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ROTEIRO DE APRESENTAÇÃO DO TCC

1- Bom dia, gostaria de cumprimentar aos professores XXXX que estão compondo a banca
avaliadora, a qual tive a honra de ser aluna. Cumprimento também, a minha mãe e meu esposo e
agradeço o comparecimento na minha apresentação.
Sou a aluna Linda Késia Lucas Nunes da Cruz, cursando o último semestre do curso de direito nesta
instituição e hoje estou aqui para dar mais um passo na minha formação e apresentar meu trabalho de
conclusão de curso.
Tive como tutora online a professora Larissa Clare da Silva.
2- O presente trabalho teve como tema: RESPONSABILIDADE CIVIL DAS OPERADORAS DE
PLANO DE SAÚDE EM CASO DE ERRO MÉDICO: UMA ANÁLISE DO ENTENDIMENTO
DOS TRIBUNAIS BRASILEIROS.
3- Que traz como problemática:
Qual a responsabilidade civil dos planos de saúde em casos que envolvam erros médicos? E como se
encaixa a responsabilidade dos hospitais e das operadoras de planos de saúde quando ocorre algum
dano ao paciente?

4- A relevância:
A responsabilidade civil tem papel fundamental no nosso dia a dia, visto que serve para equilibrar
todas as relações interpessoais, especialmente quando se fala em relação de consumo, nos quais os
consumidores normalmente estão em uma posição desfavorável e de maior fragilidade.
responsabilidade civil das Operadoras de planos de saúde em caso de erro médico, sua relevância tem
se destacado, devido ao aumento das ações judiciais que buscam tratar a problemática, em um campo
que envolve uma especialização a qual requer tanto o conhecimento jurídico como o da medicina.
5- Metodologia:
Em relação à metodologia adotada, a pesquisa foi realizada por meio de doutrinas e de principais
decisões judiciais, se destacando as que foram proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A
abordagem tem natureza qualitativa, com o propósito de compreender as ações dos consumidores e as
práticas das instituições, examinando as interações sociais e identificando os comportamentos
inadequados.
6- Objetivo geral:
O objetivo geral deste estudo é adquirir uma compreensão mais abrangente acerca do instituto da
responsabilidade civil das operadoras de planos de saúde em casos de erro médico, a qual se dará a
através de análise de doutrinas e jurisprudências.ai
7- Motivo da Escolha do tema:
A escolha do tema do presente trabalho se deu da minha experiência como estagiária no departamento
jurídico de uma empresa prestadora de serviços de assistência à saúde. Em diversas ocasiões, pude
observar a tentativa da operadora de plano de saúde e do estabelecimento hospitalar em se eximir de
responsabilidades conjuntas em situações que, segundo previsões legais, poderiam ensejar
responsabilidade solidária. Este cenário despertou meu interesse em aprofundar-me no estudo da
responsabilidade civil das operadoras de planos de saúde em casos de erro médico, visando
proporcionar uma contribuição informacional aos consumidores, permitindo aos consumidores uma
compreensão mais aprimorada dos seus direitos e da estrutura normativa que regula as relações entre
operadoras de planos de saúde e beneficiários.
8- O presente trabalho foi divido em 3 seções
9- Na primeira seção foi discorrido acerca do

INSTITUTO DA RESPONSABILIDADE CIVIL

Na primeira seção se faz necessário trazer o conceito da responsabilidade civil para que não restem
dúvidas acerca do tema em questão.

Para o doutrinador Roberto Gonçalves a obrigação é considerada um dever jurídico originário e a


responsabilidade é um dever jurídico sucessivo, que surge como uma consequência. Sendo assim a
obrigação é o compromisso inicial assumido por uma parte, enquanto a responsabilidade é o dever
subsequente que surge quando essa obrigação não é cumprida, gerando a obrigação de reparar
eventuais danos causados.

Para Maria Helena Diniz os elementos da responsabilidade civil é a existência do ato, o dano causado
à vítima e a ligação entre o ato e a relação entre o dano e a vítima.

Sabe-se que a responsabilidade civil pode ser subjetiva, exigindo a identificação da culpa, ou
objetiva, focando na relação causal entre o ato e a obrigação pactuada, não sendo necessário a
comprovação da culpa ou do dolo. Essa distinção é crucial para os casos que se busca indenização
pelos danos causados.

A) Responsabilidade civil dos médicos:

A responsabilidade civil na área da saúde, especialmente para médicos, é subjetiva, exigindo a


comprovação de culpa, como imprudência ou negligência. O Código de Defesa do Consumidor
reforça esse caráter subjetivo em seu art. 14 parágrafo 4º. A responsabilidade médica é
caracterizada em responsabilidade de meio (diagnóstico) e de resultado. No presente trabalho foi
trazido um julgado do STJ onde destaca a importância de analisar as circunstâncias para determinar
a responsabilidade, nesse caso, o médico havia sido absolvido de culpa apenas por ter informado o
paciente acerca dos eventuais problemas que poderiam surgir no pós-operatório. O ato de apenas
informar ao paciente pode exonerar o profissional de culpa. Resumindo, a análise de culpa é
essencial na responsabilidade civil de profissionais de saúde, com atenção à distinção entre
responsabilidade de meio e de resultado.

B) Responsabilidade Civil dos Hospitais:

Conforme a visão predominante na doutrina e decisões judiciais, o hospital é responsável apenas


pelos danos decorrentes dos serviços diretos de médicos ou funcionários de seu quadro clínico. A
responsabilidade não se estende a prestadores de serviços externos. Se o médico é empregado pelo
hospital, a responsabilidade é objetiva, mas se ele utiliza as instalações apenas para internar
pacientes particulares, a responsabilidade é exclusivamente do médico. Em casos de erros
relacionados à prestação de serviços essenciais do hospital, como acomodação, alimentação e falhas
em equipamentos, a responsabilidade civil é do próprio hospital. A distinção entre responsabilidade
objetiva e subjetiva se aplica às atividades cotidianas e essenciais da instituição, e aos erros
relacionados à prestação de serviços por parte de seus representantes ou funcionários,
respectivamente. A responsabilidade do hospital é crucial quando terceiros são afetados nas
instalações devido às ações de prestadores de serviços ou funcionários contratados. A investigação
das causas dos incidentes é fundamental para identificar responsabilidades.
Na 2ª Seção discorremos acerca da RESPONSABILIDADE CIVIL DAS OPERADORAS DE PLANOS DE
SAUDE EM CASOS DE ERRO MÉDICO

O Artigo 199 da Constituição Federal de 1988 e o artigo 4º parágrafo 4º da lei 8.080 estabelece que a
assistência à saúde é permitida à iniciativa privada, ressaltando que as instituições privadas têm a
possibilidade de contribuir de maneira complementar ao SUS.

A Constituição Federal de 1988 consagrou a saúde como direito fundamental, incumbindo ao Estado
sua garantia. O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado para assegurar esse direito, permitindo a
participação da iniciativa privada como complemento.

Os serviços de saúde, essenciais e de interesse público, são regulamentados pelo poder público,
incluindo os planos de saúde, regidos pela Lei nº 9.656/98. A Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS) foi estabelecida para complementar essa regulamentação.

Apesar da regulação, surgem desafios na responsabilidade dos planos de saúde em casos de falhas
na prestação de serviços, exigindo análise cuidadosa das leis vigentes para garantir qualidade e
responsabilidade na assistência prestada aos beneficiários.

A) RESPONSABILIDADE DOS PLANOS E SEGUROS DE SAUDE

Os Planos de Saúde são regulados pela Lei nº 9.656/88 e também pelo Código de Defesa do
Consumidor, conforme reconhecido pelo Superior Tribunal de Justiça. O objetivo é garantir a
integridade dos contratos, evitando cláusulas prejudiciais ao consumidor. Existem duas abordagens
principais nos planos de saúde: o seguro-saúde, que reembolsa despesas e permite a livre escolha de
prestadores, e os planos de assistência, que envolvem o credenciamento de profissionais e hospitais.
Nos planos de assistência, a responsabilidade é objetiva, e a escolha do prestador é do plano de
saúde, que pode ser responsabilizado por seleção inadequada. O conceito de "culpa in eligendo"
destaca a obrigação da operadora de escolher cuidadosamente seus prestadores. Já nos seguros-
saúde, a responsabilidade é diferente, pois o beneficiário tem liberdade para escolher profissionais e
não há responsabilidade conjunta com prestadores específicos em caso de falhas no serviço.

A.A. Responsabilidade Quanto Ao Vínculo No âmbito Da Cooperativa Médica

A terceirização, comumente adotada no ambiente empresarial, tornou-se mais proeminente com a


Lei nº 8.949/94, que permitiu a escolha de cooperativas para evitar custos trabalhistas. Essa prática
trouxe controvérsias sobre o vínculo empregatício entre empresas e associados cooperativos. No
contexto dos planos de saúde, onde profissionais atuam como cooperadores, a autonomia aparente
levanta debates sobre a responsabilidade do plano, argumentando a ausência de vínculo
empregatício. Contudo, a análise da relação real entre as partes revela que, ao restringir a escolha
do beneficiário, o plano assume responsabilidade objetiva e solidária por eventuais erros médicos. O
STJ confirmou essa responsabilidade em relação a prestadores e hospitais credenciados,
diferenciando-a dos seguros-saúde, nos quais a livre escolha do beneficiário exclui essa
responsabilidade direta. Conclui-se que, apesar da ausência de um vínculo direto entre
cooperadores e contratantes, a atuação desses cooperadores equivale à de prestadores de serviços
credenciados, estabelecendo uma responsabilidade civil objetiva e solidária em caso de danos ao
paciente vinculado ao plano de saúde.

A.B. Responsabilidade Quanto Ao Médico Plantonista E Hospital Com Rede própria

A medicina hospitalar, em especial a atuação de médicos plantonistas, tem gerado aumento nos
processos judiciais. A responsabilidade desses profissionais segue princípios subjetivos, exigindo
comprovação de ato prejudicial, dano, nexo causal e culpa. Mesmo cumprindo suas
responsabilidades, a Resolução nº 1.493 de 1998 do Conselho Federal de Medicina exige um médico
assistente para pacientes internados. O médico plantonista não é isento de responsabilidade, sendo
crucial avaliar se o dano resultou exclusivamente de sua função. Quanto à responsabilidade do
hospital em falhas nos serviços, a análise inicial foca no profissional específico e sua associação ao
corpo de plantonistas. Se o profissional estiver associado ao hospital, a responsabilidade pode ser
solidária, conforme artigos 932, inciso III, do Código Civil, e 14 do Código de Defesa do Consumidor.
O Superior Tribunal de Justiça respalda essa interpretação, estabelecendo que em caso de erro
médico, a responsabilidade é conjunta entre o profissional e o hospital, conforme o art. 932, III do
Código Civil.

B) Planos De saúde De Autogestão

A autogestão em planos de saúde, não visando lucro, difere da abordagem convencional. Litígios,
especialmente em casos de erro médico, levantam questões de responsabilidade. A jurisprudência
destaca que o Código de Defesa do Consumidor não se aplica a planos de autogestão. Embora
regidos por contratos civis, ambas as partes devem agir com boa-fé. Para responsabilizar a
operadora, é necessário provar a culpa, pois a responsabilidade não é automática. Negativas
indevidas podem resultar em danos morais, demonstrando que a responsabilidade é sempre
subjetiva, exigindo comprovação de culpa para indenização.

3ª SEÇÃO - ANALISE ACERCA DOS JULGADOS SOBRE A RESPONSBAILIDADE CIVIL DOS MEDICOS,
PLANO DE SAUDE E HOSPITAIS

A referida seção vem trazer uma análise sobre a responsabilidade civil das operadoras de planos de
saúde em casos de erro médico, com base em jurisprudências dos tribunais brasileiros.

A primeira decisão trata de Responsabilidade objetiva em caso de erro médico onde Ministro Raul
Araújo da Quarta turma julgou um caso que envolve um paciente que sofreu um acidente vascular
cerebral (AVC), onde a responsabilidade da operadora foi estabelecida devido a um diagnóstico
médico equivocado. O STJ afirmou que a responsabilidade da operadora é objetiva quando o médico
é um prestador de serviço credenciado.

No segundo caso vai trazer a solidariedade entre Operadoras e Hospitais onde o Ministro Paulo de
Tarso Sanseverino da terceira turma do STJ determinou a responsabilidade solidária de um hospital
e da operadora de plano de saúde devido a um erro cirúrgico, visto que o hospital era credenciado a
operadora.

Quanto a responsabilidade da Operadora em Casos de Negligência Médica, o Ministro Luís Felipe


Salomão da quarta turma do STJ ressalta que as operadoras de planos de saúde podem ser
responsabilizadas pela conduta inadequada de seus prestadores de serviços, sendo a
responsabilidade objetiva, baseada na teoria da "culpa in eligendo" (culpa na escolha).

Em outro caso, a Ministra Nancy Andrughi da Terceira turma do STJ julga um caso em que exclui a
responsabilidade da Operadora e do hospital visto que o médico não mantinha vínculo com ambos.

O Ministro Luís Felipe Salomão é citado em uma decisão após firmar entendimento que as
operadoras compartilham responsabilidades civis quando credenciam médicos e hospitais,
estabelecendo uma relação de solidariedade.

Quanto ao Entendimento sobre Responsabilidade em Contratos de Livre Escolha, Uma decisão da


Quarta Turma do STJ reforça que em contratos baseados na livre escolha do beneficiário, como nos
seguros-saúde, a responsabilidade da operadora não é estendida à má prestação do serviço, uma
vez que há liberdade para os consumidores em escolher o profissional a qual deseja ser atendido.

CONCLUSÃO:

É valido salientar que análise de cada caso, juntamente com a compreensão dos elementos
envolvidos, desempenham um papel importante na determinação da obrigação de reparar o dano,
uma vez que a identificação da culpa associada com o nexo de causalidade é essencial para que seja
reconhecido a responsabilidade subjetiva, já a responsabilidade objetiva, não é necessário a avaliar
tal conduta, bastando apenas comprovar a existência do dano e o nexo causal.

Com base nessas considerações, o presente trabalho chegou a conclusão de que a responsabilidade
dos médicos é subjetiva, devendo ser avaliada a culpa, uma vez que os médicos são sujeitos a erros,
como qualquer pessoa. Assim, para que seja reconhecida a culpa e seu dever de indenizar, é
necessária a análise minuciosa acerca de sua conduta inadequada ou não. No que se refere a
responsabilidade dos planos de saúde, ela é de natureza objetiva, estando vinculada a sua atividade
contratual de prestação de serviço de assistência à saúde, no entanto, quanto ao dano resultante de
erro médico, para justificar a responsabilidade objetiva das operadoras, é necessário identificar a
culpa do profissional liberal. Já a responsabilidade do hospital é objetiva, sendo analisado se o dano
resultou de atividade rotineiras do hospital, como internação e uso de equipamentos, e será
subjetiva nos casos de erros cometidos por prepostos ou funcionários na prestação de sserviços.

Com essa conclusão, encerro minha apresentação e mais uma vez agradeço a disponibilidade dos
professores em avaliar meu trabalho.

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