EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA

COMARCA DE CAMAQUÃ/RS

LIZ HELENA DE MATTOS CARDOZO NEUGEBAUER, brasileira,

portadora do CPF nº 536.351.830-91 e RG nº 7059192984,
residente e domiciliado na Rua Rio Grande, 445, Bairro Jardim,
Camaquã/RS, CEP 96180-000, por seu advogado que esta
subscreve (conforme procuração anexa), com endereço na Rua
Dorival Cândido Luz de Oliveira, 211, sl. 304, Bairro Centro,
Gravataí/RS, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência,
propor a presente AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
E MATERIAIS em face de ANDERSON ALOS REIS, brasileiro,
portador do CPF nº 010.716.520-10 e RG 6093180989, residente
na Rua Deputado Adão Pretto, nº 140, Bairro Lomba do Pinheiro,
Porto Alegre/RS, CEP 91570-730, pelos motivos de fato e de
direito a seguir expostos:

I. DOS FATOS
A autora é motorista do aplicativo UBER, utilizando seu veículo
como meio de trabalho através do aplicativo. Em 26/07/2023, por volta das 13h, a
autora trafegava pela rua 24 de outubro, na cidade de Porto Alegre, quando ao
largar um passageiro próximo a um cruzamento com a Florêncio

● R. Profa. Luiza Maraninchi, 1257 - Centro, Camaquã - RS

Av. Dorival Cândido Luz de Oliveira, 211, sl 304, Ed. Yuri Aton, Centro – GRAVATAÍ/ RS
Fone: 51 98471- 0933 51 99727- 0994
antonioperesadvogados@gmail.co advyagofrosa@gmail.com
 Ygartua o réu saiu do estacionamento junto à calçada, abalroando o veículo da
autora que passava pela via, atingindo a lateral dianteira esquerda do seu veículo,
conforme fotos abaixo:

Na ocasião do acidente, chovia muito na avenida, e a autora

trafegava na via, quando sem nenhuma sinalização o réu saiu do estacionamento,
vindo a colidir na lateral do veículo da autora.

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 Na oportunidade, o réu não quis realizar o boletim de ocorrência,
justificando que não seria necessário pois pagaria o montante semanal de R$
200,00 (duzentos reais) em favor da autora, no entanto o mesmo realizou somente
um pagamento, ignorando todas as Em razão do acidente a autora teve as seguintes
avarias no seu veículo.

● Parachoque Dianteiro
● Farol Esquerdo
● Paralamas dianteiro esquerdo
● Porta dianteira esquerda
● Parabarro dianteiro esquerdo

Conforme orçamentos em anexo, o valor mínimo para que a autora

possa ser ressarcido dos seu prejuízo material é de R$ 4.470,00 (quatro mil
quatrocentos e setenta reais), o qual abrange os consertos do parachoque
dianteiro, farol esquerdo, paralamas, paracheoque, parabarro, portas e lateral
esquerda, além da pintura e chapeação necessárias.
Ao procurar o réu a fim de buscar a justa reparação para o seu
prejuízo, a autora obteve somente a ajuda de custo no valor de R$ 200,00
(duzentos reais), não tendo nenhum apoio, portanto, justificando o ajuizamento da
presente demanda.

II. DO DIREITO
A responsabilidade civil do réu emerge dos artigos 186 e 927 do
Código Civil, que estabelecem a obrigação de reparar o dano causado por ato ilícito.
Como ensina a doutrina de Maria Helena Diniz, a responsabilidade civil é a

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 aplicação prática da máxima “não lesar a outrem”. Neste caso, a ação negligente do
réu, ao não observar as condições adequadas de trânsito, causou um prejuízo
evitável.
Ademais, segundo a jurisprudência do TJ/RS, fica evidente o dever
de indenizar:

Ementa: RECURSO INOMINADO. AÇÃO INDENIZATÓRIA

POR DANOS MATERIAIS. ACIDENTE DE TRÂNSITO
ENVOLVENDO UM CAMINHÃO E UM AUTOMÓVEL, EM
CURVA DE CHÃO BATIDO. CONJUNTO PROBATÓRIO QUE
EVIDENCIA A CULPA EXCLUSIVA DA PARTE RÉ. DEVER DE
INDENIZAR PARCIALMENTE OS DANOS MATERIAIS, COM
BASE NO ORÇAMENTO DE MENOR VALOR. PRETENSÃO DE
INDENIZAÇÃO DE DESPESAS COM ALEGADA LOCAÇÃO
DESACOLHIDA IMPROCEDÊNCIA DOS PEDIDOS
CONTRAPOSTOS. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO
PARCIALMENTE PROVIDO. (Recurso Inominado, Nº
50018917520228215001, Segunda Turma Recursal Cível,
Turmas Recursais, Relator: Roberto Behrensdorf Gomes da
Silva, Julgado em: 01-11-2023)

Não obstante a todo o ocorrido e os percalços do acidente, a

autora teve um prejuízo material comprovado consistente em inúmeras partes
estando o veículo parado atualmente devido aos graves danos que deram perda
total ao bem.

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 O ato danoso do réu consistiu em ato ilícito e comissivo, verificado
no momento em que infringiu o Código de Trânsito Nacional, que estabelece que:

Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de

seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados
indispensáveis à segurança do trânsito.

Vale repisar que ambas as partes estavam em via pública sendo,

portanto, exigido um grau de atenção sendo que o cuidado com os veículos que
trafegam naquela rodovia é uma conduta que se exige a todos os motoristas.
Com isso, vale repisar que o réu não observou o que estabelece a
Lei de Trânsito, avançando seu veículo sobre o carro da autora ocasionando o
acidente.
Nos termos do Art. 28 do CTB, os veículos no trânsito, devem zelar
pela segurança dos pedestres, pois é um princípio básico das leis de trânsito que o
veículo maior sempre deverá respeitar o menor:

Art. 28 (...) § 2º Respeitadas as normas de circulação e conduta

estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os veículos de
maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos
menores, os motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela
incolumidade dos pedestres.
Trata-se de fato que sem a atitude do Réu não aconteceria,
independente de dolo ou intencionalidade dela, conforme esclarece Maria Helena
Diniz:

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 "não se reclama que o ato danoso tenha sido, realmente, querido
pelo agente, pois ele não deixará de ser responsável pelo fato
de não ter-se apercebido do seu ato nem medido as suas
consequências."

Portanto, a responsabilização do réu pelos danos causados é

medida que se impõe.

DA AUSÊNCIA DE CULPA CONCORRENTE OU EXCLUSIVA DA VÍTIMA

Não há que se falar em culpa concorrente ou culpa exclusiva do

autor quando o fator determinante que resultou o acidente foi a conduta
imprudente do réu, conforme mencionado acima.
Assim, fica evidente a falta de zelo do autor ao manejar seu
veículo, com quanto, latente o dever de indenizar.
Senão vejamos:

Ementa: RECURSO INOMINADO. ACIDENTE DE TRÂNSITO.

POSSIBILIDADE DE JUNTADA DE DOCUMENTOS INCLUSIVE EM
SEDE RECURSAL, DESDE QUE OBSERVADO O CONTRADITÓRIO.
PRECEDENTE DO STJ. PRELIMINAR DE NÃO CONHECIMENTO
DOS DOCUMENTOS ACOSTADOS APÓS AUDIÊNCIA DE
INSTRUÇÃO AFASTADA. PARTE AUTORA QUE TEVE VISTA DESSES
DOCUMENTOS ANTES DE SER PROLATADA A SENTENÇA. PROVA
DOS AUTOS QUE EVIDENCIA A CULPA DO RÉU

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 PELO ACIDENTE. AUTOR QUE TRAFEGAVA NA RODOVIA QUANDO
TEVE A LATERAL TRASEIRA ABALROADA PELO VEÍCULO DO
RÉU. ULTRAPASSAGEM NÃO CONCLUÍDA. CULPA CONCORRENTE
AFASTADA. DEVER DE INDENIZAR O AUTOR PELA
INTEGRALIDADE DOS PREJUÍZOS MATERIAIS. DANO MORAL NÃO
RECONHECIDO, POR AUSÊNCIA DE LESÕES OU SITUAÇÃO
EXCEPCIONAL, CONFIGURANDO A HIPÓTESE DOS AUTOS MERO
TRANSTORNO DA VIDA COTIDIANA. SENTENÇA QUE JULGOU
PARCIALMENTE PROCEDENTE A AÇÃO E OS PEDIDOS
CONTRAPOSTOS MANTIDA. RECURSO PROVIDO EM
PARTE.(Recurso Cível, Nº 71008853889, Quarta Turma Recursal
Cível, Turmas Recursais, Relator: Silvia Maria Pires Tedesco,
Julgado em: 25-10-2019)

Portanto, evidenciada a causa e efeito do acidente, não há que se

falar em culpa concorrente ou exclusiva da vítima.

IV. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer-se:

O recebimento da presente inicial e seus anexos;

b) A concessão da Assistência Judiciária Gratuita;
c) A citação do réu para, querendo, contestar a presente ação;
d) A produção de todos os meios de prova em direito admitidas;

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 e) A condenação do réu ao pagamento dos danos materiais da
autora no montante de R$ 4.470,00 (quatro mil quatrocentos e setenta reais),
correspondente ao menor orçamento de reparo do veículo, conforme documentos
anexos à presente inicial, bem como conforme fundamentação supra, com a
aplicação de juros de mora e correção desde a data do acidente até o pagamento;
f) A condenação do réu em custas processuais e honorários de
advogado no percentual de 20% sobre o valor da demanda

Dá-se à causa o valor de R$ 4.470,00 (quatro mil quatrocentos e setenta reais)

Termos em que,
Pede deferimento.

GRAVATAÍ/RS 29 de janeiro de 2024

Antonio Peres Junior Yago Ferreira da Rosa

OAB/RS 85.326 OAB/RS 119.001

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