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COMANDO DA AERONÁUTICA
ESCOLA DE ESPECIALISTAS DE AERONÁUTICA
COMUM
CEAG
Edições(es):
3a Edição:
TC QOECOM BRIZON – 2022
MAJ INF Walter – 2022
4a Edição:
TC QOECOM BRIZON – 2022
MAJ INF Walter – 2022
Revisor(es) Pedagógico(s):
2T QOCON PED ÉRICA – 2024
Revisor(es) Estilístico – gramatical:
2T QOCON MRM LÍLIAN – 2023
Revisor(es) de Diagramação:
1S QSS BMA ELEUTÉRIO – 2023
3S QESA SAD M. CARVALHO – 2024
GUARATINGUETÁ – SP
2024
DOCUMENTO DE PROPRIEDADE DA EEAR
Todos os Direitos Reservados
APRESENTAÇÃO
Prezado(a) aluno(a), parabéns por sua matrícula no Curso de Estudos Avançados para
Graduados (CEAG). Trata-se de um grande momento em sua carreira.
Possivelmente você já teve contato com parte dos assuntos que serão tratados nesta
apostila. Entretanto, o que se pretende é sistematizar esse conhecimento de forma a capacitá-lo
para exercer as atribuições de um graduado, visto que em sua posição hierárquica, serão exigidos
conhecimentos e habilidades para assessorar superiores e orientar equipes compostas por
militares mais modernos.
1) Registre suas observações iniciais sobre o texto destacando os pontos mais relevantes.
3) Compare o texto a outras leituras que você já tenha realizado sobre assuntos similares
(Quais correlações e associações você pode fazer com relação ao texto? Faça breves
anotações, infográficos ou desenhos.
5) Estabeleça um diálogo sobre o texto utilizando o fórum entre pares no AVA. Você
poderá construir um “mapa mental” sobre o assunto estudado.
ESTRUTURA DA DISCIPLINA
2) Competências e Liderança;
4) Avaliação de desempenho.
A liderança transacional ocorre quando o contato entre o líder e seus liderados existe com
o propósito de efetuar trocas de valor, podendo envolver aspectos econômicos, políticos ou
psicológicos (BASS, 1990).
Nesse estilo de liderança, o líder trabalha com interesses e necessidades primárias dos
seguidores oferecendo recompensas em troca de esforço para alcançar os resultados
organizacionais desejados.
Esse estilo de liderança utiliza dois fatores para exercer a influência: Gestão da Exceção e
Recompensa Contingente.
Gestão da Exceção
negativo, normalmente retirando benefícios ou apresentando restrições para aqueles que não
alcançaram as metas organizacionais (NORTHOUSE, 2007).
Sosik e Jung (2010) destacam que a gestão da exceção pode se manifestar basicamente de
duas maneiras: ativa e passiva. A forma passiva se caracteriza por uma postura de espera, como a
do bombeiro, ou seja, o líder fica na sua sala esperando algo errado acontecer para poder tomar
uma atitude corretiva, a partir de uma punição, por exemplo. Ele se importa com a tarefa, mas
age apenas quando alguém comete um erro.
Recompensa contingente
Um detalhe que merece ser alvo de reflexão está associado a uma condição subjacente à
utilização da gestão da exceção e da recompensa contingente. O primeiro elemento geralmente
se estabelece a partir da ameaça e da punição, gerando um ambiente permeado pelo medo. Esse
A liderança transacional pode ser usada quando for pertinente para corrigir rumos, acertar
arestas e, principalmente, quando os liderados continuarem adotando comportamentos
inadequados, apesar das tentativas de influência por outras vias. O líder pode utilizar tanto a
punição quanto a recompensa para exercer influência, desde que a situação seja adequada a cada
caso.
Deve-se destacar que, quando o tempo para realizar uma tarefa é muito curto, a atitude
transacional apresenta aplicabilidade e gera resultados satisfatórios.
➢ influência idealizada;
➢ motivação inspiracional;
➢ estimulação intelectual; e
➢ consideração individualizada.
Por meio desses elementos, esse modelo espera: (1) elevar os níveis de consciência dos
liderados a respeito do valor e da importância dos objetivos estabelecidos; (2) levar os liderados
a transcender seus próprios interesses para o bem da organização; e (3) mover os liderados para
buscar necessidades cada vez mais amplas (BASS, 1990).
Para que você compreenda melhor esses elementos, esses serão discutidos
com maiores detalhes nos parágrafos a seguir.
Influência Idealizada
Nas palavras de Northouse (2007), a influência idealizada descreve líderes que atuam
como um exemplo de conduta para seus liderados. Nesse sentido Sosik e Jung (2010) destacam
também que o líder deve demonstrar, constantemente, coerência entre o que diz e o que faz.
Ademais, ele deve, sempre que possível, falar sobre os seus valores e crenças a seus liderados,
sinalizando o alinhamento existente entre esses valores e as regras de conduta inerentes à
organização e às suas atividades. A partir dessa postura, é interessante que o líder aponte para os
aspectos morais e éticos de suas decisões, deixando bem claro que o bem comum e os interesses
da instituição estão acima dos interesses pessoais.
Dessa forma, espera-se que o líder personalize um ideal a ser seguido, demonstrando que
os valores cultuados pela organização podem, e devem, ser seguidos, criando também uma
relação de identificação recíproca.
Outra faceta da influência idealizada, segundo Sosik e Jung (2010), é a atitude do líder
que constantemente chama a atenção para a missão da instituição, dando um sentido mais amplo
para o trabalho de cada um e valorizando o processo de cooperação e interdependência, na busca
constante da excelência por meio do trabalho em equipe. Ademais, é importante demonstrar no
seu discurso e nas suas atitudes que acredita que os obstáculos serão superados, retroalimentando
o sentimento de confiança mútua, elemento essencial para qualquer equipe madura. Enfim, o
líder deve ser uma pessoa íntegra, ou seja, as suas atitudes e seus comportamentos devem ser
pautados pela ética, honestidade, honradez e retidão de caráter.
Motivação Inspiracional
Esse elemento representa os líderes que motivam e inspiram seus liderados a se
comprometerem serem responsáveis pela evolução da organização. Nesse ponto, deve-se
ressaltar a importância em estabelecer objetivos desafiadores aos subordinados. Entretanto,
segundo Sosik e Jung (2010), esse discurso precisa ser impregnado de entusiasmo, energia e
otimismo, pois, dessa forma, o líder tem mais condições de inspirar as pessoas e motivá-las a
fazer o que precisa ser feito.
A interação entre esses dois elementos é essencial, tendo em vista que possuem
características complementares. Um dos aspectos mais significativos do resultado da interação
entre esses dois elementos tem relação com a manutenção de uma rede sólida de valores
organizacionais, considerada como um dos caminhos mais eficazes para promover o
compromisso dos liderados.
Um líder deve ter a capacidade de construir a união de sua equipe com a finalidade de atingir
um objetivo.
Estimulação Intelectual
O líder que utiliza o conhecimento dos seus subordinados a favor do processo cria neles
uma sensação de pertencimento, fazendo com que percebam que suas opiniões são ouvidas e
constituem importante parte do fluxo institucional, além de promover um ambiente propício para
que todos se sintam motivados. Ademais, a solução encontrada pelo grupo tende a ser melhor do
que seria se apenas uma pessoa pensasse isoladamente.
Consideração Individualizada
melhoria dos processos na busca incessante pela excelência dos resultados, a partir da
consolidação de um estado motivacional intrínseco dos envolvidos.
Os líderes não devem abdicar da sua responsabilidade, sendo relevante que, dependendo
das circunstâncias, adotem uma postura transacional e/ou transformacional. Nesse ponto, Yukl
(2006) defende que a liderança transformacional, quando comparada com a liderança
transacional, aumenta a motivação e o desempenho dos liderados de maneira mais duradoura.
Migueles e Zanini (2009) defendem que a liderança transformacional promove o alinhamento
das expectativas e dos valores individuais e organizacionais, conferindo personalidade às
relações de trabalho e trazendo maior confiança entre os liderados e o líder. Esses autores
denominam este modelo como “liderança baseada em valores” (MIGUELES; ZANINI, 2009).
Yukl (2006) argumenta que líderes eficientes utilizam uma combinação dos dois
modelos. Portanto, a liderança transacional deve ser utilizada em contextos específicos, sem
excessos, equilibrando sua utilização com elementos da liderança transformacional. A figura 1
demonstra a utilização da liderança transacional em conjunto com a liderança transformacional.
FIGURA 1: USO DAS LIDERANÇAS TRANSACIONAL E TRANSFORMACIONAL
LIDERANÇA TRANSFORMACIONAL
LIDERANÇA
TRANSACIONAL
Recompensa
Contingente Desempenho
Resultados
Acima das
Esperados
Expectativas
GestãodaExceção
Tudo bem até aqui? Tenho certeza de que você saiu inteiro desse nosso
contato com este tema tão apaixonante!
Para finalizar a perspectiva com o foco na díade líder/liderado, é importante que se tenha
consciência do impacto da atuação do líder na cultura organizacional. Para Schein (2009),
liderança e cultura organizacional são dois conceitos inseparáveis, que não podem ser entendidos
isoladamente. Primeiro porque a cultura de uma organização determina os critérios para a
liderança e, segundo, porque é função do líder coordenar o gerenciamento e a evolução da
cultura.
Pode-se relacionar à formação dos valores pela cultura organizacional com a abordagem
de liderança utilizada (MIGUELES; ZANINI, 2009). A adoção de uma abordagem transacional
ou transformacional de liderança tem relação direta com o desenvolvimento de novas percepções
acerca da atividade organizacional, acarretando a formação de novos valores e,
consequentemente, de novas culturas, convergentes ou divergentes aos objetivos
organizacionais.
“Como dar praticabilidade a essa asserção preservando o mito dos distintivos? Como
introduzir o fator renovação basicamente uma atitude coletiva para melhorar e renovar, na
dinâmica funcional de uma organização militar de guerra? Como tornar compatível o
relacionamento de obediência do sistema hierárquico com a necessidade de questionamento
criativo? Como criar entre soldados de todos os níveis uma atração corajosa e permanente pelo
novo, pela proposta nova, pelo audacioso?” (O Caráter dos Soldados- Cel ref João Manoel
Simch Brochado (BIBLIEX, 1999).
Bem, agora que você já cumpriu uma etapa da missão, que tal
avaliar seu grau de assimilação em relação ao conteúdo que
foi visto neste capítulo? Não se preocupe caso não saiba
responder prontamente. A proposta é que você consulte as
suas anotações ou produza um debate com algum
companheiro. Vale consultar o texto dialogado. O importante
é que você resolva os exercícios a seguir.
1. A liderança transacional ocorre quando o contato entre o líder e seus liderados existe
com o propósito de efetuar ________________, podendo envolver aspectos
________________,________________, e/ou ________________.
5. Descreva a diferença de atitudes entre o líder com o comportamento ativo e outro com
comportamento passivo dentro do processo de gestão da exceção.
Disponível no AVA.
Veja isso!
Para isso, a teoria da escada de COG é uma importante ferramenta para percepção do
funcionamento de uma equipe, pois nela Charrier (1972) define os cinco estágios de
desenvolvimento de equipes e qual o estilo que o líder deve ter em cada um deles. Relacionando-
os com as cinco dimensões de competências (C-H-A-V-E), definidas na apostila de liderança I
do CAS.
FONTE:CHARRIER(1972)
Dito de outra forma, não se deve ignorar problemas de relacionamento e conflitos que
estejam ocorrendo na equipe só porque há um prazo relacional curto. Até mesmo porque, para
que o líder seja diretivo e consiga chamar a atenção da equipe para o foco na missão, ele terá que
ter habilidade de construir relacionamentos capazes de produzir a cooperação.
Para atuar dentro dos estilos de liderança definidos em cada estágio (diretivo, coaching,
suporte e delegar) o militar pode se utilizar dos elementos do modelo de liderança “Full Range”.
Como esse modelo de liderança consiste numa faixa de atuação, o líder pode transitar e agir, de
acordo com o que julgar como necessidade da equipe no momento. Por exemplo: a gestão da
exceção e recompensa contingente, elementos da liderança transacional, apresentam resultados
mais rápidos, podendo ser utilizados nos estágios nos quais o líder precisa ser mais diretivo,
pontual. Já os elementos da liderança transformacional (influência idealizada, motivação
inspiracional, e intelectual e consideração individualizada) necessitam de mais tempo para serem
desenvolvidos, porém são bastante indicados para os estágios 3, 4 e 5 da escada de COG, uma
vez que permitem construir um relacionamento de confiança duradouro, que desenvolvem nos
subordinados competências para atingirem seu pleno potencial.
Para Rouco (citado por SPENCER e SPENCER, 2012 a liderança inspira e entusiasma os
outros por meio de uma visão partilhada, concretizada nos comportamentos. As competências
listadas anteriormente demonstram maneiras de se obter resultados superiores em uma equipe
por meio do estabelecimento de um canal de comunicação aberto, que constrói confiança e
encoraja os subordinados a acreditar e internalizar os valores da organização, praticando-os em
seu dia a dia, numa mesma visão de futuro. Somado a isso, a partilha do poder e um elevado
envolvimento no processo de tomada decisão motivam os integrantes da equipe a participarem,
implicarem-se no processo do cumprimento da missão, produzindo neles influência não só no
nível do comportamento, mas sobretudo no nível de atitudes e percepção.
O militar que exerce a função de liderança em sua equipe, independente de seu nível
hierárquico, deve buscar desenvolver tais competências a fim de produzir um processo de
4. Portanto, pode-se afirmar que a primeira competência que um líder deve ter é a
____________________________, _____________________, para, a partir disso, julgar quais
recursos poderão ser utilizados para efetivar um _____________________ para o cumprimento
da missão.
A partir das teorias apresentadas neste manual, que são frutos da introspecção e das
experiências vividas por vários líderes, construa a sua própria lista de conselhos, viva sob essas
regras e inspire os seus subordinados a encontrarem o seu próprio estilo de liderança, mas não se
esqueça:
EEAR CEAG - LIDERANÇA TRANSACIONAL E TRANSFORMACIONAL 29 / 71
➢ Seja firme: estabeleça um elevado padrão de performance da sua equipe e insista para
que eles alcancem a performance esperada. Não nivele por baixo nem pela média. Reconheça os
que superam as suas expectativas e corrija aqueles que não alcançarem o padrão exigido. A
longo prazo, as pessoas ficarão felizes e orgulhosas do trabalho que elas desenvolveram. É muito
provável que o moral da tropa aumente, o padrão de apresentação pessoal melhore e você
trabalhe com pessoas orgulhosas por fazer parte dessa equipe.
➢ Saia de trás da sua mesa: veja com os seus próprios olhos o que está acontecendo no
seu ambiente de trabalho. Seus subordinados perceberão que você está interessado nos
problemas deles, nas dificuldades em cumprir as tarefas, suas condições de trabalho e o bem-
estar de todos. Muitos dos seus problemas relacionados ao gerenciamento de recursos humanos
diminuirão ao adotar esse hábito.
➢ Procure os problemas: se você acredita que não existem problemas em sua unidade,
provavelmente apenas não está ciente da existência de óbices que não sejam óbvios. O segredo
para conhecer esses obstáculos é fomentar um ambiente que encoraje as pessoas a trazê-los até
você. A maneira como você lida com os problemas dará o tom para o seu efetivo sentir-se seguro
em comunicar outros potenciais contratempos a você. Se um líder tem o hábito de “atirar no
mensageiro”, ele só receberá notícias que o agradem, mas isso não quer dizer que os problemas
não existam.
➢ Não dê algo por certo. Cheque!: não suponha que os problemas foram resolvidos.
Ao invés disso, verifique pessoalmente. Além disso, não suponha que o problema resolvido
continuará resolvido. A probabilidade que os problemas “resolvidos” voltem a acontecer é alta
então monitore e critique o processo. Lembre-se disso: “atitudes e processos iguais, problemas
iguais”.
➢ Não se iluda, você vai errar: lembre-se, nem você, nem as pessoas ao seu redor são
perfeitos. É da natureza humana cometer erros,portanto, não fique na defensiva quando as coisas
derem errado. Nada é pior do que um indivíduo que nunca faz nada de errado e tem sempre na
ponta da língua um álibi para todo e qualquer problema que tenha ocorrido sob a sua supervisão.
Esse deslocamento da responsabilidade do indivíduo para o meio é muito comum e é tratado
como um mecanismo de defesa dos seres humanos chamado de “deflexão” pela psicologia.
(POLSTER e POLSTER, 1979)
➢ Não procrastinar: não adie as decisões (principalmente as mais críticas) porque você
não está a fim de decidir o que fazer sobre o problema hoje. Não se iluda: amanhã não será mais
fácil decidir. Isso não significa que você deve se precipitar ou debruçar-se sobre o problema de
qualquer jeito com o único objetivo de se livrar dele. Entretanto, assim que você tiver definido a
atitude ou decisão correta a ser tomada, aja de imediato. Não seja você o empecilho na resolução
do problema.
➢ Não tolere a incompetência: tão logo você perceba que as pessoas estão dando sinais
de desinteresse, preguiça ou falta de habilidade para cumprir a tarefa, você deve ter a coragem
moral de fazer o que é certo. Às vezes as correções serão mais sutis, por meio de ações
disciplinares. Às vezes será necessário tomar providências que poderão, inclusive, afetar ou
mesmo interromper a progressão na carreira das pessoas. É seu dever como líder prover
assessoramento honesto à FAB sobre as potencialidades e defeitos dos recursos humanos sob sua
supervisão. Tão importante quanto afastar as pessoas que não conseguem cumprir com as suas
obrigações é reconhecer e encorajar aqueles que se destacam no cumprimento delas. Tenha
certeza que eles farão ainda melhor o trabalho.
➢ Seja honesto: seja honesto ao comunicar um fato e exija que sua equipe faça o
mesmo ao comunicar-se com você. Os seus subordinados espelharão o seu comportamento,
então não tenha receio de falar honestamente. Nada é mais desastroso do que meias-verdades,
distorções e informação “floreada”, feita para agradar quem a ouve, ainda que seja uma notícia
ruim. Deixe que os seus subordinados saibam qual é a sua opinião sobre o problema. Encoraja-os
a irem até você quando quiserem saber a sua opinião sobre algo que esteja ocorrendo na unidade.
Você precisa criar um ambiente de confiança entre os membros da sua equipe. E, finalmente,
seja honesto consigo mesmo. Não mascare os relatórios, nem esconda as informações menos
agradáveis dos seus supervisores. Lembre-se que os seus subordinados observarão o seu
comportamento com os seus superiores hierárquicos para saberem como agir. Se eles perceberem
que o que importa é que as coisas pareçam bem, eles farão de tudo para esconder tudo aquilo que
não for uma boa informação.
➢ Seja Responsável: o bom líder deve estar pronto para assumir a responsabilidade
pelos seus atos, assim como, deve estar preparado para responsabilizar seus subordinados pelas
ações deles. Todos devem ser preparados para lidar com problemas difíceis, encarando-os com
coragem, bem como discernir o certo do errado. Para isso, às vezes, o líder deve corrigir os
desvios de conduta. Sob a perspectiva da liderança, nada pode ser mais danoso para os
subordinados do que a percepção de que o líder faz aplicação seletiva de punições, e que, para
uma mesma falha, o líder toma diferentes atitudes.
➢ Envolva-se: bons líderes envolvem-se nas carreiras dos subordinados que, ao perceber uma
preocupação genuína, passam a empregar um esforço extra como devolutiva. A liderança pode
ser observada no grau de eficiência, produtividade, moral e motivação demonstrada pelos
subordinados. O envolvimento do líder é, portanto, o ingrediente fundamental para maximizar a
performance do trabalhador e, por extensão, o sucesso da missão.
➢ Dê o exemplo: dar o exemplo pode ser, às vezes, a parte mais difícil do exercício da
liderança. Entretanto, para ter sucesso, o líder deve constantemente realizar uma
autoavaliação e trabalhar as suas fraquezas. Líderes eficientes inspiram para o
cumprimento da missão em vez de guiar as pessoas. Eles tomam decisões justas e firmes
que são voltadas para o bom interesse da manutenção da ordem e disciplina, além do
cumprimento exitoso da missão. O papel do líder vai muito além do que ser responsável
pelo cumprimento da missão. Não se espera de um líder eficaz que apenas cumpra a
missão. Dele é esperado que exerça influência sobre o grupo e lidere a sua equipe para o
cumprimento da missão com cada vez menos recursos humanos, materiais e financeiros.
Apesar de ninguém exigir que o líder seja perfeito, um líder não pode exigir o melhor dos
seus subordinados se ele mesmo não tem o desempenho esperado. Por isso, dar o
exemplo é fundamental para que a liderança seja eficiente.
➢ Invista na formação de novos líderes: talvez o último e grande desafio de um líder seja
a formação de novos líderes. Dito de outro modo, ninguém pode considerar-se
verdadeiramente um líder a menos que o produto de sua atuação frente a um grupo seja a
construção do espírito de liderança em seus subordinados. Portanto, invista em seus
seguidores: fomente neles o desejo, as condições e a capacidade de também serem
líderes.
➢ Estou disposto a assumir riscos razoáveis para permitir que meus subordinados
cresçam e tornem-se mais produtivos?
➢ Eu realmente ouço o que está sendo dito ou só espero a minha vez de falar? Eu
consigo deixar de emitir um julgamento até eu conseguir reunir todos os fatos?
➢ Estou disposto a aceitar as falhas dos meus subordinados como sendo minhas e
reconhecer o sucesso deles como sendo deles?
Enfim, esses são os conselhos básicos retirados da sabedoria e vivência de outros, e que
se mostram sólidos ainda hoje. É claro que conselhos dessa natureza ajudam a guiar o líder
menos experiente, mas o sucesso depende muito mais de onde e de como o líder vai aplicar estes
breves conselhos. O melhor momento para começar a praticar esses ensinamentos é agora, no
seu ambiente de trabalho.
A sua área de influência pode ser pequena hoje, mas, acredite, ela vai aumentar conforme
você vai ascendendo na sua carreira na Força Aérea Brasileira. Então, não deixe para aplicar os
conceitos aqui descritos apenas quando ou se for designado para uma função de comando.
Conforme visto no início desse capítulo, a FAB espera que cada um dos seus componentes
desenvolva seu estilo próprio de liderança e que comece a exercer a influência sobre outros para
inspirá-los no cumprimento da sua missão.
2. A Força Aérea Brasileira espera que cada um dos seus componentes desenvolva seu estilo
próprio de ______________________________ e que comece a exercer a
______________________________ sobre______________________________ para
______________________________ no cumprimento da sua missão.
3. Responda as perguntas contidas no tópico II, analise-as e verifique o tipo de liderança que
você está propenso a desenvolver.
4 – AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
O ser humano é o grande diferencial das organizações, pois a forma como ele
desempenha suas funções impacta diretamente no alcance dos resultados organizacionais. Não
basta tecnologia de ponta para o sucesso organizacional, precisa-se de capital humano bem
preparado para utilizá-la. Desse modo, faz-se necessário avaliar sistematicamente e gerenciar o
desempenho humano a fim de contribuir para a melhoria contínua da performance de cada
profissional, o que, consequentemente, impacta no cumprimento da missão organizacional.
Assim, avaliação está atrelada ao ato de mensurar, ou seja, atribuir valor a algo. Já
o desempenho refere-se ao comportamento, conduta e resultados apresentados. Logo, a avaliação
de desempenho:
Você sabia?
Constituir uma base para decidir sobre progressões, promoções, demissões e recisões.
É consenso entre os mais renomados teóricos da área que uma das razões
principais para implementação de um programa de avaliação de desempenho é melhorar a
performance dos colaboradores, bem como, promover o seu desenvolvimento e,
consequentemente, o da empresa. Entretanto, é importante ressaltar, que tais aspirações só
poderão ser atingidas com o engajamento e comprometimento dos avaliadores e avaliados
durante todo o processo.
O acesso a essa informação se dá por meio do feedback, que além de ser uma das
mais importantes ferramentas de gestão de pessoas, é também uma manifestação de respeito pelo
profissional avaliado, que só assim poderá saber onde está falhando e como melhorar. Assim, a
própria intensificação da comunicação entre avaliador e avaliado pode ser apontada como mais
um benefício da avaliação de desempenho.
Sobre feedback:
Etapa 1: Planejamento
Etapa 2: Acompanhamento
As orientações poderão ser dadas por meio das entrevistas de avaliação, que
consistem em um diálogo entre avaliador e avaliado, com vistas ao aprimoramento do
desempenho do graduado e deverá ser realizada ao longo de todo período de avaliação. O
avaliado pode, a qualquer tempo, dentro do PPA, respeitados os preceitos hierárquicos e
disciplinares, dirigir-se ao seu avaliador e perguntar sobre o seu desempenho, mormente sobre os
pontos nos quais deve melhorar.
Etapa 3: Avaliação
d) ser justo nos conceitos, bem como coerente e objetivo nas observações.
Para que a entrevista final cumpra seu propósito, recomenda-se que o avaliador:
Fatores apreciados
Conceito Profissional
Níveis de desempenho
Condicionamento Físico
De acordo com o item 4.7 da NSCA 54-3, neste campo o avaliador considerará a
Apreciação de Suficiência e a Conceituação Global referentes ao 2º TACF, observando as
especificidades daquela legislação.
Conforme preconiza a parte final do subitem 6.4.1 da NSCA 54-3, quando a não
realização do TACF anual for julgada injustificada, o graduado estará sujeito a apuração de
transgressões disciplinares, conforme decisão do Comandante, Chefe ou Diretor da OM em que
serve o militar, hipótese em que o avaliador deverá relatar os efeitos da eventual aplicação de
punição nos fatores Disciplina e Responsabilidade da avaliação de desempenho.
Conceito Moral
● punições disciplinares;
Tais aspectos demeritórios, portanto, devem ser relatados pelo avaliador na ficha
de avaliação do militar (CPG-1), já que eles consistem em atos, fatos e situações concretas que
refletem o real desempenho do graduado no período avaliativo.
Quando for aplicada punição disciplinar ao avaliado e nos casos em que responder
a procedimentos administrativos e/ou processos judiciais, o avaliador deverá relatar os efeitos
decorrentes da punição e desses procedimentos ou processos no desempenho do avaliado dentro
do PPA, por força do que preceituam os arts. 28, 42 e 43 do Estatuto dos Militares e demais
normas aplicáveis.
Por outro lado, os efeitos negativos são aqueles que obstaculizam a ascensão do
graduado com ou sem estabilidade na carreira, o que impede as promoções por merecimento, a
seleção para cursos, concursos e estágios, bem como a prorrogação do tempo de serviço (esta
para os não estabilizados).
Em razão desse efeito híbrido (positivo e negativo), o avaliador deve ter especial
atenção ao processo avaliativo, compreendendo-o na sua essência como algo que impacta
diretamente no desempenho da carreira do graduado. Ademais, deve estar ciente de que o seu
papel é fundamental para o sucesso da avaliação de desempenho.
➢ Dê atenção total à pessoa que está recebendo o feedback. Nada de dividir a sua
atenção com o celular ou algum outro distrator naquele momento;
➢ Não se limite a oferecer feedback uma única vez ao ano, mas de forma
tempestiva, ou seja, imediatamente após o desempenho a ser elogiado ou corrigido.
pontos altos da escala, o erro de leniência afeta o processo de avaliação em seus propósitos, uma
vez que a avaliação de desempenho deixa de ser fator de estímulo para o aprimoramento
profissional dos graduados. Assim, o processo de seleção dos militares de maior mérito para
promoções e funções relevantes é privado de uma de suas principais referências.
A Ficha CPG-8 A CPG-8 é emitida pelo Presidente da CPG e tem como propósito
zelar pela qualidade da avaliação. Destina-se a avaliadores, revisores, coordenadores e
comandantes (exceto aos Oficiais-Generais) que porventura deixem de cumprir as orientações
estabelecidas nas instruções relativas às avaliações de graduados do COMAER (ICA 39-17),
especialmente em caso de:
for objeto de CPG-8 será devolvida à OM do avaliado para as correções necessárias nas
hipóteses elencadas no subitem 12.3.2 da ICA 39-17, por meio de Ficha CPG-6.
Portanto, gerir o desempenho por competências é fazer, por meio das pessoas,
com que a organização cumpra sua missão. Para isso, é imprescindível que o avaliador seja
capaz de dar e receber feedback para o adequado gerenciamento das contribuições humanas aos
resultados organizacionais.
ATENÇÃO...
Os indicadores precisam estar acompanhados de metas!
Ex: Para que um aviador saiba se está na direção correta, precisa saber para onde está indo.
Analogamente, um indicador de desempenho que não tenha meta explícita não permite ao
gestor de desempenho saber se o avaliado está cumprindo o que a Organização Militar
espera dele.
As metas inovadoras dizem respeito aos objetivos que indicam novas iniciativas a
serem implementadas na organização. Já as metas de melhorias referem-se a aperfeiçoamentos
ou reformas nas áreas de resultados ou no funcionamento da organização. Por último, as metas
de continuidade compõem o conjunto de ações ou atividades que já apresentam resultados no
nível desejável de eficácia, devendo apenas ser gerenciadas no sentido de continuidade e da
manutenção dos resultados esperados.
As metas explicitam onde o avaliado deverá chegar e o que precisa alcançar. Elas
devem ser definidas de acordo com o modelo SMART, como pode ser visto na figura a seguir:
Específica: As metas devem ser descritas com o máximo de precisão, sem que
haja ambiguidade, facilitando o entendimento por todos.
Atingível: Metas que não são alcançáveis destroem a motivação das equipes.
Temporal: Com tempo infinito toda meta é alcançável, mas obviamente ninguém
dispõe de tempo infinito. Por isso é fundamental que qualquer meta tenha um prazo para ser
realizada.
Utilizando esses cinco preceitos, pode-se definir metas que sejam, realmente,
efetivas.
Caro Avaliador, diante do que foi estudado neste Capítulo, fica perceptível que a
carreira dos graduados está diretamente relacionada à higidez de sua avaliação de desempenho,
razão pela qual é preciso ter em mente que tal avaliação não se trata de mero preenchimento de
formulários, mas sim da análise de fatos e de situações concretas e reais.
Portanto, esteja atento às suas responsabilidades como avaliador para que o processo
avaliativo cumpra a sua função precípua de aferir o real desempenho do graduado. Dedique-se
no cumprimento de todas as etapas, prazos e, principalmente, não deixe de fazer a interface com
o avaliado. Se um desses itens for negligenciado, todo o processo pode ficar comprometido.
Contamos com o seu empenho e desejamos sucesso no cumprimento da nobre missão de avaliar
e desenvolver pessoas!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) aluno(a), chegamos ao fim de mais uma etapa concluída e vencida com
sucesso, parabéns! Esperamos que em todos esses momentos que estivemos juntos você tenha
aproveitado e aprendido muito.
Encerramos ciclos, fechamos portas, terminamos capítulos, não importa o nome que
damos, o que importa é a sua aprendizagem e o seu crescimento profissional!
REFERÊNCIAS
BASS, B. M. Leadership, psychology, and organizational behavior . New York: Harper, 1960.
BASS, B. M. Bass & Stogdill’s handbook of leadership: theory, research and managerial
application . New York: The Free Press, 1990.
BURNS, J. M. Leadership . 1st. ed. New York: Harper & Row, 1978. p. ix, 530 p.
Gen Bgda Luiz Eduardo Rocha Paiva O LÍDER MILITAR: uma visão pessoal.)
NORTHOUSE, P. G. Leadership : theory and practice. 4th. ed. Thousand Oaks: SAGE
Publications, 2007.
POLSTER e POLSTER, Miriam e Erving – Gestalt terapia integrada; Tradução de Ricardo Brito
Rocha – Belo Horizonte: Interlivros, 1979.
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