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Responsabilidade Civil Médica

Principais aspectos e desafios no cenário contemporâneo

Introdução – Principais tópicos

• Definição de responsabilidade civil


médica.
• Importância da responsabilidade civil
na prática médica.
• Principais desafios enfrentados pelos
profissionais e instituições de saúde. 1
• Impacto da responsabilidade civil na
relação médico-paciente.

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A responsabilidade civil
tem o seu nascimento
sempre que houver
violação de um dever
jurídico preexistente, e
dessa violação resultar
um certo dano a outrem.

Legislação
Artigo 927 C.Civ. - Aquele que, por ato ilícito (arts.186 e
187), causar dano a outrem fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único - Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados
em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida
pelo autor do ato implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem (Dentista, Enfermeiro, Médico,
Fisioterapeuta).” - Responsabilidade Objetiva
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Artigo 186 C.Civ. Aquele que por ação ou omissão
voluntária, negligência, imperícia ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito. Responsabilidade Subjetiva
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MEDICINA – OBRIGAÇÃO DE MEIO OU DE


RESULTADO?
Na obrigação de resultado o profissional assume o
compromisso de alcançar um objetivo, conseguir
um resultado determinado. Culpa presumida.
Na de meios, o profissional não assegura a
consecução do resultado esperado, apenas se
obriga a empregar os meios possíveis e existentes
para atingir a finalidade esperada. Necessidade de
culpa comprovada.
A Medicina é obrigação de meios, com exceção da
Cirurgia Plástica e da Medicina Estética, que são
consideradas obrigações de resultado.
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Obrigação de meios x Obrigação de resultado

“Tratando-se de uma obrigação de meios, o devedor só será responsável


na medida em que se provar não a falta de resultado (que não entra no
âmbito da relação), mas a total ausência do comportamento exigido, ou
um comportamento pouco diligente e leal. O ônus da prova incumbe
pois ao credor. [...] Já na obrigação de resultado, a problemática se
simplifica, pois só se considera adimplida a prestação com a efetiva
produção do resultado. A ausência deste constitui por si só o devedor
em mora, cabendo-lhe o ônus da prova de caso fortuito ou força maior 3
para se exonerar de responsabilidade”.

COMPARATO, Fábio Konder. “Obrigações de meios, de resultado e de garantia”. In:


Revista dos Tribunais, vol São Paulo: Revista dos Tribunais, dez. 1967, p , p. 35.
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Obrigação de Meio
Culpa a ser provada, diz respeito a “usar de todos os
recursos tecnológicos disponíveis na ciência com o
intuito de oferecer o melhor tratamento possível.”
Obs: Daí que alguns pacientes conseguem na justiça
exames que não são do SUS, ou tratamentos de
ponta....

Obrigação de resultado
Culpa presumida, resultado certo e predeterminado.
Atividades que aqui se enquadram: Dentistas,
Cirurgiões plásticos em estética, Anestesistas,
Patologistas, Bancos de Sangue, Clínicas
Radiológicas.

MODALIDADES DE CULPA
Imperícia - é a falta de observação por despreparo prático ou
insuficiência de conhecimento das normas técnicas essenciais e
básicas, próprias de sua profissão. Um bom exemplo é do
cirurgião que vai realizar um biópsia hepática e ao introduzir a
agulha perfura o fígado do paciente.
Negligência – é o não fazer algo que era caracterizado como
exigível no caso concreto (trata com descaso ou pouco interesse
os deveres e compromissos éticos com o paciente e até com a 4
instituição). Como por exemplo abandonar um paciente, fazer um
exame de raio X sem saber se a paciente está grávida ou
anestesiar paciente cardíaco sem tomar os devidos cuidados.

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MODALIDADES DE CULPA

Imprudência - é o agir precipitadamente, às pressas. É a falta de


cautela no ato. Ação ou omissão assume procedimentos de risco
para o paciente sem respaldo científico ou, sobretudo, sem
esclarecimentos à parte interessada. Como exemplo cita- se o
caso em que o médico libera seu paciente após cirurgia, quando
ainda está sob os efeitos da anestesia.
Erro Grosseiro – é o erro que pode ser detectado até por um
leigo. Como por exemplo, quando o médico faz cirurgia em
paciente homônima.

Culpa in Vigilando
A Clínica ou o Hospital, a partir do momento da
internação, é responsável pela columidade do
paciente, devendo portanto, tê-lo sob vigília.
Exemplo: Incêndio em Hospitais, tentativa de auto
extermínio de pacientes psiquiátricos internados.....
Cabe processo ao hospital !!!!

Culpa in eligendo
Cuidando-se de equipe médica vinculada a
determinado hospital, hipótese em que NÃO é o 5

paciente a escolher o anestesista, profissional


designado pela ‘casa de saúde’, responde o
hospital solidariamente pelos erros na anestesia”
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Exemplos da Jurisprudência:

“Ação de indenização - Erro médico - responsabilidade


solidária do cirurgião (culpa in eligendo) e do anestesista
reconhecido pelo acordo recorrido - Matéria de prova -
Súmula 7/STJ).

I- O médico chefe é quem se presume responsável, em


princípio, pelos danos ocorridos em cirurgia, pois, no
comando dos trabalhos, sob suas ordens é que se executam
os atos necessários ao bom desempenho da intervenção.
II- Da avaliação fática resultou comprovada a
responsabilidade solidária do cirurgião (quando ao aspecto in
eligendo) e do anestesista pelo dano causado. Insusceptível
de revisão esta matéria a teor do enunciado na Súmula
7/STJ. (REsp RJ,3 turma,RSTL 97/179)

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CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. NULIDADE DOS ACÓRDÃOS
PROFERIDOS EM SEDE DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NÃO CONFIGURADA. CIRURGIA PLÁSTICA
ESTÉTICA. OBRIGAÇÃO DE RESULTADO. DANO COMPROVADO. PRESUNÇÃO DE CULPA DO MÉDICO
NÃO AFASTADA. -PRECEDENTES. (...)2. A obrigação assumida pelo médico, normalmente, é obrigação
de meios, posto que objeto do contrato estabelecido com o paciente não é a cura assegurada, mas
sim o compromisso do profissional no sentido de um prestação de cuidados precisos e em
consonância com a ciência médica na busca pela cura.3. Apesar de abalizada doutrina em sentido
contrário, este Superior Tribunal de Justiça tem entendido que a situação é distinta, todavia, quando
o médico se compromete com o paciente a alcançar um determinado resultado, o que ocorre no
caso da cirurgia plástica meramente estética. Nesta hipótese, segundo o entendimento nesta Corte
Superior, o que se tem é uma obrigação de resultados e não de meios.4. No caso das obrigações de
meio, à vítima incumbe, mais do que demonstrar o dano, provar que este decorreu de culpa por
parte do médico. Já nas obrigações de resultado, como a que serviu de origem à controvérsia, basta
que a vítima demonstre, como fez, o dano (que o médico não alcançou o resultado prometido e
contratado) para que a culpa se presuma, havendo, destarte, a inversão do ônus da prova.5. Não se
priva, assim, o médico da possibilidade de demonstrar, pelos meios de prova admissíveis, que o 6
evento danoso tenha decorrido, por exemplo, de motivo de força maior, caso fortuito ou mesmo de
culpa exclusiva da "vítima" (paciente).6. Recurso especial a que se nega provimento.(REsp /MG, Rel.
Ministro CARLOS FERNANDO MATHIAS (JUIZ FEDERAL CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), QUARTA
TURMA, julgado em 10/02/2009, DJe 18/05/2009)

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LINHAS DE DEFESA NA MEDICINA ESTÉTICA


Estado Patológico - Deve-se comprovar perante o Judiciário
que a intervenção não era um capricho e sim uma
necessidade de ordem psíquica.
Imprevisibilidade – as reações do organismo humano são
imprevisíveis
Fato Inevitável - Frustração do objetivo por causas que não
podia evitar.
Presunção de culpa – pode ser eliminada mediante a
demonstração de causa diversa.
Comprovar que teve conduta diligente.
Feição Curativa da medicina estética - saúde como bem
estar psíquico e social e não apenas físico.
Culpa Exclusiva da vítima e/ou Excludentes de culpabilidade
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Excludentes de Responsabilidade

Na obrigação de resultado a culpa é presumida e


cabe ao médico comprovar causa diversa.

• Culpa da Vítima = exclusiva ou concorrente - falta


de cuidado, não cumprimento das obrigações,
exime o médico de responsabilidade. Ex.: deveria
seguir dieta rigorosa pós cirurgia bariátrica.
• Culpa de Terceiro - quando o terceiro não fizer 7

parte da equipe do médico. Ex.: acompanhante


que abaixou a grade e o paciente caiu; resposta
orgânica não ideal do paciente.
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Excludentes de Responsabilidade

• Caso Fortuito - ocorrências extraordinárias


e excepcionais alheias à vontade e à ação
do profissional. (imprevisível - o médico da
cirurgia sofre um AVC durante a cirurgia e o
paciente prorroga a sua intervenção)
• Força Maior – fatos que não se podem
evitar, tempestades, enchentes... (previsível
porém inevitável, uma tromba d'água atinge
a UTI de um hospital...)

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Extensão do erro as clínicas e hospitais


Processos por erro médico crescem e se estendem
aos hospitais e Clínicas – a responsabilidade é
objetiva pois são fornecedores de serviços.
Natureza contratual – deveres de assistência médica e
hospedagem
Responsabilidade independentemente da existência
de culpa. Correntes jurisprudenciais:
• responsabilidade por defeito do serviço.
• responsabilidade por culpa de seus prepostos
(funcionários ou corpo clínico). 8

Laboratórios de análises clinicas, bancos de sangue,


centros de exames radiológicos, responsabilidade
objetiva – obrigação de resultado.

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Responsabilidade objetiva do hospital e clínicas médicas

Relação jurídica complexa:


1º. Contrato de ‘hospedagem peculiar’ (TEPEDINO)
Objeto do contrato: Exames, serviços de enfermaria, apoio e instalações
ambulatoriais, aparelhagem etc.
2º. Contrato de prestação de serviços médicos - RC objetiva contratual. art. 14 do
CDC.

A relação médico-hospital
1ª situação: quando o médico é empregado do hospital, ou lhe presta serviços. Art.
932, III c/c 933.
2ª situação: quando o médico se utiliza da estrutura hospitalar para desempenhar
sua atividade, sem pertencer aos quadros de empregados da instituição. Art. 14,
§4º do CDC.

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Responsabilidade solidária entre o médico e o hospital

RESPONSABILIDADE CIVIL. ERRO MÉDICO.


Em ação indenizatória por dano advindo de cirurgia mal sucedida (suposto erro
médico), insurgem-se os recorrentes quanto ao afastamento da legitimidade
passiva do hospital para responder solidariamente com o médico, que não tem
vínculo com aquele nosocômio. Ressaltou o Min. Relator que o entendimento
recorrido está em consonância com a jurisprudência de que, para responsabilizar o
hospital, tem de ser provada especificamente sua responsabilidade como
estabelecimento empresarial em relação a algum ato vinculado, ou seja,
decorrente de falha de serviço prestado. Assim, quando a falha técnica é restrita ao
profissional médico, mormente sem vínculo com o hospital, não cabe atribuir ao 9

nosocômio a obrigação de indenizar. Precedentes citados: REsp SC, DJe


17/12/2008, e REsp SP, DJ 22/8/2005. REsp PR, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior,
julgado em 4/2/2010.

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Responsabilidade solidária entre o médico e o hospital

(STJ, 4ª T, Resp , Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, j )


(...) não se pode dar guarida à tese do acórdão de, arrimado nas provas colhidas,
excluir, de modo expresso, a culpa dos médicos e, ao mesmo tempo, admitir a
responsabilidade objetiva do hospital, para condená-lo a pagar indenização por
morte de paciente. 3 - O art. 14 do CDC, conforme melhor doutrina, não conflita
com essa conclusão, dado que a responsabilidade objetiva, nele prevista para o
prestador de serviços, no presente caso, o hospital, circunscreve-se apenas aos
serviços única e exclusivamente relacionados com o estabelecimento empresarial
propriamente dito, ou seja, aqueles que digam respeito à estadia do paciente
(internação), instalações, equipamentos, serviços auxiliares (enfermagem, exames,
radiologia), etc e não aos serviços técnicos- profissionais dos médicos que ali
atuam, permanecendo estes na relação subjetiva de preposição (culpa)”.

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Responsabilidade solidária entre o médico e o hospital

Somente quando ocorrer contratação simultânea (‘hospedagem’ e


prestação de serviços médicos):
Se o hospital é contratado apenas para hospedar o paciente, então
somente a instituição será responsabilizada.
Caso somente a [má] conduta médica seja a causa direta e imediata a
intervir na produção do dano, somente o profissional médico será
responsabilizado, salvo quando empregado do hospital. 10

A responsabilidade do profissional liberal é subjetiva e quanto aos


serviços decorrentes do contrato de ‘hospedagem’ é objetiva.
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Causas principais de ação

• Negligência médica.
• Erro de diagnóstico.
• Procedimentos invasivos e cirúrgicos.
• Fornecimento inadequado de
informação ao paciente.

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ESTRATÉGIAS PREVENTIVAS
Documentação detalhada - ficha do paciente, prontuário médico,
consentimento informado, anotações de conduta e assinaturas.
Relação Profissional-Paciente - preocupar-se em agir com todo o
respeito e carinho pelo paciente pois a grande parte dos processos
começam por uma quebra de relação harmoniosa paciente-
profissional.
Ética entre colegas de profissão – uma das maiores causas que
incentivam as demandas judiciais advém de comentários de
profissionais sobre colegas para o próprio paciente.
Clínicas médicas - devem exigir dos seus prepostos no mínimo o 11

comprometimento com o paciente, a utilização do consentimento


informado esclarecido, o correto preenchimento do prontuário, a
guarda da documentação do paciente e o não abandono ao paciente.
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Iatrogenia x Erro Médico

A iatrogenia, ou doença iatrogênica, é um


dano, ocasionado por ato médico em pessoas
sadias ou doentes, através de uso de técnicas
e de fármacos necessários para vencer crises
ou surtos. (Previsibilidade + Necessidade)

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RESPONSABILIDADE CIVIL. ERRO MÉDICO INCOMPROVADO. DANO


IATROGÊNICO. DANO ESTÉTICO E DANO MORAL INEXISTENTES. Definida
como lesão previsível ou sequela do tratamento decorrente da invasão
do corpo, a iatrogenia, ou dano iatrogênico, é também identificada
como meio necessário para a atuação médica. A medicina moderna, ao
conceituar a iatrogenia como todo dano causado ao paciente pela ação
médica ou os males provocados pelo tratamento prescrito, estanca de
forma direta o ingresso no campo da responsabilidade civil, já que os
profissionais médicos que cuidam da saúde alheia, assumem, tão-
somente, uma obrigação de meios, cuja aferição de eventual desvio não
vai além da reparação terapêutica. Afastado, pois, o erro médico,
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conclui-se que o dano suportado pela autora é iatrogênico, decorrente
do necessário aluar médico, não dando margem, portanto, à reparação
civil. IMPROVIMENTO DO RECURSO. (Apelação Cível. DES. MALDONADO
DE CARVALHO - Julgamento: 29/03/ PRIMEIRA CAMARA CÍVEL).
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A atenuação da distinção na responsabilidade civil médica


Mesmo as obrigações de meios são direcionadas a produzir um
resultado útil em favor do credor, idôneo a satisfazer o seu interesse em
receber a prestação. O médico cumpre então a sua obrigação porque
ofereceu um bom tratamento ao paciente. Ocorre, no entanto, que
nestas obrigações, o resultado se confunde com o próprio desempenho
da atividade prometida pelo devedor.
Falta do dever de indenizar nas obrigações de resultado
Restando comprovada que a intervenção médica foi realizada
observando a prática adequada e a diligência necessária, não
há dever de indenizar por inexistir conduta culposa do
profissional, como exige o § 4º do art. 14 da legislação
consumerista, mesmo nas obrigações de resultado.
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Ausência do dever de indenizar nas obrigações de


resultado
A presunção de culpa adotada pelo regime de
responsabilidade das obrigações de resultado não se confunde
com a responsabilidade objetiva, já que em termos práticos, o
médico, que assume obrigação de resultado, pode livrar-se de
responder pelos danos oriundos do descumprimento –
caracterizado pela não obtenção do resultado prometido ao
paciente – mediante prova da ausência de culpa,
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demonstrando, desse modo, que tenha procedido com a
diligência e perícia requeridas no caso em espécie, o que seria
inadmissível caso a sua responsabilidade fosse, de fato,
objetiva.
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A importância prática desta distinção está no ônus


da prova

Nas obrigações de resultado presume-se a culpa


sempre que o resultado não é alcançado,
cumprindo ao médico fazer esta prova, podendo ser
ela elidida com a comprovação de uma causa
diversa para o resultado, que não o seu ato médico.
Já nas obrigações de meio, não há presunção de
culpa, o ônus da prova cabe ao paciente, que deve
provar a culpa do médico, demonstrando que este
não agiu com a devida diligência.

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A Inversão do ônus da prova e a distribuição


da carga probatória
No entanto, embora nas obrigações de
resultado os efeitos da inversão do ônus da
prova liberem o consumidor da prova
pertinente ao nexo casual (no caso de
responsabilidade objetiva) e da culpa (na
hipótese de responsabilidade subjetiva), em
caso algum, porém, o aliviará do dever de 14

provar o dano ou prejuízo a cuja reparação se


endereça a demanda. (Carlos Roberto Barbosa Moreira).

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Deveres inerentes ao médico


Gustavo Tepedino enquadra os deveres inerentes ao médico em três
categorias centrais:
a) o dever de fornecer ampla informação quanto ao diagnóstico e ao
prognóstico;
b) o emprego de todas as técnicas disponíveis para a recuperação do
paciente, aprovadas pela comunidade científica e legalmente permitidas;
c) a tutela do melhor Interesse do enfermo em favor de sua dignidade e
integridade física e psíquica.

Deveres anexos do médico


O simples fato de a obrigação ser de meios, não significa que outros fatores
não devam ser analisados no caso concreto, não acarretando
necessariamente a não caracterização de erro médico, na ausência do
dever de indenizar, haja vista que sejam as obrigações de meio ou de
resultado, ao médico é imposto deveres anexos pela incidência do
princípio da boa-fé objetiva.

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O dever de informação
“Responsabilidade Civil. Erro Médico. Laqueadura de Trompas.
Gravidez Extra-Uterina Riscos. Informações Insuficientes ao
Paciente. Danos Materiais e Morais. Circunstância em que,
mesmo após a realização da cirurgia de laqueadura, a autora
engravidou. Embora clinicamente seja possível tal
acontecimento, como se constata da ampla literatura médica
citada pela demandada, a demonstrar que o método
contraceptivo não é inteiramente eficaz, cabia àquela que
oferece tais serviços, valendo-se, inclusive, de propaganda na
imprensa, prestar tais informações, o que não restou 15
demonstrado. Destarte, caracterizada sua negligência impõe-se
o dever de indenizar à autora pelos danos materiais e morais
por ela sofridos”. - STJ. Agravo de instrumento nº Relator:
Ministro Carlos Alberto Menezes Direito. DJ
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Consentimento informado

RESPONSABILIDADE CIVIL. Médico. Consentimento informado.


A despreocupação do facultativo em obter do paciente seu
consentimento informado pode significar - nos casos mais
graves - negligência no exercício profissional. As exigências do
princípio do consentimento informado devem ser atendidas com
maior zelo na medida em que aumenta o risco, ou o dano.
Recurso conhecido.
STJ. REsp / SP

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Sigilo Médico x Exibição de prontuários


O sigilo médico “é uma obrigação e um direito,
irmanados de sua profissão”, o sigilo hospitalar, por
outro lado, não mantém tal característica, “pelo
fato de outras pessoas, discretamente – médicos,
enfermeiros, auxiliares -, tomarem conhecimento
de informações que não devem ser transmitidas a
estranhos”. Vê-se, pois, que é abusiva a cláusula
que veda o acesso ao consumidor-paciente de
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informações que, porventura, se encontrem na
posse do prestador de serviços médicos (Portaria nº
3, de , da Secretaria de Direito Econômico do
Ministério da Justiça).
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Conclusão

• Importância do equilíbrio entre o direito ao


ressarcimento e a prática médica
• Necessidade de um sistema jurídico e de
saúde mais eficiente
• Apelo para uma discussão ampla e
colaborativa sobre a responsabilidade civil
médica
• Seguro de responsabilidade civil profissional
• Honrarias e bons registros como defesa na
responsabilidade civil

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