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MINISTÉRIO DA DEFESA

COMANDO DA AERONÁUTICA
ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA

CURSO DE APERFEIÇOAMENTO AVANÇADO

CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS
VOLUME ÚNICO

CAA
MINISTÉRIO DA DEFESA
COMANDO DA AERONÁUTICA
ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA

CURSO DE APERFEIÇOAMENTO AVANÇADO


CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS
VOLUME ÚNICO
Apostila da Disciplina de Características
Organizacionais do Curso de Aperfeiçoamento
Avançado (CAA)
Edições:
1a Edição:
SO QSS LEMOS – 2020
2a Edição:
2S QSS SAD CLARA – 2022
2S QSS SAD FELIPE – 2022

Revisor(es) Pedagógico(s):
1º Ten QOAP PED FREDERICO – 2020
2º Ten QOCon PED VIEIRA – 2022

Revisor(es) de Diagramação:
SO QSS BFT DINIZ – 2020
S1 QSD SAD BARROS – 2020
3S QESA SAD M. CARVALHO – 2023

GUARATINGUETÁ – SP
2023
DOCUMENTO DE PROPRIEDADE DA EEAR
Todos os Direitos Reservados

Nos termos da legislação sobre direitos autorais, é proibida a


reprodução total ou parcial deste documento, utilizando-se de qualquer forma ou
meio eletrônico ou mecânico, inclusive processos xerográficos de fotocópias e de
gravação, sem a permissão, expressa e por escrito, da Escola de Especialistas de
Aeronáutica – Guaratinguetá – SP.
SUMÁRIO

1 OS PRIMÓRDIOS DA ADMINISTRAÇÃO.............................................................................13
1.1 ANTECEDENTES HISTÓRICOS...........................................................................................13
1.2 INFLUÊNCIA DOS FILÓSOFOS............................................................................................14
1.3 INFLUÊNCIA DA ORGANIZAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA.........................................15
1.4 INFLUÊNCIA DA ORGANIZAÇÃO MILITAR...................................................................15

2 CULTURA ORGANIZACIONAL..............................................................................................19
2.1 DELIMITAÇÃO TEMÁTICA.................................................................................................19
2.2 DEFINIÇÕES DE CULTURA ORGANIZACIONAL...........................................................20
2.3 NÍVEIS DE ATUAÇÃO DA CULTURA.................................................................................21
2.4 DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL.....................................................................22

3 COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL E O ÂMBITO DA FAB...............................................27


3.1 TIPOS DE COMUNICAÇÃO...................................................................................................27
3.2 MECANISMOS INSTITUCIONAIS DE COMUNICAÇÃO NO ÂMBITO DA FAB........32

4 COMPORTAMENTO E CLIMA ORGANIZACIONAL.........................................................37


4.1 COMPORTAMENTO HUMANO E ORGANIZACIONAL.................................................37
4.2 CLIMA ORGANIZACIONAL E AMBIENTE DE TRABALHO........................................39
4.3 O IMPACTO DA MOTIVAÇÃO HUMANA NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL.....45

5 CARACTERÍSTICAS DAS ORGANIZAÇÕES MILITARES................................................57


5.1 ESPECIFICIDADES DAS ORGANIZAÇÕES MILITARES...............................................57
5.2 SERVIÇOS COLOCADOS À DISPOSIÇÃO DOS MILITARES NAS OM.......................60

6 CONCLUSÃO...............................................................................................................................81

7 REFERÊNCIAS............................................................................................................................83
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APRESENTAÇÃO

Prezado aluno, parabéns por sua matrícula no Curso de Aperfeiçoamento


Avançado! Trata-se de um grande momento em sua carreira.

Possivelmente você já teve contato com parte dos assuntos que trataremos nesta
apostila, entretanto, o que se pretende é sistematizar esse conhecimento de forma a capacitá-lo
para exercer as atribuições de um graduado em sua posição hierárquica, em que serão exigidos
conhecimentos e habilidades para assessorar superiores e orientar equipes compostas por
militares mais modernos.

Para iniciarmos nossa conversa, no primeiro capítulo abordaremos os primórdios


da administração, traçando as influências da filosofia e de outras organizações nessa área do
conhecimento.

No segundo capítulo, aprofundaremos a cultura organizacional, compreendendo


os níveis de atuação da cultura, suas formas de desenvolvimento e outras informações
pertinentes a esse assunto.

No terceiro capítulo, apresentaremos a comunicação em uma organização, dando


ênfase ao processo comunicativo e seus efeitos na cultura organizacional.

No quarto capítulo, ampliaremos os estudos sobre a organização, abordando o


comportamento, o clima organizacional e o ambiente de trabalho, bem como discussões acerca
da motivação, tornando possível termos uma visão abrangente sobre diversas características das
organizações.

E, para finalizar, no quinto capítulo trabalharemos as especificidades das


Organizações Militares, fornecendo assim um grande volume de conhecimento para traçarmos as
características organizacionais.

Parabéns novamente e votos de sucesso em seus estudos!

AD ASTRA ET ULTRA!

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ESTRUTURA DA DISCIPLINA

A disciplina “Características Organizacionais”, pertencente ao Campo Técnico


Especializado e à área de Ciências Sociais Aplicadas, tem como objetivos específicos:

a) Identificar os principais aspectos da História da Administração, com foco na influência


da organização militar. (Cp)

b) Caracterizar a estrutura organizacional e seus níveis de atuação, com foco no


desenvolvimento organizacional na Força Aérea Brasileira. (Cn)

c) Identificar os principais aspectos da comunicação, com clareza e coerência, no âmbito


militar. (Cn)

d) Identificar a motivação humana como fator impactante no ambiente organizacional


militar. (Cp)

e) Caracterizar as organizações militares, certificando-se do Regulamento de


Administração da Aeronáutica – RCA n.º 12-1/ 2019. (Cp)

Buscando atingir os objetivos específicos, a disciplina contará com uma carga


horária de 38 (trinta e oito) tempos para instrução e 4 (quatro) tempos para avaliação,
distribuídos em 5 (cinco) unidades didáticas:

1) Os primórdios da Administração.

2) Cultura Organizacional.

3) Comunicação Institucional e o Âmbito da Força Aérea Brasileira.

4) Comportamento e Clima Organizacional.

5) Características das Organizações Militares.

A Unidade 1 está estruturada da seguinte forma:

1. OS PRIMÓRDIOS DA ADMINISTRAÇÃO
Objetivo específico da Unidade 1:
a) Identificar os principais aspectos da História da Administração, com foco na influência da
organização militar. (Cp)
SUBUNIDADES OBJETIVOS OPERACIONALIZADOS
1. ANTECEDENTES
a) Caracterizar os principais aspectos da História da
HISTÓRICOS
Administração. (Cn)

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b) Localizar os antecedentes históricos da administração. (Cp)


c) Estimar a História da Administração com foco na influência da
organização militar. (Cp)
d) Apontar as influências históricas na administração. (Cn)

A Unidade 2 está estruturada da seguinte forma:

2. CULTURA ORGANIZACIONAL

Objetivo específico da Unidade 2:

a) Caracterizar a estrutura organizacional e seus níveis de atuação, com foco no


desenvolvimento organizacional na Força Aérea Brasileira (Cn).
SUBUNIDADES OBJETIVOS OPERACIONALIZADOS
a) Definir de cultura organizacional. (Cn)
1. DELIMITAÇÃO DA
b) Caracterizar a cultura organizacional. (Cn)
CULTURA
ORGANIZACIONAL c) Identificar alguns aspectos do desenvolvimento organizacional.
(Cn)
2. NÍVEIS DE a) Identificar os níveis de atuação da cultura organizacional. (Cn)
ATUAÇÃO DA
b) Distinguir os níveis de atuação da Cultura Organizacional. (Cp)
CULTURA
ORGANIZACIONAL
a) Esboçar o desenvolvimento organizacional na Força Aérea
Brasileira. (Cn)
3. DESENVOLVIMENTO
ORGANIZACIONAL b) Estimar a estrutura organizacional e seus níveis de atuação,
com foco no desenvolvimento organizacional na Força Aérea
Brasileira. (Cp)

A Unidade 3 está estruturada da seguinte forma:

3. COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL E O ÂMBITO DA FORÇA AÉREA


BRASILEIRA
Objetivo específico da Unidade 3:
a) Identificar os principais aspectos da comunicação, com clareza e coerência, no âmbito
da Força Aérea Brasileira. (Cn)
SUBUNIDADES OBJETIVOS OPERACIONALIZADOS
1. TIPOS DE a) Distinguir os tipos de comunicação. (Cp)

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b) Identificar os principais aspectos da comunicação no contexto


do RDAER. (Cn)

c) Reafirmar o princípio de hierarquia e disciplina na prática


comunicativa entre chefe e subordinado no âmbito da Força Aérea
COMUNICAÇÃO Brasileira. (Cp)

d) Caracterizar a Comunicação Institucional no âmbito da Força


Aérea Brasileira. (Cn)

e) Estimar as relações de hierarquia e disciplina na comunicação


entre chefe e subordinado no âmbito militar. (Cp)
2. MECANISMOS
INSTITUCIONAIS DE
a) Identificar os mecanismos institucionais de comunicação no
COMUNICAÇÃO NO
âmbito da Força Aérea Brasileira. (Cn)
ÂMBITO DA FORÇA
AÉREA BRASILEIRA

A Unidade 4 está estruturada da seguinte forma:

4. COMPORTAMENTO E CLIMA ORGANIZACIONAL

Objetivo específico da Unidade 4:

a) Identificar a motivação humana como fator impactante no ambiente organizacional


militar. (Cp)
SUBUNIDADES OBJETIVOS OPERACIONALIZADOS
a) Caracterizar o comportamento humano e organizacional. (Cn)

b) Indicar os elementos do comportamento organizacional. (Cn)

1. COMPORTAMENTO c) Relacionar o comportamento humano e o clima organizacional


militar. (Cn)
HUMANO E
ORGANIZACIONAL d) Diferenciar o clima organizacional positivo e o clima
organizacional negativo. (Cp)

e) Apresentar as variáveis causais, intervenientes e finais na


satisfação no trabalho. (Cp)
2. CLIMA a) Identificar clima organizacional e ambiente de trabalho. (Cp)
ORGANIZACIONAL E
b) Caracterizar a satisfação no trabalho. (Cn)
AMBIENTE DE
c) Esboçar os fatores motivacionais. (Cn)
TRABALHO
3. O IMPACTO DA a) Destacar o impacto do comportamento humano na melhoria da

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12 / 84 CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS EEAR

eficácia organizacional militar. (Cn)


MOTIVAÇÃO
HUMANA NO b) Identificar as premissas que explicam o comportamento
humano. (Cn)
AMBIENTE
ORGANIZACIONAL c) Identificar a motivação humana como fator impactante no
ambiente organizacional militar. (Cp)

A Unidade 5 está estruturada da seguinte forma:

5. CARACTERÍSTICAS DAS ORGANIZAÇÕES MILITARES

Objetivo específico da Unidade 5:

a) Caracterizar as organizações militares, certificando-se do Regulamento de Administração


da Aeronáutica – RCA nº 12-1/ 2019. (Cp)
SUBUNIDADES OBJETIVOS OPERACIONALIZADOS
a) Conceituar organização militar no âmbito do COMAER. (Cn)
1. ESPECIFICIDADES
DAS ORGANIZAÇÕES b) Identificar o processo de criação das organizações militares. (Cp)
MILITARES

2. SERVIÇOS a) Identificar os serviços colocados à disposição dos militares nas


COLOCADOS À organizações. (Cn)

DISPOSIÇÃO DOS b) Exemplificar os serviços colocados à disposição dos militares nas


organizações. (Cp)
MILITARES NAS
ORGANIZAÇÕES c) Estimar as organizações militares. (Cp)

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1 OS PRIMÓRDIOS DA ADMINISTRAÇÃO

Olá! Ao longo da leitura, você observará algumas estratégias que


utilizamos para facilitar a sua compreensão. Queremos que nosso
contato seja proveitoso, agradável e que essa fase da sua vida seja
lembrada pelo sucesso alcançado por meio de seu esforço e
dedicação. Passaremos algumas horas juntos e a todo momento
dialogaremos sobre questões com as quais você convive diariamente.
É importante destacar que você será o “ator” nesta construção da
própria aprendizagem. Leia e responda todos os questionamentos,
respeite os marcadores, pois a metodologia utilizada na confecção do
material busca minimizar dúvidas, produzir reflexões e desenvolver a
aprendizagem e habilidades necessárias. Compreender, interpretar,
analisar e avaliar são pontos importantes para a sua aprendizagem.
Esperamos que nossa convivência contribua ainda mais para seu
sucesso profissional.

1.1 ANTECEDENTES HISTÓRICOS

A história da Administração é recente. A Administração se desenvolveu com uma


lentidão impressionante. Somente a partir do século XX é que houve uma grande mudança de
rumo, com notável pujança e inovações.

Hoje, a sociedade típica dos países desenvolvidos é uma sociedade pluralista de


organizações, na qual a maior parte das obrigações sociais, como a produção de bens ou
serviços em geral, é confiada a organizações como indústrias, universidades e escolas, hospitais,

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14 / 84 CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS EEAR

comércio, comunicações, serviços públicos, entre outros; essas organizações devem ser
administradas para que se tornem mais eficientes e eficazes.

Em meados do século XIX, a sociedade era completamente diferente. As


organizações eram poucas e pequenas: predominavam as pequenas oficinas, artesãos
independentes, escolas de pequeno porte, profissionais autônomos – como médicos, advogados
e artistas que labutavam por contra própria. Apesar de o trabalho remontar a períodos
longínquos na história da humanidade, as organizações e sua configuração administrativa
formam um capítulo recente na linha do tempo.

1.2 INFLUÊNCIA DOS FILÓSOFOS

Na perspectiva dos antecedentes históricos, quais aspectos foram


decisivos e influenciaram na Administração? Você já se fez essa
pergunta? Vamos juntos aprofundar nos aspectos que influenciaram a
administração.

A Administração recebeu influência da Filosofia desde a Antiguidade. Sócrates,


filósofo grego (470 a.C. - 399 a.C.), em sua discussão com Nicomaquides, expõe seu ponto de
vista sobre a administração como uma habilidade pessoal separada do conhecimento
técnico e da experiência.

Platão (429 a.C. - 347 a.C.), também filósofo grego, discípulo de Sócrates,
analisou os problemas políticos e sociais decorrentes do desenvolvimento social e cultural do
provo grego. Na obra A República, Platão discorre sobre a forma democrática de governo e de
administração dos negócios públicos.

Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.), discípulo de Platão, no livro Política, que versa
sobre a organização do Estado, distingue as três formas de administração pública:

1. Monarquia ou governo de um só (que pode ser distorcido e convertido em


tirania);

2. Aristocracia ou governo de uma elite, governo de poucos (que pode ser


distorcido e convertido em oligarquia); e

3. Democracia ou governo do povo (que pode ser degenerado em anarquia).

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Deve ser ponderado que outros filósofos emprestaram o seu prestígio e influência
à Administração, como René Descartes (1596-1650), considerado o fundador da filosofia
moderna e criador do método cartesiano. Thomas Hobbes (1586-1679), no livro Leviatã,
discorre que o Estado representa um pacto social e garante a paz, todavia impondo a ordem aos
cidadãos, atingindo dimensões de poder de forma monstruosa.

Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) desenvolveu a Teoria do Contrato Social,


estabelecendo que o Estado surge de um acordo de vontades entre os membros de uma
sociedade, que reconhecem a autoridade igual sobre todos de um regime político, governante ou
de um conjunto de regras. Rosseau afirma que o homem é, por natureza, bom e afável, e a vida
em sociedade o deturpa.

Com a filosofia moderna, a Administração deixou de receber contribuições e


influências, pois o campo de estudo filosófico passa a se afastar dos problemas organizacionais.

1.3 INFLUÊNCIA DA ORGANIZAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA


Com o passar dos séculos, as normas administrativas e os princípios de
organização pública foram se transferindo das instituições do Estado – como era o caso de
Atenas, Roma, etc. – para as instituições da Igreja Católica e da organização militar.

Essa mudança de paradigma se fez lentamente, pois a unidade de propósitos e


objetivos – princípios fundamentais nas organizações eclesiástica e militar – nem sempre é
encontrada na ação política que se desenvolve nos Estados, movida por objetivos contraditórios
de cada partido, dirigente ou classe social.

1.4 INFLUÊNCIA DA ORGANIZAÇÃO MILITAR


A organização militar influenciou o surgimento das teorias da Administração. Há
2.500 anos, Sun Tzu, um general filósofo chinês, escreveu sobre a arte da guerra, tecendo lições
sobre a preparação dos planos de guerra, discorrendo acerca da guerra efetiva e das estratégias
para vencer o oponente.

O princípio da unidade de comando segundo o qual cada subordinado só pode ter


um superior é o núcleo das organizações militares; o que encontramos, hoje, na vivência
cotidiana, é uma variação do postulado comentado.

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16 / 84 CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS EEAR

A escala hierárquica, definida como escalões hierárquicos de comando com


graus de autoridade e responsabilidade, é um aspecto intrínseco da organização militar, utilizada
em diversas organizações.

O princípio da direção é outra importante contribuição da organização militar e


preceitua que todo soldado deve saber perfeitamente o que se espera dele e aquilo que ele deve
fazer. Mesmo Napoleão Bonaparte, o mais autocrata general da história militar, nunca deu uma
ordem sem explicar seu objetivo e certificar-se de que houve a correta compreensão da ordem
dada, visto que a obediência cega jamais leva a uma execução inteligente.

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EEAR CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS 17 / 84

➔ Procure no conteúdo estudado as palavras-


chave que melhor representam o que foi estudado até aqui.

➔ Faça uma lista dessas palavras-chave seguida


de um breve comentário.

Vamos fazer algumas


➔ A partir da leitura delas, tente reconstruir o
anotações!
que foi visto.

Parabéns por ter avançado até aqui! Está na hora


de fazer uma pausa.

Lembre-se de que o descanso e a reflexão fazem


Agora, que tal uma pausa? parte do estudo.

A partir de suas anotações, reconstrua, com suas


palavras, todo o estudo em um ou dois parágrafos, ou, se
preferir, elabore um mapa mental ou um infográfico sobre o
texto.
Está na hora de resumir!

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18 / 84 CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS EEAR

Exercícios para aprendizagem do capítulo

Bem, agora que você já cumpriu uma etapa da missão, que tal avaliar
seu grau de assimilação em relação ao conteúdo que foi visto nesse
capítulo? Não se preocupe caso não saiba responder prontamente. A
proposta é que você consulte as suas anotações ou produza um debate
com algum companheiro. Vale consultar o texto dialogado. O
importante é que você resolva os exercícios abaixo.

1. A história da Administração é recente e se desenvolveu com grande lentidão. A


partir de qual século houve uma mudança de rumo, com notável pujança e inovações?
a) Século XX.
b) Século XIX.
c) Século XVII.
d) Século XVIII.

2. Qual filósofo da Antiguidade pensa a Administração como uma habilidade


pessoal separada do conhecimento técnico e da experiência?
a) Platão.
b) Sócrates.
c) Nicomaquides.
d) Jean-Jacques Rousseau.

3. A organização militar influenciou o surgimento das teorias da Administração.


Nessa perspectiva, existem diversos aspectos que devem ser observados na estrutura militar.
Qual aspecto é intrínseco à organização militar, caracterizado pelos níveis de comando, com
graus de autoridade e responsabilidade?
a) Princípio da unidade de comando.
b) Diretriz de comando.
c) Princípio da direção.
d) Escala hierárquica.

GABARITO
1) A

3) D
2) B

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EEAR CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS 19 / 84

2 CULTURA ORGANIZACIONAL

Conhecer o significado da administração é algo muito interessante, não


é mesmo? Que tal agora aprofundarmos nossos estudos sobre a cultura
organizacional? Já ouviu falar dela? Vejamos juntos então.

2.1 DELIMITAÇÃO TEMÁTICA


Toda organização é resultado da maneira de pensar, sentir e agir dos seus
componentes. Se não conhecermos a cultura de uma organização, acharemos desmedidas muitas
decisões tomadas pelos seus diretores e administradores. O conhecimento da cultura
organizacional revela, de forma indubitável, todos os contornos que definem a estrutura de
funcionamento.

As decisões de uma organização são tomadas segundo um parâmetro de


referências indicado pela sua cultura. A condução da equipe e as ações realizadas na busca de
resultados são direcionados por essa cultura. É fato amplamente conhecido que as prioridades
dos valores variam de uma empresa para outra. Isso dá origem à cultura empresarial ou
organizacional.

Uma cultura bem definida assegura consistência e coerência nas ações e decisões.
A cultura pode ajudar ou dificultar a eficácia da organização e proporcionar melhores ou piores
condições para alcançar as metas aprovadas.

Agora, como podemos definir cultura organizacional?

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20 / 84 CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS EEAR

2.2 DEFINIÇÕES DE CULTURA ORGANIZACIONAL


1) Conjunto de crenças, costumes, sistemas de valores, normas de
comportamento e formas de realizar negócios, que são próprios a cada empresa, que
estabelecem um padrão geral para as atividades, decisões e ações da empresa, além de delimitar
os padrões explícitos e implícitos de comportamento e as emoções que caracterizam a vida na
organização.

2) Conjunto de valores em vigor numa empresa, suas relações e sua hierarquia,


definindo os padrões de comportamento e de atitudes que influenciam as ações e decisões mais
relevantes da administração.

3) Crenças em relação ao que é importante na vida e expectativas sobre o


comportamento dos membros da organização.

4) Conjunto de crenças e atitudes da organização em relação à importância das


pessoas, à disponibilidade dos administradores, à aceitação do não conformismo, à clareza dos
padrões, ao empenho em relação ao treinamento e desenvolvimento das pessoas, à intimidade,
aos valores éticos e morais, à competição interna, à orientação para o mercado ou a produção, à
comunicação interna, à capacidade de ação e de adaptação às mudanças externas.

5) Conjunto de suposições e valores aceitos sem questionamento pelas pessoas da


empresa que determina como elas percebem, pensam e se relacionam com os ambientes externo
e interno e como essas suposições e valores orientam as decisões. Um padrão de suposições e
valores básicos — inventados, descobertos ou desenvolvidos por determinado grupo, à medida
que ele aprende a lidar com seus problemas de adaptação externa e integração interna — que
funcionaram suficientemente bem para serem considerados válidos e, portanto, para serem
ensinados aos novos membros como o modo correto de perceber, pensar e sentir em relação a
esses problemas.

A cultura organizacional está intimamente vinculada às premissas básicas que


fundamentam os objetivos gerais, as políticas e as normas de uma organização. A cultura
condiciona as políticas que orientam as ações e decisões.

Em um contexto mais amplo, o termo cultura pode ser aplicado a qualquer grupo
bem caracterizado e definido, não só pequenos grupos, mas também a civilizações, grupos
étnicos, países, profissões etc. Assim, dizemos: a cultura do mundo ocidental, a cultura oriental,
a cultura brasileira, etc.

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EEAR CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS 21 / 84

A cultura é realmente fundamental em qualquer ambiente. Mas existem


níveis de atuação da cultura no seio das organizações?

2.3 NÍVEIS DE ATUAÇÃO DA CULTURA


1. Primeiro nível

Artefatos visíveis – comportamentos e criações. Dentro de uma visão ampla, a


cultura é vista como os valores e as expectativas comuns, da mesma forma que as histórias,
lendas, cerimonias e os rituais. São apenas sintomas da cultura, seus artefatos visíveis; o que
realmente importa são as premissas básicas que estão por trás dessas aparências, aquilo que
justifica os valores e as expectativas.

Os sintomas da cultura representam apenas o primeiro nível de sua visibilidade e


se manifestam no modo de tratar das pessoas, na maneira de falar, nos níveis de ruído tolerados,
no layout e na decoração dos escritórios, na formalidade ou informalidade das pessoas, nos seus
processos de trabalho, na forma de comunicação, entre outros. Se a organização privilegia o
status, dará os melhores locais de trabalho às pessoas de nível mais alto. Os sintomas e as
formas pelos quais a cultura se manifesta derivam dos valores que governam o comportamento
das pessoas.

2. Segundo nível

Valores visíveis e conscientes. Correspondem às prioridades dadas ao


desempenho na função, à capacidade de inovação, à lealdade, à hierarquia, às maneiras de
resolver os conflitos e problemas. Esses valores se manifestam também na estrutura
organizacional, nas políticas, nas normas, nas estratégias, nas decisões e nos mecanismos para o
exercício da autoridade.

3. Terceiro nível

Premissas básicas. Essas premissas dizem respeito ao que se pensa sobre a


natureza humana, sobre o relacionamento com o ambiente, sobre a natureza dos relacionamentos
humanos, da intimidade entre as pessoas e da atividade humana, do trabalho e do divertimento,
da realidade e da ética, compondo o terceiro nível da cultura.

Essas suposições e esses princípios não são contestados na organização, sendo,


em geral, inconscientes, e guiam como as pessoas devem perceber, pensar e sentir sobre tudo.

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22 / 84 CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS EEAR

Uma cultura forte permeia toda a organização. Alguns autores denominam “paradigma” a esse
conjunto de premissas básicas que dá origem à cultura.

É possível mudar a percepção das pessoas quanto aos fatores que


impulsionam a organização, tendo em vista a evolução da sociedade?

Parabéns pelo seu avanço! Estamos progredindo muito bem! Os


assuntos abordados não são fáceis, mas são extremamente relevantes
para todos nós, não concorda? Vamos seguir em frente!

2.4 DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL


1. Aspectos gerais do desenvolvimento organizacional

O desenvolvimento organizacional é uma complexa estratégia educacional,


baseada na experiência, que utiliza os meios mais abrangentes possíveis de comportamento, com
a finalidade de mudar as crenças, as atitudes, os valores e a estrutura das organizações, de modo
que elas possam melhorar o seu nível de adaptabilidade aos novos mercados, às tecnologias e
aos desafios, bem como ao ritmo vertiginoso de mudança.

Sempre que necessário for, deve-se lançar mão de mecanismos eficientes para se
atingir a melhoria nos padrões de desempenho pessoal e funcional, modificando estruturas,
redefinindo papéis, evoluindo à medida que a sociedade evolui. Isso permite, em última análise,
implementar inovações criativas na busca pela sobrevivência da organização.

A estratégia do desenvolvimento organizacional é a preparação de agentes de


mudança, que são educados para treinar as pessoas da organização para as novas condições do
ambiente externo e preparar a organização para as inevitáveis mudanças. Esses agentes de
mudança podem ser tanto empregados da organização como consultores externos.

2. Desenvolvimento organizacional na Força Aérea Brasileira.

Em decorrência das constantes transformações da atualidade, no Brasil e no


mundo, objetivando racionalizar as suas atividades, simplificar processos e buscar a eficácia e a
eficiência exigidas para uma Força do futuro, foi implementada a reestruturação da Força
Aérea Brasileira (FAB), preparando e adaptando os militares para os desafios vindouros.

Espera-se que a reestruturação garanta um processo de contínua melhoria, com o


escopo de:

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EEAR CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS 23 / 84

a) preparar a FAB para receber novas capacidades militares;

b) reorganizar, padronizar e melhorar os processos nas áreas administrativa e


operacional;

c) simplificar e operacionalizar a estrutura organizacional, administrativa e


operacional da Força;

d) aperfeiçoar a gestão de Recursos Humanos; e

e) fortalecer a reestruturação e o apoio ao homem, no âmbito do COMAER.

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24 / 84 CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS EEAR

➔ Procure no conteúdo estudado as palavras-chave que melhor


representam o que foi estudado até aqui.

➔ Faça uma lista dessas palavras-chave seguida de um breve


comentário.
Vamos fazer algumas
anotações! ➔ A partir da leitura delas, tente reconstruir o que foi visto.

Parabéns por ter avançado até aqui! Está na hora de fazer uma
pausa.

Lembre-se de que o descanso e a reflexão fazem parte do estudo.


Agora, que tal uma
pausa?

A partir de suas anotações, reconstrua, com suas palavras, todo o

estudo em um ou dois parágrafos, ou, se preferir, elabore um

mapa mental ou um infográfico sobre o texto.


Está na hora de
resumir!

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EEAR CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS 25 / 84

Exercícios para aprendizagem do capítulo

Cumprimos mais uma etapa da missão. Chegou novamente a hora de


revermos nossas ações e nos avaliarmos para prosseguirmos com
sucesso. Lembre-se de que o importante é resolver os exercícios abaixo,
retomando e estudando cada vez mais.

1. O conjunto de valores em vigor numa empresa, suas relações e sua hierarquia,


definindo padrões de comportamento, caracteriza
a) a ação empresarial.
b) a cultura organizacional.
c) o comportamento organizacional.
d) a hierarquia de valores organizacionais.

2. Assinale a alternativa com enunciado correto.


a) As decisões de uma organização podem ser tomadas segundo um parâmetro de
referências indicado pela sua cultura, mas não existe obrigatoriedade dessa postura, visto que
não há influência nos padrões estruturais da instituição.
b) O comportamento organizacional está intimamente vinculado às premissas
básicas que fundamentam os objetivos gerais, as políticas e as normas de uma organização.
c) Em um contexto restrito, o termo cultura pode ser aplicado a qualquer grupo
bem caracterizado e definido, não só a pequenos grupos, mas também a civilizações, grupos
étnicos, países, profissões.
d) A estrutura organizacional é resultado da maneira de pensar, sentir e agir dos
seus componentes, exercendo grande influência na sua estrutura interna de funcionamento.

3. Coloque V para verdadeiro ou F para falso. Em seguida, assinale a alternativa


com a sequência correta.
( ) O desenvolvimento organizacional pode ser conceituado como uma complexa
estratégia educacional.
( ) Os valores visíveis e conscientes compõem o terceiro nível de atuação da
cultura.
( ) A preparação de agentes de mudança é um traço característico da estratégia do
desenvolvimento organizacional.

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( ) O Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) é um exemplo de Grande


Comando que atende ao escopo de reestruturação da Força Aérea Brasileira.
a) V – F – V – V
b) V – V – F – V
c) F – F – V – F
d) F – V – F – V

4. Os chamados artefatos visuais estão inseridos em qual nível de atuação da


cultura?
a) Segundo.
b) Terceiro.
c) Primeiro.
d) Quarto.
_____________________________________________________________________________

GABARITO
D) C
2) D

3) A
1) B

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3 COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL E O ÂMBITO DA FAB

3.1 TIPOS DE COMUNICAÇÃO

Diante da reestruturação da FAB, você já se perguntou se a


comunicação institucional pode ser considerada como um elemento
marcante nesse processo? Percebe como as características
organizacionais se relacionam com as ações tomadas pelos gestores?
Vamos seguir avançando!

3.1.1 RELAÇÃO DOS TIPOS DE COMUNICAÇÃO

Existem muitos tipos de comunicação na empresa, como ordens para os


subordinados, prestação de contas para os superiores, informações para a coordenação de
atividades, sugestões espontâneas, comunicações oficiais da empresa para seus funcionários,
comunicações gerais, sugestões estimuladas por programas da empresa, queixas dos
subordinados, relações com os sindicatos, além de uma infinidade de tipos de comunicações
informais com diversas finalidades. Todos esses tipos de comunicação compõem o ambiente
interno em que opera a empresa, o qual é caracterizado principalmente pela sua cultura, que
proporciona o quadro de referências para a forma como são efetuadas as comunicações.

3.1.2 AS ORDENS DOS SUPERIORES

Todos os componentes de uma organização estão ligados ao principal executivo


(líder ou chefe) por meio de relações de linha sucessivas. A autoridade de linha se manifesta
por meio das ordens dos superiores para os respectivos subordinados. Portanto, as ordens dos
superiores são uma das formas mais conhecidas e estudadas de comunicação nas organizações.

A essência da autoridade de linha é o direito de o chefe dar ordens aos


subordinados. É preciso, porém, atentar para dois pontos:

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a) a habilidade na maneira de emitir as ordens, variando de acordo com a cultura


da empresa e o tipo e maturidade do subordinado;

b) a habilidade na maneira de exigir seu cumprimento. A cobrança também é uma


forma de comunicação.

O bom chefe de linha é sempre hábil na forma de dar as ordens e também um


bom “cobrador”. Não adianta dar a ordem, é preciso acompanhar e verificar seu cumprimento.
Essa responsabilidade é inerente à função exercida pelo chefe.

De acordo com a cultura da empresa, do nível e da maturidade do subordinado,


uma boa forma de dar ordens é perguntar-lhe o que acharia de executar determinada atividade de
uma forma específica e pedir-lhe sugestões sobre a melhor maneira de fazer o que lhe cabe. Essa
é uma forma participativa e integrativa do subordinado no contexto da empresa.

Vamos considerar as seguintes situações:

A primeira regra para dar ordens deve ser despersonalizá-la, a fim de que aquele
que as dá e aquele que as recebe descubram, juntos, a lei aplicável à situação.

A segunda regra é substituir as ordens, se possível, pelo ensino da técnica de


uma atividade.

A terceira regra caracteriza-se pela explicação dos motivos com a ordem


emitida.

Se o nível do subordinado for alto, deve-se explicar a ele todas as razões da


ordem e, se necessário, convencê-lo. Se for muito alto, talvez a melhor maneira de dar ordens
seja explicar-lhe o problema e, por meio do diálogo cuidadosamente orientado, permitir que ele
descubra o que deve fazer, compartilhando, assim, a solução. A ordem deve ter, pelo menos,
quatro qualidades:

Ser clara: uma comunicação incompreensível não pode ter qualquer autoridade.

Não ser incompatível com o propósito da organização: se o que recebe a


ordem acredita ser ela incompatível com o propósito da organização, como ele o concebe, não
pode ser aceita. Uma pessoa inteligente não reconhecerá autoridade em uma ordem que
contradiga o propósito do esforço global como ele o entende. A tendência dessas ordens é não
serem executadas ou o serem de forma inadequada.

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Não ser totalmente incompatível com o interesse do subordinado como um


todo: no momento em que o subordinado recebe a ordem, ela não deve encerrar um fardo que
destrua a vantagem do vínculo que ele mantém com a organização. Se uma ordem representa
ônus inconcebível, ela será burlada, ou o empregado abandona a organização. No âmbito militar,
essa regra merece temperamentos, considerando os pilares da hierarquia e da disciplina.

Estar o subordinado mental e fisicamente preparado para concordar com a


ordem: um erro comum é a ordem para que uma pessoa realize coisas superiores à sua
capacidade.

É importante evitar a emissão de numerosas ordens formais, salvo em


emergências.

Você já passou por situações em seu setor de trabalho nas quais a


comunicação foi o fator decisivo das ações tomadas? Esse é um aspecto
que todos devemos considerar em nossas atividades, não é mesmo?

3.1.3. AS PRESTAÇÕES DE CONTAS DOS SUBORDINADOS

O subordinado recebe a ordem. Em princípio, deve cumpri-la e prestar contas do


resultado. Não basta, portanto, cumprir: é preciso também prestar contas do resultado. Se o
subordinado estiver de acordo com a ordem, a situação é quase sempre simples, a menos que a
ordem seja de difícil execução, mas, ainda assim, do ponto de vista de atitude, não há o que
discutir: há que cumprir a ordem, solicitando, se necessário, os recursos para seu cumprimento.
Nessa perspectiva, deve ser salientado, a ordem é factível.

Há situações em que cabem sugestões visando a novas ações, novas formas de


execução, alternativas sobre a melhor maneira de cumprir o que foi determinado. O subordinado
tem não apenas o direito como a obrigação de fazer sugestões. Todos na empresa devem ser
proativos, isto é, devem tomar iniciativas para fazer as coisas acontecerem da melhor forma
possível, sugerindo mudanças ou tomando medidas, dentro dos limites cabíveis.

Quando o subordinado não estiver de acordo com a ordem recebida, sua primeira
reação deve ser ponderar e argumentar para procurar entender as razões do chefe ou para
convencê-lo de que a ordem não deve ser mantida. Se o chefe voltar atrás, o problema
desaparece, mas existe a possibilidade de a ordem ser mantida sem que o subordinado esteja
convencido da sua conveniência. O que fazer? Cumprir? Recusar? Pedir por escrito? Falar com

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30 / 84 CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS EEAR

o superior do chefe? Não existe resposta simples a esta indagação. As alternativas são inúmeras
e cada caso é um caso. O subordinado deve considerar dois pontos:

a) o custo e o beneficio para ele mesmo e para a Instituição; e

b) a cultura da Instituição, isto é, os valores, costumes, hábitos, tradições e regras


da instituição.

As relações custo/benefício para ele e para a instituição devem ser consideradas


no sentido mais amplo, abrangendo não só aspectos materiais, mas também éticos e
psicológicos. A cultura da instituição deve indicar uma saída em alguns casos.

Em repartições públicas, é perfeitamente aceitável pedir a ordem por escrito.


Em uma empresa privada, é muito difícil uma chefia aceitar esse pedido, sendo o resultado
provavelmente uma incompatibilidade que resultaria na demissão. Algumas empresas valorizam
a disciplina, outras a iniciativa e a criatividade. É a cultura da empresa, portanto, que dá a pista
para a solução.

Cumpre lembrar o velho ditado: ordem absurda não se cumpre! Ocorre que o
que é absurdo para o subordinado pode não o ser para o chefe. O subordinado tem, porém, o
direito de pedir que o chefe justifique a ordem que foi dada, caso não concorde com ela, e cabe
ao chefe dar as explicações pedidas. Se ele se recusa a isso, voltamos ao caso anterior: o que
fazer? Temos de analisar cada situação e encontrar uma saída dentro do enfoque da relação
custo/benefícios e da cultura da empresa.

É mister observa que, na seara das Forças Armadas, existe regra insculpida na lei
nº 6.880, de 9 de dezembro de 1980 (Estatuto dos Militares) que traça parâmetros claros de
responsabilidade pela emissão e execução de ordens administrativas, bem como pelas decisões
adotadas, em conformidade com o art. 41:

“Cabe ao militar a responsabilidade integral pelas decisões que tomar, pelas


ordens que emitir e pelos atos que praticar.”

O Regulamento Disciplinar da Aeronáutica (RDAER), aprovado pelo


Decreto Nº 76.322, de 22 de setembro de 1975, na mesma perspectiva do Estatuto dos
Militares, estabelece parâmetros acerca da emissão de ordens obscuras e suas consequências,
consoante o disposto no art. 2º, parágrafo único:

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“Art. 2.º As ordens devem ser prontamente executadas, cabendo inteira


responsabilidade à autoridade que as formular ou emitir”.

Parágrafo único. Quando a ordem parecer obscura, compete ao subordinado, no


ato de recebê-la, solicitar os esclarecimentos que julgue necessários; quando importar
responsabilidade pessoal para o executante poderá este pedi-la por escrito, cumprindo à
autoridade atender.

4. A comunicação nos grupos informais

Existem grupos espontâneos no interior de toda estrutura oficial. De forma


curiosa, todos os obstáculos ao diálogo que encontramos nas estruturas formais são
inconcebíveis nos grupos informais, o que explica sua originalidade, sua força e sua coesão.

Em linhas gerais, os membros dos grupos informais sentem-se mais valorizados,


respeitados, têm mais liberdade e veem confirmarem-se nos olhares dos outros o sentimento de
sua importância. O prazer, muitas vezes, vem de poder falar em primeira pessoa, de dizer “eu” e
de ser ouvido.

As comunicações informais também ocorrem fora desses grupos. É por meio dos
contatos informais que muita coisa na organização pode acontecer de forma eficiente e
favorável.

5. Obtenção do feedback dos subordinados

A melhor maneira de captar os problemas é adquirir a confiança dos


subordinados e ouvi-los sempre que necessário. Isso depende do comportamento e do exemplo
do chefe. Ele precisa ser comunicativo, respeitar os subordinados, ser justo, competente e
previsível, além de apoiar os subordinados no que for necessário para o trabalho.

É fácil obter informações quando tudo está indo bem, mas os subordinados
jamais estão ansiosos para dar más notícias aos chefes, que, todavia, precisam delas. Em muitas
ocasiões, os subordinados acham que vão conseguir resolver os problemas sozinhos antes que os
chefes percebam. Alguns administradores montam sua rede informal de comunicações, outros
desenvolvem um sexto sentido.

Para adquirir a confiança dos subordinados, é preciso mantê-los informados,


esclarecidos, proporcionar feedback tempestivo e preciso, explicar as decisões e as políticas, ser
sincero sobre os problemas e resistir à tentação de sonegar informações para manter os

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subordinados dependentes ou usá-las como recompensa; deve-se romper com estruturas que
distanciam os membros do grupo quando o ideal é criar mecanismos eficientes de aproximação.

Outra forma de captar os problemas é instituir sistemas de sugestões para os


empregados, com eventuais mecanismos de recompensas. Isso é usado por muitas empresas
em função do conhecido fato de que as informações fluem geralmente com mais facilidade de
cima para baixo do que de baixo para cima, isto é, os filtros para cima costumam ser mais fortes.

Uma boa comunicação nos dois sentidos requer um esforço permanente da


administração para criar os alicerces de confiança indispensáveis à eliminação da filtragem. Para
isso, é necessário habilidade para dar feedback e para ouvir o que os subordinados têm a dizer.
Às vezes, uma solução eficiente é realizar reuniões informais para trocar ideias.

Por fim, é preciso não esquecer que a comunicação é um meio. A prioridade


com a sofisticação da forma pode transformá-la em um fim, tornando o conteúdo e o resultado a
serem obtidos secundários em relação à forma.

Ufa! Quanta coisa vimos até aqui! Perceba a relação dos assuntos
estudados com o seu dia a dia. Veja como os assuntos se relacionam,
com isso seu estudo ganha mais sentido e fica mais interessante!

3.2 MECANISMOS INSTITUCIONAIS DE COMUNICAÇÃO NO ÂMBITO DA FAB


A Força Aérea Brasileira disponibiliza importantes ferramentas de comunicação
para acesso do público interno e externo. Esses mecanismos institucionais são importantes
porque criam uma rede variada de informações, alicerçando as atividades funcionais cotidianas
da Aeronáutica.

A rede de informações possibilita a divulgação de orientações consideradas


relevantes para os militares. A rede interna (intranet ou intraer) caracteriza a espinha dorsal da
Organização Militar, pois condensa as principais informações organizacionais, como dados do
Comandante, histórico, missão, rotina semanal, entre outros reputados de interesse.

Na rede mundial de computadores (internet), a página www.fab.mil.br


consolida diretrizes de maior abrangência, haja vista que direciona informações, também, para
os demais cidadãos que queiram abraçar a carreira militar ou se aprofundar na realidade
vivenciada pela Força Aérea.

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Destarte, na página da FAB – acima descrita – especificamente no link “acesso à


informação” e, depois, “institucional”, há diversos ícones que aglutinam temas de interesse
geral:

Há outras importantes fontes de informação, como as revistas NOTAER e


AEROVISÃO, instrumentos que levam os leitores a uma maior imersão nas realizações
institucionais da FAB.

Desse modo, na perspectiva da comunicação institucional, é estabelecida uma


sensível interação com os diversos níveis funcionais dentro da organização, com o escopo de
atingir a excelência profissional.
A interação com o público é consolidada com o acesso às redes sociais
disponibilizadas pela FAB, ampliando as possibilidades tecnológicas e estabelecendo relevante
rede de informações concernente aos assuntos típicos da Aeronáutica (acesso:
www.fab.mil.br/Portal de Serviços/Redes Sociais).

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34 / 84 CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS EEAR

➔ Procure no conteúdo estudado as palavras-chave que melhor


representam o que foi estudado até aqui.

➔ Faça uma lista dessas palavras-chave seguida de um breve


comentário.
Vamos fazer algumas
anotações! ➔ A partir da leitura delas, tente reconstruir o que foi visto.

Parabéns por ter avançado até aqui! Está na hora de fazer uma
pausa.

Lembre-se de que o descanso e a reflexão fazem parte do estudo.


Agora, que tal uma
pausa?

A partir de suas anotações, reconstrua, com suas palavras, todo o


estudo em um ou dois parágrafos, ou, se preferir, elabore um
mapa mental ou um infográfico sobre o texto.
Está na hora de
resumir!

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EEAR CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS 35 / 84

Exercícios para aprendizagem do capítulo

Vamos para mais uma série de exercícios. Lembre-se de que é


fundamental a sua dedicação nos estudos para seu sucesso, não pule
essa etapa!

1. Na comunicação institucional, no que se refere às ordens dos superiores, de


que modo os componentes de uma organização estão atrelados ao principal executivo da
empresa?

a) Relações de linha sucessivas.

b) Relações de linha integrativas.

c) Relações sucessivas de subordinação.

d) Relações integrativas de subordinação.

2. Qual alternativa apresenta uma característica de um bom chefe de linha?

a) Ao dar ordens, não há necessidade de verificar o seu cumprimento.

b) O bom chefe de linha é sempre hábil na forma de dar as ordens e também um


bom “cobrador”.

c) O bom chefe de linha deve saber dar ordens, ficando a cargo de um supervisor
avaliar se o subordinado cumpriu a tarefa.

d) A responsabilidade de dar ordens e cobrar a execução da tarefa não é inerente


à função exercida pelo chefe.

3. Existem determinadas regras que devem ser observadas no momento de dar


ordens. Nesse contexto, assinale a alternativa com enunciado correto.

a) A segunda regra do “dar ordens” diz respeito ao ensino da técnica de uma


atividade em substituição a uma ordem emitida, se for viável.

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36 / 84 CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS EEAR

b) A primeira regra do “dar ordens” é a explicação dos motivos que justificam a


sua emissão.

c) A terceira regra do “dar ordens” deve ser despersonalizá-la, para que, juntos,
quem as emite e quem as recebe descubram a lei aplicável à situação.

d) A quarta regra do “dar ordens” refere-se ao fato de ser compatível com o


propósito da organização.

4. “Uma comunicação incompreensível não pode ter qualquer autoridade.”

A frase acima representa qual qualidade a ser observada na emissão de uma


ordem?

a) Ser clara.

b) Não ser incompatível com o propósito da organização.

c) Não ser totalmente incompatível com o interesse do subordinado como um


todo.

d) Estar o subordinado mental e fisicamente preparado para concordar com a


ordem.

5. Se o subordinado não concordar com a ordem recebida, qual atitude deve


adotar, inicialmente, no caso concreto?

a) Cumprir a ordem sem questioná-la.

b) Não cumprir a ordem, se discordar.

c) Apenas ponderar, mas cumpri-la.

d) Ponderar e argumentar.

_____________________________________________________________________________

GABARITO
1) A

3) A

4) A

5) D
2) B

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EEAR CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS 37 / 84

4 COMPORTAMENTO E CLIMA ORGANIZACIONAL

Além da comunicação, temos que conhecer o comportamento e o clima


organizacional. Preparado para iniciarmos mais essa etapa do estudo?
Vamos juntos então!

4.1 COMPORTAMENTO HUMANO E ORGANIZACIONAL


4.1.1 COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
O Comportamento Organizacional é um campo de estudos que investiga o
impacto que os indivíduos, os grupos e a estrutura têm sobre o comportamento dentro das
organizações, com o propósito de utilizar esse conhecimento para promover a melhoria da
eficácia organizacional. É uma ferramenta para o benefício do homem e aplicado amplamente
ao comportamento das pessoas em todos os tipos de organizações, tais como negócios,
governo, escola e organizações de serviços (O que é…, 2023).
Chiavenato (2005) conceitua o Comportamento Organizacional como o estudo da
dinâmica das organizações e como os grupos e pessoas se comportam dentro delas. É uma
ciência interdisciplinar. A organização é um sistema cooperativo racional, portanto os
objetivos somente são alcançados quando as pessoas que a compõe coordenam esforços com
objetivo de alcançar algo que jamais conseguiriam de forma individual.
4.1.2 ELEMENTOS DO COMPORTAMENTO
PESSOAS: as pessoas representam o sistema social interno da organização. Elas
consistem de indivíduos e grupos. Os grupos são dinâmicos, pois se formam, mudam e se
dissolvem. A organização humana, hoje, não é a mesma de ontem, ou de dias anteriores. As
pessoas são seres que estão vivendo, pensando e sentindo, que trabalham na organização para
atingirem seus objetivos. (Fundamentos…, 2023)
ESTRUTURA: os relacionamentos formais entre as pessoas dentro das
organizações são definidos pela estrutura. Diferentes cargos são necessários para que sejam
realizadas todas as atividades de uma organização.
Exemplos: administradores e empregados, contadores e trabalhadores da linha de
produção. Essas pessoas podem estar relacionadas através de alguma estrutura, para que o seu
trabalho seja efetivamente coordenado. Desse modo, podem surgir a cooperação, a negociação e
o processo decisório.

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38 / 84 CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS EEAR

TECNOLOGIA: a tecnologia oferece recursos com os quais as pessoas


trabalham e que afetam as tarefas que elas desempenham. Dentre os benefícios da tecnologia se
destaca que por meio de seu uso as pessoas conseguem trabalhar de forma mais eficiente,
porém, ela restringe as pessoas de várias maneiras e possui um determinado custo.
AMBIENTE: todas as organizações operam dentro de um ambiente externo. A
organização não existe sozinha, visto que é parte de um sistema maior que contém muitos outros
elementos, tais como governo, família e outras organizações. Todos eles exercem influência
mútua num sistema complexo que cria um contexto para um grupo de pessoas.
As organizações individualmente, tais como uma fábrica ou uma escola, não
podem escapar da influência do ambiente externo, o que acaba influenciando as condições de
trabalho e atitudes das pessoas, e promover competições por recursos e poder. O ambiente
externo deve ser levado em conta no estudo do comportamento humano nas organizações.
Figura 1: Impacto do macroambiente nas Organizações

O sucesso de qualquer tipo de organização depende, em grande medida, de sua


capacidade de compatibilizar-se e adequar-se a esse macroambiente em constante mudança e
transformação, significando que ela também terá que se transformar para criar maior e melhor
sinergia com o ambiente.
Forças políticas, demográficas, sociais e econômicas do macroambiente
interagem em um vaivém constante, provocando mudanças nos elementos organizacionais,

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conforme demonstrado na figura a seguir. Por sua vez, essas forças são geradas por fatores como
a globalização, tendências mundiais e mudanças.
Figura 2: Forças macroambientais que geram impacto nos elementos essenciais da
Organização

4.2 CLIMA ORGANIZACIONAL E AMBIENTE DE TRABALHO

Você já se perguntou o motivo de uma organização ser tão diferente de


outra? A seguir veremos sobre isso com mais detalhes.

O clima organizacional reflete o grau de satisfação do pessoal com o ambiente


interno da empresa. Está vinculado à motivação, à lealdade e à identificação com a empresa, à
colaboração entre as pessoas, ao interesse no trabalho, à facilidade das comunicações internas,
aos relacionamentos entre as pessoas, aos sentimentos e emoções, à integração da equipe, ao
comprometimento com a organização e outras variáveis intervenientes que caracterizam o
comportamento organizacional. O clima organizacional é causa e consequência do
comportamento dos participantes da organização (Lacombe, 2009).

Podemos resumir o clima organizacional dizendo que ele reflete a qualidade do


ambiente de trabalho percebida pelas pessoas da empresa. Ele depende da forma como a
organização lida com seus funcionários/colaboradores e é fortemente influenciado pela cultura
da empresa.

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Quando alguém é admitido em uma empresa, deixa de ser completamente livre


para se comportar como bem lhe aprouver: precisa aceitar os valores, as políticas e as normas da
empresa.
4.2.1 CLIMA ORGANIZACIONAL POSITIVO
Um bom administrador prioriza a criação de um ambiente na organização,
buscando a interação das pessoas de forma eficaz, num esforço comum; desenvolvam suas
competências, realizem suas aspirações profissionais e atinjam reconhecimento adequado e
recompensas.
Esse ambiente tem as seguintes características:
➢ existe absoluta honestidade e integridade em tudo o que todos dizem e fazem;
➢ existe comunicação ampla em toda a organização em todos os sentidos: de
cima para baixo, de baixo para cima e lateralmente;
➢ os superiores estão genuinamente interessados em ouvir o ponto de vista dos
outros, especialmente dos subordinados;
➢ existe um real interesse em trazer à tona os problemas e resolvê-los;
➢ todos trabalham dedicadamente como verdadeiras equipes, gerando sensação
de confiança e proporcionando um clima organizacional saudável.
Quanto maior o ajustamento das necessidades e dos valores das pessoas com os
da empresa, tanto maior tende a ser a motivação e, em consequência, tanto melhor o clima
organizacional. Se o clima organizacional é alto, as pessoas tendem a ser proativas, partilhar
conhecimentos, confiar nos chefes, colegas e subordinados, procurar inovar, ter iniciativas e agir
com forte sentimento de “pertença”.
Se for muito baixo, tendem a fazer o mínimo necessário para se manter no
emprego ou, às vezes, nem isso, agindo com descrença e revolta, aumentando a rotatividade e o
absenteísmo, que são sintomas de clima organizacional ruim.
Dentre os fatores que influenciam a satisfação com o trabalho, podemos lembrar:
a) trabalho desafiador;
b) recompensas justas;
c) condições de trabalho adequadas;
d) colegas que deem apoio;
e) ajuste da pessoa ao cargo em termos de competência e personalidade.

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O nível de saúde e bem-estar dos empregados e o apoio que a empresa oferece


influencia significativamente o clima organizacional. Os participantes da organização no clima
organizacional positivo tendem a:
➢ ter bom relacionamento com os superiores, colegas e subordinados;
➢ evitar ironias e sarcasmos;
➢ evitar boatos;
➢ ter um comportamento cortês e civilizado;
➢ evitar agressões verbais;
➢ ajudar os colegas sempre que possível;
➢ ter um forte comprometimento com a organização.
O comprometimento organizacional pode ser definido como o desejo do
empregado de continuar fazendo parte da organização. O comprometimento pode ser de três
tipos: afetivo, de interesse e normativo.
O afetivo está ligado ao vínculo emocional e ao envolvimento com a organização.
O de interesse está ligado aos custos relacionados à perda do emprego. O normativo revela um
sentimento de obrigação e dever (Costa et al, 2022).
Assim, quanto maior o número de pessoas comprometidas, melhores tendem a ser
os resultados da organização como um todo.
4.2.2 CLIMA ORGANIZACIONAL NEGATIVO
Em um clima organizacional negativo, são comuns comportamentos de
ausência, onde a pessoa se encontra fisicamente num determinado local, porém o
pensamento se encontra em outro lugar ou em outras questões. Alguns colaboradores
acabam se tornam apáticos, sonhadores (pensam em tudo, menos no trabalho), conversando todo
o tempo com colegas e amigos que fizeram no ambiente de trabalho e navegando na internet em
sites que não condizem com o interesse da organização.
A ausência pode se tornar realidade física, ocasionando atrasos frequentemente,
almoços demorados, e absenteísmo, o que demonstra a falta de comprometimento com a
organização e, uma vez identificada, esses profissionais, caso não haja possibilidade de
recuperação devem ser demitidos.
Hoje, com a grande competição empresarial, o que faz a diferença dentro da
organização é a competência e o comprometimento dos seus participantes.

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Parabéns pelo seu avanço! Foram muitas as novidades que vimos


juntos, não foi mesmo? Vamos seguir em frente!

4.2.3 SATISFAÇÃO NO TRABALHO

A satisfação no trabalho é importante para produzir um clima organizacional


positivo. Vários fatores influenciam nisso:
 a remuneração é percebida como adequada;
 a perspectiva de carreira e de oportunidades de promoções é considerada boa;
 O chefe imediato é visto como competente, polido, bom comunicador e justo;
 o ambiente de trabalho e o relacionamento com os colegas são saudáveis;
 o trabalho em si é desafiador, significativo, estimulante e interessante;
 o fato que mais influencia os resultados é o trabalho em si. O trabalho deve
fazer sentido para aquele que o realiza.
Às vezes, esse sentido é criado pelo próprio empregado. É conhecida a história
dos três pedreiros que trabalhavam na construção da parede de uma catedral. Respondendo à
pergunta “O que você está fazendo?”, o primeiro disse: “Estou assentando tijolo sobre tijolo,
não está vendo?” O segundo disse: “estou fazendo uma parede”. O terceiro disse: “Estou
construindo uma catedral”. A mesma pergunta feita a três bombeiros teve as seguintes respostas:
“estou jogando água naquela casa”; “Estou apagando um incêndio”; “Estou salvando vidas”.
Esse aumento da significação do trabalho é chamado empowerment psicológico,
que reflete a energia adicional que se coloca na tarefa ao se acreditar que o trabalho serve a um
objetivo maior. Ademais, para o trabalho fazer sentido, é preciso que aquele que o executa seja
responsável pelos resultados.
4.2.4 VARIÁVEIS CAUSAIS, INTERVENIENTES E FINAIS
O clima organizacional é fortemente influenciado pelas variáveis intervenientes,
de acordo com a conceituação introduzida por Likert (1975), que definiu as variáveis causais,
intervenientes e finais existentes em uma organização.
As variáveis mais conhecidas e facilmente mensuráveis são as de resultado final,
cujos valores são obtidos pelos relatórios financeiros e de produção da organização. No entanto,
outros tipos de variáveis, de mensuração mais difícil, e por isso muitas vezes ignoradas, podem
influenciar fortemente, no médio prazo, as varáveis finais.

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EEAR CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS 43 / 84

Ainda para Likert (1975) as variáveis causais são aquelas que definem as
características básicas da organização. São variáveis independentes e estão quase sempre sob o
controle da organização. As variáveis causais influenciam todas as demais e são elas que, em
última análise, promovem o êxito da organização.
Variáveis causais em uma organização (Objetivos da organização):
 políticas e estratégias;
 tecnologia;
 cultura da organização;
 sistemas de valores;
 sistemas de informações;
 estilo de administração;
 relações formais de autoridade.
As variáveis intervenientes são as que refletem o estado interno da organização
e do seu pessoal, ou seja, refletem o clima organizacional e caracterizam a identificação dos
recursos humanos com a organização.
Variáveis intervenientes em uma organização (lealdade à organização):
 identificação com a organização;
 capacitação do pessoal;
 motivação e percepções do pessoal;
 dedicação ao trabalho;
 relacionamentos interpessoais;
 integração da equipe;
 comunicação interna;
 expectativas e aspirações;
 capacidade de tomar decisões;
 sentimentos e emoções.
As variáveis finais, ou de resultado final são dependentes das demais, de fácil
mensuração e refletem os resultados financeiros e de produção, entre outros. Por isso, alguns
administradores preocupam-se exclusivamente com elas.
Variáveis finais em uma organização (resultado):
 produção;
 vendas;
 lucro (resultado);
 margem líquida sobre as vendas;
 rentabilidade do patrimônio;
 produtividade;
 custos;
 qualidade da produção;

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 participação no mercado.
Relações entre as variáveis causais, intervenientes e finais:
Variáveis Causais Variáveis Intervenientes Variáveis Finais
(Objetivos): (Lealdade): (Resultado):
Políticas Expectativas Produção
Tecnologias Dedicação Vendas
Cultura Aspirações Qualidade
Estrutura Percepções Margem
etc. Motivação Produtividade
Comunicação Rentabilidade
Capacitação etc.
etc.
Apesar de muitos pesquisadores relatarem a importância de medir as variáveis
intervenientes, não é possível aferi-las com precisão. Em consequência, elas continuam sendo
negligenciadas por alguns administradores, seja por desconhecer o assunto ou pela excessiva
preocupação com o curto prazo. Ainda assim é necessário aferir algumas dessas variáveis, como
por exemplo a moral, satisfação do pessoal e comprometimento), porém não se deve considerá-
las como a razão última da organização.
O desempenho e os resultados são vistos como uma das metas mais importantes.
As pessoas podem ter ótimo desempenho e demonstrar moral baixa; contudo, é o desempenho
que importa para a empresa, e não o moral. Todavia, é preciso não esquecer que as variáveis
intervenientes, quase sempre, cedo ou tarde, acabam influenciando fortemente as variáveis de
resultado final.

➔ Procure no conteúdo estudado as palavras-chave que melhor


representam o que foi estudado até aqui.
➔ Faça uma lista dessas palavras-chave seguida de um breve
Vamos fazer comentário.
algumas ➔ A partir da leitura delas, tente reconstruir o que foi visto.
anotações!

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4.3 O IMPACTO DA MOTIVAÇÃO HUMANA NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL

Você já se perguntou qual o impacto da motivação humana no ambiente


organizacional? Com o impacto da motivação nos estudos? Sem dúvida
esse é um assunto muito interessante, vamos juntos estudá-lo!

1) A Motivação

Características

Dentre os fatores internos que influenciam o comportamento das pessoas, a


Teoria das Relações Humanas concentrou os estudos sobre motivação, ou seja, foi a
potencialização do reconhecimento de poder controlar os motivos que fazem com que o
rendimento da produção seja amplificado.

O mínimo de conhecimento sobre a motivação humana é necessário para


compreensão do comportamento das pessoas.. É difícil definir exatamente o conceito de
motivação, pois tem sido utilizado com diferentes sentidos.

De modo geral, motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de


determinada forma ou dá origem a uma propensão a um comportamento específico. Esse
impulso à ação pode ser provocado por um estímulo externo (provindo do ambiente) e pode
também ser gerado internamente nos processos mentais do indivíduo.

Os atos do ser humano são guiados por sua cognição – pelo que pensa, acredita
e prevê. Mas, ao perguntarmos qual o motivo por que aja daquela forma, entraremos na questão
da motivação.

A motivação funciona em termos de forças ativas e impulsionadoras, trazidas por


palavras como desejo e receio. A pessoa deseja poder e deseja status, receia o afastamento da

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46 / 84 CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS EEAR

vida social e as ameaças à sua autoestima. Além disso, a motivação busca alcançar determinada
meta para cujo alcance o ser humano gasta energias (Chiavenato, 2003).

2) Premissas que explicam o comportamento humano

Ainda para Chiavenato (2003) o comportamento é causado por estímulos


internos e externos. Existe uma causalidade do comportamento. Tanto a hereditariedade como
o meio ambiente influenciam decisivamente no comportamento das pessoas.

O comportamento é motivado, ou seja, há uma finalidade em todo o


comportamento humano. O comportamento não é casual nem aleatório, mas sempre orientado e
dirigido para algum objetivo.

O comportamento é orientado para objetivos. Em todo comportamento, existe


sempre um impulso, desejo, necessidade, tendência; expressões que servem para designar os
motivos do comportamento.

Embora o modelo básico de motivação acima seja o mesmo para todas as


pessoas, o resultado pode variar indefinidamente, pois depende da percepção do estímulo,
das necessidades e da cognição de cada pessoa.

Figura 3: Modelo de Motivação

3) Como motivar pessoas

Várias teorias foram levantadas acerca da motivação e do que ela realmente é.


Três delas, em particular, mantiveram credibilidade por um certo tempo e acabaram por criar
uma apresentação concisa, embora completa, sobre o assunto (Maitland, 2000):

 “A Pirâmide de Necessidades” de Maslow;

 “A Teoria dos Dois Fatores” de Herzberg; e

 “A Teoria da Expectativa” de Vroom.

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a) A pirâmide das Necessidades de Maslow

A teoria motivacional mais conhecida é a de Abraham Maslow que foi um


psicólogo americano de grande destaque por causa de seu estudo relacionado às necessidades
humanas. Segundo ele, estas estão organizadas e dispostas em níveis, numa hierarquia de
importância e de influência, em cuja base estão as necessidades mais baixas (necessidades
fisiológicas ou básicas) e, no topo, as necessidades mais elevadas (as necessidades de
autorrealização). Cada necessidade humana influencia na motivação e na realização do
indivíduo, o que o faz prosseguir para outras necessidades que marcam uma pirâmide
hierárquica:

Figura 4: hierarquia das necessidades humanas segundo Maslow

Necessidades fisiológicas: são as necessidades mais básicas, como por exemplo,


água, comida, ar, sexo, dentre outras. A ausência da sensação de satisfação, de que qualquer
uma dessas necessidades, provoca mal-estar, desconforto, irritação, medo, doenças.
Instintivamente essas sensações nos levam a realizar ações que têm como objetivo saná-las ou
diminuí-las para restabelecer o nosso equilíbrio interno.

Uma vez satisfeitas essas necessidades, nós abandonamos essas preocupações e


passamos a nos preocupar com outras coisas. Alguns exemplos desta categoria: alimentação
(água e comida), respiração, reprodução, descanso, abrigo, vestimenta e homeostase

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48 / 84 CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS EEAR

(propriedade do organismo de permanecer em equilíbrio mesmo quando ocorrem mudanças


radicais no meio externo).

No ambiente profissional: necessidade de horários flexíveis, conforto físico,


intervalos de trabalho etc.

Necessidades de segurança: Mediante a realidade atual, devido às conturbações


e à violência existente, procuramos fugir dos perigos, buscar por abrigo, segurança, proteção,
estabilidade e continuidade. A busca da religião, de uma crença, deve ser colocada nesse nível
da hierarquia. Dentre as necessidades de segurança, podemos exemplificar: segurança física
pessoal, segurança financeira, saúde e bem-estar e rede de proteção contra imprevistos.

No ambiente profissional: necessidade de estabilidade no emprego, boa


remuneração, condições seguras de trabalho etc.

Necessidades sociais: são necessidades de manter relações humanas com


harmonia: sentir-se parte de um grupo, ser membro de um clube, de uma torcida ou de uma
igreja, receber carinho e afeto dos familiares, amigos e pessoas do sexo oposto. O ser humano
precisa amar e pertencer; sentir-se necessário a outras pessoas ou grupos de pessoas. Alguns
exemplos dessas necessidades são amizade, intimidade (amigos íntimos, mentores, confidentes),
convivência social (círculos de convivência variados), família e organizações (clubes, entidades
de classe, torcidas).

No ambiente profissional: necessidade de conquistar amizades, manter boas


relações.

A ausência desses elementos torna as pessoas suscetíveis à solidão, ansiedade e


depressão. Muitas vezes, a necessidade desses elementos pode, através da pressão dos pares,
sobrepor-se às necessidades psicológicas e de segurança. Um exemplo disso seria alguém que se
expõe de maneira perigosa financeiramente, buscando justamente a aprovação afetiva de seus
pares.

Necessidades de status ou de autoestima: existem dois tipos: o reconhecimento


das nossas capacidades por nós mesmos e o reconhecimento dos outros da nossa capacidade de
adequação. Em geral, é a necessidade de sentir-se digno, respeitado por si e pelos outros, com
prestígio e reconhecimento, poder, orgulho etc. Incluem-se também as necessidades de
autoestima. Alguns exemplos destas necessidades são status, prestígio, autorrespeito,

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EEAR CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS 49 / 84

autoconfiança e reconhecimento. Quando não se consegue atingir essas necessidades, aparece a


baixa autoestima e o complexo de inferioridade.

No ambiente profissional: responsabilidade pelos resultados, reconhecimento por


todos, promoções ao longo da carreira, feedback etc.

Necessidade de autorrealização: é também conhecida como necessidade de


crescimento. Inclui a realização, aproveitar todo o potencial próprio, ser aquilo que se pode ser,
fazer o que a pessoa gosta e ser capaz de conseguir. Relaciona-se com as necessidades de
estima: a autonomia, a independência e o autocontrole. Alguns exemplos: crescimento,
desenvolvimento pessoal e sucesso profissional.

No ambiente profissional: desafios no trabalho, necessidade de influenciar nas


decisões, autonomia etc.

Em linhas gerais, a teoria de Maslow apresenta os seguintes aspectos:

 Para alcançar uma nova etapa, a anterior deve estar satisfeita, ao menos
parcialmente. Isso se dá, porque quando uma etapa está satisfeita, ela deixa de ser o elemento
motivador do comportamento do ser, fazendo com que outra necessidade tenha destaque como
motivação.

 Os quatro primeiros níveis dessas necessidades podem ser satisfeitos por


aspectos extrínsecos (externos) ao ser humano, e não apenas por sua vontade.

 A necessidade de autorrealização nunca é saciada, ou seja, quanto mais se


sacia, mais a necessidade aumenta.

 Acredita-se que as necessidades fisiológicas já nascem com o indivíduo. As


outras mostradas no esquema acima se adquirem com o tempo.

 As necessidades primárias ou básicas se satisfazem mais rapidamente do


que as necessidades secundárias ou superiores.

 O indivíduo será sempre motivado pelas necessidades que se apresentarem


mais importantes para ele.

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Figura 5: hierarquia das necessidades humanas sob outro ângulo

b) A Teoria dos Dois Fatores de Herzberg

Maslow possui uma abordagem intraorientada na qual fundamenta sua teoria da


motivação nas diferentes necessidades humanas, já Herzberg possui uma abordagem
extraorientada cuja teoria é fundamentada no ambiente externo e no trabalho do indivíduo.

A Teoria dos Dois Fatores foi desenvolvida pelo americano Frederick Herzberg,
realizada a partir de entrevistas feitas com duzentos engenheiros e contadores da indústria de
Pittsburgh, tinha como objetivo identificar os fatores que causavam a satisfação e insatisfação
dos empregados no ambiente de trabalho. Os entrevistados foram perguntados sobre o que os
agradava ou desagradava nas empresas que trabalhavam. Nessa teoria Herzberg afirmava que:

 Os fatores motivacionais, como situações de desafio que causam estímulos, são


essenciais para que ocorra a satisfação no cargo de trabalho.

 Os fatores higiênicos, como o ambiente, a supervisão, os colegas de trabalho, o


contexto geral e enriquecimento do cargo, são fatores que contribuem para ampliação das
responsabilidades e podem contribuir para insatisfação no cargo de trabalho.

Diferentemente de Abraham Maslow, que estudou a “satisfação das necessidades"


das pessoas em diversos campos de sua vida, Herzberg procurou estudar o comportamento

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EEAR CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS 51 / 84

e a motivação das pessoas “dentro das empresas” evidenciando, por estudos práticos, a
presença de dois fatores distintos que devem ser considerados na satisfação do cargo, os
Fatores Higiênicos e os Motivacionais.

➔ Procure no conteúdo estudado as palavras-chave que melhor


representam o que foi estudado até aqui.
➔ Faça uma lista dessas palavras-chave seguida de um breve
comentário.
Vamos fazer algumas ➔ A partir da leitura delas, tente reconstruir o que foi visto.
anotações!

Fatores Higiênicos

São fatores que envolvem o funcionário enquanto trabalha, por exemplo: as


condições físicas e as ambientais de trabalho, o salário, os benefícios sociais, as políticas da
empresa, o tipo de supervisão recebido, o relacionamento entre a direção e os funcionários, os
regulamentos internos, as oportunidades existentes etc.
Correspondem à perspectiva ambiental e são fatores tradicionalmente utilizados
pelas organizações para motivar os funcionários. Herzberg, contudo, considera esses fatores
higiênicos muito limitados na sua capacidade de influenciar poderosamente o comportamento
dos empregados.

A expressão “higiênicos” foi escolhida para refletir sobre seu caráter preventivo e
profilático evitando fontes de insatisfação do meio ambiente ou ameaças potenciais ao seu
equilíbrio. Quando esses fatores são ótimos, evitam a insatisfação, e ocasionam de forma
substancial e duradoura, a satisfação, porém, quando precários, provocam insatisfação.

Parabéns por ter chegado até aqui! Veja o quanto você avançou! Agora
muitos conceitos começam a ter sentido, não é mesmo? Isso é fruto de
seu esforço e estudo!

Fatores Motivacionais

São fatores que se referem ao conteúdo do cargo, às tarefas e aos deveres


relacionados com o cargo em si, proporcionando efeito duradouro de satisfação e
consequentemente o aumento de produtividade em níveis de excelência, muitas vezes, acima
dos níveis normais. Porém, quando precários provocam insatisfação. O termo Motivação, para
Herzberg, envolve sentimentos de realização, crescimento e reconhecimento profissional,

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52 / 84 CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS EEAR

manifestados por meio do exercício das tarefas e atividades que oferecem desafios e significados
para o trabalhador.

Vejam o quadro a seguir:

Fatores que levam à insatisfação Fatores que levam à satisfação

Relacionamento com outros funcionários Benefícios e incentivos sociais

Condições do ambiente de trabalho Relações com o supervisor

Fatores motivacionais Administração da empresa

Política da Empresa Condições de trabalho

Responsabilidade Fatores higiênicos

Reconhecimento Reconhecimento

Trabalho em si Responsabilidade

Realização Desenvolvimento

Segurança Crescimento

Progresso Salário

c) A Teoria da Expectativa de Vroom

A terceira teoria conhecida como “da expectativa”, formulada por Victor H.


Vroom, sugere que a motivação é composta por duas partes principais: os desejos individuais e
as expectativas de alcançá-los.

Segundo Vroom, os desejos individuais podem ser classificados em nível de


importância (que ele chamou de “valência”) representando o quanto esses desejos podem ou não
influênciar na motivação da pessoa, de acordo com a importância dada.

Mas esse fator é limitado pelo segundo fator, a expectativa de alcançá-lo, pois,
para que a pessoa trabalhe com a finalidade de satisfazer os desejos individuais, que têm um alto

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EEAR CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS 53 / 84

grau de valência (importância), há a necessidade de acreditar que aquilo é possível. Senão, o


desejo pode gerar o efeito contrário.

Figura 6: Teoria da expectativa de Vroom

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comentário.
Vamos fazer algumas ➔ A partir da leitura delas, tente reconstruir o que foi visto.
anotações!

Parabéns por ter avançado até aqui! Está na hora de fazer uma
pausa.

Lembre-se de que o descanso e a reflexão fazem parte do estudo.


Agora, que tal uma
pausa?

A partir de suas anotações, reconstrua, com suas palavras, todo o


estudo em um ou dois parágrafos, ou, se preferir, elabore um

Está na hora de mapa mental ou um infográfico sobre o texto.


resumir!

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EEAR CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS 55 / 84

Exercícios para aprendizagem do capítulo

Chegamos a mais uma série de exercícios. Dedique-se ao máximo nesse


momento para obter os melhores resultados! Vamos lá!

1. Qual elemento do comportamento representa o sistema social interno da


organização?
a) Tecnologia
b) Estrutura
c) Ambiente
d) Pessoas

2. Qual elemento do comportamento define os relacionamentos formais de


pessoas dentro das organizações?
a) Ambiente
b) Estrutura
c) Tecnologia
d) Pessoas

3. Assinale a alternativa que indica um sintoma de clima organizacional ruim.


a) Trabalho desafiador
b) Recompensas justas
c) Colegas participativos
d) Absenteísmo

4. Existem variáveis que interferem, fortemente, no clima organizacional. Desse


modo, como são denominadas as variáveis que refletem o estado interno da organização e do
seu pessoal?
a) Variáveis finais
b) Variáveis causais
c) Variáveis intervenientes
d) Variáveis de resultado final

5. Relacione as colunas e assinale a alternativa com a sequência correta,


considerando as variáveis que interferem no clima organizacional.
1. Variáveis finais
2. Variáveis causais
3. Variáveis intervenientes
( ) Expectativas
( ) Produção
( ) Dedicação
( ) Cultura
( ) Políticas

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a) 2 – 2 – 3 – 1 - 3
b) 3 – 1 – 3 – 2 - 2
c) 1 – 2 – 1 – 3 - 1
d) 1 – 3 – 2 – 3 - 3

6. A teoria da motivação mais conhecida é de autoria de Abraham Maslow,


psicólogo americano que se destacou em virtude do seu campo de pesquisa relacionado às
necessidades humanas. Nesse contexto, como são denominadas as necessidades mais básicas do
ser humano?
a) Necessidades de autorrealização.
b) Necessidades de segurança.
c) Necessidades fisiológicas.
d) Necessidades sociais.

7. Assinale a alternativa cujo rol de necessidades sociais tem por base um ângulo
de visão diferenciado.
a) Respiração, fome e sede.
b) Família, saúde e emprego.
c) Amizade, amor e pertencimento ao grupo.
d) Desenvolvimento pessoal, crescimento e sucesso profissional.

8. A Teoria dos Dois Fatores, de autoria de Frederick Herzberg, identifica fatores


causadores de satisfação e insatisfação no ambiente de trabalho. Dessa forma, quais são os dois
fatores observados na pesquisa conduzida por Herzberg?
a) Fatores de valência e fatores emocionais.
b) Fatores motivacionais e fatores orgânicos.
c) Fatores motivacionais e fatores higiênicos.
d) Fatores estruturais e fatores socieconômicos.

9. Quais são as duas partes principais que compõem a motivação, sob o enfoque
da Teoria da Expectativa, formulado por Victor Vroom?
a) Experiências compartilhadas e expectativas de alcançá-los.
b) Desejos individuais e expectativas de alcançá-los.
c) Satisfação pessoal e emoções compartilhadas.
d) Experiências emotivas e desejos individuais.

10. Assinale a alternativa correta.


a) As necessidades fisiológicas são adquiridas ao longo do tempo.
b) As necessidades primárias não se satisfazem rapidamente.
c) As necessidades secundárias são satisfeitas rapidamente.
d) As necessidades de autorrealização nunca são saciadas.

__________________________________________________________________________

GABARITO
6) C 1) D

8) C 3) D
7) C 2) B

9) B 4) C

10) D 5) B

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EEAR CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS 57 / 84

5 CARACTERÍSTICAS DAS ORGANIZAÇÕES MILITARES


PAREI AQUI - 11/11/23
5.1 ESPECIFICIDADES DAS ORGANIZAÇÕES MILITARES

Depois de termos vistos as características de uma organização, tais


como sua cultura, clima e motivação, como podemos caracterizar os
principais serviços colocados à disposição do militar da FAB no âmbito
de uma Organização Militar? Como será essa relação? Vamos juntos
estudar sobre isso!

1. Delimitação de Organização Militar

As organizações são constituídas de pessoas, que agem e tomam decisões em


nome da entidade que representam. Os indivíduos não conseguem, sozinhos, alcançar os seus
objetivos, em razão das limitações humanas. A cooperação entre os membros de uma equipe conduz
a organização ao alcance de seus objetivos administrativos.

No âmbito da FAB, Organização Militar (OM) é a Organização do Comando da


Aeronáutica (COMAER) que possui denominação oficial, regulamento, quadro de organização e
quadro de cargos privativos próprios (item 1.141, do Manual Eletrônico de Conceituações, do
RADA-e1).

Assim, a título de exemplo, a Escola de Especialistas de Aeronáutica (EEAR) é


caracterizada como uma Organização Militar, porquanto sua estrutura interna (agentes da
administração, atribuições legais e definição dos cargos) consta no Regulamento da Unidade e no
Regimento Interno.

1 REGULAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO DA AERONÁUTICA, NA FORMA ELETRÔNICA – RCA 12-1

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58 / 84 CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS EEAR

2. Criação das Organizações Militares

A criação, a localização de sede, a subordinação, a classificação, a transformação e a


extinção de OM são processadas por ato expresso do Comandante da Aeronáutica (CMTAER),
mediante proposta do Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER).

Por outro lado, qualquer tipo de modificação, aglutinação, desativação, alteração,


transformação, mudança de classificação, incorporação ou extinção de OM deverá ser
submetida, pela cadeia de comando de subordinação, em processo circunstanciado, ao EMAER,
a quem competirá a análise e a emissão de parecer conclusivo e posterior encaminhamento de
proposta ao CMTAER para solução.

3. Agentes da Administração

Agente da administração, segundo definição do RADA-e, “é todo indivíduo que,


investido de atribuições e de responsabilidades definidas em ato próprio, realiza atividades
administrativas de gestão orçamentária, financeira, contábil, patrimonial e de recursos
humanos do COMAER. O Agente da Administração é uma espécie de Agente Público, militar ou
servidor civil, que atua no COMAER. O termo agente da administração, (…) engloba, quando
não especificado, também, os gestores em geral e os servidores civis”.

Os agentes da administração têm a seguinte denominação:

a) Agente Diretor;

b) Ordenador de Despesas;

c) Agente de Controle Interno;

d) Agente Executor (ou Gestor);

e) Agente Auxiliar; e

f) qualquer pessoa física a que se tenha atribuído competência para exercer atividade
administrativa de acordo com a legislação em vigor.

I – Agente Diretor

É o responsável pelo planejamento, controle, pela organização, direção e pelas


atividades administrativas da Unidade Gestora, devendo adotar todas as providências de caráter
administrativo necessárias ao desempenho de suas atribuições legais e ao cumprimento de sua

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EEAR CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS 59 / 84

missão institucional, de acordo com a legislação vigente e as determinações emanadas das


autoridades competentes.

II – Ordenador de Despesas

Pratica atos que resultam na emissão de empenho, autorização de pagamento,


concessão de suprimento de fundos ou no dispêndio de recursos da União, cabendo-lhe, por
exemplo, aprovar o valor das garantias a serem exigidas nos contratos para aquisição de bens e a
realização de obras e serviços; aprovar os editais de licitação; assinar empenhos, contratos,
convênios, acordos, ajustes, termos aditivos, instrumentos congêneres, obrigações e quaisquer
outros documentos hábeis que os substituam, na forma da legislação pertinente, entre outros.

Portanto, enquanto o Agente Diretor realiza atos de gestão administrativa, o


Ordenador de Despesas tem a responsabilidade pela condução das atividades financeiras da OM.

III – Agente de Controle Interno (ACI)

A atuação do ACI compreende o assessoramento direto ao Comandante, ao


Agente Diretor e ao Ordenador de Despesas, no sentido de aferir, comprovar, à luz da legislação
em vigor, a formalidade, a legalidade, a legitimidade, a correção contábil e a veracidade dos
controles existentes na UG.

IV – Agente Executor ou Gestor

Os gestores atuam em diversas áreas, realizando práticas direcionadas à


administração de bens, valores e interesses próprios das Organizações Militares. Dessa forma,
têm atribuições e funções definidas em leis, regulamentos, regimentos ou outras disposições ou
normativos legais.

V – Agente Auxiliar

É o Agente da Administração responsável por assessorar e apoiar Agente Público


no exercício de seu cargo, encargo, função/comissão, definidas em Regulamento ou Regimento
Interno ou em ato normativo próprio, conforme ato de nomeação ou de designação. A função de
Agente Auxiliar também poderá ser denominada “Adjunto”.

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60 / 84 CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS EEAR

Você consegue visualizar esses conceitos em seu ambiente de trabalho?


Eles são típicos de organizações militares, não é mesmo? Mas percebe
como eles se relacionam com tudo o que estudamos até aqui? Por isso é
fundamental todo o estudo e aprimoramento.

5.2 SERVIÇOS COLOCADOS À DISPOSIÇÃO DOS MILITARES NAS OM

1. Assistência à Saúde

A assistência à saúde é um direito estabelecido no Estatuto dos Militares 1,


abrangendo serviços profissionais médicos, farmacêuticos e odontológicos, bem como o
fornecimento, a aplicação de meios e os cuidados e demais atos médicos e paramédicos
necessários.

O Estatuto dos Militares, na linha de raciocínio adotada, estabelece que as


licenças por motivo de saúde são de duas espécies: licença para tratamento de saúde de pessoa
da família e licença para tratamento de saúde própria2.

Destarte, o Regulamento Interno dos Serviços da Aeronáutica define que a


licença para tratamento de saúde própria (LTSP) é o afastamento total do serviço concedido ao
militar mediante parecer de Junta de Saúde da Aeronáutica3.

Noutro giro, a Licença para tratamento de saúde de pessoa da família (LTPF) é o


afastamento total do serviço concedido ao militar para atender aos encargos decorrentes de
doença de pessoa da família4.

1 Art. 50, inciso II, “e”, Lei nº 6.880/80


2 Art. 67, § 1º, “c” e “d”, Lei nº 6.880/80
3 Art. 310 do RISAER
4 Art. 316 do RISAER

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EEAR CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS 61 / 84

Desse modo, as licenças serão concedidas mediante parecer fundamentado da


Junta de Saúde da Aeronáutica, atestando a necessidade de afastamento integral das atividades
funcionais, com vistas à melhoria do estado de saúde do militar.

A Portaria COMGEP Nº 258/3SC2, de 20 de setembro de 2022 aprovou a


reedição da Norma sobre a Organização e Funcionamento do Sistema de Saúde da
Aeronáutica (NSCA 160-4/2022) que define conceitos, diretrizes gerais e estabelece processos
aplicáveis ao SISAU1, especialmente quanto aos objetivos, à estrutura, à organização, às
competências, às atribuições, aos tipos de atividades, ao relacionamento e à hierarquia entre os
elos do Sistema.

A estruturação funcional do SISAU segue o conceito de Rede de Atenção à


Saúde (RAS), com elos executores em arranjos organizativos poliárquicos, abrangendo
diferentes complexidades e densidades tecnológicas, interagindo entre si através da governança
colaborativa e sendo norteados e fiscalizados por um órgão central de governança do sistema
que é a Diretoria de Saúde da Aeronáutica (DIRSA).

1.1 Assistência médico-hospitalar no SISAU

Deve ser ressaltado que são usuários do SISAU os beneficiários exclusivos da


AMH, como os beneficiários do Fundo de Saúde da Aeronáutica (FUNSA), com base na NSCA
160-5/2022.

Os recursos financeiros destinados ao custeio da assistência complementar à


saúde serão provenientes de:

a) dotações orçamentárias, consignadas no Orçamento da União;

b) contribuições mensais obrigatórias para o FUNSA;

c) indenizações de procedimentos de saúde prestados na rede própria e na rede


complementar do SISAU; e

d) receitas provenientes de outras fontes.

Serão contribuintes para o FUNSA, mediante desconto mensal obrigatório, em


folha de pagamento:

a) os militares;

1 Sistema de Saúde da Aeronáutica

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62 / 84 CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS EEAR

b) os beneficiários da pensão militar que após o falecimento do militar terão


direito à assistência médico-hospitalar e social da Aeronáutica, conforme art. 10-A da Lei nº
3.765, de 4 de maio de 1960 (lei da Pensão Militar); e

c) os responsáveis legais por aqueles que terão direito à assistência médico-


hospitalar da Aeronáutica, em conformidade com o previsto no art. 3º-D da Lei n.º 3.765/60.

Com os recursos financeiros obtidos, é possível gerir o sistema, viabilizando o


atendimento necessário e eficaz na busca pela prevenção, ou mesma solução, dos problemas de
saúde surgidos.

Assim, para fins de indenização da assistência à saúde prevista na norma em


comento, serão considerados beneficiários do FUNSA os usuários abaixo especificados:

a) os militares contribuintes;

b) o cônjuge ou o(a) companheiro(a) com quem viva em união estável do(a)


militar contribuinte, definido como tal na legislação em vigor;

c) o(a) filho(a) menor de 21 anos;

d) o(a) filho(a) estudante menor de 24 (vinte e quatro) anos de idade que não
receba rendimentos;

e) o(a) filho(a) inválido(a) ou interdito(a);

f) o(a) enteado(a) nas mesmas condições das letras “c”, “d” e “e”, contanto que
não receba pensão alimentícia;

g) o(a) tutelado(a) até completar 18 anos, desde que não receba rendimentos;

h) o(a) curatelado(a) inválido(a) desde que não receba rendimentos;

i) o pai e a mãe do militar contribuinte, desde que não recebam rendimentos;

j) o menor que esteja sob a guarda, sustento e responsabilidade do militar


contribuinte, por determinação judicial, desde que atendidas as seguintes condições:

- enquanto residir sob o mesmo teto;

- enquanto não constituir união estável;

- enquanto viver sob dependência econômica do militar;

- até que cesse a guarda; e

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EEAR CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS 63 / 84

- até que seja emancipado ou atinja a maioridade.

k) após o falecimento do militar e enquanto conservarem os requisitos de


dependência:

- o(a) viúvo(a), enquanto não contrair matrimônio ou constituir união estável;

- o(a) filho(a) ou o enteado(a) menor de 21 (vinte e um) anos de idade ou


inválido(a);

- o(a) filho(a) ou o(a) enteado(a) estudante menor de 24 (vinte e quatro) anos de


idade;

- o pai e a mãe; e

- o tutelado ou o curatelado inválido ou menor de 18 (dezoito) anos de idade que


viva sob a sua guarda por decisão judicial.

➔ Procure no conteúdo estudado as palavras-chave que melhor


representam o que foi estudado até aqui.

➔ Faça uma lista dessas palavras-chave seguida de um breve


comentário.
Vamos fazer algumas
anotações! ➔ A partir da leitura delas, tente reconstruir o que foi visto.

Parabéns por ter avançado até aqui! Está na hora de fazer uma
pausa.

Lembre-se de que o descanso e a reflexão fazem parte do estudo.


Agora, que tal uma
pausa?

Noutra vertente, serão considerados beneficiários exclusivos da AMH, desde que


assim instituídos regularmente na base de dados do Sistema de Informações Gerenciais de
Pessoal (SIGPES) ou em processo de regularização, na data da publicação da Lei nº
13.954/2019; que vivam sob a dependência econômica do militar e sob o mesmo teto; e assim
tenham sido declarados pelo militar na organização militar competente:

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64 / 84 CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS EEAR

a) a filha e a enteada, nas condições de viúvas, separadas judicialmente ou


divorciadas, desde que não recebam remuneração, não recebam pensão alimentícia e enquanto
não constituírem qualquer tipo de união estável;

b) a sogra viúva, solteira, separada judicialmente ou divorciada e a madrasta


viúva, desde que, em quaisquer dessas situações, não recebam remuneração e enquanto não
constituírem qualquer tipo de união estável;

c) os avós, quando inválidos ou interditos, e respectivos cônjuges, desde que não


recebam remuneração;

d) a cônjuge do pai, quando esta não for a genitora do militar, desde que não
receba remuneração;

e) o irmão, o cunhado e o sobrinho, quando menores ou inválidos ou interditos,


sem outro arrimo;

f) a irmã, a cunhada e a sobrinha, solteiras, viúvas, separadas judicialmente ou


divorciadas, desde que não recebam remuneração, não recebam pensão alimentícia e enquanto
não constituírem qualquer união estável;

g) o neto menor órfão de pai e de mãe, inválido ou interdito;

h) a pessoa que viva, no mínimo há cinco anos, sob a sua exclusiva dependência
econômica, comprovada mediante justificação judicial;

i) a filha ou a enteada maiores de 24 anos de idade, solteiras e que não recebam


remuneração;

j) a filha ou a enteada com idade igual ou superior a 21 anos de idade, menores de


24 anos, não estudantes, desde que solteiras e que não recebam remuneração; e

k) o ex-cônjuge ou ex-companheiro(a) com direito à pensão alimentícia


estabelecida por sentença transitada em julgado, enquanto perdurar o direito à pensão, não se
aplicando, nesse caso, a obrigação de viver sob o mesmo teto.

De acordo com os aspectos ora abordados, a estrutura de Saúde da Aeronáutica


está alicerçada financeiramente nos recursos oriundos de diversas fontes, com o escopo de
suportar a demanda crescente, mantendo o padrão de atendimento, adequado e condigno, que é
esperado pelos usuários do Sistema.

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EEAR CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS 65 / 84

2. Assistência Social

A Portaria COMGEP Nº 12/ALE, de 28 de fevereiro de 2020 aprovou a


reedição das Normas Reguladoras do Serviço Social no âmbito do Comando da Aeronáutica
(ICA 163-1/2020). Por meio dessa Norma, é possível responder às demandas sociais, levando
em consideração as particularidades provenientes de cada contexto, tendo em vista a
capilaridade e a pluralidade de Organizações Militares (OM).
A finalidade do SISESO - Sistema de Serviço Social - é contribuir para a
conservação da operacionalidade e promoção do comprometimento com a missão institucional a
partir do atendimento às demandas sociais dos militares (ativos e inativos) e dos servidores
públicos (ativos e aposentados) do Comando da Aeronáutica (COMAER), bem como de seus
respectivos pensionistas.
As ações sociais serão executadas de forma descentralizada pelos Órgãos
Executivos, ou elos, do SISESO, que são responsáveis pela implementação e avaliação das
respectivas ações, de acordo com a realidade social de cada região.
Quais são os elos do Sistema de Assistência Social da Aeronáutica?

O SISESO é composto de um Órgão Central e Órgãos Executivos ou Elos. O


Órgão Central do SISESO é a Diretoria de Administração do Pessoal (DIRAP). Já os
Executivos ou Elos são os Grupamentos de Apoio, as Organizações de Saúde, as Organizações
de Ensino e as Organizações do Controle do Espaço Aéreo do COMAER, representados pelos
respectivos setores de Serviço Social, que são os responsáveis pelo cumprimento das normas
que orientam e regulam as atividades sistêmicas, determinadas pelo Órgão Central do Sistema.

O Serviço Social no COMAER é estruturado em quatro campos de atuação a


saber:

a) Organizacional: Tem como finalidade manter a operacionalidade e o


comprometimento do efetivo com a missão institucional de manter a soberania do espaço aéreo
e integrar o território nacional com vistas à defesa da Pátria, bem como atuar frente às demandas
sociais daqueles que muito já contribuíram e labutaram pela Força, auxiliando na aquisição de

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66 / 84 CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS EEAR

novas potencialidades, proporcionando espaços de reaproximação do público de inativos,


pensionistas e aposentados com a Aeronáutica. Objetiva, também, fomentar iniciativas que
impulsionem a melhoria da qualidade de vida no trabalho, identificando e atuando nos
condicionantes sociais que possam vir a afetar o bom desenvolvimento das atividades laborais
na caserna, proporcionando apoio ao homem.

b) Saúde: objetiva atender às demandas sociais dos usuários das Organizações de


Saúde da Aeronáutica (OSA), por meio de intervenções no âmbito da prevenção, promoção e
recuperação da saúde. A referida atuação deve estar pautada na interdisciplinaridade, tendo em
vista que esta possibilita o intercâmbio de saberes com vistas ao atendimento integral do
usuário; e na intersetorialidade, levando-se em consideração que propicia a integração de ações
entre variados serviços, órgãos, profissionais e instituições.

c) Educação: o Assistente Social é chamado a atuar nas questões sociais e


vulnerabilidades que se encontram no dia a dia do âmbito escolar. Considerando as
especificidades das escolas de formação militar, o profissional de Serviço Social inserido nessas
Organizações de Ensino desenvolverá atitudes propositivas no que se refere às problemáticas
que podem emergir nesse contexto, como o baixo rendimento escolar, problemas familiares,
consumo abusivo de álcool e/ou outras substâncias psicoativas, desenvolvimento de transtornos
mentais, e outras situações vinculadas à realidade escolar e social.

d) Operacional: a sistematização da atuação do Assistente Social no espaço


sócio-ocupacional das operações militares objetiva delinear linhas de ação e protocolos
específicos de atuação para nortear os profissionais mobilizados em situações de emergências,
desastres, calamidades públicas, ações humanitárias e ações cívico-sociais.

Você já utilizou algum desses serviços? Não esqueça de compartilhar


suas experiências e conhecimento com outros colegas. Na aprendizagem,
compartilhar é fundamental para aprendermos mais e mais.

O Sistema de Serviço Social, no COMAER desenvolve sua intervenção por


intermédio de:

- prestação de serviços socioassistenciais: compreende um conjunto de ações


profissionais continuadas que agregam competências técnicas e habilidades, organizadas para
atingir um objetivo, agindo sobre as condições de vida do sujeito de maneira que responda
qualitativamente às suas necessidades. Cada serviço foi definido e tipificado quanto à

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EEAR CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS 67 / 84

nomenclatura, à descrição, aos usuários, aos objetivos, às possibilidades de atuação e ao impacto


social esperado, sendo eles:

a) Serviço de Atendimento Integral à Família Aeronáutica;

b) Serviço de Atenção aos Militares em Destacamento;

c) Serviçode Atenção ao Efetivo do COMAER;

d) Serviço de Atenção aos Militares Inativos, Servidores Civis Aposentados e


Pensionistas;

e) Serviço de Atendimento ao Paciente Internado;

f) Serviço de Atenção ao Usuário da OSA;

g) Serviço de Atenção à Pessoa com Deficiência e ao Idoso;

h) Serviço de Atenção ao Paciente Fora de Sede para Tratamento de Saúde;

i) Serviço de Atenção aos Cadetes e Alunos;

j) Serviço de Atendimento à População Civil no Teatro Operacional ou em


Situações de Calamidades Públicas; e

k) Serviço de Atenção aos Militares envolvidos em Missões.

- desenvolvimento de programas e projetos sociais: Os programas sociais serão


definidos estrategicamente e sistematizados pelo Órgão Central, levando-se em consideração as
expressões da questão social presentes no cotidiano do efetivo do COMAER. O
desenvolvimento e a execução dos programas sociais devem privilegiar ações sociais de caráter
socioeducativo, preventivo e promocional que atendam às contingências sociais dos usuários. Já
os projetos sociais deverão ser elaborados pelos Órgãos Executivos em consonância com as
particularidades de cada OM e de acordo com os objetivos dos serviços e dos programas sociais
estabelecidos pelo SISESO.

- concessão de benefícios socioassistenciais: o acesso aos benefícios


socioassistenciais deverá ser garantido a todo e qualquer militar e/ou servidor civil e seus
dependentes e pensionistas que contribuam para o RAS - Recursos da Assistência Social,
independente de posto ou graduação. Tais benefícios socioassistenciais no âmbito do COMAER
poderão ser concedidos com base em critérios de vulnerabilidade social e situações de riscos.
Abaixo estão listados os benefícios socioassistenciais que poderão ser acessados:

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68 / 84 CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS EEAR

a) Saúde: medicamentos, órteses/próteses e tratamento multidisciplinar.

b) Educação: material escolar, mensalidade escolar e acompanhamento


pedagógico.

c) Alimentação: cesta básica e nutrição especial.

d) Habitação: material de construção e móvel eletrodoméstico

3. Assistência Religiosa

O Estatuto dos Militares assegura a Assistência Religiosa no âmbito das Forças


Armadas1, regulado pela lei nº 6.923, de 29 de junho de 1981, que criou o Serviço de
Assistência Religiosa (SARFA) e tem por finalidade prestar assistência religiosa e espiritual aos
militares, aos civis das Organizações Militares e às suas famílias, bem como atender a encargos
relacionados com as atividades de educação moral, realizados nas Forças Armadas.

O serviço religioso funcionará, em tempo de paz, nas unidades, nos navios, nas
bases, nos hospitais e em outras Organizações Militares em que, pela localização ou situação
especial, seja recomendada a assistência religiosa; em tempo de guerra, junto às Forças em
operações, e na forma prescrita no inciso anterior.

O Serviço de Assistência Religiosa será constituído de capelães militares,


selecionados entre sacerdotes, ministros religiosos ou pastores, pertencentes a qualquer religião
que não atente contra a disciplina, a moral e as leis em vigor.

Conquanto a República Federativa do Brasil seja um Estado laico, a expressão


da fé merece ser cultivada, como característica cultural que alicerça a sociedade brasileira.

1 Art. 150. A Assistência Religiosa às Forças Armadas é regulada por lei específica.

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EEAR CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS 69 / 84

4. Moradia

A moradia é considerada como direito do militar da ativa 1, compreendendo


alojamento em Organização Militar, quando aquartelado ou embarcado, bem como habitação
para o militar e seus dependentes, em imóvel sob a responsabilidade da União, de acordo com a
disponibilidade existente.

a) Próprio Nacional Residencial (PNR)

A Portaria Nº 2.171/GC4, de 12 de dezembro de 2019, aprovou a reedição da


ICA 12-20, versando sobre “Administração de Próprios Nacionais Residenciais da
Aeronáutica”.

Existem condições de habilitação para inscrição em PNR, definidas no item


4.1.1, alíneas “a” a “e”:

 Ser do efetivo do COMAER, no serviço ativo;

 Ter sido movimentado ou pertencer ao efetivo de OM do COMAER,


localizada na área atendida pela Organização Militar Responsável (OMR) em que deseja
concorrer à ocupação de PNR ou ter sido designado ou estar prestando serviço em OM da
Marinha, do Exército ou em Órgão da Administração Pública Federal ligado ao COMAER,
localizado na área atendida pela OMR em que deseja concorrer à ocupação de PNR;

 Possuir como dependentes quaisquer das pessoas enumeradas nos §§ 2° e 3° do


art. 50 da Lei n° 6.880, de 9 de dezembro de 1980, listados na Declaração de Convivência;

 Não estar matriculado em curso ou estágio de formação, de adaptação ou


preparatório da Aeronáutica;

 Pertencer a um quadro de carreira ou, se for cabo, taifeiro-mor ou taifeiro-de-


primeira classe, ter adquirido a estabilidade.

Quanto à distribuição de PNR, há duas listas distintas e ordenadas para inscrição,


obedecendo aos critérios de ordem hierárquica e de ordem cronológica.

1 Art. 50, IV, “i”, nº 1 e 2 – Lei nº 6.880/80

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70 / 84 CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS EEAR

➔ Procure no conteúdo estudado as palavras-chave que melhor


representam o que foi estudado até aqui.

➔ Faça uma lista dessas palavras-chave seguida de um breve


comentário.
Vamos fazer algumas
anotações! ➔ A partir da leitura delas, tente reconstruir o que foi visto.

b) Hotel de Trânsito

A Portaria SEFA Nº 26/AJUR, de 9 de dezembro de 2019, aprovou a edição


da Instrução de Residentes em Hotéis de Trânsito do COMAER.

A Instrução em análise tem a finalidade de estabelecer normas para hospedagem


de residentes nos hotéis de trânsito do COMAER, padronizando as regras de utilização dos
hotéis de trânsito, por hóspede, classificados como residentes, definindo critérios e
procedimentos, bem como determinando valores, formas de indenização e prazo de
hospedagens.

Hóspede residente é todo militar do COMAER e seus dependentes que venham


a se hospedar no Hotel de Trânsito (HT), em conformidade com as condições e prioridades a
seguir descritas.

Nessa perspectiva, os motivos para classificação de hóspedes como residentes,


em ordem de prioridade, são:

a) transferências;

b) tratamentos de saúde;

c) aguardando ocupação de PNR ou de residências na localidade;

d) cursos de longa duração; e

e) gratificações por representação.

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EEAR CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS 71 / 84

Contudo, não poderão ser classificados como residentes:

➢ militares inativos;

➢ dependentes de militares desacompanhados dos responsáveis; e

➢ militares que estejam recebendo diárias, comissionamento ou ajuda de custo.

Vale destacar que, a partir de 16 dias de permanência no HT, o hóspede poderá


ser classificado como residente. O período de hospedagem não poderá exceder a 90 (noventa)
dias consecutivos.

Em caráter excepcional e a título precário, no caso de a hospedagem atingir o


limite de 90 dias consecutivos, o militar deverá fazer uma solicitação formal, através de
requerimento, para prorrogação do período de hospedagem como residente.

Os militares, devotados ao ofício das armas, por diversos momentos na carreira,


devem cumprir a sua missão em pontos destacados de sua sede. A hospedagem, conforme os
parâmetros legais estabelecidos, tem o caráter de permitir a recomposição orgânica básica
para o deslinde das tarefas cotidianas.

5. Fardamento

De acordo com o Estatuto dos Militares, o fardamento é composto pelo conjunto


de uniformes, roupa branca e roupa de cama, disponibilizado ao militar na ativa de graduação
inferior a terceiro-sargento e, em casos especiais, a outros militares1.

No mesmo escopo, a LRM define o auxílio-fardamento como o direito


pecuniário devido ao militar para custear gastos com fardamento, conforme regulamentação
específica sobre o tema.

Nas Organizações Militares, encontramos os Postos Regionais de Venda de


Fardamentos (PRVF), responsáveis pela comercialização de itens de fardamento, o que
assegura a constante recomposição de peças do uniforme.

1 Art. 50, IV, “h”, Lei nº 6.880/80.

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72 / 84 CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS EEAR

A manutenção do fardamento é essencial no seio da caserna, pois demonstra o


grau de comprometimento, asseio e zelo com a instituição Força Aérea Brasileira,
considerando que o primeiro signo de nosso amor pela profissão militar é visível aos olhos de
todos.

Nossa missão está chegando ao final. Meus parabéns pelo seu esforço e
dedicação, mas ainda falta um pouco. Não desanime e siga estudando e
compartilhando com outras pessoas o que você está aprendendo.

6. Alimentação

A alimentação1, assim entendida como as refeições fornecidas aos militares em


atividade, é um direito social insculpido na Magna Carta2.

Portanto, a alimentação do pessoal da OM merece especial atenção do


Comandante, Chefe ou Diretor e de toda administração, sobretudo pela sua natureza essencial.

Nas OMs com rancho organizado, haverá, em princípio, duas refeições diárias:
café e almoço, servidas de acordo com o horário estabelecido.

Para os cadetes e alunos das Organizações de Ensino em regime de internato, ao


pessoal de serviço da OM, bem como para militares presos, haverá, à noite, o jantar e, mais
tarde, uma quarta refeição denominada ceia.

Por outro lado, as Organizações de Saúde seguem, quanto ao fornecimento de


refeições, regras específicas emitidas pela Diretoria de Saúde da Aeronáutica (DIRSA).

Ressalte-se que as OMs devem ter refeitórios separados para Oficiais, para
Suboficiais e Sargentos, e para Cabos, Soldados e Taifeiros.

Nas Organizações de Ensino, os cadetes, os alunos ou os estagiários terão


refeitório próprio.
1 Art. 50, IV, “g”, Lei nº 6.880/80
2 Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte,
o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.

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EEAR CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS 73 / 84

Os servidores públicos devem frequentar os refeitórios destinados aos militares,


com base na equivalência dos respectivos níveis, observadas as legislações específicas quanto ao
ressarcimento e autorização para a alimentação.

As refeições fornecidas no recinto das Organizações Militares devem observar


um padrão de qualidade que lhes assegure a manutenção das funções vitais do organismo,
respeitando o mesmo preparo na sua elaboração; devem existir diferenciações quanto aos
recintos dos comensais, não quanto à qualidade da alimentação.

7. Centros Sociais

Os Centros Sociais são os locais físicos destinados à promoção de intercâmbio


social, recreativo, cultural, educacional, assistencial e cívico, primordialmente entre os militares
e seus familiares e entre estes e os demais segmentos da sociedade.
As Organizações Militares, dentro de suas possibilidades, devem dispor de locais
destinados ao funcionamento de Centros Sociais para Oficiais, para Suboficiais e Sargentos, e
para Cabos, Soldados e Taifeiros.

De acordo com a necessidade e possibilidade, as OMs podem ter, além de


Centros Sociais, barbearias, sapatarias, lavanderias e outras facilidades destinadas ao seu
pessoal.

As interações sociais no ambiente das Organizações permite o intercâmbio de


ideias e a sadia convivência dos militares, respeitando a diversidade cultural de cada cidadão.

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74 / 84 CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS EEAR

8. Transporte

Seguindo os ensinamentos da LRM, transporte1 é o direito pecuniário devido ao


militar da ativa, quando o transporte não for realizado por conta da União, para custear despesas
nas movimentações por interesse do serviço, nelas compreendidas a passagem e a translação da
respectiva bagagem, para si, seus dependentes e um empregado doméstico, da localidade onde
residir para outra, onde fixará residência dentro do território nacional.

A Portaria Nº 938/GC6, de 8 de setembro de 2004, aprovou a edição da


Instrução que dispõe sobre “Execução, em Tempo de Paz, do Transporte, em Território
Nacional, dos Militares da Aeronáutica” (ICA 177-31).

Nessa perspectiva, existem duas modalidades de transporte:

a) “por conta da União” - é o transporte autorizado para a execução da


movimentação do militar ou deslocamento por motivo de interesse do serviço, mediante
contratação, pela União, de empresas particulares;

b) “pagamento em espécie”- é o transporte autorizado mediante o pagamento em


espécie (dinheiro) ao militar.

É mister ressaltar que os militares, seus dependentes e o empregado doméstico


fazem jus às seguintes categorias de transporte:

 transporte rodoviário;

 transporte aéreo;

 transporte ferroviário; e

 transporte aquaviário.

a) Algumas situações que asseguram o direito ao transporte

O militar da ativa, movimentado por interesse do serviço, terá direito ao


transporte para si, seus dependentes e um empregado doméstico, compreendendo a realização de

1 Art. 3º, X, LRM

DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO – DEPF


EEAR CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS 75 / 84

deslocamentos de pessoal e a translação da respectiva bagagem da localidade onde residir para a


outra, onde fixará residência, dentro do território nacional.

O militar obrigado a mudar de residência na mesma sede, por interesse do serviço


ou ex-officio, terá direito ao transporte da bagagem, exceto o automóvel e a motocicleta. Esse
direito surge apenas nos casos em que o militar é obrigado a desocupar Próprio Nacional
Residencial (PNR) ou trocar de PNR por determinação da autoridade a que a respectiva
Prefeitura de Aeronáutica estiver subordinada.

O militar da ativa movimentado em decorrência de comissão de duração superior


a seis meses, cuja natureza não lhe permita fazer-se acompanhar de seus dependentes e que
implique mudança de sede, terá direito a transporte de pessoal e de bagagem.

O militar da ativa terá direito apenas ao transporte de pessoal, quando tiver que
se deslocar para fora da sede de sua OM, nos seguintes casos de deslocamentos eventuais:

a) interesse da Justiça ou da disciplina, quando o assunto envolver interesse


do COMAER, quando a União for autora, litisconsorte ou ré;

b) concurso para ingresso em Escolas, Cursos ou Centros de Formação,


Especialização, Aperfeiçoamento ou Atualização, de interesse do COMAER;

c) serviço decorrente do desempenho da sua atividade;

d) baixa à Organização Hospitalar ou alta desta, em virtude de prescrição médica


competente ou de realização de inspeção de saúde;

e) consulta ou exame de saúde por recomendação médica; e

f) designação para curso ou estágio sem obrigatoriedade de mudança de sede ou


de residência.

O disposto nas alíneas “d” e “e” deve ser aplicado aos dependentes do militar
da ativa.

Várias missões da FAB exigem o deslocamento no território nacional, o que


realça o apoio imprescindível dos mecanismos de transporte disponibilizados aos militares,
dando o suporte necessário nas situações de movimentação, sobretudo para atender a
interesses do serviço.

DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO – DEPF


76 / 84 CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS EEAR

➔ Procure no conteúdo estudado as palavras-chave que melhor


representam o que foi estudado até aqui.

➔ Faça uma lista dessas palavras-chave seguida de um breve


comentário.
Vamos fazer algumas
anotações! ➔ A partir da leitura delas, tente reconstruir o que foi visto.

Parabéns por ter avançado até aqui! Está na hora de fazer uma
pausa.

Agora, que tal uma Lembre-se de que o descanso e a reflexão fazem parte do estudo.

pausa?

A partir de suas anotações, reconstrua, com suas palavras, todo o


estudo em um ou dois parágrafos, ou, se preferir, elabore um
mapa mental ou um infográfico sobre o texto.
Está na hora de
resumir!

DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO – DEPF


EEAR CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS 77 / 84

Exercícios para Aprendizagem do Capítulo

Após vermos as características de uma Organização Militar, vamos testar


nossa compreensão sobre o assunto. Faça os exercícios a seguir e reveja
os capítulos anteriores para aprofundar sua aprendizagem.

1. Qual órgão tem a incumbência de analisar e emitir parecer conclusivo acerca


da extinção de Organização Militar no âmbito do COMAER?
a) COMPREP
b) GABAER
c) EMAER
d) DIRAP

2. Qual agente da administração é responsável por assessorar e apoiar agente


público no exercício de seu cargo?

a) Agente Diretor.
b) Agente Auxiliar.
c) Agente Executor.
d) Agente de Controle Interno.

3. Assinale a alternativa que apresenta um beneficiário do FUNSA.

a) Filho(a) estudante menor de 24 (vinte e quatro) anos de idade, que não receba
rendimentos.
b) Filho estudante até completar 21 (vinte e um) anos.
c) Tutelado até completar 21 (vinte e um) anos.
d) Filho menor de 24 (vinte e quatro) anos.

4. Qual das seguintes alternativas NÃO representa uma prestação de serviço


socioassistencial do COMAER?

a) Serviço de Atendimento Integral à Família Aeronáutica;

b) Serviço de Atenção aos Militares em Deslocados;

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78 / 84 CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS EEAR

c) Serviço de Atenção ao Efetivo do COMAER;

d) Serviço de Atenção aos Militares Inativos, Servidores Civis Aposentados e


Pensionistas.

5. Assinale a alternativa que apresenta óbice para a classificação de hóspede


como residente.

a) Militar na situação de comissionamento


b) Realização de curso de grande duração
c) Tratamento de saúde
d) Transferência

6. Nas Organizações Militares com rancho organizado, existe a previsão de


fornecimento de refeições diárias aos militares do efetivo. São fornecidas, em princípio,

a) duas refeições: café e almoço.


b) três refeições: café, almoço e jantar.
c) quatro refeições: café, almoço, jantar e ceia.
d) quatro refeições: café, almoço, café da tarde e jantar.

7. Assinale a alternativa que apresenta uma situação de deslocamento eventual,


assegurando o direito de transporte de pessoal.

a) Interesse da Justiça, considerando o assunto de ordem particular do militar.


b) Concurso para ingresso em Escolas de Formação das Forças Auxiliares.
c) Designação para curso com obrigatoriedade de mudança de sede.
d) Consulta por recomendação médica.

_____________________________________________________________________________
GABARITO
1) C

2) B

3) A

4) B
5)

6)

7)
D
A

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EEAR CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS 79 / 84

Para “fechar com chave de ouro”, ponha em prática o marcador


seguinte.

➔ Quais suas observações iniciais acerca do texto? Identifique


algumas palavras-chave e faça breves anotações sobre elas. Faça uma
breve descrição do texto. Quais correlações e associações você pode
fazer em relação a ele? Compare-o a outras leituras que você já tenha
realizado. Faça breves anotações, infográficos ou desenhos.

➔ Experimente decompor o texto em tópicos. Anote cada tópico


acrescido de um breve comentário. Após isso, faça um resumo,
reconstruindo o texto com suas próprias palavras a partir dos tópicos.
Avalie todas as suas anotações de forma reflexiva. Há algo que você
Roteirize o seu
estudo! possa melhorar?

➔ Tente explicar seu resumo para alguém, prepare uma aula com 3 a
5 slides, ou faça um “mapa mental” sobre o assunto estudado. Faça
uma “busca” na Internet por algum texto, infográfico ou vídeo que
esteja relacionado com o assunto e que possa ser acrescentado ao seu
material de estudo.

DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO – DEPF


EEAR CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS 81 / 84

6 CONCLUSÃO

Prezado aluno, chegamos ao fim de mais uma etapa concluída e vencida com
sucesso. Parabéns! Esperamos que, em todos esses momentos que estivemos juntos, você tenha
aproveitado e aprendido muito.

Durante nosso estudo, realizamos leituras, aprendemos conceitos, verificamos


novos procedimentos. Fizemos anotações, resumos, exercícios, elaboramos roteiros de estudo e
dialogamos bastante, não foi mesmo?

Nesta disciplina, abordamos os principais primórdios da administração, traçando


as influências da filosofia e de outras organizações nessa área do conhecimento. Aprofundamos
nosso entendimento sobre a cultura organizacional, compreendendo os níveis de atuação da
cultura, suas formas de desenvolvimento e outras informações pertinentes a este assunto.
Estudamos a comunicação em uma organização, dando ênfase no processo comunicativo e seus
efeitos na cultura organizacional. Abordamos também o comportamento, o clima organizacional
e o ambiente de trabalho. Além disso, vimos aspectos da motivação, tornando possível termos
uma visão abrangente sobre diversas características das organizações. Finalizamos vendo as
especificidades das Organizações Militares, fornecendo assim um grande volume de
conhecimento para traçarmos as características organizacionais.

Encerramos ciclos, fechamos portas, terminamos capítulos, não importa o nome


que damos, o que importa é a sua aprendizagem e o seu crescimento profissional!

Com as saudações da Equipe do Berço dos Especialistas, sucesso em sua


Missão!

DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO – DEPF


EEAR CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS 83 / 84

7 REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei nº 3.765, de 4 de maio de 1960, com as alterações erigidas pela Lei nº 13.954,
de 16 de dezembro de 2019. Brasília, DF: Presidência da República, [2020].

BRASIL. Decreto Nº 76.322, de 22 de setembro de 1975. Aprova o Regulamento Disciplinar


da Aeronáutica (RDAER).

BRASIL. Lei nº 6.880, de 9 de dezembro de 1980, com as alterações erigidas pela Lei nº
13.954, de 16 de dezembro de 2019. Dispõe sobre o Estatuto dos Militares. Brasília, DF:
Presidência da República, [2020].

BRASIL. Lei Nº 6.923, de 29 de junho de 1981. Dispõe sobre o Serviço de Assistência


Religiosa nas Forças Armadas. . Brasília, DF: Presidência da República, [2020].

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.


Brasília, DF: Presidência da República, [2020].

BRASIL. Lei Nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Dispõe sobre o regime jurídico dos
servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais. Brasília,
DF: Presidência da República, [2020].

BRASIL. Portaria COMGEP Nº 12/ALE, de 28 de fevereiro de 2020. Aprova a reedição da


Norma que trata do Serviço Social no âmbito do Comando da Aeronáutica (NSCA 163-1).

BRASIL. Portaria COMGEP Nº 257/ALE, de 19 de setembro de 2022. Aprova a reedição


das Normas para Prestação da Assistência Médico-Hospitalar no SISAU (NSCA 160-5).

BRASIL. Portaria COMGEP Nº 25/3SC2, de 20 de setembro de 2022. Aprova a reedição da


Norma que trata da Organização e Funcionamento do Sistema de Saúde da Aeronáutica (NSCA
160-4).

BRASIL. Portaria GABAER Nº 25/GC3, de 21 de janeiro de 2021. Aprova a edição do


Regulamento de Administração da Aeronáutica, na forma eletrônica – RADA-e (RCA 12-1).

BRASIL. Lei Nº 13.954, de 16 de dezembro de 2019. Dispõe sobre a reestruturação da carreira


militar e sobre o Sistema de Proteção Social dos Militares. Brasília, DF: Presidência da
República, [2020].

BRASIL. Medida Provisória Nº 2.215-10, de 31 de agosto de 2001, com as alterações


erigidas pela Lei nº 13.954, de 16 de dezembro de 2019. Dispõe sobre a reestruturação da
remuneração dos militares das Forças Armadas. Brasília, DF: Presidência da República, [2020].

BRASIL. Portaria Nº 1.411/GC3, de 14 de dezembro de 2020. Aprova a reedição do


Regulamento Interno dos Serviços da Aeronáutica (RISAER).

BRASIL. Portaria SEFA Nº 26/AJUR, de 9 de dezembro de 2019. Aprova a edição da


Instrução de Residentes em Hotéis de Trânsito do COMAER (ICA 12-32).

BRASIL. Portaria Nº 2.171/GC4, de 12 de dezembro de 2019. Aprova a reedição da ICA 12-


20 “Administração de Próprios Nacionais Residenciais da Aeronáutica”.

DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO – DEPF


84 / 84 CAA – CARACTERÍSTICAS ORGANIZACIONAIS EEAR

BRASIL. Portaria Nº 938/GC6, de 8 de setembro de 2004. Aprova a edição da Instrução que


dispõe sobre “Execução, em Tempo de Paz, do Transporte, em Território Nacional, dos
Militares da Aeronáutica”. (ICA 177-31).

CESAR, Ana Maria Roux Valentini Coelho...[et. al.]; organização Eliete Bernal Arellano e Ana
Maria Roux Valentini Coelho Cesar. Gestão de Pessoas: nas empresas contemporâneas
brasileiras. 1ª ed. - Rio de Janeiro: Ed. Elsevier, 2017;

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração: uma visão


abrangente da moderna administração das organizações. 7ª ed. rev. e atual. Rio de Janeiro:
Ed. Elsevier, 2003.

COSTA, S. D. Mendes; PAIVA, K. C. Martins; RODRIGUES, A. Leite. Sentidos do trabalho,


vínculos organizacionais e engajamento: proposição de um modelo teórico integrado. Cad.
EBAPE.BR, v. 20, nº 4, Rio de Janeiro, Jul./Ago. 2022

Fundamentos do Comportamento Organizacional. Disponível em:


https://tecmktfmu.files.wordpress.com/2011/08/ri-atividade1.pdf. Acessado em: 13/02/2023.

LACOMBE, Francisco; HEILBORN, Gilberto. Administração: Princípios e tendências. 2ª ed.


rev. e atual. São Paulo: Ed. Saraiva, 2009.

LIKERT, Rensis. A Organização Humana. 1 ed. São Paulo: Atlas, 1975.

MAITLAND, Iain. Como motivar pessoas. Tradução Pedro Marcelo Sá de Oliveira e Giorgio
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O que é comportamento organizacional? Disponível em:


https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5633783/mod_resource/content/1/cap%C3%Adtulos
%201%20e%202.pdf. Acessado em: 13/02/2023.

DIVISÃO DE ENSINO DE PÓS-FORMAÇÃO – DEPF

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