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MARCOS S.

MUNHOZ
OAB nº xxxxx
Avenida Jorge Walter, 3126, Centro – 87.303-060
Campo Mourão - PR

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA DO TRABALHO DE


CAMPO MOURÃO, ESTADO DO PARANÁ.

AUTOS N◦: 0001234-56.2015.5.09.0091


RECONVINTE: JK & CIA LTDA
RECONVINDO: ELTON JOHN

JK & CIA LTDA, pessoa jurídica de direito privado,


inscrita no CNPJ/MF sob nº 77.777.777/0001-77, com sede na Avenida das Torres,
nº 1700, centro, na cidade de Araruna - PR, sendo seu representante legal,
JUCELINO KUBITSCHECK, brasileiro, casado, administrador, portador da cédula
de identidade sob nº 2.333.444-5, inscrito no CPF sob nº 987.654.321-00, residente
e domiciliado na Rua Tartarugas, nº1537 na cidade de Araruna – PR, por seu
procurador abaixo assinado – procuração em anexo, com endereço profissional na
Avenida Jorge Walter, nº 3126, Bairro Centro, na cidade de Campo Mourão - PR,
CEP nº 87303-060, onde recebe avisos e intimações, vem respeitosamente, perante
a presença de Vossa Excelência, com fulcro no art. 282, 315 e 316 do Código de
Processo Civil propor:

RECONVENÇÃO

Contra, ELTON JOHN, já devidamente qualificada nos autos em


epígrafe, conforme fatos e fundamentos a seguir:
MARCOS S. MUNHOZ
OAB nº xxxxx
Avenida Jorge Walter, 3126, Centro – 87.303-060
Campo Mourão - PR

1. Dos Fatos

O Reconvindo foi admitido no dia em 01/02/2014, sendo dispensado


por justa causa, no dia 05/08/2015, com ultimo salario percebido no valor de R$
1.500,00 (mil e quinhentos reais).
Protocolizou perante esta Vara do Trabalho de Campo Mourão – PR,
Reclamatória Trabalhista, buscando reverter fundamento da resolução contratual e
possíveis direitos advindos desta alteração.
Ocorre que o Reconvindo causou prejuízo a empresa, visto que, no
dia 03/08/2015 esta adquiriu um novo notebook para realização de atividades
conexas com o trabalho realizado pelo Reconvindo, de forma que este
abruptamente, alegando o fato do equipamento estar travando, dolosamente o
lançou contra a parede, danificando permanentemente o aparelho, vindo a causar
perda para empresa Reconvinte, no valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais). Fato
este que cominou na sua dispensa.

2. Do Direito

2.1 Da Responsabilidade do Reconvindo e do Dever de Indenizar

Como relatado nos fatos descritos anteriormente o dano causado


pelo Reconvindo se deu de forma dolosa, já que deliberadamente e por vontade
própria, lançou notebook contra a parede, vindo a inutiliza-lo, fato que este que
reflete perfeitamente o que aduz o artigo 462, parágrafo 1º da CLT, que dispõe o
seguinte: Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde
que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado.
Com relação à possibilidade de aplicação do dispositivo supracitado,
vejamos o que entente a jurisprudência:
MARCOS S. MUNHOZ
OAB nº xxxxx
Avenida Jorge Walter, 3126, Centro – 87.303-060
Campo Mourão - PR

DOS DESCONTOS INDEVIDOS. MULTA DE TRÂNSITO.


PRESSUPOSTOS AUTORIZATIVOS. INOCORRÊNCIA.
ONUS PROBANDI DA RECLAMADA NÃO DESVENCILHADO.
O art. 462, parágrafo 1º, da CLT, em sua primeira parte,
autoriza os descontos por dano causado pelo empregado, nas
hipóteses em que o trabalhador incorre em culpa, desde que
haja ajuste nesse sentido, ou em caso de dolo do trabalhador,
como estabelece a sua parte final. De acordo com a
jurisprudência pacificada do Egrégio TST, têm-se os
seguintes requisitos cumulativos e autorizadores dos
descontos salariais: 1) no caso dos danos causados a título
de culpa, exige-se a autorização prévia e por escrito do
empregado e a comprovação da culpa grave do empregado no
evento danoso; 2) no caso dos danos causados a título de
dolo, comprovação pela reclamada de que o empregado
tivesse agido com dolo. À luz do Princípio da Intangibilidade
do Salário, erigido inclusive à condição constitucional, e do
Princípio da Carga Probatória, recai sobre o empregador o
ônus de provar a licitude dos descontos efetuados, encargo do
qual não se desvencilhou. Apelo do obreiro provido para
determinar a devolução dos valores descontados da
remuneração do reclamante a título de multas de trânsito (TRT-
2 - RO: 00013801520105020491 SP 00013801520105020491
A28, Relator: MARIA ISABEL CUEVA MORAES, Data de
Julgamento: 24/09/2013, 4ª TURMA, Data de Publicação:
04/10/2013).

Como vimos, em caso de dolo é cabível o desconto pelo


empregador. Quanto ao ônus probandi, o dolo é facilmente comprovado, haja vista
que, o fato foi presenciado por diversos funcionários e registrados por câmeras de
segurança.
É oportuno dizer que não houve por parte do empregador desconto
do valor do equipamento na resolução do contrato de trabalho com o Reconvindo,
todavia, é lícito ao prejudicado reaver aquilo que lhe foi perdido, sendo dever
daquele que o prejudicou reparar o dano, é o que também dispõe os artigos 186 e
927 do Código Civil, devendo este ser aplicado de forma subsidiária e interpretado
analogicamente, no caso em questão, conforme possibilita o artigo 8º da CLT, que
descreve: “... a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais,
decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros
princípios e normas gerais de direito...”.
MARCOS S. MUNHOZ
OAB nº xxxxx
Avenida Jorge Walter, 3126, Centro – 87.303-060
Campo Mourão - PR

Em suma, por tais razões requer que o Reconvindo seja condenado


ao pagamento dos danos suportados pelo Reconvinte, conforme acima exposto.

3. Dos Pedidos

Ante ao exposto requer a Vossa Excelência a condenação do


Reconvindo ao pagamento de indenização por danos materiais, no importe de R$
4.000,00 (quatro mil reais), acrescidos de juros e correção monetária.

4. Dos Requerimentos

a) Requer a intimação do Reconvindo para, querendo apresentar


Contestação à presente Reconvenção, no prazo legal, sob pena
de revelia e confissão.
b) Requer a total procedência da presente Reconvenção com a
condenação do Reconvindo ao pagamento dos danos suportados
pelo Reconvinte acrescidos de juros e correção monetária.

5. Das Provas

Requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito


admitidos, especialmente por depoimento pessoal do Reconvindo, prova
documental, testemunhal, perícia e todas as demais que o controvertido dos autos
exigir.

Dá-se à causa o valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais).

Termos em que, pede o deferimento.


Campo Mourão/PR, 29 de setembro de 2015.

______________________________________
Advogado
OAB/PR xxxxx
MARCOS S. MUNHOZ
OAB nº xxxxx
Avenida Jorge Walter, 3126, Centro – 87.303-060
Campo Mourão - PR

PROCURAÇÃO

OUTORGANTE: JK & CIA LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no


CNPJ/MF sob nº 77.777.777/0001-77, com sede na Avenida das Torres, nº 1700,
centro, na cidade de Araruna - PR, sendo seu representante legal, JUCELINO
KUBITSCHECK, brasileiro, casado, administrador, portador da cédula de identidade
sob nº 2.333.444-5, inscrito no CPF sob nº 987.654.321-00, residente e domiciliado
na Rua Tartarugas, nº1537 na cidade de Araruna – PR

OUTORGANTE(S): MARCOS DA SELIDADE MUNHOZ, advogado devidamente


inscrito na OAB/PR sob nº xxxx, com endereço profissional na Avenida Jorge Walter,
nº 3126, Centro, na cidade de Campo Mourão - PR, CEP nº 87303-060, onde recebe
avisos e intimações.
PODERES: Todos os poderes contidos na cláusula ad judicia et extra, para o fim
especial de representar o(s) outorgante(s) em juízo, em qualquer processo ou ação,
em qualquer instância ou tribunal em que for(em) autor(res), réu(s), opoente(s),
assistente(s) ou de qualquer forma participante(s) de procedimentos, quaisquer que
sejam, podendo requerer as medidas que forem necessárias, preparatórias,
preventivas ou incidentes, variar de ações e intentar outras, usando dos poderes
conferidos, mais os de desistir, transigir, acordar, receber quantias, dar e aceitar
quitação, agravar, apelar, protestar e levantar protestos, penhorar e sequestrar bens,
promover arrestos, prestar cauções, firmar compromissos, fazer composições
amigáveis e requerer perante entidades públicas, privadas ou associativas, enfim,
requerer o que preciso for para o fiel desempenho das obrigações decorrentes deste
mandato, podendo substabelecê-lo, com ou sem reserva de poderes, e em especial
para propor RECONVENÇÃO, contra ELTON JOHN, podendo ainda, requerer
perícias, arrolar testemunhas, interpor recursos, enfim, praticar todos os atos
indispensáveis ao bom e fiel cumprimento deste mandato.

Campo Mourão/PR, 29 de setembro de 2015.

___________________________
JUCELINO KUBITSCHECK
Outorgante

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