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EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA ..... VARA CÍVEL DA COMARCA DE .....,
ESTADO DO .....
....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG
n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e domiciliado (a) na Rua ....., n.º .....,
Bairro ....., Cidade ....., Estado ..... e ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional
da área de ....., portador (a) do CIRG n.º ..... e do CPF n.º ....., residente e
domiciliado (a) na Rua ....., n.º ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., por
intermédio de seu (sua) advogado(a) e bastante procurador(a) (procuração em
anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro .....,
Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificações e intimações, vêm mui
respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor
em face de
....., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º ....., com sede na
Rua ....., n.º ....., Bairro ......, Cidade ....., Estado ....., CEP ....., representada
neste ato por seu (sua) sócio(a) gerente Sr. (a). ....., brasileiro (a), (estado civil),
profissional da área de ....., portador (a) do CIRG nº ..... e do CPF n.º ....., pelos
motivos de fato e de direito a seguir aduzidos
DOS FATOS
Após .... ano e .... meses filiada ao Plano, cujas parcelas foram rigorosamente
quitadas pela usuária (cf. recibos em anexo), a Requerente solicitou, através de sua
Médica, Dra. ...., autorização para tratamento cirúrgico, motivado por ....,
identificado na paciente (cf. declaração e solicitação de guia médica acostadas).
DO DIREITO
"Cláusula VII - Serviços não Assegurados. Não são assegurados por este
Regulamento as despesas relativas a:
(...)
q) tratamento de doenças ou lesões existentes antes da inclusão do usuário e
demais complicações dela decorrentes."
"Que a adesão surja como um capricho das partes, a quererem fazer prevalecer sua
vontade preponderante sobre a outra." (in Do Contrato, Forense, pág. 84).
No caso em tela, a Cláusula Contratual sob a qual a Requerida edificou sua decisão
negativa, no intuito de determinar sua exclusão de responsabilidade, fora
interpretada arbitrária e unilateralmente, em detrimento dos direitos da Autora. A
parte que adere às condições impostas no Contrato de Adesão muitas vezes
permanece ao inteiro alvedrio da Contratada, no que diz respeito à interpretação de
normas contratuais.
A Requerente, ao conveniar-se à ...., não previu que, algum tempo após a adesão
ao contrato, seria submetida a uma cirurgia de artrose. Assinou o contrato,
portanto, imbuída de boa-fé, pois, diante de todos os benefícios, garantias e
facilidades do Plano de Saúde, oferecidos pelo vendedor, esperou ter adquirido um
Plano que proporcionasse cobertura de eventuais problemas de saúde, de acordo
com o tipo de plano escolhido.
Não esperava a Autora que, ao associar-se à ...., após ter pago mais de um ano de
mensalidades, ficar completamente ao desamparo quando efetivamente
necessitasse usufruir do plano médico, como de fato ocorreu.
Neste aspecto, importante salientar que o parecer jurídico emitido pelo PROCON,
julgando procedente a reclamação instaurada, baseou sua decisão, entre outros
dispositivos, no artigo 6º, IV do Código de Defesa do Consumidor, que dispõe:
Conclui-se, portanto, que não há garantia nenhuma oferecida pelo Plano. O Usuário
permanecerá sempre ao inteiro alvedrio da Empresa.
Desta forma, se a Cooperativa não exige exame médico para constatar a "pré-
existência de doenças" daqueles com quem contratam Plano de Saúde, assume o
risco de pagar as despesas dela decorrentes, em função do princípio da boa-fé
presumida nos contratos.
"Quando, dunque, di danni non patrimoniale, intendiamo parlere di danni che non
ledono in patrimonio della persona. II contenuto dio questi danni non è ill denaro,
nè una cosa commercialmente reducible in denaro, ma il dolore, lo spavento,
l'emozione, l'onta, lo strazio fisico e morale, in generale una dolorosa sensazione
provata dalla persona, atribuendo alla parola dolore il più largo significato."
(Minozzi, Alfredo, "in" Studio sul danno non patrimoniale (danno morale), 3ª Ed.,
1917, p. 41, citado em nota por Maria Helena Diniz, Curso de Direito Civil
Brasileiro, 7º Vol., 3ª Ed., 1987, pág. 76).
No momento em que necessitou de uma cirurgia no joelho, que lhe causava dores
intensas, dificuldade em locomover-se, e demais conseqüências da doença que lhe
acometera, qual não foi sua surpresa e desespero, em descobrir que, após
cumprida a carência contratual a que se submetera compulsoriamente, ter pago
mais de .... ano e .... meses de prestações, quitadas em dia, não poderia usufruir
dos benefícios do referido Plano, porque a .... considerou arbitrariamente sua
doença como "pré-existente" !!
Além dos danos materiais, consubstanciados nos gastos com despesas médico-
hospitalares, a Cooperativa deverá também ser responsabilizada pelos danos
morais experimentados, havidos em conseqüência da decisão arbitrária e unilateral
da Requerida.
"É certo, repita-se enfatizar, que o dinheiro não tem o condão de pagar o preço do
sofrimento. Contudo, de modo indireto, é elemento capaz de amenizá-lo, visto
como inexiste dinheiro que possa, embora com todo o seu poder, extinguir a dor.
No entanto, a reparação não deixa de ser um sucedâneo, em conforto ou distração
que, possivelmente, amenize o padecimento por mais duro que seja. Nessa
angustia, o sofrimento pode não ser erradicado totalmente, mas há um lenitivo
amenizador, de vez que o passado não pode ser extinto, porém o futuro pode ser
melhorado. Demais disso, se o dano, conforme o direito, não pode deixar de ser
ressarcido, sempre haverá uma solução, que, embora não seja o ideal, pode, no
entanto, concorrer muito para levantar a moral do lesado." (in Dano Moral,
Christino Almeida do Valle, 2ª Ed., 1994, pág. 63).
Reconhece-se que, por vezes, torna-se difícil fixar-se um valor justo que possa
equivaler à dor moral experimentada pelo lesado. Da mesma forma, não é tarefa
fácil ao Julgador penetrar no íntimo de cada pessoa para o aferimento de danos
morais.
DOS PEDIDOS
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
[Assinatura do Advogado]
[Número de Inscrição na OAB]