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Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região

Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região

O documento a seguir foi juntado ao autos do processo de número 0000199-41.2017.5.23.0008


em 06/04/2017 10:47:24 e assinado por:
- LEANDRO HENRIQUES GONCALVES

Consulte este documento em:


https://pje.trt23.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam
usando o código: 17040610435208100000012217433

17040610435208100000012217433
EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (A) DA 8ª VARA DO TRABALHO
DE CUIABÁ/MT.

Processo nº 0000199-41.2017.5.23.0008

MRV ENGENHARIA E PARTICIPAÇÕES S.A, já qualificada na peça


de ingresso, por seus procuradores ao final assinados, nos autos da reclamação trabalhista
que lhe move EVÂNIA BENEDITA SOARES RIBEIRO, vem, respeitosamente, à
presença de Vossa Excelência, apresentar a sua DEFESA, baseada nos fatos, motivos e
fundamentos seguintes:

I - DA INICIAL

Apesar de ter sido credenciada como autônoma (corretora de imóveis), a


reclamante alega ter sido admitida, como empregada, em 07/07/2009 pela MRV
ENGENHARIA E PARTICIPAÇÕES S.A, ora reclamada, tendo sido dispensada
sem justa causa em 16/11/2016.

Menciona que era subordinada, razão pela qual pretende o vínculo


empregatício; bem como as verbas rescisórias desta.

Com base em tais argumentos, pleiteia a condenação da reclamada nos


itens formulados na peça de ingresso.

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II – PRELIMINAR
II.1 EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS

A reclamante moveu a presente Reclamação Trabalhista em face da


Requerente, alegando possuir vínculo empregatício e, com isto, média salarial equivalente
de R$ 7.050,78 mensais.

Ocorre que a requerida não colacionou aos autos os extratos bancários DE


TODO O PERÍODO em que alega ter prestado serviços como corretora de vendas. Os
extratos remontam tão somente aos meses de Agosto/2014 até Novembro/2016, que
totalizam uma média de remuneração de R$ 4.526,74. Os referidos documentos são
necessários para provar a alegada média de comissão (R$ 7.050,78), diga-se de passagem,
média esta elevada e fora da realidade fática e que difere sobremaneira da média apurada
por meio da planilha de vendas em anexo: R$ 4.119,27.

Considerando que a reclamante recebia o pagamento das comissões


diretamente dos clientes mediante cheque e, após Julho/2014 as comissões começaram a
ser pagas por RPA, a exibição completa dos extratos bancários se faz necessária, visto
tratar-se de uma prova negativa, ou seja, impossível a produção pela requerente.

Desta feita, não restou outro caminho à requerente senão recorrer ao


judiciário requerendo seja determinado aa reclamante a juntada aos autos dos extratos
bancários do período em que alega ter prestado serviços como corretor de imóveis, qual
seja, 07/07/2009 a 16/11/2016, bem como das declarações de Imposto de Renda anos
2009 e 2016, a fim de que sejam apurados a real média de comissão mensal por ela
recebida.

II.2 DO CHAMAMENTO AO PROCESSO

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Em Reclamatória Trabalhista em que se busca o reconhecimento do
vínculo empregatício, bem como verbas decorrentes deste, a reclamante omite a relação
de trabalho que teve no período de 07/07/2009 a 04/03/2014 que se deu com a empresa
FÁCIL CONSULTORIA IMOBILIÁRIA LTDA., detentora do CNPJ nº
10.914.421/0001-81, situada na QS01, rua 210, lote 40, torre B, sala 217 a 220, bairro
Areal Águas Claras, Brasília/DF, CEP 71.950.904 – CRECI 13109.

A reclamada e a empresa supra possuem contrato de parceria, em anexo,


cujo objeto é a intermediação dos empreendimentos imobiliários comercializados pela
Reclamada.

Ocorre que no período alegado, a reclamante prestou serviços autônomos


de corretagem à empresa parceira supra mencionada, que além de comercializar imóveis
da MRV, intermediar diversos outros empreendimentos.

De acordo com o art. 130, do CPC:

"Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu:


I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu;
II – dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou algum deles;
III – dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou
de alguns o pagamento da dívida comum”.

Diante disto, requer o chamamento ao processo da FÁCIL


CONSULTORIA IMOBILIÁRIA LTDA.

II.3 DA PRESCRIÇÃO QUINQUENAL

Aduz a autor ter sido contratada em 07/07/2009 e dispensada


imotivadamente em 16/11/2016.

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Desta feita, considerando a data da distribuição da presente demanda,
22/02/2017, certo é que conforme o artigo 11, I da CLT prescreve em cinco anos o
direito de ação quanto aos créditos trabalhistas.

Assim, temos como data do marco prescricional o dia 22/02/2012.

Diante todo o acima exposto, requer desde já sejam declarados preclusos


os créditos trabalhistas anteriores ao dia 22/02/2012, tendo em vista a prescrição
quinquenal acima arguida.

III – DO MÉRITO
DA REALIDADE DOS FATOS

Alega A Reclamante que admitida em 07/07/2009 até 16/11/2016, e


dispensado imotivadamente pela 1ª Reclamada (MRV).

No entanto, deve-se ter em mente que até o dia 04/05/2014 a reclamante


prestava seu serviços à Facil Consultoria Imobiliária, tendo dado início a prestação de
serviços junto à MRV tão somente em 05/03/2014, data base da sua primeira venda
junto a esta empresa. Ademais, a reclamante fora descredenciada em 19/09/2016,
quando assinou o Termo de Distrato, que segue em anexo.

No caso em tela, a Reclamante exercia serviços de corretagem de forma


autônoma, tanto é assim que este antecipa na exordial a tese desta Reclamada, pois sabe
que a Reclamante era corretora autônoma, ou seja, não havia vínculo direto com a
Reclamada.

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A reclamada nega VEEMENTEMENTE que a Reclamante lhe prestasse
serviço coma empregada, nos termos dos artigos 2º e 3º da CLT, haja vista a inexistência
de vários dos requisitos para determinação do liame empregatício, principalmente a
subordinação jurídica.

A reclamante realmente prestava serviços, não como empregada,


mas como corretora de imóveis autônoma, recebendo uma comissão por
apartamento vendido pagos diretamente por seus clientes, sendo que, após o mês
de julho de 2014, o pagamento começou a ser efetuado mediante emissão de
RPAs.

Insta ressaltar que no período questionado a reclamante desenvolvia


atividades de corretagem imobiliária de forma AUTÔNOMA E SEM QUALQUER
SUBORDINAÇÃO OU DEPENDÊNCIA. O regime era de credenciamento
associativo celebrado através de contrato comercial, inexistindo qualquer vínculo de
exclusividade, poderia exercer suas atividades profissionais com total liberdade junto a
terceiros.

Desta forma, a reclamante JAMAIS laborou para a ora contestante na


condição de empregada.

Ante ao exposto, impende ressaltar que a reclamante prestou serviços para


a Reclamada e JAMAIS se deu de forma exclusiva para esta empresa, sendo certo que a
reclamante certamente vendia imóveis de outras empresas e pessoas físicas, sem qualquer
interferência ou participação da empresa ré.

A reclamante, neste período tinha ampla liberdade, podendo


inclusive atuar em empresas concorrentes, o que torna incompatível seu pedido
de vínculo empregatício, uma vez que inexistente a subordinação e a
exclusividade.

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Excelência, o que se reclama a essa altura, com o necessário respeito, é
atenção especial para os fatos narrados que levam à firme convicção de que a história
articulada pela reclamante na inicial não passa pelo crivo da razoabilidade e lógica,
principalmente se considerarmos as datas, os períodos e VALORES envolvidos e própria
natureza da prestação de serviços.

A reclamada impugna expressamente as alegações da reclamante posto que


em nenhum momento ela comprovou os fatos por alegados. E, conforme o artigo 818 da
CLT, cabe ao autor da ação comprovar os fatos por alegados.

DA AUSÊNCIA DA SUBORDINAÇÃO JURÍDICA E


PESSOALIDADE

Fixa o artigo 3º da Lei do Trabalho Consolidada que:

“Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviço de natureza não eventual
a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.”

Da relação estabelecida entre as partes, não se evidencia, nem de longe, a


presença dessa subordinação jurídica a ensejar a configuração do vínculo de emprego,
muito menos o requisito da EXCLUSIVIDADE, já que a reclamante prestava e presta
serviços a outras pessoas, tendo mantido durante esse tempo vinculação seja a que título
for com terceiros.

Era evidente que tinha que observar algumas questões inerentes à atividade
do reclamado e reportar-se ao mesmo e seus clientes, mas não coma empregada – repita-
se – e sim em razão da natureza do serviço prestado.

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Inclusive em demanda idêntica, essa justiça vem entendendo pelo não
reconhecimento do vínculo, justamente pela ausência de subordinação. Vejamos trechos
da sentença:

“Com efeito, em depoimento pessoal a reclamante afirmou que poderia mandar um


terceiro em seu lugar para realizar a venda, caso em que não receberia comissão. (fl.
181).Do depoimento acima restou comprovado que a reclamante possuía autonomia
para comparecer ou não no estabelecimento da reclamada, tal qual por esta afirmado
em defesa, podendo se fazer substituir sem qualquer ingerência da reclamada, o que é
incompatível com a condição de empregado.
(...)
Assinala-se que os e-mails de fls. 29/118 não configuram fiscalização da jornada ou
subordinação, vez que mesmo o corretor autônomo, enquanto está realizando as
vendas/prospecção de clientes para uma certa empresa age no interesse dela, e por isso
está obrigado a seguir certas determinações e prestar contas de sua atividades, taiscomo
horário de funcionamento e forma de abordagem dos clientes, por exemplo, sendo
inconcebível a prestação de serviços, sob qualquer título, totalmente isenta de
subordinação às regras da empresa.”

Todavia, jamais houve direção dos trabalhos da reclamante e, sim, uma


assunção autônomo de prestação de serviços. Por seu lado, JAMAIS houve direção dos
trabalhos da reclamante.

Certo é que todo contrato de trabalho gera para a empregada uma


característica de prestação habitual e EXCLUSIVA de serviços e estado de subordinação,
ou seja, esse deve se curvar aos critérios e comandos diretivos APENAS de seu
empregador, sempre com continuidade e mediante remuneração específica.

No caso dos autos isso seria impossível de ocorrer, pois a reclamante era
corretor AUTÔNOMA.

Além do mais, ao contrário do alegado pela Reclamante, ela não era


exclusiva da MRV, podendo realizar venda de outros imóveis, ainda que de empresas
concorrentes desta. Porém, para tanto, obviamente, não poderia utilizar-se do espaço da
Reclamada cedido aos corretores. Sendo assim, incompatível seu pedido de vínculo

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empregatício, uma vez que inexistente a subordinação e a exclusividade. Prova disso é
que a Reclamante anunciava imóveis particulares em seu perfil pessoal da rede social
Facebook:

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Nunca entre as partes existiu relação de subordinação, sendo certo que o
que havia era apenas a assunção da obrigação, pela autora, de serviços de corretagem,
recebendo como já dito, percentuais combinados com os próprios compradores dos
imóveis. Nunca da Reclamada!

Prova da autonomia existente, era que a própria reclamante se apresentava


como corretora Autônoma e possuía inscrição no CRECI sob número 5458:

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Tanto é profissão autônomo que já está consolidado na
jurisprudência:

ACÓRDÃO EM RECURSO ORDINÁRIO VÍNCULO


EMPREGATÍCIO. CORRETOR DE IMÓVEIS. REQUISITOS.
Tratando-se de profissão regulamentada, cuja habilitação e requisitos
para o seu exercício estão previstos na Lei nº 6.530/78, o corretor de
imóveis é profissional autônomo. Para que se reconheça o vínculo
de emprego, necessária a presença em concomitância dos
seguintes requisitos: pessoalidade, onerosidade, habitualidade e
subordinação jurídica. A ausência de qualquer um deles
descaracteriza o vínculo. (TRT-1 - RO: 00019820420105010242 RJ ,
Relator: Angelo Galvao Zamorano, Data de Julgamento: 11/12/2013,
Décima Turma, Data de Publicação: 17/12/2013)

RECURSO ORDINÁRIO. VÍNCULO EMPREGATÍCIO.


AUSÊNCIA DE SUBORDINAÇÃO. CORRETOR DE IMÓVEIS.
Para a configuração da relação de emprego, a doutrina com respaldo no
artigo 3º da CLT exige a presença concomitante dos seguintes requisitos:
pessoalidade, habitualidade, subordinação e onerosidade. A ausência de
qualquer desses requisitos importa na descaracterização da
relação de emprego. Não se configura o vínculo de emprego
quando o trabalhador assume o risco de sua atividade e não
estando sujeito a qualquer penalidade. (TRT-2 - RO:
20343520125020 SP 00020343520125020037 A28, Relator: MARCELO
FREIRE GONÇALVES, Data de Julgamento: 28/11/2013, 12ª
TURMA, Data de Publicação: 06/12/2013)

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA -


VÍNCULO DE EMPREGO - CORRETOR DE SEGUROS -
INEXISTÊNCIA - REEXAME DE FATOS E PROVAS. O Tribunal
Regional, com base nos fatos e provas dos autos, verificou a ausência
dos requisitos necessários para a caracterização do vínculo
empregatício, mantendo a condição do autor de corretor de
seguros autônomo. É inadmissível recurso de revista em que, para se
chegar à conclusão pretendida pela reclamante, seja imprescindível o
revolvimento do acervo fático-probatório. Incide a Súmula nº 126 do

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TST. Agravo de instrumento desprovido. (TST - AIRR:
7838020105010036 , Relator: Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, Data
de Julgamento: 18/12/2013, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT
31/01/2014)

Enfim, cumpre ressaltar que tratando-se de profissão regulamentada, cuja


habilitação e requisitos para o seu exercício estão previstos na Lei nº 6.530/78, em
princípio, o corretor de imóveis é profissional autônomo. Para que se reconheça o
vínculo de emprego, devem estar presentes em concomitância os seguintes requisitos:
pessoalidade, onerosidade, habitualidade e subordinação jurídica (artigo 3º, da CLT), ou
seja, a ausência de qualquer um dos requisitos descaracteriza o vínculo. In casu, não há a
presença de todos os requisitos necessários para o preenchimento da relação
empregatícia, o que descaracteriza por si só a relação de emprego, mantendo a sua
condição de autônomo.

DA AUSÊNCIA DE SALÁRIO

Salário é a contraprestação econômica devida pela empregadora à


empregada por força do contrato individual de trabalho. Inclua-se, ai, não só a prestação
pelo trabalho, mas, também, por aqueles períodos em que a empregada estiver à
disposição da empregadora aguardando ordens.

Na relação havida entre a reclamante e a MRV não houve pagamento de


salários, nem sequer é cabível a alegação de R$ 7.050,78 como remuneração em que a
reclamante alega ser a média de comissões. Isso porque a reclamante, como já
exaustivamente dito, não era empregado e, via de consequência, não fazia jus ao
recebimento dessa verba.

Inclusive, a média de salário alegada pela reclamante não é verdade, a


reclamante deveria receber percentuais combinados com os próprios compradores dos
imóveis. Ou seja, nunca receberia salário, pois nunca foi empregado da Reclamada.

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Ademais, todas as vendas efetuadas pelo Reclamante constam na planilha
em anexo, com nome de cada cliente que adquiriu o imóvel bem como o valor recebido a
título de comissão por cada venda, planilha esta que requer desde já seja considerada para
fins de fixação de comissão, na eventual e remota hipótese de reconhecimento de
vínculo. Ressalte-se que a reclamante assinou a referida planilha, dando total anuência
quanto às vendas feitas, munindo de total credibilidade ao documento.

Logo, nos 31 meses em que prestou serviços como corretora autônoma


para a MRV, a reclamante realizou 41 vendas, totalizando uma média de comissão no
valor de R$ 4.119,27.

Neste diapasão, impugna a remuneração posta na exordial, posto que


inexistente.

Importante esclarecer que os contratos de prestação de serviços da


reclamante, bem como seus termos aditivos (todos em anexo) preveem a comissão média
de 1,5%, tendo em vista os valores divulgados em propagandas etc, o que impossibilita a
empresa de vender produtos com preços superiores, sob pena de se acionado
judicialmente por propaganda enganosa. Contudo, os corretores tem liberalidade para
negociar sua comissão com o cliente da forma que achar melhor para fechar o negócio.

Eventualmente a empresa lança algumas ofertas de empreendimentos com


preços promocionais, conhecidas como “Vendas Turbinadas”, nestas a corretor recebe
comissão de 2,3% sobre o imóvel vendido, todas as comissões pagas podem ser
conferidas com a planilha anexada aos autos.

Importante na oportunidade esclarecer a validade e confiabilidade da


planilha ora apresentada. A Reclamada retira as informações da sua base oficial de dados
SAP, base esta auditada pela empresa ERNEST YOUNG, que garantem a sua validade.

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Cumpre lembrar que a empresa ERNEST YOUNG trata-se de empresa de auditoria
consolidada no mercado por atuar de forma idônea.

Portanto, não podem ser acolhidos os pleitos em referencia, não havendo


se falar em reconhecimento de vínculo empregatício com a Reclamada, nem mesmo em
anotação da CTPS, pagamento de verbas rescisórias, FGTS + 40%, horas extras, multas
dos artigos 467 e 477 da CLT ou mesmo qualquer parcela derivada da relação de
emprego.

IV. DOS ELEMENTOS DA ALEGADA CONTRATAÇÃO -


IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA

DATA DE CREDENCIAMENTO E DESCREDENCIAMENTO

Cabe esclarecer que a reclamante começou a prestar seu serviços à


MRV apenas em 05/03/2014, quando realizou sua primeira venda para junto a
empresa, tendo assinado o Termo de Credenciamento posteriormente
(11/07/2014). Além do mais, a Reclamante deixou de prestar seus serviços em
19/09/2016, quando assinou o Termo de Distrato.

Cumpre ressaltar que desde o mês de maio de 2016 a Reclamante já


manifestava sua vontade em se descredenciar da Reclamada, tanto que confeccionou uma
declaração de próprio punho pedindo seu descredenciamento:

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No entanto, decidiu por continuar sua prestação de serviços até
19/09/2016, quando assinou definitivamente o Termo de Distrato:

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Além do mais, embora conste nos extratos bancários juntados pela
Reclamante transferências realizadas pela MRV até o mês de novembro de 2016,
importante explicar que, devido aos trâmites internos da empresa, somente são
repassadas as comissões após serem realizados todos os procedimentos necessários.
Assim, ocorre a situação de alguns pagamentos das comissões serem efetuados meses
depois da venda.

Portanto, na remota hipótese de reconhecimento de vínculo, o que se


admite tão somente por argumentar, requer seja reconhecido o pedido de dispensa da
obreira.

VERBAS SALARIAIS E RESCISÓRIAS – FÉRIAS – DÉCIMO


TERCEIRO SALÁRIO

Reclama, ainda, o pagamento de verbas salariais e rescisórias – tratando-se


ainda de valores que nada teriam a ver com rescisão contratual.

Não serão devidas verbas relativas ao aviso prévio, férias ou 13º salário ao
reclamante, porque apenas os trabalhadores que laboram como empregados fazem jus a
tal benefício.

O reclamante, por JAMAIS ter sido empregada da Reclamada, jamais


poderia vir a juízo pretender a paga de tais parcelas, até porque se não houve admissão
não poderia ter havido dispensa. Além do mais, a reclamante pediu dispensa quando
assinou o Termo de Distrato, não havendo, pois, que se falar em pagamento de aviso
prévio e multa de 40% sobre o FGTS, eis que partiu do obreiro a intenção de não
mais prestar serviços à Reclamada.

Desse modo, improcedem tais pedidos (incluídos):

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 Aviso prévio proporcional;
 Férias proporcionais + 1/3;
 Férias vencidas + 1/3;
 Décimo terceiro salário integral;
 Décimo terceiro salário proporcional;
 FGTS;
 Multa rescisórias de 40% sobre os valores do FGTS;
 Indenização seguro desemprego.

Improcede também a alegação de que houve redução da porcentagem da


comissão, sem aviso prévio, haja vista o termo assinado e ajustado entre as partes, que
prevê comissão de 1,5% com a aquiescência do reclamante, apenas para ajustar os valores
de acordo com a variação do mercado imobiliário. Prática esta totalmente legal e
corriqueira no meio imobiliário.

Neste mesmo sentido, por não ser funcionária desta empresa não há
que se falar em pagamento dos 13º salários atrasados tão pouco de férias vencidas.
Pois, somente funcionários desta empresa fazem jus ao pagamento destas verbas.

Diante o princípio da eventualidade, caso seja reconhecido o vínculo


empregatício, requer desde já que a reclamante tenha percepção do valor de R$ 4.119,27,
conforme demonstrado por meio da planilha de vendas.

Por fim, não há que se falar em repouso semanal remunerado tendo em


vista que a reclamante é prestadora de serviços autônoma, não fazendo jus ao pagamento
de RSR.
DAS HORAS EXTRAS

A jornada de trabalho declinada pela reclamante na inicial não condiz com


a verdade, vez que ela não tinha horário pré-fixado.

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Ademais, de acordo com o princípio da eventualidade, se empregada fosse,
exercia atividades externas, que eram incompatíveis com a fixação de horários, razão pela
qual não laborava mais do que 44 horas semanais, além do que se enquadra na hipótese
do artigo 62, I da CLT.

Vale ressaltar ainda que o que a reclamante não comprova os fatos


alegados, descumprindo o teor do artigo 818 da CLT. São meras alegações de
jornadas que não são demonstradas em nenhum momento qualquer tipo de
escala, horário em que esteja em cópia.

Na remota eventualidade de reconhecimento de vínculo, o que se admite


tão somente por argumentar, devemos considerar que a autora perfazia jornada de 6
horas diárias, não havendo que se dizer de pagamento a título de horas extras, devendo,
pois, ser julgado improcedente o pedido da autora.

Cabe ressaltar que as lojas fecham às 18 horas, e, por isso, não há de se


falar em prestação de serviços após esse horário.

Diante dos e-mails anexo na petição, podemos verificar a quantidade de


corretores em rodízio, sendo que certamente qualquer um poderia se fazer substituível e
não permanecia no plantão durante todo o tempo. Cada um se organizava da maneira
que fosse melhor pra cada um.

À luz do princípio da eventualidade de ser reconhecido o


vínculo empregatício e o deferimento de horas extras, requer seja aplicada a
Súmula 340 do TST, eis que eventuais valores devem ser calculados sobre o
valor-hora das comissões recebidas no mês, considerando-se como divisor o
número de horas efetivamente trabalhadas.

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Merece esclarecer que os plantões aos sábados e domingos não eram
obrigatórios.

Portanto, deve ser julgado improcedente o pedido de horas extras e


reflexos.

DO PAGAMENTO DE DSR

Reclama, ainda, o pagamento de Descanso Semanal Remunerado, por todo


o pacto laboral, com os devidos reflexos.

Ocorre que não são devidas tais verbas, tendo em vista que a autora era
autônoma, sendo assim podia fazer seus horários conforme seus próprios planejamentos.

Ademais, o gozo de repouso semanal remunerado cabe a empregados,


sendo assim a reclamante, por JAMAIS ter sido empregado do Reclamado, jamais
poderia vir a juízo pretender a paga de tais parcelas.

Importante ressaltar também que a reclamante, na jornada descrita


na petição inicial, afirma que trabalhava de segunda-feira a sábado. Assim, ela
confessa que usufruía de folga semanal, mostrando-se improcedente o pedido.
Vejamos;

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Por fim, na eventualidade de ser reconhecido o vínculo empregatício
e o deferimento de horas extras, requer seja aplicada a Súmula 340 do TST, eis
que eventuais valores devem ser calculados sobre o valor-hora das comissões
recebidas no mês, considerando-se como divisor o número de horas efetivamente
trabalhadas.

DO FGTS

Pelos mesmos fundamentos acima articulados (ausência de contratação da


reclamante sob amparo da CLT), não serão devidos depósitos de FGTS.

A lei disciplinadora do Fundo de Garantia é clara ao disponibilizar o


benefício apenas para aqueles trabalhadores empregados, subordinados o que não é o
caso da reclamante.

Não se poderia, também, condenar a Reclamada ao pagamento da multa


rescisória tendo em vista sequer ter havido a contratação da autora sob a égide da Lei
Trabalhista, que dirá sua dispensa.

DA ANOTAÇÃO DA CTPS

Conforme exaustivamente explicitado a reclamante não era funcionária


desta empresa, e sim profissional autônomo. Por tal fato, não há que se falar em anotação
na CTPS, razão pela qual deverá ser julgado improcedente referido pedido.

Salienta-se ainda que o valor da multa diária pleiteada na inicial é um


absurdo, eis que a intenção da reclamante não deveria ser enriquecer-se; motivo pelo qual
impugna-se referido.

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DA EXPEDIÇÃO DE GUIAS

Caso eventualmente seja reconhecido o vínculo empregatício, a Reclamada


impugna o pedido de emissão de guias CD/SD e TRCT.

Ocorre que não há que se falar em expedição das referidas guias eis que,
conforme exposto, a reclamante não prestou serviços para a Reclamada. Além do mais,
conforme exposto, o obreiro abandonou a prestação de serviços, sendo assim, não faz jus
ao saque do FGTS.

Diante o exposto, requer seja julgado improcedente tal pleito.

DO SEGURO DESEMPREGO

Pedido de pagamento de seguro desemprego, de forma indenizatória é


pleito improcedente à falta de existência dos requisitos legais.

Resta expressamente impugnado o pedido, devendo o mesmo ser julgado


improcedente.

Além do mais, não há fundamento para o pedido de indenização


correspondente para o reclamante, sendo que não é empregado da reclamada.

Com efeito, não existe no ordenamento jurídico positivado qualquer norma


que autorize que a entrega das guias “CD/SD” seja substituída pelo pagamento de
indenização correspondente.

DA MULTA DO ARTIGO 467 DA CLT

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Não há espaço para a aplicação da norma do artigo 467 da CLT tendo em
vista da inequívoca controvérsia que se instalou em redor de todas as parcelas reclamadas
pela parte autora, principalmente ante a inexistência de relação de emprego. Além do
mais, inexistem verbas de caráter salarial devidas. Nada a deferir-lhe.

MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT

A reclamante pleiteia, ainda, o pagamento de multa nos termos do art. 477,


da CLT. Ora, sempre que o vínculo empregatício decorre de um reconhecimento por
meio de sentença judicial, o que hipoteticamente poderia vir a ser o caso em questão, é
cediço que não é devida a multa estipulada no referido artigo.

Ante o acima exposto, ainda que o vínculo empregatício seja reconhecido


em juízo, o que se admite apenas de modo hipotético, nada seria devido a título de multa,
nos moldes do art.477 da CLT, razão pela qual o pedido é improcedente.

DANO MORAL

Pleiteou a Reclamante a condenação da Reclamada no pagamento da


indenização de danos morais diante da ausência de anotação da CTPS.

Conforme exaustivamente explicitado, a Reclamante nunca foi empregada


desta empresa.

Assim, inexiste evento danoso.

Ademais, quanto ao alegado dano moral, nos termos dos artigos 818 CLT e
373, I CPC, cabe ao autor comprovação cabal de que os fatos narrados na inicial tenham
arranhado sua personalidade ou lhe causado qualquer tipo de transtorno, prova esta que
deve ser demonstrada em clarividência a suportar a menor dúvida razoável.

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Sendo assim, esta Reclamada nunca praticou ato algum que causasse dano a
reclamante, razão pela qual, improcede tal pleito.

DANO MORAL. INDENIZAÇÃO. REQUISITOS. Para o


deferimento de indenizaçõesdecorrentes de dano moral, faz-se necessária a
reunião dos pressupostos elementares daresponsabilidade civil do empregador, o
dano, o ato ilícito (decorrente de conduta culposaou dolosa) e o nexo causal.
Inexistindo prova de situações capazes de configurar oalegado dano, é indevida a
reparação pretendida. Recurso ordinário da autora a que senega provimento.
(TRT/SP - 00001896420135020511 - RO - Ac. 18ªT 20130824075 -Rel. MARIA
CRISTINA FISCH - DOE 12/08/2013)

Apenas por argumentar, caso não seja este o entendimento do N. Julgador,


que o valor estipulado na condenação seja em patamar mais condizente com a realidade.

Se a indenização não tem o propósito de enriquecê-lo, tem-se que atribuir-


lhe aquilo que, no seu estado, seja necessário para proporcionar-lhe apenas obtenção de
satisfação equivalente ao que perdeu, e neste caso concreto, não houve perda nenhuma
por parte do reclamante.

Em suma, a correta estimação da indenização por dano moral jamais pode


ser arbitrado no valor exorbitante requerido na peça exordial levando em conta apenas o
potencial econômico das empresas demandadas.

Por fim, para ter direito à indenização por danos morais é


imprescindível a caracterização concomitante da ocorrência do fato danoso e do
dano, bem como a comprovação do nexo causal entre o agir ou omissão ofensiva
e o sofrimento resultante, para que se faça nascer o direito à indenização.

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A indenização por dano moral deve ser oriunda de ato ilícito, e esse,
venia permissa, jamais ocorreu. Ademais, devem ser comprovados prejuízos
concretos para a concessão do pedido, posto que não são válidas interpretações
pessoais da parte interessada.

Como visto, não estão presentes, in casu, os elementos ensejadores da


reparação por dano moral, quais sejam, o ato ilícito praticado pela empresa, o dano
sofrido pelo empregado e o nexo de causalidade entre ambos, conforme o próprio
reclamante confessa em vários momentos na exordial.

Ou seja, o reclamante não se desincumbiu do ônus de provar o alegado,


contrariando o artigo 818 da CLT bem como o artigo 373, I do CPC.

Portanto, merece ser julgado improcedente os pedidos de indenização


relativa ao alegado dano moral.

DA JUSTIÇA GRATUITA

A Reclamada impugna o pedido de assistência judiciária gratuita requerida


na exordial, vez que a reclamante não comprovou a sua insuficiência econômica, nos
termos do art. 14 da Lei 5584/70, sendo que mera declaração de pobreza não tem o
condão de suprir os requisitos de que cuida o artigo 14 da Lei 5.584/70.

Assim, requer a Reclamada a improcedência do pedido constante da inicial.

DOS RECOLHIMENTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS

A reclamante requer ainda seja a Reclamada compelida a efetuar os


recolhimentos fiscais e previdenciários.

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Ocorre que a Reclamada não contratou os serviços da obreira, bem como
tais obrigações são inerentes às atividades desempenhadas pela reclamante, que deve arcar
com tais custos. Não tendo a Reclamada efetuado o pagamento de valores à Reclamante,
eis que as comissões eram pagas diretamente pelos corretores, bem como diante do fato
de não existir qualquer vínculo trabalhista, não há que se falar em recolhimentos fiscais e
previdenciários, devendo, pois, tal pleito ser julgado improcedente.

V. DOS DOCUMENTOS

A Reclamada impugna expressamente os documentos anexados pela


reclamante, seja no teor ou forma, que não tenham sido expressamente admitidos na
presente contestação e que estejam, ainda, em desacordo com o disposto no art. 830 da
CLT.

VI. DA SUPOSTA LIQUIDAÇÃO DOS PEDIDOS

A Reclamada impugna todos os supostos valores líquidos apresentados


pela reclamante, uma vez que unilaterais e não observados os argumentos e limitações
expostas na presente defesa.

VII. DOS PEDIDOS

Ante todo o exposto e considerando tudo o mais que dos autos consta,
requer a reclamada seja inicialmente acatada a prescrição bienal aduzida de forma a ser
julgada extinta com resolução de mérito a presente demanda, ou na remota hipótese de
ultrapassa a preliminar de mérito aduzida, que seja acolhida as demais preliminares e seja
julgada totalmente improcedente a presente ação, condenando a reclamante ao

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pagamento das custas e demais despesas processuais.

VIII. DAS PROVAS

De plano, produz a defendente prova documental, declarando o presente


subscritor, sob sua responsabilidade pessoal, serem autênticos os documentos em cópia
acostados à defesa, nos termos do artigo 830 da CLT (nova redação pela Lei 11.925/09).

Assim, faz-se necessário o cruzamento contábil de tais vendas em relação à


administração operada pela empresa – o que não é possível ser feito sem uma pericia
judicial.

Além disso, também requer a EXPEDIÇÃO DE OFICIO à Receita


Federal, para que informe a este juízo a declaração de IR da reclamante, o que
provará a sua real remuneração.

Registra-se que tais provas são requeridas em observância ao PRINCÍPIO


DA PRIMAZIA DA REALIDADE, o que é de extrema relevância para o deslinde do
litígio.

Outrossim, requer oportunidade processual para a produção de todos os


meios de prova em direito admitidas, sobejamente através da juntada de novos
documentos, oitiva de testemunhas, perícias, etc., inclusive depoimento pessoal da
reclamante, o que desde já requer, pena de confesso.

IX. DA COMPENSAÇÃO

“Ad cautelam”, a reclamada pede caso sejam deferidas quaisquer verbas a

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reclamante, o que se admite por argumentar apenas, que seja efetuada a compensação das
parcelas pagas sob o mesmo título, de modo a evitar-se o enriquecimento sem causa,
inclusive no que diz respeito às verbas previdenciárias.

X. DOS DESCONTOS E DA CORREÇÃO MONETÁRIA

Requer, também, a reclamada, caso algum parcela venha a ser por absurdo,
venia permissa, deferida a reclamante que sejam efetuados os descontos previdenciários e
tributários cabíveis, na forma da legislação aplicável à espécie, sobretudo pelo fato de que,
em tais hipóteses, a obrigação, enquanto contribuinte, é exclusivamente daquele.

Na oportunidade, e ainda admitindo por argumentar eventual condenação,


pede a defendente que os juros incidam a partir da data da propositura a da ação, e a
correção monetária seja calculada na forma determinada pelo artigo 39 da Lei 8.177/91,
combinado com o disposto no parágrafo único do artigo 459, da CLT e ainda com o
artigo 5º, II, da Magna Carta.

XI. DA AUTENTICIDADE DOS DOCUMENTOS

Nos termos do artigo 830 da CLT os procuradores abaixo assinados


declaram a autenticidade das cópias dos documentos juntados à presente defesa, sob suas
responsabilidades pessoais e legais.

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XII. DO ENDEREÇO PARA NOTIFICAÇÕES

Requer, por derradeiro, a ora defendente o cadastramento da capa dos


autos, eque todos os avisos, notificações, intimações, etc., pertinentes a este feito sejam
encaminhados ao escritório de seus procuradores, em nome de Rafael Antunes
Frederico, inscrito na OAB/MG sob o nº 110.076, com endereço profissional situado
à Praça Carlos Chagas, n°. 49, 11° andar, Lourdes, Belo Horizonte/MG, CEP 30170.913,
sob pena de nulidade.

Termos em que pede deferimento.


Belo Horizonte, 6 de abril de 2017.

Leandro Henriques Gonçalves Rafael Antunes Frederico


OAB/MG 117.061 OAB/MG 110.076

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