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RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
I. DA JUSTIÇA GRATUITA
O reclamante não possuía carteira assinada com a empresa, nem mesmo tinha um
contrato de trabalho com a parte reclamada, pois o mesmo se mudou da cidade em que
morava para conseguir trabalhar nessa empresa que estava no momento oferecendo
empregos. Mas com o decorrer do tempo percebeu que não haveria direito sobre aquela
relação de emprego. Assim, o Reclamante começou no dia a dia a perceber que seu regime de
trabalho estava um pouco fora das regras da legislação brasileira de trabalho. A parte
reclamada em consulta com seus advogados identificou a infringência às normas da CLT,
sendo considerado seu trabalho excedente a carga horária prevista em lei, dentre outros
requisitos necessários que estavam sendo violados.
O Reclamante no dia 18 de novembro de 2022, recebeu a notícia que não precisaria prestar
os serviços, uma vez que já estavam sendo realizados desde dezembro de 2020. No entanto,
após ser comunicado da decisão, não recebeu aquilo que era seu por direito, como por
exemplo, horas extras trabalhadas, verbas rescisórias, e o vale alimentação. Depois disso, Sr,
Kelvin foi consultar um advogado, para tomar ciência o que podia pleitear em face do Sr, Gru
Santos, representante e dono da empresa Bananas e Produtos LTDA, ao ser questionado por
sua advogada sobre a rotina, Sr. Kelvin relata que iniciava sua jornada de trabalho às 7hrs da
manhã encerrando sua jornada às 17hrs, durante esse período de suas atividades laborais o
reclamante, não tinha direito as pausas intrajornada.
Sendo assim, cumpria integralmente seu período em 10hrs laborais, o reclamante também
relata que era extremamente insalubre as condições em que se trabalha, como por exemplo
componentes químicos que a maioria dos que trabalhavam não sabia a reação e não eram
fornecidas as proteções necessárias para trabalhar com esses materiais.
III. DO DIREITO
Segue o teor da Súmula n° 347 do TST, sobre o direito a horas extras trabalhadas que não
foram ressarcidas:
Súmula 347: Essa súmula estabelece que o cálculo do valor das horas
extras habituais, para efeito de reflexos em verbas trabalhistas,
observará o número das horas efetivamente prestadas e o respectivo
valor. Isso significa que, para calcular o impacto das horas extras em
outras verbas salariais, é a realidade do serviço prestado que deve ser
levada em consideração, uma vez que se trata de uma verba de
natureza salarial recebida de forma condicional.
➢ DA RELAÇÃO DE EMPREGO
O Reclamante demonstra em seu relato que claramente não seguia o vínculo tradicional
previsto no art. 4° da CLT, mas isso não exclui a relação de emprego existente entre suas
funções e a empresa citada acima.
Havia ainda a subordinação sobre o representante e dono da empresa, o Sr. Gru, que
ordenava onde cada um trabalharia e o modo, não fornecia qualquer tipo de instrumento ou
informações de como manejar os produtos que faziam parte da função do empregado e de
outros.
Há também de forma inequívoca a onerosidade que era recebida pelo Sr. Kelvin, que
conforme anexo 1, era sem qualquer adicional de horas extras e era um valor que era
acrescentado em sua conta todo dia 25 do mês.
➢ DO VALE ALIMENTAÇÃO
O reclamante requer também aquele acréscimo que é seu por direito a ser posto no salário que
recebia, que é o de alimentação, previsto no art. 458 da CLT. Todos sabemos que não é de
caráter obrigatório para o empregador fornecer, mas é de suma importância visto que o
requerente reside em cidade diversa da que nasceu, no momento que prestava seus serviços, o
valor que era recebido não contemplava toda sua subsistência.
➢ DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE
O Reclamante no desempenho de suas atividades tinha contato com componentes
químicos, não obtendo devidas orientações sobre a reação causada após o uso. Frisa-se, que
para tanto o Reclamante não fazia o uso de EPIs (Equipamento de Proteção Individual), tendo
em vista que o Reclamado não disponibilizava destes para nenhum funcionário.
Consequências que não poderão ser mensuradas a curto prazo, pela grande exposição a esses
compostos químicos sem qualquer tipo de cuidado ou proteção, como protege o empregado o
art. 189 da legislação trabalhista.
Trazemos também como a jurisprudência vem julgando tal assunto, que visa
principalmente à proteção do empregado e de sua saúde:
● Ao pagamento das verbas rescisórias faladas acima, como vale alimentação, adicional
de insalubridade, das horas extras.
V. DOS REQUERIMENTOS
● Produção de prova documental, depoimento pessoal de preposto da Reclamada, sob
pena de confissão, oitiva de testemunhas, juntada de documentos.
● Requerer a notificação da parte para que apresente a defesa sob pena de revelia.
25 de novembro de 2023
Salvador/Ba