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COMUM
CEAG
IMPRESSO NA GRÁFICA DA EEAR
MINISTÉRIO DA DEFESA
COMANDO DA AERONÁUTICA
ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA
VOLUME ÚNICO
Edições(es):
3a Ed.: TEN CEL QOECOM BRIZON – 2022
MAJ INF Walter - 2022
Revisor(es) Pedagógico(s):
TEN PED ÉRICA – 2023
TEN CEL QOECom BRIZON
Revisor(es) de Diagramação:
1S BMA ELEUTÉRIO
GUARATINGUETÁ - SP
2023
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO........................................................................................................................1
ESTRUTURA DA DISCIPLINA.................................................................................................2
CAPÍTULO 1 - MODELOS TRANSACIONAL E TRANSFORMACIONAL DE
LIDERANÇA.................................................................................................................................4
TÓPICO 1.1 - MODELO DE LIDERANÇA TRANSACIONAL............................................4
TÓPICO 1.2 - MODELO DE LIDERANÇA TRANSFORMACIONAL.................................7
CAPÍTULO 2 - COMPETÊNCIAS E LIDERANÇA.............................................................16
TÓPICO 2.1 - COMPETÊNCIAS PARA LIDERANÇA E MODELOS DE LIDERANÇA/
ESCALA DE COG.......................................................................................................................16
TÓPICO 2.2 - COMPETÊNCIAS DO LÍDER NA ESCADA DE COG...............................18
CAPÍTULO 3 - A PRÁTICA DA LIDERANÇA MILITAR E SUA AUTOAVALIAÇÃO 23
TÓPICO 3.1 - LIDERANÇA MILITAR..................................................................................23
TÓPICO 3.2 - AUTOAVALIAÇÃO DA LIDERANÇA.........................................................28
CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................................32
REFERÊNCIAS…..…………………………….………..…..…….…...…..…..…..…………..33
EEAR CEAG - LIDERANÇA TRANSACIONAL E TRANSFORMACIONAL 1 / 34
APRESENTAÇÃO
Prezado(a) aluno(a), parabéns por sua matrícula no Curso de Estudos Avançados para
Graduados (CEAG). Trata-se de um grande momento em sua carreira.
Possivelmente você já teve contato com parte dos assuntos que serão tratados nesta
apostila. Entretanto, o que se pretende é sistematizar esse conhecimento de forma a capacitá-lo
para exercer as atribuições de um graduado, visto que em sua posição hierárquica, serão exigidos
conhecimentos e habilidades para assessorar superiores e orientar equipes compostas por
militares mais modernos.
1) Registre suas observações iniciais sobre o texto destacando os pontos mais relevantes.
3) Compare o texto a outras leituras que você já tenha realizado sobre assuntos similares
(Quais correlações e associações você pode fazer com relação ao texto? Faça breves
anotações, infográficos ou desenhos.
5) Estabeleça um diálogo sobre o texto utilizando o fórum entre pares no AVA. Você
poderá construir um “mapa mental” sobre o assunto estudado.
ESTRUTURA DA DISCIPLINA
Buscando atingir os objetivos específicos, a disciplina contará com uma carga horária de
38 (trinta e oito) tempos para instrução e 4 (quatro) tempos para avaliação, distribuídos em 3
(três) unidades didáticas:
2) Competências e Liderança;
2. COMPETÊNCIAS E LIDERANÇA
OBJETIVOS DA UNIDADE 3:
a) empregar a liderança militar e os aspectos de sua autoavaliação (Ap).
Disponível no AVA
Veja isso!
A liderança transacional ocorre quando o contato entre o líder e seus liderados existe com
o propósito de efetuar trocas de valor, podendo envolver aspectos econômicos, políticos ou
psicológicos (BASS, 1990).
Nesse estilo de liderança, o líder trabalha com interesses e necessidades primárias dos
seguidores oferecendo recompensas em troca de esforço para alcançar os resultados
organizacionais desejados.
Esse estilo de liderança utiliza dois fatores para exercer a influência: Gestão da Exceção e
Recompensa Contingente.
Gestão da Exceção
Sosik e Jung (2010) destacam que a gestão da exceção pode se manifestar basicamente de
duas maneiras: ativa e passiva. A forma passiva se caracteriza por uma postura de espera, como a
do bombeiro, ou seja, o líder fica na sua sala esperando algo errado acontecer para poder tomar
uma atitude corretiva, a partir de uma punição, por exemplo. Ele se importa com a tarefa, mas
age apenas quando alguém comete um erro.
Recompensa contingente
Um detalhe que merece ser alvo de reflexão está associado a uma condição subjacente à
utilização da gestão da exceção e da recompensa contingente. O primeiro elemento geralmente
se estabelece a partir da ameaça e da punição, gerando um ambiente permeado pelo medo. Esse
clima tem potencial para comprometer o processo de comunicação, principalmente quando
alguma coisa sai errada. Entretanto, em uma instituição que tem como pilares a hierarquia e a
disciplina, o comandante não pode ter receio de usar essas ferramentas para manter a ordem em
sua organização. Já o segundo elemento baseia-se na criação de expectativas de benefícios em
troca do cumprimento das obrigações dos liderados.
A liderança transacional pode ser usada quando for pertinente para corrigir rumos, acertar
arestas e, principalmente, quando os liderados continuarem adotando comportamentos
inadequados, apesar das tentativas de influência por outras vias. O líder pode utilizar tanto a
punição quanto a recompensa para exercer influência, desde que a situação seja adequada a cada
caso.
Deve-se destacar que, quando o tempo para realizar uma tarefa é muito curto, a atitude
transacional apresenta aplicabilidade e gera resultados satisfatórios.
➢ influência idealizada;
➢ motivação inspiracional;
➢ estimulação intelectual; e
➢ consideração individualizada.
Por meio desses elementos, esse modelo espera: (1) elevar os níveis de consciência dos
liderados a respeito do valor e da importância dos objetivos estabelecidos; (2) levar os liderados
a transcender seus próprios interesses para o bem da organização; e (3) mover os liderados para
buscar necessidades cada vez mais amplas (BASS, 1990).
Para que você compreenda melhor esses elementos, esses serão discutidos
com maiores detalhes nos parágrafos a seguir.
Influência Idealizada
Nas palavras de Northouse (2007), a influência idealizada descreve líderes que atuam
como um exemplo de conduta para seus liderados. Nesse sentido Sosik e Jung (2010) destacam
também que o líder deve demonstrar, constantemente, coerência entre o que diz e o que faz.
Ademais, ele deve, sempre que possível, falar sobre os seus valores e crenças a seus liderados,
sinalizando o alinhamento existente entre esses valores e as regras de conduta inerentes à
organização e às suas atividades. A partir dessa postura, é interessante que o líder aponte para os
aspectos morais e éticos de suas decisões, deixando bem claro que o bem comum e os interesses
da instituição estão acima dos interesses pessoais.
Dessa forma, espera-se que o líder personalize um ideal a ser seguido, demonstrando que
os valores cultuados pela organização podem, e devem, ser seguidos, criando também uma
relação de identificação recíproca.
Outra faceta da influência idealizada, segundo Sosik e Jung (2010), é a atitude do líder
que constantemente chama a atenção para a missão da instituição, dando um sentido mais amplo
para o trabalho de cada um e valorizando o processo de cooperação e interdependência, na busca
constante da excelência por meio do trabalho em equipe. Ademais, é importante demonstrar no
seu discurso e nas suas atitudes que acredita que os obstáculos serão superados, retroalimentando
o sentimento de confiança mútua, elemento essencial para qualquer equipe madura. Enfim, o
líder deve ser uma pessoa íntegra, ou seja, as suas atitudes e seus comportamentos devem ser
pautados pela ética, honestidade, honradez e retidão de caráter.
Motivação Inspiracional
A interação entre esses dois elementos é essencial, tendo em vista que possuem
características complementares. Um dos aspectos mais significativos do resultado da interação
entre esses dois elementos tem relação com a manutenção de uma rede sólida de valores
organizacionais, considerada como um dos caminhos mais eficazes para promover o
compromisso dos liderados.
Um líder deve ter a capacidade de construir a união de sua equipe com a finalidade de atingir
um objetivo.
Estimulação Intelectual
O líder que utiliza o conhecimento dos seus subordinados a favor do processo cria neles
uma sensação de pertencimento, fazendo com que percebam que suas opiniões são ouvidas e
constituem importante parte do fluxo institucional, além de promover um ambiente propício para
que todos se sintam motivados. Ademais, a solução encontrada pelo grupo tende a ser melhor do
que seria se apenas uma pessoa pensasse isoladamente.
Consideração Individualizada
complementa o modelo transformacional, tendo em vista que sugere uma atuação direta do líder,
no sentido de promover o crescimento contínuo das pessoas e contribuir, sobremaneira, para a
melhoria dos processos na busca incessante pela excelência dos resultados, a partir da
consolidação de um estado motivacional intrínseco dos envolvidos.
Os líderes não devem abdicar da sua responsabilidade, sendo relevante que, dependendo
das circunstâncias, adotem uma postura transacional e/ou transformacional. Nesse ponto, Yukl
(2006) defende que a liderança transformacional, quando comparada com a liderança
transacional, aumenta a motivação e o desempenho dos liderados de maneira mais duradoura.
Migueles e Zanini (2009) defendem que a liderança transformacional promove o alinhamento
das expectativas e dos valores individuais e organizacionais, conferindo personalidade às
relações de trabalho e trazendo maior confiança entre os liderados e o líder. Esses autores
denominam este modelo como “liderança baseada em valores” (MIGUELES; ZANINI, 2009).
Yukl (2006) argumenta que líderes eficientes utilizam uma combinação dos dois
modelos. Portanto, a liderança transacional deve ser utilizada em contextos específicos, sem
excessos, equilibrando sua utilização com elementos da liderança transformacional. A figura 1
demonstra a utilização da liderança transacional em conjunto com a liderança transformacional.
LIDERANÇA TRANSFORMACIONAL
LIDERANÇA
TRANSACIONAL
Recompensa
Contingente Desempenho
Resultados
Acima das
Esperados
Expectativas
GestãodaExceção
Tudo bem até aqui? Tenho certeza de que você saiu inteiro desse nosso
contato com este tema tão apaixonante!
Para finalizar a perspectiva com o foco na díade líder/liderado, é importante que se tenha
consciência do impacto da atuação do líder na cultura organizacional. Para Schein (2009),
liderança e cultura organizacional são dois conceitos inseparáveis, que não podem ser entendidos
isoladamente. Primeiro porque a cultura de uma organização determina os critérios para a
liderança e, segundo, porque é função do líder coordenar o gerenciamento e a evolução da
cultura.
Pode-se relacionar à formação dos valores pela cultura organizacional com a abordagem
de liderança utilizada (MIGUELES; ZANINI, 2009). A adoção de uma abordagem transacional
ou transformacional de liderança tem relação direta com o desenvolvimento de novas percepções
acerca da atividade organizacional, acarretando a formação de novos valores e,
consequentemente, de novas culturas, convergentes ou divergentes aos objetivos
organizacionais.
“Como dar praticabilidade a essa asserção preservando o mito dos distintivos? Como
introduzir o fator renovação basicamente uma atitude coletiva para melhorar e renovar, na
dinâmica funcional de uma organização militar de guerra? Como tornar compatível o
relacionamento de obediência do sistema hierárquico com a necessidade de questionamento
criativo? Como criar entre soldados de todos os níveis uma atração corajosa e permanente pelo
novo, pela proposta nova, pelo audacioso?” (O Caráter dos Soldados- Cel ref João Manoel
Simch Brochado (BIBLIEX, 1999).
Bem, agora que você já cumpriu uma etapa da missão, que tal
avaliar seu grau de assimilação em relação ao conteúdo que
foi visto neste capítulo? Não se preocupe caso não saiba
responder prontamente. A proposta é que você consulte as
suas anotações ou produza um debate com algum
companheiro. Vale consultar o texto dialogado. O importante
é que você resolva os exercícios a seguir.
1. A liderança transacional ocorre quando o contato entre o líder e seus liderados existe com o
propósito de efetuar ________________, podendo envolver aspectos
________________,________________, e/ou ________________.
5. Descreva a diferença de atitudes entre o líder com o comportamento ativo e outro com
comportamento passivo dentro do processo de gestão da exceção.
Disponível no AVA.
Veja isso!
contínuo, tais indivíduos terão suas competências aprimoradas e outras serão acrescidas, forjadas
nos cursos e escolas de formação. Para tornar-se um militar, o indivíduo precisa imbuir-se de
valores como hierarquia e disciplina, bem como adquirir proficiência técnica.
Para isso, a teoria da escada de COG é uma importante ferramenta para percepção do
funcionamento de uma equipe, pois nela Charrier (1972) define os cinco estágios de
desenvolvimento de equipes e qual o estilo que o líder deve ter em cada um deles. Relacionando-
os com as cinco dimensões de competências (C-H-A-V-E), definidas na apostila de liderança I
do CAS.
FONTE:CHARRIER(1972)
Dito de outra forma, não se deve ignorar problemas de relacionamento e conflitos que
estejam ocorrendo na equipe só porque há um prazo relacional curto. Até mesmo porque, para
que o líder seja diretivo e consiga chamar a atenção da equipe para o foco na missão, ele terá que
ter habilidade de construir relacionamentos capazes de produzir a cooperação.
Para atuar dentro dos estilos de liderança definidos em cada estágio (diretivo, coaching,
suporte e delegar) o militar pode se utilizar dos elementos do modelo de liderança “Full Range”.
Como esse modelo de liderança consiste numa faixa de atuação, o líder pode transitar e agir, de
acordo com o que julgar como necessidade da equipe no momento. Por exemplo: a gestão da
exceção e recompensa contingente, elementos da liderança transacional, apresentam resultados
mais rápidos, podendo ser utilizados nos estágios nos quais o líder precisa ser mais diretivo,
pontual. Já os elementos da liderança transformacional (influência idealizada, motivação
inspiracional, e intelectual e consideração individualizada) necessitam de mais tempo para serem
desenvolvidos, porém são bastante indicados para os estágios 3, 4 e 5 da escada de COG, uma
vez que permitem construir um relacionamento de confiança duradouro, que desenvolvem nos
subordinados competências para atingirem seu pleno potencial.
Para Rouco (citado por SPENCER e SPENCER, 2012 a liderança inspira e entusiasma os
outros por meio de uma visão partilhada, concretizada nos comportamentos. As competências
listadas anteriormente demonstram maneiras de se obter resultados superiores em uma equipe
por meio do estabelecimento de um canal de comunicação aberto, que constrói confiança e
encoraja os subordinados a acreditar e internalizar os valores da organização, praticando-os em
seu dia a dia, numa mesma visão de futuro. Somado a isso, a partilha do poder e um elevado
envolvimento no processo de tomada decisão motivam os integrantes da equipe a participarem,
implicarem-se no processo do cumprimento da missão, produzindo neles influência não só no
nível do comportamento, mas sobretudo no nível de atitudes e percepção.
O militar que exerce a função de liderança em sua equipe, independente de seu nível
hierárquico, deve buscar desenvolver tais competências a fim de produzir um processo de
influência eficaz, obtendo resultados não só de obediência, mas sim de comprometimento em
seus pares e subordinados.
FIGURA 3: COMPETÊNCIAS NO MODELO DE LIDERANÇA TRANSACIONAL
1. Segundo a perspectiva construtivista de Le Boterf (1995) que aponta para a competência não
como um estado, mas antes um processo ______________ de permanente construção.
4. Portanto, pode-se afirmar que a primeira competência que um líder deve ter é a
____________________________, _____________________, para, a partir disso, julgar quais
recursos poderão ser utilizados para efetivar um _____________________ para o cumprimento
da missão.
https://www.youtube.com/watch?v=WNbLEBdTJfc
Veja isso!
A partir das teorias apresentadas neste manual, que são fruto da introspecção e das
experiências vividas por vários líderes, construa a sua própria lista de conselhos, viva sob essas
regras e inspire os seus subordinados a encontrarem o seu próprio estilo de liderança, mas não se
esqueça:
➢ Seja firme: estabeleça um elevado padrão de performance da sua equipe e insista para
que eles alcancem a performance esperada. Não nivele por baixo nem pela média.
Reconheça os que superam as suas expectativas e corrija aqueles que não alcançarem o
padrão exigido. A longo prazo, as pessoas ficarão felizes e orgulhosas do trabalho que
elas desenvolveram. É muito provável que o moral da tropa aumente, o padrão de
apresentação pessoal melhore e você trabalhe com pessoas orgulhosas por fazer parte
dessa equipe.
➢ Saia de trás da sua mesa: veja com os seus próprios olhos o que está acontecendo no
seu ambiente de trabalho. Seus subordinados perceberão que você está interessado nos
problemas deles, nas dificuldades em cumprir as tarefas, suas condições de trabalho e o
bem-estar de todos. Muitos dos seus problemas relacionados ao gerenciamento de
recursos humanos diminuirão ao adotar esse hábito.
➢ Procure os problemas: se você acredita que não existem problemas em sua unidade,
provavelmente apenas não está ciente da existência de óbices que não sejam óbvios. O
segredo para conhecer esses obstáculos é fomentar um ambiente que encoraje as pessoas
a trazê-los até você. A maneira como você lida com os problemas dará o tom para o seu
efetivo sentir-se seguro em comunicar outros potenciais contratempos a você. Se um líder
tem o hábito de “atirar no mensageiro”, ele só receberá notícias que o agradem, mas isso
não quer dizer que os problemas não existam.
➢ Tenha sensibilidade: ouça o seu pessoal. Comunique-se com eles e seja compreensivo
com as necessidades de cada um. Aprenda a reconhecer os problemas e busque ideias
novas. Inove, seja criativo. Reconheça que a comunicação eficiente envolve o
compartilhamento de percepções. Não se isole do seu efetivo. Ouça, ouça e ouça!;
➢ Não dê algo por certo. Cheque!: não suponha que os problemas foram resolvidos. Ao
invés disso, verifique pessoalmente. Além disso, não suponha que o problema resolvido
continuará resolvido. A probabilidade que os problemas “resolvidos” voltem a acontecer
é alta então monitore e critique o processo. Lembre-se disso: “atitudes e processos iguais,
problemas iguais”.
➢ Não se iluda, você vai errar: lembre-se, nem você, nem as pessoas ao seu redor são
perfeitos. É da natureza humana cometer erros,portanto, não fique na defensiva quando as
coisas derem errado. Nada é pior do que um indivíduo que nunca faz nada de errado e
tem sempre na ponta da língua um álibi para todo e qualquer problema que tenha
ocorrido sob a sua supervisão. Esse deslocamento da responsabilidade do indivíduo para
o meio é muito comum e é tratado como um mecanismo de defesa dos seres humanos
chamado de “deflexão” pela psicologia. (POLSTER e POLSTER, 1979)
➢ Não procrastinar: não adie as decisões (principalmente as mais críticas) porque você
não está a fim de decidir o que fazer sobre o problema hoje. Não se iluda: amanhã não
será mais fácil decidir. Isso não significa que você deve se precipitar ou debruçar-se
sobre o problema de qualquer jeito com o único objetivo de se livrar dele. Entretanto,
assim que você tiver definido a atitude ou decisão correta a ser tomada, aja de imediato.
Não seja você o empecilho na resolução do problema.
➢ Não tolere a incompetência: tão logo você perceba que as pessoas estão dando sinais de
desinteresse, preguiça ou falta de habilidade para cumprir a tarefa, você deve ter a
coragem moral de fazer o que é certo. Às vezes as correções serão mais sutis, por meio
de ações disciplinares. Às vezes será necessário tomar providências que poderão,
inclusive, afetar ou mesmo interromper a progressão na carreira das pessoas. É seu dever
como líder prover assessoramento honesto à FAB sobre as potencialidades e defeitos dos
recursos humanos sob sua supervisão. Tão importante quanto afastar as pessoas que não
conseguem cumprir com as suas obrigações é reconhecer e encorajar aqueles que se
destacam no cumprimento delas. Tenha certeza que eles farão ainda melhor o trabalho.
➢ Seja honesto: seja honesto ao comunicar um fato e exija que sua equipe faça o mesmo ao
comunicar-se com você. Os seus subordinados espelharão o seu comportamento, então
não tenha receio de falar honestamente. Nada é mais desastroso do que meias-verdades,
distorções e informação “floreada”, feita para agradar quem a ouve, ainda que seja uma
notícia ruim. Deixe que os seus subordinados saibam qual é a sua opinião sobre o
problema. Encoraja-os a irem até você quando quiserem saber a sua opinião sobre algo
que esteja ocorrendo na unidade. Você precisa criar um ambiente de confiança entre os
membros da sua equipe. E, finalmente, seja honesto consigo mesmo. Não mascare os
relatórios, nem esconda as informações menos agradáveis dos seus supervisores. Lembre-
se que os seus subordinados observarão o seu comportamento com os seus superiores
hierárquicos para saberem como agir. Se eles perceberem que o que importa é que as
coisas pareçam bem, eles farão de tudo para esconder tudo aquilo que não for uma boa
informação.
➢ Seja Responsável: o bom líder deve estar pronto para assumir a responsabilidade pelos
seus atos, assim como, deve estar preparado para responsabilizar seus subordinados pelas
ações deles. Todos devem ser preparados para lidar com problemas difíceis, encarando-os
com coragem, bem como discernir o certo do errado. Para isso, às vezes, o líder deve
corrigir os desvios de conduta. Sob a perspectiva da liderança, nada pode ser mais danoso
para os subordinados do que a percepção de que o líder faz aplicação seletiva de
punições, e que, para uma mesma falha, o líder toma diferentes atitudes.
➢ Envolva-se: bons líderes envolvem-se nas carreiras dos subordinados que, ao perceber
uma preocupação genuína, passam a empregar um esforço extra como devolutiva. A
liderança pode ser observada no grau de eficiência, produtividade, moral e motivação
demonstrada pelos subordinados. O envolvimento do líder é, portanto, o ingrediente
fundamental para maximizar a performance do trabalhador e, por extensão, o sucesso da
missão.
➢ Dê o exemplo: dar o exemplo pode ser, às vezes, a parte mais difícil do exercício da
liderança. Entretanto, para ter sucesso, o líder deve constantemente realizar uma
autoavaliação e trabalhar as suas fraquezas. Líderes eficientes inspiram para o
cumprimento da missão em vez de guiar as pessoas. Eles tomam decisões justas e firmes
que são voltadas para o bom interesse da manutenção da ordem e disciplina, além do
cumprimento exitoso da missão. O papel do líder vai muito além do que ser responsável
pelo cumprimento da missão. Não se espera de um líder eficaz que apenas cumpra a
missão. Dele é esperado que exerça influência sobre o grupo e lidere a sua equipe para o
cumprimento da missão com cada vez menos recursos humanos, materiais e financeiros.
Apesar de ninguém exigir que o líder seja perfeito, um líder não pode exigir o melhor dos
seus subordinados se ele mesmo não tem o desempenho esperado. Por isso, dar o
exemplo é fundamental para que a liderança seja eficiente.
➢ Invista na formação de novos líderes: talvez o último e grande desafio de um líder seja
a formação de novos líderes. Dito de outro modo, ninguém pode considerar-se
verdadeiramente um líder a menos que o produto de sua atuação frente a um grupo seja a
construção do espírito de liderança em seus subordinados. Portanto, invista em seus
seguidores: fomente neles o desejo, as condições e a capacidade de também serem
líderes.
➢ Eu consigo me manter entusiasmado e motivado quando confrontado com uma tarefa que
parece ser impossível de ser resolvida?
➢ Estou disposto a oferecer o meu melhor mesmo que os meios sejam inadequados?
➢ Estou disposto a assumir riscos razoáveis para permitir que meus subordinados cresçam e
tornem-se mais produtivos?
➢ Eu realmente ouço o que está sendo dito ou só espero a minha vez de falar? Eu consigo
deixar de emitir um julgamento até eu conseguir reunir todos os fatos?
➢ Estou disposto a aceitar as falhas dos meus subordinados como sendo minhas e
reconhecer o sucesso deles como sendo deles?
Enfim, esses são os conselhos básicos retirados da sabedoria e vivência de outros, e que
se mostram sólidos ainda hoje. É claro que conselhos dessa natureza ajudam a guiar o líder
menos experiente, mas o sucesso depende muito mais de onde e de como o líder vai aplicar estes
breves conselhos. O melhor momento para começar a praticar esses ensinamentos é agora, no
seu ambiente de trabalho.
A sua área de influência pode ser pequena hoje, mas, acredite, ela vai aumentar conforme
você vai ascendendo na sua carreira na Força Aérea Brasileira. Então, não deixe para aplicar os
conceitos aqui descritos apenas quando ou se for designado para uma função de comando.
Conforme visto no início desse capítulo, a FAB espera que cada um dos seus componentes
desenvolva seu estilo próprio de liderança e que comece a exercer a influência sobre outros para
inspirá-los no cumprimento da sua missão.
8. A Força Aérea Brasileira espera que cada um dos seus componentes desenvolva seu estilo
próprio de ______________________________ e que comece a exercer a
______________________________ sobre______________________________ para
______________________________ no cumprimento da sua missão.
9. Responda as perguntas contidas no tópico II, analise-as e verifique o tipo de liderança que
você está propenso a desenvolver.
1.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) aluno(a), chegamos ao fim de mais uma etapa concluída e vencida com
sucesso, parabéns! Esperamos que em todos esses momentos que estivemos juntos você tenha
aproveitado e aprendido muito.
Encerramos ciclos, fechamos portas, terminamos capítulos, não importa o nome que
damos, o que importa é a sua aprendizagem e o seu crescimento profissional!
BASS, B. M. Leadership, psychology, and organizational behavior . New York: Harper, 1960.
BASS, B. M. Bass & Stogdill’s handbook of leadership: theory, research and managerial
application . New York: The Free Press, 1990.
BURNS, J. M. Leadership . 1st. ed. New York: Harper & Row, 1978. p. ix, 530 p.
Gen Bgda Luiz Eduardo Rocha Paiva O LÍDER MILITAR: uma visão pessoal.)
NORTHOUSE, P. G. Leadership : theory and practice. 4th. ed. Thousand Oaks: SAGE
Publications, 2007.
POLSTER e POLSTER, Miriam e Erving – Gestalt terapia integrada; Tradução de Ricardo Brito
Rocha – Belo Horizonte: Interlivros, 1979.
SOSIK, J. J., & Cameron, J. C. (2010). Character and authentic transformational leadership
behavior: Expanding the ascetic self toward others. Consulting Psychology Journal: Practice
and Research, 62(4), 251–269
SPENCER, Lyle; SPENCER, Signe –Competence at work: Models for superior performance.
New York: John Wiley & Sons, 1993. ISBN 0- 471-54809-X.
YUKL, G. A. Leadership in organizations. 6th. ed. Upper Saddle River, NJ: Pearson/Prentice
Hall, 2006. p. xvi, 542 p.
YUKL, G. A.; FALBE, C. M. Importance of different power sources in downward and lateral
relations. Journal of Applied Psychology , v. 76, p. 416 - 423, 1991.