Você está na página 1de 8

CURSO DE INSTRUTOR DE VOO

BRIEFING E CRÍTICA
AEROCON ESCOLA DE AVIAÇÃO CIVIL

CURSO DE INSTRUTOR DE VOO

DIDÁTICA

PLANEJAMENTO

DO

PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

O BRIEFING
E
A CRÍTICA / DEBRIEFING
1 FINALIDADE

O propósito desta apostila é apresentar ao futuro Instrutor uma


orientação teórica acerca do tema: BRIEFING e CRÍTICA / DEBRIEFING.

Não tem esta Apostilha o propósito de cobrir todos os aspectos


relacionados com o tema, mas fornecer ao leitor conhecimentos que
possam servi-lhe de base para atuar como avaliador.

2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Ao final da matéria, o aluno deverá ser capaz de:

• Reconhecer a importância do briefing no processo ensino-


aprendizagem da instrução de vôo;
• Distinguir as características de um briefing;
• Diferenciar os erros comuns de apreciação;
• Reconhecer a importância da metodologia do briefing, como parte do
planejamento do vôo;
• Identificar a finalidade da crítica;
• Identificar os tipos de crítica;
• Caracterizar os princípios norteadores de uma crítica;
• Distinguir as fases de planejamento na organização da crítica.

3 INTRODUÇÃO

É sabido que um instrutor de vôo é capaz de realizar com proficiência


as várias manobras que compõem um vôo e, ainda, entender o porquê de
cada técnica aplicada.

Podemos, também, inferir sobre a capacidade do mesmo instrutor em


analisar cada uma das manobras, nos seus pormenores, e explicá-las de
maneira a permitir que o aluno, iniciando a sua atividade aérea, possa
captar aqueles ensinamentos e, também, vir a executar as mesmas
manobras. Seria esse instrutor capaz de reconhecer as causas dos erros
cometidos e avaliar o desempenho de seu aluno nos níveis de
aprendizagem desejados para cada fase da instrução e do vôo?
Para que todos esses aspectos sejam abrangidos durante a
preparação da instrução de vôo, seria interessante estudarmos alguns
tópicos que tratam da didática do briefing e da crítica / debriefing.

4 DIDÁTICA DO BRIEFING E DA CRÍTICA / DEBRIEFING

a. Planejamento.

O planejamento pode ser considerado como uma exigência para


todas as atividades do instrutor de vôo, no que diz respeito ao processo de
formação de pilotos.

Sendo assim, podemos citar os elementos essenciais ao bom


planejamento da instrução.

• Objetivo.

Prever os resultados a serem alcançados pelos alunos após a


aprendizagem (vôo).

• Dados essenciais.

Prever os conhecimentos básicos a serem abordados, bem como sua


seqüência e articulação.
• Tempo, local e recursos.

Prever a duração da instrução, a adequação do ambiente para a


realização do briefing e da crítica / debriefing e a eficiência dos meios
auxiliares a serem utilizados.

• Etapas.

Prever os procedimentos didáticos a serem adotados durante os


diversos momentos da instrução.

• Métodos.

Prever quais os caminhos mais eficientes para que a aprendizagem


alcance os objetivos determinados.
• Avaliação.

Prever os processos de verificação e as medidas de aprendizagem.

5 O BRIEFING

O briefing é a apresentação ordenada e concisa dos dados que o


aluno precisa entender para realizar seu vôo de instrução e tem como
finalidade Informar de forma sucinta o que se vai realizar durante o vôo.

6 OBJETIVO DO BRIEFING

Assegurar ao aluno a compreensão total da missão para que se


possa executá-la da melhor maneira possível.

7 CARACTERÍSTICAS

Da coleta, análise e síntese das informações existentes (fichas de


vôo) é possível apresentar, ao aluno, todas as orientações necessárias à
realização do vôo de instrução a ser realizado.

• Precisão.
• Clareza.
• Brevidade.

8 METODOLOGIA DO BRIEFING

• Deve-se seguir a ordem cronológica dos eventos do vôo.


• Além da apresentação ordenada das idéias ou exercícios, fazer os
esclarecimentos necessários que os exercícios necessitam, para
poupar tempo durante a realização dos mesmos.
• Ater-se apenas aos assuntos pertinentes ao vôo a ser realizado,
evitando redundância e/ou prolixidade, adequando-os ao nível do
aluno (níveis de aprendizagem).

9 O BRIEFING - LEMBRETES

• Utilize seus atributos pessoais para enriquecer o seu briefing.


• Dê ênfase aos pontos mais importantes.
• Comente os principais erros.
• Caso tenha dúvidas de como explicar esta ou aquela manobra,
troque idéias com outros instrutores.
• Tire dúvidas.
• Recapitule pontos principais.
• Evite o briefing de véspera.
• Faça perguntas ao aluno obrigando-o a racionar, despertando o
interesse
• Leia atentamente as fichas de vôo e extraia dados para tornar o seu
briefing mais objetivo.
• Tenha como referência um mínimo de 15 minutos e um máximo de
45 minutos para a sua realização.
• Comente, sempre, um dos procedimentos de emergência da
aeronave.

10 Á CRÍTICA / O DEBRIEFING

A Crítica, por definição, é “A arte de apreciar méritos e deméritos


de um desempenho, com o objetivo de aprimorar desempenhos
futuros”.

Crítica e avaliação, ou apreciação, são atividades distintas e não


devem ser confundidas.

Crítica não é necessariamente negativa em conteúdo.


11 OBJETIVO DA CRÍTICA

Permitir o aprimoramento de desempenhos futuros e sedimentar


aqueles que foram realizados corretamente.

A crítica não tem o propósito de destruir o criticado e sim ajudá-lo a


executar futuras tarefas de modo mais eficiente.

12 A IMPORTÂNCIA DA CRÍTICA NO PROCESSO EDUCACIONAL

• Tem uma finalidade educacional e deve ser tratada como uma


técnica de ensino.
• Deve ser registrada na forma oral ou escrita, ou em ambas.
• Deve ser realizada imediatamente após a conclusão da atividade.
• O instrutor deve criticar todo e qualquer desempenho do aluno.
• O aluno deve compreender o resultado da crítica.
• O aluno deve compreender o resultado da crítica.
• A condução da crítica deve ter um caráter reservado, ou quando
direcionado para um grupo, realizada individualmente com cada
participante.

13 PRINCÍPIOS NORTEADORES DA CRÍTICA

a. Objetividade.

Se ater a detalhes ou coisas ligadas ao trabalho realizado (vôo)


Evite prolixidade. Procure sempre ser preciso em suas
considerações. Comente aspectos relevantes do vôo. Não critique pontos
relativamente sem importância (“você estava 10 pés acima da altitude
prevista”). Procure não ressaltar a própria competência ao aluno.

b. Aceitabilidade.

A crítica deve ser aceita por quem a recebe.


Não utilizar expressões de caráter pessoal (“eu faria assim”, “faça
como eu faço”, etc).
Não ridicularizar ou ser sarcástico. O sarcasmo coloca o criticado
numa posição defensiva. Use de sinceridade ao criticar. O desejo de
manter uma atitude simpática pode levar o instrutor a criticar somente os
méritos. A lealdade angaria mais a simpatia.

c. Oportunidade.

Local, modo e momento de realização da crítica.

• Onde realizar a crítica - local.


• Como realizar a crítica – oral e escrita.
• Quando realizar a crítica – o mais breve possível.

d. Participação.

A crítica é considerada uma etapa importante do processo de ensino


e aprendizagem. Por essa razão, há necessidade do aluno também
participar ativamente na sua realização. Isto auxilia o instrutor a avaliar a
autoconfiança do aluno.
BIBLIOGRAFIA

BERGAMINI, C. W - Avaliação de Desempenho Humano na Empresa,. Ed.

Atlas, S. P., 1981.

FESTINGER, L & Katz, D. - Los Metodos de Investigacion en las Ciencias

Sociales, Editorial Paidos, Buenos Aires, 1972.

HESSEM, Johannes - Teoria do Conhecimento, Editor Armenio Amado,

Coimbra, 1970.

BRASIL. Comando da Aeronáutica - Manual de Avaliação.

BRASIL. Comando da Aeronáutica - Manual do Curso de Padronização de

Instrutores de Vôo, Academia da Força Aérea, Pirassununga, 2009.

EUA. Federal Aviation Administration - Aviation Instructor’s Handbook FAA-


H-8083-9. Washington, DC, 2008.

Você também pode gostar