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Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ
17ª CÂMARA CÍVEL
RELATÓRIO
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
Deferida a justiça gratuita e determinada emenda à petição inicial (mov. 14.1), que foi
realizada no mov. 16.1.
a)- houve revogação da justiça gratuita na sentença, mas não houve impugnação da
parte contrária e nem mudança do quadro fático, tendo o recorrente comprovado o recebimento
de dois salários-mínimos e as despesas mensais;
b)- as ilegais exigências foram comprovadas nos autos, conforme documentos juntados
nos movs. 1.6 (apresentação de certidões fiscais), 1.7 (informação de que não haveria
possibilidade de dispensa) e 24.2 (exigência expressa de certidão negativa ou positiva com
efeito de negativa);
c)- “Em relação ao documento de mov. 1.6 não seria necessariamente um ato ilegal,
desde que fosse aceita certidão positiva (relação de débitos)”;
d)- consta a exigência no mov. 24.2, comprovando-se a ilegalidade do ato coator, “uma
PROJUDI - Recurso: 0000172-69.2021.8.16.0038 - Ref. mov. 29.1 - Assinado digitalmente por Desembargador Rogerio Ribas
11/05/2022: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão (Desembargador Rogério Ribas - 17ª Câmara Cível)
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
vez que foram exigidas certidões negativas/positivas com efeitos de negativa, isto é, exigiu-se a
quitação ou parcelamento de tributos”;
Ministério Público opina pelo desprovimento do recurso (mov. 89.1), na mesma linha da
Procuradoria-Geral de Justiça (mov. 16.1).
É o relatório.
VOTO E FUNDAMENTAÇÃO
JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE
Como bem defendeu o recorrente, não caberia a revogação da justiça gratuita de ofício e
sem prévio contraditório.
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SENTENÇA REFORMADA NESTE PONTO - RECURSO CONHECIDO E
PROVIDO. (TJPR - 14ª C.Cível - 0051539-44.2020.8.16.0014 - Londrina -
Rel.: DESEMBARGADOR JOSE HIPOLITO XAVIER DA SILVA - J. 02.03.2022)
Assim, deve ser restabelecida a justiça gratuita e, por conseguinte, dispensado o preparo
recursal.
Sem razão, no entanto. Como bem fundamentou o juízo sentenciante: “registro que
causa estranheza o manejo desse remédio constitucional, de tamanha relevância,
quando o sistema normativo prevê mecanismo específico para divergências do usuário frente a
exigências registrais, como no caso. Bastaria se socorrer da dúvida prevista no art. 198 da Lei
6.015/73. De todo modo, não vejo óbice para tramitação do presente mandado de segurança,
não se aplicando na hipótese o art. 5º, I da Lei 12.016/09 porque aparentemente o prazo para
dúvida já fluiu” (mov. 18.1).
MÉRITO
É caso de dar parcial provimento ao recurso, apenas para restabelecer a justiça gratuita,
mantendo-se a denegação da segurança por ausência de prova do ato coator.
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJSPR JTT5J F6W6A DHFJU
[...]
Não houve determinação para apresentar certidões negativas ou positivas com efeito de
negativa no documento assinado pelo Oficial de Registro.
O próprio recorrente reconhece que “em relação ao documento de mov. 1.6 não seria
necessariamente um ato ilegal, desde que fosse aceita certidão positiva (relação de débitos) ”.
O diálogo juntado no mov. 1.7 não serve como prova, porque a conferência da
documentação se dá perante o protocolo no Registro de Imóveis. O procedimento é regrado
pela Lei n. 6.015/73:
Art. 198. Havendo exigência a ser satisfeita, ela será indicada pelo oficial
por escrito, dentro do prazo previsto no art. 188 e de uma só vez,
articuladamente, de forma clara e objetiva, com data, identificação e
assinatura do oficial ou preposto responsável, para que: (Redação dada
pela Medida Provisória nº 1.085, de 2021)
PROJUDI - Recurso: 0000172-69.2021.8.16.0038 - Ref. mov. 29.1 - Assinado digitalmente por Desembargador Rogerio Ribas
11/05/2022: JUNTADA DE ACÓRDÃO. Arq: Acórdão (Desembargador Rogério Ribas - 17ª Câmara Cível)
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
I - o interessado possa satisfazê-la; ou (Redação dada pela Medida
Provisória nº 1.085, de 2021)
Como bem fundamentou o DD. juízo a quo: “o ato coator não é o diálogo por aplicativo
de mensagens, mas sim o formalmente registrado e contido na nota de diligência registral
(mov. #1.6). Os diálogos por mensagens não configuram propriamente uma exigência registral,
a qual somente surge após a apresentação do título ou complementação documental, nunca
ocorrida no presente caso” (mov. 79.1).
Ademais, nas informações prestadas (mov. 39.1), o Oficial esclareceu que não houve
apresentação de nenhuma certidão no protocolo originário:
Desta forma, não há prova de exigência de certidões negativas de tributos, como bem
pontuou a sentença proferida (mov. 75.1), valendo citar o seguinte trecho dela:
Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
em que constem que determinadas certidões exigidas foram positivas,
advertência que consta do ato notarial para comprovar a plena ciência dos
envolvidos quanto à situação fiscal do alienante. [...]
ISTO POSTO, voto por DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, apenar para
restabelecer a justiça gratuita, mantendo a denegação de segurança.
É como voto.
DISPOSITIVO
O julgamento foi presidido pelo Desembargador Tito Campos de Paula, com voto, e dele
participaram Desembargador Rogério Ribas (relator) e Desembargador Fábio André Santos
Muniz.