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https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9099.

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Qual diferença de BO e TCO?


O TCO é válido inclusive em demandas judiciais civis. Já o B.O (Boletim de
Ocorrência) é o documento utilizado pelos órgãos da Polícia Civil para o registro
da notícia de crimes que devem ser investigados via inquérito policial.

O que acontece na audiência preliminar do Juizado Especial Criminal?


A audiência preliminar é a primeira audiência. É a oportunidade que os
envolvidos no fato delituoso têm para chegar a um acordo entre si, fazendo
uma composição civil, ou com o Ministério Público, fazendo uma transação
penal.

Dessa forma, caso os TCC’s (Termos de Compromisso de Comparecimento)


sejam assinados, as prisões em flagrante não serão impostas. Entretanto, se o
autuado se recusar a assinar, a autoridade policial tem a autorização para
preencher o Auto.  Isso é feito segundo a interpretação à contrário da Lei
9.099/95, art. 69, parágrafo único.

QUAIS SÃO OS CRIMES DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO ?


Conquanto, consiste em crimes de menor potencial ofensivo, aqueles que
defrontam o princípio penal de:
 Subsidiariedade;
 Fragmentariedade;
 Ofensividade.
A prisão do autuado se dá pelas práticas das infrações de:
 Injúria;
 Calúnia;
 Difamação;
 Desacato;
 Entre outros.
Esses delitos têm o cunho de absolvição instaurados por determinadas
subdivisões do Direito, uma vez que têm a lesividade reduzida. Assim, como
dito acima, lavra-se o Termo, mantendo o autuado preso apenas até o fim dos
procedimentos.

COMO FUNCIONAM OS CRIMES DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO


Primordialmente, existe uma dúvida acerca dos crimes de menor potencial
ofensivo que compreende:
 Concursos materiais;
 Concursos formais;
 Crimes continuados.
Por exemplo, entende-se que uma pessoa cometeu uma dessas infrações
penais quando comete:
 Injúrias;
 Ameaças;
 Resistências à prisões;
 Desobediências legais.
Tudo isso é aplicável aos crimes de menor potencial ofensivo. No entanto, se
as penalidades máximas obtiverem a totalização de 5 anos, já não recai sobre
essa determinação. Isso porque a pena superará o limite decorrido dos 2
anos, segundo a Lei 9.099/95, art. 60.
Pois, baseando-se nos exemplos citados acima, vem-se o questionamento:
Quando um delegado prende em flagrante um indivíduo que infringiu a lei
com crimes de menor potencial ofensivo, o que ele deve fazer? Fazer o
somatório de penas, lavrando o Auto de Prisão em Flagrante? Ou deve não
efetuar o somatório de penas, lavrando o Termo de Compromisso de
Comparecimento?
Ademais, majoritariamente, entende-se que dentro das práticas policiais não
se faz o somatório de penas. Assim, o Delegado deve lavrar o TCC, bem como
colocar o infrator em liberdade tão quando da sua assinatura do Termo.
Essa é uma maneira de se evitar que os infratores sejam encarceirados
somente por conta de crimes de menor potencial ofensivo. Isso porque não
existe nenhum risco maior de periculosidade aparente nessa conduta.
O TERMO DE COMPROMISSO DE COMPARECIMENTO
Afinal, entende-se por TCC um compromisso formalizado em documento. Nele
o autuado afirma que comparecerá no Juizado Especial assim que o Poder
Judiciário o intimar.
Todavia, da ausência ao compromisso formal, caracteriza-se de forma
automática a prisão tida em flagrante. Assim, o autuado terá sua liberdade
reaplicada, somente quando efetuar o pagamento da fiança estabelecida.
Entretanto, a fiança deve ser cabível ou ser determinada pelo juiz quando da
audiência de custódia.
Conquanto, recomenda-se que o infrator, imediatamente, assine tal termo.
Assim, independente de concordar ou não com a imputação da infração, é
impedido o seu encarceramento. Uma vez que quaisquer irresignações devem
ser demonstradas em Juízo, serão feitas em ocasião de audiência preliminar.
É importante ressaltar que quando os procedimentos policiais, bem como os
indiciamentos são instaurados, ainda não implica em condenações. Este é um
tratado de cunho provisório ajuizado pelo Delegado. Conquanto, não é
nenhum afirmativo de culpabilidade definitiva do autuado.
QUEM DEVE LAVRAR O TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA?
A competência de lavrar o TCO é das autoridades judiciais, mas tão somente.
Assim estão atribuídos os integrantes do Ministério Público e Delegados.
Dessa forma, não existem obediências dentro de normas rígidas por conta da
relação dinâmica que transpassa os processos investigativos.
O art. 22 do CPP (Código de Processo Penal) prevê que os Delegados exerçam
amplamente as atribuições que lhe competem. Porquanto, isso não deve
implicar quaisquer nulidades.
A Lei 9.099/95, dentro do art. 60, também faz a previsão dessa competência
relacionada aos Juizados Especiais Criminais. Ela firma, portanto, as regras da
competência jurisdicional, que não se aplica à Delegados e aos integrantes do
Ministério Público.
Igualmente, nos crimes de menor potencial ofensivo, mesmo que praticados
no decurso de crimes, os Delegados estão autorizados juridicamente a efetivar
o lavramento do TCO.
Eles devem colocar o autuado em liberdade, sem que haja o pagamento da
fiança, tão quanto da finalização do procedimento. A saber, o lavramento do
Auto de Prisão Preventiva é uma medida extrema, que as autoridades policiais
devem evitar.
PUNIÇÃO
Não existe a defesa de impunidade nos crimes de menor potencial ofensivo. O
autuado recebe a punição estatal que lhe cabe. No entanto, penas que
restrinjam a liberdade não são devidas. Devido a falta de gravidade, penas
alternativas não são imputadas em tais delitos.
Conquanto, ressalta-se que, segundo o STJ, dentro da competência do
Juizado Especial Criminal, que as penas dos crimes praticados precisam ser
somadas. Estas, se superarem o limite máximo de 2 anos, declinam da
competência, bem como se remetem ao auto do Juízo Comum.
A NÃO OCORRÊNCIA DAS PENAS RESTRITIVAS
Como já foi dito anteriormente, na ação penal onde o potencial ofensivo é
menor, não são aplicadas as penas restritivas da liberdade. Nem mesmo em
casos onde o autuado seja condenado, finalizando o processo penal.
Igualmente, quando decorre de prisões em flagrante, não haverá de se impor
a reclusão do indivíduo, uma vez que, dentro das persecuções penais, esta é a
fase preliminar, não tendo garantia de contradição e ampla defesa.
O Estado, se colocar em prática tal ação, estará violando os princípios de
homogeneidade. Neles, as custódias provisórias devem salvaguardar as
proporcionalidades com as penas definitivas. Portanto, firma-se que
os crimes de menor potencial ofensivo não podem ter medidas cautelares
determinadas do qual decorrem maior gravidade no caso.
https://www.tjam.jus.br/index.php/menu/sala-de-imprensa/6239-19-juizado-
especial-criminal-adota-a-doacao-de-sangue-como-transacao-penal-em-crimes-
de-menor-potencial-ofensivo#:~:text=Crimes%20de%20menor%20potencial
%20ofensivo%20s%C3%A3o%20aqueles%20cuja%20pena%20m
%C3%A1xima,vias%20de%20fato%2C%20entre%20outros.

19.º Juizado Especial Criminal adota a doação de sangue como


transação penal em crimes de menor potencial ofensivo (Estado do
Amazonas)
30 Junho 2022

Nesta quarta-feira (29/06), em audiência por videoconferência, houve o


primeiro aceite da medida despenalizadora nessa modalidade.
passou a adotar, dentre as propostas já existentes, a doação de sangue como
medida despenalizadora para o cumprimento da transação penal (acordo
firmado entre o réu e o Ministério Público, no qual o acusado aceita cumprir
pena antecipada de multa ou restrição de direitos e o processo é arquivado).

além das propostas de prestação pecuniária e de prestação de serviços à


comunidade, também passou a ser ofertada aos autores de fato de crimes de
menor potencial ofensivo a proposta de doação de sangue, ressaltando-se
a voluntariedade e a solidariedade do ato, com a possibilidade de salvar vidas.

Crimes de menor potencial ofensivo são aqueles cuja pena máxima é de até


dois anos, como é o caso dos crimes de ameaça; lesão corporal leve; desacato,
vias de fato, entre outros. A alternativa da doação de sangue como medida
despenalizadora, já é adotada em Jecrins de outros tribunais do País, como os
de Pernambuco e de Santa Catarina, por exemplo.

1) O que é o Juizado Especial Criminal (JECRIM)?


O Juizado Especial Criminal (JECRIM) foi criado com base na Lei nº.  9.099/95.
A referida lei dispõe, em seu artigo 60, que o referido juizado tem
competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações
penais de menor potencial ofensivo.
2) Quais são as infrações penais de menor potencial ofensivo?
Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo as contravenções
penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a dois anos,
cumulada ou não com multa.
3) O que é Termo Circunstanciado (TCO)?
A Lei 9.099/95 determina que, nos casos de infração de menor potencial
ofensivo, a autoridade policial lavre o "termo circunstanciado", encaminhando-
o, imediatamente, ao Juizado Especial.
Note-se que, não se trata de uma opção da autoridade policial (delegado).
Portanto, qualquer procedimento diferente do previsto em lei será considerado
ilegal, configurando, inclusive, o crime de abuso de autoridade.
4) Pena restritiva de direitos
O Juizado Especial Criminal aplicará a pena restritiva de direitos. De acordo
com o Código Penal, são elas (art. 43):
I - prestação pecuniária;
II - perda de bens e valores;
III - limitação de fim de semana.
IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas;
V - interdição temporária de direitos;
VI - limitação de fim de semana.
5) Conclusão
A lei 9.099/95 teve por objetivo desafogar o judiciário e, por consequência,
beneficiar todos os jurisdicionados. Contudo, infelizmente, alguns juizados
especiais tornaram-se mais morosos que a Justiça Comum.
Ao tomar conhecimento da prática de uma infração penal (seja um crime, seja
uma contravenção penal), cabe ao Estado, enquanto titular do direito de punir
(jus puniendi), a apuração dos fatos, a fim de que os autores possam ser
identificados e punidos.

Quais são as formas de apuração?


A apuração, normalmente chamada de Investigação
Preliminar (justamente por ser anterior ao processo e por servir de base
para a existência dele), pode assumir diversas formas, cabendo destacar as
seguintes: a) Comissões Parlamentares de Inquéritos (CPI’s); b) Investigação
criminal pelo Ministério Público (PIC); c) Inquérito Policial (IP); d) Termo
Circunstanciado de Ocorrência (TCO.

1) Quanto à previsão em lei:


O Termo Circunstanciado está previsto na Lei dos Juizados Especiais  (Lei
nº 9.099/95), precisamente em seu artigo 69, que diz o seguinte:
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará
termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o
autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames
periciais necessários.
Cabe advertir que, como regra, sem o TCO (nas hipóteses em que a lei
manda a sua confecção, as quais veremos no próximo tópico), o Ministério
Público não poderá oferecer denúncia. É o que diz o artigo 77, § 1º, da
Lei 9.099/95:
Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação de
pena, pela ausência do autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese
prevista no art.  76  desta Lei, o Ministério Público oferecerá ao Juiz, de
imediato, denúncia oral, se não houver necessidade de diligências
imprescindíveis.
§ 1º  Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base
no termo de ocorrência referido no art.  69  desta Lei,  com dispensa
do inquérito policial, prescindir-se-á do exame do corpo de delito quando a
materialidade do crime estiver aferida por boletim médico ou prova
equivalente.
O Inquérito Policial, por outro lado, está previsto no Código de Processo
Penal (art. 4º ao 23).
2) Quanto ao objeto:
O Termo Circunstanciado tem por objeto a apuração das chamadas  infrações
penais de menor potencial ofensivo. Lembrando que, conforme previsto
no artigo 61, da Lei dos Juizados Especiais , são consideradas infrações penais
de menor potencial ofensivo:
(...) as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena
máxima  não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.
Quanto ao Inquérito Policial, tudo o que não for considerado uma infração
penal de menor potencial ofensivo poderá ser objeto de IP, desde que os
fatos sejam passíveis de punição na esfera criminal.
3) Quanto aos atos de constituição:
O Termo Circunstanciado segue um procedimento muito mais simples que
o previsto para o Inquérito Policial. Em razão dessa simplicidade,  o número
de atos exigidos na sua elaboração é também menor do que aquele
necessário para a elaboração do Inquérito Policial.
Porém, o fato de se exigir um menor rigor formal para elaboração do
TCO não significa que não seja necessária formalidade alguma!
Há formalidades, mas em um grau muito menor do que aquelas exigidas no
Inquérito Policial. Até por isso, costuma-se dizer que: “o TCO está além do
Boletim de Ocorrência, mas aquém do Inquérito Policial” .
A razão é simples: sendo o TCO destinado à apuração de infrações de menor
potencial ofensivo (e que, portanto, são de uma complexidade menor), não
seria razoável que a lei estabelecesse um rigor maior em seu
procedimento.
Se assim o fizesse, o TCO seria desnecessário. Bastaria a existência do
Inquérito Policial para a apuração de infrações penais, sendo irrelevante que
elas fossem de menor, médio ou grande potencial ofensivo.

4) Quanto ao órgão Jurisdicional:


Eventual necessidade de controle (fiscalização judicial) sobre o TCO está
dentro da esfera de competência prevista na Lei 9.099/95, já mencionada
anteriormente.
Assim, compete aos Juizados Especiais Criminais processar e julgar as
infrações penais a que lei comine pena máxima não superior a dois anos
(Lei 9.099/95, art. 60 c/c art. 61).
No que se refere ao Inquérito Policial, há que se tomar certo cuidado.
Isso porque, atualmente, a competência judicial sobre atos do IP é exercida
pelo mesmo Juízo Criminal competente para o processamento e o julgamento
do caso penal.
Acontece que a Lei 13.964/2019 ("Pacote Anticrime") passou e prever para o
processo penal brasileiro a figura do “ juiz das garantias”.
A partir disso, com a nova lei, o juiz que atua na fase de Inquérito
Policial não poderá mais atuar na fase processual, muito menos julgar o caso.
Além do mais, de acordo com o artigo 3º-C, também introduzido pela nova
lei:
“A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações
penais,  exceto  as de menor potencial ofensivo (...)”.
Porém, até o momento da publicação deste texto, em razão de uma decisão
liminar proferida pelo Ministro Fux, do Supremo Tribunal Federal,  os
dispositivos introduzidos pelo “Pacote Anticrime” que tratam da
figura do juiz das garantias encontram-se com a sua eficácia
suspensa.
Segue, portanto, valendo a regra segundo a qual o mesmo juiz
competente para atuar nos atos de Inquérito Policial será o
responsável pelo processamento e julgamento do feito criminal.
Muita gente tem dificuldade em identificar as diferenças entre crimes e
contravenções penais. Há, inclusive, quem se refira a esses termos como
sinônimos.
Não são.
Mas quais são as diferenças? É o que veremos a seguir:
1. Penalidades aplicáveis
Pouca gente sabe, mas existe uma Lei de Introdução ao Código Penal  (na
verdade, trata-se de um Decreto-Lei, de nº 3.914, editado em 9 de dezembro
de 1941).
O art. 1º dessa lei considera crimes as infrações penais cominadas com pena
de reclusão ou detenção, aplicáveis de forma isolada, cumulativa,
ou alternada  com a pena de multa.
Já as contravenções penais, segundo determina o mesmo artigo, são
aquelas infrações cuja lei comina pena de prisão simples ou multa (ou
ambas), de forma alternativa  ou cumulativa.
A partir disso, fica a seguinte pergunta: e se para determinada infração penal
o legislador cominar apenas pena de multa? Teremos um crime ou
contravenção?
Como o art. 1º exige que, para a existência de crime, deve haver cominação
de pena de reclusão ou detenção, se elas não forem previstas, ou seja, se a
previsão for apenas de multa, o caso será de contravenção.

2. (Extra) territorialidade
Em síntese, determina o art. 5º do Código Penal que para os crimes
cometidos no território nacional será aplicada, em regra, a lei penal
brasileira. Cuida-se do chamado princípio da territorialidade.
Por outro lado, é possível, conforme determina o art. 7º do CP, que em
situações excepcionais a lei brasileira seja aplicada a crimes
praticados fora do Brasil, a exemplo daqueles contra a vida ou a liberdade do
Presidente da República (art. 7º, I, a). Nesse caso, temos o
chamado princípio da extraterritorialidade.
Acontece que a Lei das Contravencoes Penais  (Decreto-Lei nº 3.688/1941)
expressamente determina, em seu art. 2º, que a lei brasileira só será
aplicável às contravenções ocorridas no território nacional. Não houve
previsão de extraterritorialidade, apenas de territorialidade.
Portanto, em relação aos crimes, aplica-se tanto a regra
da territorialidade quanto a da extraterritorialidade. Já em relação
às contravenções, somente se aplica a regra da territorialidade.
A título de exemplo, conforme já visto em outra oportunidade , sabe-se que a
prática do jogo do bicho constitui contravenção penal (art. 58 da Lei das
Contravencoes Penais ).
Assim, se um brasileiro explorar ou realizar tal jogo no exterior,  não
poderá ser processado no Brasil por essa prática.

3. Tentativa
Ocorre a tentativa sempre que o agente, após iniciar a prática (execução) do
crime, não consegue obter a consumação por circunstâncias alheias à sua
vontade. Em relação aos crimes, a tentativa vem prevista no art. 14, inciso II,
do CP.
Já para as contravenções penais, o art. 4º do já mencionado DL nº 3.688/41,
expressamente prevê que a tentativa não é punível em relação a elas.
E qual a razão disso?
A tentativa pressupõe uma menor ofensividade no comportamento do agente,
ou seja, a conduta até merece a atenção do Direito Penal, mas como o grau
de ofensa é menor do que seria caso o delito tivesse sido consumado, o
agente receberá uma pena menor.
Agora, acerca das contravenções, estas, por si sós, já possuem um grau
bastante reduzido de ofensividade, com penalidades quase irrisórias, o que,
portanto, não justificaria uma redução em razão de sua prática na modalidade
tentada.
4. Ação Penal
Para os crimes, ação penal poderá ser pública (condicionada ou
incondicionada à representação) ou mesmo privada (aquela que é de
iniciativa do ofendido, seu representante ou de seus sucessores).
As contravenções penais, por outro lado, somente se operam
mediante ação penal pública (incondicionada à representação), nos termos
do art. 17 do DL nº 3.688/41.

5. Elemento Subjetivo
De acordo com o que se extrai de atenta leitura do CP, quanto ao elemento
subjetivo, os crimes poderão ser dolosos ou culposos (art. 18). Em síntese,
dolo é a vontade livre e consciente; enquanto a culpa é a inobservância de um
dever de cuidado.
As contravenções penais não admitem modalidade culposa. Ou
seja, somente comportam o dolo. Nesse sentido, considera-se que o
art. 3º da Lei das Contravencoes Penais  foi tacitamente revogado pela
Reforma de Penal de 1984 (JESUS, p. 39).

6. Período de Prova
Entende-se por período de prova, basicamente, o tempo em que o condenado
se compromete a cumprir obrigações impostas na sentença. Enquanto isso, a
execução da pena fica suspensa. Ou seja, embora condenado, não terá de
cumprir pena.
Nos crimes, de acordo com o que determina o caput do art. 77 do CP, o
período de prova será de 2 a 4 anos. Caso o condenado seja maior de 70
anos, ou por razões de saúde, tal período pode ser estendido, nos termos
do § 2º do mencionado artigo, para 4 a 6 anos.
Enquanto nas contravenções penais o período de prova será de 1 a 3
anos (art. 11 do DL nº 3.688/41).

6. Período de Prova
Entende-se por período de prova, basicamente, o tempo em que o condenado
se compromete a cumprir obrigações impostas na sentença. Enquanto isso, a
execução da pena fica suspensa. Ou seja, embora condenado, não terá de
cumprir pena.
Nos crimes, de acordo com o que determina o caput do art. 77 do CP, o
período de prova será de 2 a 4 anos. Caso o condenado seja maior de 70
anos, ou por razões de saúde, tal período pode ser estendido, nos termos
do § 2º do mencionado artigo, para 4 a 6 anos.
Enquanto nas contravenções penais o período de prova será de 1 a 3
anos (art. 11 do DL nº 3.688/41).

7. Medidas de Segurança:
Tratando-se da prática de crimes, segundo determina o art. 97 do CP, o prazo
mínimo da internação ou do tratamento ambulatorial será de 1 a 3 anos.
Para as contravenções penais, conforme determina o art. 16 do DL
nº 3.688/41, tal prazo será de no mínimo 6 meses.

8. Máximo da Pena
O art. 75 do Código Penal, recém alterado pela Lei nº 13.964/19 (“Pacote
Anticrime”), determina que o tempo de cumprimento das penas privativas
de liberdade não poderá ser superior a 40 anos.
Já a Lei das Contravencoes Penais  estabelece, em seu art. 10, que a duração
da pena de prisão simples não pode, em hipótese alguma, ser superior a 5
anos.
É possível instaurar inquérito policial em crime de menor potencial ofensivo?
A Lei 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais) prevê o rito para julgamentos dos
crimes de menor potencial ofensivo que, em regra, são menos complexos do
que os crimes de maior gravidade.
Vejamos o que dispõe a lei:
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e
leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução das
infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de
conexão e continência.
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o
tribunal do júri, decorrentes da aplicação das regras de conexão e
continência, observar-se-ão os institutos da transação penal e da composição
dos danos civis.
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os
efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine
pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa.
O objetivo da lei 9.099/95 é ser simples e célere, sem criar obstáculos e
complexidades para o trâmite do processo penal quando ela for aplicável ao
caso que será analisado judicialmente no âmbito do JECRIM.
Mencionada simplicidade está prevista no artigo 62 da lei do Juizado Especial
Criminal, que preconiza o seguinte:
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da
oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade,
objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima
e a aplicação de pena não privativa de liberdade.
Ou seja, o legislador editou referida lei pensando em resolver os crimes de
menor potencial ofensivo de forma rápida, simples e econômica.
Assim, foi introduzido na lei o termo circunstanciado, que tem característica
investigativa e serve como base para a propositura da ação penal desejada
pela vítima.
Entretanto, o termo circunstanciado é extremamente simples e, por vezes,
consta somente o relato da vítima e do possível autor dos fatos, sem haver
qualquer outro tipo de prova para embasar a ação penal.
Como exemplo da alegada simplicidade do termo circunstanciado e da ação
penal nos crimes de menor potencial ofensivo, apresento aos leitores o  §
1º do artigo 77 da lei 9.099/95, que prescreve:
§ 1º Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no termo
de ocorrência referido no art. 69 desta Lei, com dispensa do inquérito policial,
prescindir-se-á do exame do corpo de delito quando a materialidade do crime
estiver aferida por boletim médico ou prova equivalente.
Entretanto, se engana quem pensa que aos crimes de menor potencial
ofensivo somente pode se aplicar o termo circunstanciado e, assim, já
respondo a indagação contida no título deste artigo: sim, é possível a
instauração de inquérito policial nos crimes de menor potencial ofensivo.
Existem crimes que, apesar de seu menor potencial ofensivo, demandam uma
produção maior de provas, como por exemplo a realização de perícias. Assim,
a complexidade do caso vai ser determinante para a instauração (ou não) do
inquérito policial.
Trago para a leitura, a título de ilustração, uma decisão proferida pelo
Superior Tribunal de Justiça:
“PENAL E PROCESSUAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO
ORDINÁRIO. CRIME DE USURA. INQUÉRITO POLICIAL. AUSÊNCIA DE JUSTA
CAUSA. LEI  9.099/95. POSSIBILIDADE DE INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO
POLICIAL. DENEGAÇÃO DA ORDEM. 1. O trancamento de inquérito policial,
por meio de habeas corpus, é medida de exceção, só admissível quando
emerge dos autos, de forma inequívoca e sem dilação probatória, a
atipicidade da conduta e a inocência do acusado. 2. Não obstante a regra de
que nos feitos de competência dos juizados especiais criminais se deva
proceder à lavratura do termo circunstanciado, a Lei  9.099/95, a teor do seu
art.  77,  § 2º, não veda a instauração do inquérito policial nas hipóteses em
que a complexidade ou as circunstâncias do caso não permitam a formulação
da denúncia. 3. Ordem denegada.”. (STJ -  HC: 41348 SP  2005/0013966-9,
Relator: Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, Data de Julgamento:
02/08/2005, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: --> DJ 22/08/2005 p.
348 - GRIFAMOS).
Apresentação em tema: "Termo Circunstanciado / BO-TC"— Transcrição da
apresentação:
1 Termo Circunstanciado / BO-TC
Documento que será lavrado pelo policial militar que da ocorrência primeiro
tiver conhecimento, no qual devem ser registrados os dados essenciais da
ocorrência relativos às infrações penais de menor potencial ofensivo e
posteriormente será encaminhado ao Juizado Especial Criminal competente
para a conciliação, o julgamento e a execução dessas infrações penais.
2 Comunicação de Ocorrência Policial/BO-COP Documento operacional
confeccionado pelo policial militar que da infração penal de maior ou menor
potencial ofensivo primeiro tiver conhecimento, desde que não haja o flagrante
delito.Excetuam-se as ocorrências em que houver que, pela natureza e
gravidade do fato, haja a necessidade de comparecimento da Polícia Judiciária.
Logo, abrange a totalidade das infrações penais, desde que não haja o
flagrante delito.
3 Infrações penais de menor potencial ofensivo
São todas as contravenções penais e aqueles crimes a que a lei comine pena
máxima não superior a dois anos.     EXCEÇÃO:LEI No , ESTATUTO IDOSOArt.
94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não
ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei no 9.099,
de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as disposições
do Código Penal e do Código de Processo Penal.
4 Juizados Especiais Criminais
São Órgãos do Poder Judiciário que têm competência para a conciliação, o
julgamento e a execução das penas relativas às infrações penais de menor
potencial ofensivo.
5 Crimes de ação penal pública incondicionada
São os crimes em que ação penal é promovida pelo Ministério Público,
independentemente de intervenção ou manifestação de vontade de quem quer
que seja, inclusive da própria vítima.Crimes de ação penal pública
condicionadaSão os crimes cuja ação penal é promovida pelo Ministério Público,
mediante a manifestação de vontade da vítima, através da apresentação de um
pedido formal a que é dado o nome de representação.As atividades de Polícia
Ostensiva são procedidas a partir da manifestação inequívoca da vítima que
solicita sua intervenção nos fatos
6 Crimes de ação penal privada
São os crimes onde a ação penal é promovida somente pela parte ofendida ou
seu representante legal, através de uma queixa-crime.As atividades de Polícia
Ostensiva são procedidas a partir da manifestação inequívoca da vítima que
solicita sua intervenção nos fatos.
7 Procedimentos de Polícia Ostensiva
Nos flagrantes de infrações penais de menor potencial ofensivo- Nas infrações
penais de ação penal pública incondicionadaHavendo compromisso do autor
comparecer JEC1- Lavratura do BO-TC pelo condutor da ocorrência.2- Colheita
da assinatura do autor do fato no Termo deCompromisso de Comparecimento
no JEC.3- Liberação do autor do fato.4- Encaminhamento do BO-TC ao
OPM.Não havendo compromisso do autor comparecer JECEncaminhamento do
autor do fato à Delegacia de Polícia para lavratura do APFD. Se houver a
negativa por parte do Delegado de Polícia para a lavratura do APFD, mesmo
assim a ocorrência será entregue na DP, devendo ser preenchido somente o
BA.
8 Nas infrações penais de ação penal pública condicionada
Havendo compromisso do autor comparecer JEC1- Lavratura do BO-TC pelo
condutor da ocorrência.2- Colheita da assinatura da vítima no Termo de
Representação.3- Colheita da assinatura do autor do fato no Termo
deCompromisso de Comparecimento no JECrim.4- Havendo a negativa do autor
do fato em comparecer ao JECrim, deverá ele ser conduzido à DP para a
lavratura do APFDNão havendo a manifestação inequívoca da vítima em
representar contra o autor do fato1- Lavratura do BO-COP fazendo constar a
manifestação da vítima no sentido não exercer o direito de representação,
assinalando no campo próprio do Boletim.2- Colheita da assinatura da vítima,
no corpo do Boletim de Ocorrência, alertando sobre o escoamento do prazo
decadencial de 06 (seis) meses para que expresse sua decisão a contar da data
em que vier a saber quem é o autor da infração penal.3- Liberação do autor do
fato.4- Encaminhamento do BO-COP ao OPM.
9 Nas infrações penais de ação penal privada
Havendo manifestação inequívoca da vítima1- Lavratura do BO-TC pelo
condutor da ocorrência.2- Colheita da assinatura da vítima, no corpo do Boletim
de Ocorrência.3- Colheita da assinatura do autor do fato no Termo de
Compromisso de comparecimento ao JECrim.4- Havendo a negativa do autor do
fato em comparecer ao JECrim, deverá ele ser conduzido à DP para a lavratura
do APFD.Não havendo a manifestação inequívoca da vítima1- Lavratura do BO-
COP fazendo constar a manifestação da vítima no sentido não exercer o direito
de representação, assinalando no campo próprio do Boletim.2- Colheita da
assinatura da vítima, no corpo do Boletim de Ocorrência, alertando sobre o
escoamento do prazo de 06 (seis) meses para que expresse sua decisão a
contar da data em que vier a saber quem é o autor da infração penal.3-
Liberação do autor do fato.4- Encaminhamento do BO-COP ao OPM
10 Infrações penais quando ausente a situação de flagrante delito
O policial militar que primeiro tiver conhecimento de infração penal (crimes de
maior ou menor potencial ofensivo e contravenções penais) que não comporte
a lavratura de Boletim de Ocorrência na forma de Termo Circunstanciado por
não se tratar de flagrante delito, registrá-la-á no citado Boletim na forma de
Comunicação de Ocorrência Policial, sem prejuízo das demais providências
técnico-policiais.Quando a ocorrência for de vulto ou de repercussão na mídia,
tais como homicídio, roubo a banco e outras, a polícia judiciária deverá ser
imediatamente comunicada, ficando a cargo desta a lavratura do BO-COP
11 Nos delitos de ação penal condicionada e ação privada, a vítima ou seu
representante legal, deverão manifestar-se, no campo do Boletim de Ocorrência
destinado a este fim, firmando seu interesse nas providências de polícia
judiciáriaPROCEDIMENTOS GERAISNos casos de ação pública condicionada ou
de ação privada, estando a vítima impossibilitada de manifestar-se quanto ao
desejo de dar seguimento ao feito, ou sendo incapaz para tal, presume-se, a
intenção de prosseguir e adotam-se os procedimentos previstos para o caso de
existência da representação.Nestes casos, esclarecer à vítima incapaz e ao
autor do fato que a representação deverá ser ratificada pelo responsável legal
pela vítima.
12 Nos delitos de ação pública condicionada ou privada, nas infrações de
menor potencial ofensivo, se após o início dos procedimentos de polícia
ostensiva houver composição entre o autor e a vítima, querendo esta desistir da
queixa ou representação, o atendente tomará as seguintes medidas:1-
Encaminhar a vítima a atendimento médico, se necessário;2- Preencher
integralmente o Boletim de Ocorrência na forma de Comunicação de Ocorrência
Policial.3- Colher manifestação da vítima de sua intenção, no campo apropriado
do Boletim de Ocorrência, informando a respeito do prazo decadencial de seis
meses;4- Esclarecer a vítima que esta decisão pode ser retificada em juízo;5-
Encaminhar o Boletim de Ocorrência - Comunicação de Ocorrência Policial ao
OPM
13 Nos delitos que exijam encaminhamento das partes a exame médico ou
perícia, a requisição de exame será assinada pelo próprio atendente da
ocorrência, em duas vias, que colherá contrafé na segunda via que será juntada
ao respectivo BO.As diligências complementares aos Boletins de Ocorrências,
deverão ser realizadas pelo atendente da ocorrência, responsável pela lavratura
do Boletim, com a supervisão e acompanhamento de seu comandante
imediato.Quando o ato diligencial requerer formalidades especiais, como
realização de perícias, inquirição de testemunhas e outras, o Comandante da
Fração poderá, em caráter excepcional, designar servidor diverso do atendente
da ocorrência.
14 Nas hipóteses de lavratura do Termo Circunstanciado, os procedimentos
deverão ser adotados no local dos fatos, ali mesmo liberando-se as partes.Ante
a conveniência do procedimento e da pacificação do conflito, entretanto,
poderão, em caso extremo, devidamente justificado, as partes serem removidas
para local apropriado onde será lavrado o BO.O isolamento de locais deverá ser
mantido quando haja necessidade de realização de perícias
especializadas.Quando o fato for penalmente atípico, ou seja, não descrito em
norma penal incriminadora, será lavrado o Boletim de Ocorrência
15 LEI /2006Art. 44.  O art. 129 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações:“Art. 129. §
9o  Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou
companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda,
prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade:Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
Benefícios do TCO
Redução das conduções coercitivas;
Termos necessários lavrados no local;
Celeridade e efetividade: registro da Ocorrência e Processo Penal;
Maior disponibilidade da PRF;
Maior capacitação do policial;
Menor custo para a sociedade;
Mais tempo para a Polícia Judiciária investigar outros crimes
A efetiva penalização de pequenos delitos inibe a escalada do autor na
criminalidade
RELATO DA IMPLANTAÇÃO DO TCO NA POLÍCIA MILITAR DE GOIÁS
Nair Bastos de Rezende Godinho [1]
Lucas Antônio de Morais Gomes [2]
1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Pretende-se aqui descrever de forma empírica a experiência da Polícia Militar do
Estado de Goiás (PMGO) na implantação da lavratura do termo circunstanciado
de ocorrência, considerando que hoje é uma referência na gestão do referido
procedimento. Portanto, esse texto não irá se aprofundar em debates jurídicos,
os quais a nosso ver encontram-se sedimentados no sentido da possibilidade de
outras instituições policiais realizarem o procedimento.
Desde o ano de 2008 a PMGO já via a lavratura do termo circunstanciado de
ocorrência como sua atribuição e insculpiu isso no rol das atividades de seus
policiais, conforme a Portaria n. 23/2008-PMGO. Anos depois, em 2015,
deu-se inicio às tratativas sobre o tema com o Tribunal de Justiça de Goiás,
então a Corregedoria Geral de Justiça publicou-se o Provimento 18/2015 [3], o
qual autoriza os juízes a receberem os “Termos Circunstanciados de
Ocorrência” (TCO) lavrados por policiais militares e policiais rodoviários
federais, desde que estes tenham curso superior.
Nesse ínterim, algumas Unidades Policiais Militares (UPM) deram os primeiros
passos na atividade, primeiramente nos interiores (Acreúna e Piracanjuba) e,
posteriormente, na Capital, por meio do Batalhão de Eventos. Essas Unidades
foram pioneiras no discurso do TCO, na capacitação de seus policiais, na
tratativa com o Poder Judiciário local e na documentação necessária. Assim,
trilharam os primeiros passos de sucesso no TCO/PM orientando os rumos
futuros.
No ano de 2017 o assunto revigorou na Academia de Polícia Militar e se tornou
o desafio da Turma de Aspirantes/2017, os quais desenvolveram o Projeto de
Implantação, com estudos nos seguintes aspectos: fundamentação jurídica,
capacitação, aspectos técnicos, implantação e coordenação, e assim produziram
o Manual do TCO/PM.
No início de 2018, deu-se início à implantação efetiva do TCO/PM na Polícia
Militar de Goiás. Em primeiro plano preocupou-se com a capacitação, para
posteriormente efetivar a aplicabilidade operacional, sendo que no mês de
abril/2018, as Unidades Policiais Militares já estavam aptas para a lavratura dos
termos. Foi firmado um Termo de Cooperação entre Tribunal de Justiça de
Goiás, Ministério Público de Goiás e Secretaria de Estado da Segurança Pública
do Estado de Goiás para viabilização da lavratura do TCO pelos agentes de
segurança pública com as seguintes premissas:
1. a) resolução da ocorrência no local do fato com o agendamento
da audiência no Juizado Especial Criminal;
2. b) responsabilidade compartilhada entre as instituições
envolvidas;
3. c) automatização total do processo.
O referido termo de cooperação norteou as reuniões entre os órgãos e foi de
suma importância nos debates contrários à lavratura do TCO pela PMGO, pois
representava o posicionamento expresso do Estado de Goiás, por meio da
Secretaria de Segurança Pública. Além disso, foi publicada a Resolução
297/2018 do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás [4] autorizando os
juízes eleitorais a receberem os Termos Circunstanciados de Ocorrências
Eleitorais.
Na capital iniciou-se a lavratura por meio de veículos modelo “Vans”, equipadas
com estações de trabalhos e meios tecnológicos, que deslocavam até o local da
ocorrência para lavrar o TCO, possuindo uma equipe de policiais militares
devidamente treinados. No transcorrer do tempo a demanda aumentou e foi
feita a descentralização do procedimento para cada UPM. No início também foi
criado um Plantão de Consultas do TCO/PM dentro do Centro de Operações
(COPOM), no qual servia de orientação ao policial militar que estivesse com
alguma não conformidade operacional ou administrativa no atendimento à
infração de menor potencial ofensivo. Esse foi um ano crucial para um caminho
de desenvolvimento progressivo, acompanhado de constantes debates
acirrados.
Em 2019 criou-se a Coordenação do TCO/PM como subseção da Seção de
Planejamento Operacional – PM3, distribuiu-se tablets e impressoras térmicas
para as Unidades Policiais Militares e deu-se início a um ciclo de Palestras de
Atualização para todas UPM.
No corrente ano, a Coordenação do TCO virou uma unidade autônoma, ligada,
diretamente, ao Estado Maior Estratégico. Foram publicadas duas Portarias,
uma de criação da coordenação e uma de orientação referente ao
procedimento acompanhada de uma diretriz, respectivamente Portarias
12.758/2020-PMGO e 12.759/2020-PMGO, bem como um Informativo
aos militares.  Concomitante, foram analisados vários pontos do procedimento,
com vistas a promover sua otimização e maior celeridade. Também foi realizado
um levantamento estatístico com relatórios de produtividade.
 
Figura 1: Resumo da evolução histórica

2. CAPACITAÇÃO
Para iniciar a capacitação foi designada pela Portaria n. 10224/2018, uma
Coordenação Técnica Central, nomeados Técnicos do TCO, os quais foram
escolhidos em virtude de possuírem experiência situacional e realizado estudos
aprofundados sobre o tema. Assim, esses policiais militares, seriam os
instrutores dos cursos a serem ministrados. Também foi disciplinado a função
de gestor, o qual era o responsável pelo TCO em cada Unidade.  Para tanto, os
cursos foram divididos nos seguintes níveis:
1. CURSO DE MULTIPLICADOR DO TCO: Ministrado pela
Coordenação Técnica Central do TCO ou pelos Multiplicadores nos
cursos de formação e graduação da Academia de Polícia.
2. CURSO DE EXECUTOR DO TCO: Ministrado pelos
Multiplicadores nas Unidades Policiais Militares, ou seja,
formavam-se multiplicadores na Academia que retornavam para
sua UPM e ministrava o curso para os respectivos policiais
militares. Dessa forma, em um ano havia mais de oito mil policiais
militares aptos a lavrarem o TCO. Os cursos eram publicados em
ficha, podendo acompanhar a quantidade de alunos formados.
Além disso, criaram-se os distintivos do TCO, conforme Portaria
10838/2018-PMGO e fotos abaixo:
 
Figura 2: Distintivos do TCO

Após os cursos promovidos, foi estabelecido, ou seja, inserido na matriz


curricular da Academia. Posteriormente foram feitas palestras de atualização e
disponibilizado novos curso na modalidade à distância.
3. FUNDAMENTAÇÃO
A fundamentação da lavratura do TCO/PM é embasada em normas
documentos, e decisões judiciais, dentre os quais podemos citar alguns abaixo:
 Lei dos Juizados Especiais (Lei 9.099/1995) [5]
 Provimento 18/2015 do Tribunal de Justiça de Goiás,
 Resolução 297/2018 do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás
 Termo de Cooperação n. 11/2018 – TJGO/MPGO/SSPGO
 Portaria 23/2008 – PMGO
 Supremo Tribunal Federal – Recurso Extraordinário 1.050.631.
 Pedido de Providências nº 1461/2013-22 do Conselho Nacional do
Ministério Público;
 Recurso Extraordinário nº 01.051.393 – Parecer da Procuradoria
Geral da República;
 Autos 0003967-53.2018.2.00.0000 – Conselho Nacional de
Justiça;
 Provimento 04/1999 – Tribunal de Justiça de Santa Catarina;
 Provimento 34/2000 – Tribunal de Justiça do Paraná;
 Portaria 172/2000 – Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul;
 Instrução 05/2004 – Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul;
 Portaria 758/2001 – Tribunal de Justiça de São Paulo;
 Portaria 13/2007 – Tribunal de Justiça de Alagoas;
 Provimento 13/2008 – Tribunal de Justiça de Sergipe;
 Carta de São Luis do Maranhão – Desembargadores Corregedores
de Justiça do Brasil;
 Notas Técnicas – Profissionais de Segurança Pública e Ministérios
Públicos do Brasil.
 Parecer nº 00671/2019/CONJUR-MJSP/CGU/AGU,
 Despacho nº 498/2019, de 26/06/2019, do Ministério da Justiça
 Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 3.807 – Decisão do
plenário do STF, em 26/06/2020 [6]
 
Logo, quando surgiram questionamentos por parte de alguns membros do
Poder Judiciário, Ministério Público, Polícia Civil ou Ordem dos Advogados do
Brasil, eram produzidas respostas embasadas legalmente com os argumentos
acima acompanhados de entendimentos doutrinários majoritários, sendo que o
principal amparo jurídico é a própria Lei dos Juizados Especiais, que aduz que a
autoridade policial que atender a ocorrência deve encaminhar as partes ao
Juizado Especial Criminal, diretamente ou mediante agendamento. Ou seja,
qualquer autoridade, das instituições policiais insculpidas na Constituição
Federal, está legalmente amparada a confeccionar o termo.
4. OPERACIONALIZAÇÃO
A implantação do TCO/PM foi pensada em abranger toda a instituição de forma
rápida. Para tanto, criou-se a função do Gestor, o qual seria responsável pela
disseminação doutrinária e legal do TCO na respectiva Unidade. Isto é, seria
alguém, preferencialmente ligado à seção de Planejamento Operacional – P3,
que serviria de elo entre os policiais operacionais e o Comandante, para
subsidiá-lo de informações referentes ao procedimento.
Este deveria ter o conhecimento aprofundado do TCO, pois também seria o
representante perante os órgãos integrados, como o Poder Judiciário e
Ministério Público. A ideia é que o policial militar, em epígrafe, fosse um
multiplicador, dando início a criação de seções técnicas específicas ao TCO.
Ressalta-se também a importância do papel do Comandante do Policiamento da
Unidade (CPU), pois este está 24h com a tropa e, na maioria das vezes, o
gestor só trabalhava durante o expediente. Então, o CPU deveria dar o apoio
necessário à sua equipe e valorizar cada atendimento à infração de menor
potencial ofensivo, tal qual uma ocorrência de vulto, ele serviria também de
filtro entre as equipes e o gestor.
Na tropa, a princípio, houve resistência à implementação, por terem a falsa
impressão de estar angariando mais uma atividade. Contudo a tropa entendeu
a finalidade do procedimento, que além de propiciar praticidade na
aplicabilidade da lei, economizava recurso/tempo, além de ganhar qualidade e
reconhecimento técnico perante a comunidade.
Percebeu-se que surgiram equipes com perfis próprios para o atendimento das
ocorrências de menor potencial ofensivo. Então algumas unidades designaram
equipes específicas, até que todas se adaptassem ao novo sistema.
As Unidades que mais se destacaram na gestão do TCO/PM foram aquelas que
conseguiram estruturar uma Seção Técnica específica para o TCO/PM, pois
percebeu-se que a qualidade do termo, da organização e gestão eram muito
melhores, até porque os próprios policiais militares sentiam ter um amparo
maior para suas eventuais dúvidas com uma equipe técnica específica.
Como exemplo pode-se citar o 07º Batalhão de Polícia Militar, o qual possui a
Seção do TCO/PM com 01 policial militar por 24h. Assim, a equipe da viatura
atende a ocorrência de menor potencial ofensivo, colhe os principais
termos/dados/assinaturas e repasse à seção. A Seção Técnica confere e envia a
ocorrência para o Poder Judiciário. Nesse diapasão a viatura efetua o
atendimento de forma mais célere e a seção realiza a conferência da qualidade.
Além disso, cuidam dos objetos apreendidos, estatísticas, mantém o contato
direto com a Coordenação do TCO/PM e subsidia o seu Comandante das
informações necessárias.
O problema atual que as UPM´s estão enfrentando é a falta de meios
adequados para a cadeia de custódia dos bens apreendidos. Isto é, sacos
plásticos e lacres para as drogas e espaço físico para objetos como aparelhos
de som. As drogas devem ser encaminhadas para o Instituto de Criminalística
realizar o exame de constatação de drogas e os objetos para o Depósito
Judicial, porém esses órgãos funcionam apenas durante o expediente e
também se encontram sobrecarregados.
Estuda-se a possibilidade de melhorar a infra estrutura de cada Unidade para
armazenar os objetos apreendidos e criar uma Central de Custódia do TCO/PM
nos Municípios em que houver mais de uma UPM.
4.1 SISTEMA ELETRÔNICO
A Polícia Militar de Goiás possui um sistema eletrônico de Registro de
Atendimento Integrado – RAI, onde são feitos os registros de ocorrências e
todos os demais órgãos de segurança pública têm acesso, portanto, o TCO/PM
deveria também ser registrado nesse sistema.
Inicialmente, foram elaborados termos em papel para o preenchimento no local
da ocorrência e depois o repasse das informações. Logo, o sistema foi adaptado
para a confecção dentro da plataforma e o encaminhamento diretamente ao
sistema eletrônico do Poder Judiciário.
4.1.1 Inteligências do Sistema
Criou-se algumas estratégias eletrônicas para se evitar erros no preenchimento
da ocorrência, dentre as quais podemos exemplificar:
 Foram selecionadas as naturezas que correspondem a infrações
de menor potencial ofensivo. No momento que é adicionada uma
das naturezas selecionadas surge a ferramenta que permite o
encaminhamento do TCO. Ou seja, se for adicionado o crime de
homicídio o sistema não permite dar o encaminhamento do TCO;
 Foi implantada a assinatura eletrônica para as partes;
 Os termos necessários ao TCO (termo de compromisso de
comparecimento, termo de manifestação da vítima, termo de
apreensão) foram digitalizados e puxam os dados da respectiva
ocorrência;
 Em nosso Termo de Compromisso de Comparecimento
consignamos a possibilidade de agendamento da audiência
automático, mediante data pré-fixada ou possibilidade de
intimação posterior. Inclusive com a ciência da possibilidade de
intimação e/ou audiência via whatsaap;
 Agendamento eletrônico da audiência;
 Requisição de perícias eletrônica;
 Encaminhamento eletrônico ao Sistema do Poder Judiciário;
 Possibilidade de encaminhamento de documentos posteriores;
 Preenchimento automático quando a vítima do crime for a saúde
pública/estado/coletividade;
 Pré-preenchimento das requisições de perícias.
 
Figura 3: Gerar termos no Sistema RAI

Figura 4: Encaminhamento do TCO/PM

Ressalta-se que foi feito um sistema de validação da ocorrência, de forma que


cada Unidade Policial Militar tivesse um Gestor do TCO/PM, o qual seria
responsável pela conferência, validação e encaminhamento do procedimento.
Inicialmente foi uma estratégia eficaz, porém, com o aumento da quantidade
de ocorrências e com o preenchimento já amadurecido pelos policiais militares,
sugeriu-se suprimir essa etapa com intuito de dar maior celeridade.
No que tange as requisições de perícias, as quais tinham que ser aprovadas por
um Delegado de Polícia, via sistema e, só após essa aprovação, poder-se-ia
encaminhá-la ao órgão de polícia técnica responsável. O Supremo Tribunal
Federal decidiu na ADI 3807, cuja ata de julgamento foi publicada em
13/07/2020, com efeito vinculante, sugeriu-se essa etapa fosse também
suprimida, ou seja, não há que se falar em aprovação por outro órgão, pelo
procedimento confeccionado pela polícia militar.
Outro entrave, experimentado ao longo do tempo, é que os laudos periciais
caminham lentamente e demoram em ficar prontos, como também, não
possuem assinatura digital, de forma que é preciso o policial militar ir buscar o
resultado e anexar no sistema. O correto é que haja assinatura digital do perito
no laudo e este seja disponibilizado via sistema para encaminhamento
eletrônico junto com o TCO para o processo judicial.
Outro ponto de destaque, é que dentro do sistema de registro de ocorrências
haja uma aba só para atendimento das infrações de menor potencial ofensivo,
onde pudesse ser feito o registro offline, pois há locais em que não é possível
conectar a internet. Dessa forma, pode-se facilitar o percurso da ocorrência,
através de opções mais fáceis de visualizar e de adicionar via touchscreen, com
possibilidade de gravar vídeo dos relatos da partes e de envio da data da
audiência via pdf para as partes até a finalização do envio ao Poder Judiciário.
Importante comentar que foram distribuídos tablets e impressoras térmicas, no
entanto, contatou-se que o policial militar apresentou maior familiaridade com o
celular smartphone para o registro da ocorrência. Ou seja, consideramos que é
melhor investir em um celular funcional de melhor qualidade do que em tablets.
A impressora térmica pode ser substituída pelo envio dos termos por pdf ao
email ou celular das partes com confirmação do recebimento, para isso é
importante fazer tratativas com o Poder Judiciário e consignar isso no Termo de
Compromisso de Comparecimento.
4.2 Análise de Dados
Inicialmente as ocorrências de TCO eram planilhadas individualmente e isso
gerou erros de inserção manual de dados. Posteriormente, o Estado de Goiás
implantou o sistema Qlik Sense que produz a estatística de todas as ocorrências
através do sistema de Registro de Atendimento Integrado (RAI).
Dentro desse sistema, criou-se um painel específico para o TCO/PM, onde é
possível obter o total de termos lavrados instantaneamente, bem como o total
por Unidade Policial Militar (UPM), por município, por comando regional, e ainda
filtros por naturezas, ano, mês, hora, comparativo anual de produtividade por
Unidade e por natureza, índice de produtividade por mil habitantes e índice de
reincidência.
Além disso, foram feitos estudos aprofundados do comparativo entre
ocorrências de maior potencial ofensivo e menor potencial ofensivo, análise dos
dados quinzenais/mensais/trimestrais/semestrais e cálculo da economicidade
gerada pela lavratura do TCO/PM com os seguintes parâmetros: média de 2h
de espera na Delegacia de Polícia, média do deslocamento em km, valor de
combustível economizado, economia em pneus, economia de horas trabalhadas
e economia de impressão de papel.
Na maioria das Unidades verificou-se que após a implantação do TCO/PM houve
um aumento dos registros das infrações de menor potencial ofensivo, e
posteriormente, a queda na incidência dessa criminalidade após a
demonstração de eficiência no registro e de solução do problema na audiência,
uma vez que quebra a sensação de impunidade do autor do fato.
5. PÓS-IMPLANTAÇÃO
Após dois anos de implantação do Termo Circunstanciado de Ocorrência na
Polícia Militar de Goiás e  mais de trinta e três mil TCO lavrados, verifica-se
que o avanço foi imensurável e promoveu a conquista a passos largos de
credibilidade do Poder Judiciário, Ministério Público, bem como a confiança
técnica da população atendida.
Foi valorizado cada atendimento de infração de menor potencial ofensivo, as
quais correspondem a mais que a maioria dos chamados de emergência, com a
conscientização de que essas partes envolvidas precisam de um atendimento
diferenciado das infrações de maior potencial ofensivo, bem como precisam de
um encaminhamento pacífico para a solução de seus conflitos, ao mesmo
tempo que propiciou o acolhimento necessário para se evitar que ocorra um
agravamento da ocorrência.
Com isso, a Polícia Militar ganhou em prevenção de crimes de maior potencial
ofensivo, ganhou em patrulhamento ostensivo em sua área de atuação,
economizou tempo e recursos e aumentou seu nível técnico de eficiência na
resolução da ocorrência empoderando-se da sua prestação de serviço.
É notória a diferença do tempo antes e pós implantação, percebemos isso pela
ausência dos usuários de drogas das praças públicas, bem como pelo maior
respeito ao direito dos vizinhos que agora respeitam o sossego público e até
pela maior educação no trânsito, pois agora há uma resposta imediata e efetiva
para essas ocorrências em integração com o Poder Judiciário.
Em analogia à Teoria das Janelas Quebradas, vê-se a ordem reinstaurada
através do cuidado com os pequenos delitos através do estrito cumprimento
dos desígnios e princípios da Lei dos Juizados Especiais. Isso é garantir a
preservação da ordem pública e o policial militar de Goiás sabe o poder de sua
missão.
A preocupação pós implantação é na otimização do procedimento, auditoria e
gestão de qualidade. Para tanto, a Coordenação do TCO/PM como unidade
autônoma ligada ao Estado Maior e com profissionais voltados exclusivamente
para o aprofundamento na matéria conta com a missão de integrar a tropa,
Comando Geral e órgãos integrados em busca de melhoria constante do
atendimento da infração de menor potencial ofensivo.
1. O jurista Renato Brasileiro de Lima faz a seguinte explanação acerca do Termo
Circunstanciado de Ocorrência: “O inquérito policial, portanto, se vê substituído pela
elaboração de um RELATÓRIO SUMÁRIO, contendo a identificação das partes envolvidas,
a menção à infração praticada, bem como todos os dados básicos e fundamentais que
possibilitem a PERFEITA INDIVIDUALIZAÇÃO DOS FATOS, A INDICAÇÃO DAS PROVAS, COM
O ROL DE TESTEMUNHAS, QUANDO HOUVER, E, SE POSSÍVEL, UM CROQUI, NA HIPÓTESE
DE ACIDENTE DE TRÂNSITO. Tal documento é denominado termo circunstanciado.”
2. XVII Encontro Nacional dos Corregedores Gerais do Ministério Público dos Estados e da
União (CARTA DE CUIBÁ, 1999) XVII Encontro Nacional do Colégio dos Desembargadores
Corregedores Gerais de Justiça do Brasil (CARTA DE SÃO LUÍS, 1999) Para fins do art. 69
da lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, considera-se autoridade policial TODO
AGENTE PÚBLICO REGULARMENTE INVESTIDO NA FUNÇÃO POLICIAMENTO. Letra “m”:
Autoridade policial, na melhor interpretação do art. 69 da Lei 9.099/95, É TAMBÉM O
POLICIAL DE RUA, O POLICIAL MILITAR, NÃO CONSTITUINDO, PORTANTO, ATRIBUIÇÃO
EXCLUSIVA DA POLÍCIA JUDICIÁRIA A LAVRATURA DE TERMOS CIRCUNSTANCIADOS. O
combate à criminalidade e à impunidade exigem atuação dinâmica de todos os Órgãos
da Segurança Pública.
3.  CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO “A expressão 'autoridade
policial', prevista no art. 69 da Lei n° 9.099/95, abrange qualquer autoridade pública que
tome conhecimento da infração penal no exercício do poder de polícia  EXPERIÊNCIA
DO RIO GRANDE DO SUL A Instrução Normativa Conjunta n. 01/2000, do Chefe de Polícia
Civil e do Comandante Geral da Brigada Militar, definiu que “Todo policial, civil ou militar,
é competente para lavrar o Termo Circunstanciado previsto no artigo 69 da Lei n.º 9.099,
de 26 de setembro de 1995.
4. DECISÃO DO CNJ – CASO TOCATINS Número: 0003967-53.018.2.00.0000 Classe:
PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO Órgão julgador colegiado: Plenário
Órgão julgador: Gab. Cons Luciano Frota Última distribuição : 06/06/2018 Assuntos:
Revisão/Desconstituição de Ato Administrativo Objeto do processo: TJTO - Provimento nº
9/2018 - CGJUS/ASPCGJUS - Autoriza os magistrados de 1º grau a conhecer de Termos
Circunstanciados de Ocorrência (TCO) lavrado por policiais militares do Estado de
Tocantins - Ilegalidade - Sustação da execução do ato. “ Ademais, VALE CONSIDERAR QUE
NOS DELITOS DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO NÃO HÁ INQUÉRITO POLICIAL, SENDO O
TERMO CIRCUNSTANCIADO APENAS A CERTIFICAÇÃO DA OCORRÊNCIA CRIMINAL, PARA O
DEVIDO ENCAMINHAMENTO AO PODER JUDICIÁRIO, SEM QUALQUER ATO
INVESTIGATÓRIO, circunstância que mitiga a eventual urgência justificadora de medida
liminar. (Grifo meu) Diante desse cenário, e por todos os fundamentos acima aduzidos,
acolho o pedido de reconsideração formulado pela terceira interessa e revogo a liminar
que suspendeu a eficácia do Provimento nº 9 – CGJUS/ASPCJUS – da Corregedoria Geral
do Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins. LUCIANO FROTA Conselheiro
5. OBJETIVOS PRETENDIDOS
6.  ATENDIMENTO AO CIDADÃO NO LOCAL DA INFRAÇÃO  CELERIDADE NO DESFECHO
DOS ATENDIMENTOS POLICIAIS, em benefício do cidadão;  REDUÇÃO DA SENSAÇÃO DE
IMPUNIDADE;  REDUÇÃO DO TEMPO DE ENVOLVIMENTO DAS GUARNIÇÕES POLICIAIS
NAS OCORRÊNCIAS;  MANUTENÇÃO DO APARATO POLICIAL EM SUA ÁREA DE ATUAÇÃO; 
LIBERAÇÃO DO EFETIVO DA POLÍCIA CIVIL.
7. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS
8. Lei 9.099, DE 26 DE SETEMBRO 1995 Art. 69: “A autoridade policial que tomar
conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará
imediatamente ao Juizado, com o autor de fato e a vítima, providenciando-se as
requisições dos exames periciais necessários. Parágrafo único Ao autor do fato que, após
a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao Juizado ou assumir o
compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá
fiança.”
9. Fluxo do Atual do TCO FLAGRANTE DE INFRAÇÃO PENAL DE MENOR POTENCIAL
OFENSIVO ATENDIDO PELA PM AUTOR, VÍTIMA E TESTEMUNHAS PRESTAM DECLARAÇÕES
À PM PARA LAVRAR FICHA DE OCORRÊNCIA CONDUÇÃO À DELEGACIA AUTOR, VÍTIMA E
TESTEMUNHAS PRESTAM DECLARAÇÕES AO POLICIAL CIVIL DE PLANTÃO PARA LAVRAR O
BO DELEGADO RECEBE O BO E DETERMINA LAVRATURA DE TERMO CIRCUNTANCIADO
AUTOR, VÍTIMA E TESTEMUNHAS PRESTAM DECLARAÇÕES NO TC AUTOR DOS FATOS
ASSINA O TERMO DE COMPROMISSO AUTOR DOS FATOS COMPARECE AO JECRIM Fluxo
TCO com a PM lavrando FLAGRANTE DE INFRAÇÃO PENAL DE MENOR POTENCIAL
OFENSIVO ATENDIDO PELA PM AUTOR, VÍTIMA E TESTEMUNHAS PRESTAM DECLARAÇÕES
À PM PARA LAVRAR O TERMO CIRCUNSTANCIADO AUTOR DOS FATOS ASSINA O TERMO DE
COMPROMISSO AUTOR DOS FATOS COMPARECE AO JECRIM Aperfeiçoamento da
prestação de serviço ao cidadão
10. NO CÓDIGO PENAL  Lesão corporal: - art. 129 caput, Ofender a integridade corporal ou
a saúde de outrem: (leve). arranhões, hematomas e pequenos cortes - § 6°, (lesão é
culposa): falta de cuidado ou atenção AÇÃO PENAL: Pública Condicionada à
Representação OBS: culposa na direção de veículo automotor, aplica-se o CTB
11.  Lesão corporal GRAVE GRAVÍSSIMA SEGUIDA DE MORTE CULPOSA Incapacidade para
as ocupações, por mais de 30 dias Incapacidade permanente para o trabalho Paragrafo 3°
Paragrafo 3° Perigo de vida Enfermidade incurável Debilidade permanente de membro,
sentido ou função Perda ou inutilização do membro, sentido ou função Aceleração de
parto Deformidade permanente Aborto
12.  CALÚNIA: - art. 138. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente FATO definido como
crime: (INVENTOR) Pena: detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa. - § 1°, Na mesma pena
incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.(MULTIPLICA) AÇÃO
PENAL: Privada OBS 1: Autor deve ter a intenção de praticar o falso OBS 2: Fato imputado
tem que ser típico. OBS 3: Consuma-se qdo 3ª pessoa tem conhecimento do falso OBS 4:
incontinência verbal provocada por explosão emocional no decorrer de acirrada
discussão. ( NÃO HÁ CALÚNIA)
13.  DIFAMAÇÃO: - art. 139. Difamar alguém, imputando-lhe FATO ofensivo à sua
reputação: Pena: detenção, de 3 meses a 1 ano, e multa. (boa fama/imagem perante as
demais pessoas em comunidade) • DETALHES: - O fato imputado não precisa ser falso
nem pode ser definido como crime; - Imputação deve ser de fato determinado e não de
defeitos ou qualidades negativas AÇÃO PENAL: Privada (regra) Pública Condicionada
Presidente da República Contra Funcionário Público em razão da função
14.  INJÚRIA: Art. 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou decoro: Pena:
detenção, de 1 a 6 meses, ou multa. (Ao contrário da calúnia e difamação, NÃO HÁ
IMPUTAÇÃO DE FATOS, mas emissão de conceitos negativos, atingindo a honra subjetiva)
- DETALHES: Praticada de várias formas: gestos, palavras sinais, atitudes, etc. AÇÃO
PENAL: Privada ( caput) Pública Incondicionada (§ 2°- resulta lesão corporal, por força do
art 145 do CP)
15.  AMEAÇA: Art. 147. ameaçar alguém, por palavras, escrito ou gesto, ou qualquer outro
meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: Pena: detenção, de 1 a 6 meses, ou
multa. (“meter medo”, intimidar) (“processar” “procurar a justiça”) • DETALHES: -
Praticada de várias formas: gestos, palavras sinais, atitudes, etc. - Meio utilizado pelo
autor e qual a expressão(ões) ameaçadoras? (colocar no relatório) - Se a ameaça for por
escrito, deve ser apreendido o objeto que tenha o escrito.(encaminhar ao JECRIM). AÇÃO
PENAL: Pública Condicionada Pública Incondicionada (§ 2°- resulta lesão corporal, por
força do art 145 do CP) NÃO
16.  DANO: Art. 163 Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: Pena: detenção, de 1 a 6
meses, ou multa. DETALHES: - Só é punível a título de DOLO. - O dano deve ser
considerado como fim e não meio para prática de outro deleito. - O termo “deteriorar”
engloba os danos menores do que a completa destruição ou inutilização. EX: O
AMASSAMENTO DA LATARIA DE UM CARRO que não chega a destruí-lo nem inutilizá-lo, no
entanto deprecia o valor do bem. - Os parágrafos contemplam as formas qualificadas.
AÇÃO PENAL: Privada
17. Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário
competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: Pena - detenção, de
2 meses a 2 anos.. • DETALHES: - Comete o delito, por exemplo, quem intervém,
mediante violência ou ameaça, na atuação de policiais, que estão prendendo pessoa que
acabou de cometer um delito. - A oposição à execução do agente deve ser feita com
violência ou grave ameaça (RT 525/353). A violência aqui é física. A ameaça pode ser real
(ex: apontar uma arma de fogo) ou verbal. AÇÃO PENAL: Pública Incondicionada
18. LEI DE DROGAS(11.343/2006) Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito,
transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar. § 1°- mesmas medidas submete-se
quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à
preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar
dependência física ou psíquica.  STJ: O princípio da insignificância não se aplica ao
crime de posse/porte de droga.  Atenção! Condutas típicas: adquirir, guardar, tiver em
depósito, transportar ou trouxer consigo. Note que o simples uso da droga não é
incriminado. (observe o § 2º, pois é parâmetro para o PM)  O artigo não se aplica a posse
de drogas para uso pessoal nas dependencias da administração militar.( especialidade,
290 CPM)  Ação Penal: Pública incondicionada
19. LEI DE DROGAS(11.343/2006)  Art. 33,§ 3°. Oferecer droga, eventualmente e sem
objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem. Pena -
detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano... EXEMPLO: “De acordo com a denúncia, o
Apelante possuía um cigarro e uma porção de “maconha”, que seriam destinados ao
consumo pessoal. Apurou-se que o Apelante era amigo do menor Douglas, e que na data
dos fatos eles foram de Aparecida D'Oeste para Nova Canaã Paulista. Nesta localidade, o
Apelante fazia uso do cigarro de “maconha” e ofereceu a Maicon, que o aceitou, ocasião
em que foram flagrados por policiais militares, que encontraram uma porção de
“maconha” em poder do menor. Indagado, o réu admitiu a propriedade de toda a droga,
alegando que ela se destinava ao consumo próprio e que ofertou o cigarro de “maconha”
ao menor. A materialidade está consubstanciada no auto de exibição e apreensão (fls. 04)
e nos laudos de constatação de caráter provisório (fls. 15/16) e no definitivo do
entorpecente (fls. 36/37). Foi atestado o peso líquido da droga: 0,71g (setenta e um
decigramas) de “maconha”  Ação Penal: Pública incondicionada
20.  CRIMES CONTRA IDOSOS O ESTATUTO DO IDOSO TRAZ O SEGUINTE TEXTO: ART. 94.
AOS CRIMES PREVISTOS NESTA LEI, CUJA PENA MÁXIMA PRIVATIVA DE LIBERDADE NÃO
ULTRAPASSE 4 (QUATRO) ANOS, APLICA-SE O PROCEDIMENTO PREVISTO NA LEI NO 9.099,
DE 26 DE SETEMBRO DE 1995, E, SUBSIDIARIAMENTE, NO QUE COUBER, AS DISPOSIÇÕES
DO CÓDIGO PENAL E DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. O STF DECIDIU QUE NOS CRIMES
COM PENAS ATÉ 02 ANOS O PROCESSO TRAMITARÁ NO JUIZADO ESPECIAL E NOS CRIMES
DE 02 A 04 ANOS O PROCESSO TRAMITARÁ NA JUSTIÇA COMUM COM PROCEDIMENTO
SUMARÍSSIMO. QUESTÕES PONTUAIS
21.  ACUSADOS COM FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO NOS CASOS DE AUTORIDADES
QUE TÊM UM ÓRGÃO COMPETENTE ESPECIAL PARA SEU JULGAMENTO, COMO OS
SENADORES, DEPUTADOS, ETC. NÃO PODERÁ SER FEITO O TCO, O POLICIAL DEVE FAZER
O BO E ENCAMINHAR PARA O SUPERIOR. OBS 1: DEVE-SE LAVRAR O TCO PARA
VEREADORES, POIS ELES NÃO TÊM FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO, PORÉM
POSSUI IMUNIDADE POR PALAVRAS E VOTOS. OBS 2: NO CASO DE ADVOGADOS, DEVE-SE
FAZER O TCO E COMUNICAR A OAB, APENAS NO CASO DE PRISÃO DEVE-SE TENTAR
CHAMAR UM REPRESENTANTE DO ÓRGÃO.  CRIMES ELEITORAIS O CÓDIGO PERMITE A
LAVRATURA DO TERMO CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNCIA ELEITORAL.
22. 4. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER A LEI MARIA DA PENHAS DIZ:
“ART. 41. AOS CRIMES PRATICADOS COM VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A
INDEPENDENTEMENTE DA PENA PREVISTA, NÃO SE APLICA A LEI NO 9.099/95”. LOGO,
NÃO SE APLICA O TCO, DEVE-SE ENCAMINHAR AS PARTES PARA A DELEGACIA DA MULHER
CRIMES MILITARES A LEI DOS JUIZADOS DIZ: “ART. 90-A. AS DISPOSIÇÕES DESTA LEI
NÃO SE APLICAM NO ÂMBITO DA JUSTIÇA MILITA PORTANTO, NÃO SE APLICA O TCO PARA
CRIMES MILITARES, POR INFRINGIR A HONRA M DEVE-SE REGISTRAR E ENCAMINHAR
PARA CORREGEDORIA. PORÉM, O STF JÁ RECONHE POSSIBILIDADE DE FAZER O TCO PARA
CIVIS QUE ESTEJAM SENDO PROCESSADOS POR CRIMES MILITAR FEDERAL.
23. 6. CONEXÃO E CONTINÊNCIA CONEXÃO É QUANDO O AGENTE PRATICA MAIS DE UMA
CONDUTA CRIMINOSA NO M CONTEXTO. EX: MATA O SEGURANÇA PARA SEQUESTRAR O
LADRÃO. CONTINÊNCIA É QUANDO COM UMA CONDUTA O AGENTE PRATICA DIVERSOS
CRIME EX: RIXA DEVE-SE FAZER A SOMATÓRIA DAS PENAS PARA VER SE ULTRAPASSA O
CRITÉRIO DO LIMITE DE 2 ANOS.
24.  LEI DE DROGAS É UTILIZADO O TCO NOS CASOS DE POSSE PARA CONSUMO PRÓPRIO
(ART. 28) E DE OFERECER DROGA EVENTUALMENTE PARA JUNTOS CONSUMIREM (ART. 33,
3º). QUANTO A PERÍCIA: O POLICIAL MILITAR FARÁ A APREENSÃO DA DROGA PARA QUE O
GESTOR ENCAMINHE A POLÍCIA TÉCNICA LAUDAR.
25. 8. MENOR INFRATOR O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE TRAZ O BOLETIM
CIRCUNSTANCIADO D OCORRÊNCIA (BOC) EM SUBSTITUIÇÃO AO TERMO
CIRCUNSTANCIADO DE OCORRÊNC É IMPORTANTE QUE OS PAIS TAMBÉM ASSINEM O
COMPROMISSO DE COMPARECIME AO JUIZADO, PORÉM POR RAZÕES INSTITUCIONAIS
AINDA ESTÃO SENDO FEITOS ACO O INÍCIO DA LAVRATURA DO BOC, ENTÃO RECOMENDA-
SE LEVAR PARA A DELEGACIA ENVOLVENDO MENOR INFRATOR. OU SEJA, É POSSÍVEL
FAZER O BOC, A LEI PERMITE, PORÉM A PMMA AINDA NÃO ESTÁ FAZENDO.
26. • OMISSÃO DE CAUTELA NA GUARDA OU CONDUÇÃO DE ANIMAIS Art. 31. Deixar em
liberdade, confiar à guarda de pessoa inexperiente, ou não guardar com a devida cautela
animal perigoso: Pena - prisão simples, de 10 (dez) dias a 2 (dois) meses, ou multa.
Parágrafo Único - Incorre na mesma pena quem: a) na via PÚBlica, abandona animal de
tiro, carga ou corrida, ouoconfiaapessoainexperiente; b) excita ou irrita animal, expondo
a perigo a segurança alheia; c) conduz animal, na via PÚBlica, pondo em perigo a
segurança alheia. A contravenção do art. 31 é classificada como de PERIGO ABSTRATO,
pois há presunção absoluta de que a prática da conduta descrita no caput expõe a risco a
segurança e o bem de estar de pessoas e bens, não se admitindo prova em contrário.
27. •FALTA DE HABILITAÇÃO PARA DIRIGIR VEÍCULO Art. 32. Dirigir, sem a devida habilitação,
veículo na via pÚBlica, ou embarcação a motor em aguas PÚBlicas: Pena – multa, de
duzentos mil réis a dois contos de réis. Para o STF, em relação a veículo automotor, o
dispositivo foi revogado pelo Código de Trânsito Brasileiro, que passou a tratar a direção
sem habilitação em vias terrestres como crime de trânsito! CTB. Art. 309. Dirigir veículo
automotor, em via PÚblica, sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda,
se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano: Penas - detenção, de seis meses a
um ano, ou multa. Contudo, atenção: o art. 34 ainda é aplicado à condução, sem a devida
habilitação, de embarcação motorizada em águas PÚblicas, conduta que permanece
contravenção penal de perigo abstrato, ou seja, de perigo absolutamente presumido!
STF, SÚMula 720. O art. 309 do CTB, que reclama decorra do fato perigo de dano,
derrogou o art. 32 da Lei das Contravenções Penais no tocante à direção sem habilitação
em vias terrestres.
28. •Perturbação do trabalho ou do sossego alheios Art. 42. Perturbar alguém, o trabalho
ou o sossego alheios: I- com gritaria ou algazarra; II- exercendo profissão incômoda ou
ruidosa, em desacordo com as prescrições legais; III - abusando de instrumentos sonoros
ou sinais acÚSTicos; IV - provocando ou não procurando impedir barulho produzido por
animal de que tem guarda: Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou
multa. Para o STF, a elementar “alheios”, no plural, exige que a perturbação atinja a
coletividade, não se configurando a contravenção se a conduta incomodar o sossego ou
o trabalho de uma ÚNica pessoa!
29. •Simulação da qualidade de funcionário público Art. 45. Fingir-se funcionário PÚBlico:
Pena–prisãosimples,deumatrêsmeses,oumulta,dequinhentosmilréisatrêscontosde réis.
ATENÇÃO! Estamos diante de uma contravenção subsidiária, que apenas se configura se
a conduta não constituir infração penal mais grave. NOTA 1: Se o agente for além e
começar a realizar atos próprios do funcionário, de forma habitual, ficará configurado o
crime de usurpação de função pública (Código Penal, art. 328). NOTA 2: Por outro lado, se
ele fingir ser funcionário pÚblico para obter vantagem indevida ou causar prejuízo a
outra pessoa, configura-se o crime de falsa identidade (Código Penal, art. 307).
30. •Uso ilegítimo de uniforme ou distintivo Desde que ausente finalidade específica, o
agente que publicamente vestir uniforme ou distintivo de função pÚBlica que não
exercer cometerá a contravenção do art. 46: Art 46. Usar, publicamente, de uniforme, ou
distintivo de função PÚblica que não exerce; usar, indevidamente, de sinal, distintivo ou
denominação cujo emprêgo seja regulado por lei. Pena – multa, de duzentos a dois mil
cruzeiros, se o fato não constitui infração penal mais grave.
31. •Jogo de azar Art. 50. Estabelecer ou explorar jogo de azar em lugar público ou acessivel
ao público, mediante o pagamento de entrada ou sem ele: (Vide Decreto-Lei nº 4.866, de
23.10.1942); (Vide Decreto-Lei 9.215, de 30.4.1946) Pena – prisão simples, de três meses a
um ano, e multa, de dois a quinze contos de réis, estendendo-se os efeitos da
condenação à perda dos moveis e objetos de decoração do local. Consideram-se, jogos
de azar: - o jogo em que o ganho e a perda dependem exclusiva ou principalmente da
sorte; - as apostas sobre corrida de cavalos fora de hipódromo ou de local onde sejam
autorizadas; - as apostas sobre qualquer outra competição esportiva. Equiparam-se, para
os efeitos penais, a lugar acessível ao público: - a casa particular em que se realizam
jogos de azar, quando deles habitualmente participam pessoas que não sejam da família
de quem a ocupa; - hotel ou casa de habitação coletiva, a cujos hóspedes e moradores se
proporciona jogo de azar; - a sede ou dependência de sociedade ou associação, em que
se realiza jogo de azar; - o estabelecimento destinado à exploração de jogo de azar, ainda
que se dissimule esse destino.
32. •Jogo do bicho Tinha previsão inicial no art. 58 da Lei de Contravenções Penais, sendo
tacitamente revogada pelo art. 58 do Decreto-lei nº 6.259/44 (lei das loterias), que passou
a definir o que vem a ser, de fato, o jogo do bicho: Art. 58. Realizar o denominado "jôgo
do bicho", em que um dos participantes, considerado comprador ou ponto, entrega certa
quantia com a indicação de combinações de algarismos ou nome de animais, a que
correspondem nÚMeros, ao outro participante, considerado o vendedor ou banqueiro,
que se obriga mediante qualquer sorteio ao pagamento de prêmios em dinheiro. Penas:
de seis (6) meses a um (1) ano de prisão simples e multa de dez mil cruzeiros (Cr$
10.000,00) a cinqÜEnta mil cruzeiros (Cr$ 50.000,00) ao vendedor ou banqueiro, e de
quarenta (40) a trinta (30) dias de prisão celular ou multa de duzentos cruzeiros (Cr$
200,00) a quinhentos cruzeiros (Cr$ 500,00) ao comprador ou ponto. § 1º Incorrerão nas
penas estabelecidas para vendedores ou banqueiros: a) os que servirem de
intermediários na efetuação do jôgo; b) os que transportarem, conduzirem, possuírern,
tiverem sob sua guarda ou poder, fabricarern, darem, cederem, trocarem, guardarem em
qualquer parte, listas com indicações do jôgo ou material próprio para a contravenção,
bem como de qualquer forma contribuírem para a sua confecção, utilização, curso ou
emprêgo, seja qual for a sua espécie ou quantidade; c) os que procederem à apuração de
listas ou à organização de mapas relativos ao movimento do jôgo; d) os que por qualquer
modo promoverem ou facilitarem a realização do jôgo.

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