como
influenciadores da Doutrina Militar Aeroespacial?

2. O que você entende por Poder Aeroespacial? Qual a amplitude deste termo no aspecto da
Doutrina Militar? Qual relação pode ser feita com o tópico que faz uma
“Contextualização”, unindo a história da aviação à da FAB?

3. Elabore três questões de múltipla escolha sobre o tópico “Relevância do Poder


Aerospacial” e poste no fórum. Depois resolva as questões postadas pelos companheiros.
Em seguida, debata o tema no fórum.

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EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 39 / 75

4. Faça uma ampliação do conceito de Dissuasão. Como o conceito é trabalhado na


Doutrina Militar? A Dissuasão propõe o enfrentamento? Quais associações podem ser
feitas entre Dissuasão, Doutrina Militar e a posição diplomática brasileira?

5. Faça um mapa mental que contemple os seis elementos do Poder Aeroespacial Brasileiro.
Neste mapa, além da definição, coloque exemplos para cada um desses elementos.
Exemplificando: ao lado da definição de “Indústria Aeroespacial de Defesa” posso
colocar “Embraer e Avibras”.

6. Elabore uma pergunte que possa promover um farto debate sobre este capítulo e poste no
fórum. Leia as respostas no fórum e faça uma síntese do capítulo, fazendo associações
entre cada tópico, apontando para o conceito de Doutrina Militar Aeroespacial.

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CAPÍTULO 3 - PLANEJAMENTO INSTITUCIONAL DA AERONÁUTICA

Vídeo15 – Como fazer um planejamento


estratégico (SEBRAE). Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=rKbxdOK1QDk>.
Veja isso!

TÓPICO 3.1 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


Este tópico tem o capítulo 2.2 da DCA 11-1 (EMAER, 2019), que dispõe
sobre a Sistemática de Planejamento e Gestão Institucional, como base
textual (com adaptações para adequação do conteúdo).

Você sabe como é feito o Planejamento na FAB? Após a leitura dos


capítulos anteriores você consegue ter uma pré-visão desse processo?
Pois é o que veremos neste capítulo, venha comigo.

Segundo a DBFAB (EMAER, 2012) há uma vinculação entre Doutrina e Planejamento


Estratégico Militar. Esse planejamento tem o propósito de definir e de organizar as atividades
relacionadas com o preparo e com o emprego do Poder Militar. O Planejamento do Preparo
refere-se à fase do Planejamento Estratégico Militar na qual são construídas as capacidades do
Poder Militar Nacional, enquanto que o Planejamento do Emprego é o estágio no qual são
organizadas as estruturas operativas e formuladas as concepções operacionais para a aplicação do
Poder Militar. Conforme já foi visto, esses planejamentos, no âmbito da FAB, acontecem de
forma encadeada com a Doutrina e com o Planejamento do MD.

O conceito de planejamento estratégico está associado à palavra “estratégia”,


etimologicamente, o termo é de origem militar (do grego strategos), o qual descreve o caminho
que leva os exércitos a cumprirem seus objetivos. Desse modo, “planejamento estratégico” diz
respeito às atividades que abrangem a definição da missão e dos objetivos da instituição, o
estabelecimento de uma visão estratégica, e o desenvolvimento de uma hierarquia de planos para
integrar e coordenar atividades.

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EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 41 / 75

Uma estratégia decorre de uma análise dos possíveis caminhos que devem ser utilizados
para que a instituição possa atingir os objetivos a que se propõe. São escolhas que ela faz
fundamentadas na análise dos caminhos a serem percorridos. Essa análise e essas escolhas
também ponderam os recursos disponíveis (humanos, materiais e financeiros), bem como, os
desafios e os riscos que podem afetar a instituição.

Para Evans (2013), estratégia é a forma como a Instituição pretende atingir seus
objetivos, mediante o emprego de recursos (escassos). A estratégia definirá como a Instituição
pretende alocar os recursos humanos, materiais e financeiros para alcançar suas metas e
objetivos. O termo estratégia também está associado a uma “vantagem competitiva”, no sentido
de obter-se e manter um posicionamento estratégico. (LUECKE, 2005).

Em relação ao planejamento institucional, um dos aspectos favoráveis à sua construção é


que ao estabelecer o seu Planejamento Estratégico, a instituição aponta uma direção a ser seguida
por todos os seus integrantes, otimizando a aplicação de recursos.

A estratégia trata da busca de resultados a longo prazo, e, embora seja definida no mais
alto nível da Instituição, deve envolver toda a organização. Também deve antecipar, ao máximo,
os fatores que venham a interferir neste caminho.

A FAB vem sendo impactada por constantes restrições orçamentárias, comprometendo o


alcance das metas anteriormente programadas. Esse contexto deve ser analisado e incorporado ao
planejamento, de modo a permitir uma rápida adequação às possíveis alterações que possam
ocorrer. Portanto, deve ser adotada uma estratégia de condução do COMAER no curto prazo que
leve a Instituição a superar condições adversas, mediante um planejamento balizado por
projeções factíveis de orçamento, adequando a trajetória da FAB à realidade orçamentária do
país. Logo, torna-se indispensável o acompanhamento constante da conjuntura orçamentária
nacional, a fim de gerar subsídios para acomodar o planejamento futuro da Força.

Com a finalidade de regular as normas que balizam o planejamento, execução e controle,


das ações administrativas, orçamentárias e financeiras, o COMAER decidiu formular uma
metodologia sobre o tema, que recebeu a denominação de Sistemática de Planejamento e Gestão
Institucional da Aeronáutica (SPGIA), sendo definida pelo Estado-Maior da Aeronáutica
(EMAER), que é o Órgão responsável por disciplinar tecnicamente os assuntos relacionados ao
tema. A SPGIA destina-se a:

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42 / 75 CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAR

a) Promover maior eficácia na administração da Aeronáutica, contribuindo para o


cumprimento de sua destinação constitucional;

b) Condicionar processos e meios dedicados à consecução de metas compatíveis com a


Concepção Estratégica e com os Objetivos Institucionais;

c) Promover a integração entre os planejamentos de longo, médio e curto prazos;

d) Harmonizar o planejamento orçamentário-financeiro desenvolvido na Aeronáutica com


os Planos e Programas de Governo;

e) Possibilitar a obtenção das capacidades militares necessárias para o cumprimento da


destinação constitucional da Aeronáutica; e

f) Propiciar continuidade administrativa, em todos os escalões da Aeronáutica, quanto ao


emprego dos recursos orçamentários e financeiros disponíveis.

A SPGIA exerce forte influência sobre o comportamento da Instituição, tanto por sua
abrangência, quanto pelas ferramentas organizacionais que fornece. Com a finalidade de orientar
suas ações, a SPGIA baseia-se nos princípios listados adiante. Vamos entendê-los?

a) Abrangência Institucional – atuar sobre os processos administrativos relacionados ao


planejamento, à execução e ao controle dos recursos orçamentários e financeiros,
permeando toda a Instituição;

b) Suporte à Decisão – apoiar o processo de tomada de decisão em todos os níveis


organizacionais, pela visualização das prioridades e das disponibilidades orçamentárias e
financeiras;

c) Aderência ao Modelo Governamental – prover uma estrutura compatível e integrada às


necessidades e características do modelo de gestão do Governo Federal;

d) Previsão Integral de Gastos – assegurar o planejamento dos dispêndios de recursos


orçamentários no âmbito institucional;

e) Transparência Processual – proporcionar ampla visibilidade dos processos institucionais


de orçamento e gestão, respeitado o grau de sigilo das informações; e

f) Melhoria Contínua – buscar, permanentemente, a excelência dos serviços que se propõe a


prestar, pelo aprimoramento de seus recursos humanos, materiais e processuais.

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EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 43 / 75

E aí? Tudo bem quanto a esse tópico? Agora você já sabe o que é SPGIA e
para que ela serve. Podemos seguir adiante? “Topa” conhecer as fases da
SPGIA?

TÓPICO 3.2 - FASES DO PLANEJAMENTO INSTITUCIONAL


Este tópico tem o capítulo 2.8 da DCA 11-1 (EMAER, 2019), que dispõe
sobre a Sistemática de Planejamento e Gestão Institucional, como base
textual (com adaptações para adequação do conteúdo).

Você já ouviu falar, no âmbito de sua Unidade, sobre o termo PTA? É


fundamental que um(a) Cassiano(a) detenha conhecimento sobre este
assunto, para isso, vamos aprender sobre a Sistemática de Planejamento
da FAB?Está preparado(a)?

Como vimos, o Planejamento Institucional da Aeronáutica está classificado em três níveis


(estratégico, operacional e tático), e ocorre em cinco fases, sendo as duas primeiras no nível
estratégico, as duas seguintes no nível operacional e a quinta fase no nível tático.

As fases possibilitam a identificação do grau de detalhamento que vai sendo aplicado ao


planejamento à medida que ele se afasta do nível conceitual e se aproxima do nível de efetiva
execução das ações.

Para melhor visualização, a Figura 12 associa os documentos que são produzidos ao final
de cada fase do Planejamento Institucional aos respectivos níveis e órgãos responsáveis pela
elaboração:

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44 / 75 CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAR

FIGURA 12: ASSOCIAÇÃO ENTRE AS FASES, NÍVEIS, DOCUMENTOS PRODUZIDOS, E ÓRGÃO ELABORADOR

FONTE: PRÓPRIO AUTOR (BASEADO NA DCA 11-1)

A Figura 13 apresenta a visão geral do encadeamento dos documentos da SPGIA e os


principais conteúdos de cada um desses documentos.

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EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 45 / 75

FIGURA 13: VISÃO GERAL DO ENCADEAMENTO DE DOCUMENTOS DA SPGIA.

FONTE: DCA 11-1/2019, P. 24

Além das cinco fases do Planejamento Institucional, esse quadro ainda apresenta os
seguintes itens:

a) Documentos do MD: utilizado para direcionar a confecção da Concepção Estratégica;

b) Plano de Articulação e Equipamento da Aeronáutica (PLAER): o PLAER decorre


diretamente da Concepção Estratégica e provê dados e informações para a confecção do
PEMAER e da DIPLAN.

c) Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA): utilizado para atualizar a projeção


orçamentária para o ano seguinte; e

d) Plano de Ação da Aeronáutica: documento que congrega as principais informações


orçamentárias que subsidiam a execução do planejamento realizado.

Na Figura 13 também é representado o ciclo de “acompanhamento, controle e


realimentação”, que se relaciona com todas as fases e por meio do qual é realizada a Gestão
Institucional.

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46 / 75 CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAR

- Procure no conteúdo estudado as palavras-


chave que melhor representam o que foi
estudado até aqui.

- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida


de um breve comentário.
Vamos fazer
algumas - A partir da leitura delas, tente reconstruir o que
anotações!
foi visto.

Parabéns por ter avançado até aqui! Está na


hora de fazer uma pausa.

Lembre-se de que o descanso e a reflexão fazem


Agora, que tal parte do estudo.
uma pausa?

TÓPICO 3.3 - DEFINIÇÃO DA MISSÃO

Vídeo16 – Como elaborar a missão da minha


empresa (SEBRAE). Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?
v=MtDtncecW24>.
Veja isso!

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EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 47 / 75

Este tópico tem como base textual (com adaptações para adequação do
conteúdo) o capítulo 3.1.2 da DCA 11-1 (EMAER, 2019), que dispõe sobre
a Sistemática de Planejamento e Gestão Institucional, e o capítulo 3 da
DCA 11-45 (EMAER, 2018), que dispõe sobre a Concepção Estratégica da
FAB.

Você já ouviu falar sobre a tríade “Missão, Visão e Valores”? Já notou que
ela está cada vez mais presente no cotidiano das empresas? E em relação à
própria Instituição? Está na hora de ampliar seu conhecimento sobre este
assunto. Então venha comigo.

Conforme apontado no quadro que trata da visão geral do encadeamento de documentos


da SPGIA, a Concepção Estratégica contém os Fundamentos Institucionais: Missão, Visão e
Valores. Para fins teóricos, esse “tripé” estabelece a “identidade” da Instituição com a seguinte
proposta, vamos entendê-la melhor:

➢ A Missão responde as perguntas: O quê? Por quê? Para quem? Identifica “qual é o
negócio” e a “razão de ser” da instituição.

➢ A Visão responde as perguntas: Para onde? Para quando? Identifica o “posicionamento


estratégico futuro” da instituição.

➢ Os valores traduzem os princípios que deverão permear o comportamento organizacional


e as atividades da Instituição.

No tocante à Missão, ela traduz o desígnio ou a razão de ser da instituição, segundo uma
perspectiva ampla e duradoura, ao mesmo tempo em que individualiza e identifica o escopo de
suas operações em termos de atribuições e público-alvo.

Quando há o entendimento da Missão torna-se possível compreender o papel que a


instituição desempenha para seus stakeholders (o termo faz referência aos órgãos e às pessoas
que se relacionam com a – em torno da – instituição, tais como fornecedores, sociedade,
instituições sociais e governamentais).

Para os órgãos governamentais, a Missão pode ser entendida como a função que ela
desempenha de modo a tornar útil sua ação e justificar sua existência do ponto de vista dos seus

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48 / 75 CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAR

integrantes e da sociedade em que ela atua. O estabelecimento da Missão tem como ponto de
partida a análise e a interpretação de questões como:

a) Qual a razão de ser da organização?

b) Qual a natureza do negócio da organização?

c) Quais os tipos de atividades em que a organização deve concentrar seus esforços no


futuro?

Quando a Alta Administração da Instituição estabelece a Missão e a declara formalmente,


são obtidos, dentre outros, os seguintes benefícios:

a) Direcionamento dos esforços do efetivo para a mesma e única direção;

b) Definição das áreas de atuação prioritárias em que devem ser aplicados os recursos
disponíveis; e

c) Obtenção do consenso de que os esforços e os recursos alocados propiciarão o


cumprimento da missão.

A definição da missão do Comando da Aeronáutica (COMAER) considera as suas


atribuições legais, a sua amplitude, o seu caráter dual e a visão institucional de como são
realizadas, com foco na sua atribuição principal e razão de ser como Força Armada. Considera,
ainda, o seu papel de contribuinte com o desenvolvimento da Nação, de forma que possa ser
facilmente entendida por todos os seus componentes. A missão deve nortear todas as atividades
da FAB.

Sinteticamente, o COMAER deverá defender o Brasil, impedindo o uso do espaço aéreo


brasileiro e do espaço exterior para a prática de atos hostis ou contrários aos interesses nacionais.
Para isso, deverá dispor de capacidade efetiva de vigilância, de controle e de defesa do espaço
aéreo, sobre os pontos e áreas sensíveis do território nacional, com recursos de detecção,
interceptação e destruição.

Paralelamente, no viés de contribuir com o desenvolvimento da Nação, deverá participar


da integração do seu território. Para atender a essa demanda, sempre que possível,
disponibilizará os seus meios operacionais e logísticos para levar a presença do Estado a todos os
pontos do País em apoio a órgãos públicos federais, estaduais ou municipais, bem como em
atendimento a políticas públicas e sociais.

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EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 49 / 75

Agora que você já entendeu um pouquinho mais sobre esse “tripé” que,
conforme mencionado anteriormente, estabelece a “identidade” da
Instituição, você saberia dizer rapidamente qual a Missão do Comando da
Aeronáutica?

A Missão do Comando da Aeronáutica ficou sintetizada conforme o quadro seguinte:

MANTER A SOBERANIA DO ESPAÇO AÉREO E INTEGRAR O


TERRITÓRIO NACIONAL, COM VISTAS À DEFESA DA PÁTRIA.

TÓPICO 3.4 - DEFINIÇÃO DA VISÃO DE FUTURO

Vídeo17 – Como definir a visão de futuro para


a minha empresa (SEBRAE). Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?
v=EP_XxGX1Ngs>.
Veja isso!

Este tópico tem como base textual (com adaptações para adequação do
conteúdo) o capítulo 3.1.3 da DCA 11-1 (EMAER, 2019), que dispõe sobre
a Sistemática de Planejamento e Gestão Institucional, e o capítulo 3 da
DCA 11-45 (EMAER, 2018), que dispõe sobre a Concepção Estratégica da
FAB.

Você costuma pensar em seu futuro? Concorda que isso é importante?


Então, para uma instituição como a FAB, isso não é diferente, ela também
precisa projetar-se no futuro. Você saberia dizer qual a Visão de Futuro de
nossa Força? Se sua resposta for “NÃO”, vamos avançar e conhecer um
pouquinho mais para responder a essa pergunta.

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50 / 75 CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB EEAR

A Visão de Futuro (ou simplesmente: Visão) pode ser definida como a descrição de um
estado futuro ambicioso (porém factível), exprimindo uma conquista estratégica de grande valor
para a Instituição. O maior intento de se definir a Visão é o de criar uma imagem que desafie e
mobilize todas as pessoas envolvidas na construção dessa conquista de forma “inspiradora”.

A Visão de Futuro deve apresentar um quadro descritivo do que a Instituição almeja ser
em um horizonte temporal determinado. Por refletir um “posicionamento estratégico futuro”, a
Visão de Futuro deve possuir as seguintes características e atributos essenciais:

a) Ser desenvolvida pela alta direção da Instituição;

b) Ser ao mesmo tempo abrangente e precisa;

c) Ser compartilhada e ter o apoio de todos; e

d) Transmitir uma noção de direção.

Conforme a Concepção Estratégica da FAB, o processo de elaboração da Visão de Futuro


delineou os aspectos que se seguem como fundamentais:

a) Operacionalidade: No contexto atual, este aspecto identifica a necessidade de


desenvolver a capacidade de pronta-resposta a qualquer ameaça à soberania, ao
patrimônio nacional e à integridade territorial;

b) Modernidade: Ao reconhecer que uma força aérea necessita encontrar-se no “estado da


arte” para cumprir a sua missão, esse aspecto suscita a necessidade de direcionar recursos
orçamentários para investimento em tecnologia de ponta, técnicas, táticas de vanguarda
nos ambientes aéreo, espacial e cibernético; e

c) Integração: Aspecto que congrega duas vertentes relevantes para a FAB: por um lado,
contribuir para uma sociedade mais evoluída, que seja alcançada pelas ações do Estado e
pelas políticas públicas e sociais; e por outro lado, estreitar a cooperação com a MB e
EB, com as agências governamentais brasileiras e com as Forças Armadas de Nações
Amigas.

A Concepção Estratégica é o documento que enuncia a Visão de longo prazo. Entretanto,


o Plano Estratégico (PEMAER) poderá apresentar uma ou mais visões, de curto ou médio prazo,
que deem suporte para o alcance da visão de longo prazo estabelecida.

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EEAR CAS - DOUTRINA E PLANEJAMENTO DA FAB 51 / 75

A Visão de Futuro da FAB (no sentido de posicionamento estratégico em relação àquilo


que a Instituição estabeleceu para o futuro) foi projetada para 2041, ano em que completa 100
anos de sua criação, e ficou sintetizada conforme o quadro seguinte:

UMA FORÇA AÉREA DE GRANDE CAPACIDADE DISSUASÓRIA,


OPERACIONALMENTE MODERNA E ATUANDO DE FORMA INTEGRADA
PARA A DEFESA DOS INTERESSES NACIONAIS.

Gostou do conteúdo até aqui? As “coisas” aparentam fazer mais sentido


para você? Isso é bom! Indica que você está crescendo profissionalmente.

TÓPICO 3.5 - DEFINIÇÃO DOS VALORES NA FORÇA AÉREA BRASILEIRA


Este tópico tem como base textual (com adaptações para adequação do
conteúdo) o capítulo 3.1.4 da DCA 11-1 (EMAER, 2019), que dispõe sobre
a Sistemática de Planejamento e Gestão Institucional, o capítulo 3 da DCA
11-45 (EMAER, 2018), que dispõe sobre a Concepção Estratégica da FAB,
e o capítulo 2 do MCA 909-1 (EMAER, 2016), que dispõe sobre o
Programa de Formação e Fortalecimento de Valores.

Você já ouviu a expressão “mantenha os modos”? Essa expressão nos


alerta para os bons costumes e para os bons hábitos. Que tal caminharmos
mais um pouco nesta disciplina em direção aos Valores da Força?

Como mencionado, os Valores traduzem os princípios que deverão permear o


comportamento organizacional e as atividades da Instituição. Os Valores são definidos como o
conjunto de princípios e crenças que norteiam os trabalhos e que auxiliam os membros da
Instituição a tomar decisões, principalmente aquelas que envolvem situações complexas,
associadas à ética e que geram conflitos de interesse (dilemas éticos). Os Valores tratam dos
ideais que servem de orientação e inspiração para as futuras gerações da Instituição. Os
princípios organizacionais referem-se a conceitos dos quais não se está disposto a abrir mão.
Cabe refletir que grande parte dos conflitos que afetam o ambiente corporativo não são de
natureza técnica, mas sim, de natureza ética.

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O MCA 909-1 (EMAER, 2016), que dispõe sobre o Programa de Formação e


Fortalecimento de Valores – PFV, afirma que:

Os valores são crenças e atitudes que dão personalidade a uma instituição.


Funcionam como uma bússola norteadora de suas condutas e políticas
adotadas. Eles representam os ideais de atitude, comportamento e resultados
que devem estar presentes em todos os seus integrantes. No meio militar,
transparecem o espírito da instituição das Forças Armadas perante os seus
membros e toda a sociedade. (MCA 909-1, EMAER, 2016, p. 11).

A FAB, em sua Concepção Estratégica (DCA 11-45, p. 21), destaca que os Valores “[…]
são princípios duradouros que sintetizam a essência da organização”. A mesma Diretriz diz ainda
que os Valores são fundamentais para a cultura organizacional, ao agrupar as pessoas em torno
de pensamentos comuns.

Os Valores não estão restritos aos conceitos ligados ao ambiente de trabalho, eles também
se relacionam com o planejamento, com a doutrina e com a estratégia institucional. Segundo o
que se estabelece na Concepção Estratégica da FAB, as práticas e os objetivos organizacionais
devem estar em harmonia com os Valores institucionais.

Os Valores-síntese da FAB estão estabelecidos na sua Concepção Estratégica (DCA 11-


45, EMAER, 2018), sendo apontados cinco valores que traduzem a personalidade da Força, e
que, por isso, devem balizar a conduta e a cultura de todos os militares e civis da Força Aérea:

 Disciplina

É a rigorosa observância e o acatamento integral às leis, regulamentos, normas e


disposições que fundamentam o organismo militar e coordenam seu funcionamento regular e
harmônico, traduzindo-se pelo perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de cada um
dos componentes da instituição;

 Patriotismo

É o sentimento de orgulho, amor e devoção incondicional à sua terra, aos seus símbolos,
às suas instituições e ao seu povo. É a razão do amor dos que querem servir ao seu País e ser
solidários com a Nação, traduzido pelo compromisso permanente de fidelidade e devoção à
Pátria, em quaisquer circunstâncias;

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 Integridade

É um traço de caráter que exprime a vontade de fazer o que é correto em qualquer


circunstância. É a bússola moral, a voz interior que deve conduzir todas as ações de seus
indivíduos na prática dos deveres, segundo os princípios da ética militar, associados ainda com a
honestidade e responsabilidade;

 Comprometimento

É a satisfação de pertencer à Instituição, externada pela demonstração cotidiana de


entusiasmo, motivação profissional, espírito de sacrifício, gosto pelo trabalho bem-feito,
dedicação integral à missão e aos seus companheiros, trabalho em equipe e lealdade ao País e aos
irmãos de farda; e

 Profissionalismo

É trabalhar de forma competente e responsável, focado no atendimento dos


compromissos assumidos. É perseverar diante de problemas difíceis e desafios, esforçando-se
por permanecer inabalado diante do esgotamento físico e mental. É orgulhar-se do sucesso de seu
trabalho. É motivar-se por questões profissionais em vez de pessoais.

No que diz respeito aos Valores, a Concepção Estratégica da FAB estabelece que:

[…] o caráter do militar não deve ser corrompido pela cobiça e delírio da
autopromoção; nem pela omissão, covardia, maledicência, sequer pela inércia,
comodismo, e muito menos pela ostentação, vaidade ou prepotência. A Força
Aérea é forte pelas virtudes de desprendimento, solidariedade e idealismo dos
seus homens e mulheres, que fizeram o juramento de bem servir com eficiência
e profissionalismo, na paz e na guerra, sempre fiéis às suas consciências. (DCA
11-45, EMAER, 2018, p. 21).

E aí, preparado para contribuir com o PFV de sua Unidade? Você sabe
que com seu bom exemplo já está contribuindo para o crescimento da
Força, não é mesmo?

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Site4 – Missão, Visão e Valores da FAB.


Disponível em:
<http://www.fab.mil.br/missaovisaovalores>.
Veja isso!

- Procure no conteúdo estudado as palavras-


chave que melhor representam o que foi
estudado até aqui.

- Faça uma lista dessas palavras-chave seguida


de um breve comentário.
Vamos fazer
algumas - A partir da leitura delas, tente reconstruir o que
anotações!
foi visto.

Parabéns por ter avançado até aqui! Está na


hora de fazer uma pausa.

Lembre-se de que o descanso e a reflexão fazem

Agora, que tal parte do estudo.


uma pausa?

A partir de suas anotações, reconstrua com suas


palavras todo o estudo em um ou dois
parágrafos, ou se referir, elabore um mapa
mental ou um infográfico sobre o texto.
Está na hora de
resumir!

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Exercícios para Aprendizagem do Capítulo.

Vejo que você está progredindo. Parabéns! Entretanto, precisamos avaliar


a qualidade de seu estudo. Não “pule” esta etapa, ela é essencial para seu
aprendizado.

1. Qual a origem do conceito de Planejamento Estratégico? Como a FAB trabalhou o


conceito?

2. Qual a finalidade da SPGIA? Em quais princípios ela se baseia?

3. Reconstrua o quadro com as fases do planejamento da FAB. Faça observações


manuscritas acerca dessas fases. Em seguida, faça associação com o encadeamento dos
documentos da SPGIA.

4. Quais documentos e conceitos fundamentam a elaboração do PEMAER?

5. Justifique a Missão-síntese da FAB. Qual associação pode ser feita com as atribuições
legais atribuídas à FAB?

6. Qual o conceito de Visão (de futuro)? O que a FAB propôs para 2041? Por que 2041?
Quais aspectos foram julgados essenciais para sua elaboração?

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7. Quais características e atributos são essenciais para o sucesso, quando se estabelece a


Visão?

8. Qual a importância dos Valores para uma Instituição? Qual o conceito de cada um dos
valores estabelecidos pela FAB?

9. A partir de uma situação contextualizada, você seria capaz de identificar os valores


envolvidos? Cite exemplos contextualizados para cada valor.

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CAPÍTULO 4 - ÁREA DE ATUAÇÃO: DIMENSÃO 22


Este tópico tem o capítulo 3.4 da DCA 11-45 (EMAER, 2018), que dispõe
sobre a Concepção Estratégica da FAB, como base textual (com
adaptações para adequação do conteúdo).

Vídeo18 – Dimensão 22. Disponível em:


<https://www.youtube.com/watch?v=Lb2-
H34iDyA>.
Texto5 – Revista Aerovisão, nº 254 (Dimensão
22, p. 30-37). Disponível em:
<https://issuu.com/portalfab/docs/aerovisao_25
Veja isso!
4_out_nov_dez_2017>.

TÓPICO 4.1 - A DIMENSÃO 22


Estamos caminhando para o último assunto a ser discutido em nossa
apostila. Até o momento nossa parceria foi muito proveitosa, pois tenho a
certeza de que sanou dúvidas e progrediu em conhecimentos. Portanto,
vamos lá!

A Missão síntese da Força Aérea Brasileira foi declarada em consonância com o


arcabouço legal que estabelece o papel que ela precisa desempenhar. Seu enunciado evidencia as
três principais ações executadas pela FAB com as quais ela mais contribui para o cumprimento
da destinação constitucional das Forças Armadas: Controlar, Defender e Integrar.

Controlar está associado à responsabilidade da FAB pela prestação dos Serviços de


Tráfego Aéreo em todo espaço aéreo sobrejacente ao território nacional. Em cumprimento a
acordos internacionais, por intermédio da FAB, o Brasil também é responsável por prestar esses
serviços em uma área que extrapola o continente, abrangendo uma área bastante extensa sobre o
Oceano Atlântico, totalizando 22 de milhões de quilômetros quadrados. Os serviços prestados
são o controle da circulação aérea, a vigilância do espaço aéreo e o gerenciamento do tráfego
aéreo, além da meteorologia aeronáutica, da cartografia aeronáutica e de informações
aeronáuticas. A FAB também tem a atribuição de cumprir missões de busca e salvamento em
toda a extensão dessa área, tanto territorial quanto marítima.

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Defender está associado à garantia da soberania do espaço aéreo, que inclui todo
território nacional e suas fronteiras, e também se relaciona com a defesa dos interesses nacionais
na chamada Zona Econômica Exclusiva, totalizando doze milhões de quilômetros quadrados.
Com unidades operacionais localizadas em pontos estratégicos do País, a FAB realiza missões
típicas das aviações de Caça, Patrulha Marítima, Busca e Salvamento, Reconhecimento e
Transporte para assegurar a Defesa Aérea. No viés relacionado a Defender, além de utilizar a
aviação, A FAB realiza ações terrestres de Contraterrorismo, de Garantia da Lei e da Ordem
(GLO) e de Defesa Antiaérea.

Integrar, que sempre esteve presente nas ações da FAB, consta como uma de suas
responsabilidades, traduzindo-se na realização de diversas missões no território nacional que
proporcionam a integração do Brasil. O Integrar está presente por meio de serviços de ajuda
humanitária, ações cívicos sociais, transporte de pessoas e de suprimentos, transporte de órgãos e
de urnas eleitorais, evacuações aeromédicas e construção de pistas. Essas são algumas das ações
realizadas pela FAB e que garantem direitos fundamentais à população carente e desenvolvem a
percepção da presença do Estado em regiões de difícil acesso do País.

Essas três principais ações executadas pela FAB (controlar, defender, integrar) estão
ilustradas por meio da Figura 14.

FIGURA 14: FOLDER RELATIVO À DIMENSÃO 22.

FONTE: PORTAL FAB.

A tríade: “controlar, defender e integrar” está relacionada com a Missão da FAB e suas
atribuições subsidiárias, conforme se constata nos textos da ICA 11-1 (EMAER, 2007), que

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dispõe sobre a Missão da Aeronáutica, em correlação com o capítulo 3 da DCA 11-45 (EMAER,
2018), que dispõe sobre a Concepção Estratégica da FAB.

Deve ser observado que a Dimensão 22 é “algo conceitual”, trata-se de uma forma
(visual) de a FAB comunicar sua Missão. É importante compreender que a Dimensão 22 possui
um papel no campo da “comunicação corporativa”, no sentido de a FAB dialogar com seu
público interno e externo para esclarecer sua missão e sua “entrega de valor” à sociedade.
Também se pode interpretar o Programa Dimensão 22 como uma maneira de a FAB “mostrar”
“QUAL É e COMO” ela cumpre sua missão institucional, demonstrando a razão de sua
existência e de sua importância para a sociedade.

A revista Aerovisão nº 254 (4º tri/2017, p. 30) denomina a Dimensão 22 como “uma
campanha institucional”. Segundo a matéria, trata-se de “Um conceito moderno que sintetiza a
responsabilidade de atuação da instituição no cumprimento da sua missão, em sintonia com os
desafios do futuro”.

Site5 – Dimensão 22. Disponível em:


<http://www.fab.mil.br/dimensao22/>;
Vídeo19 – FAB no Controle – DECEA.
Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?
v=jGGfzokBR1w>.
Vídeo20 – FAB presente na vida dos brasileiros
- Defesa Aérea. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?
Veja isso! v=8NrMgib3p5I>.
Vídeo21 – FAB presente na vida dos brasileiros
– Integração. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?
v=D5QdmOWUJpU>.

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Exercícios para Aprendizagem do


Capítulo.

Preparado para responder mais alguns exercícios de aprendizagem?


Aproveito para relembrar que a “decoreba” não é um método eficaz de
estudo, portanto, verifique sua compreensão sobre o conteúdo.

Não deixe de realizar os exercícios de aprendizagem sobre este capítulo,


tudo bem?

10. De que maneira você associaria a Dimensão 22 aos Fundamentos Institucionais?

11.Considere diferentes operações aéreas ou exercícios militares e identifique se


correspondem a Controlar, Defender ou Integrar. Exemplo: “missões destinadas ao
transporte de urnas”: Integrar. Quais outros exemplos podem ser apontados?

12. Frequentemente, o Portal da FAB publica matérias sobre diversas ações da FAB,
identifique notícias que se enquadrem nos conceitos de Controlar, de Defender e de
Integrar. Poste pelo menos uma matéria (com sua observação) no fórum para debate entre
a turma.

13. Escreva um parágrafo explicando o conceito de Dimensão 22.

14. Assista aos vídeos disponíveis nos links a seguir e discuta com algum
companheiro sobre qual conceito da Dimensão 22 está sendo estampado, justificando seu
posicionamento com base no texto do cap. 4:

https://www.youtube.com/watch?v=3YXSSUjwi00

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https://www.youtube.com/watch?v=IRmuz5cJJEY

Para “fechar com chave de ouro”, ponha em prática o marcador seguinte.

- Quais suas observações iniciais acerca do texto? Identifique


algumas palavras-chave e faça breves anotações sobre elas.
Faça uma breve descrição do texto. Quais correlações e
associações você pode fazer em relação a ele? Compare-o a
outras leituras que você já tenha realizado. Faça breves
anotações, infográficos ou desenhos.

- Experimente decompor o texto em tópicos. Anote cada


tópico acrescido de um breve comentário. Após isso, faça um
resumo, reconstruindo o texto com suas próprias palavras a
partir dos tópicos. Avalie todas as suas anotações de forma
Roteirize o seu
estudo! reflexiva. Há algo que você possa melhorar?

- Tente explicar seu resumo para alguém, prepare uma aula


com 3 a 5 slides, ou faça um “mapa mental” sobre o assunto
estudado. Faça uma “busca” na Internet por algum texto,
infográfico ou vídeo que esteja relacionado com o assunto e
que possa ser acrescentado ao seu material de estudo

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Prezado Aluno(a), chegamos ao fim de mais uma etapa concluída e vencida com sucesso,
Parabéns! Esperamos que em todos esses momentos que estivemos juntos você tenha
aproveitado e aprendido muito.

Durante nosso estudo realizamos leituras, aprendemos conceitos, verificamos novos


procedimentos. Fizemos anotações, resumos, exercícios, elaboramos roteiros de estudo e
dialogamos bastante, não foi mesmo?

Nesta disciplina, estudamos como se estrutura a Doutrina Militar, o Poder Aeroespacial, o


Planejamento Institucional da Aeronáutica e a Área de Atuação: Dimensão 22. Vimos também os
aspectos que envolvem a Doutrina Militar, como essa doutrina é executada em nosso território
nacional, os princípios da doutrina militar aeroespacial e suas fontes. Trabalhamos os conceitos
relacionados ao Poder Aeroespacial, desde o seu início até a sua evolução e demais aspectos
importantes sobre esse assunto Estudamos o Planejamento Institucional da Aeronáutica, sua
fundamentação, fases e definições da missão, visão e valores de futuro. Finalizamos realizando
algumas reflexões a respeito do tema Dimensão 22 e as três principais ações executadas pela
FAB.

Encerramos ciclos, fechamos portas, terminamos capítulos, não importa o nome que
damos, o que importa é a sua aprendizagem e o seu crescimento profissional!

Com as saudações da Equipe do Berço dos Especialistas, sucesso em sua Missão!

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REFERÊNCIAS

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______. Comando da Aeronáutica. EMAER. DCA 11-45. Concepção Estratégica – Força Aérea
100. Brasília, 2018.

______. Comando da Aeronáutica. EMAER. ICA 11-1. Missão da Aeronáutica. Brasília, 2007.

______. Comando da Aeronáutica. EMAER. MCA 10-4. Glossário da Aeronáutica. Brasília.


2001.

______. Comando da Aeronáutica. EMAER. MCA 909-1. Programa de Formação e


Fortalecimento de Valores – PFV. Brasília. 2016.

______. Comando da Aeronáutica. EMAER. NSCA 1-1. Sistema de Doutrina Aeroespacial.


Brasília, 2013.

______. Comando da Aeronáutica. EMAER. PCA 11-47. Plano Estratégico Militar da


Aeronáutica 2018-2027 (PEMAER). Brasília, 2018.

______. Ministério da Defesa. MD35-G-01. Glossário das Forças Armadas. 5ª ed. Brasília, 2015.

______. Ministério da Defesa. MD 35-D-02. Diretrizes para organização e funcionamento do


Sistema de Doutrina Militar Combinada (SIDOMC). Brasília, 2008.

______. Ministério da Defesa. MD51-M-04. Doutrina Militar de Defesa. 2ª ed. Brasília, 2007.

EVANS, Vaghan. Ferramentas estratégicas: guia essencial para construir estratégias relevantes. 1ª
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FREDERICO JÚNIOR, José. Dimensão 22: o DNA da FAB. Aerovisão – A revista da Força
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LUECKE, Richard. Estratégia – criar e implementar a melhor estratégia para seu negócio. 4ª Ed.
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SwKQWcgEooO3sMgjGbW0TEq5m3teXpBJrV_cbygbQFpM4Bfbqu4vNVONq2h8Tsi3uL3ys
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