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Fundamentos e Técnicas de

Resolução de Conflitos: Conciliação,


Mediação e Arbitragem

Prof. Dr. GUSTAVO FERREIRA RIBEIRO


Prof. Msc. RAFAEL FREITAS MACHADO

Palmas - TO
Escola Superior da Magistratura Tocantinense
CURSO FUNDAMENTOS E TÉCNICAS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS: CONCILIAÇÃO,
MEDIAÇÃO E ARBITRAGEM
Prof. Dr. Gustavo Ferreira Ribeiro
Prof. Msc. Rafael Freitas Machado

SUMÁRIO

Nota Introdutória ....................................................................................................................3


PARTE I – O CONFLITO, O LITÍGIO E A INSUFICIÊNCIA DO MODELO ......................6
1.O LITÍGIO NO BRASIL .................................................................................................6
1.1 ACESSO À JUSTIÇA (EM NÚMEROS)..................................................................6
1.2 O PODER PÚBLICO EM JUÍZO .............................................................................8
1.3 RAZÕES E CONTRARRAZÕES .............................................................................9
1.4 O ESGOTAMENTO DO MODELO E A NECESSIDADE DE RESGATE DOS
MÉTODOS ADEQUADOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS .................................... 10
PARTE II – MÉTODOS EM ESPÉCIE ................................................................................ 11
2. CONCILIAÇÃO ........................................................................................................ 11
2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS..................................................................................... 12
2.2 CARACTERÍSTICAS ............................................................................................ 12
2.3 TÉCNICAS DE CONCILIAÇÃO ........................................................................... 13
2.4 INOVAÇÕES PREVISTAS NO NCPC .................................................................. 13
3. MEDIAÇÃO.............................................................................................................. 13
3.1 CARACTERÍSTICAS ............................................................................................ 13
3.2 RESOLUÇÃO 125/CNJ .......................................................................................... 13
3.3 CÓDIGO DE ÉTICA .............................................................................................. 14
3.4 TÉCNICAS DE MEDIAÇÃO ................................................................................. 14
3.5 SERVIDOR COMO CIDADÃO REFERENCIAL .................................................. 16
3.6 INOVAÇÕES PREVISTAS NO NCPC .............................................................. 16
3.7 INOVAÇÕES RECENTES: LEI 13.140/2015 ........................................................ 18
4. ARBITRAGEM ......................................................................................................... 21
4.1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 21
4.2 ASPECTOS HISTÓRICOS..................................................................................... 22
4.3 ASPECTOS RELEVANTES DA LEI 9.307/96 ...................................................... 26
4.4 ARBITRAGEM INTERNACIONAL...................................................................... 28
4.5 DEBATES .............................................................................................................. 29
4.6 INOVAÇÕES LEGISLATIVAS ............................................................................. 32
PARTE III – ESTUDO DE CASOS E INTERRELAÇÃO DOS MÉTODOS ....................... 36
5.1 CONCILIAÇÃO, MEDIAÇÃO E JUDIÁRIO ........................................................ 36

Nossa Missão: "Formar e aperfeiçoar Magistrados e Servidores em busca de boas práticas e da excelência da prestação jurisdicional"
Av. Theotônio Segurado 602 Sul (ACSU-SE 60), Conjunto 01, Lote 13 Cep. 77022-002
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5.2 ARBITRAGEM E JUDICIÁRIO ............................................................................ 39


BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................. 43
DADOS E CONTATOS DOS PROFESSORES ............................................................... 46
Gustavo Ferreira Ribeiro ............................................................................................... 46
Rafael Freitas Machado ................................................................................................ 46

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NOTA INTRODUTÓRIA

O tema que se afronta neste curso é de notória importância e contemporaneidade. Ao mesmo


tempo em que se observa um maior aprofundamento do acesso à Justiça no Brasil, sob o
aspecto formal e material, com o processo de democratização pós-Constituição Federal de
1988, vê-se um crescente congestionamento do sistema. Alguns apontam o sistema recursal
brasileiro como um dos principais fatores de lentidão da justiça. Outros sugerem haver um
processo natural de “descoberta” de direitos e ajuizamento de ações o que, fatalmente, levaria
ao seu maior estrangulamento. Há ainda aqueles que apontam a pouca confiança da população
nos métodos alternativos de controvérsias, uma vez que a população, por motivos culturais e
sociais, ou mesmo desconhecimento, associa à solução de controvérsias a figura do Estado-
Juiz. Identifica-se, ainda, em pesquisas, que, em termos quantitativos, o Poder Público é o
maior usuário do sistema judicial.

Para uma diversidade de razões, uma multitude de respostas!

Parte da literatura aponta a necessidade de maior ampliação do número de magistrados e


servidores para melhor atendimento ao jurisdicionado. Indicam outros a saída via o reforço de
métodos alternativos de disputas, denominados na doutrina de RAD (Resolução Alternativa
de Disputas) ou ADR, no acrônimo inglês (Alternative Dispute Resolution). Pugnam alguns
que a solução não é única, mas um conjunto de ações a serem desenvolvidas de forma
concertada.

Seguramente, não se omite o Poder Judiciário em reconhecer e, juntamente com os demais


Poderes e a sociedade, envidar esforços para solucionar o dilema. O Conselho Nacional de
Justiça (CNJ), com a edição da Resolução 125/2010, considerando os objetivos estratégicos
do Poder Judiciário de eficiência operacional, acesso ao sistema de Justiça e a
responsabilidade social procurou estabelecer uma verdadeira “política pública de tratamento
adequado dos problemas jurídicos e dos conflitos de interesses, que ocorrem em larga e
crescente escala na sociedade, de forma a organizar, em âmbito nacional, não somente os
serviços prestados nos processos judiciais, como também os que possam sê-lo mediante
outros mecanismos de solução de conflitos, em especial dos consensuais, como a mediação e
a conciliação”. Relatórios periódicos do CNJ também informam e orientam,
quantitativamente e qualitativamente, o debate. Com efeito, importantes inovações
legislativas estão em curso. Na doutrina e mesmo em julgados que fazem referência
prospectiva a ele, verifica-se inúmeras discussões sobre o novo Código de Processo Civil (Lei
13.105/2015), com previsão de vigência em 2016. Além disso, a lei de arbitragem (Lei
9.307/96) foi recentemente alterada (Lei 13.129/2015) e uma nova Lei de Mediação (Lei
13.140/2015) também se encontra prestes a entrar em vigor.

Mas qual a razão de chegarmos até este ponto? Por que ocorre o tão apontado
“congestionamento” do judiciário? Pode se atribuir a apenas uma razão ou a um conjunto de

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fatores? Quais as soluções e tendências podem ser apontadas, transcorridos quase três décadas
do início do processo de redemocratização? Quais são e como funcionam os métodos
alternativos de solução de controvérsias? São eles excludentes, em relação ao método
tradicional judicial, ou, muito mais, complementam-se? Contribuirão eles, efetivamente, para
a solução do problema acesso à justiça, eficiência e responsabilidade social, como sugere o
CNJ?

O curso, “Fundamentos e Técnicas de Resolução de Conflitos: Conciliação, Mediação e


Arbitragem” possui duas características marcantes: (i) interdisciplinaridade; e (ii)
regionalismo.

No primeiro caso, queremos chamar a atenção que o curso aborda, justamente, por meio de
uma visão interdisciplinar, os questionamentos apresentados. Além dos aspectos jurídicos
próprios ao tema, buscamos adicionar visões de outras ciências (como a economia),
ampliando o horizonte de entendimento da matéria. A visão interdisciplinar, vale lembrar,
vem permeando cada vez mais o debate jurídico face à complexidade dos problemas atuais.
Dificilmente se enxerga um problema como estritamente jurídico ou econômico. Como
sugeriremos, são esferas, ou ramos, do conhecimento que se interpolam. Conhecer esta
perspectiva interdisciplinar nos parece fornecer uma visão mais apurada tanto da identificação
do problema quanto o de busca de soluções adequadas. Com efeito, o esforço metodológico
interdisciplinar se coaduna com uma visão que passa a se desenvolver em primados do século
XX na Europa continental (como uma reação ao positivismo kelseniano) e também nas
escolas norte-americanas de direito (como uma reação ao denominado formalismo
langdelliano). No Brasil, como metodologia, tem-se como referência as novas escolas de
Direito e Economia, amadurecidas e em constante aprimoramento nos últimos trinta anos.

Quanto ao segundo ponto – regionalismo - tivemos o objetivo de trazer à tona uma discussão
para a realidade Tocantinense, como dados, estatísticas, problemas e estudos de casos
julgados em sua própria jurisdição. A feliz constatação destes professores foi verificar o quão
presentes já estão os temas na realidade do Estado, como se apresentará.

Em termos de organização, dividimos o curso em três partes:

I - CONFLITO, LITÍGIO E INSUFICIÊNCIA DO MODELO: Litígio no Brasil


(Números e Teoria). Acesso à Justiça. Razões e Contrarrazões.

II - MÉTODOS EM ESPÉCIE: Mediação, Conciliação e Arbitragem

III - ESTUDOS DE CASOS E INTERRELAÇÃO DOS MÉTODOS: Mediação,


Conciliação e Arbitragem.

Esta apostila tem o intuito de pontuar e complementar os slides apresentados durante a


gravação do curso. Principalmente, tivemos a preocupação de, na apostila, reforçarmos alguns
slides condutores da discussão e trazermos a transcrição da Constituição e legislação

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infraconstitucional referida, facilitando ao aluno acesso às disposições citadas. Desta forma,


esperamos que os alunos possam usufruir de maneira completa do curso e, mais do que tomar
nota dos dispositivos legais, refletir sobre os pontos apresentados.

Esperamos que aproveitem!

Os Autores

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PARTE I – O CONFLITO, O LITÍGIO E A INSUFICIÊNCIA


DO MODELO

1.O LITÍGIO NO BRASIL

1.1 ACESSO À JUSTIÇA (EM NÚMEROS)


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Fonte: CNJ, Justiça em Números, 2014, p. 32.

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Fonte: CNJ, Justiça em Números, 2014, p. 35.

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Fonte: CNJ, Justiça em Números, 2014, p. 36.

BRASIL
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TOCANTINS
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Fonte: CNJ, Justiça em Números, 2014, p. 39, 135.

BRASIL
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TOCANTINS
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Fonte: CNJ, Justiça em Números, 2014, p. 39, 135

1.2 O PODER PÚBLICO EM JUÍZO

Fonte: CNJ, 100 Maiores Litigantes, 2011, p. 14.

Fonte: CNJ, 100 Maiores Litigantes, 2011, p. 5 e ss.

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1.3 RAZÕES E CONTRARRAZÕES


POTENCIAL DE LITIGANTES E VALOR ESPERADO DA AÇÃO

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Fonte: COOTER; ULEN, Direito e Economia, 2010, p. 413

“Os diferentes tipos de bens: (...) ao se


pensar nos diversos tipos de bens existentes
na economia é útil agrupá-los segundo
duas características: - O bem é excludente?
As pessoas podem ser impedidas de usá-lo?
- O bem é rival? O fato de uma pessoa usar
um bem elimina a possibilidade de alguém
mais possa usá-lo? (...) Os recursos
comuns são rivais, mas não excludentes.
Por exemplo, os peixes no mar são bens
rivais: quando alguém pesca um deles, há
menos peixes disponíveis para a próxima
pessoa que for pescar. Mas os peixes não
são excludentes, porque, dada a vastidão
do mar, é difícil impedir que os pescadores
retirem peixes dele. (Mankiw, id.)”
Fonte: Baseado em Mankiw, Princípios de Microeconomia, 2007, p. 224.

A TRAGÉDIA DOS COMUNS

“Considere a vida em uma pequena cidade medieval (...) as terras são


propriedade coletiva de todos os habitantes da cidade e todos podem deixar
suas ovelhas ali para pastar (...) todos na cidade estão felizes (...) com um
número crescente de ovelhas e uma quantidade fixa de terras, a terra começa
a perder sua capacidade de se recuperar (...) O que causa a tragédia? Por
que os pastores permitem que a população de ovelhas cresça a ponto de
destruir a terra? A razão é que os incentivos sociais e privados são diferentes.
Evitar a destruição das pastagens depende da ação coletiva por parte dos
pastores. Se os pastore agissem juntos, poderiam reduzir a população de

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ovelhas para um nível que a Comuna pudesse sustentar. Entretanto, nenhuma


família tem incentivo para reduzir o tamanho de seu rebanho porque cada
rebanho representa apenas uma pequena parte do problema. Em essência, a
Tragédia dos Comuns surge por causa de uma externalidade. Quando o
rebanho de uma família pasta nas terras comuns, reduz a qualidade da terra
disponível para as demais famílias. Como as pessoas não levam em
consideração essa externalidade negativa ao decidir quantas ovelhas possuir,
o resultado é um número excessivo de animais (...)”
Fonte: Mankiw, Princípios de Microeconomia, 2007, p. 231.

1.4 O ESGOTAMENTO DO MODELO E A NECESSIDADE DE


RESGATE DOS MÉTODOS ADEQUADOS DE SOLUÇÃO DE
CONFLITOS

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Fonte: Jornal Valor Econômico, 27 de janeiro de 2014.

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PARTE II – MÉTODOS EM ESPÉCIE

2. CONCILIAÇÃO

TEORIA DO CONFLITO

Divergência em razão de metas, interesses ou objetivos individuais percebidos


como mutuamente incompatíveis

Fenômeno negativo?

GUERRA, BRIGA, DISPUTA, AGRESSÃO, TRISTEZA, VIOLÊNCIA, RAIVA,


PERDA, PROCESSO

Transpiração? Taquicardia? Ruborização? Elevação do tom de voz?


Irritação? Raiva? Hostilidade?

HÁ ALGO DE POSITIVO NO CONFLITO?

PAZ, ENTENDIMENTO, SOLUÇÃO, COMPREENSÃO, FELICIDADE,


RESPEITO, AFETO, GANHO E APROXIMAÇÃO.

O CONFLITO COMO OPORTUNIDADE

HABILIDADES AUTOCOMPOSITIVAS

Moderação, equilíbrio, naturalidade, serenidade, compreensão,


simpatia, consciência verbal

MEIOS CONSENSUAIS DE SOLUÇÃO DE CONFLITO

AUTOCOMPOSIÇÃO, AUTONOMIA DA VONTADE –


CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO

MEIOS ADJUDICATÓRIOS OU HETEROCOMPOSITIVOS

TERCEIRO SOLUCIONADOR DO CONFLITO – ARBITRAGEM E


JURISDICIONAL

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2.1 ASPECTOS HISTÓRICOS


Constituição de 25/3/1824 – arts. 151 e 164 - “outros meios” – conciliação
condição indispensável – dever de ofício

Lei nº 0-026 de outubro de 1827 “Lei orgânica das Justiças de Paz” – funções
conciliatórias

Código Comercial de 1850 – art. 23 do Regulamento 737 de 25 de novembro -


“conciliação prévia obrigatória”

Decreto nº 359, de 26 de abril de 1890 - afastou a conciliação prévia

CPC 1939  não tratou sobre a conciliação

CPC 1973  conciliação não obrigatória

Lei do Divórcio  ok

CF/88  Preâmbulo: “solução pacífica das controvérsias”

Lei nº 8.952/94 + Lei nº 10.444/02  CPC 73 – art. 331

CPC 73
artigo 125, inciso IV – o juiz está autorizado a conciliar as partes;
artigo 272

2.2 CARACTERÍSTICAS
BILATERAL

TERCEIRO  NEUTRO  IMPARCIAL

GANHOS E CONCESSÕES MÚTUOS

OBJETIVO  ACORDO

TERCEIRO CONCILIADOR

SUGERE, INTERFERE, ALERTA E ACONSELHA

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2.3 TÉCNICAS DE CONCILIAÇÃO


Item 3.4

2.4 INOVAÇÕES PREVISTAS NO NCPC


Item 3.6

3. MEDIAÇÃO

3.1 CARACTERÍSTICAS
TERCEIRO NEUTRO

AUXÍLIO ÀS PARTES

AUSÊNCIA DE OPINIÃO OU INTERFERÊNCIA

UTILIZAÇÃO DE TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO

MEDIAÇÃO DA ESCOLA DE HARVARD


ORDEM A PARTIR DO CAOS DE PENSAMENTOS – PERCEPÇÃO
DE INTERESSES - REFLEXÃO.

3.2 RESOLUÇÃO 125/CNJ


PRINCIPAIS PONTOS

Atualização do conceito de acesso à justiça;

Direito de todos os jurisdicionados à solução dos conflitos e dos interesses


pelos meios adequados a sua natureza e peculiaridade;

Obrigatoriedade de oferecimento de serviços de orientação e informação, como


mediação e conciliação, além da solução adjudicada;

Preocupação pela boa qualidade desses serviços de resolução de conflitos, com


a adequada capacitação, treinamento e aperfeiçoamento permanente;

Disseminação da cultura de pacificação;

Criação de Núcleos Permanentes, Centros Judiciários, banco de dados e cursos.

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3.3 CÓDIGO DE ÉTICA


CONFIDENCIALIDADE

Sigilo das informações;

DECISÃO INFORMADA

Dever de manter o jurisdicionado plenamente informado;

COMPETÊNCIA

Dever de ter qualificação para atuar – Resolução;

IMPARCIALIDADE

Ausência de favoritismo, preferência ou preconceito;

AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA

Liberdade – sem pressão externa;

RESPEITO A ORDEM PÚBLICA E A LEI


Dever de velar que o acordo esteja em harmonia e é viável;

EMPONDERAMENTO

Dever de demonstrar que os benefícios para os conflitos futuros.

3.4 TÉCNICAS DE MEDIAÇÃO


INFORMAÇÃO

Dever de esclarecer os envolvidos sobre o método de trabalho a ser


empregado;

AUTONOMIA DA VONTADE

Dever de respeitar os diferentes pontos de vista dos envolvidos, para


uma decisão voluntária e não coercitiva, com liberdade para tomar as
próprias decisões durante ou ao final do processo e de interrompê-lo a
qualquer momento;

AUSÊNCIA DE OBRIGAÇÃO DE RESULTADO

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Dever de não forçar um acordo e de não tomar decisões pelos


envolvidos, podendo, criar opções, que podem ou não ser acolhidas por
eles;

COMPREENSÃO QUANTO À CONCILIAÇÃO E À MEDIAÇÃO

Dever de assegurar que os envolvidos, ao chegarem a um acordo,


compreendam perfeitamente suas disposições, que devem ser
exequíveis, gerando o comprometimento com seu cumprimento.

1. Estabelecer Rapport e edificar credibilidade a partir da apresentação


pessoal;  empatia/boa impressão/costumes locais/apresentação
pessoal;

2. Ouvir para escutar e redefinir o conflito  efeitos: confiança,


encorajamento, redução de tensões e estímulo à colaboração 
descoberta da questão central;

3. LIDERANÇA SERVIDORA COMO FERRAMENTA;

4. Boa comunicação – humanismo e humildade;

5. Não intervenção desnecessária - orientação;

6. Resumo, Sumarização Retrospectiva ou parafraseio;

7. Inversão de papéis;

8. Recuar estrategicamente quando necessário;

9. Ampliar o leque de opções e facilitar o recuo das posições;

10. Gerar visualização do futuro – o passado não volta!

11. A pressa é inimiga!

12. Identificação de falhas e ruídos na Comunicação.

ACORDO

É o que querem? Será cumprido?

Consequências de um acordo prematuro  NOVO CONFLITO

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Redação do acordo

Simples – sem excessos de linguagem – palavras positivas

Aspectos jurídicos do acordo

Autonomia x limites  cláusulas penais/multas

3.5 SERVIDOR COMO CIDADÃO REFERENCIAL


Servidor intérprete do caso concreto;

Da visão técnico-jurídica para a necessidade de conhecimentos humanitários,


sociais, psicológicos, filosóficos, global e interdisciplinar;

Autocontrole diante do conflito;

Desenvolvimento das habilidades do servidor para todas as atividades


desempenhadas.

3.6 INOVAÇÕES PREVISTAS NO NCPC


Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
§ 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei.
§ 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos
conflitos.
§ 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de
conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e
membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.

Dos Conciliadores e Mediadores Judiciais


Art. 165.Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de
conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação
e mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar,
orientar e estimular a autocomposição.
§ 1o A composição e a organização dos centros serão definidas pelo
respectivo tribunal, observadas as normas do Conselho Nacional de Justiça.
§ 2o O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não
houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o
litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou
intimidação para que as partes conciliem.
§ 3o O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver
vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as
questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo

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restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções


consensuais que gerem benefícios mútuos.

Art. 166§ 1o A confidencialidade estende-se a todas as informações


produzidas no curso do procedimento, cujo teor não poderá ser utilizado para
fim diverso daquele previsto por expressa deliberação das partes.
§ 2o Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o conciliador e o
mediador, assim como os membros de suas equipes, não poderão divulgar ou
depor acerca de fatos ou elementos oriundos da conciliação ou da mediação.

Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de


conciliação e mediação serão inscritos em cadastro nacional e em cadastro
de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, que manterá registro de
profissionais habilitados, com indicação de sua área profissional.
§ 3o Do credenciamento das câmaras e do cadastro de conciliadores e
mediadores constarão todos os dados relevantes para a sua atuação, tais
como o número de processos de que participou, o sucesso ou insucesso da
atividade, a matéria sobre a qual versou a controvérsia, bem como outros
dados que o tribunal julgar relevantes.
§ 4o Os dados colhidos na forma do § 3o serão classificados sistematicamente
pelo tribunal, que os publicará, ao menos anualmente, para conhecimento da
população e para fins estatísticos e de avaliação da conciliação, da
mediação, das câmaras privadas de conciliação e de mediação, dos
conciliadores e dos mediadores.
§ 5o Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados na forma do caput,
se advogados, estarão impedidos de exercer a advocacia nos juízos em que
desempenhem suas funções.

Quarentena
Art. 172. O conciliador e o mediador ficam impedidos, pelo prazo de 1 (um)
ano, contado do término da última audiência em que atuaram, de assessorar,
representar ou patrocinar qualquer das partes.

Câmaras para Conflitos no âmbito administrativo


Art. 174. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios criarão
câmaras de mediação e conciliação, com atribuições relacionadas à solução
consensual de conflitos no âmbito administrativo, tais como:
I - dirimir conflitos envolvendo órgãos e entidades da administração pública;
II - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio
de conciliação, no âmbito da administração pública;
III - promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de
conduta.

Mediação On Line
Art. 334. § 7o A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por
meio eletrônico, nos termos da lei.

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3.7 INOVAÇÕES RECENTES: LEI 13.140/2015


PREVISÃO LEGAL DOS PRINCÍPIOS FIRMADOS NA RESOLUÇÃO 125 DO
CNJ

Art. 2.
I - imparcialidade do mediador;
II - isonomia entre as partes;
III - oralidade;
IV - informalidade;
V - autonomia da vontade das partes;
VI - busca do consenso;
VII - confidencialidade;
VIII - boa-fé.

MEDIAÇÃO EXTRAJUDICIAL

Art. 21. O convite para iniciar o procedimento de mediação extrajudicial


poderá ser feito por qualquer meio de comunicação e deverá estipular o
escopo proposto para a negociação, a data e o local da primeira reunião.
Parágrafo único. O convite formulado por uma parte à outra considerar-se-á
rejeitado se não for respondido em até trinta dias da data de seu recebimento.
Art. 22. A previsão contratual de mediação deverá conter, no mínimo:
I - prazo mínimo e máximo para a realização da primeira reunião de
mediação, contado a partir da data de recebimento do convite;
II - local da primeira reunião de mediação;
III - critérios de escolha do mediador ou equipe de mediação;
IV - penalidade em caso de não comparecimento da parte convidada à
primeira reunião de mediação.
§ 1o A previsão contratual pode substituir a especificação dos itens acima
enumerados pela indicação de regulamento, publicado por instituição idônea
prestadora de serviços de mediação, no qual constem critérios claros para a
escolha do mediador e realização da primeira reunião de mediação.
§ 2o Não havendo previsão contratual completa, deverão ser observados os
seguintes critérios para a realização da primeira reunião de mediação:
I - prazo mínimo de dez dias úteis e prazo máximo de três meses, contados a
partir do recebimento do convite;
II - local adequado a uma reunião que possa envolver informações
confidenciais;
III - lista de cinco nomes, informações de contato e referências profissionais
de mediadores capacitados; a parte convidada poderá escolher,
expressamente, qualquer um dos cinco mediadores e, caso a parte convidada
não se manifeste, considerar-se-á aceito o primeiro nome da lista;
IV - o não comparecimento da parte convidada à primeira reunião de
mediação acarretará a assunção por parte desta de cinquenta por cento das
custas e honorários sucumbenciais caso venha a ser vencedora em
procedimento arbitral ou judicial posterior, que envolva o escopo da
mediação para a qual foi convidada.

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§ 3o Nos litígios decorrentes de contratos comerciais ou societários que não


contenham cláusula de mediação, o mediador extrajudicial somente cobrará
por seus serviços caso as partes decidam assinar o termo inicial de mediação
e permanecer, voluntariamente, no procedimento de mediação.
Art. 23. Se, em previsão contratual de cláusula de mediação, as partes se
comprometerem a não iniciar procedimento arbitral ou processo judicial
durante certo prazo ou até o implemento de determinada condição, o árbitro
ou o juiz suspenderá o curso da arbitragem ou da ação pelo prazo
previamente acordado ou até o implemento dessa condição.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica às medidas de urgência
em que o acesso ao Poder Judiciário seja necessário para evitar o
perecimento de direito.

MEDIAÇÃO JUDICIAL

Art. 24. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de


conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação
e mediação, pré-processuais e processuais, e pelo desenvolvimento de
programas destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição.
Parágrafo único. A composição e a organização do centro serão definidas
pelo respectivo tribunal, observadas as normas do Conselho Nacional de
Justiça.
Art. 25. Na mediação judicial, os mediadores não estarão sujeitos à prévia
aceitação das partes, observado o disposto no art. 5o desta Lei.
Art. 26. As partes deverão ser assistidas por advogados ou defensores
públicos, ressalvadas as hipóteses previstas nas Leis nos 9.099, de 26 de
setembro de 1995, e 10.259, de 12 de julho de 2001.
Parágrafo único. Aos que comprovarem insuficiência de recursos será
assegurada assistência pela Defensoria Pública.
Art. 27. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o
caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de
mediação.
Art. 28. O procedimento de mediação judicial deverá ser concluído em até
sessenta dias, contados da primeira sessão, salvo quando as partes, de comum
acordo, requererem sua prorrogação.
Parágrafo único. Se houver acordo, os autos serão encaminhados ao juiz, que
determinará o arquivamento do processo e, desde que requerido pelas partes,
homologará o acordo, por sentença, e o termo final da mediação e
determinará o arquivamento do processo.
Art. 29. Solucionado o conflito pela mediação antes da citação do réu, não
serão devidas custas judiciais finais.

DA CONFIDENCIALIDADE E SUAS EXCEÇÕES

Art. 30. Toda e qualquer informação relativa ao procedimento de mediação


será confidencial em relação a terceiros, não podendo ser revelada sequer em
processo arbitral ou judicial salvo se as partes expressamente decidirem de
forma diversa ou quando sua divulgação for exigida por lei ou necessária
para cumprimento de acordo obtido pela mediação.

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§ 1o O dever de confidencialidade aplica-se ao mediador, às partes, a seus


prepostos, advogados, assessores técnicos e a outras pessoas de sua
confiança que tenham, direta ou indiretamente, participado do procedimento
de mediação, alcançando:
I - declaração, opinião, sugestão, promessa ou proposta formulada por uma
parte à outra na busca de entendimento para o conflito;
II - reconhecimento de fato por qualquer das partes no curso do procedimento
de mediação;
III - manifestação de aceitação de proposta de acordo apresentada pelo
mediador;
IV - documento preparado unicamente para os fins do procedimento de
mediação.

IMPEDIMENTO DO MEDIADOR DE ATUAR COMO ÁRBITRO OU


TESTEMUNHA

Art. 7o O mediador não poderá atuar como árbitro nem funcionar como
testemunha em processos judiciais ou arbitrais pertinentes a conflito em que
tenha atuado como mediador

CONCURSO PÚBLICO

§ 6o O tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de conciliadores


e mediadores, a ser preenchido por concurso público de provas e títulos,
observadas as disposições deste Capítulo.

AUTOCOMPOSIÇÃO – CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO – ENVOLVENDO A


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL DIRETA, SUAS AUTARQUIAS E
FUNDAÇÕES

Art. 32. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão


criar câmaras de prevenção e resolução administrativa de conflitos, no
âmbito dos respectivos órgãos da Advocacia Pública, onde houver, com
competência para:(…)

DOS CONFLITOS ENVOLVENDO A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL


DIRETA, SUAS AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES

Art. 35. As controvérsias jurídicas que envolvam a administração pública


federal direta, suas autarquias e fundações poderão ser objeto de transação
por adesão, com fundamento em:

REMUNERAÇÃO DO MEDIADOR

Art. 169. Ressalvada a hipótese do art. 167, § 6o, o conciliador e o mediador


receberão pelo seu trabalho remuneração prevista em tabela fixada pelo
tribunal, conforme parâmetros estabelecidos pelo Conselho Nacional de
Justiça.

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§ 1o A mediação e a conciliação podem ser realizadas como trabalho


voluntário, observada a legislação pertinente e a regulamentação do tribunal.
§ 2o Os tribunais determinarão o percentual de audiências não remuneradas
que deverão ser suportadas pelas câmaras privadas de conciliação e
mediação, com o fim de atender aos processos em que deferida gratuidade da
justiça, como contrapartida de seu credenciamento.

QUARENTENA

Art. 6o O mediador fica impedido, pelo prazo de um ano, contado do término


da última audiência em que atuou, de assessorar, representar ou patrocinar
qualquer das partes.

MEDIAÇÃO ON LINE

Art. 46. A mediação poderá ser feita pela internet ou por outro meio de
comunicação que permita a transação à distância, desde que as partes
estejam de acordo.

4. ARBITRAGEM

4.1 INTRODUÇÃO

CONCEITO

A arbitragem pode ser definida como um processo eminentemente privado –


isto porque existem arbitragens internacionais públicas – no qual as partes ou
os interessados buscam o auxílio de um terceiro, neutro ao conflito, ou de um
painel de pessoas sem interesse na causa, para, após um devido procedimento,
prolatar uma decisão (sentença arbitral) visando encerrar a disputa. Trata‑se de
um processo, em regra, vinculante, em que ambas as partes são colocadas
diante de um árbitro ou um grupo de árbitros. Como regra, ouvem‑se
testemunhas e analisam‑ se documentos. Os árbitros estudam os argumentos
dos advogados antes de tomarem uma decisão. Usualmente, em razão dos
custos, apenas causas de maior valor em controvérsia são submetidas à
arbitragem e os procedimentos podem durar diversos meses. Apesar de as
regras quanto às provas poderem ser flexibilizadas, por se tratar de uma
heterocomposição privada, o procedimento se assemelha, ao menos em parte,
por se examinarem fatos e direitos, com o processo judicial.
Fonte: CNJ, Guia de Conciliação e Mediação Judicial: orientação para instalação de CEJUSC, 2015, p. 38

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Técnica que visa solucionar questões de interesse de duas ou mais pessoas, físicas ou
jurídicas, sobre as quais elas possam dispor livremente em termos de transação e
renúncia, por decisão de uma ou mais pessoas – o árbitro ou os árbtorgos – quais, tem
poderes para assim decidir pelas partes por delegação expressa destes resultantes de
convenção privada, sem estar investidos dessas funções pelo Estado.
Fonte: GARCEZ, 1999, p. 84.

CARACTERÍSTICAS

ESPÉCIE DE HETEROCOMPOSIÇÃO

FLEXIBILIDADE / AUTONOMIA DA VONTADE

CELERIDADE

SIGILO

4.2 ASPECTOS HISTÓRICOS


MUNDO

ROMANO

IDADE MÉDIA

REVOLUÇÃO FRANCESA

CONTEMPORANEIDADE

BRASIL

ORDENAÇÕES

CONSTITUIÇÃO DO IMPÉRIO (1824), CONSTITUIÇÃO POLITICA DO


IMPERIO DO BRAZIL (DE 25 DE MARÇO DE 1824)

Art. 160. Nas civeis, e nas penaes civilmente intentadas, poderão as Partes
nomear Juizes Arbitros. Suas Sentenças serão executadas sem recurso, se
assim o convencionarem as mesmas Partes.

CÓDIGO COMERCIAL (1850), LEI Nº 556, DE 25 DE JUNHO DE 1850.

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Art. 245 - Todas as questões que resultarem de contratos de locação


mercantil serão decididas em juízo arbitral.

Art. 294 - Todas as questões sociais que se suscitarem entre sócios durante a
existência da sociedade ou companhia, sua liquidação ou partilha, serão
decididas em juízo arbitral.

Art. 739 - As questões que se moverem sobre o pagamento de salvados, serão


decididas por árbitros no lugar do distrito onde tiver acontecido o naufrágio.
Revogado pela Lei nº 7.542, de 26.9.1986

CÓDIGO CIVIL (1916), LEI Nº 3.071, DE 1º DE JANEIRO DE 1916.

Do compromisso

Art. 1.037. As pessoas capazes de contratar poderão, em qualquer tempo,


louvar-se, mediante compromisso escrito, em árbitros, que lhes resolvam as
pendências judiciais, ou extrajudiciais. (Revogado pela Lei nº 9.307, de
1996).

Art. 1.045. A sentença arbitral só se executará, depois de homologada, salvo


se for proferida por juiz de primeira ou segunda instancia, como arbitro
nomeado pelas partes.

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL (1939), DECRETO-LEI Nº 1.608, DE 18


DE SETEMBRO DE 1939.

LIVRO IX
Do Juizo Arbitral
TÍTULO ÚNICO
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1.031. Não poderão ser arbitros:


I – os incapazes;
II – os analfabetos;
III – os estrangeiros.
(...)

Art. 1.032. Instituido o juizo arbitral, os arbitros deverão declarar, no prazo


de dez (10) dias, si aceitam a nomeação, presumindo-se a recusa do que,
interpelado, não responder.
(...)
Art. 1.038. O laudo conterá:
I – a indicação das partes;
(...)

CAPÍTULO III

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DA HOMOLOGAÇÃO
Art. 1.041. A execução da sentença arbitral dependerá de homologação.
(...)
Art. 1.045. Será nula a decisão arbitral:
I – quando nulo o compromisso;
(...)

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL (1973), LEI NO 5.869, DE 11 DE


JANEIRO DE 1973.

CAPÍTULO XIV
DO JUÍZO ARBITRAL
Seção I
Do Compromisso
Art. 1.072. As pessoas capazes de contratar poderão louvar-se, mediante
compromisso escrito, em árbitros que lhes resolvam as pendências judiciais
ou extrajudiciais de qualquer valor, concernentes a direitos patrimoniais,
sobre os quais a lei admita transação.
(...)

Seção IV
Da homologação do laudo
Art. 1.098. É competente para a homologação do laudo arbitral o juiz a que
originalmente tocar o julgamento da causa.
(...)

CONSTITUIÇÃO FEDERAL (1988), CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA


FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
(...)
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito;

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:


(...) § 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação ou à arbitragem, é
facultado aos respectivos sindicatos ajuizar dissídio coletivo, podendo a
Justiça do Trabalho estabelecer normas e condições, respeitadas as
disposições convencionais e legais mínimas de proteção ao trabalho.

LEI 9.307 (1996), DE 23 DE SETEMBRO DE 1996.

AG. REG. NA SENTENÇA ESTRANGEIRA 5.206-7 REINO DA ESPANHA

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“REFORMA CIVIL” 2005-2006

NCPC, LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015.

LEI Nº 13.129, DE 26 DE MAIO DE 2015.

4.3 ASPECTOS RELEVANTES DA LEI 9.307/96

DIREITOS PATRIMONIAIS DISPONÍVEIS

Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para


dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis.

PROCEDIMENTOS E DIREITO APLICÁVEL

Art. 2º A arbitragem poderá ser de direito ou de eqüidade, a critério das


partes.
§ 1º Poderão as partes escolher, livremente, as regras de direito que serão
aplicadas na arbitragem, desde que não haja violação aos bons costumes e à
ordem pública.
§ 2º Poderão, também, as partes convencionar que a arbitragem se realize
com base nos princípios gerais de direito, nos usos e costumes e nas regras
internacionais de comércio

SENTENÇA. NATUREZA. FORÇA OBRIGATÓRIA

Art. 31. A sentença arbitral produz, entre as partes e seus sucessores, os


mesmos efeitos da sentença proferida pelos órgãos do Poder Judiciário e,
sendo condenatória, constitui título executivo.

{ CPC 1973 - Art. 475-N. São títulos executivos judiciais: (Incluído pela Lei
nº 11.232, de 2005)
(...)
III – a sentença homologatória de conciliação ou de transação, ainda que
inclua matéria não posta em juízo;
(...)
IV – a sentença arbitral;
(...)
VI – a sentença estrangeira, homologada pelo Superior Tribunal de Justiça
(...) }

CONVENÇÃO ARBITRAL

CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA

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Art. 4º A cláusula compromissória é a convenção através da qual as partes em


um contrato comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam
vir a surgir, relativamente a tal contrato.
§ 1º A cláusula compromissória deve ser estipulada por escrito, podendo
estar inserta no próprio contrato ou em documento apartado que a ele se
refira.

§ 2º Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se o


aderente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar,
expressamente, com a sua instituição, desde que por escrito em documento
anexo ou em negrito, com a assinatura ou visto especialmente para essa
cláusula.

COMPROMISSO ARBITRAL

Art. 9º O compromisso arbitral é a convenção através da qual as partes


submetem um litígio à arbitragem de uma ou mais pessoas, podendo ser
judicial ou extrajudicial.

§ 1º O compromisso arbitral judicial celebrar-se-á por termo nos autos,


perante o juízo ou tribunal, onde tem curso a demanda.

§ 2º O compromisso arbitral extrajudicial será celebrado por escrito


particular, assinado por duas testemunhas, ou por instrumento público.

ÁRBITROS

Art. 13. Pode ser árbitro qualquer pessoa capaz e que tenha a confiança das
partes.

§ 1º As partes nomearão um ou mais árbitros, sempre em número ímpar,


podendo nomear, também, os respectivos suplentes.
(...)
§ 3º As partes poderão, de comum acordo, estabelecer o processo de escolha
dos árbitros, ou adotar as regras de um órgão arbitral institucional ou
entidade especializada.
(...)

Art. 14. Estão impedidos de funcionar como árbitros as pessoas que tenham,
com as partes ou com o litígio que lhes for submetido, algumas das relações
que caracterizam os casos de impedimento ou suspeição de juízes, aplicando-
se-lhes, no que couber, os mesmos deveres e responsabilidades, conforme
previsto no Código de Processo Civil.
(...)

Art. 17. Os árbitros, quando no exercício de suas funções ou em razão delas,


ficam equiparados aos funcionários públicos, para os efeitos da legislação
penal.

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Art. 18. O árbitro é juiz de fato e de direito, e a sentença que proferir não fica
sujeita a recurso ou a homologação pelo Poder Judiciário.

NULIDADES E CONTROLE JUDICIAL DA SENTENÇA ARBITRAL

Art. 32. É nula a sentença arbitral se:


I - for nulo o compromisso;
II - emanou de quem não podia ser árbitro;
III - não contiver os requisitos do art. 26 desta Lei;
IV - for proferida fora dos limites da convenção de arbitragem;
V - não decidir todo o litígio submetido à arbitragem;
VI - comprovado que foi proferida por prevaricação, concussão ou corrupção
passiva;
(...)
VIII - forem desrespeitados os princípios de que trata o art. 21, § 2º, desta
Lei.

Art. 33. A parte interessada poderá pleitear ao órgão do Poder Judiciário


competente a decretação da nulidade da sentença arbitral, nos casos
previstos nesta Lei.
§ 1º A demanda para a decretação de nulidade da sentença arbitral seguirá o
procedimento comum, previsto no Código de Processo Civil, e deverá ser
proposta no prazo de até noventa dias após o recebimento da notificação da
sentença arbitral ou de seu aditamento.
(...)
§ 3º A decretação da nulidade da sentença arbitral também poderá ser
argüida mediante ação de embargos do devedor, conforme o art. 741 e
seguintes do Código de Processo Civil, se houver execução judicial.

4.4 ARBITRAGEM INTERNACIONAL

“A arbitragem comercial, de caráter privado, seja interna ou internacional (..) tem de


ser distinguida da arbitragem (pública) internacional, uma das formas de solução
pacífica de controvérsias entre Estados, ao lado das negociações diretas, mediação,
bons ofícios, da solução judiciária internacional de conflitos, comissões mistas, antes
de se chega a soluções de controvérsias de caráter coercitivo (tais como retorsão,
represálias, embargo, bloqueio pacífico, boicotagem) e ruptura das relações
diplomáticas (...).
Fonte: CASELLA, 1996, p. 173-174.

SENTENÇA ARBITRAL ESTRANGEIRA

Art. 34. A sentença arbitral estrangeira será reconhecida ou executada no


Brasil de conformidade com os tratados internacionais com eficácia no
ordenamento interno e, na sua ausência, estritamente de acordo com os
termos desta Lei.

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Parágrafo único. Considera-se sentença arbitral estrangeira a que tenha sido


proferida fora do território nacional.

COMPETÊNCIA

Art. 35. Para ser reconhecida ou executada no Brasil, a sentença arbitral


estrangeira está sujeita, unicamente, à homologação do Supremo Tribunal
Federal.

REQUISITOS

Art. 38. Somente poderá ser negada a homologação para o reconhecimento


ou execução de sentença arbitral estrangeira, quando o réu demonstrar que:

I - as partes na convenção de arbitragem eram incapazes;


II - a convenção de arbitragem não era válida segundo a lei à qual as partes a
submeteram, ou, na falta de indicação, em virtude da lei do país onde a
sentença arbitral foi proferida;
III - não foi notificado da designação do árbitro ou do procedimento de
arbitragem, ou tenha sido violado o princípio do contraditório,
impossibilitando a ampla defesa;
IV - a sentença arbitral foi proferida fora dos limites da convenção de
arbitragem, e não foi possível separar a parte excedente daquela submetida à
arbitragem;
V - a instituição da arbitragem não está de acordo com o compromisso
arbitral ou cláusula compromissória;
VI - a sentença arbitral não se tenha, ainda, tornado obrigatória para as
partes, tenha sido anulada, ou, ainda, tenha sido suspensa por órgão judicial
do país onde a sentença arbitral for prolatada.
(...)
Art. 39. Também será denegada a homologação para o reconhecimento ou
execução da sentença arbitral estrangeira, se o Supremo Tribunal Federal
constatar que:

I - segundo a lei brasileira, o objeto do litígio não é suscetível de ser resolvido


por arbitragem;
II - a decisão ofende a ordem pública nacional.
Parágrafo único. Não será considerada ofensa à ordem pública nacional a
efetivação da citação da parte residente ou domiciliada no Brasil, nos moldes
da convenção de arbitragem ou da lei processual do país onde se realizou a
arbitragem, admitindo-se, inclusive, a citação postal com prova inequívoca de
recebimento, desde que assegure à parte brasileira tempo hábil para o
exercício do direito de defesa.

4.5 DEBATES
ARBITRAGEM E DIREITO DO TRABALHO

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CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:


(...) § 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.

§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação ou à arbitragem, é


facultado aos respectivos sindicatos ajuizar dissídio coletivo, podendo a
Justiça do Trabalho estabelecer normas e condições, respeitadas as
disposições convencionais e legais mínimas de proteção ao trabalho.

ARBITRAGEM, CONTRATOS DE ADESÃO, RELAÇÕES CONSUMERISTAS

CÓDIGO CIVIL
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou
contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a
renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Dos Contratos de Adesão

Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas
pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor
de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar
substancialmente seu conteúdo.

§ 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão


do contrato.
(...)

§ 3o Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com


caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao
corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor. (Redação
dada pela nº 11.785, de 2008)

§ 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão


ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão.

ARBITRAGEM EM CONTRATOS COM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

L. GT, LEI 9.472/97

L. P.G, LEI 9.478/97

Dispõe sobre a política energética nacional, as atividades relativas ao


monopólio do petróleo, institui o Conselho Nacional de Política Energética e
a Agência Nacional do Petróleo e dá outras providências.

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(...)
Art. 20. O regimento interno da ANP disporá sobre os procedimentos a serem
adotados para a solução de conflitos entre agentes econômicos, e entre estes e
usuários e consumidores, com ênfase na conciliação e no arbitramento.

L. PPP, 11.079/04

Institui normas gerais para licitação e contratação de parceria público-


privada no âmbito da administração pública
(...)
Art. 11. O instrumento convocatório conterá minuta do contrato, indicará
expressamente a submissão da licitação às normas desta Lei e observará, no
que couber, os §§ 3o e 4o do art. 15, os arts. 18, 19 e 21 da Lei no 8.987, de
13 de fevereiro de 1995, podendo ainda prever:
(...)
III – o emprego dos mecanismos privados de resolução de disputas, inclusive
a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa, nos termos da
Lei no 9.307, de 23 de setembro de 1996, para dirimir conflitos decorrentes
ou relacionados ao contrato.

L. CONCESSÕES, 8.987/95 (NR 11.196/05)

Dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços


públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal, e dá outras
providências.
(...)
Art. 23-A. O contrato de concessão poderá prever o emprego de mecanismos
privados para resolução de disputas decorrentes ou relacionadas ao contrato,
inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa, nos
termos da Lei no 9.307, de 23 de setembro de 1996. (Incluído pela Lei nº
11.196, de 2005)

ENTRE OUTRAS

LEI Nº 13.129, DE 26 DE MAIO DE 2015.

“Art. 1o ...................................................................

§ 1o A administração pública direta e indireta poderá utilizar-se da


arbitragem para dirimir conflitos relativos a direitos patrimoniais
disponíveis.

§ 2o A autoridade ou o órgão competente da administração pública direta


para a celebração de convenção de arbitragem é a mesma para a realização
de acordos ou transações.” (NR)

“Art. 2o ...........................................................................
..............................................................................................

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§ 3o A arbitragem que envolva a administração pública será sempre de


direito e respeitará o princípio da publicidade.” (NR)

4.6 INOVAÇÕES LEGISLATIVAS

LEI Nº 13.129, DE 26 DE MAIO DE 2015.

ÁRBITROS
“Art. 13..........................................................................

.............................................................................................

§ 4o As partes, de comum acordo, poderão afastar a aplicação de dispositivo


do regulamento do órgão arbitral institucional ou entidade especializada que
limite a escolha do árbitro único, coárbitro ou presidente do tribunal à
respectiva lista de árbitros, autorizado o controle da escolha pelos órgãos
competentes da instituição, sendo que, nos casos de impasse e arbitragem
multiparte, deverá ser observado o que dispuser o regulamento aplicável.

Art. 23..........................................................................

§ 1o Os árbitros poderão proferir sentenças parciais.

§ 2o As partes e os árbitros, de comum acordo, poderão prorrogar o prazo


para proferir a sentença final.” (NR)

INVALIDADE DA SENTENÇA ARBITRAL

“Art. 32..........................................................................

I - for nula a convenção de arbitragem;

...................................................................................” (NR)

“Art. 33. A parte interessada poderá pleitear ao órgão do Poder Judiciário


competente a declaração de nulidade da sentença arbitral, nos casos
previstos nesta Lei.

§ 1o A demanda para a declaração de nulidade da sentença arbitral, parcial


ou final, seguirá as regras do procedimento comum, previstas na Lei no
5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), e deverá ser
proposta no prazo de até 90 (noventa) dias após o recebimento da notificação
da respectiva sentença, parcial ou final, ou da decisão do pedido de
esclarecimentos.

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§ 3o A declaração de nulidade da sentença arbitral também poderá ser


arguida mediante impugnação, conforme o art. 475-L e seguintes da Lei no
5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), se houver
execução judicial.

TUTELAS DE URGÊNCIA

CAPÍTULO IV-A
DAS TUTELAS CAUTELARES E DE URGÊNCIA

Art. 22-A. Antes de instituída a arbitragem, as partes poderão recorrer ao


Poder Judiciário para a concessão de medida cautelar ou de urgência.

Parágrafo único. Cessa a eficácia da medida cautelar ou de urgência se a


parte interessada não requerer a instituição da arbitragem no prazo de 30
(trinta) dias, contado da data de efetivação da respectiva decisão.

Art. 22-B. Instituída a arbitragem, caberá aos árbitros manter, modificar ou


revogar a medida cautelar ou de urgência concedida pelo Poder Judiciário.

Parágrafo único. Estando já instituída a arbitragem, a medida cautelar ou de


urgência será requerida diretamente aos árbitros.

CARTA ARBITRAL

CAPÍTULO IV-B
DA CARTA ARBITRAL

Art. 22-C. O árbitro ou o tribunal arbitral poderá expedir carta arbitral para
que o órgão jurisdicional nacional pratique ou determine o cumprimento, na
área de sua competência territorial, de ato solicitado pelo árbitro.

Parágrafo único. No cumprimento da carta arbitral será observado o segredo


de justiça, desde que comprovada a confidencialidade estipulada na
arbitragem.

LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015.

PARTE GERAL

LIVRO I, DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS

Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.


§ 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei.

LIVRO II, DA FUNÇÃO JURISDICIONAL

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Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites
de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral,
na forma da lei.

Art. 69. O pedido de cooperação jurisdicional deve ser prontamente atendido,


prescinde de forma específica e pode ser executado como:
(...)
§ 1o As cartas de ordem, precatória e arbitral seguirão o regime previsto
neste Código.

LIVRO IV, DOS ATOS PROCESSUAIS

Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de


justiça os processos:
(...)
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta
arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja
comprovada perante o juízo.

Art. 237. Será expedida carta:


IV - arbitral, para que órgão do Poder Judiciário pratique ou determine o
cumprimento, na área de sua competência territorial, de ato objeto de pedido
de cooperação judiciária formulado por juízo arbitral, inclusive os que
importem efetivação de tutela provisória.

Art. 260. São requisitos das cartas de ordem, precatória e rogatória:


§ 3o A carta arbitral atenderá, no que couber, aos requisitos a que se refere o
caput e será instruída com a convenção de arbitragem e com as provas da
nomeação do árbitro e de sua aceitação da função.

PARTE ESPECIAL

LIVRO I, DO PROCESSO DE CONHECIMENTO E DO CUMPRIMENTO


DE SENTENÇA

Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:


X - convenção de arbitragem;

§ 5o Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz


conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo.

§ 6o A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na


forma prevista neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e
renúncia ao juízo arbitral.

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:


VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando
o juízo arbitral reconhecer sua competência;

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Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de


acordo com os artigos previstos neste Título:
(...)
VII - a sentença arbitral;

Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:


(...)
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal
condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão
proferido pelo Tribunal Marítimo.

LIVRO III, DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS E DOS MEIOS DE


IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS

Art. 960. A homologação de decisão estrangeira será requerida por ação de


homologação de decisão estrangeira, salvo disposição especial em sentido
contrário prevista em tratado.
(...)
§ 3o A homologação de decisão arbitral estrangeira obedecerá ao disposto
em tratado e em lei, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições deste
Capítulo.

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PARTE III – ESTUDO DE CASOS E INTERRELAÇÃO DOS


MÉTODOS

5.1 CONCILIAÇÃO, MEDIAÇÃO E JUDIÁRIO

CASO 1

O servidor João da Silva acumulou, de 2002 a 2009, o cargo de enfermeiro em


um hospital de Salvador com o de auxiliar administrativo no mesmo hospital,
tendo sido exonerado deste último em agosto de 2009 porque se entendeu que a
acumulação não era permitida pelo artigo 37, inciso XVI, “c”, da Constituição
Federal. João ingressou com ação buscando a sua reintegração e o pagamento
dos salários do cargo de auxiliar administrativo desde a sua exoneração.

CASO 2

A servidora Maria Pereira teve um desentendimento com sua chefia imediata,


que resultou na troca verbal de ofensas e na instauração de processo disciplinar
a partir de representação da chefia contra a subordinada. Durante o processo,
foram ouvidas apenas as testemunhas arroladas pela chefia e o procedimento
culminou na aplicação da pena de suspensão por 30 dias.

CASO 3

O veículo de Juscelino Pimenta foi abalroado por um veículo de propriedade de


uma autarquia municipal enquanto transitava numa via preferencial, o que lhe
causou danos de grande monta, além de ferimentos leves ao proprietário.
Constou do boletim de ocorrência a alegação do motorista da autarquia de que
os freios do veículo falharam pouco antes do cruzamento.
O veículo de Juscelino Pimenta foi abalroado por um veículo de propriedade de
uma autarquia municipal enquanto transitava numa via preferencial, o que lhe
causou danos de grande monta, além de ferimentos leves ao proprietário.
Constou do boletim de ocorrência a alegação do motorista da autarquia de que
os freios do veículo falharam pouco antes do cruzamento. Juscelino, que é
vendedor autônomo e aufere, em média, R$ 2.500,00 mensais, teve que parar
de trabalhar por uma semana por razões de saúde, além de dispender R$ 500,00
com medicamentos, consulta médica e exames. Gastou R$ 1.500,00 com o
conserto do veículo, tendo ficado sem ele por duas semanas. Mandou consertá-
lo de imediato porque não poderia aguardar o trâmite de um procedimento
administrativo que concluísse pela culpa do ente público e, em seguida,
analisasse vários orçamentos até autorizar o conserto, já que necessitava do
veículo para trabalhar.

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CASO 4

O servidor aposentado Lucas Oliveira soube, por intermédio de seu sindicato,


que foi concedido, em abril de 2010, aos servidores na ativa que ocupam cargo
semelhante àquele em que ele se aposentou um aumento de vencimentos da
ordem de 10%. Referido aumento, contudo, não se refletiu no valor de seus
proventos, de modo que ele continuou recebendo o mesmo valor anterior, de
R$ 3.000,00, durante todo o ano que se seguiu. Decidiu, então, pleitear o
pagamento do aumento perante os Juizados Especiais da Fazenda Pública. O
servidor aposentado Lucas Oliveira soube, por intermédio de seu sindicato, que
foi concedido, em abril de 2010, aos servidores na ativa que ocupam cargo
semelhante àquele em que ele se aposentou um aumento de vencimentos da
ordem de 10%. Referido aumento, contudo, não se refletiu no valor de seus
proventos, de modo que ele continuou recebendo o mesmo valor anterior, de
R$ 3.000,00, durante todo o ano que se seguiu. Decidiu, então, pleitear o
pagamento do aumento perante os Juizados Especiais da Fazenda Pública.

CASO 5

Paulo tem um terreno ao lado da casa de Fred. Há um mês resolveu murar seu
terreno. Como na rua todas as casas já foram construídas, o seu terreno
praticamente está todo murado, restando apenas o muro da frente e o da lateral
direita, visto que o seu terreno é o último da rua. Quando Paulo foi medir o
terreno, percebeu que Fred, ao fazer o seu muro, entrou 2m de seu terreno. Foi
tomar-lhe satisfações, mas ele disse que, ao murar o seu, mediu certo. Segundo
ele, o problema acontece desde o muro da 1ª casa da rua, ou seja, como o
terreno dele é o 8º da rua, cada um foi “entrando um pouco” para corrigir o
erro, sendo o último prejudicado. Paulo tem a saúde debilitada e aguarda
apenas receber um dinheiro para derrubar o muro.

CASO 6

Luíza de 3 anos de idade, com diagnóstico de hérnia episgástrica (patologia


congênita na região do abdome) foi operada pela Clínica Saúde Certa. Cirurgia
considerada de pequeno porte, com duração em torno de 15 minutos. A
operação transcorrida normal, até que, no final da sutura, o alarme do monitor
cardíaco apitou O anestesista, Dr. Claudinei, foi conferir e constatou que a
paciente estava com frequência cardíaca de 30bpm, considerado parada
cardíaca. Somente após a entubação traqueal, o anestesiologista iniciou a oferta
de oxigênio. Na UTI a paciente não recupera o seu estado normal, ou seja,
olhos abertos, mas sem responder aos estímulos. A avaliação neurológica
registra que a paciente necessitará permanentemente de cuidadora para higiene

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e alimentação. Os pais de Luíza atribuem a culpa ao anestesiologista e


pleiteiam uma indenização de 20 mil reais, pensão mensal de dois salários até a
paciente completar 60 anos.

CASO 7

A avaliação neurológica registra que a paciente necessitará permanentemente


de cuidadora para higiene e alimentação. Os pais de Luíza atribuem a culpa ao
anestesiologista e pleiteiam uma indenização de 20 mil reais, pensão mensal de
dois salários até a paciente completar 60 anos. Ana ficou grávida novamente e
João ficou desconcertado com a notícia. João não teve coragem de expor as
suas suspeitas para a mulher. Joãozinho nasceu. A relação de Ana e João nunca
foi mais a mesma, até que inesperadamente João abandonou a família.
Ana e os filhos começaram a passar por sérias necessidades. Joãozinho está
agressivo e com problemas na escola e Aninha deprimida. Após um ano do
desaparecimento de João, Ana descobriu o seu paradeiro e o notificou para
comparecer perante a Defensoria Pública, onde Ana solicita apoio.

DINÂMICA 1

Refletir e debater: Qual foi o último conflito de cada um? Quais as reações
fisiológicas, emocionais e comportamentais? HÁ ALGO DE POSITIVO NO
CONFLITO?

DINÂMICA 2

Refletir e debater: Como é possível fiscalizar o cumprimento do Código de


Ética por parte dos conciliadores/mediadores? Sendo a ausência de obrigação
de resultado uma das regras que regem o procedimento, como conciliá-la com
a necessidade de atendimento das metas de julgamento estabelecidas pelo
CNJ?

DINÂMICA 3

Refletir e debater: Como é possível reduzir a participação do Poder Público em


Juízo, a partir da teoria da decisão judicial e da conciliação?
Quais seriam (ou são) os critérios legais que autorizam a celebração de acordos
em juízo por entes públicos?

DINÂMICA 4

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Refletir e debater: Quais são os obstáculos culturais e institucionais para a


utilização da conciliação por entes públicos em juízo? Os processos coletivos
são as melhores formas de solução dos conflitos com os entes públicos? É
possível alcançar melhores resultados com a conciliação do que com a
demanda?

DINÂMICA 5

Refletir e debater: Como é possível harmonizar a realização dos procedimentos


de conciliação, com as exigências do dia-a-dia? Qual o último caso em que foi
possível redefinir o conflito envolvido para melhorar solução do problema?

VÍDEOS SUGERIDOS
https://www.youtube.com/watch?v=NJ7nCCJp9SM
https://www.youtube.com/watch?v=Gth_AAPSucg

5.2 ARBITRAGEM E JUDICIÁRIO


CASO 1 (BASEADO EM):

APELAÇÃO CÍVEL Nº0004374-47.2014.827.0000


ORIGEM : COMARCA DE PALMAS-TO
REFERENTE : AÇÃO DE NULIDADE DE SENTENÇA ARBITRAL COM
PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA, AUTOS Nº 5000670-
10.2010.827.2706 – 3ª VARA CÍVEL DE ARAGUAÍNA - TO
(...)
RELATOR : Desembargador MOURA FILHO
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE NULIDADE DE SENTENÇA
ARBITRAL. ARBITRAGEM. COMPETÊNCIA DO JUÍZO ARBITRAL.
CONFIGURAÇÃO. RECURSO IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.
- O instituto da arbitragem - Lei 9.307/96, anteriormente previsto nos arts.
1.037 a 1.048 do Código Civil - como compromisso; e 1.072 a 1.102 do
Código de Processo Civil - do juízo arbitral; deve proporcionar aos
contratantes a garantia que seus eventuais litígios sejam solucionados por
pessoas – árbitros, com conhecimento na matéria objeto da controvérsia, com
sigilo, rapidez e eficiência.
- A Lei 9.307/96 expressamente, no art. 31, determina que a sentença arbitral
produz os mesmos efeitos da sentença proferida pelos órgãos do Poder
Judiciário em relação às partes e a seus sucessores, e se for condenatória,
constituir-se-á em título executivo.
- os documentos ofertados por ambas as partes não dão ensejo aos fundamentos
dos pedidos da apelante, ao contrario. Seu inconformismo, não apresta respaldo

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que os documentos anexados, não sendo possível verificar qualquer vício na


sentença.
Recurso de apelo ao qual se nega provimento, para manter intocada a
respeitável sentença objurgada.
-Assim, não se vislumbra qualquer inconstitucionalidade na convenção de
arbitragem, pois em conformidade com o ordenamento pátrio, sem violação ao
duplo grau de jurisdição. Quanto ao mérito não compete ao judiciário rever o
mérito julgado pela corte arbitral, conforme doutrina e jurisprudência colaciona
neste voto.
-Ademais, os documentos ofertados nos autos originários, por ambas as partes
não dão ensejo aos fundamentos dos pedidos dos apelantes, ao contrário. O
inconformismo não apresta respaldo nos documentos anexados, não sendo
possível verificar qualquer vício na sentença.
-Contudo, em sede de contrarrazões não é possível elaborar pedido. Como o
próprio nome diz, as contrarrazões têm como objetivo rebater as alegações
deduzidas nas razões recursais, e o âmbito das mesmas é limitado à matéria do
recurso que contestam, conforme se verifica, por exemplo, nos arts. 508 e 527,
inciso III, do CPC.
(...)
Palmas-TO, 15 de abril de 2015.
Desembargador MOURA FILHO
Relator

CASO 2 (BASEADO EM):

PROCESSO: 0003437-37.2014.827.0000
ESPÉCIE: AGRAVO DE INSTRUMENTO
REFERENTE: AÇÃO DE NULIDADE DE SENTENÇA ARBITRAL n.
0006005-84.2014.827.2729 - 2ª. VARA CÍVEL – COMARCA PALMAS
(...)
1. Tendo as partes comparecido na audiência conciliatória, e, estando a pessoa
física ré bem representada, não há nulidade da sentença arbitral. Empresa
agravante compareceu e concordou com a instituição da arbitragem. Art. 6º da
Lei 9.307/96.
2. Não age de boa fé quem comparece a todos os atos processuais e depois de
sentença arbitral desfavorável venha alegar nulidade. A ninguém é dado o
direito de se beneficiar da sua própria torpeza, art. 243 do CPC.
3. Não há, no caso, provas e sequer indicação de qualquer vício do
consentimento. Sentença válida.
4. Agravo de instrumento conhecido, porém improvido.
(...)
Palmas – TO, em 01 de julho de 2014.
JUÍZA RELATORA

CASO 3 (BASEADO EM):

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RECURSO INOMINADO N° 0001247-15.2015.827.9200


Origem:
Juizado Especial Cível da Comarca de Araguaína - TO
Referente: Ação de Rescisão contratual com restituição de parcelas pagas e
nulidade de cláusulas
(...)
EMENTA : RECURSO INOMINADO. PRELIMINAR DE
INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO EM FACE DA ELEIÇÃO DA CORTE DE
ARBITRAGEM. REJEIÇÃO. CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE
IMÓVEL. RESCISÃO. RESTITUIÇÃO DAS PARCELAS PAGAS.
COMISSÃO DE CORRETAGEM. CLÁUSULA ABUSIVA. DEVER DE
INFORMAÇÃO. AUSÊNCIA. DEVER DE RESTITUIÇÃO. JULGAMENTO
ULTRA PETITA. DECOTAÇÃO DO EXCESSO. RECURSO CONHECIDO
E PROVIDO EM PARTE.
1. Nas relações de consumo formalizadas através de contrato de adesão, fica
relativizada a aplicabilidade da regra geral estipulada na Lei nº 9.307/96,
porquanto, o contratante fique impossibilitado de discutir as cláusulas
contratuais que lhes são impostas unilateralmente pelo proponente (precedentes
desta Turma Recursal RI nº 0006896-92.2014.827.9200). 2. Sedimentado o
entendimento por esta Turma Recursal de que a responsabilidade pelo
pagamento da comissão de corretagem cabe única e exclusivamente àquele que
contratou o serviço, não podendo ser repassado tal ônus ao consumidor,
sobretudo quando falta dever de informação no contrato firmado entre as
partes, ferindo, assim, a boa-fé objetiva, a função social dos contratos e a
principiologia adotada no Código de Defesa do Consumidor. 3. O julgamento
ultra petita não tem o condão de provocar a nulidade da sentença, bastando a
Turma Recursal decotar a parte excessiva e adequar o comando decisório ao
pedido constante na exordial. 4. Sentença parcialmente reformada apenas para
adequar o valor da comissão de corretagem ao postulado na inicial.
(...)
Palmas, 16 de junho de 2015.
Juiz Marco Antônio Silva Castro
Presidente e Relator

CASO 4 (BASEADO EM):

SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA Nº 3.891 - EX


(2009/0071170-1)
RELATOR : MINISTRO HUMBERTO MARTINS
(...)
EMENTA
DIREITO INTERNACIONAL. PROCESSUAL CIVIL. SENTENÇA
ARBITRAL. CONTRATO DE COMPRA E VENDA INTERNACIONAL.
INADIMPLEMENTO. OBJEÇÃO POR IRREGULARIDADE NA CITAÇÃO

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NÃO VERIFICADA. PRECEDENTES ESPECÍFICOS DA CORTE


ESPECIAL – SEC 6.753/EX E SEC 4.123/EX. CERNE DA
CONTROVÉRSIA. MÉRITO DAS MULTAS. INCABÍVEL O EXAME EM
JUÍZO DE DELIBAÇÃO. PRECEDENTES.

1. Cuida-se de pedido de homologação de sentença arbitral, envolvendo


contrato de compra e venda de produtos agrícolas firmado por empresa
brasileira e comprador internacional, com cláusula de arbitragem; o
fornecimento não ocorreu e o tema foi levado para o litígio, tendo sido
proferido o título cuja homologação é buscada.
2. São trazidas duas objeções à homologação: que não teria havido citação
válida no caso concreto, porquanto a parte requerida foi considerada revel; e o
descumprimento da avença teria derivado de força maior.
3. Em dois casos similares, com sentenças arbitrais semelhantes, a mesma
alegação de irregularidade na citação já foi apreciada pela Corte Especial do
STJ (SEC 6.753/EX e SEC 4.213/EX), tendo sido superada tal objeção.
3.1. No atual caso, assim, como na SEC 6.753/EX, o Tribunal Arbitral deixa
evidente a existência de comunicação entre aquele e a parte requerida,
evidenciando ciência sobre o processo arbitral. Precedente: SEC 6.753/EX,
Rel. Ministra Maria Thereza de Assis Moura, Corte Especial, DJe 19.8.2013.
3.2. No caso dos autos, similar à SEC 4.213/EX, a parte requerida admitiu a
existência do contrato e da ciência em relação ao processo arbitral, sendo,
portanto, cabível superar a objeção à homologação. Precedente: SEC
4.213/EX, Rel. Ministro João Otávio de Noronha, Corte Especial, DJe
26.6.2013.
4. É sabido que, em juízo de delibação, não é cabível o debate acerca do
mérito. Precedentes: SEC 7.173/EX, Rel. Ministro Humberto Martins, Corte
Especial, DJe 19.8.2013; SEC 7.478/EX, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima,
Corte Especial, DJe 4.3.2013; SEC 5.121/EX, Rel. Ministro Ari Pargendler,
Corte Especial, DJe 28.2.2013; SEC 7.987/EX, Rel. Ministro Castro Meira,
Corte Especial, DJe 29.10.2012.
5. Estando presentes os requisitos formais, previstos na Resolução STJ n.
09/2005, é de ser homologada a sentença proferida no estrangeiro.
Pedido de homologação deferido.
(...)
Brasília (DF), 02 de outubro de 2013(Data do Julgamento).
MINISTRO FELIX FISCHER
Presidente
MINISTRO HUMBERTO MARTINS
Relator

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BIBLIOGRAFIA

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Paulo: Atlas, 2008.

ALMEIDA, Ricardo Ramalho. Arbitragem comercial internacional e ordem pública. Rio de Janeiro:
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ARAÚJO, Nádia de. Direito internacional privado: teoria e prática brasileira. 2. Ed. Rio de Janeiro:
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Coordenadores Morgana de Almeida Richa e Antonio Cezar Peluso. Rio de Janeiro: Forense, 2011.

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BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Sentença Estrangeira Contestada (SEC) n.º 349. Relator. Min.
Eliana Calmon. Julgado em 21/03/2007. D.J. 21/05/2007.

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Sentença Estrangeira Contestada (SEC) n.º 833. Relator. Min.
Eliana Calmon. Relator para Acórdão: Luiz Fux. Julgado em 16/08/2006. D.J. 30/10/2006.

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Sentença Estrangeira Contestada (SEC) n.º 866. Relator. Felix
Fischer. Julgado em 17/05/2006. D.J. 16/10/2006.

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Sentença Estrangeira Contestada (SEC) n.º 967. Relator. José
Delgado. Julgado em 15/02/2006. D.J. 20/03/2006.

BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Sentença Estrangeira Contestada (SEC) n.º 978. Relator.
Hamilton Carvalhido. Julgado em 17/12/2008. D.J. 05/03/2009.

CALMON, Petrônio. Fundamentos da mediação e da conciliação. Rio de janeiro: Forense, 2007.

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DADOS E CONTATOS DOS PROFESSORES

Gustavo Ferreira Ribeiro


Professor e Advogado.
Professor do Programa de Mestrado/Doutorado do UNICEUB-Brasília (Direito e Economia).
Professor na Graduação de Direito Internacional Privado (Conflito de Leis, Conflito de Competência,
Arbitragem Internacional e Cooperação Jurídica Internacional). Obteve seu doutorado pleno em
Direito pela Maurer School of Law, Indiana University Bloomington (EUA), como bolsista do
programa CAPES/FULBRIGHT (revalidado UFSC, 2010). Mestre em Direito (UFSC, 2004).
Bacharel em Direito (UFMG, 2002) e Ciência da Computação (UFMG, 1996). Consultor-Senior
UNODC (2013), em Cooperação Jurídica Internacional junto ao Ministério da Justiça. Consultor-
Senior UNDP (2012), em Promoção Comercial junto ao Ministério das Relações Exteriores. Foi
Diretor (2010-2011) do Departamento de Normas e Competitividade em Comércio Exterior (DENOC)
e Coordenador-Geral de Organismos Internacionais (2010) do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior (MDIC).
Endereço: W3 Norte, SEPN 506, Bloco D, Sala 205.
Brasília – DF.
Telefones: (61) 8150-3223
E-mails: gribeirobr@gmail.com / gustavo.ribeiro@uniceub.br

Rafael Freitas Machado

Advogado e professor.
Sócio do Machado, Leite & Bueno Advogados (www.mlbadvogados.com.br)
Doutorando pelo Uniceub e Mestre em Ciências Jurídico-Políticas pela Faculdade de Direito de
Lisboa/Portugal. Possui especializações em Ciências Jurídico-Políticas (Constitucional,
Administrativo e Arbitragem) pela Faculdade de Direito de Lisboa/ Portugal; em Education Law and
Policy pela European Association for Education Law and Policy, na Antuérpia/Bélgica; e em Direito
Processual Civil pela Associação de Ensino Unificado do Distrito Federal – AEUDF/ICAT. É membro
e coordenador regional do Comitê Brasileiro de Arbitragem – Cbar e membro da Comissão de
Mediação e Arbitragem da Ordem dos Advogados do Brasil – Distrito Federal, na quais desenvolve
importantes trabalhos perante o Congresso Nacional e Universidades. Professor no Centro
Universitário de Brasília – UNICEUB e do Instituto Brasiliense de Direito Público – IDP.
Endereço: Centro Empresarial Parque Brasília, SIG quadra 1, sala 49T, Brasília: 70610-410.
Brasília –DF.
Telefones: (61) 3344-0388 e (61) 8134-6637
E-mails: rafael.machado@mlbadvogados.com.br e raffmachado@hotmail.com

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