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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE BELO HORIZONTE

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA

Nome da disciplina: Técnicas de Observação e Testes Objetivos


Turma: 5° Período -Noturno
Número ou Nome do Experimento: IFP- II Inventário Fatorial de Personalidade
Nome do Aluno: Carlos Eduardo Lopes de Vasconcellos
Professora: Miria Ângela Coelho Reis
Data:07/11/2022

INTRODUÇÃO:

As aulas/aplicação do teste ocorreram na sala lamp 4 do campus Prado da


Faculdade Estácio de Sá. Foram necessárias duas aulas, uma para aplicação do teste que
aconteceu no dia 24/10 e outra no dia 31/10 para análise do resultado individual e estudo
do Caderno de aplicação do IFP- II. Esse teste foi desenvolvido a partir da teoria das
necessidades de Henry Murray, que utiliza o conceito de necessidades para explicar a
motivação e o rumo do comportamento. Para Murray uma necessidade envolve uma força
psicoquímica no cérebro que organiza e direciona a capacidade intelectual e a perceptiva.

As necessidades podem surgir de processos internos, como fome ou sede, ou de


eventos no ambiente, quando aumentam o nível de tensão que o organismo tenta reduzir
agindo para satisfazê-las, e, além disso, energiza e administra o comportamento, sendo
que as necessidades ativam o comportamento na direção certa para satisfazê-las

“Uma necessidade é um construto (uma ficção conveniente ou conceito


hipotético) que representa uma força... na região cerebral, uma força que organiza a
percepção, a apercepção, a intelecção, a conação e a ação, de modo a transformar, em
uma certa direção, uma situação insatisfatória existente. Uma necessidade é, muitas
vezes, provocada diretamente por certos processos internos, porém, mais frequentemente
(quando em estado de alerta), pela ocorrência de uma das poucas pressões comumente
efetivas (forças do meio). Portanto, a necessidade leva o organismo a procurar ou evitar
o choque, a prestar atenção e a responder certas pressões... .

Cada necessidade é acompanhada de um sentimento, ou emoção, e tende a utilizar


certos métodos para satisfazer sua inclinação. Pode ser débil ou intensa, momentânea ou
duradoura. Geralmente ela persiste, dando origem a um comportamento manifesto (ou
fantasia) que muda a circunstância inicial, de modo a chegar a uma situação final que
tranquiliza (pacífica ou satisfaz) o organismo” (Murray, 1938).

De uma maneira geral, as contribuições de Murray à teoria psicológica são mais


importantes no que diz respeito à representação de algumas atividades básicas do homem,
tais como: esforço, busca, aspiração, desejo, vontade. Pois, sua teoria possui uma ênfase
nos aspectos mais motivacionais, devido à sua convicção de que o estudo das tendências
humanas é a chave da compreensão do comportamento. “... o mais importante a descobrir
no indivíduo é a ‘direcionalidade’ de suas atividades, sejam mentais, verbais ou físicas”
(Murray, 1951)

Segundo Murray “A personalidade é o órgão que governa o corpo, uma instituição


que, do nascimento à morte, incessantemente se envolve em operações funcionais
transformadoras” (Murray, 1951 ) Com a definição geral e o critério para compreender e
classificar as necessidades, Murray organizou uma lista de 20 necessidades, após
intensivo estudo de um pequeno grupo. Essas variáveis foram apresentadas pela primeira
vez no livro Explorations in Personality (1938).

O IFP-II foi elaborado com 100 itens (55 itens a menos que a versão publicada em
1997) correspondentes a 13 necessidades ou motivos psicológicos. A composição dos
fatores também foi alterada, portanto, não se trata de uma segunda edição do IFP e
NENHUM material da versão anterior poderá ser reutilizado. A versão atual excluiu
alguns fatores e itens (o fator Heterossexualidade, presente na 1ª versão do IFP, foi
retirado desta versão), com justificativas técnicas para esta decisão.
Pode ser aplicado em pessoas do sexo feminino e masculino, na faixa etária entre 14 e 86
anos de idade. Não possui tempo de aplicação determinado e em geral demora em média
20 minutos.

OBJETIVO:

O objetivo da aula prática, foi a aplicação do IFP- II, e análise individual dos
resultados com estudo e compreensão do manual de aplicação.

MATERIAIS E METODOLOGIA:

Foi utilizado para aplicação do IFP- II a Folha de Respostas e para interpretação


a Folha de Apuração conforme o sexo. O teste foi realizado de maneira individual e alguns
alunos fizeram de lápis e outros de caneta esferográfica.

Conforme orientações da Professora Miria fizemos a interpretação de cada uma


das 13 necessidades. A Folha de Resposta tem seus números todos coloridos
correspondentes aos números de cada uma das 13 necessidades para facilitar a correção.

Fizemos então a interpretação e construção do gráfico de percentil com auxílio da


professora que passou de mesa em mesa verificando e corrigindo se estávamos
preenchendo corretamente.

Segue abaixo material utilizado para interpretação e confecção da tabela de


Escore Percentílico e Classificação:
RESULTADO:

Escore Percentílico e Classificação por meio das Normas Gerais – Caso: Carlos E. L.
Vasconcellos

Fatores EB Arrend. Percentil Classificação


Ass 43 + 45 Escore Médio
Int 37 70 Escore Médio Forte
Af 29 35 Escore Médio Fraco
Def 46 35 Escore Médio Fraco
Afil 42 10 Escore Extremamente Baixo
Do 25 30 Escore Médio Fraco
Des 41 + 10 Escore Extremamente Baixo
Ex 40 - 80 Escore Extremamente Alto
Ag 11 60 Escore médio
Ord 35 40 Escore médio
Pers 37 + 20 Escore Extremamente Baixo
Mud 33 35 Escore Médio Fraco
Aut 37 50 Escore Médio
AFET 230 + 35 Escore Médio Fraco
ORGAN 113 + 15 Escore Extremamente Baixo
CON-OP 113 + 60 Escore Médio

No que se refere-se ao fator Assistência , apresenta “Escore Médio”, sugerindo


existência de sentimentos de piedade, compaixão e ternura dentro da média. Em relação
ao fator Intracepção, apresentou “Escore Médio Forte” , que se refere a tendência alta na
procura pela felicidade, fantasia e imaginação. Destaca-se a tendência também a
introspecção. Procura conceitualizar os fatos de sua vida interior e fazer julgamentos de
outras pessoas atentando-se às suas intenções de forma compreensiva. É observador e
procura entender os motivos tantos dos próprios comportamentos quanto dos demais.

Apresenta classificação “Escore Médio Fraco” no Fator Afago, o que sugere


pouca busca de apoio e proteção. Tende a não buscar por alguém que o proteja , que apoie
e o afague de maneira um pouco abaixo da média quando comparado aos sujeitos de
pesquisa de normatização.

No que se refere ao fator de Deferência, apresenta “Escore Médio Fraco”, o que


indica moderada presença de respeito , admiração e reverência, bem como moderado
desejo de dar suporte a um superior. Já no fator Afiliação apresenta “Escore
Extremamente Baixo”, podendo indicar significativo rebaixamento de desejo de dar e
receber afeto de amigos. Pessoas com esse tipo de classificação nesta faceta tendem a não
se apegar aos amigos.

No fator Dominância, apresenta “Escore Médio Fraco”, tal resultado indica


moderado sentimento de autoconfiança e de controlar os outros através de sugestão,
sedução, persuasão ou comando.

Em relação ao fator Desempenho apresenta classificação “Escore Extremamente


Baixo”, o que indica dificuldade em fazer coisas independentemente e com maior rapidez
possível , pouco desejo de sobressair e vencer obstáculos. Além de possuir pouca
necessidade de manter altos padrões de realização.

Verifica-se a presenta de classificação “Escore Extremamente Alto” no fator


Exibição. A vaidade caracteriza sujeitos com escore muito alto nesse fato, que expressa
fortes desejos de impressionar, ser ouvido e visto. Tendência extremamente forte em
fascinar as pessoas e mesmo chocá-las, evidenciando gosto em dramatizar as coisas para
impressionar e entreter.

Nota-se em relação ao fator Agressão “Escore médio”. Tal resultado indica um


percentil dentro da média dos sujeitos de pesquisa de normatização. Sendo assim a raiva,
irritação e ódio não caracterizam as pessoas com escore médio nesse fator, que expressa
o desejo de superar oposições de maneira branda e com menos irritação e raiva. No que
se refere ao fator Ordem, apresentou , apresentou classificação “Escore Médio” que
representa um percentil de uma pessoa tende em pôr todas as coisas em ordem, manter
limpeza e organização, equilíbrio e precisão.

O fator Persistência apresentou classificação “Escore Extremamente Baixo”, tal


percentil pode indicar grande dificuldade em levar a cabo trabalho iniciados. Tende a
desistir no meio do caminho ou iniciar outro antes de terminar o primeiro. Já no fator
Mudança verifica-se a classificação “Escore Médio Fraco”, ou seja, considerado um
pouco abaixo da média. Essa classificação pode identificar presença de pouco gosto pela
novidade e aventura. Tende a gostar mais de coisas conhecidas, de manter hábitos ,
lugares , comidas e coisas já conhecidas.

Observa-se uma classificação “Escore Médio” em relação ao fator Autonomia.


Tal percentil pode indicar moderada disposição em sentir-se livre, sair de confinamento,
resistir à coerção e à oposição. Tendência a aceitar mais executar tarefas impostas pela
autoridade, pois gostam de seguir seus impulsos, mas também buscando equilibrar com
as convenções sociais. No que diz respeito ao fator de segunda ordem denominado
Necessidades afetivas, foi observada classificação "Escore Médio Fraco”.

Pontuações abaixo da média neste fator podem sugerir pessoas com moderada ou
baixa necessidade de apego afetivo aos amigos e pessoas que consideram importantes,
podendo ser leais e oferecendo proteção, suporte, respeito, admiração e obediência,
dentro ou um pouco abaixo da média quando comparado com outros sujeitos do mesmo
sexo. Este fator também se relaciona com a necessidade de receber afeto, apoio e proteção
de pessoas próximas, das quais espera ter desejos satisfeitos, mas que neste sujeito
apresenta-se em menor intensidade. Tendência abaixo da média em se mostrar conduzido
por sentimentos, fantasia e imaginação, tendendo a julgar as outras pessoas mais pelas
ações do que por suas intenções. Rebaixada, porém próximo a média, preferência por
atividades que lhe proporcione experiências novas e pouco rotineiras.

Já em relação ao fator de segunda ordem Necessidades de organização, apresentou


classificação "Escore Extremamente Baixo". Pessoas com pontuações muito baixas
apresentam rebaixada ou possível ausência de ambição em realizar algo importante, de
forma empenhada e em levar o empreendimento até o fim. Podem vir a apresentar
dificuldades em trabalhar de forma organizada, equilibrada e precisa, de maneira eficaz,
rápida e sem depender de outras pessoas. Desta maneira, apresenta baixo desejo em se
destacar por conta do próprio esforço.

Por último, apresentou classificação "Escore Médio" no fator Necessidades de


controle e oposição. As pessoas com médio escores neste fator de segunda ordem tendem
a apresentar menos necessidades relativas ao desejo de serem notadas pelas pessoas, seja
pelo fascínio exercido ou pelo choque, e de estabelecimento de controle e influência sobre
o comportamento de outras pessoas. Podem apresentar padrões de comportamentos mais
calmos, envolvendo-se em menos situações de conflitos com outras pessoas. Nesse
sentido, tendem gostar de executar tarefas impostas pela autoridade, não fazendo muita
resistência à coerção.

Segue abaixo tabela de gráfica dos Fatores e seus respectivos percentis:

CONCLUSÃO:

Essa aula foi extremamente importante para que como estudante pudesse
conhecer os detalhes de como funciona a aplicação do Inventário Fatorial de
Personalidade, de como é sua correção e de como funcionam os cálculos de percentil e
pontos.
A oportunidade de ter essas duas experiências na realização do teste e te fazer sua
correção e interpretação foram extremamente valiosas. O IFP-II me trouxe diversas
análises de minha personalidade que eu reconheço que preciso melhorar e outras que
consegui ver como pontos positivos em minha vida e na minha personalidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

DE ARAÚJO, Robson Medeiros. Análise da estrutura fatorial do inventário fatorial de


personalidade—IFP. Universitas: Ciências da Saúde, v. 2, n. 1, p. 1-10, 2004.

LEME, I.F.A.S. IFP-II – Atualização dos estudos psicométricos e normas do inventário fatorial
de personalidade. São Paulo: Casa do Psicólogo. 2013.

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