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Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
DOUTO JUÍZO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE TOLEDO, ESTADO
DO PARANÁ.
Em face de
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ALD AUTOMOTIVE S.A, pessoa jurídica de direito privado inscrita no CNPJ sob n.
07.563.781/0004-14, cidade de São Paulo/SP, pelas razões de fato e de direito abaixo
expostas:
No dia 22 de agosto de 2020, sábado, por volta das 16h22min, o Autor, estava
transitando pela Avenida Tiradentes, em período laboral, transportando uma passageira até
seu destino final, quando o acidente ocorreu.
De imediato o Autor parou o carro, no meio da rua, pois devido ao ocorrido, ocasionou
avarias no carro, e a junta homocinética quebrou, impossibilitando a retirada do veículo. Sendo
assim, finalizou a corrida com a passageira, que não sofreu nenhum tipo de lesão, assim como
o autor, sinalizou a via e entrou em contato com o Guincho para fazer a retirada do veículo, a
fim de evitar possíveis tumultos na rua.
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Além do mais, informou o réu ao Autor, que apesar do carro ter seguro, como era de
propriedade da empresa que trabalha, Zodiac Produtos Farmacêuticos, o seguro só cobria
acidentes ocorridos entre segunda à sexta-feira, dentro das dependências da Cidade de
Acontece que, ao contrário do que foi dito, o Réu registrou boletim em Cascavel,
apenas pensando em benefício próprio, com o objetivo de obter o conserto de seu carro
através da seguradora, informando ao Autor, que este deveria arcar com os custos do próprio
carro, pois o problema dele já estava sendo resolvido.
Dessa forma, após ter sido ludibriado, não restou outra alternativa para o Autor, a não
ser propor a presente demanda judicial, a fim de resguardar os seus direitos garantidos por
lei.
II – DO DIREITO
Conforme breve síntese dos fatos apresentados, o Réu ao realizar manobra de marcha
ré, sendo está uma ação que é sempre de risco e que demanda muita atenção do motorista,
incorreu em própria culpa pelo acidente.
Ou seja, a parte ré, deixou de exerceu o devido dever de cautela na direção, expondo
os demais que trafegavam na Av. Tiradentes ao risco; por culpa exclusiva do réu, devido a
sua imprudência e falta de atenção ao sair rapidamente do local que estava estacionado, o
acidente ocorreu, gerando o dever de indenizar; a situação do caso em comento, não ocorreu
devido a caso fortuito ou força maior, tampouco, foi culpa do Requerente, que estava dentro
de sua rota, obedecendo as normas de trânsito.
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Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo,
dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.
Insta ressaltar que o acidente causado exclusivamente pelo ato do Réu, no caso em
comento, independe do dolo ou culpa do agente, nesse sentido Maria Helena Diniz, aduz:
“não se reclama que o ato danoso tenha sido, realmente, querido pelo
agente, pois ele não deixará de ser responsável pelo fato de não ter-se
apercebido do seu ato nem medido as suas consequências.”
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pelo Réu, sem sinalização e realizada de uma vez, sem prestar nos carros que estavam
circulando pela via, conforme restou perfeitamente demonstrado pelo vídeo do acidente,
anexo.
Art. 34. O condutor que queira executar uma manobra deverá certificar-se
de que pode executá-la sem perigo para os demais usuários da via
que o seguem, precedem ou vão cruzar com ele, considerando sua posição,
sua direção e sua velocidade.
Verifica-se, que foi a imprudência do Réu ao realizar a manobra, em uma via conhecida
por ser constante o tráfego de automóveis, que resultou o acidente, pois não se atentou aos
possíveis veículos que pudessem estar passando no momento que deu a ré.
Neste sentido converge o comentário de Arnaldo Rizzo sobre tal regra de trânsito:
Assim, mesmo que o Autor estivesse transitando em alta velocidade, o que não é o
caso, não cabe imputar a ele a responsabilidade, vez que, o dever prioritário de cuidado é de
quem executa uma manobra em uma via preferencial e rápida, bem como, a forma que o Réu
arrancou seu carro para sair do local que estava, foi tão rápida, que qualquer carro que
estivesse na situação que o Autor estava, não conseguiria frear para evitar o acidente.
Deste modo, não há o que se falar em culpa exclusiva da vítima, tampouco, em culpa
concorrente.
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No que tange à responsabilidade do Réu, Vinícius, não resta dúvidas quanto ao dever
de figurar no polo passivo e indenizar. Deste modo julgou o Tribunal de Justiça do Mato Grosso
do Sul:
Conforme informado pelo Réu ao Autor no dia do fato, o veículo que estava em sua
posse naquele sábado, dia 22.08.2020, pertence à empresa ZODIAC PRODUTOS
FARMACÊUTICOS, na qual o Réu labora como Representante de vendas, desde o ano de 2017,
na região de Cascavel/PR.
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subordinação, mesmo porque o causador do acidente pode não ser subordinado ao
proprietário do veículo.
É primordial salientar, excelência, que a empresa AUD Automotive S.A, também deve
figurar no polo passivo da demanda, conforme entendimento já sumulado pelo STF
Súmula 492 STF: A empresa locadora de veículos responde, civil e solidariamente com o
locatário, pelos danos por este causados a terceiro, no uso do carro locado.
APELAÇÃO CÍVEL. INDENIZATÓRIA. 1. ACIDENTE DE TRÂNSITO. COLISÃO
TRANSVERSAL ENTRE CARRO E MOTO EM CRUZAMENTO. PRIMEIRO
REQUERIDO QUE AVANÇOU O SINAL VERMELHO, O QUE RESTOU
COMPROVADO ATRAVÉS DO DEPOIMENTO DE TESTEMUNHAS, COLHIDOS
TANTO PELA AUTORIDADE POLICIAL, COMO EM JUÍZO. INFRINGÊNCIA A
NORMAS DE TRÂNSITO. DEVER DE INDENIZAR CONFIGURADO. 2.
RESPONSABILIDADE CIVIL E SOLIDÁRIA DA SEGUNDA REQUERIDA,
LOCADORA DE AUTOMÓVEIS, PELOS DANOS CAUSADOS AO
TERCEIRO, NO USO DO VEÍCULO LOCADO. A empresa locadora de
veículos responde, civil e solidariamente com o locatário, pelos
danos causados a terceiro, no uso do carro locado (Súmula 492 do
STF). 3. INEXISTÊNCIA DE PROVAS APTAS A JUSTIFICAR A PERCEPÇÃO DE
LUCROS CESSANTES. DESPROVIMENTO DA PRETENSÃO AUTORAL. 3.1.
ELEMENTOS ENSEJADORES DO DEVER DE INDENIZAR OS DANOS
EMERGENTES PRESENTES, CONSUBSTANCIADOS NAS DESPESAS QUE TEVE
O AUTOR, INCLUINDO O SEU TRATAMENTO ODONTOLÓGICO E A PERDA
TOTAL DA MOTOCICLETA. QUANTUM ARBITRADO COM BASE NO VALOR
PROJUDI - Processo: 0010207-17.2020.8.16.0170 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Lucas Augusto Pasqualli
25/09/2020: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial
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DO VEÍCULO DE ACORDO COM A TABELA FIPE APRESENTADA PELA
SEGUNDA REQUERIDA. 4. DANOS MORAIS E ESTÉTICOS POR IGUAL
DEMONSTRADOS. FIXAÇÃO EM OBEDIÊNCIA AO PRINCÍPIO DA
RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE, AO CARÁTER PUNITIVO E
PEDAGÓGICO DA REPRIMENDA E AOS PARÃMETROS DA CÂMARA PARA
Douto Magistrado, resta demonstrado nas alíneas acima, assim como nos documentos
anexados aos autos, que o caso em comento versa sobre um ato ilícito indenizável, de acordo
com os artigos 186, 187 c/c 927 do Código Civil, que assim disciplinam:
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-
lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou
social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.
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iii) nexo de causalidade entre a ação e o dano. Já sobre o fator abstrato, concretiza-se na
culpa.
Deste modo é inquestionável que o requerido não se ateve aos cuidados, atenção e à
devida cautela no trânsito que a situação exige, afinal quem está trafegando na prefencial
conforme a lei, confia que os outros motoristas também irão respeitar as leis e os cuidados no
trânsito, havendo, portanto, o dever de indenizar.
A) DO DANO EMERGENTE
Com a colisão dos veículos, o autor teve um prejuízo em seu patrimônio, pois seu carro
sofreu graves avarias, diminuindo consideravelmente seu valor de mercado, e restou
impossibilitada a sua utilização. É necessário que seja realizado o conserto do veículo, com a
devida indenização do causador do acidente.
O art. 944 do Código Civil dispõe que: “a indenização mede-se pela extensão do dano”.
Ou seja, quer dizer que todo gasto necessário para que o veículo volte ao estado prévio do
acidente, seja custeado pelo requerido.
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“[...] quer o código que o devedor inadimplente indenize o prejuízo, ou seja,
a perda certa e não eventual”.
Os lucros cessantes podem ser caracterizados como a quantia que a vítima de dano
deixou de auferir em razão de algum ato cometido por outrem, alheio a sua vontade.
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de sua atividade, sem perceber renda alguma, devido à impossibilidade de laborar por
depender exclusivamente de seu veículo para tanto. Pleiteia, mais do que corretamente, a
restituição pelo dano material experimentado.
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Sendo assim, está demonstrada a natureza dos lucros cessantes em nosso
ordenamento jurídico, e necessário é a indenização devida pelo requerido ao autor neste caso
concreto.
É inegável que este fato ultrapassa os limites de mero aborrecimento cotidiano, pois o
requerido abusou da boa-fé do autor, e enganou-lhe ao propor que este “esperasse até
segunda feira” para realizar o B.O, a fim de que permitisse resolver a situação de modo a ficar
“bom para ambos”, sendo que posteriormente, o requerido agiu de forma contraria àquilo que
tinham combinado, se eximindo da responsabilidade de indenizar e, dolosamente deixando
sem amparo o motorista de Uber, que até agora está sem sua fonte de renda.
Pelo exposto, requer a Vossa Excelência a cominação da reparação por dano moral em
patamar suficiente, pelo dano sofrido pelo autor, pela expectativa frustrada em relação ao
acordo amigável para consertar seu veículo, que é seu meio de renda, e pelo tempo que está
impossibilitado de trabalhar devido à conduta ilícita danosa exclusivamente cometida pelo
requerido, além de impor seu caráter educativo e pedagógico do instituto e ainda que seja
também arbitrado em seu caráter punitivo.
“Artigo 5º - (...)
(...)
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da
indenização por dano material, MORAL ou à imagem;”
Assim, no tocante ao dano moral, o autor deve ser compensado por todo o
constrangimento, transtornos e aborrecimentos sofridos neste período, pois, tais superam, e
PROJUDI - Processo: 0010207-17.2020.8.16.0170 - Ref. mov. 1.1 - Assinado digitalmente por Lucas Augusto Pasqualli
25/09/2020: JUNTADA DE PETIÇÃO DE INICIAL. Arq: Petição Inicial
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muito, os limites do que se entende por razoável no cotidiano de um ser humano, em razão
do descaso do réu.
O civilista CAIO MÁRIO DA SILVA PEREIRA, ensina que quando se cuida de dano moral,
o fulcro do conceito ressarcitório acha-se deslocado para a convergência de duas forças:
É exatamente isso o que se pretende com a presente ação: uma satisfação, uma
compensação pelo sofrimento que experimentou o autor devido ao abuso da confiança,
prejuízo econômico pela impossibilidade de trabalhar e pelo desgaste emocional decorrente
do acidente causado pelo requerido, que nada nada mais é do que uma contrapartida do mal
sofrido, com caráter satisfativo para o LESADO e punitivo para a ré, causadora do dano, para
que se abstenha de realizar essa conduta lesiva com outros consumidores.
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1. A citação das partes contrárias, para audiência conciliatória aprazada pelo Juízo, e
querendo oferecer defesa, sob pena dos efeitos da revelia;
Nestes termos,
Pede e Espera Deferimento